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AULA PRÁTCA- 19/04/23 
O insumo semente é considerado o propulsor do 
agronegócio em um mercado cada vez mais competitivo e que 
exige investimentos em programas de melhoramento assim como 
em programas de controle de qualidade interno nas empresas 
produtoras de sementes. 
Ressalta-se que o mercado de sementes é muito dinâmico 
e que atualmente é dominado por empresas privadas, muitas 
destas multinacionais. A abertura de mercado na década de 90 
favoreceu empresas de sementes e insumos agrícolas no âmbito 
nacional. 
Todo sistema de produção de sementes exige um 
investimento em programas de melhoramento, visando o 
desenvolvimento de cultivares de interesse dos agricultores 
(consumidores finais de sementes). 
Neste cenário, empresas de sementes investem cada vez 
mais em programas de controle de qualidade interno, que visam 
a produção e comercialização de sementes de alta qualidade. Além 
disso, existe o programa de controle de qualidade externo, por 
meio do qual normas e padrões são estabelecidos pelo governo, 
sendo o MAP p órgão responsável no Brasil. 
• Soja: 
 Espécie autógama; 
 Tem cleistogamia- flor só abre quando o óvulo é 
fertilizado; 
 Não tem híbrido; 
 Isolamento de 3 m. 
 
• Milho: 
 Espécie alógama; 
 Alta taxa de fecundação cruzada (híbrido); 
 Isolamento de 200 m. 
Taxa de utilização de sementes: 
 TUS 
Milho 90% 
Soja 65% (35% sementes salvas- até 2 
anos)* 
*safra 1: salva semente- safra 2: usa semente salva- safra 3: obrigado a 
comprar semente. 
- A soja tem uma TUS menor pois é uma espécie autógama, 
e é possível usar sementes salvas; 
- O milho tem TUS maior por ser espécie alógama, e usar 
semente híbridas, tem vigor híbrido. 
 
 
 
 
 A semente é o principal insumo do agronegócio, uma vez 
que este insumo é responsável por levar até os agricultores as 
tecnologias geradas em programas de melhoramento, sejam 
estes convencionais, ou utilizando de tecnologia do DNA 
recombinante. No entanto, é preciso garantir a qualidade de 
sementes para que as cultivares possam manifestar o máximo 
do seu potencial produtivo. 
Define-se qualidade de sementes como o somatório de 
atributos fisiológicos, físicos e sanitários. 
 
 
 
 
 
 Qualidade Fisiológica: 
Germinação: teste oficial e obrigatório que aparece na 
embalagem, esse teste é realizado sob condições 
favoráveis e ótimas para as espécies. 
Vigor: teste sob condições de estresse (separa o nível 
de deterioração). 
Longevidade: caracteriza o período de vida de sementes 
armazenadas sob condições favoráveis. Varia muito pelo 
genótipo. 
-Está relacionada a tolerância à dessecação: 
Sementes ortodoxas: toleram dessecação- 
maior longevidade. 
Sementes recalcitrantes: não toleram 
dessecação- menor longevidade. 
 Qualidade Genética: 
Pureza genética: deve ser garantida para que as 
características das cultivares cheguem até os 
agricultores. 
Para garantir a pureza genética dos lotes de sementes, 
o RT deve adotar técnicas de produção para evitar 
contaminações genética e/ou varietal. 
* Contaminações genéticas são contaminações 
provenientes de cruzamentos e/ou autofecundação, 
envolvendo grãos de pólen indesejados. 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DE SEMENTES 
FISIOLÓGICA 
GENÉTICA 
SANITÁRIA 
FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Contaminações varietais ocorrem em função de 
misturas de sementes de diferentes cultivares, de uma 
MESMA espécie. Nesse caso, sugere-se uma irrigação 
antes do plantio, seguida do roguing (arranque) das 
plantas atípicas que emergiram. 
 Para evitar contaminação genética e/ou varietal, todos 
os maquinários deverão ser limpados para evitar 
comprometimento da pureza genética. 
 Qualidade Física: lote livre de sementes de outras 
espécies, livres de sementes de daninhas e livres de 
sementes consideradas nocivas, sendo cultivadas ou não. 
- Classificação (homogeneidade) 
- Danos mecânicos 
- Livres de terra, torrões e palhas. 
 Qualidade sanitária: vários microrganismos entre fungos, 
bactérias e vírus, que são transmitidos por sementes e 
podem comprometer a produtividade do produto final. 
 
Além de avaliar a viabilidade mercadológica, é necessário 
a avaliação das condições climáticas da região para a 
implantação de campos de sementes visando sempre a 
obtenção de sementes de alta qualidade. 
 
• ÁGUA: 
a) Fotólise da água (energia para absorção de CO2) 
b) Fotossíntese CO2 + H2O C6H12O6 + O2 
c) Translocação de fotoassimilados (semente + dreno) 
d) Macroesporogênese (óvulo) e microesporogênese 
(grão de pólen): 
 
 
 
 
 
 
 
 
Divisões celulares demandam água e deficiência hídrica nestas 
fases culminam com plantas estéreis nos campos de produção. 
e) Fertilização do óvulo: 
 
 
 
 
 
NV: tubo polínico 
NR + oosfera = embrião (cotilédones + eixo embrionário) 
NR + núcleos polares = endosperma (tecido triplóide) 
Primina e secundina dão origem aos tegumentos das sementes, 
testa, tégma, respectivamente. 
 
 Sabendo que no processo de fertilização do óvulo 
acontece a dupla fertilização para a formação de 
sementes de milho e de soja, como é explicado a 
ausência do endosperma em semente de soja, feijão, 
ervilha, etc? 
R: O endosperma embora tenha sido formado, foi consumido 
para o desenvolvimento do embrião, que é constituído pelos 
cotilédones e eixo embrionário. 
Sob seca na fase de fertilização do óvulo, o tubo polínico não se 
desenvolve e a fertilização é comprometida. A consequência final 
é a redução da produtividade de sementes além de influenciar na 
qualidade fisiológica das sementes. 
f) Desenvolvimento da semente: 
 
 
 
No processo de maturação das sementes, a eficiência hídrica 
afeta drasticamente o acúmulo de matéria seca, com redução de 
produtividade e qualidade das sementes. No PMF a semente se 
desliga da planta mãe, não há translocação de fotoassimilados e 
as sementes atingem o máximo de matéria seca. Neste ponto em 
sementes de algumas espécies, também pode ocorrer o máximo 
de qualidade fisiológica. Após o PMF, é desejável que a região seja 
INÍCIO HISTODIFERENCIAÇÃO MATURAÇÃO PMF 
Fertilização do 
óvulo 
+ divisão celular 
- enlongamento 
celular 
Enchimento de 
grãos 
Ponto de maturidade 
fisiológica 
mais seca, uma vez que o excesso de água causa deterioração 
das sementes e, ainda, em algumas situações, a viviparidade. 
* Viviparidade: protrusão radicular- semente germina dentro do fruto. 
Deficiência hídrica em campos de produção de sementes híbridas 
de milho, durante o florescimento, causa o retardamento da 
emissão dos estilo-estigmas, e consequentemente, o 
dessincronismo dos florescimentos masculino e feminino, com 
consequência final a frustração da produtividade. 
• TEMPERATURA: 
DNA > gene 
 > transcrição 
 RNAm 
 > tradução 
 Proteína 
Durante o desenvolvimento de plantas diferentes genes são 
ligados e desligados, estes genes codificam para proteínas, e 
muitas destas são enzimas que apresentam estrutura funcional 
dentro de faixas de temperatura. 
Exemplo: Germinação do milho 
Temperatura ótima: 25°C – 30°C > α-amilase trabalha bem 
nessa temperatura; 
Temperatura máxima: 40°C > enzimas se desnaturam acima 
dessa temperatura, e a germinação não ocorre; 
Temperatura mínima: 10°C 
 
Algumas espécies como a cenoura requerem baixas 
temperaturas para a indução do florescimento, considerando que 
existe variação de temperaturas em função do genótipo. 
Exemplo: Cenoura 
 
 
 
 
 
O processo de vernallização viabiliza a produção de sementes em 
diferentes regiões. 
Altas temperaturas associadas à alta umidade relativa aumentam 
a deterioração de sementes e ainda propiciam a infestação e/ou 
infecção por patógeno. Altas temperaturas associadas com a 
deficiência hídrica provocam perda de qualidade de sementes, 
pode inviabilizar a comercialização dessas sementes. 
Sementes verdes em soja são comuns sob condição de algum 
estresse que impede a degradação de clorofilas das sementes, a 
exemplo de seca e altas temperaturas.• FOTOPERÍODO 
O fotoperiodismo é a resposta das plantas aos períodos de luz e 
escuro, no florescimento. 
- Estação do ano: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A soja floresce quando os dias começam a reduzir (aumentam 
horas de escuro). Se for plantada depois, o ciclo fica mais curto, 
causando perda de produtividade, já que a soja tem menos tempo 
para vegetar. 
- Latitude: 
Por meio de programas de melhoramento, têm sido desenvolvidas 
cultivares com período juvenil menos sensível ao fotoperíodo. 
Já a beterraba é uma planta de dias longos, e algumas cultivares 
requerem 15 horas por 30 dias. Isto implica o alto percentual de 
sementes de beterraba importadas no Brasil. 
 
• RADIAÇÃO SOLAR 
  Radiação Solar  Fotossíntese  Fotoassimilados 
Queda de flores e frutos 
Plantas C4 são mais eficientes fotossintéticamente, uma vez 
que não apresentam saturação a luz, diferentemente das 
plantas C3. 
A radiação solar também influencia a visitação de insetos, 
quando for o caso, o que interfere na produtividade final de 
sementes. 
 
• VENTOS 
 Aumento da evapotranspiração que consequentemente 
causa os sintomas de deficiência hídrica. Ventos podem ainda 
provocar tombamento e quebramento de plantas, o que pode 
inviabilizar o uso de mecanização em campos de produção de 
sementes. Nesta condição há mais demanda de mão de obra 
com o aumento do custo de produção. 
* Pode aumentar a probabilidade de contaminação genética 
e/ou varietal em campos de produção de semente híbrida. 
 A avaliação de zoneamentos agroclimáticos para a 
produção de sementes é fundamental para a escolha de regiões 
visando não só a produtividade de sementes, mas também a 
qualidade destas. 
 Ressalta-se ainda que os ensaios de VCU são 
importantes para a elaboração do zoneamento agroclimático 
para a produção de sementes. 
 
 
 
• Proteínas podem ser enzimas, 
protetoras de armazenamento, 
protetoras estruturais; 
• Enzimas possuem atividades 
catalíticas 
 
 A maioria das empresas produz sementes sobre o 
sistema de cooperação, assim, é comum a seleção de áreas, 
glebas em áreas de cooperados com os quais o RT deve manter 
um bom relacionamento. 
 Na escolha da área, o RT deve garantir a produção de 
sementes com alta qualidade e por isso, deve evitar 
contaminações por patógenos, assim como as contaminações 
genéticas, varietal e física. Além disso, é preciso garantir alta 
qualidade fisiológica. 
a) Fertilidade do solo: 
 Nitrogênio: aminoácidos e proteínas 
 Fósforo inorgânico: fitatos e fitinas, respiração (glicólise). 
Sabe-se que solos deficientes em P podem proporcionar a 
formação de sementes chochas de gramíneas forrageiras, o que 
reduz a pureza e a qualidade fisiológica das sementes. 
 Potássio: abertura e fechamento de estômatos, e 
consequentemente, a tolerância ao déficit hídrico. Qualidade 
sanitária da semente (formação de lignina). 
 Magnésio: clorofila e DNA polimerase (Mg2+). Também é 
fundamental para a atividade do DNA polimerase no processo de 
replicação do DNA sem o qual a planta não cresce e não se 
desenvolve. 
 Zinco: triptofano (AIA-auxinas). Atua nos pontos de 
crescimento (parte aérea e radícula). 
 Boro: viabilidade de grão de pólen (crescimento do tubo 
polínico), fundamental para a fertilização do óvulo. 
 Assim, a fertilidade do solo e a nutrição de plantas 
influenciam na constituição química das sementes, e 
consequentemente, na sua qualidade e no seu potencial de 
armazenabilidade. 
 
b) Levantamento de plantas e sementes 
consideradas nocivas: 
Toleradas: nível de tolerância 
Proibidas: roguing IMEDIATO 
 Essas plantas e sementes estão descritas para cada 
espécie no MAP, por meio das instruções normativas 45 e 46 
de 2013. 
 As plantas nocivas também podem ser cultivadas, o 
exemplo de arroz vermelho e arroz preto: é comum essas 
sementes apresentarem as mesmas bases de separação de 
sementes das plantas para a produção de sementes, o que 
dificulta a separação dessas sementes no beneficiamento. Além 
disso, podem apresentar dormência e por isso são de difícil 
erradicação no campo, o que pode inviabilizar áreas para a 
produção de sementes. 
 
c) Topografia da área 
 A topografia da área deve ser compatível com a 
mecanização utilizada nas diferentes etapas de produção. 
 
d) Histórico da área: 
 É preciso fazer um levantamento de espécies e 
cultivares cultivadas na área anteriormente. 
Espécies: pureza física; 
Cultivares: pureza genética. 
 Alternativas para garantir a pureza física e genética: 
Rotação de culturas e irrigação prévia à semeadura. 
 
e) Disponibilidade de água 
 
f) Acesso à propriedade 
 Garantir a realização de todas as atividades inerentes à 
produção durante todo o ciclo da cultura. 
 O acesso à área é importante para garantir a 
realização de todos os tratos culturais, independentemente das 
condições climáticas. 
 
g) Presença de insetos polinizadores 
É necessário fazer uma avaliação da presença de 
insetos polinizadores, quando é o caso. 
Ex: girassol, cebola.. 
 
h) Herbicidas utilizados nas safras anteriores 
Questão de fitotoxidade dos herbicidas: 
 Por meio de pesquisas, sabe-se que existe efeito do 
genótipo sobre a tolerância aos herbicidas, e também efeito da 
heterose para esta característica. Ressalta-se que para a 
produção de sementes híbridas são utilizadas linhagens que, com 
frequência não toleram herbicidas, principalmente em pós 
emergência. 
 
i) Presença de patógenos 
O RT deve conhecer os patógenos que sobrevivem no solo, em 
restos de cultura e, ainda, os que são transmitidos por 
sementes. 
 
j) Avaliação do isolamento de outros campos que 
possam comprometer a pureza genética das 
sementes 
Tipos de isolamento: 
Espacial: as distâncias de isolamento variam com as espécies e 
estão definidas pelo MAP por meio da IN 45. O MAP preconiza 
os isolamentos mínimos. Quanto maior a taxa de fecundação 
cruzada, maior será a distância exigida entre os campos 
envolvidos. 
Temporal: semeaduras em épocas distintas. A espécie precoce 
deve ser semeada primeiro, em um intervalo de 25 a 30 dias. 
Uma outra opção para isolamento para a produção de sementes 
híbridas de milho, é o isolamento com linhas do parental 
masculino, as quais servirão como uma barreira física além de 
aumentar a quantidade de pólen desejável do parental masculino. 
O número de linhas está estabelecido pelo MAP e varia com a 
distância entre os campos. 
Barreiras naturais (morros e outras espécies): não funciona. 
Coexistência (transgênico e convencional): está normado pelo 
CTNBio e tem como objetivo garantir a pureza genética de 
grãos de milho convencional quando próximo de campos com 
plantas transgênicas. 
 
Secagem: 
- Etapa crítica 
- Afeta diretamente a qualidade 
- Pode comprometer todos os cuidados anteriores 
 Quanto mais próximo do PMF, maior a umidade, ou seja, 
maior a necessidade de secagem. 
Quanto maior do teor de água, maiores os riscos na secagem e 
maiores as chances de errar. 
 
 
• Beneficiamento de Sementes 
 Foco em melhorar as características físicas do lote. 
 Diferenças: - Desejável 
 - Indesejável 
 Indiretamente melhora os atributos fisiológicos, 
sanitários e genéticos. 
 Uniformiza o tamanho: semeadura/marketing 
 Favorece o armazenamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sabe-se que a semente é a propulsora do agronegócio, sendo 
considerada o principal insumo, por meio do qual características 
desenvolvidas a partir de programas de melhoramento cheguem 
até o agricultor pelas cultivares desenvolvidas. No entanto, para 
que a semente seja o vaículo de tecnologias é necessário 
investimentos em programas internos e externos de controle de 
qualidade de sementes. Ressalta-se que o controle de qualidade 
interno é realizado nas empresas produtoras de sementes e o 
externo compete ao MAP. Em ambos os programas se objetiva 
a produçãoe comercialização de sementes com alta qualidade 
física, fisiológica, sanitária e genética. 
 Programa Interno para o controle de qualidade de 
sementes: 
Arcabouço legal da produção de sementes no Brasil. 
Ressalta-se que é de suma importância que o RT à frente 
da produção de sementes conheça sobre legislação de 
sementes. 
No Brasil, o controle externo da qualidade de sementes foi 
iniciado em nível de estado, em São Paulo na década de 30, 
voltado a cultura do algodão. 
Na década de 50 foi criado o serviço de produção de 
sementes híbridas de milho. 
Na sequencia SP adotou normas e padrões para a produção 
de sementes de outras espécies. 
No Rio Grande do Sul, essa normatização começou na década 
de 50, voltada à cultura do trigo. 
 
 Em 1965 foi criada a primeira lei de caráter nacional (Lei 
4727), que objetivava a produção e comercialização de 
sementes de alta qualidade, além de aumentar a 
disponibilidade de sementes para atender as demandas 
dos agricultores. 
 Com essa lei foi instituída a fiscalização do comércio de 
sementes. 
 Passou a ser exigido um padrão mínimo de germinação e 
pureza física para a comercialização de sementes, mas 
os estados tinham autonomia para definir tais padrões. 
Em 1967 o governo lançou o PLANSEM, programa para incentivar 
a produção de sementes no país, através de financiamento. 
Assim foram financiadas estruturas para a produção no campo 
de beneficiamento, de armazenamento e análises de sementes, 
com juros muito baixos. 
Em 1971 o governo lançou p AGIPLAN (apoio governamental à 
implantação do PLANASEM), cujos financiamentos eram para a 
produção de sementes nas regiões sudeste e sul do país. O 
AGIPLAN também foi importante para a qualificação de 
profissionais da área de sementes. 
Em 1977 foi aprovada a segunda lei nacional de sementes: 
- O campo também é importante; 
- Além da continidade da fiscalização no comércio implantada na 
primeira lei; 
- A partir dessa lei, ficaram definidos padrões de campo apara 
aa produção de sementes. Ressalta-se que os estados também 
tinham autonomia para definição desses padrões. 
Na sequência, entendia-se que havia a necessidade de aprimorar 
as técnicas de produção, colheita, beneficiamento, 
armazenamento e análise de sementes. Diante isso, foram 
contratados técnicos americanos por meio do AGIPLAN, para a 
qualificação de profissionais que atuavam na área de sementes. 
- Isso explica a influência das técnicas americanas nesses 
processos. 
Ainda na década de 70 foram criadas várias instituições de 
pesquisa, como por exemplo, EMBRAPA, EPAMIG, IAPAR, entre 
outros. Assim, havia uma sustentabilidade dos sistemas de 
produção de sementes por meio de cultivares desenvolvidas 
nestas instituições. 
Em 1978 a partir da aprovação da segunda lei, o governo criou 
dois sistemas de produção de sementes: 
1- Sistema de Certificação 
2- Sistema de fiscalização 
O objetivo foi criar um sistema com padrões mais rígidos de 
qualidade, padrões de sementes e de campo com mais foco nos 
produtores mais tecnificados. Por outro lado, no sistema de 
fiscalização os padrões de campo e de sementes eram mais 
flexíveis. 
 
 Classificação de Sementes 
A partir dos sistemas de produção de sementes foram 
estabelecidas as classes de sementes: 
 Genética: responsabilidade do melhorista 
 Básica: responsabilidade da instituição que desenvolveu a 
cultivar 
 Certificada: responsabilidade do produtor de sementes 
(RT) e do governo 
 Fiscalizada: responsabilidade do agricultor 
Em MG tinha controle de gerações. 
 
Nesse contexto, observa-se uam estruturação dos sistemas 
de produção de sementes no Brasil, uma participação 
importante das instituições públicas de melhoramento para o 
desenvolvimento de cultivares de várias espécies, 
fundamental para a sustentabilidade do sistema de produção. 
A partir da década de 1990 houve no Brasil uma abertura 
do mercado, o que incentivou investimentos do setor privado, 
muitas empresas multinacionais, o que mudou o cenário de 
produção de sementes e dos programas de melhoramento. 
Importante ressaltar o perfil destas empresas, que 
investiram e investem no Brasil, a maioria é multinacional, 
muitas atuam na área de defensivos agrícolas e muitas 
investem tecnologia para o desenvolvimento de novas 
cultivares, a exemplo de transgênicos. Assim, aconteceram 
e acontecem importantes fusões, aquisições e alianças 
estratégicas para garantir um mercado de sementes cada 
vez mais competitivo. 
- OMC: Organização Mundial Do Comércio 
Lei de proteção de cultivares 
 
 1997- Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9456) 
Os obtentores de novas cultivares passam a ter direito de cobrar 
royalties em cima de sementes comercializadas. 
 Geralmente o valor dos royalties relacionados a proteção 
de cultivares, representa em média 8% do que a 
semente representa no custo de produção. 
 Toda cultivar para ser protegida, deve passar pelo teste 
de DHE (cultivar distinto dos demais que estão no 
mercado, utilizando descritores homogêneos e estáveis. 
 Para a proteção, esses descritores são morfológicos 
(fenótipo) 
 Com a Lei de proteção de cultivares, houve um aumento 
significativo em programas de melhoramento, 
principalmente de autógamas, com destaque par aa soja. 
Assim, a Lei de Proteção de cultivares incentiva o 
lançamento de mais cultivares, principalmente por meio 
de ações do setor privado. 
 Figura: nº de cultivares de soja e milho 
- Milho tem proteção natural porque é híbrido 
- Registro é obrigatório, proteção não 
- Protege quem quer, mais é obrigatório registrar para 
comercialização de sementes. 
 Um dos impactos negativos de proteção de cultivares foi 
o aumento da pirataria de sementes, principalmente de 
soja, em função da resistência no pagamento dos 
royalties pelos agricultores. 
 Em 1996, entra no país a soja RR, tolerante ao glifosato, 
de forma legal, uma vez que não havia legislação vigente 
para legalização/normatização do uso de transgênicos 
no Brasil. 
 Em suma, este novo cenário trouxe como principal 
consequência a redução da qualidade de sementes no 
Brasil, em função da menor taxa de utilização de 
sementes. 
 
Com o aumento da pirataria de sementes no páis, principalmente 
em função da resistência dos agricultores no pagamento dos 
royalties estabelecidos na Lei de Proteção de cultivares, associado 
a entrada da soja RR ilegal no país, houve a necessidade de 
disciplinar a cadeia produtiva de sementes. 
Aprovação da “Nova Lei de Sementes” (Lei 10711) de 2003 
• Estabelecimento do RENASEM (Registro Nacional de 
Sementes e Mudas) 
Para rastrear pessoas envolvidas na produção, comercialização, 
beneficiamento, armazenamento, análise, importação, 
reembalagem, entre outros, sendo estas, obrigadas a ter 
registro no RENASEM, seja pessoa jurídica ou física. 
A Portaria que trata do RENASEM é a de nº 501, aprovada em 
outubro de 2022. 
Ressalta-se que quando na inserção de produtores de sementes 
no RENASEM, é preciso que os RTs já estejam credenciados no 
RENASEM. 
 
• Criação do RNC (Registro Nacional de Cultivares). 
Ressalta-se que o registro de cultivares é obrigatório para a 
produção e comercialização de sementes no país. No entanto, a 
proteção de cultivares não é obrigatória. 
Para o RNC é preciso obtenção do VCU (Valor de cultivo e Uso). 
Os ensaios de VCU são passíveis de fiscalização do MAP; 
Com a nova legislação as cultivares serão identificadas por meio 
de descritores morfológicos e/ou fisiológicos, moleculares de 
DNA, proteínas, entre outros. Ressalta-se que a legislação vigente 
que trata de RNC está detalhada na portaria º502, aprovada em 
outubro de 2022. 
O RT deverá ficar atento à lista das cultivares registradas no 
MAP, uma vez que esta lita é dinâmica para muitas espécies. 
 
• Novas classes e categorias de sementes: 
 
CERTIFICADAS: NÃO CERTIFICADAS 
 
GENÉTICA 
BÁSICA S1- sem certificação 1ª ger.C1 (certificada 1ª geração) 
C2 (certificada 2ª geração) S2- sem certificação 2ª ger. 
AGRICULTOR 
 
Com a nova legislação de Sementes existem duas classes de 
sementes: certificada e não certificada. 
No sistema de certificação é exigido uma unidade certificadora 
que se responsabiliza pela qualidade das sementes, nas diferentes 
etapas de produção, junto ao produtor de sementes. 
 O governo não certifica mais, é responsabilidade das 
empresas. 
 A certificação sai do setor público e vai para o setor 
privado, com detalhe importante, a empresa produtora 
pode certificar a própria semente. 
 O fato de a semente ser não certificada não significa 
que a mesma seja de baixa qualidade. Ressalta-se que 
atualmente no Brasil, a maior parte das sementes 
comercializadas é da classe não certificada. 
Com as novas classes e categorias de sementes, observa-se um 
controle de gerações e consequentemente da pirataria de 
sementes no país. 
Soja Milho 
Autógama (cleistogamia) 
Pode utilizar sementes na 
próxima safra 
Foi a cultivar mais atingida por 
essa lei 
 
90% híbrido 
F2- segregação 
Perda de vigor do híbrido 
Produtor não utiliza as 
sementes na próxima safra. 
No caso de sementes híbridas há comercialização de sementes 
das categorias C2 e S2, uma vez que estas sementes 
correspondem à população F2, e consequentemente, temos 
plantas segregando. 
 
• Possibilidade de agricultores utilizarem sementes salvas. 
No entanto existem normas específicas para a utilização destas 
sementes, uma vez que não deixa de ser uma oportunidade de 
pirataria de sementes. 
Estas sementes podem ser utilizadas somente na safra 
subsequente à compra da semente, comprovada por meio de 
nota fiscal. 
É proibido beneficiar sementes salvas nas unidades de 
beneficiamento, cujo beneficiador possui RENASEM para 
beneficiar sementes. Assim, atualmente existe um controle 
destas sementes salvas, e o agricultor pode ser fiscalizado. 
 
• Pela primeira vez uma legislação de sementes no país 
prevê a fiscalização de usuários de sementes 
(agricultores) 
 O órgão responsável pela fiscalização é o MAP; 
 O agricultor deve guardar todos os documentos por 2 
anos. 
 
• Exigência de elaboração do projeto técnico assinado pelo 
RT responsável 
Existem normas para a elaboração do projeto técnico, sendo que 
esse projeto é exigido para as inscrições dos campos de produção 
de sementes. 
• Obriga-se a inscrição dos campos de produção de 
sementes, permitindo esta por módulos, principalmente 
quando a área cultivada é grande. 
As inscrições dos campos são feitas com datas estabelecidas 
conforme legislação vigente. 
 Anual: até 15 dias após a semeadura do campo; 
 Perene: anualmente até 31 de dezembro do ano anterior 
à colheita.

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