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Guia de Estudos - Introdução a Engenharia Civil

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Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
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Introdução à Engenharia Civil 
Gestão da Educação a Distância 
Cidade Universitária – Bloco C 
Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, 
Bairro Aeroporto. Varginha /MG 
ead.unis.edu.br 
0800 283 5665 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição ficam 
reservados ao Unis – MG. 
É proibida a duplicação ou reprodução 
deste volume (ou parte do mesmo), 
sob qualquer meio, sem autorização 
expressa da instituição. 
 
 
 
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Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Engenheiro Civil e Mestre em Geotecnia. Foi bolsista do Núcleo de Geotecnia 
Aplicada (NGA/UFOP), entidade pela qual trabalhou em projeto de execução de 
túnel (Túnel Bala) para transposição de córrego na cidade de Mariana - MG. 
Também estagiou na Dinâmica Engenharia, onde prestou serviços ligados a projetos 
e execução de obras. Participou do Programa Jovens Talentos em estágio de férias 
na Construtora Norberto Odebrecht na obra da Ferrovia Transnordestina. Atuou 
como Chefe do Departamento de Controle do Plano Diretor e Coordenador de 
Projetos de Expansão Urbana na Prefeitura Municipal de Mariana – MG. 
Atualmente é professor titular do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário 
do Sul de Minas – UNIS, onde leciona as disciplinas: Introdução à Engenharia Civil, 
Desenho Técnico I, Elementos de Geologia e Mineralogia, Mecânica dos Solos, 
Engenharia de Transportes I e II e Fundações e é coordenador do curso de 
Engenharia Civil - modalidade ensino a distância (EaD) - na mesma instituição. Atua 
também como engenheiro projetista, desenvolvendo projetos arquitetônicos, 
estruturais, de instalações elétricas e hidrossanitárias e de prevenção e combate a 
incêndio e pânico. 
 
 
Prof. Me. 
Armando Belato Pereira 
 
 
Autoria 
 
 
 
 
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Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0338226167604541 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEREIRA, Armando Belato. Guia de Estudo – Introdução à Engenharia 
de Produção. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. 
81 p. 
1. Introdução à Engenharia Civil 2. Áreas de atuação do Engenheiro 
Civil 3. Responsabilidades e atribuições do Engenheiro Civil. 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/0338226167604541
 
 
 
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Introdução à Engenharia Civil 
É no contexto de desenvolvimento de uma região ou país que o Engenheiro 
Civil encontra-se como protagonista, criando a infraestrutura necessária para a 
implantação de empreendimentos dos mais diversos vultos e finalidades. 
Podemos afirmar que a Engenharia Civil tem um amplo campo de atuação. 
O profissional desta área pode projetar, fiscalizar ou executar trabalhos 
relacionados a pontes, túneis, barragens, rodovias, ferrovias, portos, canais, 
drenagem, irrigação, aeroportos, sistemas de transporte, abastecimento de água e 
saneamento, edificações, etc. 
Em seu trabalho, o engenheiro civil projeta e executa as etapas de obras 
civis. E para projetar tais obras, ele estuda um grande conjunto de áreas que são 
apresentadas em forma de disciplinas e compõem a grade curricular do curso de 
Engenharia Civil. 
O Engenheiro Civil aplica o conhecimento adquirido na universidade 
dimensionando e especificando estruturas, instalações elétricas, hidrossanitárias, bem 
como discriminando os materiais empregados em determinada obra, ou fazendo 
cálculos estruturais, avaliando a resistência dos materiais empregados em uma 
edificação, traçando cronogramas físicos e financeiros, fiscalizando obras, etc. Enfim, 
no seu dia a dia, seja no escritório ou no canteiro de obras, é ele quem chefia 
equipes, supervisiona prazos, custos e o cumprimento das normas de segurança. 
A nossa disciplina de Introdução à Engenharia Civil tem por objetivo 
principal introduzir vocês, alunos, no mundo dos projetos, dos cálculos estruturais, 
do dimensionamento de estruturas, das instalações elétricas e hidrossanitárias, da 
execução das obras... Enfim, o mundo que, daqui alguns anos, os senhores estarão 
aptos a desbravar também. 
Sem maiores delongas, comecemos! Vamos conhecer o fantástico mundo 
da Engenharia Civil... 
 
Forte abraço, 
Prof. Armando Belato Pereira 
 
 
 
 
 
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Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
Campo de atuação do engenheiro civil. Áreas de conhecimento para a 
engenharia civil. A Engenharia Civil e o meio ambiente. Agentes que 
interferem no processo de produção das edificações e das cidades. 
Processo de produção de edificações e das cidades e suas interfaces 
com o meio ambiente. Atribuições legais do engenheiro. 
 
 
 
 
 
 
Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no Ambiente Virtual. 
 
 
 
 
 
Introdução à Engenharia Civil. Áreas de atuação do Engenheiro Civil. 
Responsabilidades e atribuições do Engenheiro Civil. 
Ementa 
 
 
Orientações 
 
 
Palavras-chave 
 
 
 
 
 
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Introdução à Engenharia Civil 
 
EMENTA ____________________________________________________________________ 6 
ORIENTAÇÕES ______________________________________________________________ 6 
PALAVRAS-CHAVE ___________________________________________________________ 6 
 
UNIDADE I – UMA BREVE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIVIL ____________________ 10 
1.1 PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DA ENGENHARIA CIVIL ____________________________________ 12 
1.1.1 BREVE SÍNTESE HISTÓRICA ___________________________________________________ 12 
1.1.2 IMPORTANTES OBRAS DA ANTIGUIDADE ________________________________________ 15 
1.1.3 IMPORTANTES OBRAS DA MODERNIDADE _______________________________________ 17 
1.2 O QUE É ENGENHARIA? _____________________________________________________ 19 
1.2.1 CONCEITO DE ENGENHARIA ________________________________________________ 19 
1.2.2 CONCEITO DE ENGENHEIRO ________________________________________________ 20 
1.3 O PERFIL DO ENGENHEIRO CIVIL _______________________________________________ 20 
1.4 ENTENDENDO A MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL__________________ 21 
1.4.1 O “CICLO BÁSICO” DAS ENGENHARIAS _________________________________________ 21 
UNIDADE II – ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ENGENHARIA CIVIL________________________ 25 
2.1 ENGENHARIA DE ESTRUTURAS _________________________________________________ 27 
2.1.1 A ENGENHARIA DE ESTRUTURAS – CONCEITOS ___________________________________ 27 
2.1.2 O QUE É UM EDIFÍCIO? _____________________________________________________ 28 
2.2 ENGENHARIA DE TRANSPORTES _______________________________________________ 29 
2.2.1 FUNÇÕES ECONÔMICAS DO TRANSPORTE _______________________________________ 30 
2.2.2 A ENGENHARIA DE TRANSPORTES E DEMAIS ÁREAS DA ENGENHARIA CIVIL _______________ 31 
2.3 GEOTECNIA (ENGENHARIA GEOTÉCNICA) ________________________________________ 32 
2.3.1 ÁREAS DE ESTUDO ________________________________________________________ 32 
2.3.2 POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ________________________________________________ 33 
2.4 HIDRÁULICA E SANEAMENTO _________________________________________________ 34 
2.4.1 HIDRÁULICA E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO _____________________________________ 34 
2.4.2 SANEAMENTO E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ____________________________________ 36 
2.5 CONSTRUÇÃO CIVIL ________________________________________________________ 37 
2.5.1 GERENCIAMENTO DE OBRAS _________________________________________________ 37 
2.5.2 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ________________________________________________ 38 
UNIDADE III – LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL _______________________________ 40 
3.1 CONFEA ________________________________________________________________ 41 
3.2 CREA __________________________________________________________________ 43 
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Introdução à Engenharia Civil 
3.3 ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) ________________________________ 44 
3.4 O CÓDIGO DE ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO _________________________________ 48 
UNIDADE IV – RESPONSABILIDADES, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO 
CIVIL ______________________________________________________________________ 50 
4.1 ÉTICA, OBRIGAÇÃO, DEVER E RESPONSABILIDADE ___________________________________ 51 
4.2 SINISTRO DO EDIFÍCIO REAL CLASS – BREVE ESTUDO DE CASO __________________________ 53 
4.3. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS QUE O ENGENHEIRO CIVIL DEVE POSSUIR _________________ 56 
UNIDADE V – PROJETOS DE EDIFICAÇÕES ______________________________________ 58 
5.1 O ESTUDO DE CASO ________________________________________________________ 59 
5.2 PROJETO ARQUITETÔNICO ___________________________________________________ 60 
5.3 PROJETO ESTRUTURAL ______________________________________________________ 62 
5.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS _____________________________________ 65 
5.5 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ___________________________________________ 66 
5.6 NOÇÕES BÁSICAS DE LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE MATERIAIS – ESTUDO DE CASO ______ 68 
 
ESTUDO DE CASO __________________________________________________________ 69 
REFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ___________________________________________________ 80 
 
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9 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
10 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 Apresentar o contexto histórico e a evolução da Engenharia Civil 
e distingui-la dos demais cursos de Engenharia. 
 Apresentar o conceito de Engenharia e o perfil profissional 
exigido pelo mercado de trabalho. 
 Apresentar a matriz curricular do curso de Engenharia Civil e os 
núcleos que a compõem. 
 
 
 
 Ciclo 01 
 Atividade Fórum 
 Título: Introdução à Engenharia Civil 
 
Unidade I – Uma breve 
introdução à Engenharia 
Civil 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
I 
 
 
 
11 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Para iniciarmos efetivamente o curso de Engenharia Civil é de extrema 
importância que conheçamos um pouco da história e da evolução desta fascinante 
vertente profissional. Desta forma, passaremos a compreender como a evolução da 
ciência, dos modelos matemáticos e das ferramentas computacionais influenciaram 
diretamente o desenvolvimento da Engenharia Civil, proporcionando a criação de 
edifícios extremamente altos, pontes com vãos cada vez maiores, obras em locais 
de grande complexidade, etc. 
Você sabia que a Engenharia Civil é considerada uma Engenharia Social? Este 
é um outro aspecto da Engenharia que abordaremos! Fazendo uma breve 
retrospectiva, observamos que, até o século XIX, a expectativa de vida era de 
aproximadamente 30 anos, após a descoberta da penicilina, em 1928, houve um 
salto para 35 anos. Porém, o maior impacto que observamos na expectativa de vida 
se deu com os avanços da Engenharia, mais especificamente com o 
desenvolvimento do saneamento básico, que fez com que a expectativa de vida 
média do ser humano saltasse para mais de 60 anos! 
 
 
 
 
 
 
Nesta primeira unidade vamos abordar também alguns aspectos conceituais 
da Engenharia, definindo-a, apresentando o perfil do Engenheiro Civil esperado pelo 
mercado de trabalho e quais suas funções e, em um último momento, 
contemplaremos um pouco sobre a matriz curricular do curso de Engenharia Civil, 
definindo o chamado “ciclo básico” das Engenharias e relacionaremos as disciplinas 
básicas e específicas no contexto prático profissional. 
 
 
 
 
É importante que você, aluno, evidencie a grande 
importância que a Engenharia tem para a 
humanidade, diretamente no âmbito social. 
 
Unidade I 
 
 
12 
Introdução à Engenharia Civil 
 
1.1 Princípios históricos da Engenharia Civil 
Neste primeiro tópico do nosso guia de estudos abordaremos um pouco 
sobre o histórico da Engenharia e algumas importantes obras da antiguidade e da 
modernidade. 
 
1.1.1 Breve síntese histórica 
A Engenharia Civil sagra-se como uma das profissões mais antigas da 
humanidade, você sabia disso? Desde o momento em que o homem deixou de ser 
nômade e passou a fixar morada em determinado local, os princípios da Engenharia 
Civil, de maneira muito rudimentar ainda, passaram a ser aplicados, seja na 
construção de moradas, no processo de represamento de água para irrigação de 
lavouras, etc. 
 Conforme Bazzo e Pereira (2006), o primeiro emprego do termo 
engenheiro é proveniente da palavra latina ingenium, que significa engenho ou 
habilidade. 
Na Roma antiga utilizava-se o termo “Ingenium Civitas” para designar 
“Engenheiro das Cidades” ou “Engenheiro da Civilização”, uma vez que o objetivo 
destes era projetar e executar pontes, aquedutos, estradas; enfim, promover toda a 
infraestrutura para o desenvolvimento das polis (cidades) romanas. 
 Um exemplo de uma grande obra desenvolvida pelos “Ingenium Civitas” é 
a “Cloaca Massima” ou “Grande Esgoto” em Roma, tida como uma das mais antigas 
obras de saneamento básico da história. Construída no final do Século VI a.C., era 
uma grande rede subterrânea que recebia águas pluviais e esgotos, funcionando até 
os dias de hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade I 
 
 
 
13 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figuras 01 e 02: Boca e interior da Cloaca Massima em Roma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.thehistoryblog.com/ 
 
Durante a Idade Média, a engenharia civil passou a ser chamada somente de 
Engenharia, incorporando tanto a parte civil como a militar. Nesta fase, foram 
construídas grandes catedrais e castelos, estradas e cidades e os profissionais 
começaram a se organizar em sociedades de construtores. 
Observa-se, portanto, que a engenharia civil era naquela época, e continua 
sendo nos dias atuais, uma profissão muito ampla e de grande importância para a 
sociedade civil, implicando muita responsabilidade para quem a exercia. 
 
Unidade I 
 
 
14 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Citando Bazzo e Pereira (2006) novamente, o primeiro título de engenheiro 
foi usado pelo inglês John Smeaton (1724-1792), que teria se autointituladoengenheiro civil. Inicialmente, essa designação serviu em muitos países para definir 
toda a engenharia que não se ocupava de serviços públicos ou do Estado; em 
outros países compreendia toda a engenharia com exceção da militar. E, em 1747, 
foi criada na França aquela que é considerada a primeira escola de engenharia do 
mundo, a Ecole des Ponte et Chaussées. 
No Brasil, as primeiras escolas de Engenharia foram: a Academia Real Militar, 
criada em 1810, que inicialmente tinha caráter essencialmente militar e, 
posteriormente, em 1823, passou a aceitar alunos civis, que não eram vinculados ao 
exército; a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, fundada em 1874 e a Escola de 
Minas de Ouro Preto, fundada em 1876. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentada essa breve síntese histórica da 
Engenharia, você conseguiria argumentar sobre 
como a Engenharia Civil pode ser considerada uma 
Engenharia Social? 
 
O livro “Introdução à Engenharia” (Bazzo e Pereira, 
2006) dedica o capítulo 3 a contar brevemente os 
princípios históricos da Engenharia. Que tal 
acompanhar essa referência bibliográfica também? 
Unidade I 
 
 
 
15 
Introdução à Engenharia Civil 
 
1.1.2 Importantes obras da antiguidade 
Neste item abordaremos um pouco sobre duas importantes obras da 
antiguidade: as pirâmides de Gizé e a muralha da China. 
 
Pirâmides de Gizé 
As pirâmides de Gizé (Figura 03) estão localizadas no Egito, na região 
próxima ao rio Nilo. A maior dessas pirâmides possui 160 m de altura e teve sua 
construção finalizada em 2550 a.C. Para colocá-las de pé, estimam-se que trinta mil 
egípcios trabalharam no processo de corte, transporte e assentamento dos blocos 
de rocha que as compõem. 
Figura 03: Pirâmides de Gizé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
 
Unidade I 
 
 
16 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Muralha da China 
A Muralha da China ou a Grande Muralha (Figura 04) é uma fantástica obra 
da engenharia militar da China Imperial, que teve seu início de construção em 220 
a.C. e seu término no século XV. Possui extensão de 21.196 km e altura média de 
7 metros. É interessante ressaltar que a sua grande extensão e o grande período de 
execução implicaram em várias técnicas construtivas e na utilização de vários 
materiais diferentes empregados para compor sua estrutura. 
Figura 04: Muralha da China. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
 
 
 
 
 
Unidade I 
 
 
 
17 
Introdução à Engenharia Civil 
 
1.1.3 Importantes obras da modernidade 
Neste item abordaremos um pouco sobre duas importantes obras da 
modernidade: o edifício Burj Khalifa e Eurotúnel. 
 
 
Burj Khalifa 
O Burj Khalifa (Figura 05) é considerado o maior arranha-céu do mundo, 
localizado em Dubai, nos Emirados Árabes, com 828 metros de altura e 160 
andares habitáveis. O período de construção deste edifício foi de 2004 a 2010 e 
sua estrutura é composta de concreto armado e perfis de aço. 
 
Figura 05: Edifício Burj Khalifa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
Unidade I 
 
 
18 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Eurotúnel 
O Eurotúnel (Figura 06) é um túnel ferroviário que liga o Reino Unido e a 
França e possui 50,5 quilômetros de extensão. Possui 37,9 km em seu trecho 
submerso (considerado o túnel com trecho submerso mais longo da história) e o 
seu nível mais baixo atinge 75 metros de profundidade. O período de construção 
desse túnel foi de 1988 a 1994. 
 
Figura 06: Eurotúnel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
 
 
 
 
Apresentamos algumas obras importantes da 
antiguidade e da modernidade. Além delas, quais 
você acrescentaria? Faça uma breve pesquisa e 
apresente pequenos estudos de casos de obras dos 
períodos citados que você julga de grande 
importância. 
 
 
Unidade I 
 
 
 
19 
Introdução à Engenharia Civil 
 
1.2 O que é Engenharia? 
Neste tópico conceituaremos Engenharia sob perspectivas diferentes e o 
conceito moderno de Engenheiro. 
 
1.2.1 Conceito de Engenharia 
Para definir formalmente o termo Engenharia, recorremos ao dicionário 
(Aurélio, 2010), que a descreve como: “Aplicação de conhecimentos científicos e 
empíricos, e certas habilitações específicas, à criação de estruturas, dispositivos e 
processos para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento 
das necessidades humanas”. 
Para a Comissão Consultiva de Engenharia do Mercosul Montevidéu 
(novembro/1999), Engenharia “é o conjunto de conhecimentos científicos e 
tecnológicos de base físico-matemática, que com a técnica e a arte analisa, cria e 
desenvolve sistemas e produtos, processos e obras físicas, mediante o emprego da 
energia e de materiais, para proporcionar à humanidade com eficiência e sobre 
bases econômicas, bens e serviços que lhe deem bem estar com segurança e 
crescente qualidade de vida, preservando o meio ambiente”. 
 Podemos então dizer, de uma maneira bastante generalista, que a 
Engenharia é o conjunto de mecanismos e técnicas que permitem ao Engenheiro 
desenvolver projetos, executar empreendimentos, consultorias, etc., nas mais 
diversas áreas de atuação profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Possivelmente, antes de ingressar no curso de 
Engenharia Civil, você tinha determinado algum 
conceito do que seria Engenharia. A partir dos 
conceitos preestabelecidos e das novas definições 
apresentadas na disciplina de Introdução à 
Engenharia Civil, como você conceituaria 
Engenharia? 
 
 
Unidade I 
 
 
20 
Introdução à Engenharia Civil 
 
1.2.2 Conceito de Engenheiro 
Os autores Holtzapple e Reece (2006) conceituam, de maneira muito 
oportuna, o Engenheiro: “Engenheiros são indivíduos que combinam 
conhecimentos da ciência, da matemática e da economia para solucionar 
problemas técnicos com os quais a sociedade se depara. É o conhecimento prático 
que distingue os engenheiros dos cientistas, que também são mestres da ciência e 
da matemática“. 
 
1.3 O perfil do Engenheiro Civil 
Podemos dizer que o mercado de trabalho atual espera basicamente alguns 
requisitos principais para compor o perfil profissional do Engenheiro Civil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bazzo e Pereira (2006) ainda apresentam as seguintes competências e 
habilitações que os futuros Engenheiros deverão possuir: 
 
 
 
 
 Conhecimento técnico: conhecimento oriundo 
do meio técnico, da universidade, onde se 
aprende os conceitos ligados à Engenharia Civil. 
 Bom senso/Senso crítico: capacidade de avaliar, 
de maneira crítica, projetos, soluções de 
engenharia, etc. 
 Capacidade de se expressar: capacidade de 
apresentar propostas ao cliente, desenvolver 
relatórios técnicos, laudos, etc. 
 
 
Unidade I 
 
 
 
21 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Quadro 1.1: Competências e habilitações dos engenheiros. 
 
(Bazzo e Pereira, 2006) 
 
1.4 Entendendo a matriz curricular do curso de Engenharia Civil 
Podemos dizer, em linhas gerais, que o conteúdo de um curso de 
Engenharia Civil se divide em núcleo básico, específico, profissionalizante e 
complementar. 
Temos como exemplo de conteúdos básicos as disciplinas de Física I, II e III, 
Química Geral, Matemática, etc. 
Conforme Bazzo e Pereira (2006), o núcleo de disciplinas específicas é 
representado por extensões e aprofundamentos do núcleo de conteúdos 
profissionalizantes, além de outros temas destinados a caracterizar cada modalidade. 
Com relação às atividades complementares, temos, compondo este núcleo, 
os cursos de extensão, cursos aplicados, desenvolvimento de projetos de pesquisa, 
etc. 
 
1.4.1 O “ciclo básico” das Engenharias 
O ciclo básico das Engenharias corresponde ao conjunto de disciplinas que 
compõem os primeiros semestres dos cursos de Engenharia. Tais disciplinas (Físicas, 
Cálculos, Química, etc.) têm como objetivo iniciar a formação em ciências básicas 
Unidade I22 
Introdução à Engenharia Civil 
 
do futuro Engenheiro, otimizando sua capacidade de raciocínio e transformando-o 
não apenas em um repetidor de técnicas, mas em um profissional que as entende 
completamente e está apto a modificá-las a seu favor, além de poder criar novas 
tecnologias. 
 
Você sabia que o material mais utilizado na construção civil, o concreto 
(Figura 07), é o produto de uma reação química entre o cimento, areia, brita e 
água? 
Figura 07: Execução de concretagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
Você sabia que o processo de locação de uma obra (Figura 08) se baseia no 
princípio de coordenadas de um ponto, trabalhado na Matemática e na Geometria 
Analítica? 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade I 
 
 
 
23 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 08: Processo de locação de uma obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor. 
 
Você sabia que o princípio do dimensionamento das estruturas de edifícios 
(Figura 09), lajes, vigas, pilares, etc., se baseia no princípio da ação e reação 
proposto por Newton e estudado na Física? 
Figura 09: Execução dos pilares de um edifício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
Unidade I 
 
 
24 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentamos algumas aplicações das disciplinas do 
ciclo básico do curso na prática profissional da 
Engenharia Civil. Você conseguiria identificar alguma 
aplicação, ainda não citada anteriormente? 
 
Unidade I 
 
 
 
25 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 Apresentar as grandes áreas de conhecimento da Engenharia 
Civil. 
 Apresentar ao aluno a vasta gama de possibilidades de atuação 
do Engenheiro Civil. 
 
 
 
 Ciclo 02 
 Atividade Exercício 
 Título: Áreas de Atuação do Engenheiro Civil 
 
 
 
Unidade II – Áreas de 
atuação da Engenharia Civil 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
II 
 
 
26 
Introdução à Engenharia Civil 
 
O curso de Engenharia Civil é um curso bastante amplo e pode ser dividido 
em Engenharia de Estruturas, Engenharia de Transportes, Geotecnia (Engenharia 
Geotécnica), Hidráulica e Saneamento (Recursos Hídricos) e Construção Civil. 
Nesta unidade do nosso guia de estudos tentaremos falar um pouco sobre cada 
uma dessas grandes áreas. 
Popularmente, o Engenheiro Civil é conhecido por trabalhar com projetos 
de Engenharia Civil e com a gerência de obras da Construção civil. Porém, ele é 
responsável por diversas outras funções na sociedade e, através de conhecimentos 
nessas cinco grandes áreas, o Engenheiro Civil pode atuar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dentre muitas outras áreas, possuindo uma participação muito ampla, já que 
os conhecimentos da Engenharia Civil englobam diversos campos de atuação 
diferentes. Você sabia que o Engenheiro Civil possui tantas possibilidades de 
atuação assim? 
 No planejamento do transporte urbano de uma 
cidade; 
 No planejamento e projeto de aeroportos; 
 No dimensionamento de vias e pavimentos; 
 Na execução e projeto de taludes, barragens e 
aterros; 
 No dimensionamento e planejamento de um 
sistema de esgotamento sanitário; 
 No dimensionamento estrutural de edifícios, 
pontes, etc.; 
 No projeto e construção de barragens 
hidrelétricas; 
 Na confecção de projetos de instalações 
elétricas e hidrossanitárias de empreendimentos 
de pequeno porte; 
 Na gestão de obras de prédios, pontes, viadutos, 
túneis, etc. 
 
Unidade II 
 
 
 
27 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
2.1 Engenharia de Estruturas 
A Engenharia de Estruturas não é um ramo apenas da Engenharia Civil, mas 
também da Engenharia Mecânica, Naval, Aeronáutica, ou qualquer outra engenharia 
que utilize o cálculo estrutural, seja de estruturas estáticas ou dinâmicas. Neste 
tópico apresentaremos alguns conceitos acerca dessa área de atuação, tipos de 
empreendimentos estruturais e o conceito de um edifício sob o aspecto da 
Engenharia de Estruturas. 
 
2.1.1 A Engenharia de Estruturas – conceitos 
É o ramo da Engenharia que estuda as estruturas e seu comportamento, 
com o interesse de projetar estruturas econômicas, seguras e ambientalmente 
corretas a diversos empreendimentos. 
Uma estrutura (Figura 01) seria um sistema de diversos elementos 
conectados para suportar uma ação ou um conjunto de ações, sem entrar no 
chamado colapso. 
 
Figura 01: Maquete eletrônica dos elementos estruturais de um edifício em 
concreto armado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor. 
Unidade II 
 
 
28 
Introdução à Engenharia Civil 
 
O colapso de uma estrutura ocorre quando ela não é capaz de suportar as 
cargas e ações a ela impostas. Por isso, torna-se impossível a manutenção das 
funções ou ações realizadas pelo que ela suporta. Em geral, a estrutura tem o 
objetivo de dar suporte a algo que tenha outras funções. 
Portanto, focada no projeto de estruturas, a engenharia estrutural busca a 
concepção (dimensionamento) de elementos seguros e econômicos para fornecer 
rigidez e resistência aos elementos estruturais. 
 
2.1.2 O que é um edifício? 
Os prédios ou edifícios fazem parte do nosso cotidiano, mas você saberia 
conceituá-los sob o ponto de vista da Engenharia Civil? 
Podemos dizer que um edifício (Figura 02) é basicamente um subsistema 
estrutural dividido em duas grandes áreas: infraestrutura e superestrutura. 
A infraestrutura é representada pela fundação do edifício, bem como seus 
elementos acessórios, ou seja, sapatas, estacas, blocos de coroamento, vigas de 
equilíbrio, tubulões, etc. 
A superestrutura é representada pelos demais elementos estruturais, ou 
seja, vigas, pilares, lajes, etc. 
 
Figura 02: Definição de infraestrutura e superestrutura de um edifício. 
 
Fonte: O autor. 
Unidade II 
 
 
 
29 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 Engenharia de Transportes 
O desenvolvimento econômico de um país está altamente ligado à 
infraestrutura de transportes, podendo ser considerada uma das bases para o 
desenvolvimento. 
A Engenharia de Transportes é um dos grandes ramos de atuação da 
Engenharia Civil, compreendendo o estudo da técnica das estradas rodoviárias 
(Figura 03) e ferroviárias, hidrovias, portos e pistas de aeroportos, engenharia de 
tráfego, sistemas de comunicação, modelos de planejamento em transportes, 
estudos de viabilidade, etc. 
 
Figura 03: Rodovia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
Baseado no conceito de edifício apresentado 
anteriormente, você seria capaz de observar um 
edifício e identificar os elementos estruturais que o 
compõem? 
 
Unidade II 
 
 
30 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Neste tópico apresentaremos alguns conceitos acerca dessa área de 
atuação: funções econômicas dos transportes e relação da Engenharia de 
Transportes com as demais áreas da Engenharia Civil. 
 
2.2.1 Funções econômicas do transporte 
Um bem, um recurso, uma matéria-prima, só tem utilidade se estiver no 
local e no tempo em que a necessidade existe. Por isso, o transporte está 
intimamente ligado à utilização de recursos naturais, já que ele é responsável por 
movimentar o recurso (bem, matéria-prima) para o local onde este é necessário 
num tempo eficiente. 
O transporte é um fator profundamente ligado ao desenvolvimento de uma 
nação, já que define o acesso e efetiva a utilização de recursos naturais. As matérias-
primas raramente são consumidas no lugar onde elas são extraídas. Temos como 
exemplo, o minério de ferro extraído em Minas Gerais (Figura 04), que é utilizado 
na produção de aço na Usiminas em Minas Gerais, na CSN em Volta Redonda, em 
Vitória e na Cosipa em Cubatão. O minério de ferro extraído em Carajás é 
exportado para o Japão. A soja brasileira produzida no centro-oeste é praticamente 
toda exportada para o mundo todo. 
 
Figura 04: Empreendimento minerárioem Minas Gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
Unidade II 
 
 
 
31 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
Assim, o transporte possui funções econômicas muito importantes, visto 
que colabora com a utilidade dos bens, representando grande importância no 
desenvolvimento econômico de um país. 
 
2.2.2 A Engenharia de Transportes e demais áreas da Engenharia Civil 
O estudante de engenharia pode encontrar no estudo de transportes uma 
introdução ao domínio da engenharia e à aplicação de praticamente todas as áreas 
de atuação do Engenheiro Civil. O projeto de sub-bases e bases estáveis para 
rodovias e ferrovias conduz à Geotecnia. A drenagem das estradas aplica os 
princípios da Hidrologia, da Mecânica dos Fluidos e da Hidráulica. Os revestimentos 
dos pavimentos envolvem o aluno com o campo da Ciência dos Materiais e 
Materiais de Construção - aço, concreto, asfalto e rochas - e o seu comportamento 
sob carga e diferentes condições de temperatura e umidade. Um estudo da estrada 
e das suas estruturas apresenta os problemas de projeto e execução de pontes, 
túneis e estruturas em geral. 
Desta forma, o desenvolvimento de sistemas de transportes engloba todas 
as áreas de engenharia e diversas outras áreas, representando a gama de atuação 
em que o Engenheiro Civil mais tem impacto na sociedade e nas formas em que ela 
interage. 
 
 
 
 
 
 
 
Como você acha que o sistema de transporte afeta 
o país? Qual a relação entre o desenvolvimento de 
algumas regiões e o sistema de transporte atual? 
 
Unidade II 
 
 
32 
Introdução à Engenharia Civil 
 
2.3 Geotecnia (Engenharia Geotécnica) 
Conforme nos apresenta Das (2013), “a Engenharia Geotécnica é a 
subdisciplina da Engenharia Civil que estuda os materiais naturais encontrados 
próximos à superfície da terra. Ela engloba desde a aplicação dos princípios da 
Mecânica dos Solos e das Rochas até o desenvolvimento de fundações, estruturas 
de contenção e estruturas de terra.” Das, 2013. 
 
2.3.1 Áreas de estudo 
De uma maneira simplificada, a Geotecnia pode ser descrita conforme a 
Figura 05 a seguir: 
 
Figura 05: A Geotecnia e suas áreas de estudo. 
 
Fonte: o autor. 
 
Geotecnia
Mecânica dos 
Solos
Geologia de 
Engenharia
Mecânica das 
Rochas
Unidade II 
 
 
 
33 
Introdução à Engenharia Civil 
 
A Mecânica dos solos estuda as propriedades (físicas e mecânicas), a 
utilização e o comportamento dos solos como materiais de construção, de 
contenção e/ou de fundação de obras civis. 
 
A Mecânica das Rochas estuda as propriedades e o comportamento das 
rochas e dos maciços rochosos. 
A Geologia de Engenharia estuda a caracterização geológica e os impactos 
da gênese, formação e evolução geológica dos materiais presentes na crosta 
terrestre para fins de projeto e execução de empreendimentos de caráter 
geotécnico. 
 
2.3.2 Possibilidades de atuação 
Podemos dizer que um engenheiro geotécnico pode atuar basicamente 
com os seguintes tipos de obras: obras de terra (aterros, escavações, etc.) (Figura 
06), fundações (Figura 07), estabilização e reforço de solos, barragens, usinas, etc. 
 
 
Figura 06: Execução de obras de aterro e de escavação. 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade II 
 
 
34 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
Figura 07: Execução das fundações de uma ponte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
 
 
2.4 Hidráulica e Saneamento 
A Hidráulica e o Saneamento são ramos da engenharia intimamente ligados. 
São áreas relacionadas aos recursos hídricos e em geral se completam. 
 
2.4.1 Hidráulica e possibilidades de atuação 
A engenharia hidráulica ou hídrica é o ramo da engenharia civil que se ocupa 
do fluxo e do transporte de fluidos, especialmente de águas e esgotos. A sua 
atividade se relaciona intimamente com a engenharia sanitária e com a engenharia 
do ambiente. 
 
Assistam ao documentário do Mega Construções 
sobre a usina de Itaipu no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=Pn-pawcszXE 
 
Unidade II 
https://www.youtube.com/watch?v=Pn-pawcszXE
 
 
 
35 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Este ramo da engenharia civil é responsável pela realização de projetos 
como os de redes de esgotamento sanitário, de redes de abastecimento de água, 
de sistemas de irrigação, de sistemas de drenagem, de obras portuárias, de 
barragens e de hidrovias. A engenharia hidráulica aplica os princípios da mecânica 
dos fluidos aos problemas ligados à recolha, armazenamento, controle, transporte, 
regulação, medição e uso das águas. Um aspecto desses sistemas é o uso da 
gravidade como meio de provocar o movimento dos fluidos. A engenharia 
hidráulica também se especializa no estudo das correntes de água, do transporte de 
sedimentos através dos cursos de água e da interação da água com os seus limites 
aluviais. 
Com o estudo da hidráulica é possível o dimensionamento de dutos, canais 
(Figura 08), instalações hidráulicas prediais, redes de drenagem, etc. É o estudo do 
comportamento de fluidos e através dele são possíveis diversas aplicações, inclusive 
no saneamento. 
 
Figura 08: Canal do Panamá, exemplo de obra da Engenharia Hídrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
 
 
Unidade II 
 
 
36 
Introdução à Engenharia Civil 
 
2.4.2 Saneamento e possibilidades de atuação 
A Engenharia sanitária é o ramo da Engenharia que se dedica à exploração e 
ao uso da água, dos projetos e das obras de saneamento básico e de saneamento 
geral, tais como: sistemas de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de 
limpeza urbana e inclusive os sistemas de tratamento. 
O engenheiro sanitarista deve ter entendimento das áreas relacionadas ao 
meio ambiente, Hidráulica, Hidrologia e recursos hídricos, pois planeja e orienta o 
uso da água de bacias hidrográficas, elaborando Planos Diretores de Abastecimento 
de Água, de Esgotamento Sanitário e de Bacias Hidrográficas. Ele também elabora 
projetos de redes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, irrigação e 
drenagem, além de projetar canais de escoamento. Este profissional também é 
responsável por gerenciar e dimensionar a operação de Estações de Tratamento de 
Águas (ETA) e de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) (Figura 09), tratando 
águas poluídas ou contaminadas. 
 
Figura 09: Estação de tratamento de esgoto. 
 
Fonte: iStock 
 
 
Unidade II 
 
 
 
37 
Introdução à Engenharia Civil 
 
É um ramo da Engenharia Civil intimamente ligado às questões ambientais e 
ecológicas. Trata-se de uma das áreas da Engenharia Civil em que os produtos finais 
de seus projetos são obter sustentabilidade ambiental e o bem estar social. Assim, 
neste ramo, podemos perceber facilmente como o engenheiro civil pode ser 
considerado um engenheiro social. 
 
 
 
 
 
 
2.5 Construção Civil 
As outras áreas da Engenharia Civil se concentram no dimensionamento e 
no projeto de estruturas, barragens, estradas, redes de abastecimento ou 
esgotamento sanitário, etc. Mas é a Construção Civil que representa a etapa de 
execução desses projetos, de forma que é a área que mais tem contato com as 
outras áreas, exigindo uma visão geral de todos os ramos da Engenharia Civil. 
A construção civil pode ser dividida em dois tópicos: 
- O gerenciamento de obras que engloba técnicas de planejamento, 
execução e controle de obras, em atenção à racionalização da construção. 
- O estudo de materiais de construção, em atenção às suas propriedades, 
utilização e desempenho dos materiais empregados na construção civil. 
 
2.5.1 Gerenciamento de obras 
O gerenciamento de obras abrange as formas de se construir, planejar uma 
obra e utilizar os materiais de construção disponíveis de forma mais eficiente 
possível. Da mesma forma que o desenvolvimento de novos materiais de 
construção pode revolucionar a construção civil, a criação de novas formas degerenciamento também pode. 
Como o Engenheiro Civil, ao atuar na área de 
saneamento, pode modificar socialmente uma 
região? 
 
Unidade II 
 
 
38 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Por exemplo, a racionalização da construção civil torna possível a 
transformação dos canteiros em verdadeiras linhas de montagem, aumentando a 
produtividade, reduzindo custos e melhorando a qualidade. A utilização desses 
sistemas permite o retorno antecipado do investimento, pois a execução do 
cronograma da obra torna-se mais dinâmica. Além de melhorar a gestão, 
aumentando a produtividade e a competitividade, os sistemas industrializados 
reduzem os desperdícios e o volume de resíduos nas obras, com ganhos para o 
meio ambiente. A racionalização dos sistemas construtivos traz maior 
sustentabilidade à construção civil, além de tornar possível grandes projetos de 
engenharia. 
No gerenciamento de obras, é necessário ter conhecimento nas áreas da 
Engenharia Civil que estão envolvidas no projeto, além de conhecimentos nas áreas 
da administração. Um dos desafios da gestão dos recursos em uma obra é 
conseguir criar um sistema racionalizado, que consiga maximizar a eficiência e 
minimizar o tempo de construção da obra, de forma a conseguir suprir a falta de 
mão de obra do mercado. 
Um exemplo em que a aplicação de técnicas de gerenciamento de obras 
mostrou uma eficiência revolucionária é em um prédio de 15 andares que foi 
construído na China em 6 dias. 
 
 
 
 
 
 
2.5.2 Materiais de Construção 
Os materiais de construção (Figura 10) são definidos como todo e qualquer 
material utilizado na execução de um projeto de engenharia civil, desde a locação e 
infraestrutura da obra até sua fase de acabamento. 
 
 
Assista a este pequeno vídeo mostrando a 
construção de um prédio de 15 andares em 6 dias 
na China: 
http://www.youtube.com/watch?v=v9-ZA7V7O9I 
 
Unidade II 
http://www.youtube.com/watch?v=v9-ZA7V7O9I
 
 
 
39 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
Figura 10: Materiais de construção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: iStock 
 
Na construção civil existem materiais que são utilizados há muitos anos da 
mesma forma, como o concreto e outros que estão em constante evolução. A 
evolução das propriedades dos materiais e a descoberta de novos materiais de 
construção não são processos recentes, iniciaram-se com os povos primitivos que 
antes utilizavam materiais encontrados na natureza sem qualquer transformação e, 
com a evolução do homem e de suas necessidades, passaram a transformá-los de 
forma simplificada, como moldar a argila, cortar a madeira ou lapidar a pedra, de 
acordo com a necessidade. 
É através do desenvolvimento de novos materiais e novas formas mais 
eficientes de se utilizar determinado material que a construção civil consegue 
evoluir. Os avanços na metalurgia, por exemplo, trouxeram grande evolução não 
apenas para construção civil, mas para todas as áreas da Engenharia. Tornou 
possível a existência da sociedade como a conhecemos e isso é uma pequena 
amostra da importância do estudo dos materiais. 
Unidade II 
 
 
40 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais ligados à ética e 
legislação profissional. 
 Apresentar ao aluno o sistema CONFEA/CREA e o instrumento 
de formalização de serviços prestados, a anotação de 
responsabilidade técnica (ART). 
 
 
 
 Ciclo 03 
 Atividade Exercício Individual 
 Título: Legislação Profissional e Sistema CONFEA/CREA 
 
Unidade III – Legislação e 
Ética Profissional 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
III 
 
 
 
41 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Conforme Côrte (2016), apud Costa e Valente (2008), para que uma 
determinada atividade seja regulamentada, é preciso que se exija, de quem a 
exerce, qualificações técnicas, conhecimentos técnicos e científicos avançados e 
especializados a fim de minimizar, ou evitar, a possibilidade de seu exercício 
ocasionar ou provocar sérios danos sociais, com riscos à segurança, à integridade 
física e à saúde. Regulamentar significa impor limites, restringir o livre exercício da 
atividade profissional, já valorizada, reconhecida e assegurada constitucionalmente, 
tendo como objetivo principal a proteção da sociedade e nunca a garantia de 
direitos individuais. 
Os conselhos de classe profissional são assembléias que reúnem 
profissionais de cada profissão de maneira a zelar pelos interesses da classe, e 
possuem como atribuições registrar, fiscalizar e disciplinar as profissões 
regulamentadas. 
Dessa forma, fica evidente a necessidade de reunirmos os profissionais da 
Engenharia em um Conselho de Classe, defendendo os propósitos das Engenharias 
e dos seus associados. A presente unidade tem como proposta apresentar a vocês 
o Sistema CONFEA/CREA, o instrumento de formalização de serviços profissionais 
prestados, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e estabelecer alguns 
comentários sobre a ética profissional. 
 
3.1 Confea 
O CONFEA, atualmente, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, 
conforme o próprio nome designa, é um conselho de fiscalização profissional 
responsável pela regulamentação e julgamento final no Brasil das atividades 
profissionais, que zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade, 
tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza. 
Esse órgão de classe foi instituído no Brasil por decreto n° 23.569, de 11 de 
dezembro de 1933, pelo então presidente da república Getúlio Vargas, e é 
responsável pela coordenação dos Conselhos Regionais de Engenharia e 
Agronomia (CREA’s). 
 
Unidade III 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Profissional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Profiss%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
 
 
42 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia é 
regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, 
meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e 
suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais (CONFEA, 
2016). 
Para termos uma ideia da amplitude do CONFEA, nele estão registrados 
cerca de um milhão de profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB 
brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e 
exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada 
intensamente pelas descobertas técnicas e científicas (CONFEA, 2016). Além disso, 
o sistema conta com 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01: Consulta de profissional registrado no Sistema CONFEA/CREA. 
 
Fonte: O autor 
Que tal conhecer um pouco mais sobre o Conselho 
Federal de Engenharia e Agronomia? Acesse: 
http://www.confea.org.br/. No site do CONFEA é 
possível, inclusive, realizar pesquisas a respeito de 
profissionais, titulações, etc. conforme a Figura 01. 
 
Unidade III 
http://www.confea.org.br/
 
 
 
43 
Introdução à Engenharia Civil 
 
3.2 CREA 
Os CREAs (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) são entidades 
estaduais e constituem a manifestação regional do Conselho Federal de Engenharia 
e Agronomia (CONFEA), sendo responsáveis pela fiscalização do exercício das 
profissões das áreas tecnológicas em âmbito regional. 
O CREA é responsável pela verificação, orientação e fiscalização do 
exercício profissional, com a missão de defender a sociedade da prática ilegal das 
atividades abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É muito importante que o profissional saiba a 
legislação da sua área, e essas informações podem 
ser acessadas facilmente através do site do CREA. 
 
Que tal conhecer um pouco mais sobre o CREA da 
sua região? Basta acessar a página do CONFEA: 
(http://www.confea.org.br/).Logo no cabeçalho, 
você poderá ser direcionado para o site do CREA 
da regional desejada, selecionando somente o 
estado, conforme a Figura 02. 
Unidade III 
http://www.confea.org.br/
 
 
44 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 02: Acesso às plataformas dos CREA’s. 
Fonte: O autor 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) 
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento que 
abrange informações úteis para o profissional, para a sociedade, para o contratante 
e, ainda, auxilia a verificação do efetivo exercício profissional e da execução das 
atividades técnicas. Todo serviço prestado por algum profissional envolvido pelo 
sistema CONFEA/CREA fica sujeito à ART, de acordo com a Lei nº 6.496/77. 
 
 
 
 
 
Você conhece o trabalho do CREA realizado em 
sua região? Faça alguns comentários acerca do que 
você acredita que poderia ser melhorado em 
relação à atuação desse importantíssimo conselho. 
Procure conversar com os profissionais atuantes na 
área para apresentar seu parecer. 
Unidade III 
 
 
 
45 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda conforme CREA (2016), para o consumidor, a ART serve como um 
instrumento de defesa, pois formaliza o compromisso do profissional com a 
qualidade dos serviços prestados. Em casos de sinistros, identifica individualmente os 
responsáveis, auxiliando na confrontação das responsabilidades junto ao Poder 
Público. Isso explica porque em serviços que envolvem trabalho em equipe 
(multidisciplinares ou da mesma modalidade) cada profissional deve registrar 
individualmente a ART, como responsável, coautor ou corresponsável, em sua área 
de atuação. 
Quanto ao tipo de responsabilidade técnica, destacaremos duas: 
 – Obra/Serviço: responsabilidade relativa à execução de obras ou prestação 
de serviços (desenvolvimento de projetos, consultorias, etc.); 
– Cargo ou Função: responsabilidade técnica relativa ao vínculo com pessoa 
jurídica para desempenho de cargo ou função técnica em uma empresa, por 
exemplo. 
 
Na Figura 03, a seguir, apresentamos uma ART completa e, posteriormente, 
comentaremos sobre os campos de preenchimento. 
 
Conforme CREA (2016), para o profissional, o 
registro é importante porque garante os direitos 
autorais; comprova a existência de um contrato, 
principalmente em caso de contratação verbal; 
garante o direito à remuneração, pois pode ser 
usado como comprovante de prestação de serviço; 
define o limite das responsabilidades, respondendo 
o profissional apenas pelas atividades técnicas que 
executou. Ainda sobre os benefícios da ART, vale 
destacar que esse documento indica para a 
sociedade os responsáveis técnicos pela execução 
de obras ou prestação de quaisquer serviços 
profissionais referentes à área tecnológica, assim 
como as características do serviço contratado. 
Unidade III 
 
 
46 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 03: Anotação de Responsabilidade Técnica. 
 
 
 
 
Fonte: O autor 
 
 
 
 
Unidade III 
 
 
 
47 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Analisando a Figura 03, observamos que o campo 1 da ART é referente aos 
dados do responsável técnico pelo serviço prestado. Esse campo contempla desde 
a titulação até o registro nacional no CONFEA. No campo 2 são apresentados os 
dados do contrato/contratante, onde constam os dados básicos como nome 
completo, CPF e residência. Já o campo 3 indica os dados da obra/serviço prestado, 
ou seja, esse campo identifica o local onde será realizado o empreendimento que 
irá ser projetado ou executado. O campo 4 indica o tipo de atividade técnica que 
será desenvolvida; no modelo apresentado, trata-se de um levantamento 
arquitetônico (“as built”) de uma edificação em alvenaria para fins comerciais. Nos 
itens 5 e 6 são apresentadas observações e declarações referentes ao 
empreendimento. No campo 7 indica-se a entidade de classe da qual o Engenheiro 
Civil faz parte; nesse caso, trata-se da Associação Varginhense de Engenheiros e 
Arquitetos. O item 8 contempla as assinaturas do contratado (Engenheiro Civil 
responsável técnico) e o contratante (cliente), bem como o local e a data onde foi 
celebrado o contrato. O campo 9 traz algumas outras informações relevantes, 
como por exemplo, torna claro o fato de que a ART somente terá validade quando 
quitada, que sua autenticidade pode ser verificada no site do CREA ou CONFEA e 
que a guarda das vias assinadas é de responsabilidade do cliente e do responsável 
técnico. Em um último momento, esse item ainda apresenta informações referentes 
ao valor do empreendimento e áreas de atuação; no estudo apresentado, a ART 
referiu-se ao “as built” e ao projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabe o que é uma entidade de classe? Que tal 
pesquisar se na sua cidade ou região há alguma 
entidade ou associação de classe voltada à 
Engenharia e descobrir qual a sua 
representatividade? 
 
Unidade III 
 
 
48 
Introdução à Engenharia Civil 
 
3.4 O código de ética no exercício da profissão 
O Código de Ética referente às profissões abrangidas pelo sistema 
CONFEA/CREA é adotado pela resolução n° 1.002, de 26 de novembro de 2002; 
e, conforme é apresentado nesse mesmo documento, “um ‘código de ética 
profissional’ deve ser resultante de um pacto profissional, de um acordo crítico 
coletivo em torno das condições de convivência e relacionamento que se 
desenvolve entre as categorias integrantes de um mesmo sistema profissional, 
visando uma conduta profissional cidadã”. 
Portanto, fica evidente que uma conduta ética não tem como princípios 
simplesmente questões de caráter técnico ligado às Engenharias, mas também há 
uma grande preocupação social com foco na formação do Engenheiro como 
cidadão, zelando pelo bem estar da sociedade, desenvolvendo práticas legais, com 
eficiência, segurança nos procedimentos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Termino esta unidade do guia de estudos falando de ética profissional. Ao 
final do curso, quando tiverem trilhado todo o caminho e atingido o objetivo final 
de se tornarem engenheiros civis, farão o seguinte juramento: 
“Juro, diante de Deus e da sociedade que farei uso do meu trabalho, que 
conduzirei meus esforços profissionais com a máxima responsabilidade e respeito 
humano. Juro, no exercício das funções de Engenheiro Civil, só executar atos 
ditados pela consciência do meu dever, honrar os ensinamentos que recebi, 
cooperar sempre para o desenvolvimento da ciência, e fazer tudo quanto em mim 
couber pela grandeza moral, social e material do Brasil”. 
Que tal conhecer um pouco mais sobre a resolução 
n° 1.002 de 26 de novembro de 2002 (Código de 
Ética Profissional da Engenharia, da Agronomia, da 
Geologia, da Geografia e da Meteorologia)? Procure 
analisar os direitos e deveres do profissional e 
correlacioná-los com a prática desenvolvida em sua 
região. 
Unidade III 
 
 
 
49 
Introdução à Engenharia Civil 
 
O juramento acima, apesar de breve, expressa de forma consciente como 
um Engenheiro Civil deve se portar no exercício de suas funções e também no 
decorrer de sua vida como cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade III 
 
 
50 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais ligados à 
responsabilidade social do engenheiro civil. 
 Apresentar as habilidades e competências exigidas pelas 
Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Engenharia. 
 
 
 
 Ciclo 04 
 Atividade Exercício Individual 
 Título: Responsabilidades do Engenheiro Civil 
 
 
Unidade IV – Responsabilidades, 
Habilidades e Competências do 
Engenheiro Civil 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
IV 
 
 
 
51 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Podemos afirmar que todo trabalho desenvolvido pelo engenheiro civil 
objetivao bem estar da sociedade, ou seja, o homem torna-se o beneficiário do 
trabalho dos profissionais ligados à área. 
Para que um serviço de Engenharia seja prestado, é firmado um “pacto” 
entre o contratado (engenheiro) e o contratante (cliente). Conforme vimos na 
unidade anterior, tal “pacto” é firmado por meio de um documento conhecido 
como ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e isto é fundamental para a 
compreensão tanto das relações éticas estabelecidas entre ambos, como das 
obrigações e, por consequência, das responsabilidades de cada uma das partes. 
Neste contexto nos surge uma série de questionamentos que serão 
desenvolvidos ao longo da presente unidade: 
- Qual seria o conceito de ética para a Engenharia Civil? 
- Quais são nossas responsabilidades e obrigações como prestadores de 
serviços técnicos? 
 
4.1 Ética, obrigação, dever e responsabilidade 
Conforme Pusch (2010), a Ética é, antes de tudo, o resultado de um pacto 
coletivo, no qual as pessoas, declarada ou tacitamente, estabelecem 
consensualmente os valores comuns e as normas de conduta a serem observadas 
pelo indivíduo. A obrigação contratual é também resultado de um pacto entre 
partes, para o alcance de um objeto de interesse comum. 
As relações interpessoais são fontes geradoras de obrigações e, para tanto, 
podemos caracterizar obrigação como definido por Pusch (2010) como sendo a 
relação pela qual alguém deve dar, fazer ou se abster de fazer algo para outrem. Já 
o dever se enquadraria como uma ação voluntária de pagamento da prestação de 
uma obrigação. 
Conforme propõe Shebalj (2008), a responsabilidade é a qualidade de 
responsável, que responde por atos próprios ou de outrem, que deve satisfazer os 
seus compromissos ou de outrem. 
No âmbito profissional da Engenharia surge ainda uma nova designação de 
responsabilidade, a chamada responsabilidade técnica que é a responsabilidade 
 
Unidade IV 
 
 
52 
Introdução à Engenharia Civil 
 
decorrente da não prestação de dever de arte, ofício ou profissão técnica que 
cause lesão a direito ou dano a terceiro (PUSCH, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
Pusch (2010) propõe um problema idealizado prático do cotidiano da 
Engenharia Civil que nos ajuda a concretizar os conceitos explorados neste tópico: 
“Um mestre de obras imprudentemente descalça uma laje ainda não curada. 
Ela vem a ruir, atingindo um passante. O mestre é responsável direto pelos danos 
materiais causados ao proprietário do edifício, pelos danos pessoais causados ao 
transeunte e criminalmente também responde pelas lesões corporais nele causadas. 
Por agir com imprudência, não tem dolo, uma vez que não desejou o resultado. 
Responderá também o profissional, engenheiro ou arquiteto, que, por negligência, 
omitiu-se na orientação ao mestre, impedindo-o de tomar procedimento 
tecnicamente não recomendado. O profissional tem a chamada culpa in eligendo, 
por haver encarregado o serviço a um mestre de obras incapaz de tomar 
procedimentos técnicos adequados e in vigilando por não os ter supervisionado.”. 
Portanto, observamos que a responsabilidade técnica assumida por um 
serviço de Engenharia é grandiosa e, caso ocorra um sinistro, conforme evidenciado 
na situação problema apresentada acima, tais questões são respondidas 
judicialmente. Observe que houve um ato ilícito, ou seja, por negligência do 
engenheiro civil responsável pela execução do empreendimento, o mestre de obras 
assumiu uma competência que não lhe era cabida e por imperícia o responsável 
técnico não estava acompanhando a ação executada. 
Para evidenciarmos o exposto acima, apresentaremos um estudo de caso 
real a seguir. 
 
Que tal acompanhar a leitura do guia de estudos 
juntamente com o “Caderno do CREA n°1 – Ética e 
Responsabilidade Profissional” do arquiteto Jaime 
Pusch? 
Unidade IV 
 
 
 
53 
Introdução à Engenharia Civil 
 
4.2 Sinistro do edifício Real Class – breve estudo de caso 
O edifício Real Class (Figura 01) era um prédio residencial com 34 
pavimentos (aproximadamente 104 metros de altura) que estava sendo executado 
em Belém no Estado do Pará e que entrou em colapso no dia 29 de janeiro de 
2011. Três pessoas morreram com o desabamento do edifício. 
 
Figura 01: Edifício Real Class em execução e após o sinistro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: HTTP://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 
 
 
 
 
 
Unidade IV 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
54 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Mediante o ocorrido, o CREA - PA solicitou um laudo para que se 
pudessem descobrir as causas do sinistro e os responsáveis pelo mesmo. O laudo 
apresentado em 11 de março de 2011 relatou o seguinte: 
 
“- O concreto e o aço empregados na estrutura apresentavam resistências 
compatíveis com as recomendadas pelas normas brasileiras; 
 
- As fundações foram corretamente projetadas considerando-se as cargas 
informadas no projeto estrutural; 
 
- Considerando as recomendações normativas para dimensionamento de estruturas 
de concreto, para carregamentos verticais e para o vento, observou-se que o 
projeto estrutural não atendia tais recomendações, sendo a situação mais crítica 
referente à atuação do vento; 
 
- Para a situação de colapso, caso de construção, observou-se que as fundações 
apresentavam resistência significativamente superior, descartando-se a hipótese de 
que o colapso tenha se iniciado por esgotamento de sua capacidade resistente; 
 
- Ainda para o caso de construção, verificou-se que diversos pilares no nível do 
pavimento térreo não apresentavam resistência compatível com os esforços 
atuantes, com alguns apresentando ruptura brusca, sem avisos (fissuras); 
 
- Sendo assim, esta equipe concluiu que o colapso ocorreu por problemas de 
concepção estrutural e que o colapso do edifício ocorreu quando a estrutura foi 
submetida a uma combinação elevada de carregamentos verticais e horizontais." 
 
A Figura 02, a seguir, apresenta um resumo do laudo apontado pelo CREA – PA. 
 
 
 
 
 
Unidade IV 
 
 
 
55 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
Figura 02 – Resumo do laudo apontado pelo CREA – PA. 
Fonte: http://noticias.orm.com.br/ 
 
 
Desta forma evidenciou-se que houve falhas na concepção estrutural do 
edifício e no cálculo estrutural, ou seja, negligência técnica por parte do projetista da 
superestrutura, especialmente no tocante ao efeito da ação do vento no prédio, 
levando o mesmo à ruína quando fora submetido a elevados carregamentos. O 
engenheiro civil responsável pelo projeto estrutural teve o seu registro no 
CONFEA cancelado e, por decisão judicial, pena de três anos e 20 dias de 
detenção que será revertida em prestação de serviços à comunidade. 
 
 
 
Unidade IV 
 
 
56 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3. Habilidades e competências que o Engenheiro Civil deve possuir 
Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) do Curso de 
Graduação em Engenharia (RESOLUÇÃO CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE 
2002), em seu artigo 4°, a formação do engenheiro tem por objetivo dotar o 
profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes 
competências e habilidades gerais: 
I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e 
instrumentais à engenharia; 
II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 
IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de 
engenharia; 
V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 
VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; 
VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; 
VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; 
VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita,oral e gráfica; 
IX - atuar em equipes multidisciplinares; 
X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; 
XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e 
ambiental; 
XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; 
XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 
 
Assista à entrevista com o Prof. Manoel Diniz Peres, 
um dos peritos que desenvolveu o laudo referente 
ao desabamento do edifício Real Class, basta acessar 
o seguinte link: 
https://www.youtube.com/watch?v=50DCdkAOVJY 
Unidade IV 
https://www.youtube.com/watch?v=50DCdkAOVJY
 
 
 
57 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Observa-se claramente a preocupação por parte das DCN’s de formar o 
futuro engenheiro com preparo não somente para quesitos técnicos mas, também 
com condições de desenvolver trabalhos em equipes multidisciplinares, de 
comunicar-se de maneira eficiente e com preocupação social e ambiental, 
pautando-se sempre nas questões éticas e de responsabilidade profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que tal procurar saber um pouco mais sobre as 
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de 
Graduação em Engenharia (RESOLUÇÃO 
CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE 2002)? 
Unidade IV 
 
 
58 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 Apresentar ao aluno os principais projetos necessários para o 
desenvolvimento de edificações; 
 Apresentar noções básicas sobre o levantamento quantitativo de 
materiais de uma residência popular. 
 
 
 
 Ciclo 05 
 Atividade Exercício Individual 
 Título: Levantamento Quantitativo de Materiais 
 
 
Unidade V – Projetos de 
Edificações 
Objetivos da Unidade 
 
 
Plano de Estudos 
 
 
V 
 
 
 
59 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Podemos dizer que projeto corresponde à representação gráfica do 
empreendimento que deverá ser executado em campo (obra). 
O Engenheiro Civil está habilitado a desenvolver/coordenar uma série de 
projetos em todas as áreas de atuação (Geotecnia, Transportes, Hidráulica etc.), 
porém, no âmbito de edificações residenciais e comerciais, podemos destacar 
basicamente: projeto arquitetônico, projeto estrutural, projeto de instalações 
hidráulicas, projeto de instalações sanitárias e projeto de instalações elétricas (baixa 
tensão). 
Para discutirmos sobre todos estes projetos citados anteriormente e 
entendermos a finalidade de cada um, vamos nos apoiar em um estudo de caso 
que será apresentado a seguir. 
 
5.1 O estudo de caso 
O estudo de caso que será abordado trata-se de uma edificação comercial 
(academia) com dois pavimentos, área construída de aproximadamente 368,94 m², 
estrutura em concreto armado e alvenaria em bloco de argamassa e bloco 
cerâmico. 
A Figura 01, a seguir, apresenta a uma imagem da maquete eletrônica da 
edificação. 
 
Figura 01: Maquete eletrônica do estudo de caso. 
 
Fonte: O autor. 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
60 
Introdução à Engenharia Civil 
 
5.2 Projeto arquitetônico 
O projeto arquitetônico ou também chamado de projeto de arquitetura 
representa a concepção do empreendimento a ser executado. A partir deste 
projeto que os demais serão desenvolvidos. Basicamente, o projeto arquitetônico 
contempla os seguintes desenhos: planta baixa (Figura 02), corte (Figura 03), planta 
de situação, planta de locação, planta de cobertura, fachadas (Figura 04, carimbo 
(legenda), quadro de esquadrias e quadro de áreas. 
 
Figura 02: Planta baixa do térreo e do primeiro pavimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
 
61 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
Figura 03: Corte longitudinal. 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
Figura 04: Fachada frontal. 
 
Fonte: O autor. 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
62 
Introdução à Engenharia Civil 
 
5.3 Projeto estrutural 
O projeto estrutural apresenta os resultados do cálculo estrutural, ou seja, o 
detalhamento dos elementos estruturais (fundação, pilares, vigas, lajes etc.). A Figura 
05 apresenta uma maquete do projeto estrutural. 
 
Figura 05: Maquete do projeto estrutural. 
 
 
Fonte: O autor. 
 
 
Basicamente, o projeto estrutural contempla os seguintes desenhos: planta 
de fundação e detalhamento dos elementos de fundação (Figura 6), detalhamento 
de pilares (Figura 7), vigas (Figura 8), lajes, escadas e quadro resumo de materiais. 
 
 
 
 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
 
63 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 06: Planta de fundação e detalhamento dos elementos de fundação. 
 
Fonte: o autor. 
 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
64 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
Figura 07: Detalhamento de pilares e resumo de aço. 
 
Fonte: O autor. 
 
 
Figura 08: Detalhamento de vigas. 
 
Fonte: O autor. 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
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65 
Introdução à Engenharia Civil 
 
5.4 Projeto de instalações hidrossanitárias 
O projeto de instalações hidrossanitárias representa o detalhamento do 
conjunto de tubulações, de canalizações, aparelhos, conexões, peças especiais e 
acessórios destinados ao suprimento de água ou ao afastamento de águas servidas 
ou pluviais dos prédios, desde a ligação à rede pública de água até o retorno ao 
coletor público de esgotos ou o sistema individual de tratamento e também o 
encaminhamento das águas pluviais à rede pluvial da rua (PRO BUILD 
ENGENHARIA LTDA., 2016). 
Basicamente, o projeto hidrossanitário contempla os seguintes desenhos: 
planta baixa indicando as tubulações (Figura 9), quadro de legendas e símbolos, 
detalhes isométricos (Figura 10) etc. 
 
 
Figura 09: Planta baixa com indicação das tubulações. 
 
Fonte: o autor. 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
66 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 10: Detalhe isométrico. 
 
Fonte: o autor. 
 
5.5 Projeto de instalações elétricas 
O projeto de instalações elétricas representa o planejamento da instalação 
com todos os seus detalhes. Basicamente, contempla os seguintes desenhos: planta 
baixa com a indicação dos circuitos (Figura 11), diagrama trifilar e quadro de cargas 
(Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
 
67 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 11: Planta baixa com indicação dos circuitos. 
 
Fonte: o autor. 
 
 
Figura 12: Quadro de cargas. 
 
Fonte: o autor. 
 
 
 
 
 
Unidade V 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
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68 
Introdução à Engenharia Civil 
 
5.6 Noções básicas de levantamento quantitativo de materiais – estudo de caso 
O levantamento quantitativo consiste basicamente em mensurar a 
quantidade dos materiais que serão utilizados para a execução de determinado 
empreendimento. É importante observar que, para que isso seja realizado, 
precisamos de todos os projetos da edificação em mãos. 
Este item será explorado no nosso estudo de caso, logo a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade V 
 
 
 
69 
Introduçãoà Engenharia Civil 
 
 
 
Para explorarmos os conceitos especialmente explorados na unidade V 
(Projeto de edificações) apresentaremos um estudo de caso de uma edificação 
popular a qual faremos o levantamento quantitativo de alvenaria, revestimentos, 
telhas e laje. 
A edificação que será nosso estudo de caso possui área total construída de 
44,60 m² e alvenaria em blocos de argamassa. A seguir apresentamos os desenhos 
necessários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo de Caso 
 
 
 
 
 
 
70 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 01: Planta baixa. 
 
 
Fonte: o autor. 
 
 
Estudo de Caso 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
 
71 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Figura 02: Quadro de esquadrias. 
 
Fonte: o autor. 
 
Figura 03: Corte BB. 
 
Fonte: o autor. 
Estudo de Caso 
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html
 
 
72 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consumo: 13 blocos/m² 
Indicar a quantidade de blocos tradicionais e de canaleta (para fazer a cinta de 
amarração). 
 
1 – Roteiro para o levantamento quantitativo de alvenaria 
a) Cálculo da metragem linear de parede: observando a planta baixa 
encontraremos uma metragem linear de paredes de aproximadamente 36,85 
metros. 
b) Sabemos que o bloco de argamassa tem 39 cm de comprimento, 
portanto, dividindo a metragem linear total de parede por 39 cm, teremos a 
quantidade de blocos do tipo canaleta para a realização da cinta de amarração 
(aumente o valor obtido em 5% devido a quebras e perdas de blocos). Portanto: 
 
canaletablocos10005,1.
39,0
85,36
 
 
Serão necessários aproximadamente 100 blocos do tipo canaleta para a 
execução da cinta de amarração. 
 
c) Cálculo da área das paredes, considerando o pé-direito reduzido de 19 
cm (altura da última fiada de blocos – cinta de amarração). Podemos observar pelo 
corte BB que o pé direito da edificação é de 2,90 m, portanto: 
  ²86,9919,090,2.85,36 m 
Para ficar claro os conceitos que serão expostos 
neste tópico é importante que você nos acompanhe 
seguindo o folheto “Mãos à obra” da Associação 
Brasileira de Cimento Portland, disponível em: 
http://www.lafarge.com.br/M_OBRA_sem_logo.pdf 
Estudo de Caso 
http://www.lafarge.com.br/M_OBRA_sem_logo.pdf
 
 
 
73 
Introdução à Engenharia Civil 
 
d) Calcular a área das esquadrias (portas, janelas etc.). Através da planta 
baixa conseguimos saber quais as esquadrias e quantas são. O quadro de esquadrias 
nos indica as dimensões das mesmas. Então: 
1 Janela 1: - 0,90m² 
 
3 Janelas 2: - 4,50m² 
1 Porta 1: - 1,26m² 
3 Portas 2: - 4,41m² 
Total de portas e janelas: - 11,07m² 
 
e) Subtrair a área de paredes encontrada no item “c” da área de esquadrias 
encontradas no item “d”, obtendo dessa forma a área real de parede. 
 
²79,8807,1186,99 m 
 
f) Multiplicando-se a área obtida no item “e” por 13 blocos/m² (dado 
fornecido no folheto “Mãos à Obra”) encontraremos a quantidade de blocos 
necessária para levantar as paredes da nossa edificação (aumente o valor obtido em 
5% devido a quebras e perdas de blocos). 
 
  cos121205,1.0,13.79,88 blo 
 
Serão necessários aproximadamente 1212 blocos para a execução das 
paredes. 
 
g) Observe que acima da laje de cobertura temos uma parede de 2,26 m 
que tem como função dar queda ao telhado para evitar o acúmulo de água no 
mesmo (chamado de oitão). Devido a isso são formadas outras duas paredes ao 
lado no formato de triângulo e uma parede retangular ao fundo. Basta calcular as 
áreas destas, multiplicar por 13 blocos/m² e acrescer 5% o número de blocos e 
somar com a quantidade obtida no item “f”. 
 
Estudo de Caso 
 
 
74 
Introdução à Engenharia Civil 
 
 
  cos42905,1.0,13.26,2.45,72.
2
45,6.26,2
blo











 
 
 
Serão necessários aproximadamente 429 blocos para a execução dos 
oitões. 
 
2 – Roteiro para o levantamento quantitativo de revestimentos 
 
Revestimento externo: 
 
a) Calcular a metragem linear de parede que tem face voltada para o lado de fora e 
multiplicar pela altura do pé-direito; 
 
b) Subtrair a área encontrada das áreas das esquadrias (nas paredes externas); 
 
c) Obtida a área, basta multiplicar pela espessura para encontrarmos o volume de 
revestimento; 
 
 
Estudo de Caso 
 
 
 
75 
Introdução à Engenharia Civil 
 
d) Obtida a área, basta dividir pelo rendimento respectivo e obteremos o número 
de sacos de cimento para cada aplicação e somá-los. 
 
 
Seguindo o roteiro acima teremos que: 
 
- Metragem Total de Paredes Externas: 6,45 + 7,45 + 3,00 + 1,00 + 3,45 + 
6,45 = 27,80 m 
 
Multiplicando pelo pé-direito: 27,80 x 2,80 = 77,84m² 
 
Diminuindo 2 Portas P2 e as 4 Janelas: 77,84m² - 8,34m² = 69,50m² 
 
Somando à área dos oitões (acima da laje) = 69,50 + 31,41 = 100,91m² 
 
- Área para o cálculo do revestimento externo: 100,91m² 
 
- Chapisco: 1 saco de cimento para cada 30m², então: 100,90 : 30 = 3,63 sacos de 
cimento. 
 
- Emboço: 1 saco de cimento para cada 17m², então: 100,90 : 17 = 5,93 sacos de 
cimento. 
 
- Reboco: 1 saco de cimento para cada 35m², então: 100,90 : 35 = 2,88 sacos de 
cimento. 
 
 
Considerando revestimento de 2,0 cm de espessura teremos um volume de 
argamassa para o revestimento externo de: 
  ³12,205,1.02,0.91,100 m
 
O total de sacos de cimento será de: 
  cos1305,1.88,293,563,3 sa 
Estudo de Caso 
 
 
76 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Revestimento interno: 
 
a) Calcular a área útil das lajes; 
 
b) Obtida a área, basta multiplicar pela espessura para encontrarmos o volume de 
revestimento; 
 
c) Obtida a área, basta dividir pelo rendimento respectivo e obteremos o número 
de sacos de cimento para cada aplicação e somá-los. 
 
Seguindo o roteiro acima teremos que: 
 
- Metragem das paredes internas, por cômodos: 
WC Suíte: 3,00 + 3,00 + 2,00 + 2,00 = 10,0 m 
 
Suíte: 3,00 + 3,00 + 3,50 + 3,50 = 13 m 
 
Cozinha: 3,00 + 4,00 + 1,50 + 3,45 = 11,95 m 
 
Sala: 3,15 + 3,50 + 2,70 + 1,00 = 10,35 m 
 
- Metragem total das paredes internas = 45,30 m 
 
- Multiplicando pelo pé direito: 45,30 x 2,80 = 126,84 m² 
 
- Subtraindo as 4 portas e 4 janelas: 126,84m² - 11,07m² = 115,77m² 
 
- Área das lajes: 
WC Suíte = 6,00m² 
 
Suíte = 10,50m² 
 
Sala = 9,45m² 
Estudo de Caso 
 
 
 
77 
Introdução à Engenharia Civil 
 
Cozinha = 12,40m² 
Área total de laje a revestir = 38,35m² 
 
- Chapisco: 1 saco de cimento para cada 30m², então: 154,12 : 30 = 5,14 sacos de 
cimento. 
 
- Emboço: 1 saco de cimento para cada 17m², então: 154,12 : 17 = 9,07 sacos de 
cimento. 
 
- Reboco: 1 saco de cimento para cada 35m², então: 154,12 : 35 = 4,40 sacos de 
cimento. 
 
 
Considerando revestimento de 1,5 cm de espessura teremos um volume de 
argamassa para o revestimento interno de: 
  ³43,205,1.015,0.12,154 m
 
 
O total de sacos de cimento será de: 
  cos2005,1.40,407,914,5 sa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo de Caso 
 
 
78 
Introdução à Engenharia Civil 
 
3 – Roteiro para o levantamento quantitativo de telhas 
 
a) Calcular a área de projeção da cobertura; 
 
b) Multiplicando a área de projeção pelo consumo de telhas obtemos a quantidade 
de telhas (acrescer em 5%). 
 
Seguindo o roteiro acima, temos que: 
 
Calcular o quantitativo de telhas. 
A área total do telhado será, considerando um beiral de 50,0 cm no 
entorno da edificação: 
 
    ²47,7350,1.70,415,8.15,8 m
 
 
Considerando telhado cerâmico com consumo de 18 telhas/m² de projeção 
de telhado, temos: 
telhas138905,1.0,18.47,73  
 
 
4 – Roteiro para o levantamento quantitativo de lajes 
 
a) Calcular a área de projeção da laje; 
 
b) Multiplicando

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