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Atuação Fisioterapêutica no Paciente Amputado Jader Iury de Souza Mercante Fisioterapeuta @jadermercantefisioterapia @jadermercantefisio O processo de reabilitação do paciente amputado pode ser dividido em fases, são elas: Pré-operatória; Pós-operatória; Pré-protetização; e Pós-protetização. Fase pré-operatória da amputação Objetivo de avaliar a capacidade funcional do paciente e determinar as necessidades cirúrgicas para melhor adaptação funcional. O paciente é cuidado por uma equipe multidisciplinar (médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, educador físico e psicólogo). A reabilitação começa antes mesmo da cirurgia de amputação! Ajuda a recuperação pós-operatória ser bem sucedida – recuperar suas capacidades o mais próximo do que era antes da cirurgia e da doença. O Fisioterapeuta Exerce o papel fundamental nessa fase e suas condutas têm como principal objetivo: - Controle da dor; - Ganho ou manutenção da amplitude de movimento; - Ganho ou manutenção da força muscular e do membro a ser amputado; - Ganho de força muscular dos membros não amputados; - Prevenção ou correção de deformidades; - Manutenção do equilíbrio; - Condicionamento físico; - Manutenção da capacidade cardiorrespiratória; - Treino de transferência e marcha; - Orientação profissional quando aos cuidados e AVD’s. Fase pós-operatória da amputação Constituída pela Anamnese: - Além de informações pessoais deve-se investigar a causa da amputação e quando ocorreu a mesma; - Se há existências de patologias associadas, e medicamentos controlados. Avaliação da Compreensão: - É avaliada no momento da anamnese; - Se o pct é capaz de responder às perguntas e de compreender o movimento solicitado; - É classificado como BOM, REGULAR ou RUIM. - Caso pct apresente uma compreensão RUIM, precisará de acompanhante durante as sessões, além de auxilia-lo em casa nas AVD’s. Avaliação da agilidade: Avaliação da força muscular: Avaliação do Movimento Articular Avaliação do Coto - Palpação – verificar estruturas (pele, tecido subcutâneo e os locais onde o paciente refere-se dor e sensações anormais); temperatura. (Deve ser realizada antes dos testes de força muscular e de ADM) - Medida do coto – normalmente em amputações transfemorais e transtibiais. A medida da circunferência deve ser feita em sua extremidade a cada cinco centímetros com uma fita métrica. - Forma do coto – Globosa, Cônica ou irregular; presença de edema e de proeminência óssea (espículas ósseas). - Avaliar a sensação fantasma e dor fantasma – caso houver, o paciente deve ser esclarecido sobre a situação. Cuidados pós-cirúrgicos agudos - Deve-se evitar infecções, deiscências de suturas, edemas e posicionamento inadequado. - Assim que liberado pelo cirurgião, o coto deve ser enfaixo ou receber o curativo rígido para prevenir a formação de edema, estimular o metabolismo da região do coto e modelar para a protetização. - O enfeixamento compressivo deve ser feito de DISTAL para PROXIMAL. Para pcts que não toleram o enfeixamento, é indicado o uso de meias de compressão próprias para cotos - A contratura articular e muscular pode ser evitada com a orientação de posicionamento. Evitar exposição prolongado nas posições de flexão, abdução, rot. externa de quadril, e no caso de amputação transtibial, a flexão de joelho Fisioterapia pós-operatória e pré-protetização: - Devolver habilidade e realizar atividades sem a prótese; - Adquirir bom equilíbrio muscular; - Treinar transferências e equilíbrio ortostático; - Treinar e proporcionar marcha com auxiliares e locomoção em cadeira de rodas para melhorar AVD’s; - Recuperar função muscular prévia; - Impedir e eliminar contraturas (prevenindo deformidades secundarias); - Diminuir e eliminar estados dolorosos; - Modelar e maturar(dessessibilização) o coto. - EXERCÍCIOS Fase Pós-protetização Anamnese Exame físico – investigar alterações funcionais que possam interferir no processo de reabilitação: - Capacidades pulmonares e cardíacas - Mobilidade geral e equilíbrio - Goniometria - Força muscular Recursos Complementares: Fisioterapia pós-protetização - A fisioterapia na fase de pós-protetização tem como principais objetivos proporcionar o máximo de independência ao paciente para realizar suas AVD’s, marcha, no caso de membro inferior, e reintegração social do paciente. - Todos os recursos terapêuticos para reabilitação musculoesquelética utilizados nas fases anteriores à da pós- protetização podem ser prescritas nesta. Treino de Marcha: Fase Estática – descargas de peso. Fase Dinâmica – integrar fases da marcha; caminhar de diferentes formas. Fase Avançada – adquirir domínio sobre a próteses; caminhar de diferente formas e passas por obstáculos. Fase de Propriocepção - o paciente já deve ter total domínio do controle da prótese, e pode ser realizada por meio de bicicleta ergométrica, cama elástica, balança e disco de propriocepção, cordas, bastões e diversos tipos de obstáculos. No caso da reabilitação de amputações de membros superiores, deve-se considerar que eles executam movimentos complexos e ser focada para o treino de AVD’s, além da importância do acompanhamento profissional do terapeuta ocupacional.