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Aula 12 - Princípios da Administração Pública

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Aula 13
Noções de Administração Pública p/ TRT-RO e AC (Todos os cargos)
Professores: Carlos Xavier, Felipe Petrachini
52949494234 - Ricardo Lopes
Noções de Administração Pública p/ TRT-RO e AC 
(todos os cargos) - Teoria e Exercícios. 
Prof. Carlos Xavier - Aula 13 
 
 
 
 
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AULA 13: Princípios da Administração Pública. 
Governança e governabilidade, prestação de 
contas. Controle do patrimônio público. Lei de 
diretrizes orçamentárias. Administração 
gerencial. Decreto Lei nº 200/1967. 
Administração e governo – distinções. 
Convergências e diferença entre gestão pública e 
privada. Ética no serviço. 
Sumário 
1. Palavras iniciais. .................................................................................................................................. 2 
2. Princípios da Administração Pública. ................................................................................................... 3 
3. Controle - patrimônio público............................................................................................................... 8 
4. Ética no serviço público - conceitos iniciais. ......................................................................................... 9 
4.1. Ética profissional, empresarial e gestão da ética. ..............................................................................14 
4.2. Decreto 1.171/1994 .........................................................................................................................17 
5. Governabilidade, Governança e Accountability (prestação de contas) ..................................................35 
6. Estado, Governo e Administração Pública. ..........................................................................................41 
7. Convergências e diferenças entre gestão pública e privada. ..................................................................44 
8. Os três modelos de Administração Pública: patrimonialista, burocrática e gerencial/NGP. ...................48 
9. Evolução da Administração Pública no Brasil desde 1930 / Reformas Administrativas. .......................58 
9.1. A Reforma Administrativa da década de 1930. ................................................................................59 
9.2. Rumo a uma Administração Gerencial - Reforma de 1967 e outros. .................................................64 
9.3. A Redemocratização e a Administração Pública Brasileira em 1985. ...............................................73 
9.4. As Mudanças do Governo Collor .....................................................................................................74 
9.5. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) ........................................................75 
9.6. A Revitalização do Estado (Governo Lula) ......................................................................................87 
10. Lei de Diretrizes Orçamentárias - Prof. Sérgio Mendes ....................................................................91 
11. Questões Comentadas....................................................................................................................100 
12. Lista de Questões ..........................................................................................................................162 
13. Gabarito ........................................................................................................................................200 
14. Bibliografia ...................................................................................................................................200 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Noções de Administração Pública p/ TRT-RO e AC 
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1. Palavras iniciais. 
Oi pessoal! 
Finalmente chegamos à nossa última aula! Espero que tenham 
aproveitado muito o curso, e que consigam um ótimo resultado no concurso do 
TRT-RO e AC. 
Hoje estudaremos vários temas de administração pública, por isso a 
aula será mais longa do que o normal. 
Por conta dos tópicos "administração gerencial" e "decreto-lei 
200/1967" teremos que estudar os três modelos de administração pública 
(patrimonialista, burocrático e gerencial), porque se não você fica sem 
referência para entender o último (que deverá ser o foco do seu concurso!). As 
videoaulas de hoje serão sobre esses temas mais importantes (modelos de 
administração e evolução da administração pública), não abordando os temas 
mais simples, que estarão apenas no PDF. 
Além disso, estudaremos os movimentos de reforma gerencial no 
Brasil desde o DASP (burocrático), passando pelo DL 200/67 (gerencial) e 
várias outras inflexões ao longo do tempo. Tudo isso é importante para que 
você ganhe referências mentais, mas o mais importante mesmo é memorizar 
toda a parte dos movimentos gerenciais. 
Recomendo ainda uma leitura "seca" do DL 200/67: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0200.htm 
Um forte abraço e sucesso! 
Prof. Carlos Xavier 
www.facebook.com/professorcarlosxavier 
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Observação importante: 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da 
Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre 
direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam 
os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa 
equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia 
Concursos. 
 
2. Princípios da Administração Pública. 
Os princípios basilares que orientam a atividade da Administração 
Pública encontram base na Constituição de 1988 e em outras normas legais. 
Alguns deles são explícitos e outros implícitos, como veremos a seguir. 
Como o foco aqui é a abordagem dos princípios dentro de uma visão 
da administração, e não do direito administrativo, apresentarei o conteúdo de 
forma mais objetiva, diferente do que alguns colegas do direito administrativo 
fariam. 
Saiba, desde já, que não há uma hierarquia entre os princípios. Todos 
eles devem ser aplicados em conjunto pelo agente público. 
Princípios explícitos da Administração Pública no Brasil (Art. 37, CF): 
1. Legalidade:todos os atos da administração pública devem 
estar em conformidade com a lei e suas previsões. Não basta 
aos atos uma busca por não infringir qualquer lei, como 
acontece para qualquer pessoa, é preciso ainda que eles 
estejam em conformidade com a lei, ou seja, o agente só pode 
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fazer o que é previsto em lei, enquanto o particular pode fazer 
tudo, desde que não esteja proibido por nenhuma lei. 
2. Impessoalidade: a administração pública deve ser impessoal. 
Isso traz dois significados distintos ao mesmo tempo: 1) os atos 
da administração devem ser voltados ao interesse público, 
tratados de maneira objetiva, não favorecendo ou 
desfavorecendo quaisquer interesses ou pessoas em especial. 
As normas devem ser interpretadas e executadas sempre na 
busca do atingimento dos seus fins - trata-se do antigo princípio 
da finalidade; 2) os atos devem ser impessoais em relação a 
quem os praticou, não sendopossível o seu uso para a 
promoção do agente público como o "promotor" dos atos. 
3. Moralidade:ao agente público não basta o cumprimento da lei 
em sentido impositivo. É preciso também que seus atos estejam 
de acordo com a ética e moral que se espera de quem presta 
serviço público à sociedade. 
4. Publicidade: para que um ato da administração gere efeitos 
jurídicos é preciso que ele tenha publicidade para que a 
sociedade possa conhecê-lo. Nenhum ato é válido sem a devida 
publicidade. Atos e fatos da administração devem ser 
conhecidos dos seus públicos impactados, para que sua 
impessoalidade possa ser garantida. Isso não quer dizer que 
todos os atos devem ser publicados no diário oficial... já 
imaginou a confusão que seria? Geralmente se consideram 
como exceções os casos de segurança nacional, os de 
investigação policial e os atos internos da administração. Na 
verdade, para cada ato haverá uma forma apropriada de 
publicidade - o que não cabe ser discutido aqui. Em alguns 
casos será necessária publicação no Diário Oficial da União, em 
outros, a publicação no portal interno do órgão ou entidade é o 
suficiente, etc. Lembrem: a publicidade é fundamental para a 
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legalidade do ato, especialmente no externo. Em sua ausência a 
administração deverá anular o ato por falta de legitimidade e 
moralidade. 
5. Eficiência: trata-se do princípio constitucional explícito 
adicionado à Constituição Federal pela Emenda Constitucional n. 
19 de 1998. Esse princípio foi incluído à Carta Magna para que 
reste clara a importância da boa prestação do serviço público, 
de forma econômica, racional e equilibrada, sem desperdícios. 
Não basta atender às necessidades da sociedade. É preciso que 
isso seja feito da melhor forma possível, ao menor custo e 
dentro do menor prazo possível. 
Eles constituem o famoso LIMPE: 
Legalidade / Impessoalidade / Moralidade / Publicidade / Eficiência. 
 
É importante destacar ainda os princípios explícitos na Lei 9.784/99 
(Lei do Processo Administrativo), dispensando repetição dos já mencionados 
pela CF: 
1. Motivação: traduz a obrigação do agente público de deixar 
claras as razões (motivos) dos seus atos para que tenham 
validade, sejam atos discricionários ou vinculados. 
2. Razoabilidade e proporcionalidade: a razoabilidade permite 
ao agente agir ou não, dentro de determinadas condições, 
sendo razoável nessa decisão. A proporcionalidade, por sua vez, 
está ligada à intensidade da ação tomada pelo agente, devendo 
ser proporcional à situação enfrentada. 
3. Segurança jurídica: a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. É preciso que haja 
segurança jurídica! 
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4. Supremacia do interesse público: havendo conflito entre o 
interesse público e o privado, prevalecerá o primeiro, 
resguardados o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a 
coisa julgada (segurança jurídica). 
5. Ampla defesa e contraditório: trata-se de uma consequência 
do princípio do devido processo legal. A ampla defesa é aquele 
que permite o uso de todos os meios de provas e recursos 
previstos em lei para o exercício do direito de defesa. O 
contraditório é o direito de se contradizer dados existentes, 
sendo essencial para o exercício da ampla defesa. Em conjunto, 
possibilitam o devido processo legal. 
 
Importante destacar que os princípios explícitos da Lei 9.784/99 
apresentados acima também constituem princípios implícitos da Constituição 
Federal. 
Falemos agora de alguns outros princípios implícitos da 
Administração Pública brasileira: 
1. Indisponibilidade do interesse público: os bens e interesses 
públicos não pertencem à administração pública, mas sim à 
coletividade, por isso é vedado ao agente público a prática de 
atos que impliquem renúncia à direitos e poderes da 
Administração. Além disso, a Administração não pode alienar 
bem público com destinação pública já definida. 
2. Autotutela: trata-se do dever da Administração de rever os 
seus próprios atos quando constatar erros e vícios, sem 
necessidade de provocação judicial para isso, restaurando a 
regularidade da situação. Pode se dar por meio da anulação 
(com efeitos ex tunc, desfazendo-se as relações jurídicas desde 
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a prática do ato, por vício de legalidade), ou por meio de 
revogação (com efeitos ex nunc, tornando inválido o ato a partir 
de sua revogação, por via unicamente administrativa, por 
conveniência e oportunidade). Cabe destacar a possibilidade de 
anulação judicial de ato administrativo, desde que haja 
provocação de interessado. 
3. Continuidade dos serviços públicos: este princípio visa não 
prejudicar o atendimento à população através da continuidade 
da prestação de serviços públicos essenciais, não havendo razão 
que justifique sua interrupção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Controle - patrimônio público. 
O Patrimônio Público é o conjunto de bens e direitos e obrigações, 
tangíveis ou intangíveis, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, 
mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou 
representante de um fluxo de benefícios inerente à prestação dos serviços 
públicos, à exploração econômica de atividades pelo setor público. 
O estudo deste tópico pode ser realizado pela contabilidade pública, 
que realiza os registros de ingressos e saídas patrimoniais e o controle 
posterior do patrimônio por meio do levantamento de inventários de bens 
(levantamento físico de bens existentes) e do balanço patrimonial (o que não é 
o tópico central aqui!). 
Por outro lado, o controle do patrimônio público também se dá por 
meio do controle da administração pública, exercido internamente por cada 
órgão e externamente pelo respectivo tribunal de contas - tópico normalmente 
estudado pelo Direito Administrativo (o que também não é o foco...) 
Como o tópico foi cobrado dentro de "noções de administração", o 
razoável é que sua cobrança seja muito mais calcada no exercício da função de 
controle da ciência administrativa, o que já abordamos em profundidade na 
aula 01 deste curso. Há alguma confusão da banca na colocação deste tópico 
aqui, inclusive quando se compara a cobrança histórica do tema "controle", 
que possui várias vertentes distintas. 
Na verdade, deveria ter colocado esta observação e informado sobre 
este conteúdo desde a aula 01, onde estudamos controle. Assim, não há 
assunto adicional pertinente a ser estudado adicionalmente sobre isso. 
Por isso, vamos ao próximo tópico da aula de hoje... 
 
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4. Ética no serviçopúblico - conceitos iniciais. 
Muito se ouve falar hoje em dia sobre a necessidade das pessoas e 
organizações agirem com ética. Essa preocupação busca atentar para que as 
pessoas não ajam de maneira considerada “errada” pelo grupo social. Mas será 
que é isso mesmo que significa ética? Trata-se de um conceito recente ou que 
já existe há muito tempo? Quando surgiu este conceito? 
São muitas questões sobre o assunto, não é pessoal?! 
Vamos começar sabendo que a preocupação com a ética é algo tão 
antigo quanto as interações sociais entre seres humanos enquanto animais 
racionais. Desde o surgimento das primeiras sociedades, reflexões eram feitas 
sobre os princípios básicos que deveriam guiar o comportamento das pessoas. 
Mas é só a partir do Século IV a.C que começa a se falar em ética 
enquanto um conceito a ser estudado. Naquele tempo, os pensadores gregos 
Sócrates, Platão e Aristóteles se debruçaram sobre uma reflexão do que seria 
o bem e o mal na sociedade humana, como discernir a justiça da injustiça, a 
beleza da feiura, etc. 
A Ética, naquele momento, surgiu como um ramo da filosofia que 
buscava distinguir o bem e o mal com base numa reflexão, encontrando 
princípios supostamente universais que deveriam pautar a conduta humana. 
Para ser mais específicos, vamos ver uma definição de dicionário. 
Segundo o Dicionário Michaelis, ética deriva do grego (ethiké) e significa: 
sf (gr ethiké) 1 Parte da Filosofia que estuda os valores 
morais e os princípios ideais da conduta humana. É 
ciência normativa que serve de base à filosofia 
prática. 2 Conjunto de princípios morais que se devem 
observar no exercício de uma profissão; 
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deontologia. (...) É. social: parte prática da filosofia social, 
que indica as normas a que devem ajustar-se as relações 
entre os diversos membros da sociedade. 
 
Sobre este mesmo assunto, Lacombe (2009) afirma que ética refere-
se aos: 
1. princípios, padrões e valores sobre o que é bom e mau, 
o que é certo e errado, o que se espera das condutas das 
pessoas, estabelecendo, assim, padrões de conduta e de 
julgamento moral. 2. Obrigações e deveres que governam 
a ação individual. 
 
Perceba que tudo que é bom, certo e esperado do comportamento 
das pessoas é considerado “ético”. O que é mau, errado e não esperado como 
padrão de conduta é considerado “antiético”. 
- Mas como é possível discernir perfeitamente o que é certo do 
que é errado para que se possa estabelecer a ética? 
-Justamente por meio dos princípios éticos! 
 
Perceba pelas definições de ética que foram apresentadas que o 
conceito de moral já começa a surgir... 
- E o que é “moral”? 
O dicionário Michaelis define moral como, entre outras coisas: 
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adj (lat morale) 1 Relativo à moralidade, aos bons 
costumes. 2 Que procede conforme à honestidade e à 
justiça, que tem bons costumes. 3 Favorável aos bons 
costumes. (...) 
 
Veja que Moral deriva do latim (morale) e é um conceito associado 
aos bons costumes, ao contrário da ética que é um conceito mais amplo, 
associado a princípios básicos sobre os ideais da conduta humana. 
Sobre moralidade, Lacombe (2009) diz trata-se de um conceito ligado 
ao: 
Conjunto de princípios e valores, que fornece um quadro de 
referências para se determinar o que é certo e a forma como se 
deve viver, reconhecido pelas pessoas de determinada 
sociedade. 
 
Ao falar em “princípios e valores” Lacombe implica que a moral é 
decorrente da ética. Além disso, a moralidade é reconhecida pelas pessoas 
de determinado grupo social, de modo que as pessoas não a adquirem pela 
reflexão intelectual, mas por absorção da moral da sociedade onde elas 
se inserem. 
Por exemplo, em alguns lugares do mundo o comportamento de uma 
mulher colocar um biquíni e ir à praia seria considerado contra a moral, 
enquanto em outros (como no Brasil) é algo comum e aceito por toda a 
sociedade! 
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A moral, deste modo, está mais ligada às práticas da sociedade do 
que aos princípios fundamentais e valores, mas também se influencia por estes 
últimos - uma vez que decorre da ética. 
 
Os valores, por sua vez, são à base do comportamento das pessoas, 
representando as justificativas para cada uma de suas atitudes perante a vida. 
Como você deve ter percebido, os valores estão ligados tanto à ética quanto à 
moral, representando a sua base. 
Os valores podem ser individuais ou coletivos. Os valores individuais 
são aqueles que servem de base para o comportamento de um individuo, 
enquanto os valores coletivos são compartilhados por membros de uma 
sociedade, deixando claro, para todos, alguns princípios básicos aceitos por um 
grupo. 
Com todas essas explicações em mente, vamos agora ver o que diz 
Lacombe (2006) sobre “valor”, nesta acepção que estamos estudando: 
Valor. 1 princípio ou preceito que compõe um quadro de 
referência capaz de orientar as ações humanas supondo-se a 
existência de múltiplos padrões éticos e múltiplas prioridades 
de necessidades. (...) 
Perceba que, para Lacombe, o valor pressupõe a existência de 
múltiplos padrões éticos, ou seja, é possível que o raciocínio leve à 
múltiplas formas de ver a ética. Os valores serviriam para distinguir, em cada 
grupo social, qual o padrão ético aceitável! 
- e as virtudes, Prof. Carlos Xavier, o que seriam? 
Virtude é uma palavra que deriva do latim virtute ou ainda virtus, 
significando as qualidades humanas de praticar o bem em sua comunidade 
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com base na responsabilidade e na moral. Vamos ver algumas definições sobre 
virtudes retiradas do Dicionário Michaelis de língua portuguesa: 
 
1 Hábito de praticar o bem, o que é justo; excelência moral; 
probidade, retidão. 2 Boa qualidade moral. 3 O conjunto de 
todas as boas qualidades morais. 
 
As virtudes, então, estariam ligadas aos comportamentos 
reconhecidos socialmente como dentro da moral! 
Vamos fazer um quadro geral sobre os conceitos que estudamos até 
agora: 
Ética Moral Valores Virtudes 
Relativa aos 
princípios 
adquiridos pela 
reflexão 
intelectual. O 
indivíduo se 
impõe por meio 
de seus valores. 
É mais 
abrangente que 
a moral e tende 
a ser universal. 
Relativa aos costumes 
adquiridos pelo 
individuo na sociedade 
onde vive. É mais 
aberta a mudança do 
que a ética. É relativa 
às práticas culturais, 
sendo imposta pela 
sociedade ao 
indivíduo. Decorre da 
ética. 
São os princípios 
básicos para a 
reflexão ética e a 
decisão sobre qual 
ética seguir. Estão 
nos indivíduos e 
nas sociedades. 
Prática de 
comportamentos 
considerados 
“positivos” ou 
“justos” pela 
moralidade de 
uma sociedade. 
Vamos agora ao próximo tópico de nossa aula: ética 
profissional, empresarial e gestão da ética. 
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4.1. Ética profissional, empresarial e gestão da ética. 
A ética profissional e empresarial acontecem quando os indivíduos e 
organizações se comportam de acordo com os valores e princípios aceitos 
como sendo éticos. 
Para Maximiano (2004) a ética pessoal e profissional está muito mais 
relacionada a como as pessoas se tratam umas as outras no contexto do 
ambiente de trabalho, enquanto a ética na administração de uma organização 
está ligada especialmente a como a organização lida com seus funcionários. 
Cabe destacar, entretanto, que a ética empresarial também diz 
respeito a como a organização lida com a sociedade, com outras organizações 
competidoras e com os seus stakeholders em geral. 
 
OBS.: Stakeholder é um termo que representa os vários públicos 
interessados em uma organização, como os clientes, os fornecedores, os 
acionistas, o governo, etc. 
 
- E como a ética é gerida nas organizações, para que a própria 
organização e as suas pessoas tenham comportamentos éticos? 
- R.: Através dos códigos de ética! 
 
Os “códigos de ética são conjuntos de normas de conduta que 
procuram oferecer diretrizes para decisões e estabelecer a diferença entre 
certo e errado” (Maximiano, 2004, p. 433). 
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Neste sentido, os códigos de ética permitem que as pessoas e a 
organização tenham princípios básicos para nortear os seus comportamentos 
no dia-a-dia, especialmente quando eles se encontram em uma “zona 
cinzenta”, ou seja, quando não há clareza sobre se determinado 
comportamento é visto como positivo ou negativo frente aos princípios da 
organização e da sociedade! 
Vamos imaginar uma situação: um vendedor está preocupado em 
bater sua meta de vendas. Por conta disso, ao atender um cliente, resolve 
oferecer produtos que claramente não são uma solução para suas 
necessidades. O vendedor sabe disso, mas acha que é mais fácil conseguir 
vender aquele produto do que um outro, que resolveria a necessidade do 
cliente mas que é bem mais caro. Ele estaria agindo de maneira “certa” ao 
priorizar sua necessidade do que a do cliente? Certamente um código de ética 
poderia esclarecer isso ao dizer que a organização deve buscar resolver a 
necessidade do cliente! 
Na verdade, os códigos de ética surgem como consequência de uma 
nova visão sobre as organizações, que devem preocupar-se cada vez mais com 
a sociedade como um todo e com fazer as coisas da maneira correta - em 
oposição a uma visão tradicional que acreditava que as organizações deveriam 
buscar apenas o lucro. 
Hoje em dia, o lucro é importante, mas ele não é tudo! É preciso 
atingir os objetivos com eficácia e eficiência, mas também é fundamental que 
as coisas sejam feitas dentro de padrões éticos aceitáveis, sem agressões 
despropositadas e com base em princípios sólidos. 
Chiavenato (2011, p.574-575) afirma que duas providências são 
necessárias para que o código de ética estimule decisões e comportamentos 
éticos das pessoas: 
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1. As organizações devem comunicar o seu código de ética a 
todos os seus parceiros, isto é, às pessoas dentro e fora 
da organização. 
2. As organizações devem cobrar continuamente 
comportamentos éticos de seus parceiros, pelo respeito a 
seus valores básicos ou adotando práticas transparente de 
negócios. 
 
Podemos entender, destas observações, que nada adianta ter um 
código de ética e não comunicar-lhe claramente para todos aqueles que são 
atingidos por suas disposições. Além disso, não basta ter um código de ética 
na prateleira, é importante que ele seja praticado no dia a dia. Para isso as 
organizações devem cobrar constantemente o respeito aos valores básicos 
propostos em seu Código de Ética. 
Com base nisso, vamos ver como a Administração Pública 
utiliza seu código de ética para nortear o comportamento da 
organização e de seus profissionais no próximo tópico. 
 
 
 
 
 
 
 
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4.2. Decreto 1.171/1994 
Este tópico não foi expressamente cobrado no seu Edital, mas dado o 
nível de cobrança em provas anteriores da FCC e a simplicidade do tema, é 
uma boa ideia que você possa responder questões sobre ele, já que está 
englobado na ideia de estudo da ética na administração pública. O ideal é que 
façamos uma leitura comentada do referido Decreto, apontando e reforçando 
os pontos mais importantes para sua prova. Para facilitar a compreensão, 
trarei a versão atualizada e compilada. 
Em primeiro lugar, cabe destacar que o decreto apresenta o Código 
de Ética a ser seguido por todos os servidores públicos civis do Poder Executivo 
Federal. Assim, ele não é aplicado aos militares, mas apenas aos civis. Além 
disso, não se aplica aos poderes legislativo e judiciário, mas apenas ao 
executivo. Por fim, é apenas aplicável aos servidores da União, e não aos dos 
Estados e Municípios. 
Trata-se de conjunto de regras a serem seguidas por estes servidores 
em seus órgãos e entidades de lotação e exercício. Cada unidade deverá ter 
uma comissão de ética constituído por três empregados ou servidores 
permanentes/efetivos. Tais comissões não poderão ser integradas por 
profissionais temporários, terceirizados ou apenas comissionados. 
Em suas disposições iniciais o Decreto 1.171/1994 apresenta o 
seguinte: 
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 
 
Aprova o Código de Ética 
Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder 
Executivo Federal. 
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições 
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o 
disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 
12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, 
DECRETA: 
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este 
baixa. 
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública 
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as 
providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, 
inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, 
integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo 
efetivo ou emprego permanente. 
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será 
comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência 
da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e 
suplentes. 
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua 
publicação. 
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 
106° da República. 
ITAMAR FRANCO 
Romildo Canhim 
 
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Olhando com cuidado, os pontos importantes do corpo do Decreto 
nós já discutimos antes de sua apresentação. Cabe agora estudarmos o seu 
anexo, que traz o código de ética propriamente dito. Ao trabalho! 
 
ANEXO 
Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal 
CAPÍTULO I 
Seção I 
Das Regras Deontológicas 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a 
consciência dos princípios morais são primados maiores que devem 
nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou 
fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder 
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados 
para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o 
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente 
e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente 
entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas 
no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
 
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Nessa primeira passagem, percebe-se que o Código de Ética se inicia 
pelo estudo das “regras deontológicas”. Importante conhecer o significado da 
expressão, que nada mais é do que o conjunto de regras morais, deveres e 
obrigações gerais a serem respeitadas pelas pessoas que devem seguir 
determinado Código de Ética. Assim, Os 13 princípios que serão apresentados 
nesta parte do Código são a base das regras a serem seguidas pelos 
Servidores Públicos Civís do Poder Executivo Federal. 
É fundamental destacar que o Código de Ética aponta que o servidor 
público deverá seguir suas regras morais tanto no exercício do cargo quanto 
fora dele. Ou seja, servidor público civil do poder executivo federal que atenta 
as normas morais previstas no código de ética fora do serviço, em seu horário 
livre, no final de semana, nas férias, etc., também estará infringindo o Código 
de Ética e a própria moralidade no exercício de cargo público. 
As bases fundamentais para o elemento ético da conduta do servidor 
público vai muito além do que está previsto no Código de Ética, devendo 
passar também por uma reflexão com base nos princípios da administração 
pública brasileira: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e 
Eficiência (LIMPE) (CF, art 37 caput). No mesmo sentido, o servidor precisa ser 
honesto, justo, correto (probo), para não realizar atos de improbidade 
administrativa - que importam na suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. (CF, art 
37, parágrafo 4º) 
Vamos em frente: 
 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita 
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de 
que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e 
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a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá 
consolidar a moralidade do ato administrativo. 
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos 
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele 
próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade 
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável 
de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como 
conseqüência, em fator de legalidade. 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante 
a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio 
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito 
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício 
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada 
servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do 
dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu 
bom conceito na vida funcional. 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações 
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração 
Pública, a serem preservados em processo previamente declarado 
sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato 
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, 
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem 
comum, imputável a quem a negar. 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não 
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da 
própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum 
Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do 
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hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam 
até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. 
 
No trecho acima, chamo a atenção para alguns pontos: 
 A moralidade implica não só seguir regras, mas também buscar 
a efetividade da ação pública, buscando promover atos que 
tenham a finalidade pública em mente, mas sempre dentro da 
legalidade. O cumprimento das regras e leis representa 
restrição à ação pública (que ainda assim deve ser cumprida!), 
e não uma finalidade por si só. 
 Mais uma vez o código de ética afirma que aspectos da vida 
privada do indivíduo podem influenciar no seu bom conceito 
social. Meu feeling diz que esse trecho pode ser especialmente 
importante em sua prova... 
 A publicidade é base para qualquer ação pública, exceto em 
casos específicos e em processos previamente declarados 
sigilosos. Os casos possíveis de sigilo são: segurança nacional, 
investigações policiais e interesse superior do 
Estado/Administração Pública. 
 É dever do servidor público oferecer sempre a verdade, mesmo 
que ela tenha uma “notícia ruim” para o interessado ou para a 
própria administração pública! 
 
Continuemos: 
 
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IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo 
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. 
Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou 
indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, 
causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas 
uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a 
todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, 
seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de 
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, 
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie 
de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude 
contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente gravedano moral aos usuários dos serviços públicos. 
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens 
legais de seus superiores, velando atentamente por seu 
cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os 
repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às 
vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência 
no desempenho da função pública. 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local 
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que 
quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a 
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada 
concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois 
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sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento 
e o engrandecimento da Nação. 
 
Essa última parte das regras deontológicas é mais simples, 
reforçando apenas alguns aspectos gerais, destacando-se: 
 O servidor deve buscar a eficiência para que não haja espera 
dos cidadãos sobre uma solução, sob pena de verdadeiro dano 
moral aos usuários do serviço público. 
 É fundamental o respeito à legalidade e à hierarquia. 
 O servidor atenta contra a moral pela falta injustificada ao 
trabalho. Não se trata de simples afronta as regras, mas 
verdadeira desmoralização do serviço público - o que não deve 
acontecer. 
Vamos agora estudar os principais deveres do servidor público que 
derivam das regras deotológicas já apresentadas: 
 
Seção II 
Dos Principais Deveres do Servidor Público 
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, 
função ou emprego público de que seja titular; 
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e 
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver 
situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de 
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qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo 
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano 
moral ao usuário; 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a 
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver 
diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem 
comum; 
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, 
condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da 
coletividade a seu cargo; 
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços 
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; 
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por 
princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos 
serviços públicos; 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, 
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os 
usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito 
ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, 
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de 
causar-lhes dano moral; 
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de 
representar contra qualquer comprometimento indevido da 
estrutura em que se funda o Poder Estatal; 
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, 
de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer 
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favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações 
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; 
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências 
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; 
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que 
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo 
negativamente em todo o sistema; 
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e 
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as 
providências cabíveis; 
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, 
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e 
distribuição; 
o) participar dos movimentos e estudos que se 
relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por 
escopo a realização do bem comum; 
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas 
ao exercício da função; 
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de 
serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas 
funções; 
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as 
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto 
quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo 
sempre em boa ordem. 
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s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por 
quem de direito; 
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas 
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo 
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço 
público e dos jurisdicionados administrativos; 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, 
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, 
mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo 
qualquer violação expressa à lei; 
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua 
classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu 
integral cumprimento. 
 
Vou reforçar para vocês os principais pontos, que me parecem mais 
relevantes para a prova sobre os principais deveres do servidor público civil do 
poder executivo federal: 
 Sempre que houver duas opções disponíveis, todas dentro da 
legalidade, é fundamental que se escolha por aquela que 
melhor atenderia o bem comum. 
 Prestações de contas devem ser oferecidas sempre no prazo, 
sem qualquer tido de atraso ou “enrolação”. 
 É fundamental que se busque dar atenção e estar disponível 
para as pessoas no serviço, visando o bom trabalho. Ainda 
assim, é preciso ter em conta que pessoas são diferentes e que 
essas diferenças devem ser respeitadas sem preconceito e com 
esforço para que se faça compreender adequadamente. 
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 É preciso respeitar as ordens do superior hierárquico, desde 
que dentro da legalidade e da finalidade devida. Caso esta não 
seja a realidade, é preciso ter coragem para representar contra 
os superiores que dão ordens ilegais ou imorais. 
 Eventual pressão emanada do superior, ou de qualquer outra 
pessoa, para obtenção de favores, vantagens ou benesses 
indevidas por conta de ilagalidade, imoralidade ou aética, deve 
ser resistida fortemente pelo servidor. Além disso, deve ter 
força para denunciá-las. 
 Caso o servidor saiba de qualquer ato ou fato contrário ao 
interesse público, DEVE comunicar ao seu superior e EXIGIRprovidências. 
 O servidor tem OBRIGAÇÃO moral de manter limpo e 
organizado o seu local de trabalho. 
 O servidor tem OBRIGAÇÃO de participar de movimentos e 
estudos para melhoria do trabalho. 
 As roupas utilizadas não são mera escolha do servidor. Elas 
devem ser adequadas ao que se espera para aquele ambiente 
profissional. 
 É dever do servidor buscar atualizar-se sempre quanto às 
normas e leis que regem o seu trabalho, não havendo espaço 
para simplesmente se dizer que não conhecia uma regra porque 
esta nunca lhe foi apresentada. É seu dever buscar esta 
atualização. 
 O servidor não só não pode dificultar a fiscalização do seu 
trabalho, como ela deve ser facilitada! 
 Os poderes que o servidor tem como consequência do cargo 
devem ser exercidos com moderação, nunca devendo ser 
exercidos quando estiverem contrários aos interesses 
LEGÍTIMOS dos usuários e administrados. 
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 Caso a finalidade de uma ação não seja a pública, o servidor 
não deve exercer sua função! 
 É dever do servidor também divulgar o Código de Ética. 
 
Agora vamos estudar quais as vedações ao servidor público, também 
derivadas das regras deontológicas: 
 
 
Seção III 
Das Vedações ao Servidor Público 
XV - E vedado ao servidor público; 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, 
tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, 
para si ou para outrem; 
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros 
servidores ou de cidadãos que deles dependam; 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, 
conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código 
de Ética de sua profissão; 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o 
exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe 
dano moral ou material; 
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e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao 
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu 
mister; 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, 
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no 
trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com 
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber 
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, 
doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou 
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para 
influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva 
encaminhar para providências; 
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do 
atendimento em serviços públicos; 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse 
particular; 
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente 
autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao 
patrimônio público; 
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no 
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, 
de amigos ou de terceiros; 
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele 
habitualmente; 
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o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente 
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu 
nome a empreendimentos de cunho duvidoso. 
 
A lista de proibições, como você já viu, é mais expressiva e direta 
que as demais. Vou reforçar aquilo que vejo como mais importante, em outras 
palavras. É uma boa fonte de revisão: 
 O cargo e a função pública não podem nunca ser utilizados para 
favorecer uma pessoa sobre as demais, nem o próprio servidor, 
nem terceiros. 
 Prejudicar a reputação de qualquer pessoa não será aceito. 
 Não se pode ser conivente com infrações éticas por nenhuma 
razão, nem mesmo por amizade e solidariedade aos colegas. 
Caso haja desvios, é fundamental que se denuncie. 
 Se você conhecer técnicas que melhorem seu trabalho, é 
obrigação utilizá-las. 
 Relações pessoais de amizade, inimizade, etc. não podem 
interferir nos relacionamentos profissionais de forma nenhuma. 
 Pedir ou receber qualquer tipo de benefício em troca do seu 
trabalho é uma infração. O mesmo vale se o benefício for 
pedido ou recebido por qualquer outra pessoa em troca do seu 
trabalho! 
 Alterar ou deturpar documentos, além de iludir pessoas, não 
serão comportamentos aceitos. 
 É proibido usar servidor para atender interesse que não seja o 
público! 
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 Retirar qualquer documento ou propriedade do Poder Público de 
suas instalações, sem autorização legal, é infração. Assim, nada 
de levar pastas e documentos do trabalho para terminar em 
casa sem autorização expressa do chefe, ok!? =) 
 Se você sabe de algo em virtude exclusiva do trabalho, não 
pode utilizar esta informação para ter vantagem para você ou 
qualquer outra pessoa. 
 Ir trabalhar bêbado é proibido. Além disso, é proibido estar 
bêbado habitualmente mesmo fora do horário do serviço. 
 Estar de acordo e participar de instituições contra a moral, 
honestidade e dignidade da pessoa humana, mesmo que fora 
do horário de trabalho e sem nenhuma relação com o serviço, 
também é proibido. 
 Também não se pode estar ligado a atividades de trabalho 
aéticas ou empreendimentos “duvidosos”. 
 
Por fim, estudemos o que o Decreto diz sobre as comissões de ética a 
serem criadas em todos os órgãos pertinentes (Administração Pública Federal - 
Civil - Poder Executivo): 
 
CAPÍTULO II 
DAS COMISSÕES DE ÉTICA 
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em 
qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo 
poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, 
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do 
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servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio 
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou 
de procedimento susceptível de censura. 
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos 
organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos 
servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de 
instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão 
de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do 
respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com 
ciência do faltoso. 
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, 
entende-se por servidorpúblico todo aquele que, por força de lei, 
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza 
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição 
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer 
órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, 
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse 
do Estado. 
 
Algumas pessoas devem ter notado que faltam alguns itens acima. É 
porque vários foram revogados e não precisam ser estudados por nós. Vamos 
entender o que os que sobraram colocam sobre as comissões de ética: 
 Todos os órgãos/entidades devem criar Comissões de Ética. 
Lembrem-se, trata-se de locais onde haja servidores civis, 
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federais, do Poder Executivo. Além disso, qualquer entidade 
que esteja exercendo atribuições delegadas pelo Poder Público 
também devem possuir tais comissões. 
 Os “servidores públicos” passíveis de avaliação ética são todas 
as pessoas naturais que prestam serviço público ligado 
diretamente ou indiretamente ao Poder Estatal, nos mais 
diversos tipos de vínculos possíveis. 
 A Comissão de Ética é a estrutura que orienta e aconselha 
sobre ética profissional no órgão. É ela ainda que deve 
conhecer os casos concretos de violação ética pelos servidores, 
para análise sobre possível censura ética. 
 A punição aplicada pela Comissão de Ética é a censura ética, 
que deverá ser necessariamente fundamentado e assinado 
pelos membros da Comissão. Caso haja membro faltoso, ele 
deve ser notificado do que ocorreu. Uma vez feitos os registros 
sobre a conduta ética do servidor, a Comissão de Ética é quem 
envia esses registros para o setor responsável pela carreira do 
servidor, para que conste em seus assentamentos sua conduta, 
podendo influenciar a possibilidade de promoções e outros 
procedimentos a depender da carreira. 
 
 
 
 
 
 
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5. Governabilidade, Governança e Accountability (prestação 
de contas) 
O conceito de governança aplicado ao setor público geralmente é 
cobrado em questões de concurso em provas de administração pública e as 
questões geralmente cobram suas características em comparação com os 
conceitos de governabilidade e accountability, já que, sob diferentes 
perspectivas, os três conceitos encontram-se ligados entre si. 
Antes de entender o significado de governança corporativa, vamos 
ver o que significa governança na gestão pública de uma forma geral: 
O conceito de governança aparece de forma sistemática na 
literatura contemporânea. Nestas obras, este termo apresenta diversos 
conceitos. De forma geral, pode-se considerar que governança pode ser 
definida como a forma com que os recursos econômicos e sociais de um país 
são gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimento, sendo esta a 
visão apresentada pelo Banco Mundial, com a qual vários autores de 
administração pública concordam. É, em outras palavras a organização do 
Estado e o uso de ferramentas de gestão para a melhor gestão da máquina 
administrativa. 
A ascensão de valores neoliberais e esvaziamento das funções do 
Estado, como consequência da crise do seu papel de provedor de bem estar 
social são considerados forças propulsoras do movimento da Governança no 
setor público. Nessa linha, o Banco Mundial passou a impor práticas de 
governança para que países em crise pudessem captar recursos financeiros 
junto a ele. 
Uma boa governança pública está apoiada em quatro princípios: 
relações éticas, conformidade, transparência do setor público, e uma 
efetiva prestação de contas. 
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A existência de relações éticas permite que as ações tomadas pelos 
governos sejam tidas de interesse da própria sociedade, e não de grupos 
organizados para se beneficiar do poder do Estado. 
A conformidade do que é prometido com o que é cumprido, assim 
como daquilo que está previsto em leis e regulamentos com o que é 
efetivamente executado pela administração pública, reforça a legitimidade 
necessária no uso dos recursos públicos, reforçando a governabilidade. 
Transparência e prestação de contas são dois conceitos 
intimamente ligados, e constituem base para que a existência de relações 
éticas e a conformidade sejam comunicadas ao cidadão, conceito que evoluiu e 
passou a constituir o accountability, que veremos mais à diante. 
O uso de práticas de governança no setor público exige que todas as 
organizações públicas sejam transparentes e responsáveis por suas atividades, 
tendo o dever de prestar conta de tudo que fazem, para que o cidadão possa 
saber se os recursos públicos estão sendo empregados corretamente e que 
finalidades estão sendo alcançadas com eles. O que se obtêm pela 
transparência e prestação de contas é o efetivo controle da administração 
pública pela população. 
A aplicação de práticas de governança no setor público favorece o 
processo de desenvolvimento econômico e democrático dos países, uma vez 
que seus princípios dão ao cidadão comum a possibilidade de participar e 
influenciar nos processos de tomada de decisão pública, o que finda por tornar 
mais democráticas e representativas as relações entre o Estado e sua 
população. 
O conceito de governança corporativa aplicado ao setor público, 
por sua vez, é oriundo das teorias gerenciais da administração privada, 
acentuando a necessidade de eficácia e responsabilização dos gestores 
para a prestação de contas (mais uma vez, aproxima-se do accountability). 
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A governança corporativa diz respeito, essencialmente, a como as 
corporações são administradas, e é perfeitamente aplicável ao setor público. A 
necessidade de prestação de contas da administração pública traz latente o 
fato de que a responsabilização não pode esperar investigações, devendo 
haver medidas para coibir o comportamento não ético dos agentes públicos em 
geral. 
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define este 
conceito da seguinte forma: 
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as 
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, 
envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho 
de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas 
práticas de governança corporativa convertem princípios em 
recomendações objetivas, alinhando interesses com a 
finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, 
facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua 
longevidade. 
 
Em sua essência, a governança corporativa busca separar a 
propriedade da organização de sua gestão, permitindo uma gestão 
profissionalizada e que busca o sucesso da organização no longo prazo, 
buscando atender às demandas das suas várias partes interessadas, não 
apenas dos acionistas. 
Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa 
doIBGC, os princípios básicos da Governança Corporativa são: 
 Transparência (desejo de disponibilizar informações para as 
partes interessadas); 
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 Equidade (tratamento justo às partes interessadas); 
 Prestação de Contas (trata-se de assumir as consequências dos 
atos e omissões do gestor, conceito associado ao 
accountability); 
 Responsabilidade corporativa (os negócios e operações da 
organização devem incorporar aspectos de ordem social e 
ambiental, zelando pela sustentabilidade organizacional no 
longo prazo). 
Você deve ter em mente que estes princípios são aplicáveis às 
organizações públicas! 
Para que a boa governança possa ser utilizada nas organizações e 
para que ela possa efetivamente separar a propriedade da gestão, é de grande 
importância a existência de um conselho de administração. Os seus membros 
são indicados pelos proprietários da organização e buscam agir como um elo 
entre a propriedade e a gestão, decidindo em prol da organização e da 
totalidade das partes interessadas. Neste sentido, é possível dizer que ele é o 
principal componente do sistema de governança de uma organização, sendo o 
guardião do objeto social e do sistema de governança corporativa. 
Matias-Pereira (2010), cita Marques (2005), reforçando que a boa 
governança corporativa, seja no setor público ou privado, exige: 
 Clara identificação e articulação das definições de 
responsabilidade; 
 Uma compreensão real do relacionamento entre as partes 
interessadas da organização e sua estrutura de administrar os 
recursos e entregar os resultados; 
 Suporte para a administração, particularmente de alto nível. 
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Note que, em todos os três itens apresentados como exigências para 
uma boa governança corporativa, fica clara a necessidade de uma estrutura 
organizacional adequada para as definições de responsabilidade, para o 
relacionamento entre os stakeholders (partes interessadas), para alcance dos 
resultados e para a administração profissional de nível estratégico. 
O mesmo autor, ao discutir a importância da prestação de contas 
para o conceito de governança corporativa no setor público, aponta que a 
governança do setor público é constituída pelos seguintes elementos: 
(1) responsabilidade em atender a sociedade; 
(2) supervisão; 
(3) controle; e 
(4) assistência social. 
 
Aquele mesmo autor informa que os fatores essenciais que 
contribuem para uma governança corporativa sólida são: 
1. Estrutura administrativa; 
2. Ambiente administrativo; 
3. Administração de risco; 
4. Conformidade e complacência; 
5. Monitoramento e avaliação de desempenho; 
6. Responsabilidade em prestar contas; 
7. Conformidade versus desempenho. 
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Agora que vocês já aprenderam sobre governança e governança 
corporativa no setor público, gostaria de fazer uma breve revisão sobre o que 
é governabilidade e accountability. Vocês vão ver que, indiretamente, já 
tratamos deles quando falamos de governança: 
• Governabilidade é a capacidade política de governar. Trata-se da 
capacidade política de governar derivada da legitimidade exercida pelo 
governo e do grau de exercício da autoridade política para fazer-acontecer as 
decisões. São as condições sistêmicas que possibilitam o poder a um 
determinado governo perante sua sociedade. Está associada portanto à 
capacidade de um governo reunir em torno de suas ações os vários interesses 
de diferentes membros da sociedade que, a princípio, possuem interesses 
conflitantes. Note que a governança é um instrumento/meio/forma através da 
qual o governo exerce sua governabilidade. 
• Accountability é um termo ligado à 
responsabilização/prestação de contas e controle dos gestores públicos e 
suas decisões. É um termo associado à transparência e às prestações de 
contas dos gestores perante diferentes públicos. Os principais tipos de 
accountability mencionados na literatura e cobrados em prova são: 
 Accountability vertical: quando ocorre perante a população, 
principalmente por meio do voto em eleições ou da 
transparência da gestão e suas dimensões de esforço e 
resultado, pressupondo o controle por desiguais; 
 Accountability horizontal: quando ocorre entre órgãos ou 
Poderes, seja pelo sistema de freios e contrapesos ou por 
meio de tribunais de contas, controladorias e órgãos de 
fiscalização, que acompanham e responsabilizam os gestores 
públicos, tendo autonomia para tal 
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 Accountability Social (ou societal): está ligado às 
associações de cidadãos, imprensa ou mecanismos 
institucionais representativos de interesses sociais, como o 
Ministério Público. Pode ser considerado um tipo de 
accountability vertical. 
 Accountability Fiscal: não é dos mais mencionados, mas já vi 
em prova. É voltado para a fiscalização dos recursos financeiros 
gerenciado pelos organismos internacionais, pelos Estados que 
lá colocaram os seus recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Estado, Governo e Administração Pública. 
Muitas pessoas usam erroneamente os termos Governo, Estado e 
Administração Pública como sinônimos, apesar de haver claras diferenças entre 
os seus conceitos básicos. Seu Edital não falou em "estado", mas é importante 
conhecermos também como ele se encaixa nessa discussão! 
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Existem diferentes definições para Estado. De forma mais ampla, com 
foco em concursos, podemos definir Estado como uma pessoa jurídica de 
direito público interno (e também internacional), detendo soberania interna e 
externa sobre um determinado território. De modo similar, trata-se de uma 
nação politicamente organizada em torno de um território soberano. Um ponto 
marcante sobre o Estado em sua acepção moderna, é que cabe apenas a ele o 
uso do poder político, ou seja, das leis para coagir as pessoas a agirem 
conforme se espera. Em outras palavras, é só o Estado quem pode impor o 
cumprimento de leis, normas e regulamentos para a população através da 
ameaça de punições no caso de descumprimento. 
A doutrina costuma afirmar que o Estado moderno deve possuir os 
seguintes elementos: povo, território e governo soberano. Em vez de “governo 
soberano” é possível se falar em dois elementos: poder e soberania. Apesar 
disso, já existe grande discussão doutrinária para a qual o requisito da 
soberania deve ser retirado. Na verdade, a soberania já serviu como discurso 
para o desrespeito a direitos humanos fundamentais. Hoje em dia, tratados 
internacionais sobre direitos humanos já são aceitos como normas 
suplementares à constituição (como no Brasil), por isso a soberania fica 
relativizada. Além disso,a globalização, ao possibilitar aos Estados nacionais a 
criação de blocos supranacionais para representá-los em aspectos tais como 
assuntos militares (OTAN), econômicos (ALCA), etc., também abrem mão de 
sua soberania em prol destes organismos. 
Agora que já entendemos os aspectos mais essenciais sobre o 
Estado, vamos estudar o Governo: 
O Governo pode ser definido como a condução política dos negócios 
públicos, sendo uma expressão política de comando, iniciativa, fixação dos 
objetivos do Estado e manutenção da ordem jurídica vigente. Trata ainda da 
condução das políticas públicas, das diretrizes para construção do país, etc. Em 
outras palavras, o Governo é o modo pelo qual o Estado é administrado. 
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Assim como nos casos anteriores, a “Administração Pública” também 
pode ser definida sob diferentes perspectivas. Em sentido formal, ela é o 
conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos definidos pelo 
Governo. Em sentido material, ela é o conjunto das funções necessárias à 
prestação dos serviços públicos. Em sua acepção operacional, ela é o 
desempenho permanente dos serviços do Estado para si ou para o 
atendimento das necessidades da sociedade. A Administração Pública é, então, 
todo o aparelhamento do Estado voltado para a satisfação das necessidades 
coletivas. 
Comparando a atuação do Estado, Governo e da Administração 
Pública, é possível perceber que o Estado é a pessoa jurídica duradoura e 
soberana, que possui um governo e uma administração pública. O governo, 
por sua vez, é responsável por orientar politicamente o caminho a ser 
percorrido pela administração pública, que nada mais é do que uma atividade 
neutra, normalmente vinculada à técnica ou às leis, que implementa as 
decisões políticas tomadas pelo governo em relação ao Estado nacional. 
Diferentemente do Governo, a Administração Pública não pratica atos 
de governo, mas sim atos de execução que podem possuir maior ou menor 
autonomia funcional, mas que devem estar sempre em consonância com os 
atos de governo. Enquanto os atos de governo representam a vontade política 
do governante, os atos de execução da administração representam a execução 
técnico-administrativa das atividades inerentes ao Estado. Exemplos típicos de 
atos de governo (também chamados de atos de soberania), são a declaração 
de guerra e a celebração da paz entre Estados. Já atos administrativos são 
corriqueiros no dia-a-dia da Administração, tendo como exemplos a emissão 
de autorizações e licenças para que particulares possam exercer determinadas 
atividades, e a contratação de empresas das mais diversas naturezas para 
fornecer produtos e serviços à Administração Pública. 
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Conclui-se que, apesar de serem utilizados indiscriminadamente 
como sinônimos, os termos Estado, Governo e Administração Pública 
representam conceitos muito diferentes. No que diz respeito aos atos típicos do 
Governo e da Administração, eles possuem diferentes naturezas, os primeiros 
mais ligados às decisões políticas e os segundos às decisões técnico-jurídicas 
da própria Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Convergências e diferenças entre gestão pública e 
privada. 
Gestão pública e privada são diferentes entre si. Claramente, 
enquanto a boa gestão pública busca o bem social, a gestão privada trabalha a 
organização para maximizar o lucro. Apesar disso, muitas ferramentas 
modernas de administração podem ser utilizadas pela gestão em ambos os 
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contextos. O que se verifica é que há não só divergências, como também 
convergências entre a gestão pública e a privada. 
Infelizmente não há uma lista única de pontos de convergência e 
divergência que seja amplamente aceita, mas podemos estudar os elementos 
que mais se destacam no estudo desse assunto. 
Tendo isso em mente, verifica-se que as principais convergências 
entre a gestão pública e a privada são: 
 Ambas se utilizam de técnicas modernas da administração; 
 Ambas devem se preocupar com a satisfação das necessidades 
dos seus respectivos clientes - que são diferentes em cada um 
dos casos; 
 Ambas possuem ambientes interno e externo que influenciam 
no comportamento da organização; 
 Ambas devem se preocupar com a produtividade, eficiência, 
eficácia e efetividade de suas ações (entre outros); 
 
O que se percebe também é que as teorias organizacionais são 
aplicáveis a ambas, sendo necessário, em alguns casos, uma certa adaptação 
devido às diferenças existentes entre uma e outra. As diferenças mais 
marcantes entre as duas gestões são 1) a lógica não-lucrativa do Poder 
Público; 2) a legalidade aplicada ao setor público é diferente daquela do setor 
privado, já que ao agente público só é permitido fazer o que está previsto em 
Lei, enquanto ao privado é permitido fazer tudo que não é proibido por Lei; 3) 
o cliente do setor privado paga por cada produto/serviço que compra, 
enquanto o cidadão contribui com o pagamento de tributos para a prestação 
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do serviço público, independente de desejar fazê-lo ou de utilizar o serviço 
prestado. 
Além disso, como estamos estudando para um concurso público, 
devem ser destacadas as principais diferenças segundo proposto pelo 
Instrumento de Avaliação da Gestão Pública - Ciclo 2010, do Gespública: 
a) Enquanto as organizações do mercado são conduzidas pela 
autonomia da vontade privada, as organizações públicas são 
regidas pela supremacia do interesse público e pela obrigação da 
continuidade da prestação do serviço público. 
b) O controle social é requisito essencial para a administração pública 
contemporânea em regimes democráticos, o que implica em 
garantia de transparência de suas ações e atos e na 
institucionalização de canais de participação social, enquanto as 
organizações privadas estão fortemente orientadas para a 
preservação e proteção dos interesses corporativos. 
c) A administração pública não pode fazer acepção de pessoas, deve 
tratar a todos igualmente e com qualidade. O tratamento 
diferenciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. Por 
outro lado, as organizações privadas utilizam estratégias de 
segmentação de “mercado”, estabelecendo diferenciais de 
tratamento para clientes preferenciais. 
d) As organizações privadas buscam o lucro financeiro e formas de 
garantir a sustentabilidade do negócio. A administração pública 
busca gerar valor para a sociedade e formas de garantir o 
desenvolvimento sustentável, sem perder de vista a obrigação de 
utilizar os recursos de forma eficiente. 
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e) A atividade pública é financiada

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