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LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019) Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, SERVIDOR OU NÃO, que, no exercício de suas funções ou A PRETEXTO DE EXERCÊ-LAS, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a FINALIDADE ESPECÍFICA de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas NÃO CONFIGURA abuso de autoridade. ✓ Natureza Jurídica – Excludente de Tipicidade – O art. 2º, §2º excluirá a tipicidade do crime, especificamente no dolo do agente. (GRECO, Rogério; CUNHA, Rogério Sanches, Abuso de Autoridade – Lei 13.869/19 , 1ª Ed., Editora JusPodivm, 2019, p. 19) CAPÍTULO II DOS SUJEITOS DO CRIME Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, SERVIDOR OU NÃO, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, COMPREENDENDO, MAS NÃO SE LIMITANDO A: I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II - membros do Poder Legislativo; III - membros do Poder Executivo; IV - membros do Poder Judiciário; V - membros do Ministério Público; VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, AINDA QUE TRANSITORIAMENTE OU SEM REMUNERAÇÃO, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo. SUJEITO ATIVO PRÓPRIO – Os crimes de abuso de autoridade são classificados como crimes funcionais, uma vez que são praticados por autoridade pública e dentre os bens jurídicos protegidos temos o regular funcionamento da administração pública. Rol Exemplificativo – Conforme expressamente previsto no dispositivo, TRATA-SE DE UM ROL EXEMPLIFICATIVO, no qual o legislador elencou algumas autoridades que poderão praticar o crime de abuso de autoridade. Informativo 579 - Defensor Dativo é equiparado a funcionário público para fins penais. "O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça Pública, ENQUADRA-SE NO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS. AUTORIDADES DE FÉRIAS, DE LICENÇA E FORA DA FUNÇÃO – Nesses casos, a autoridade poderá sim praticar crime de abuso de autoridade, uma vez que as férias e a licença não extinguem o vínculo funcional com a administração pública. AUTORIDADE PÚBLICA APOSENTADO, DEMITIDO OU EXONERADO – A autoridade pública que esteja aposentada, demitida ou EXONERADA NÃO PODERÃO PRATICAR, SOZINHOS, CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE, uma vez que não há mais vínculo funcional. CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE PRATICADO POR PARTICULAR – É possível que o particular pratique o crime de abuso de autoridade, DESDE QUE ESTEJA M CONCURSO COM UMA AUTORIDADE. No concurso de pessoas, conforme a regra exposta no art. 30 do Código Penal, a qualidade de autoridade é elementar do tipo e como tal se comunica aos demais coautores ou partícipes. Assim, é possível que um particular pratique o deito de abuso de autoridade em concurso de pessoas com autoridade pública. Para isso, é necessário que: • O particular atue como partícipe ou coautor; • O particular saiba da condição da autoridade pública. • O particular pratique, em concurso, uma das condutas previstas na lei 13.869 de 2019. Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública INCONDICIONADA. Art. 3º (...) § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública NÃO FOR INTENTADA NO PRAZO LEGAL, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. § 2º A ação privada subsidiária SERÁ EXERCIDA NO PRAZO DE 6 (SEIS) MESES, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. CAPÍTULO IV DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ARTIGO 4º – DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO – Art. 4º São efeitos da condenação: I - TORNAR CERTA A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; II - a INABILITAÇÃO para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; III - a PERDA do cargo, do mandato ou da função pública. Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo ser declarados motivadamente na sentença. ART. 4º, INCISO I – OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR O DANO CAUSADO PELO CRIME – ✓ Trata-se de um efeito automático; ✓ Trata-se de um efeito não condicionado à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade; ART. 4º, INCISO II - A INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE CARGO, MANDATO OU FUNÇÃO PÚBLICA, PELO PERÍODO DE 1 (UM) A 5 (CINCO) ANOS; ✓ Trata-se de um efeito NÃO automático; ✓ Trata-se de um efeito condicionado à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade; ✓ Trata-se de efeito secundário, extrapenal, específico e não automático. ART. 4º, INCISO III - A PERDA DO CARGO, DO MANDATO OU DA FUNÇÃO PÚBLICA – ✓ Trata-se de um efeito NÃO automático; ✓ Trata-se de um efeito condicionado à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade; ✓ Trata-se de efeito secundário, extrapenal, específico e não automático. Reincidência Específica – Conforme o Parágrafo único do Art. 4º, os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade. Não é obrigatório que seja no mesmo tipo penal (art. 12 x Art. 12), podendo ser qualquer crime da nova lei de Abuso (Art. 10 e Art. 14, por exemplo). SEÇÃO II DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ARTIGO 5º – DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS – Art. 5º As penas restritivas de direitos SUBSTITUTIVAS das privativas de liberdade previstas nesta Lei são: I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, PELO PRAZO DE 1 (UM) A 6 (SEIS) MESES, COM a perda dos vencimentos e das vantagens; III - (VETADO). Parágrafo único. As penas restritivas de direitos PODEM ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES – ✓ As PRDs são substitutivas das privativas de liberdade; ✓ As PRDs podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente (PRD + PRD) ✓ Não poderão ser aplicadas cumulativamente com PPL; ✓ O rol de PRDs na nova lei de abuso é taxativo, isto é, apenas aquelas dos incisos I e II. ✓ Não se confunde (é diferente) com os efeitos da condenação do art. 4º. ✓ Requisitos para substituição – Como a nova lei de abuso não trouxe os requisitos para que haja a substituição, a regra que devemos seguir é aquela do art. 44 do CP. Vejamos: Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu nãofor reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. ROL TAXATIVO – O Código Penal dispõe, em seu artigo 43, de várias penas restritivas de direitos. Vejamos: Penas restritivas de direitos Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art43 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art43 Como podemos perceber, a nova Lei de Abuso de Autoridade traz apenas duas espécies, quais sejam, 1. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; 2. Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens (interdição temporária de direitos) EFEITOS DA CONDENAÇÃO (ART. 4º, II) PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (ART. 5º, II) INABILITAÇÃO PARA EXERCÍCIO CARGO SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO Art. 4º São efeitos da condenação: II - a INABILITAÇÃO para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; Art. 5º, II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, PELO PRAZO DE 1 (UM) A 6 (SEIS) MESES, COM a perda dos vencimentos e das vantagens; Ocorre a extinção do vínculo funcional Mantém o vínculo funcional Proibição de ocupar cargo público Suspensão do exercício do cargo público Inabilitação – Pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; Suspensão – pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses; Depende de reincidência específica em crime de abuso de autoridade. Vedado aplicar ao reincidente EFEITOS DA CONDENAÇÃO (ART. 4º) PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (ART. 5º) ESPÉCIES I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, (...) ; II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens; NATUREZA - Por se tratar de um efeito da condenação, será aplicada de forma simultânea [cumulativa] com a Pena Privativa de Liberdade! Não irão substituir a Pena Privativa de Liberdade! Por se tratar penas restritivas de direitos, elas irão [obrigatoriamente] substituir as privativas de liberdade. É vedada [Proibida] a aplicação simultânea de Pena Privativa de Liberdade com Penas Restritivas de Direitos. É permitida a aplicação simultânea [cumulada] de duas Penas Restritivas de Direitos. OBSERVAÇÕES Art. 4º, I - Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime [...] ✓ É efeito secundário extrapenal e automático da condenação. ✓ Não depende de reincidência em crime de abuso. ✓ Não é classificado com Penas Restritivas de Direitos. ✓ Aplicado de forma simultânea [cumulada] com a Pena Privativa de Liberdade! Art. 4º, II e III – A inabilitação e a perda do cargo [...] ✓ É efeito secundário extrapenal da condenação. ✓ Trata-se de efeito NÃO AUTOMÁTICO, devendo ser declarado motivadamente na sentença ✓ Depende de reincidência em crime de abuso. ✓ Não é classificado com Penas Restritivas de Direitos. ✓ Aplicado de forma simultânea [cumulada] com a Pena Privativa de Liberdade! Art. 4º, I e II – A prestação de serviços à comunidade e a suspensão [ ...] ✓ É efeito primário [principal] da condenação – É classificado com Penas Restritivas de Direitos. ✓ Depende do preenchimento dos requisitos do art. 44 do Código Penal. ✓ A lei de abuso de autoridade somente prevê essas duas formas de PRDs (Rol taxativo). ✓ É vedado aplicar ao reincidente em crime de abuso. ✓ É vedado aplicar de forma simultânea [cumulada] com a PPL. ✓ É permitida a aplicação simultânea [cumulada] de duas Penas Restritivas de Direitos. CAPÍTULO V DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas INDEPENDENTEMENTE das SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL OU ADMINISTRATIVA CABÍVEIS. Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração. Art. 7º As responsabili6dades civil e administrativa SÃO INDEPENDENTES da criminal, NÃO SE podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal. Art. 8º FAZ COISA JULGADA em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Princípio da independência das Instâncias – Um mesmo ato irregular pode configurar ilícito penal, administrativo e civil. Cada ato irregular será julgado na respectiva instância, ou seja, preserva-se a independência das instâncias civil, administrativa e penal. A regra é que as instâncias são, de fato, independentes. No entanto a sentença penal irá vincular as esferas civil e administrativa quando ocorrer uma das seguintes hipóteses a seguir: fato inexistente ou negativa de autoria. CAPÍTULO VI DOS CRIMES E DAS PENAS CLASSIFICAÇÃO GERAL – ✓ Sujeito passivo – Crime de dupla subjetividade passiva – Temos dois sujeitos passivos: Estado e a pessoa física. Assim, temos: ✓ Bem Jurídico Protegido – Crime Pluriofensivo – Cada um dos tipos penais protege um bem jurídico previsto na Constituição Federal de 1988, ou seja, os direitos e garantias fundamentais. Dentre eles, temos: regular funcionamento da administração pública; administração pública em sentido amplo, honra da pessoa; patrimônio; integridade Física; liberdade de Locomoção etc. ✓ Elemento Subjetivo – Crime doloso! Dolo com fim específico! Não sendo punido na forma culposa. ✓ Ação Penal – Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada. ✓ Pena Privativa de liberdade – ▪ Todos os crimes de abuso de autoridade são punidos com detenção. ▪ Não há na lei de abuso nenhum crime punido com reclusão. ✓ Pena de multa – ▪ Todos os crimes da Lei nova lei de abuso são punidos cumulativamente com pena de multa. Ou seja, além da pena privativa de liberdade, temos a previsão da multa. ✓ Quantidade da Pena – A nova lei de abuso de autoridade previu dois patamares de pena: ▪ Detenção de 6 meses a 2 anos, e multa; ▪ Detenção de 1 ano a 4 anos, e multa. ▪ Art. 15 – Violência Institucional – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. ✓ Causas de aumento e diminuição de pena – ▪ Art. 15 – Violência Institucional – Dtenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. DOS CRIMES EM ESPÉCIE – Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.SUJEITO ATIVO – O sujeito ativo do art. 9º., “caput”, da Lei de Abuso de Autoridade, diferentemente do parágrafo único, não alcança somente autoridade judiciária. O verbo nuclear “decretar” tem o sentido de determinar, decidir e ordenar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais. PRIVAÇÃO DA LIBERDADE VÍTIMA: ADULTO [ MAIOR DE 18 ANOS] VÍTIMA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE [MENOR DE 18 ANOS] LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível. Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção de seis meses a dois anos. ARTIGO 9º PARÁGRAFO ÚNICO – Art. 9º (...) Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, DENTRO DE PRAZO RAZOÁVEL, deixar de: I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível. ARTIGO 10 – DECRETAÇÃO DE CONDUÇÃO COERCITIVA DE TESTEMUNHA OU INVESTIGADO – Art. 10. Decretar a condução coercitiva de TESTEMUNHA OU INVESTIGADO manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa . Sujeito Passivo – De acordo com o dispositivo legal, o sujeito passivo direto, imediato e eventual é a testemunha ou investigado. Vale reforçar que o dispositivo não abrange como sujeitos passivos: 1. Acusado – 2. Ofendido (art. 201, §1º do CPP) – 3. Perito (art. 278 do CPP) – Os investigados e réus não podem ser conduzidos coercitivamente à presença da autoridade policial ou judicial para serem interrogados. Outras hipóteses de condução coercitiva, mesmo de investigados ou réus para atos diversos do interrogatório, são possíveis, observando-se as formalidades legais ENUNCIADO #7 (art. 10) – A condução coercitiva pressupõe motivação e descumprimento de prévia notificação. Art. 12. Deixar INJUSTIFICADAMENTE de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no PRAZO LEGAL: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; II - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; III - deixa de entregar ao preso, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO) HORAS, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura IMEDIATAMENTE após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal. ARTIGO 12, CAPUT – NÃO COMUNICAÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE – ASSIM, TEMOS OS SEGUINTES PRAZOS: • Comunicação ao Juiz sobre a prisão em flagrante, dentro do prazo legal. • Encaminhamento em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão do auto de prisão em flagrante ao juiz competente. • Entrega da nota de culpa em até 24 (vinte e quatro) horas ao preso, mediante recibo. NÃO COMUNICAÇÃO DA PRIVAÇÃO DA LIBERDADE VÍTIMA: ADULTO [ MAIOR DE 18 ANOS] VÍTIMA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE [MENOR DE 18 ANOS] LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pena - detenção de seis meses a dois anos. PRAZOS NA NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE DEIXAR DE FAZER PREVISÃO LEGAL NO PRAZO RAZOÁVEL Art. 9º (...) Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, DENTRO DE PRAZO RAZOÁVEL, deixar de: I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível. NO PRAZO LEGAL Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no PRAZO LEGAL: IMEDIATAMENTE Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; II - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura IMEDIATAMENTE após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal. PRAZO DE 24 HORAS Art. 12, Parágrafo único, III - deixa de entregar ao preso, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO) HORAS, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; ARTIGO 13 – Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. Art. 13, inciso II – Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; CONSTRANGIMENTO DE PESSOA PRIVADA DE LIBERDADE VÍTIMA: ADULTO [ MAIOR DE 18 ANOS] VÍTIMA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE [MENOR DE 18 ANOS] LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE Art. 13, inciso II – Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 13, inciso III – Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. Crime de Tortura (Art. 1º, I, a) Crime de Abuso de Autoridade (Art. 13, III) Elemento Subjetivo Dolo com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. Dolo de constranger o preso ou o detento para produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. Meios de Execução Violência ou grave ameaça Violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência. Consumação Crime formal (com o fim de...) Crime material Natureza Equiparado a hediondo Não equiparado a hediondo Potencialidade Ofensiva Crime de máximo potencial ofensivo Crime de médio potencial ofensivo Fiança Não cabe Cabível pelo delegado de polícia. Pena Reclusão de 2 a 8 anos (sem multa) Detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. Institutos despenalizadores Não cabe Cabível suspensão condicional do processo (art. 89 - JECRIM) VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL Violência Institucional (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a vítima de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) § 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) LEI MARIA DA PENHA Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) § 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2 ARTIGO 16 – OMISSÃO NA IDENTIFICAÇÃO – Art. 16. DEIXAR DE IDENTIFICAR-SE ou IDENTIFICAR-SE FALSAMENTE ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO – INTERROGATÓRIO DE PRESO EM SEDE DE PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DE INFRAÇÃO PENAL – Perceba que, diferente do caput (no qual o momento era da captura, detenção ou prisão), aqui o crime ocorre durante o interrogatório de preso em sede de procedimento investigatório de infração penal, ou seja, não abrange: • Interrogatório judicial; • Interrogatório em Processo Administrativo Disciplinar; • Interrogatório de pessoa solta. ARTIGO 18 – INTERROGATÓRIO DURANTE O REPOUSO NOTURNO – Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa OBSERVAÇÕES – ✓ COMO REGRA, não será permitido não será permitido submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno; ✓ DE FORMA EXCEPCIONAL, SERÁ PERMITIDO QUANDO 1. Se capturado em flagrante delito – O ato de prisão em flagrante poderá ocorrer a qualquer e qualquer hora, pois estamos diante de um fato criminoso. 2. Se o preso, devidamente assistido, consentir em prestar declarações – Nesse caso, uma vez preenchidos os requisitos legais, mesmo que realizado em horário noturno, não haverá o crime de abuso de autoridade. Para que não haja o crime em análise são necessários dois requisitos: • Preso devidamente assistido por seu advogado ou defensor público. • Se consentir em prestar declarações, ou seja, mesmo que na devida presença do defensor, se não optar por ser interrogado, esse direito deverá ser respeitado, sob pena de incorrer em crime. 3. CONCEITO DE HORÁRIO NOTURNO – Adota-se como conceito de horário noturno aquele compreendido entre 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas), previsto no art. 22, §1º, III. 4. INTERROGATÓRIO REALIZADO NO FIM DE SEMANA E/OU FERIADO – O texto legal traz a restrição quanto ao horário, nada dispondo sobre dias da semana. Desta forma, é perfeitamente possível a realização durante o fim de semana ou feriado, desde que respeite a regra disposta no dispositivo legal. 5. INTERROGATÓRIO INICIADO ANTES DO PERÍODO DE REPOUSO NOTURNO (ENTRE 21H E ANTES DAS 5H) – Se o interrogatório for iniciado antes das 21h, mas se prologando por após o período, ele deverá ser suspenso e retomado no dia seguinte. ENUNCIADO #12 (art. 18) Ressalvadas as hipóteses de prisão em flagrante e concordância do interrogado devidamente assistido, o interrogatório extrajudicial do preso iniciado antes, nãopode adentrar o período de repouso noturno, devendo ser o ato encerrado e, se necessário, complementado no dia seguinte. ARTIGO 20 – Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência. Lei de Abuso de Autoridade Estatuto da Ordem dos Advogados Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: Art. 7º, III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) ARTIGO 21 – INOBESERVÂNCIA DA SEPARAÇÃO DE PRESOS – Art. 21. Manter presos de AMBOS OS SEXOS na mesma cela ou espaço de confinamento: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, CRIANÇA OU ADOLESCENTE NA COMPANHIA DE MAIOR DE IDADE OU EM AMBIENTE INADEQUADO, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art43. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art43. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art43. observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). ENUNCIADO #13 (art. 21) A violação à regra de separação de custodiados, acompanhada de sofrimento físico ou mental do preso, conforme as circunstâncias do caso, não tipifica o crime do art. 21 da Lei de Abuso de Autoridade, mas o delito de tortura (art. 1º, caput, inciso I, da Lei nº 9.455/97), infração penal equiparada a hediondo, sofrendo os consectários da Lei 8.072/1990. ARTIGO 22 – VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO POR AUTORIDADE PÚBLICA – Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, SEM DETERMINAÇÃO JUDICIAL OU FORA DAS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS EM LEI: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem: I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; II - (VETADO); III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). § 2º NÃO HAVERÁ CRIME se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. EXCLUDENTES DE ILICITUDE – Art. 22 – § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. O art. 22, §2º, reproduziu o texto constitucional, trazendo hipóteses que não configuram crime de abuso de autoridade. Essas hipóteses têm natureza jurídica de excludente de ilicitude, pois a lei usa a expressão “não há crime”. Portanto, temos, como forma de excludente, o estrito cumprimento do dever legal. Nesse casos, não importa o horário, se dia é dia ou noite. POLICIAIS DEVEM GRAVAR AUTORIZAÇÃO DE MORADOR PARA ENTRADA NA RESIDÊNCIA, DECIDE SEXTA TURMA Em julgamento realizado nesta terça-feira (2), a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os agentes policiais, caso precisem entrar em uma residência para investigar a ocorrência de crime e não tenham mandado judicial, devem registrar a autorização do morador em vídeo e áudio, como forma de não deixar dúvidas sobre o seu consentimento. A permissão para o ingresso dos policiais no imóvel também deve ser registrada, sempre que possível, por escrito. AO FIRMAR O PRECEDENTE, A SEXTA TURMA ESTABELECEU CINCO TESES CENTRAIS: 1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-se, em termos de standard probatório para ingresso no domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência de fundadas razões (justa causa), aferidas de modo objetivo e devidamente justificadas, de maneira a indicar que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito. 2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se encontra a droga. Apenas será permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir que do atraso decorrente da obtenção de mandado judicial se possa, objetiva e concretamente, inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada. 3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em sua casa e a busca e apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário e livre de qualquer tipo de constrangimento ou coação. 4) A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo, e preservada tal prova enquanto durar o processo. 5) A violação a essas regras e condições legais e constitucionais para o ingresso no domicílio alheio resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência da medida, bem como das demais provas que dela decorrerem em relação de causalidade, sem prejuízo de eventual responsabilização penal dos agentes públicos que tenham realizado a diligência. ARTIGO 32 – Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Em resumo, o investigado e seu defensor têm direitos de ter acesso aos autos do procedimento investigatório policial já documentado. Porém, se as diligências não estiverem concluídas ou ainda em andamento, não há que se falar em comunicação ao advogado ou ao investigado. Nesse sentido, a S.V. 14. Vejamos: Súmula Vinculante 14 (STF) – Súmula Vinculante 14 (STF), assegurando que “é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” ARTIGO 33 – Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente públicopara se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido. ART. 33, PARÁGRAFO ÚNICO – CRIME DE CARTEIRADA – #22 (art. 33) Quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido pratica abuso de autoridade (art. 33, parágrafo único) se o comportamento não estiver atrelado à finalidade de contraprestação do agente ou autoridade. Caso contrário, outro será o crime, como corrupção passiva (art. 17 do CP). ARTIGO 38 – Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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