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AGRONEGÓCIO ELABORAÇÃO E ÁNALISE DE PROJETOS 2 Sumário NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 CONCEITO DE PLANEJAMENTO E PROJETO ....................................................... 5 CLASSIFICAÇÃO DO PROJETO ............................................................................ 10 ESTRUTURA DE UM PROJETO ............................................................................. 11 ESTUDOS DE MERCADO ....................................................................................... 11 TAMANHO DO PROJETO ....................................................................................... 13 ENGENHARIA DO PROJETO ................................................................................. 14 RECEITAS ............................................................................................................... 16 CUSTOS .................................................................................................................. 17 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS ................................................................... 19 USOS E FONTES DO PROJETO ............................................................................ 20 AVALIAÇÃO DE PROJETOS ................................................................................... 20 FINANCIAMENTOS ................................................................................................. 23 EXEMPLOS DE LINHAS DE CRÉDITOS ................................................................ 24 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 25 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO Toda atividade econômica busca encontrar um ponto de equilíbrio entre os custos relativos à oferta de determinado produto ou serviço e o rendimento que dele se poderá auferir. Em muitos setores, a forma de encontrar esse ponto ideal é regida por parâmetros bem definidos e estáveis. Quanto à atividade agrícola, muito se fez visando torná-la estável, como a atividade industrial em uma fábrica. Quantas tecnologias foram geradas, quantos investimentos foram feitos para “sofisticar” o processo administrativo, quantos cursos foram ministrados para capacitar os agricul- tores e trabalhadores rurais, etc. No entanto, a agropecuária se mantém como uma atividade submetida, mais que qualquer outra, aos condicionantes naturais e sociais. Além disso, trata-se de uma atividade estratégica para a sociedade, tanto como fonte de divisas quanto como fonte de alimentação e matéria-prima. Outras funções também vêm sendo atribuídas à agricultura, como aquelas relacionadas ao turismo e à proteção ambiental. Nesse sentido, ao se pensarem ações para este setor, o desafio é justamente estar atento para considerar, por um lado, os impactos que tais ações produzirão sobre a dinâmica econômica, social e ambiental local e, por outro, os fatores dessa dinâmica que podem interferir nas ações propostas. Portanto, para diminuir os riscos e as incertezas, é fundamental realizar um bom planejamento. De forma geral, o projeto insere-se em um processo de planejamento. Plane- jar é buscar, idealmente, trazer o futuro para o presente, levando em conta, dentro do possível, os diversos elementos que atuam e interferem na realidade na qual se pretende intervir. O projeto é a parte mais elementar do planejamento, é quando se abordam os detalhes da ação e tudo o que nela está envolvido. A partir de um planejamento, pode-se concluir pela necessidade da proposição de vários projetos com diferentes enfoques, que viriam, dessa forma, a constituir um plano amplo de ação. Para se poder compreender melhor as necessidades de uma cada enfoque, sendo que alguns demandam mais atenção no processo de organizar o planejamento, 5 sendo necessário será útil responder previamente a algumas questões objetivas: O quê? Para quê? Com quê? Para quem? Quando? Onde? Como? Quanto? CONCEITO DE PLANEJAMENTO E PROJETO Antes de empreender qualquer atividade, é, pois, importante que se conheça a realidade na qual se irá intervir. Isso aponta para a necessidade da realização de um bom diagnóstico, de maneira que o planejamento e as proposições sejam coerentes com a realidade da propriedade e da família agricultora. Fazer uma boa “fotografia” da realidade e conhecer as expectativas das pessoas que ali vivem são premissas fundamentais para a confecção e a implementação adequada de projetos Mais do que em outro momento histórico, muitas das atividades (econômicas, sociais, ambientais) contemporâneas estão alicerçadas em projetos. Antes de avançar sobre as especificidades de um projeto específico, por exmplo da UPA, cabe lembrar que existe uma di- versidade de tipos de projetos pensados de acordo com diferentes finalidades. Assim sendo, e uma vez que muitas organizações da sociedade civil passam a “disputar” recursos (públicos ou privados) para conduzir ações nos mais variados meios, com- preender e incorporar as especificidades das diferentes linguagens de projetos são quesitos diferenciadores do profissional formado atualmente. Será necessário, portanto, conforme se ensina na disciplina de Metodologia de Pesquisa estudado na graduação e até na especialização, caracterizar diferentes tipos de projetos que não podem ser confundidos entre si: projetos científicos, ou de pesquisa, projetos de desenvolvimento rural, Planejamento e Gestão de Projetos para o Desenvolvimento Rural – DERAD 013) e projetos técnicos. Contudo, em síntese, esses três tipos de projetos possuem as seguintes especificidades: Projeto de pesquisa: visa à produção de conhecimentos a partir de recortes teórico-metodológicos determinados pelas diversas áreas científicas; Projeto de desenvolvimento rural: seu objetivo é propor uma intervenção em determinada realidade rural, buscando melhorar a qualidade de vida das famílias da região; 6 Projeto agropecuário (técnico): tem caráter mais técnico e prático e está voltado para a Unidade de Produção Agrícola. Os projetos técnicos compreendem, além dos projetos agropecuários, os projetos industriais e os projetos de serviços. Mas, especificamente, com relação aos projetos que nos interessam, aqueles voltados para a agropecuária, sua construção deve levar em conta uma série de fatores particulares para este setor. Noronha (1987, p. 25), afirma que podem-se citar ao menos cinco áreas diferentes e interrelacionadas de tomada dedecisão, a saber: investimento, produção, comercialização, finanças e consumo. No entanto, em muitos casos, há lógicas de condução dessas áreas que não estão teoricamente sistematizadas, mas podem estar seguindo um tipo de conhecimento prático que deve ser interpretado. Em grandes linhas, um projeto deve ser compreendido a partir de sua concepção e de seu enfoque. Com base em Silva Jr. (s. d.), ressaltamos cinco enfoques diferentes: (1) Implantação; (2) Ampliação ou Expansão; (3) Adaptação/ Modernização; (4) Diversificação; (5) Manutenção. Implantação: projetos com este enfoque são pensados para iniciar determinadas atividades em uma propriedade sem nenhum investimento prévio, ou para transformar completamente a propriedade ou parte dela. Neste tipo de projeto, é necessário, primeiramente, compreender quais são as maiores aptidões do local, buscando propor algo que apresente um diferencial com potencial para agregar valor à atividade. Ampliação ou Expansão: a partir das atividades já em desenvolvimento, podem-se propor projetos para ampliar o que o proprietário já possui, mas que não estava sendo totalmente utilizado. Podem-se também incorporar novas áreas, criando as condições para sua expansão. Adaptação/Modernização: é o caso quando o projeto proposto tem como principal meta transformar a matriz tecnológica e processual da UPA. Note-se que modernizar não é apenas adquirir uma tecnologia de última geração. É re lativamente comum encontrar tecnologia extremamente dispendiosa, mas subutilizada ou inadequada para certos perfis de propriedades. Tecnologias 7 simples, ou mesmo alterações no processo de produção, podem ser o ideal para adaptar a propriedade às novas exigências impostas pela realidade (econômica, ambiental, social...). Portanto, modernizar não é sinônimo de homogeneizar. Para uma ação responsável, deve-se refletir sobre as situações encontradas a partir da diversidade e da heterogeneidade. Nem sempre um equipamento de tração animal, por exemplo, será sinônimo de atraso e de tecnologia obsoleta; ou, ao contrário, um trator de grande potência, sinônimo de moderno. O fundamental é compreender todas essas opções de modernização e adaptação com base na realidade em que ocorrerá a intervenção. Diversificação: a meta, neste caso, é ampliar o leque de possibilidades produtivas da área definida. Diversificar a produção pode constituir a meta de um projeto que vise a diminuir a margem de risco presente quando se investe em uma única opção produtiva. Representa também uma solução que traz benefícios do ponto de vista ambiental. Manutenção: Algumas áreas, como citado o exemplo da UPA, enfrentam dificuldades para manter uma estrutura produtiva e um certo nível em termos de produtividade e de qualidade de vida. Neste caso, requer a elaboração de projetos que proponham ações para manter ou recuperar sua capacidade produtiva e seu bem-estar. Os cinco enfoques supracitados podem ser pensados de forma conjugada; é possível que em um único projeto se elaborem metas para mais de um desses enfoques. Além do enfoque do projeto, faz-se necessário decidir qual será sua utilização. Um projeto pode estar voltado para determinar a viabilidade de certas proposições, mas pode constituir um projeto final, ou seja, já com a definição da viabilidade de certas ações a serem conduzidas. Também, e é o caso mais comum, pode um projeto ser construído visando obter algum tipo de financiamento. Em certa medida, esses usos vêm na sequência um do outro. Quando se realiza uma análise da viabilidade de determinadas ações, está se projetando uma 8 perspectiva final e, em inúmeros casos, buscando captar recursos para sua implementação. Mas, mesmo que se verifique, através de um projeto de viabilidade, que as ações pro- postas são viáveis do ponto de vista econômico, elas poderão não o ser do ponto de vista ambiental e social. Um projeto de viabilidade (ou estudo de viabilidade) também pode ser definido como um pré-projeto, no sentido de que buscará oferecer as condições para que se visualizem, de forma antecipada, a realidade e as atividades que poderão ser realizadas, criando, dessa forma, um melhor “ambiente” para a tomada de decisão e para a proposição de um projeto final. Uma vez definido o enfoque do projeto, passa-se a pensar no processo produtivo (capacidade de produção e quantidade a ser produzida), na comercialização (análise de mercado e estratégia de inserção) e na gestão (forma de organizar e de administrar a produção e a comercialização). Importa, ao mesmo tempo, buscar antever seus impactos sociais e aqueles relacionados ao meio ambiente. Nos tempos atuais, a sociedade em geral está muito atenta a essas dimensões. Tornar evidente uma preocupação com o meio ambiente e com as questões sociais tem seu valor intrínseco; ou seja, tomar medidas que não afetem negativamente a dinâmica e o nível de vida social e não degradem os elementos naturais tem seu valor em si mesmo. Pode, porém, além disso, significar prejuízos ou acréscimos na renda da propriedade. Um produto que esteja associado à exploração de mão de obra, à degradação ambiental, a maus tratos de animais, à contaminação por agrotóxicos, etc. terá menores chances de inserção em um mercado cada vez mais atento a essas questões. Por outro lado, um produto poderá agregar valor na medida em que venha associado a preocupações com o meio ambiente e as questões sociais. Portanto, ao analisar a viabilidade de determinadas ações, estarão sendo criadas condições para: tornar o projeto rentável; evitar que o projeto agrida o meio ambiente; permitir ao proprietário e à sua família uma decisão consciente quanto à adoção ou não do projeto; 9 ampliar os conhecimentos acerca da realidade e das possibilidades de deter- minado empreendimento; buscar interessados em associar-se a tal projeto; e buscar financiamento Vencidas todas essas fases relativas ao estudo da viabilidade, poderá ser implementado imediatamente um projeto final, com base nos recursos econômicos, humanos e ambientais. Mas, em muitos casos, para que o projeto seja viável, será necessário buscar financiamento junto às agências financiadoras. Projetos voltados para a captação de financiamento normalmente precisam atender a algumas especificidades definidas pela agência financiadora escolhida. O mais frequente, no caso dos projetos agropecuários, é a necessidade de se enquadrarem em linhas de créditos definidas por agências bancárias, linhas que, normalmente, estão associadas às políticas agrícolas das diferentes instâncias governamentais (sobretudo as estaduais e as federais). Podem existir outras fontes de financiamento, como é o caso de ONGs que captam recursos de diversas fontes (nacionais e internacionais) e os repassam aos agricultores, de acordo com o interesse do projeto apresentado. Tanto bancos quanto outras organizações financiadoras exigem que o projeto atenda a determinados requisitos previamente estabelecidos, e é comum que o projeto tenha que ser enqua- drado em formulários já definidos por tais agências. Esse enquadramento não impede, no entanto, que o proponente do projeto ofereça outras informações, quando úteis para uma melhor compreensão do que está sendo proposto. Cabe salientar que, entre as várias linhas de créditos existentes, têm destaque aquelas que oferecem recursos a serem utilizados especificamente no custeio do plantio de determinadas lavouras e aquelas voltadas para o investimento em infraestrutura produtiva com o objetivo de implantação ou de fortalecimento do capital fixo (benfeitoria, maquinário, etc.). O recurso destinado ao custeio normalmente é menor do que aquele voltado para o investimento; ele deverá ser utilizado para a aquisição dos insumos necessários para a safra anual (ouperene), e seu pagamento deverá ser feito em um prazo menor, conforme o calendário agrícola. Já o recurso 10 destinado ao investimento é de maior valor; seu pagamento tem maior tempo de carência e é dividido em maior quantidade de parcelas. Para essas duas situações, o formato dos projetos é diferente, e as exigências bancárias também. Entretanto, mesmo que o projeto esteja voltado para um enfoque, ou seja, mesmo que tenha um alcance bem delimitado, a partir do momento em que se tem acesso a recursos oferecidos por certas agências, é importante estar ciente de que o projeto se insere em uma política maior, pensada de forma regional. Isso significa que um projeto individual se associará a outros projetos individuais para dar forma a uma determinada política agrícola. Assim sendo, dependendo dos interesses e das prioridades governamentais, os apoios oferecidos a alguns investimentos e a algumas lavouras específicas poderão contar com taxas de juros menores ou, inclusive, com recursos subsidiados. É dessa forma que os operadores das políticas públicas buscam influenciar a produção e a comercialização agrícolas em consonância com outras políticas de caráter macro. O mesmo pode ser dito daqueles recursos obtidos a partir de ONGs ou outras organizações privadas. Tais organizações investirão seus recursos de acordo com o interesse que têm em fomentar determinadas atividades. Classificação do Projeto Como já discorrido acima o Projeto é considerado como um conjunto de informações internas e/ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar-se (eventualmente, implantar-se) uma decisão. Assim, o projeto não se confunde com as informações, pois é entendido como sendo um modelo que, incorporando informações qualitativas e quantitativas, procura simular a decisão de investir e suas aplicações (Matias; Woiler; Maximiano, 2002). Classificação do projeto em função de sua finalidade Implantação pode ser: Criação de uma unidade completamente nova; Expansão ou Ampliação, seja através do simples aumento dos centros já existentes, seja mediante a integração de centros novos ao conjunto de origem; Modernização: substituição de unidades de equipamentos ou centros considerados obsoletos, implantação de novas tecnologias ou quaisquer melhorias no processo. Recolocação: mudança na localização do projeto. 11 Diversificação: utilização de variados seguimentos dentro de uma mesma unidade de negócio. ESTRUTURA DE UM PROJETO Os projetos podem ter a estrutura de Projetos industriais, comerciais e de serviços, mas devem conter, pelo menos, os seguintes elementos ou aspectos principais: Legalidade (institucional); Administrativo/Organizacional; Econômico Aspectos Ambientais e Mercadógicos; Estudo de mercado Aspectos técnicos e de localização; Engenharia; Aspectos financeiros: estimativas receitas e custos; Investimentos Demonstrativo de resultados; Análise econômico-financeira e conclusões; Financiamentos Aspectos jurídicos e legais de um projeto; Denominação Empresarial: razão social da empresa; Domicílio Empresarial: endereços; Ramo de Atividade: definição do tipo de negócio; Forma Jurídica: tipo jurídico da empresa e regime tributário; Registros Obrigatórios: CNPJ, IE, Alvará, etc.; Aspectos Administrativos: capital da empresa, o controle do capital, participação dos sócios; Aspectos Administrativos e Organizacionais; Estrutura da Empresa: tradicional ou moderna, ágil, pesada, rasa; Natureza da Administração: familiar ou profissional; Porte da Empresa: Micro, EPP, Média ou Grande; Empresa Experiência Empresarial dos Sócios: identificação dos sócios, características da sociedade, formação e capacitação dos empreendedores, experiência profissional e empresarial; Aspectos Ambientais e Mercadológicos. ESTUDOS DE MERCADO Analisar o Mercado significa determinar a quantidade de bens e/ou serviços provenientes de uma nova unidade produtora que, em uma certa área geográfica e 12 de acordo com determinadas condições, a comunidade estaria disposta a adquirir, para satisfazer suas necessidades. O estudo de mercado deve necessariamente: a) Destacar as possibilidades de colocação dos produtos, mencionando os principais mercados demandadores e os respectivos clientes. Estimar o percentual de vendas a prazo destacando as parcelas de 30, 45, 60 dias e outros prazos; b) Apresentar estudos sobre a oferta e demanda (evolução e projeção). Caso tenha ocorrido mudança significativa na estrutura da oferta, destacar a situação antes e depois da mudança; c) Indicar as empresas concorrentes, instaladas ou em instalação, destacando os aspectos relacionados com os pontos fracos e fortes dos principais produtores atuantes no mercado. Se possível, indicar a capacidade de produção dos concorrentes; d) Indicar o sistema de distribuição dos produtos, mencionando a existência ou não de intermediários e os meios de transporte a serem utilizados; e) Informar sobre o grau de dificuldade de obtenção de suprimentos de matériasprimas, indicando os principais fornecedores, embalagens, mão-de- obra, combustível, água, energia elétrica, transportes e quaisquer outros fatores de produção inerentes à atividade. Quanto às compras, informar o percentual a prazo e forma de pagamento (30, 45, 60 dias e outros prazos) f) Estratégia competitiva: fazer referência aos aspectos referentes a políticas de preços, propaganda; qualidade; tecnologia; relacionamento com clientes; O estudo de mercado deve apresentar informações para evidenciar a viabilidade do empreendimento com quantificação de suas potencialidades, tanto sob a ótica da oferta quanto da demanda, evidenciando: As razões que conduziram ao programa de produção e vendas; As vantagens técnicas e econômicas dos produtos pelas indústrias concorrentes. Qual o máximo de venda que a empresa pode auferir? Qual o melhor preço de venda? 13 Onde estão localizados os clientes? Elementos importantes na Análise de Mercado: Tamanho do Mercado; Taxa de Crescimento Preferências do Consumidor e Hábitos de Consumo Oferta Atual: - Preços e Custos; Reação dos Concorrentes; Novos Concorrentes. Projeção de Demanda e Oferta; Projeção das Tendências; Apresentação das Conclusões. Análise Locacional Considera-se como a “melhor” localização de um empreendimento, aquela que permite obter a mais alta taxa de rentabilidade (aspecto empresarial) e/ou menor custo unitário (sob o aspecto social). Na escolha da “localização ótima”, deve ser considerado o comportamento dos fatores locacionais que influenciam, em maior ou menor grau, a escolha entre diferentes alternativas geográficas. Na análise locacional de qualquer empreendimento para implantação, ampliação e/ou diversificação são considerados os fatores: Custos de Transporte (insumos, produtos, serviços, etc); Disponibilidade e Custos dos Recursos (humanos, materiais e financeiros); Outros Fatores Importantes a serem considerados: incentivos fiscais, financeiros; disponibilidade de áreas, distritos industriais; Infraestrutura; condições sociais, hábitos de trabalho; clima e topografia, fundação e movimentos de terras; facilidades administrativas e de comunicação. Para definir a localização da unidade de negócio, o empreendedor deve basear- se em dados concretos. Deve concentrar seus esforços na pesquisa de informações sobre os clientes, fornecedores, concorrentes, infra-estrutura e logística. Tamanho do Projeto O tamanho de um empreendimento é definido por sua capacidade de produção em certo regime de trabalho. O tamanho de um empreendimento/projeto, geralmente, é mensurado em funçãoda quantidade de unidades físicas ou pelo valor total da 14 produção. Considera-se como tamanho ótimo de um projeto aquele que permite obter a maior taxa de rentabilidade sob o aspecto privado (lucro) e maior benefício sob o aspecto social. Tamanho versus Mercado: o mercado é o principal fator condicionante ao tamanho do projeto, observando- se três situações: 1. Tamanho maior que o mercado: empreendimento desaconselhável; 2. Tamanho igual ao mercado: há viabilidade, porém, pouca segurança já que a diminuição da demanda afetará o equilíbrio econômico do empreendimento. 3. Tamanho inferior ao mercado: há viabilidade com muita segurança já que a diminuição da demanda não afetará o equilíbrio econômico do empreendimento. 4. Tamanho versus Tecnologia: os fornecedores de equipamentos fabricam maquinários em tamanhos iguais ou superiores à escala de produção, abaixo da qual os custos seriam excessivamente elevados. 5. Tamanho versus Investimentos: outro fator determinante do tamanho de um projeto é o valor das inversões, normalmente limitadas pelas disponibilidades da empresa, (contra-partida). O limite de investimentos não só condiciona o tamanho do projeto, como também a tecnologia a ser utilizada. ENGENHARIA DO PROJETO A engenharia de projetos se refere ao gerenciamento de projetos técnicos e de engenharia, desde o gerenciamento de equipes e funcionários, passando pelo orçamento e cronograma, partes importantes na elaboração e entrega de um resultado de projeto bem-sucedido. Portanto, é necessário observar: Processo Tecnológico; Tipos de Processos; Processo Contínuo; Processo Intermitente; Capacidade Nominal e Efetiva Arranjo Físico (layout); Aspectos Financeiros. INVESTIMENTOS O Investimento é dividido em Investimento Fixo, mesmo que Capital Fixo e Ativo Fixo, e em Investimento Financeiro, mesmo que Capital de Giro. Investimento Fixo 15 (passivo), conhecidos como bens físicos em operação na empresa (terrenos, edificações, reservas minerais,construções e instalaçõe, máquinas e equipamentos, veículos e embarcações, móveis e utensílios); Investimento Financeiro (Capital de Giro): recursos utilizados para financiar as operações da empresa, em decorrência das atividades operacionais: comprar, produzir e vender. São os recursos que garantem o funcionamento da empresa em um determinado nível de faturamento. Figura 1: Natureza do investimento e valor para elaboração de projeto 16 Figura 2: Itens e valores necessário para elaboração de projetos RECEITAS As receitas decorrem das vendas de produtos e serviços prestados. Contabilmente, as receitas são conhecidas quando a empresa realiza a venda (baixa em estoque), ou quando os serviços são efetivamente prestados, não tendo, necessariamente, que receber o pagamento a vista. Os volumes de receitas são previstos e planejados com base em alguns fatores: A demanda do mercado relacionada aos produtos e serviços; A previsão de vendas; A capacidade instalada da empresa para comercializar os produtos; Os custos e o preço de venda; O retorno financeiro planejado e esperado do negócio. A capacidade de produção da empresa é um limitador físico, já que as pessoas, os recursos e as máquinas possuem um limite de produção. A capacidade de produção pode ser alterada através de novas tecnologias, da mobilização, ou dispêndio de recursos adicionais. A análise dos custos é uma ferramenta que possibilita à empresa reconhecer qual o preço mínimo que poderá ser praticado, e o volume mínimo de vendas necessário para sua permanência no mercado. 17 O volume mínimo de vendas é aquele através do qual a empresa consegue somente cobrir suas despesas, trabalhando em um limite muito perigoso, sujeito a prejuízo caso haja queda na comercialização do produto. Esta análise também permite visualizar um nível desejável de venda, que é aquele que, além da cobertura dos custos, propicia um retorno financeiro satisfatório para a empresa. O retorno financeiro é um percentual sobre o investimento que define o tamanho do resultado desejado e planejado pelo empreendedor. O resultado desejado é o lucro previsto. O lucro representa a riqueza material gerada pelo negócio para o seu proprietário. Para efeito de projeto, deve-se analisar as receitas nas seguintes condições: 1. Estimar as receitas até o ano correspondente à produção estabilizada; 2. Informar o regime de operação (horas por dia e dias por ano); 3. Anexar memórias de cálculo com os critérios utilizados. Figura 4: Projeção da Receita de Vendas CUSTOS Entende-se por custos os valores monetários, gastos na utilização de bens e matérias-primas para a transformação destas, no que resulta o produto da empresa. 18 Além disso, a mão de obra também é considerada custo, já que possibilita a produção e o funcionamento geral da empresa. Isto inclui: salários, encargos sociais, energia consumida, matéria-prima, aluguel da sala ou galpão, etc. É bom lembrar que a aquisição de bens, utilizados para possibilitar (ou aumentar) a produção de um produto ou serviço, é considerada Investimento. Existem dois tipos diferentes de custos: aqueles relacionados diretamente com a produção, variando de acordo com o nível: Custos Variáveis: aqueles que não mantêm relação direta com a produção Custos Fixos: Alguns exemplos comuns de custos nas empresas: Matérias- Primas, Mão de obra, de Produção, Gastos Gerais Energia, Combustível, Despesas Administrativas, Despesas Financeiras, Despesas de Vendas, Depreciação, Honorários e Pró-labores, Seguros, Material de Expediente, Impostos e Taxas, Despesas de Vendas, Correios e Internet, Comissões, Propaganda e Publicidade, Provisão, Devedores Diversos, Depreciação, Manutenção e outros. Figura 5: Descrição da Despesa de um projeto/valor mensal 19 Figura 6: Tabela Composição do custo de um projeto DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS É o demonstrativo das Receitas, Custos e Despesas relativo a um determinado período, permitindo apurar o resultado (lucro ou prejuízo) referente às operações realizadas no período. Para efeito de análise de projeto, vamos estruturar a Demonstração de Resultados dentro de um enfoque financeiro e não, simplesmente, dentro da técnica contábil. Em termos de resultado final (lucro líquido ou prejuízo líquido), todos os dois critérios demonstram o mesmo valor. Para efeito de análise, o resultado deverá ser projetado para um período, pelo menos de 3 a 5 anos. Podemos fazer, para o primeiro ano, uma projeção mensal e, para os demais, projeta-se o valor anual. Nessa projeção, devemos trabalhar com preços correntes, ou seja, sem considerar os efeitos inflacionários. O preenchimento do quadro é simples, e as informações já estão dispostas nos quadros anteriores: Figura 7: Tabela Discriminação de um projeto por período 20 USOS E FONTES DO PROJETO As aplicações (usos) e as origens (fontes) no projeto de viabilidade é considerado um fator crítico de sucesso do mesmo. Tendo a distribuição dos gastos no tempo (cronograma financeiro) e as fontes de financiamento para o projeto, será possível elaborar o quadro de fontes e aplicações. O capital próprio é determinado pela diferença entre o total de aplicações (usos) e o capital de terceiro (financiamentos), ou seja, o aporte próprio é a parcela não financiada do projeto. AVALIAÇÃO DE PROJETOS Analisar econômico-financeira um projeto ou empresa é sobretudo definir os riscos inerentes ao empreendimento, estimando sua rentabilidade. Portanto nosso objetivo principal é apurar a viabilidade econômica e financeira do projeto, ou seja, se o retorno do investimento é atrativo do ponto de vista econômicoe financeiro dos investidores. É importante salientar que a confiabilidade/validade da análise depende da qualidade dos dados utilizados no projeto. Quando se trata de um novo empreendimento, é desejável que o projeto seja elaborado dentro de premissas bastante realistas, pois o otimismo exagerado poderá distorcer os resultados, levando a uma tomada de decisões com base em uma avaliação errônea, cujos resultados projetados dificilmente serão alcançados. As 21 conclusões sintetizam as decisões sobre a viabilidade do projeto, envolvendo os aspectos de mercado, localização, capacidade gerencial e aspectos econômicofinanceiros, fornecendo as informações necessárias para a decisão sobre: aprovar ou rejeitar o projeto. Os principais métodos de avaliação de investimentos são os seguintes: a) Custo de Capital: Custo de Capital, de uma forma estática, é a ponderação dos recursos aplicados, ou seja, representa o custo do passivo da empresa. b) Custo de Oportunidade: O custo de oportunidade corresponde à rentabilidade que a empresa estaria conseguindo obter por seus recursos, se estes não tiverem sido destinados a uma aplicação alternativa. Como exemplo podemos citar a situação em que uma empresa aplica seus recursos no mercado financeiro a 12% ao ano para investir em um novo equipamento. Então, será necessário que a empresa compare a rentabilidade obtida no mercado financeiro aos ganhos oferecidos pela nova máquina. Do ponto de vista financeiro, a decisão será correta, se os ganhos oferecidos pelo equipamento forem maiores do que os rendimentos oferecidos pelo mercado financeiro, portanto o custo de oportunidade para este capital será de 12% ao ano. c) Taxa Mínima de Atratividade: uma empresa só deverá aplicar seus recursos, se a rentabilidade oferecida por esta aplicação for superior a uma taxa determinada. Esta taxa, que chamamos de Taxa Mínima de Atratividade, tem como base o Custo de Capital e o Custo de Oportunidade da Empresa. Quando uma empresa decide investir, ela pode buscar recursos em três fontes: Capital de Terceiros . Através de empréstimos e financiamentos captados nas instituições financeiras ou no mercado de capitais pela emissão de títulos., Capital Próprio Através do aumento de capital (dos sócios ou acionistas) ou Recursos Disponíveis Internamente na Empresa . Que estão aplicados no mercado financeiro, aguardando oportunidades de investimento. As duas primeiras fontes compõem o Custo de Capital e a terceira, o Custo de Oportunidade da Empresa. 22 d) PayBack: determina o período de tempo necessário para que a empresa recupere o valor inicialmente investido. Este método é amplamente utilizado pelas pequenas empresas,devido a sua facilidade de cálculo e ao apelo intuitivo. Sua regra básica é a seguinte: quanto mais tempo a empresa precisar esperar para recuperar o investimento, maior a possibilidade de perda; em contrapartida, quanto menor for o período de payback, menor será a exposição da empresa aos riscos. e) TIR (Taxa Interna de Retorno): determina o rendimento proporcionado pelo negócio por determinado período (mensal ou anual). É considerada a técnica sofisticada mais usada para a avaliação de alternativas de investimentos. O critério usado para a definição da aceitação ou não do projeto é a seguinte: se a TIR for maior que o custo de capital (investimento no mercado financeiro), aceita-se o projeto; se for menor, rejeita-se o projeto. Este critério garante que a empresa esteja obtendo, pelo menos, sua taxa requerida de retorno. f) VPL (Valor Presente Líquido): Esta é considerada uma sofisticada técnica de análise de orçamento de capital, exatamente por considerar o valor do dinheiro no tempo. Utilizando-se esta técnica, tanto as entradas como as saídas de caixa são traduzidas para valores monetários atuais, podendo, assim, serem comparadas ao investimento inicial, que está automaticamente expresso em termos monetários atuais. Este tipo de técnica desconta os fluxos de caixa da empresa a uma taxa especificada. Esta taxa é freqüentemente chamada de taxa de desconto, custo de oportunidade ou custo de capital, e refere-se ao retorno mínimo que deve ser obtido por um projeto, de forma a manter inalterado o valor de mercado da empresa. O critério usado para a aceitação ou não de determinado projeto é a seguinte: se o VPL for maior que zero, aceita-se o projeto; se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto. Se o VPL for maior que zero, a empresa obterá um retorno maior do que seu custo de capital. Com isto, estaria aumentando o valor de mercado da empresa e, conseqüentemente, a riqueza dos seus proprietários. A análise financeira do projeto fundamenta-se na verificação da consistência das informações nele contidas. Assim, todos os valores que são informados quando 23 do preenchimento dos quadros devem, necessariamente, ser acompanhados das respectivas memórias de cálculo, sem as quais todo o trabalho fica comprometido. Orçamentos dos bens/serviços a serem adquiridos/realizados, memorial descritivo das obras a serem realizadas, estudo de mercado e outros documentos FINANCIAMENTOS A execução de um projeto dependerá fundamentalmente dos recursos disponíveis interna e externamente ao empreendimento. O capital próprio que a empresa colocará no projeto é um elemento importante para a determinação do investimento total que pode ser feito, uma vez que muitas instituições financeiras só financiam até certos limites deste Condições Operacionais dos Financiamentos Finalidade da Operação: o financiamento deve atender às reais necessidades do empreendimento, ou seja, investimento em ativo fixo ou capital de giro (cada modalidade tem suas características operacionais); Enquadramento (linha de crédito): de acordo com o tipo de operação, o empresário e a instituição financiadora devem adequar às necessidades do empreendimento; Participação(recursos próprios e terceiros): conforme a prática bancária brasileira, as linhas de créditos não financiam, geralmente, 100 % do investimento planejado, o que previamente ao projeto deve-se observar os limites financiados (percentualmente e monetariamente); Prazos (carência e amortização): carência é o período que precede o início do prazo de amortização da dívida principal. A amortização: inicia-se imediatamente após o término do período de carência. Os prazos de carência e de amortização do financiamento, são estipulados em função da capacidade de pagamento dimensionada pela análise, dentro dos limites permissíveis pela fonte de recursos utilizável; Encargos do Financiamento (juros e correção monetária); custo do capital emprestado. Geralmente vem expresso em percentual ao ano Garantias à Operação de Financiamento: Para a constituição de garantias poderão ser oferecidos bens de propriedade da empresa e/ou de terceiros livres e desembaraçados de quaisquer ônus ou encargos. O valor das garantias, de acordo com avaliação a ser feita por técnicos credenciados ao Banco e deverá corresponder a, pelo menos, 1,30 do valor do financiamento; Garantias de Reembolso do Financiamento: o projeto deve gerar recursos financeiros 24 suficientemente para cobrir os custos totais, remunerar o capital investido e, principalmente, ter plenas condições de reembolsar os recursos de terceiros – a viabilidade do projeto é essencial!! EXEMPLOS DE LINHAS DE CRÉDITOS BNDES Automático: financiamento para construção civil, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios e giro associado; BNDES Finame: financiamento para máquinas e equipamentos, veículos, cujo fabricante seja cadastrado na FINAME; PROGER: financiamento para construção civil, máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios e giro associado; FAT Protrabalho: financiamento para construção civil, máquinase equipamentos, veículos, móveis e utensílios, e giro associado; PROFAT MPE: financiamento para construção civil, máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios e giro associado; FNE/BNB: financiamento para aquisição isolada matérias-primas, insumos, construção civil, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos e giro associado. Quanto aos demais processo e itens necessário na elaboração e análise de um projeto e visando assegurar uma melhor compreensão o curso lhe proporcionará um estudo mais detalhado da avaliação econômica de projetos agropecuários em uma apostila única e detalhada. 25 REFERÊNCIAS CARVALHO, Fernando Mauro et all . Análise e administração financeira. IBMEC, Rio de Janeiro,janeiro/1985. GITMAN, Laurence . Princípios de administração financeira. Editora Harper e Row do Brasil. LAPONI, J.C. . Modelos para avaliação econômica de projetos de investimentos. Fórum Editores. MATHIAS, W.F; WOILER, S.. MAXIMIANO, A.C..Administração de Projetos: como Transformar Idéias em Resultados. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. MUÑOZ AMATO, P. Planejamento. Rio de Janeiro: FGV, 1955 HOLANDA, NORONHA, José F. Projetos agropecuários: administração financeira, orçamento e via- bilidade econômica. São Paulo: Atlas, 1987. SILVA JÚNIOR, Aziz Galvão da. Elaboração e avaliação de projetos. Viçosa: Universida de Federal de Viçosa, [s. d.]. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/3573554/ Vicosa-Avaliacao-e-Elaboracao-de-projetos>. Acesso em 14 de março de 2022.