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Meningite e Tuberculose



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SAMUEL DA SILVA SOUZA 
SARA JENNIFER QUEIROZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um olhar além da superfície: 
Meningite e Tuberculose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INHUMAS-GO 
2024
SAMUEL DA SILVA SOUZA 
SARA JENNIFER QUEIROZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um olhar além da superfície: 
Meningite e Tuberculose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho entregue como 
exigência para obtenção 
de nota da disciplina de 
Doenças Infecciosas - 
Microbiologia Parasitologia 
do curso de Enfermagem 
da Faculdade de Inhumas – 
FacMais. 
 
Docente: Weslley José Moreira 
Garcia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INHUMAS-GO 
2024
 
Meningite 
Conceito 
A meningite é uma doença que requer bastante atenção do sitema de saúde, 
seja ele público ou privado, devido a sua gravidade, uma vez que trat-se da inflamação 
de alta gravidade das meninges. Esse panorama é desencadeado por fatores 
existentes no corpo do indivíduo, podendo ser mediado por diferentes agentes 
etiológicos (vírus, bactérias, parasitas ou fungos) que conseguem superar as defesas 
do organismo e se alojam nas meninges dando início a infecção. 
 Esse processo infeccioso ocorre no espaço subaracnóideo, nas meninges 
aracanoides e pia-máter como também no líquido cefalorraquidiano. Apesar de a 
etiologia viral ser mais evidente, ela possui uma evolução benigna e autolimitada, em 
contrapartida a bacteriana está mais relacionada com altas taxas de mortalidade. 
A meningite também pode ocorrer após procedimentos neurocirúrgicos, 
traumatismo cranioencefálico, ruptura intraventricular de abscesso cerebal ou 
extensão da osteomielite. Essa comorbidade, no entanto, é considerada como um 
caso raro de meningite bacteriana mista. 
As meninges revestem o Sistema Nervoso Central (SNC) que abrange o 
cerébro e também a medula espinal, sendo classificadas em 3 tipos: dura-máter, 
aracnoide e pia-máter. Deste modo, entende-se o motivo de preocupação pública e 
os esforços para manter essa doença “sob controle”. 
A literatura descreve o primeiro caso em 1805, propriamente escrito, pelo 
médico Gaspard Vieusseux na Suíça. Anos depois cientistas, Elias Mann e Lothario 
Danielson, também identificaram a doença, nos Estados Unidos, por meio se surtos 
com sintomas característicos. No entanto, apenas em 1887 Anton Weichselbaum, 
patologista e bacteriologista, descobriu a bactéria Neisseria meningitidis (causadora 
da meningite meningocócica. 
Por ser uma doença virulenta, a transmissão pode ocorrer através das vias 
respiratórias, por gotículas e também secreções da nasofaringe. Para transmissão 
efetiva existe a necessidade de contato íntimo ou direto com secreções respiratórias 
do paciente. 
Epidemiologia 
Por se tratar de uma doença de vasta abrangência a meningite possui um perfil 
metodológico um tanto quanto impreciso, apresentando, principalmente, situações de 
outras doenças de massa: subnotificação. No entanto, em um olhar abrangente e 
 
internacinal apresenta dados suficientes para traçar sua incidência e prevalência. 
Nos Estados Unidos, apresenta uma incidência de 11 casos para cada 100.000 
habitantes; já na Holanda apredenta um número abaixo, sendo de 2,6 casos para o 
mesmo quantitativo de habitantes (100.000). Nota-se que fatores externos, estado 
econômico do país e quantidade de habitantes, corroboram para esses indíces 
flutuarem quantitativamente, uma vez que em algumas regiões da África os casos 
podem chegar em 500 para os mesmos 100.000 habitantes. 
O panorama brasileiro já apresentou estado alarmante, quando chegou a 
marca de 45,8 casos para cada 100.000 habitantes. Atualmente a incidência no Brasil 
de meningite bacteriana controlou-se e mantem-se constante, em adultos atinge de 4 
a 6 casos por 100.000 habitantes, sendo o Streptococcus pneumoniae e Neisseria 
meningitidis os causadores mais comuns. A Listeria monocytogenes apresenta uma 
prevalência significativa em neonatos, em transplantados, pacientes com 60 anosou 
mais, gestantes e pacientes que passam por hemodiálise (recebem corticosteróides). 
Outro problema brasileiro é a meningite de causa hospitalar, 40% dos casos saõ 
causados por Escherichia coli e Klebsiella. 
Apesar da gama de antiobióticos ser extensa, pouco se pode fazer quando o 
diagnóstico é tardio. A demora no dignóstico resulta em óbito em 21% dos casos de 
meningite meningocócita, destaca-se também o fato de que se o paciente não vier a 
óbito, poderá sofrer com sequelas que o acompanharam no decorrer de sua vida, 
podendo estas serem leves ou graves. 
A meniningite linfomonocitária pode ser causada por fungos ou vírus, sendo a 
mais comum em comparação com as demais, apresenta uma incidência que varia de 
11 até 27 casos por 100.000 habitantes anualmente, sendo descrita em todas as 
faixas etárias mas apresentando baixa em indivíduos menores de 5 anos. Nota-se que 
o grupo de Enterovírus é responsável por 85% dos casos (destacando-se os 
Poliovírus, os Echovírus e os Coxsaxkievírus). 
A meningite bacteriana apresenta uma taxa significativa de mortalidade, apesar 
do uso de antibióticos recomendados e em tempo útil, um fator de complicação é 
decorrente da idade do paciente, quanto mais velho for o indivíduo, mais letal a 
meningite bacteriana se tornará. 
Outrossim, destca-se o organismo causador da infecção, a taxa de mortalidade 
é maior em casos de Streptococcus pneumoniae e Listeria monocytogenes, além de 
locais com alta prevalência de infecção por HIV que também podem apresentar altas 
 
taxas de mortalidade em situações de meningite bacteriana. 
A mortalidade infantil decorrente de meningite bacteriana depende do ambiente 
e recursos disponíveis, assim como o tipo de causador da infecção. Em locais com 
mais recursos a taxa de mortalidade é relativamente baixa, com valores chegando a 
4-5% dos casos, por outro lado países mais limitados esses valores podem subir e 
ficar entre 8-10%. 
Em uma análise mais aprofundada a taxa de letalidade varia de 
microorganismo para microorganismo. A taxa de letalidade do H. Influenzae é de 4-
5%, N. Meningitidis atinge 7% e por fim temos S. Pneumoniae com 7-15%. As 
probabilidades de óbito aumentam com em crianças que apresentem quadro de coma 
e utilização de ventilação mecânica, no caso de conseguirem se recuperar é comum 
que levem sequelas duradouras como perda de audição, comprometimento 
intelectual, fraqueza muscular e possíveis quadros de convulsão. 
É valido destacar a meningite em associação com ventriculite que pode 
aumentar a taxa de morbidade e mortalidade apesar de tratamentos adequados. Nos 
Estados Unidos 9% dos pacientes vieram a óbito, 14% ficaram em estado vegetativo 
e 36% com dependência parcial ou total. Já em Portugal 50% dos pacientes tiveram 
complicações neurológicas e 3% faleceram. Já na Itália a mortalidade atingiu 8% em 
meningite após procedimentos neurocirúrgicos. 
Quadro Clínico 
O quadro clínico apresenta uma trinca que sugere a origem infecciosa de 
lesão,envolvimento cerebral focal e também o aumento da pressão intracraniana. O 
paciente poderá, em certos casos, permanecer assintomático de algum ou alguns 
desses sintomas. 
A febre poderá aparecer em de 60% dos casos, normalmente no início do 
quadro clínico, o mais comum dos sintomas é a cefaléia, ocorrendo em mais de 80% 
dos casos. Declínio cognitivo e disfunção dos nervos cranianos, como perda visual 
ou oftalmoplegia, também são sintomas que podem se apresentar. 
Os problemas neurológicos podem variar de acordo com a região da lesão, em 
alguns pacientes, as convulsões podem preceder o diagnóstico e no decorrer da 
doença pode surgir coma e delírio. A depender do grau do compromento encefálico, 
o paciente pode apresentar paralisias, transtornos pupilares, nistagmo, tremores e 
hipoacusia. 
No caso de meningites de origem bacteriana, as infecções resultantes de N. 
 
meningitidis, H. influenzae e S. pneumoniae podem restringir a nasofaringe ou então 
podem evoluirpara septicemia ou meningite. Suas principais complicações pode ser: 
distúrbio de linguagem e visão, perda ou diminuição da audição e anormalidade 
motora. Descreve-se também, em adultos, a seguinte trinca: febre, rigidez cervical e 
alteração do estado mental. As meningites turberculosas e fúngicas podem mostrar 
uma evolução mais lenta. 
Por fim, a meningite viral apresenta sintomas semelhantes, com duração 
inferior a 1 semana, com meningites agudas, embora no exame físico nota-se um bom 
estado em relação a irritação meníngea, mas não apresenta complicações 
preocupantes, a não ser que o paciente possua alguma imunodeficiência. 
Levando em consideração os enterovírus, salienta-se que os sinais e sintomas 
não específicos que podem ocorrer , com frequência, antes ou durante a manifestação 
da meningite são: manifestações respiratórias (tosse, faringite), manifestações 
gastrointestinais (vômitos, anorexia e diarreia), e ainda mialgia e erupção cutânea. 
Em situação que não possua imunodeficiência, o paciente poderá apresentar 
recuperação completa mas algumas debilidades não são incomuns (insônia, 
espasmos musculares e alterações de personalidade). 
Quadro laboratorial 
De diagnóstico complexo e decisivo para o desfecho da doença a meningite 
apresenta uma clínca variável com sobreposição de sintomas que podem ludibriar as 
concepções médicas. Portanto, a confirmação da etiologia da doença torna-se 
fundamental para escolher o devido tratamento e já preparar a equipe médica para as 
abordagens mais recomendadas para aquela situação frente as distintas 
possibilidades existentes. 
Exame do líquido cefalorraquidiano (LCR): Essa análise do LCR é padrão ouro 
para o diagnóstico de meningites. Trata-se de uma punção lombar que possibilita a 
coleta de uma amostra do líquido cefalorraquidiano para a sua análise laboratorial. 
Busca-se características como a contagem de células, a concentração de glicose ou 
proteínas e a identificação de agentes infecciosos no LCR. 
Culturas microbianas: O uso da cultura de amostras de LCR ou então do 
sangue pode auxiliar na identificação do agente infeccioso específico, deste modo 
permite o tratamento direcionado. No entanto, apesar de sua eficácia, esse método 
pode ser demorado e algumas bactérias podem não crescer em cultura. 
Existem também exames que auxiliam na avaliação de um diagnóstico, são 
 
eles: teste de PCR, biomarcadores, imagens por ressonância magnética (MRI) e 
tomografia computadorizada (CT). 
Testes de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): o PCR é uma técnica 
molecular que permite amplificar o dna do agente infeccioso presente no LCR. Trata-
se de uma abordagem mais rápida e sensível em comparação com as culturas 
tradicionais e pode detectar vírus e bactérias de maneira mais precisa, auxiliando em 
um inicio de tratamento com maior velocidade e eficiência. 
Biomarcadores: pesquisas recentes estão explorando biomarcadores 
específicos no LCR ou no sangue, que podem indicar tanto a presença como o tipo 
de infecção. Os biomarcadores, então, podem acelerar o diagnóstico e evitar atrasos 
no tratamento. 
Imagens por ressonância magnética (MRI) e tomografia computadorizada (CT): 
são exames de imagem que podem auxiliar a identificar complicações associadas as 
meningites, como os abscessos cerebrais ou hidrocefalia. 
Mesmo com essas técnicas, ainda persistem os desafios para o diagnóstico 
das meningites, podendo incluir a necessidade de identificar com rapidez os 
patógenos causadores, especialmente em regiões cujos recursos são limitados. Não 
somente, o desenvolvimento de testes de diagnósticos mais acessíveis e portáteis é 
de fundamental importância para melhorar o diagnóstico em áreas remotas e de 
recuros limitados. 
Tratamento 
A meningite bacteriana requer tratamento com antibióticos, e também é 
necessário fornecer um tratamento de suporte, como a reposição de líquidos e a 
assistência cuidadosa. A duração do uso de antibióticos normalmente varia de 7 a 14 
dias, dependendo da do quadro clínico do paciente. 
No caso de tratamento da meningite viral, o uso de medicamento antivirais 
específicos é puco utilizado, devido sua complexidade. Normalmente, utiliza-se um 
tratamento de suporte com avaliação e acompanhamento clínicos atenciosos. Deste 
modo,o tratamento específico é indicado somente para a meningite herpética 
utilizando-se de aciclovir intravenoso. 
No caso de meningite crônica existem duas abordagens de tratamento, a 
primeira sendo a terapia direcionada, no caso de uma causa já diagnosticada, ou a 
segunda sendo o tratamento empírico, quando a causa não é diagnosticada. Já no 
caso de meningite tuberculosa o tratamento poderá envolver medicamentos 
 
antituberculosos. 
Em relação ao tratamento da meningite criptocócica, necessita-se usar uma 
terapia antifúngica combinada. A terapia de indução inicia-se com a administração de 
um medicamento: desoxicolato de anfotericina B em combinação com 5-flucitosina por 
pelo menos duas semanas. Na sequência, é realizada a fase de consolidação com o 
uso do fluconazol por um prazo de oito semanas, seguido por uma fase de 
manutenção que pode durar até um ano. 
 Por fim, é importante avaliar a pressão intracraniana e utilizar-se da 
neuroimagem para poder decidir se a cirurgia ser uma forma de tratamento da 
infecção (principalmente nos casos de hidrocefalia). 
Correlação com enfermagem 
A enfermagem tem em sua raiz a exirgência de atenção com o paciente 
hospitalizado e a sua condição ou patologia não pode interferir nessa condição, uma 
vez que trabalha-se com a compreesão do ser humano como um todo bio-psico-social 
e não apenas pela sua patologia. Prestar o cuidado, dentro da segurança fornecida 
por EPI’s e normas fixas do COFEN. 
Deste modo, a conduta do enfermeiro deve ser abrangente para fornecer um 
cuidado geral ao indivíduo, com atenção aos sinais indicativos de alteração causados 
no paciente pela patologia. Nesse ponto, não somente o cuidado biológico é 
importante, mas também a parte psico-social precisa ser levada em consideração 
durante o atendimento ao indivíduo. 
Se especificando no paciente com meningite, algumas vertentes são 
fundamentais para que ambos possa ser beneficiandos, o sucesso da assistência de 
enfermagem centraliza-se na correta identificação de problemas do paciente e no 
planejamento, juntamente com a implemntação, de ações diretas. 
Possíveis ações a serem implementadas são: isolamento – instalação e a 
manutenção de um isolamento respiratório com a utilização do quarto privativo e 
identificação do quadro de risco com suas respectivas informações na porta deste 
recinto e orientação da equipe das ações a serem tomadas; assistência na recepção 
do paciente – uma rápida e tranquila admissão do paciente para essa situação, com 
o objetivo de tranquiliza-lo e dar início a um tratamento de forma eficiente; 
administração correta dos medicamentos – anotações e administrações de forma 
precisa e organização no momento de troca de equipes para não deixar faltar um 
cuidado de qualidade ao indivíduo; cuidado com o ambiente e material utilizado ; 
 
alimentação e hidratação – atenção com esses dois procedimentos é essencial para 
a manutenção da evolução do paciente rumo ao quadro de alta; sono, repouso e 
movimentação – verificar possíveis quedas e evitar, postura e se possível a mudanla 
de posição no leito; higiene corporal – principalmente em casos de UTI. 
Observação e atendimento de problemas especiais – verificar o estado de 
consciência, possíveis quadros de hipersensibilidade com medicamento, evolução do 
paciente; controle de snais vtais – temperatura, pulso, respiração e o controle das 
eliminações; auxílio psico do paciente frente a situação de inernação – não é incomum 
encontrar pacientes aterrorizados com a ideia de ficar inernado, cabe ao enfermeiro 
conversar para o tranquilizar; orientação familiar – não somente opaciente internado 
estará em pânico, a família também pode encontrar-se nessa situação; atenção com 
possíveis complicações – no caso de vômitos, febre, oscilação da pressão arterial; 
preparação para alta e por fim a manutenção de vigilância epidemiológica da 
comunidade – o enfermeiro pode atuar também na na propagação de promoção de 
saúde, tratar a doença antes que ela se manifeste. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tuberculose 
Conceito 
A tuberculose (TB) é uma doença séria que geralmente afeta os pulmões, mas 
pode atacar outras partes do corpo, como rins, espinha e cérebro. É causada por um 
tipo de bactéria chamada *Mycobacterium tuberculosis*. Mesmo sendo uma doença 
antiga, ainda é um grande problema de saúde em muitos lugares, principalmente onde 
o acesso a cuidados médicos é limitado. 
A TB se espalha pelo ar; quando alguém com tuberculose nos pulmões tosse, 
espirra ou até fala, pequenas gotas contendo as bactérias podem ser lançadas no ar. 
Se outra pessoa respirar essas gotas, pode ficar infectada. No entanto, não é tão fácil 
pegar TB apenas passando por alguém com a doença; geralmente, é necessário um 
contato próximo e prolongado. 
Muitas pessoas podem ter a bactéria da TB no corpo, mas não ficam doentes. 
Isso é chamado de TB latente. Nesses casos, a bactéria fica "adormecida" e não 
causa sintomas, nem é contagiosa. Porém, pode se tornar ativa e perigosa se o 
sistema imunológico da pessoa enfraquecer. 
Quando a TB se torna ativa, pode causar sintomas como tosse persistente que 
dura três semanas ou mais, febre, suor noturno, perda de peso e cansaço. Felizmente, 
a tuberculose tem cura e pode ser tratada com antibióticos, mas o tratamento é longo, 
levando pelo menos 6 meses. 
É muito importante que pessoas com TB sigam o tratamento até o fim, mesmo 
que se sintam melhor antes, para garantir que todas as bactérias sejam eliminadas e 
evitar que desenvolvam resistência aos medicamentos, o que pode tornar a doença 
muito mais difícil de tratar. 
Contextualização Epidemiológica 
A tuberculose tem uma presença global, mas é mais comum e tem um impacto 
maior em países de baixa e média renda na África, Ásia, e América Latina, onde 
fatores como desnutrição, condições de vida precárias, e acesso limitado a cuidados 
de saúde de qualidade aumentam o risco de transmissão e de desenvolvimento da 
doença ativa. 
Além disso, a coinfecção com HIV é um importante fator de risco para a 
ativação da tuberculose devido à imunossupressão que o vírus causa. Isso significa 
que as pessoas vivendo com HIV têm um risco muito maior de passar da infecção 
latente de tuberculose para a doença ativa. 
 
Nos últimos anos, houve progresso significativo no combate à tuberculose, 
incluindo a redução da prevalência e da mortalidade. No entanto, a resistência aos 
medicamentos antituberculose, como a tuberculose multidrogarresistente (MDR-TB) 
e a tuberculose extensivamente drogarresistente (XDR-TB), representa um desafio 
crescente, complicando o tratamento e controle da doença. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lidera e coordena esforços 
internacionais para prevenir, detectar e tratar a tuberculose, com o objetivo de 
erradicar a doença como um problema de saúde pública. Esses esforços incluem 
estratégias como o diagnóstico precoce, a terapia diretamente observada (DOTS), o 
tratamento eficaz dos casos, a vacinação com BCG em países com alta prevalência 
de TB, e a luta contra a coinfecção TB/HIV e a resistência aos medicamentos. 
Características clinicas da doença 
Tuberculose Ativa: 
Tosse Persistente: Uma tosse persistente por mais de três semanas é um dos 
sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar. Produção de Catarro: tosse com 
catarro, que pode ser espesso, às vezes com presença de sangue. Febre: febre baixa 
a moderada, geralmente à tarde e à noite. 
Sudorese Noturna: suores noturnos excessivos, especialmente durante o sono. 
Perda de Peso: perda de peso inexplicável e rápida, mesmo com apetite normal ou 
aumentado. Fadiga e fraqueza: cansaço extremo e fraqueza geral. Dor no Peito: dor 
no peito ao tossir ou respirar profundamente. 
Tuberculose Latente: 
Ausência de Sintomas: A tuberculose latente não apresenta sintomas 
evidentes. A pessoa é portadora da bactéria Mycobacterium tuberculosis, mas o 
sistema imunológico é capaz de controlar a infecção, impedindo o desenvolvimento 
da doença ativa. 
É importante ressaltar que, mesmo na ausência de sintomas, a tuberculose 
latente pode se tornar ativa em algum momento, especialmente se o sistema 
imunológico da pessoa estiver enfraquecido, como em casos de HIV/AIDS, câncer, 
diabetes, uso prolongado de medicamentos imunossupressores, entre outras 
condições. 
É fundamental procurar atendimento médico se houver suspeita de 
tuberculose, especialmente se houver exposição a pessoas com a doença, sintomas 
persistentes ou fatores de risco conhecidos. O diagnóstico precoce e o tratamento 
 
adequado são essenciais para prevenir complicações e interromper a transmissão da 
doença. 
Quadro Laboratorial 
Baciloscopia: Exame microscópico do escarro, onde uma amostra é corada e 
examinada para detectar a presença de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR), que 
são característicos do Mycobacterium tuberculosis. Este é um método rápido, mas sua 
sensibilidade pode variar. 
Cultura: Cultivo de uma amostra de escarro em meios de cultura específicos 
para o crescimento de Mycobacterium tuberculosis. Este método pode levar várias 
semanas para produzir resultados, mas é mais sensível do que a baciloscopia e 
permite a realização de testes de sensibilidade aos antibióticos. 
Testes Moleculares: Exames baseados em técnicas de biologia molecular, 
como o GeneXpert MTB/RIF, que detecta o DNA do Mycobacterium tuberculosis e, ao 
mesmo tempo, avalia a resistência à rifampicina, um medicamento importante no 
tratamento da tuberculose. 
Testes de Pele: Como o teste de Mantoux, onde uma pequena quantidade de 
antígeno tuberculínico é injetada sob a pele do antebraço. Após 48 a 72 horas, a 
reação cutânea é avaliada. Uma resposta positiva indica infecção tuberculosa, mas 
não diferencia entre infecção latente e doença ativa. 
Testes Sanguíneos: Como os testes de liberação de interferon-gama (IGRA), 
que detectam a resposta imunológica específica do organismo ao Mycobacterium 
tuberculosis. Esses testes também podem ser usados para identificar a infecção 
latente. 
Radiografia de Tórax: Embora não seja um teste laboratorial, a radiografia de 
tórax é frequentemente utilizada para avaliar a extensão da doença nos pulmões e 
para auxiliar no diagnóstico da tuberculose pulmonar. 
É importante ressaltar que o diagnóstico da tuberculose geralmente requer uma 
combinação de métodos clínicos, radiológicos e laboratoriais, juntamente com uma 
avaliação cuidadosa da história clínica do paciente e dos fatores de risco. O 
tratamento adequado depende de um diagnóstico preciso e oportuno. 
Correlação Efetiva na área da Enfermagem 
Prevenção e Educação: Os enfermeiros desempenham um papel vital na 
educação da comunidade sobre a prevenção da tuberculose, incluindo a importância 
 
da ventilação adequada, práticas de higiene respiratória e busca por atendimento 
médico precoce em caso de sintomas respiratórios. 
Triagem e Diagnóstico: Os enfermeiros podem estar envolvidos na triagem de 
pacientes para tuberculose, realizando entrevistas, avaliações físicas e testes de 
tuberculose, como o teste cutâneo de Mantoux, para identificar indivíduos em risco ou 
sintomáticos. 
Coleta de Amostras: Os enfermeiros muitas vezes são responsáveis pela coleta 
de amostras de escarro para exames bacteriológicos, como baciloscopia e cultura, 
contribuindo para o diagnóstico preciso e oportuno da tuberculose. 
Administração de Tratamento: Os enfermeiros administram medicamentos 
antituberculose aos pacientes, garantindo a correta ingestãodos medicamentos, 
educando sobre os efeitos colaterais e monitorando a resposta ao tratamento. 
Monitoramento e Avaliação: Os enfermeiros monitoram de perto os sinais e 
sintomas dos pacientes com tuberculose, avaliando a resposta ao tratamento, 
identificando complicações e providenciando intervenções adequadas conforme 
necessário. 
Apoio e Orientação: Os enfermeiros oferecem apoio emocional e educacional 
aos pacientes e suas famílias, ajudando-os a entender a doença, a importância do 
tratamento e a lidar com o estigma social associado à tuberculose. 
Controle de Infecção: Os enfermeiros implementam medidas de controle de 
infecção para prevenir a transmissão da tuberculose em ambientes de saúde, 
incluindo o uso de precauções padrão, educação sobre higiene respiratória e 
isolamento de pacientes quando necessário. 
Reabilitação e Acompanhamento: Os enfermeiros auxiliam na reabilitação de 
pacientes com tuberculose, fornecendo suporte contínuo durante o tratamento, 
monitorando a adesão ao tratamento e encorajando mudanças de estilo de vida 
saudáveis para promover a recuperação completa. 
Portanto, a correlação da enfermagem no quadro de tuberculose é abrangente 
e multidisciplinar, envolvendo uma variedade de intervenções destinadas a prevenir, 
diagnosticar, tratar e apoiar os pacientes afetados por essa doença. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
- DESBESSEL, Emilly Karoline Artuso; BORGES, Gabriella Frattari de Araujo 
Rondon; SILVESTRINI, Helen Luiza; GOMES, João Victor Oliveira Souza; SIMÃO, 
Larissa Paula Pinho; GUIOTTI FILHO, Luciano Marostica; NEVES, Querem 
Hapuque Zeferini; RIBEIRO, Bianca Coelho Damin; BORGES, Heloise Helena 
Siqueira. FATORES ASSOCIADOS COM O RISCO DE MORTALIDADE EM 
PACIENTES COM MENINGITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA. COORTE - 
Revista Científica do Hospital Santa Rosa. V. 16, n. 16, 2023. 
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- NEUFELD, Paulo Murillo; SOUZA, Mateus Mandu; OLIVEIRA, Mauren Isfer 
Anghebem; SARAIVA, Paulo Jaconi. Meningite bacteriana: uma atualização. 
Revista Brasileira de Análises Clínicas (RBAC). Rio de Janeiro. V. 50, n 4, 2018.