Buscar

PSICOLOGIA_SOCIAL_E_PSICOLOGIA_COMUNITAR

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA
6° PERÍODO MANHÃ
Alana Maria Araújo Pessoa
Francisca Itamar Rodrigues
Gabriely Coelho Alencar
Regina de Fátima Marcos da Silva
Thalyta Almeida
PSICOLOGIA SOCIAL E PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Fortaleza
2015
PSICOLOGIA SOCIAL E PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
RESUMO
	A Psicologia social psicológica, segundo a definição de G. Allport (1954), que se tornou clássica, procura explicar os sentimentos, pensamentos e comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de outras pessoas. Já a Psicologia Social Sociológica, segundo Stephan e Stephan (1985), tem como foco o estudo da experiência social que o indivíduo adquire a partir de sua participação nos diferentes grupos sociais com os quais convive. Em outras palavras, os psicólogos sociais da primeira vertente tendem a enfatizar principalmente os processos intra-individuais responsáveis pelo modo pelo qual os indivíduos respondem aos estímulos sociais, enquanto os últimos tendem a privilegiar os fenômenos que emergem dos diferentes grupos e sociedades.
	O homem ao nascer precisa dos outros para sobreviver, é um ser dependente até que adquira autonomia para viver por si mesmo. Faz parte de um grupo desde o início de sua vida, seja este grupo uma díade ou um grupo maior. Toda a sua vida será caracterizada por participação em grupos, podendo-se dizer que isto caracteriza sua existência como relacional e histórica.
	Desta forma, o trabalho em Psicologia Social e Comunitária, de acordo com os pressupostos epistemológicos encontrados dentro no materialismo histórico e da lógica dialética, pode possibilitar a reconstrução de um conhecimento que atenda à realidade social e ao cotidiano de cada indivíduo, permitindo uma intervenção efetiva na rede das relações sociais que circunscrevem o campo de suas ações, interações e reflexões, ou seja, o campo de seu existir.
	Nesta perspectiva, as relações sociais são vistas como mediadas pelas instituições que, por sua vez, exercem uma mediação ideológica na atribuição de papéis sociais e representações decorrentes de atividades e relações sociais tidas como “adequadas”, “corretas” e “esperadas”. Cada grupo social possui normas que norteiam as relações entre as pessoas, sendo que algumas são mais sutis, outras mais rígidas, até aquelas que se cristalizam em leis e são passíveis de punição pelas autoridades institucionalizadas. Estas normas são o que caracteriza aquilo que denominamos de “papéis sociais”, que por sua vez definem as relações sociais. 
	A práxis do psicólogo no trabalho social e comunitário insere-se na crença de que é possível contribuir para uma melhoria na qualidade de vida das pessoas e grupos distribuídos nas inúmeras aglomerações humanas que compões as grandes cidades.
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
	A psicologia comunitária surge, no Brasil, na metade da década de 60, seu objetivo é fazer uma nova Psicologia Social, até então, compreendida como uma prática a favor das classes sociais de maior poder aquisitivo, visava ainda à melhoria das condições de vida da população, utilizando-se de teorias e métodos próprios das práxis psicológicas em comunidades de baixa renda. 
	Todo trabalho realizado em psicologia comunitária parte de um levantamento que aponta as necessidades e carências vividas pelo grupo, especialmente sobre o que se refere às condições de saúde, educação, alimentação, educação e saneamento básico, a ideia principal da psicologia neste âmbito é a de que participando direta ou indiretamente os indivíduos assumam progressivamente seu papel de sujeito da própria história. Para Nisbet* “Comunidade ou grupo, abrange todas as formas de relacionamento caracterizado por certo grau de intimidade pessoal, profundeza emocional, engajamento moral e continuado no tempo”.
	Contrastando com a riqueza do país, com o porte de suas cidades principais, com seu parque industrial e seu avanço científico-tecnológico, são comuns situações de desrespeito à vida e à dignidade. Morrem crianças e adolescentes assassinados, presos são torturados em cárceres degradantes, mulheres e meninas se prostituindo por um prato de comida. As injustiças são grandes e muito há que se fazer, pois o problema da exclusão social vem de muito longe em nossa história (Alencastro, 1996). O contraste entre riqueza e miséria (desigualdade social) está presente em todas as regiões do país, principalmente no Nordeste, o qual reflete a situação nacional, porém de modo mais grave. A Psicologia Comunitária adquire sua particularidade a partir desse contexto histórico-social e econômico. Surge da problematização psicossocial da vida dos brasileiros, realizada por psicólogos comprometidos com a busca de soluções para os graves problemas sociais do país.
	Suas novas raízes estão fincadas na Psicologia Social e suas construções teóricas e práticas são cada vez mais próprias, não obstante ter um caráter interdisciplinar. Está voltada, principalmente, para o desenvolvimento humano e a mudança sóciopolítica de uma realidade psicossocial caracterizada por relações de dominação e de exclusão social, denominada de “Cultura da Pobreza” (Martín-Baró, 1998).
	Ao longo de sua construção, a Psicologia Comunitária buscou dar respostas mais profundas à vida dos moradores das comunidades, respostas psicossociais ao drama comunitário, respostas à problemática sócio-econômica e ideológica, não no sentido de “psicologizar” essa realidade, senão fazer ver que há uma dimensão marcadamente psicossocial na dinâmica comunitária e que se relaciona com o campo da Psicologia Social e da Psicologia Comunitária, como, por exemplo, o problema da identidade social de oprimido ou de excluído social, como também o problema da consciência e da conscientização. 
	Desse modo, entendemos que o desenvolvimento de comunidade deve incluir, prioritariamente, o desenvolvimento do sujeito da realidade comunitária, não o seu ajustamento social à ideologia dominante e nem, simplesmente, a mudança instrumental da comunidade. Por isso a importância da Psicologia Comunitária, como uma abordagem que se orienta por uma mudança social libertadora, a partir das próprias condições (atuais e potenciais) de desenvolvimento da comunidade e de seus moradores. Assim, o fundamental é a compreensão e realização de seus potenciais de desenvolvimento humano e social. 
	Definimos Psicologia Comunitária como: a. uma área da Psicologia Social b. voltada para a compreensão da atividade comunitária como atividade social significativa (consciente) própria do modo de vida (objetivo e subjetivo) da comunidade e que abarca seu sistema de relações e representações, modo de apropriação do espaço da comunidade, a identidade pessoal e social, a consciência, o sentido de comunidade e os valores e sentimentos implicados aí. c. Tem por objetivo o desenvolvimento do sujeito da comunidade, mediante o aprofundamento da consciência dos moradores com relação ao modo-de-vida da comunidade, d. através de um esforço interdisciplinar voltado para a organização e desenvolvimento dos grupos e da própria comunidade.
REFERÊNCIAS
ALLPORT, G.W. The nature of prejudice. Nueva York: Doubleday Anchor. 1954.
BARÓ, I. M. Psicología de la liberación. Madrid: Editorial Trotta, 1998.
LANE, S.T.M.; CODO, W. Psicologia Social. O Homem em Movimento. São Paulo: Brasiliense, 1992.
LANE, S., & SAWAIA, B. (1995). La Psicología Social Comunitá- ria en Brasil. In E. Wiesenfeld & E. Sánchez (Eds.), Psicologia Social Comunitária: contribuciones latinoamericanas (pp. 69-115) Caracas, Venezuela: Fondo Tropykos.
STEPHAN, W. G., & STEPHAN, C. W. Intergroup anxiety. Journal of Social Issues, 1985.

Continue navegando