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1 Introdução à Engenharia Civil 2 Introdução à Engenharia Civil Gestão da Educação a Distância Cidade Universitária – Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br 0800 283 5665 Todos os direitos desta edição ficam reservados ao Unis – MG. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume (ou parte do mesmo), sob qualquer meio, sem autorização expressa da instituição. 3 Introdução à Engenharia Civil Engenheiro Civil e Mestre em Geotecnia. Foi bolsista do Núcleo de Geotecnia Aplicada (NGA/UFOP), entidade pela qual trabalhou em projeto de execução de túnel (Túnel Bala) para transposição de córrego na cidade de Mariana - MG. Também estagiou na Dinâmica Engenharia, onde prestou serviços ligados a projetos e execução de obras. Participou do Programa Jovens Talentos em estágio de férias na Construtora Norberto Odebrecht na obra da Ferrovia Transnordestina. Atuou como Chefe do Departamento de Controle do Plano Diretor e Coordenador de Projetos de Expansão Urbana na Prefeitura Municipal de Mariana – MG. Atualmente é professor titular do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS, onde leciona as disciplinas: Introdução à Engenharia Civil, Desenho Técnico I, Elementos de Geologia e Mineralogia, Mecânica dos Solos, Engenharia de Transportes I e II e Fundações e é coordenador do curso de Engenharia Civil - modalidade ensino a distância (EaD) - na mesma instituição. Atua também como engenheiro projetista, desenvolvendo projetos arquitetônicos, estruturais, de instalações elétricas e hidrossanitárias e de prevenção e combate a incêndio e pânico. Prof. Me. Armando Belato Pereira Autoria 4 Introdução à Engenharia Civil Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0338226167604541 PEREIRA, Armando Belato. Guia de Estudo – Introdução à Engenharia de Produção. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. 81 p. 1. Introdução à Engenharia Civil 2. Áreas de atuação do Engenheiro Civil 3. Responsabilidades e atribuições do Engenheiro Civil. http://lattes.cnpq.br/0338226167604541 5 Introdução à Engenharia Civil É no contexto de desenvolvimento de uma região ou país que o Engenheiro Civil encontra-se como protagonista, criando a infraestrutura necessária para a implantação de empreendimentos dos mais diversos vultos e finalidades. Podemos afirmar que a Engenharia Civil tem um amplo campo de atuação. O profissional desta área pode projetar, fiscalizar ou executar trabalhos relacionados a pontes, túneis, barragens, rodovias, ferrovias, portos, canais, drenagem, irrigação, aeroportos, sistemas de transporte, abastecimento de água e saneamento, edificações, etc. Em seu trabalho, o engenheiro civil projeta e executa as etapas de obras civis. E para projetar tais obras, ele estuda um grande conjunto de áreas que são apresentadas em forma de disciplinas e compõem a grade curricular do curso de Engenharia Civil. O Engenheiro Civil aplica o conhecimento adquirido na universidade dimensionando e especificando estruturas, instalações elétricas, hidrossanitárias, bem como discriminando os materiais empregados em determinada obra, ou fazendo cálculos estruturais, avaliando a resistência dos materiais empregados em uma edificação, traçando cronogramas físicos e financeiros, fiscalizando obras, etc. Enfim, no seu dia a dia, seja no escritório ou no canteiro de obras, é ele quem chefia equipes, supervisiona prazos, custos e o cumprimento das normas de segurança. A nossa disciplina de Introdução à Engenharia Civil tem por objetivo principal introduzir vocês, alunos, no mundo dos projetos, dos cálculos estruturais, do dimensionamento de estruturas, das instalações elétricas e hidrossanitárias, da execução das obras... Enfim, o mundo que, daqui alguns anos, os senhores estarão aptos a desbravar também. Sem maiores delongas, comecemos! Vamos conhecer o fantástico mundo da Engenharia Civil... Forte abraço, Prof. Armando Belato Pereira 6 Introdução à Engenharia Civil Campo de atuação do engenheiro civil. Áreas de conhecimento para a engenharia civil. A Engenharia Civil e o meio ambiente. Agentes que interferem no processo de produção das edificações e das cidades. Processo de produção de edificações e das cidades e suas interfaces com o meio ambiente. Atribuições legais do engenheiro. Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no Ambiente Virtual. Introdução à Engenharia Civil. Áreas de atuação do Engenheiro Civil. Responsabilidades e atribuições do Engenheiro Civil. Ementa Orientações Palavras-chave 7 Introdução à Engenharia Civil EMENTA ____________________________________________________________________ 6 ORIENTAÇÕES ______________________________________________________________ 6 PALAVRAS-CHAVE ___________________________________________________________ 6 UNIDADE I – UMA BREVE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIVIL ____________________ 10 1.1 PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DA ENGENHARIA CIVIL ____________________________________ 12 1.1.1 BREVE SÍNTESE HISTÓRICA ___________________________________________________ 12 1.1.2 IMPORTANTES OBRAS DA ANTIGUIDADE ________________________________________ 15 1.1.3 IMPORTANTES OBRAS DA MODERNIDADE _______________________________________ 17 1.2 O QUE É ENGENHARIA? _____________________________________________________ 19 1.2.1 CONCEITO DE ENGENHARIA ________________________________________________ 19 1.2.2 CONCEITO DE ENGENHEIRO ________________________________________________ 20 1.3 O PERFIL DO ENGENHEIRO CIVIL _______________________________________________ 20 1.4 ENTENDENDO A MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL__________________ 21 1.4.1 O “CICLO BÁSICO” DAS ENGENHARIAS _________________________________________ 21 UNIDADE II – ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ENGENHARIA CIVIL________________________ 25 2.1 ENGENHARIA DE ESTRUTURAS _________________________________________________ 27 2.1.1 A ENGENHARIA DE ESTRUTURAS – CONCEITOS ___________________________________ 27 2.1.2 O QUE É UM EDIFÍCIO? _____________________________________________________ 28 2.2 ENGENHARIA DE TRANSPORTES _______________________________________________ 29 2.2.1 FUNÇÕES ECONÔMICAS DO TRANSPORTE _______________________________________ 30 2.2.2 A ENGENHARIA DE TRANSPORTES E DEMAIS ÁREAS DA ENGENHARIA CIVIL _______________ 31 2.3 GEOTECNIA (ENGENHARIA GEOTÉCNICA) ________________________________________ 32 2.3.1 ÁREAS DE ESTUDO ________________________________________________________ 32 2.3.2 POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ________________________________________________ 33 2.4 HIDRÁULICA E SANEAMENTO _________________________________________________ 34 2.4.1 HIDRÁULICA E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO _____________________________________ 34 2.4.2 SANEAMENTO E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ____________________________________ 36 2.5 CONSTRUÇÃO CIVIL ________________________________________________________ 37 2.5.1 GERENCIAMENTO DE OBRAS _________________________________________________ 37 2.5.2 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ________________________________________________ 38 UNIDADE III – LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL _______________________________ 40 3.1 CONFEA ________________________________________________________________ 41 3.2 CREA __________________________________________________________________ 43 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146614 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146615file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146616 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146617 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146628 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146646 8 Introdução à Engenharia Civil 3.3 ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) ________________________________ 44 3.4 O CÓDIGO DE ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO _________________________________ 48 UNIDADE IV – RESPONSABILIDADES, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO CIVIL ______________________________________________________________________ 50 4.1 ÉTICA, OBRIGAÇÃO, DEVER E RESPONSABILIDADE ___________________________________ 51 4.2 SINISTRO DO EDIFÍCIO REAL CLASS – BREVE ESTUDO DE CASO __________________________ 53 4.3. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS QUE O ENGENHEIRO CIVIL DEVE POSSUIR _________________ 56 UNIDADE V – PROJETOS DE EDIFICAÇÕES ______________________________________ 58 5.1 O ESTUDO DE CASO ________________________________________________________ 59 5.2 PROJETO ARQUITETÔNICO ___________________________________________________ 60 5.3 PROJETO ESTRUTURAL ______________________________________________________ 62 5.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS _____________________________________ 65 5.5 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ___________________________________________ 66 5.6 NOÇÕES BÁSICAS DE LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE MATERIAIS – ESTUDO DE CASO ______ 68 ESTUDO DE CASO __________________________________________________________ 69 REFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ___________________________________________________ 80 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146651 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146651 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146656 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146663 file://///linguado/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil/Guia%20de%20Estudos/Finalizado/Introdução%20à%20Engenharia%20Civil.docx%23_Toc474146664 9 Introdução à Engenharia Civil 10 Introdução à Engenharia Civil Apresentar o contexto histórico e a evolução da Engenharia Civil e distingui-la dos demais cursos de Engenharia. Apresentar o conceito de Engenharia e o perfil profissional exigido pelo mercado de trabalho. Apresentar a matriz curricular do curso de Engenharia Civil e os núcleos que a compõem. Ciclo 01 Atividade Fórum Título: Introdução à Engenharia Civil Unidade I – Uma breve introdução à Engenharia Civil Objetivos da Unidade Plano de Estudos I 11 Introdução à Engenharia Civil Para iniciarmos efetivamente o curso de Engenharia Civil é de extrema importância que conheçamos um pouco da história e da evolução desta fascinante vertente profissional. Desta forma, passaremos a compreender como a evolução da ciência, dos modelos matemáticos e das ferramentas computacionais influenciaram diretamente o desenvolvimento da Engenharia Civil, proporcionando a criação de edifícios extremamente altos, pontes com vãos cada vez maiores, obras em locais de grande complexidade, etc. Você sabia que a Engenharia Civil é considerada uma Engenharia Social? Este é um outro aspecto da Engenharia que abordaremos! Fazendo uma breve retrospectiva, observamos que, até o século XIX, a expectativa de vida era de aproximadamente 30 anos, após a descoberta da penicilina, em 1928, houve um salto para 35 anos. Porém, o maior impacto que observamos na expectativa de vida se deu com os avanços da Engenharia, mais especificamente com o desenvolvimento do saneamento básico, que fez com que a expectativa de vida média do ser humano saltasse para mais de 60 anos! Nesta primeira unidade vamos abordar também alguns aspectos conceituais da Engenharia, definindo-a, apresentando o perfil do Engenheiro Civil esperado pelo mercado de trabalho e quais suas funções e, em um último momento, contemplaremos um pouco sobre a matriz curricular do curso de Engenharia Civil, definindo o chamado “ciclo básico” das Engenharias e relacionaremos as disciplinas básicas e específicas no contexto prático profissional. É importante que você, aluno, evidencie a grande importância que a Engenharia tem para a humanidade, diretamente no âmbito social. Unidade I 12 Introdução à Engenharia Civil 1.1 Princípios históricos da Engenharia Civil Neste primeiro tópico do nosso guia de estudos abordaremos um pouco sobre o histórico da Engenharia e algumas importantes obras da antiguidade e da modernidade. 1.1.1 Breve síntese histórica A Engenharia Civil sagra-se como uma das profissões mais antigas da humanidade, você sabia disso? Desde o momento em que o homem deixou de ser nômade e passou a fixar morada em determinado local, os princípios da Engenharia Civil, de maneira muito rudimentar ainda, passaram a ser aplicados, seja na construção de moradas, no processo de represamento de água para irrigação de lavouras, etc. Conforme Bazzo e Pereira (2006), o primeiro emprego do termo engenheiro é proveniente da palavra latina ingenium, que significa engenho ou habilidade. Na Roma antiga utilizava-se o termo “Ingenium Civitas” para designar “Engenheiro das Cidades” ou “Engenheiro da Civilização”, uma vez que o objetivo destes era projetar e executar pontes, aquedutos, estradas; enfim, promover toda a infraestrutura para o desenvolvimento das polis (cidades) romanas. Um exemplo de uma grande obra desenvolvida pelos “Ingenium Civitas” é a “Cloaca Massima” ou “Grande Esgoto” em Roma, tida como uma das mais antigas obras de saneamento básico da história. Construída no final do Século VI a.C., era uma grande rede subterrânea que recebia águas pluviais e esgotos, funcionando até os dias de hoje. Unidade I 13 Introdução à Engenharia Civil Figuras 01 e 02: Boca e interior da Cloaca Massima em Roma Fonte: http://www.thehistoryblog.com/ Durante a Idade Média, a engenharia civil passou a ser chamada somente de Engenharia, incorporando tanto a parte civil como a militar. Nesta fase, foram construídas grandes catedrais e castelos, estradas e cidades e os profissionais começaram a se organizar em sociedades de construtores. Observa-se, portanto, que a engenharia civil era naquela época, e continua sendo nos dias atuais, uma profissão muito ampla e de grande importância para a sociedade civil, implicando muita responsabilidade para quem a exercia. Unidade I 14 Introdução à Engenharia Civil Citando Bazzo e Pereira (2006) novamente, o primeiro título de engenheiro foi usado pelo inglês John Smeaton (1724-1792), que teria se autointituladoengenheiro civil. Inicialmente, essa designação serviu em muitos países para definir toda a engenharia que não se ocupava de serviços públicos ou do Estado; em outros países compreendia toda a engenharia com exceção da militar. E, em 1747, foi criada na França aquela que é considerada a primeira escola de engenharia do mundo, a Ecole des Ponte et Chaussées. No Brasil, as primeiras escolas de Engenharia foram: a Academia Real Militar, criada em 1810, que inicialmente tinha caráter essencialmente militar e, posteriormente, em 1823, passou a aceitar alunos civis, que não eram vinculados ao exército; a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, fundada em 1874 e a Escola de Minas de Ouro Preto, fundada em 1876. Apresentada essa breve síntese histórica da Engenharia, você conseguiria argumentar sobre como a Engenharia Civil pode ser considerada uma Engenharia Social? O livro “Introdução à Engenharia” (Bazzo e Pereira, 2006) dedica o capítulo 3 a contar brevemente os princípios históricos da Engenharia. Que tal acompanhar essa referência bibliográfica também? Unidade I 15 Introdução à Engenharia Civil 1.1.2 Importantes obras da antiguidade Neste item abordaremos um pouco sobre duas importantes obras da antiguidade: as pirâmides de Gizé e a muralha da China. Pirâmides de Gizé As pirâmides de Gizé (Figura 03) estão localizadas no Egito, na região próxima ao rio Nilo. A maior dessas pirâmides possui 160 m de altura e teve sua construção finalizada em 2550 a.C. Para colocá-las de pé, estimam-se que trinta mil egípcios trabalharam no processo de corte, transporte e assentamento dos blocos de rocha que as compõem. Figura 03: Pirâmides de Gizé. Fonte: iStock Unidade I 16 Introdução à Engenharia Civil Muralha da China A Muralha da China ou a Grande Muralha (Figura 04) é uma fantástica obra da engenharia militar da China Imperial, que teve seu início de construção em 220 a.C. e seu término no século XV. Possui extensão de 21.196 km e altura média de 7 metros. É interessante ressaltar que a sua grande extensão e o grande período de execução implicaram em várias técnicas construtivas e na utilização de vários materiais diferentes empregados para compor sua estrutura. Figura 04: Muralha da China. Fonte: iStock Unidade I 17 Introdução à Engenharia Civil 1.1.3 Importantes obras da modernidade Neste item abordaremos um pouco sobre duas importantes obras da modernidade: o edifício Burj Khalifa e Eurotúnel. Burj Khalifa O Burj Khalifa (Figura 05) é considerado o maior arranha-céu do mundo, localizado em Dubai, nos Emirados Árabes, com 828 metros de altura e 160 andares habitáveis. O período de construção deste edifício foi de 2004 a 2010 e sua estrutura é composta de concreto armado e perfis de aço. Figura 05: Edifício Burj Khalifa. Fonte: iStock Unidade I 18 Introdução à Engenharia Civil Eurotúnel O Eurotúnel (Figura 06) é um túnel ferroviário que liga o Reino Unido e a França e possui 50,5 quilômetros de extensão. Possui 37,9 km em seu trecho submerso (considerado o túnel com trecho submerso mais longo da história) e o seu nível mais baixo atinge 75 metros de profundidade. O período de construção desse túnel foi de 1988 a 1994. Figura 06: Eurotúnel. Fonte: iStock Apresentamos algumas obras importantes da antiguidade e da modernidade. Além delas, quais você acrescentaria? Faça uma breve pesquisa e apresente pequenos estudos de casos de obras dos períodos citados que você julga de grande importância. Unidade I 19 Introdução à Engenharia Civil 1.2 O que é Engenharia? Neste tópico conceituaremos Engenharia sob perspectivas diferentes e o conceito moderno de Engenheiro. 1.2.1 Conceito de Engenharia Para definir formalmente o termo Engenharia, recorremos ao dicionário (Aurélio, 2010), que a descreve como: “Aplicação de conhecimentos científicos e empíricos, e certas habilitações específicas, à criação de estruturas, dispositivos e processos para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas”. Para a Comissão Consultiva de Engenharia do Mercosul Montevidéu (novembro/1999), Engenharia “é o conjunto de conhecimentos científicos e tecnológicos de base físico-matemática, que com a técnica e a arte analisa, cria e desenvolve sistemas e produtos, processos e obras físicas, mediante o emprego da energia e de materiais, para proporcionar à humanidade com eficiência e sobre bases econômicas, bens e serviços que lhe deem bem estar com segurança e crescente qualidade de vida, preservando o meio ambiente”. Podemos então dizer, de uma maneira bastante generalista, que a Engenharia é o conjunto de mecanismos e técnicas que permitem ao Engenheiro desenvolver projetos, executar empreendimentos, consultorias, etc., nas mais diversas áreas de atuação profissional. Possivelmente, antes de ingressar no curso de Engenharia Civil, você tinha determinado algum conceito do que seria Engenharia. A partir dos conceitos preestabelecidos e das novas definições apresentadas na disciplina de Introdução à Engenharia Civil, como você conceituaria Engenharia? Unidade I 20 Introdução à Engenharia Civil 1.2.2 Conceito de Engenheiro Os autores Holtzapple e Reece (2006) conceituam, de maneira muito oportuna, o Engenheiro: “Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos da ciência, da matemática e da economia para solucionar problemas técnicos com os quais a sociedade se depara. É o conhecimento prático que distingue os engenheiros dos cientistas, que também são mestres da ciência e da matemática“. 1.3 O perfil do Engenheiro Civil Podemos dizer que o mercado de trabalho atual espera basicamente alguns requisitos principais para compor o perfil profissional do Engenheiro Civil: Bazzo e Pereira (2006) ainda apresentam as seguintes competências e habilitações que os futuros Engenheiros deverão possuir: Conhecimento técnico: conhecimento oriundo do meio técnico, da universidade, onde se aprende os conceitos ligados à Engenharia Civil. Bom senso/Senso crítico: capacidade de avaliar, de maneira crítica, projetos, soluções de engenharia, etc. Capacidade de se expressar: capacidade de apresentar propostas ao cliente, desenvolver relatórios técnicos, laudos, etc. Unidade I 21 Introdução à Engenharia Civil Quadro 1.1: Competências e habilitações dos engenheiros. (Bazzo e Pereira, 2006) 1.4 Entendendo a matriz curricular do curso de Engenharia Civil Podemos dizer, em linhas gerais, que o conteúdo de um curso de Engenharia Civil se divide em núcleo básico, específico, profissionalizante e complementar. Temos como exemplo de conteúdos básicos as disciplinas de Física I, II e III, Química Geral, Matemática, etc. Conforme Bazzo e Pereira (2006), o núcleo de disciplinas específicas é representado por extensões e aprofundamentos do núcleo de conteúdos profissionalizantes, além de outros temas destinados a caracterizar cada modalidade. Com relação às atividades complementares, temos, compondo este núcleo, os cursos de extensão, cursos aplicados, desenvolvimento de projetos de pesquisa, etc. 1.4.1 O “ciclo básico” das Engenharias O ciclo básico das Engenharias corresponde ao conjunto de disciplinas que compõem os primeiros semestres dos cursos de Engenharia. Tais disciplinas (Físicas, Cálculos, Química, etc.) têm como objetivo iniciar a formação em ciências básicas Unidade I22 Introdução à Engenharia Civil do futuro Engenheiro, otimizando sua capacidade de raciocínio e transformando-o não apenas em um repetidor de técnicas, mas em um profissional que as entende completamente e está apto a modificá-las a seu favor, além de poder criar novas tecnologias. Você sabia que o material mais utilizado na construção civil, o concreto (Figura 07), é o produto de uma reação química entre o cimento, areia, brita e água? Figura 07: Execução de concretagem. Fonte: iStock Você sabia que o processo de locação de uma obra (Figura 08) se baseia no princípio de coordenadas de um ponto, trabalhado na Matemática e na Geometria Analítica? Unidade I 23 Introdução à Engenharia Civil Figura 08: Processo de locação de uma obra. Fonte: O autor. Você sabia que o princípio do dimensionamento das estruturas de edifícios (Figura 09), lajes, vigas, pilares, etc., se baseia no princípio da ação e reação proposto por Newton e estudado na Física? Figura 09: Execução dos pilares de um edifício. Fonte: iStock Unidade I 24 Introdução à Engenharia Civil Apresentamos algumas aplicações das disciplinas do ciclo básico do curso na prática profissional da Engenharia Civil. Você conseguiria identificar alguma aplicação, ainda não citada anteriormente? Unidade I 25 Introdução à Engenharia Civil Apresentar as grandes áreas de conhecimento da Engenharia Civil. Apresentar ao aluno a vasta gama de possibilidades de atuação do Engenheiro Civil. Ciclo 02 Atividade Exercício Título: Áreas de Atuação do Engenheiro Civil Unidade II – Áreas de atuação da Engenharia Civil Objetivos da Unidade Plano de Estudos II 26 Introdução à Engenharia Civil O curso de Engenharia Civil é um curso bastante amplo e pode ser dividido em Engenharia de Estruturas, Engenharia de Transportes, Geotecnia (Engenharia Geotécnica), Hidráulica e Saneamento (Recursos Hídricos) e Construção Civil. Nesta unidade do nosso guia de estudos tentaremos falar um pouco sobre cada uma dessas grandes áreas. Popularmente, o Engenheiro Civil é conhecido por trabalhar com projetos de Engenharia Civil e com a gerência de obras da Construção civil. Porém, ele é responsável por diversas outras funções na sociedade e, através de conhecimentos nessas cinco grandes áreas, o Engenheiro Civil pode atuar: Dentre muitas outras áreas, possuindo uma participação muito ampla, já que os conhecimentos da Engenharia Civil englobam diversos campos de atuação diferentes. Você sabia que o Engenheiro Civil possui tantas possibilidades de atuação assim? No planejamento do transporte urbano de uma cidade; No planejamento e projeto de aeroportos; No dimensionamento de vias e pavimentos; Na execução e projeto de taludes, barragens e aterros; No dimensionamento e planejamento de um sistema de esgotamento sanitário; No dimensionamento estrutural de edifícios, pontes, etc.; No projeto e construção de barragens hidrelétricas; Na confecção de projetos de instalações elétricas e hidrossanitárias de empreendimentos de pequeno porte; Na gestão de obras de prédios, pontes, viadutos, túneis, etc. Unidade II 27 Introdução à Engenharia Civil 2.1 Engenharia de Estruturas A Engenharia de Estruturas não é um ramo apenas da Engenharia Civil, mas também da Engenharia Mecânica, Naval, Aeronáutica, ou qualquer outra engenharia que utilize o cálculo estrutural, seja de estruturas estáticas ou dinâmicas. Neste tópico apresentaremos alguns conceitos acerca dessa área de atuação, tipos de empreendimentos estruturais e o conceito de um edifício sob o aspecto da Engenharia de Estruturas. 2.1.1 A Engenharia de Estruturas – conceitos É o ramo da Engenharia que estuda as estruturas e seu comportamento, com o interesse de projetar estruturas econômicas, seguras e ambientalmente corretas a diversos empreendimentos. Uma estrutura (Figura 01) seria um sistema de diversos elementos conectados para suportar uma ação ou um conjunto de ações, sem entrar no chamado colapso. Figura 01: Maquete eletrônica dos elementos estruturais de um edifício em concreto armado. Fonte: O autor. Unidade II 28 Introdução à Engenharia Civil O colapso de uma estrutura ocorre quando ela não é capaz de suportar as cargas e ações a ela impostas. Por isso, torna-se impossível a manutenção das funções ou ações realizadas pelo que ela suporta. Em geral, a estrutura tem o objetivo de dar suporte a algo que tenha outras funções. Portanto, focada no projeto de estruturas, a engenharia estrutural busca a concepção (dimensionamento) de elementos seguros e econômicos para fornecer rigidez e resistência aos elementos estruturais. 2.1.2 O que é um edifício? Os prédios ou edifícios fazem parte do nosso cotidiano, mas você saberia conceituá-los sob o ponto de vista da Engenharia Civil? Podemos dizer que um edifício (Figura 02) é basicamente um subsistema estrutural dividido em duas grandes áreas: infraestrutura e superestrutura. A infraestrutura é representada pela fundação do edifício, bem como seus elementos acessórios, ou seja, sapatas, estacas, blocos de coroamento, vigas de equilíbrio, tubulões, etc. A superestrutura é representada pelos demais elementos estruturais, ou seja, vigas, pilares, lajes, etc. Figura 02: Definição de infraestrutura e superestrutura de um edifício. Fonte: O autor. Unidade II 29 Introdução à Engenharia Civil 2.2 Engenharia de Transportes O desenvolvimento econômico de um país está altamente ligado à infraestrutura de transportes, podendo ser considerada uma das bases para o desenvolvimento. A Engenharia de Transportes é um dos grandes ramos de atuação da Engenharia Civil, compreendendo o estudo da técnica das estradas rodoviárias (Figura 03) e ferroviárias, hidrovias, portos e pistas de aeroportos, engenharia de tráfego, sistemas de comunicação, modelos de planejamento em transportes, estudos de viabilidade, etc. Figura 03: Rodovia Fonte: iStock Baseado no conceito de edifício apresentado anteriormente, você seria capaz de observar um edifício e identificar os elementos estruturais que o compõem? Unidade II 30 Introdução à Engenharia Civil Neste tópico apresentaremos alguns conceitos acerca dessa área de atuação: funções econômicas dos transportes e relação da Engenharia de Transportes com as demais áreas da Engenharia Civil. 2.2.1 Funções econômicas do transporte Um bem, um recurso, uma matéria-prima, só tem utilidade se estiver no local e no tempo em que a necessidade existe. Por isso, o transporte está intimamente ligado à utilização de recursos naturais, já que ele é responsável por movimentar o recurso (bem, matéria-prima) para o local onde este é necessário num tempo eficiente. O transporte é um fator profundamente ligado ao desenvolvimento de uma nação, já que define o acesso e efetiva a utilização de recursos naturais. As matérias- primas raramente são consumidas no lugar onde elas são extraídas. Temos como exemplo, o minério de ferro extraído em Minas Gerais (Figura 04), que é utilizado na produção de aço na Usiminas em Minas Gerais, na CSN em Volta Redonda, em Vitória e na Cosipa em Cubatão. O minério de ferro extraído em Carajás é exportado para o Japão. A soja brasileira produzida no centro-oeste é praticamente toda exportada para o mundo todo. Figura 04: Empreendimento minerárioem Minas Gerais. Fonte: iStock Unidade II 31 Introdução à Engenharia Civil Assim, o transporte possui funções econômicas muito importantes, visto que colabora com a utilidade dos bens, representando grande importância no desenvolvimento econômico de um país. 2.2.2 A Engenharia de Transportes e demais áreas da Engenharia Civil O estudante de engenharia pode encontrar no estudo de transportes uma introdução ao domínio da engenharia e à aplicação de praticamente todas as áreas de atuação do Engenheiro Civil. O projeto de sub-bases e bases estáveis para rodovias e ferrovias conduz à Geotecnia. A drenagem das estradas aplica os princípios da Hidrologia, da Mecânica dos Fluidos e da Hidráulica. Os revestimentos dos pavimentos envolvem o aluno com o campo da Ciência dos Materiais e Materiais de Construção - aço, concreto, asfalto e rochas - e o seu comportamento sob carga e diferentes condições de temperatura e umidade. Um estudo da estrada e das suas estruturas apresenta os problemas de projeto e execução de pontes, túneis e estruturas em geral. Desta forma, o desenvolvimento de sistemas de transportes engloba todas as áreas de engenharia e diversas outras áreas, representando a gama de atuação em que o Engenheiro Civil mais tem impacto na sociedade e nas formas em que ela interage. Como você acha que o sistema de transporte afeta o país? Qual a relação entre o desenvolvimento de algumas regiões e o sistema de transporte atual? Unidade II 32 Introdução à Engenharia Civil 2.3 Geotecnia (Engenharia Geotécnica) Conforme nos apresenta Das (2013), “a Engenharia Geotécnica é a subdisciplina da Engenharia Civil que estuda os materiais naturais encontrados próximos à superfície da terra. Ela engloba desde a aplicação dos princípios da Mecânica dos Solos e das Rochas até o desenvolvimento de fundações, estruturas de contenção e estruturas de terra.” Das, 2013. 2.3.1 Áreas de estudo De uma maneira simplificada, a Geotecnia pode ser descrita conforme a Figura 05 a seguir: Figura 05: A Geotecnia e suas áreas de estudo. Fonte: o autor. Geotecnia Mecânica dos Solos Geologia de Engenharia Mecânica das Rochas Unidade II 33 Introdução à Engenharia Civil A Mecânica dos solos estuda as propriedades (físicas e mecânicas), a utilização e o comportamento dos solos como materiais de construção, de contenção e/ou de fundação de obras civis. A Mecânica das Rochas estuda as propriedades e o comportamento das rochas e dos maciços rochosos. A Geologia de Engenharia estuda a caracterização geológica e os impactos da gênese, formação e evolução geológica dos materiais presentes na crosta terrestre para fins de projeto e execução de empreendimentos de caráter geotécnico. 2.3.2 Possibilidades de atuação Podemos dizer que um engenheiro geotécnico pode atuar basicamente com os seguintes tipos de obras: obras de terra (aterros, escavações, etc.) (Figura 06), fundações (Figura 07), estabilização e reforço de solos, barragens, usinas, etc. Figura 06: Execução de obras de aterro e de escavação. Fonte: O autor. Unidade II 34 Introdução à Engenharia Civil Figura 07: Execução das fundações de uma ponte. Fonte: O autor. 2.4 Hidráulica e Saneamento A Hidráulica e o Saneamento são ramos da engenharia intimamente ligados. São áreas relacionadas aos recursos hídricos e em geral se completam. 2.4.1 Hidráulica e possibilidades de atuação A engenharia hidráulica ou hídrica é o ramo da engenharia civil que se ocupa do fluxo e do transporte de fluidos, especialmente de águas e esgotos. A sua atividade se relaciona intimamente com a engenharia sanitária e com a engenharia do ambiente. Assistam ao documentário do Mega Construções sobre a usina de Itaipu no link: https://www.youtube.com/watch?v=Pn-pawcszXE Unidade II https://www.youtube.com/watch?v=Pn-pawcszXE 35 Introdução à Engenharia Civil Este ramo da engenharia civil é responsável pela realização de projetos como os de redes de esgotamento sanitário, de redes de abastecimento de água, de sistemas de irrigação, de sistemas de drenagem, de obras portuárias, de barragens e de hidrovias. A engenharia hidráulica aplica os princípios da mecânica dos fluidos aos problemas ligados à recolha, armazenamento, controle, transporte, regulação, medição e uso das águas. Um aspecto desses sistemas é o uso da gravidade como meio de provocar o movimento dos fluidos. A engenharia hidráulica também se especializa no estudo das correntes de água, do transporte de sedimentos através dos cursos de água e da interação da água com os seus limites aluviais. Com o estudo da hidráulica é possível o dimensionamento de dutos, canais (Figura 08), instalações hidráulicas prediais, redes de drenagem, etc. É o estudo do comportamento de fluidos e através dele são possíveis diversas aplicações, inclusive no saneamento. Figura 08: Canal do Panamá, exemplo de obra da Engenharia Hídrica. Fonte: iStock Unidade II 36 Introdução à Engenharia Civil 2.4.2 Saneamento e possibilidades de atuação A Engenharia sanitária é o ramo da Engenharia que se dedica à exploração e ao uso da água, dos projetos e das obras de saneamento básico e de saneamento geral, tais como: sistemas de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de limpeza urbana e inclusive os sistemas de tratamento. O engenheiro sanitarista deve ter entendimento das áreas relacionadas ao meio ambiente, Hidráulica, Hidrologia e recursos hídricos, pois planeja e orienta o uso da água de bacias hidrográficas, elaborando Planos Diretores de Abastecimento de Água, de Esgotamento Sanitário e de Bacias Hidrográficas. Ele também elabora projetos de redes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, irrigação e drenagem, além de projetar canais de escoamento. Este profissional também é responsável por gerenciar e dimensionar a operação de Estações de Tratamento de Águas (ETA) e de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) (Figura 09), tratando águas poluídas ou contaminadas. Figura 09: Estação de tratamento de esgoto. Fonte: iStock Unidade II 37 Introdução à Engenharia Civil É um ramo da Engenharia Civil intimamente ligado às questões ambientais e ecológicas. Trata-se de uma das áreas da Engenharia Civil em que os produtos finais de seus projetos são obter sustentabilidade ambiental e o bem estar social. Assim, neste ramo, podemos perceber facilmente como o engenheiro civil pode ser considerado um engenheiro social. 2.5 Construção Civil As outras áreas da Engenharia Civil se concentram no dimensionamento e no projeto de estruturas, barragens, estradas, redes de abastecimento ou esgotamento sanitário, etc. Mas é a Construção Civil que representa a etapa de execução desses projetos, de forma que é a área que mais tem contato com as outras áreas, exigindo uma visão geral de todos os ramos da Engenharia Civil. A construção civil pode ser dividida em dois tópicos: - O gerenciamento de obras que engloba técnicas de planejamento, execução e controle de obras, em atenção à racionalização da construção. - O estudo de materiais de construção, em atenção às suas propriedades, utilização e desempenho dos materiais empregados na construção civil. 2.5.1 Gerenciamento de obras O gerenciamento de obras abrange as formas de se construir, planejar uma obra e utilizar os materiais de construção disponíveis de forma mais eficiente possível. Da mesma forma que o desenvolvimento de novos materiais de construção pode revolucionar a construção civil, a criação de novas formas degerenciamento também pode. Como o Engenheiro Civil, ao atuar na área de saneamento, pode modificar socialmente uma região? Unidade II 38 Introdução à Engenharia Civil Por exemplo, a racionalização da construção civil torna possível a transformação dos canteiros em verdadeiras linhas de montagem, aumentando a produtividade, reduzindo custos e melhorando a qualidade. A utilização desses sistemas permite o retorno antecipado do investimento, pois a execução do cronograma da obra torna-se mais dinâmica. Além de melhorar a gestão, aumentando a produtividade e a competitividade, os sistemas industrializados reduzem os desperdícios e o volume de resíduos nas obras, com ganhos para o meio ambiente. A racionalização dos sistemas construtivos traz maior sustentabilidade à construção civil, além de tornar possível grandes projetos de engenharia. No gerenciamento de obras, é necessário ter conhecimento nas áreas da Engenharia Civil que estão envolvidas no projeto, além de conhecimentos nas áreas da administração. Um dos desafios da gestão dos recursos em uma obra é conseguir criar um sistema racionalizado, que consiga maximizar a eficiência e minimizar o tempo de construção da obra, de forma a conseguir suprir a falta de mão de obra do mercado. Um exemplo em que a aplicação de técnicas de gerenciamento de obras mostrou uma eficiência revolucionária é em um prédio de 15 andares que foi construído na China em 6 dias. 2.5.2 Materiais de Construção Os materiais de construção (Figura 10) são definidos como todo e qualquer material utilizado na execução de um projeto de engenharia civil, desde a locação e infraestrutura da obra até sua fase de acabamento. Assista a este pequeno vídeo mostrando a construção de um prédio de 15 andares em 6 dias na China: http://www.youtube.com/watch?v=v9-ZA7V7O9I Unidade II http://www.youtube.com/watch?v=v9-ZA7V7O9I 39 Introdução à Engenharia Civil Figura 10: Materiais de construção. Fonte: iStock Na construção civil existem materiais que são utilizados há muitos anos da mesma forma, como o concreto e outros que estão em constante evolução. A evolução das propriedades dos materiais e a descoberta de novos materiais de construção não são processos recentes, iniciaram-se com os povos primitivos que antes utilizavam materiais encontrados na natureza sem qualquer transformação e, com a evolução do homem e de suas necessidades, passaram a transformá-los de forma simplificada, como moldar a argila, cortar a madeira ou lapidar a pedra, de acordo com a necessidade. É através do desenvolvimento de novos materiais e novas formas mais eficientes de se utilizar determinado material que a construção civil consegue evoluir. Os avanços na metalurgia, por exemplo, trouxeram grande evolução não apenas para construção civil, mas para todas as áreas da Engenharia. Tornou possível a existência da sociedade como a conhecemos e isso é uma pequena amostra da importância do estudo dos materiais. Unidade II 40 Introdução à Engenharia Civil Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais ligados à ética e legislação profissional. Apresentar ao aluno o sistema CONFEA/CREA e o instrumento de formalização de serviços prestados, a anotação de responsabilidade técnica (ART). Ciclo 03 Atividade Exercício Individual Título: Legislação Profissional e Sistema CONFEA/CREA Unidade III – Legislação e Ética Profissional Objetivos da Unidade Plano de Estudos III 41 Introdução à Engenharia Civil Conforme Côrte (2016), apud Costa e Valente (2008), para que uma determinada atividade seja regulamentada, é preciso que se exija, de quem a exerce, qualificações técnicas, conhecimentos técnicos e científicos avançados e especializados a fim de minimizar, ou evitar, a possibilidade de seu exercício ocasionar ou provocar sérios danos sociais, com riscos à segurança, à integridade física e à saúde. Regulamentar significa impor limites, restringir o livre exercício da atividade profissional, já valorizada, reconhecida e assegurada constitucionalmente, tendo como objetivo principal a proteção da sociedade e nunca a garantia de direitos individuais. Os conselhos de classe profissional são assembléias que reúnem profissionais de cada profissão de maneira a zelar pelos interesses da classe, e possuem como atribuições registrar, fiscalizar e disciplinar as profissões regulamentadas. Dessa forma, fica evidente a necessidade de reunirmos os profissionais da Engenharia em um Conselho de Classe, defendendo os propósitos das Engenharias e dos seus associados. A presente unidade tem como proposta apresentar a vocês o Sistema CONFEA/CREA, o instrumento de formalização de serviços profissionais prestados, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e estabelecer alguns comentários sobre a ética profissional. 3.1 Confea O CONFEA, atualmente, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, conforme o próprio nome designa, é um conselho de fiscalização profissional responsável pela regulamentação e julgamento final no Brasil das atividades profissionais, que zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza. Esse órgão de classe foi instituído no Brasil por decreto n° 23.569, de 11 de dezembro de 1933, pelo então presidente da república Getúlio Vargas, e é responsável pela coordenação dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA’s). Unidade III https://pt.wikipedia.org/wiki/Profissional https://pt.wikipedia.org/wiki/Profiss%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil 42 Introdução à Engenharia Civil Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia é regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais (CONFEA, 2016). Para termos uma ideia da amplitude do CONFEA, nele estão registrados cerca de um milhão de profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada intensamente pelas descobertas técnicas e científicas (CONFEA, 2016). Além disso, o sistema conta com 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia. Figura 01: Consulta de profissional registrado no Sistema CONFEA/CREA. Fonte: O autor Que tal conhecer um pouco mais sobre o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia? Acesse: http://www.confea.org.br/. No site do CONFEA é possível, inclusive, realizar pesquisas a respeito de profissionais, titulações, etc. conforme a Figura 01. Unidade III http://www.confea.org.br/ 43 Introdução à Engenharia Civil 3.2 CREA Os CREAs (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) são entidades estaduais e constituem a manifestação regional do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), sendo responsáveis pela fiscalização do exercício das profissões das áreas tecnológicas em âmbito regional. O CREA é responsável pela verificação, orientação e fiscalização do exercício profissional, com a missão de defender a sociedade da prática ilegal das atividades abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA. É muito importante que o profissional saiba a legislação da sua área, e essas informações podem ser acessadas facilmente através do site do CREA. Que tal conhecer um pouco mais sobre o CREA da sua região? Basta acessar a página do CONFEA: (http://www.confea.org.br/).Logo no cabeçalho, você poderá ser direcionado para o site do CREA da regional desejada, selecionando somente o estado, conforme a Figura 02. Unidade III http://www.confea.org.br/ 44 Introdução à Engenharia Civil Figura 02: Acesso às plataformas dos CREA’s. Fonte: O autor 3.3 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento que abrange informações úteis para o profissional, para a sociedade, para o contratante e, ainda, auxilia a verificação do efetivo exercício profissional e da execução das atividades técnicas. Todo serviço prestado por algum profissional envolvido pelo sistema CONFEA/CREA fica sujeito à ART, de acordo com a Lei nº 6.496/77. Você conhece o trabalho do CREA realizado em sua região? Faça alguns comentários acerca do que você acredita que poderia ser melhorado em relação à atuação desse importantíssimo conselho. Procure conversar com os profissionais atuantes na área para apresentar seu parecer. Unidade III 45 Introdução à Engenharia Civil Ainda conforme CREA (2016), para o consumidor, a ART serve como um instrumento de defesa, pois formaliza o compromisso do profissional com a qualidade dos serviços prestados. Em casos de sinistros, identifica individualmente os responsáveis, auxiliando na confrontação das responsabilidades junto ao Poder Público. Isso explica porque em serviços que envolvem trabalho em equipe (multidisciplinares ou da mesma modalidade) cada profissional deve registrar individualmente a ART, como responsável, coautor ou corresponsável, em sua área de atuação. Quanto ao tipo de responsabilidade técnica, destacaremos duas: – Obra/Serviço: responsabilidade relativa à execução de obras ou prestação de serviços (desenvolvimento de projetos, consultorias, etc.); – Cargo ou Função: responsabilidade técnica relativa ao vínculo com pessoa jurídica para desempenho de cargo ou função técnica em uma empresa, por exemplo. Na Figura 03, a seguir, apresentamos uma ART completa e, posteriormente, comentaremos sobre os campos de preenchimento. Conforme CREA (2016), para o profissional, o registro é importante porque garante os direitos autorais; comprova a existência de um contrato, principalmente em caso de contratação verbal; garante o direito à remuneração, pois pode ser usado como comprovante de prestação de serviço; define o limite das responsabilidades, respondendo o profissional apenas pelas atividades técnicas que executou. Ainda sobre os benefícios da ART, vale destacar que esse documento indica para a sociedade os responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à área tecnológica, assim como as características do serviço contratado. Unidade III 46 Introdução à Engenharia Civil Figura 03: Anotação de Responsabilidade Técnica. Fonte: O autor Unidade III 47 Introdução à Engenharia Civil Analisando a Figura 03, observamos que o campo 1 da ART é referente aos dados do responsável técnico pelo serviço prestado. Esse campo contempla desde a titulação até o registro nacional no CONFEA. No campo 2 são apresentados os dados do contrato/contratante, onde constam os dados básicos como nome completo, CPF e residência. Já o campo 3 indica os dados da obra/serviço prestado, ou seja, esse campo identifica o local onde será realizado o empreendimento que irá ser projetado ou executado. O campo 4 indica o tipo de atividade técnica que será desenvolvida; no modelo apresentado, trata-se de um levantamento arquitetônico (“as built”) de uma edificação em alvenaria para fins comerciais. Nos itens 5 e 6 são apresentadas observações e declarações referentes ao empreendimento. No campo 7 indica-se a entidade de classe da qual o Engenheiro Civil faz parte; nesse caso, trata-se da Associação Varginhense de Engenheiros e Arquitetos. O item 8 contempla as assinaturas do contratado (Engenheiro Civil responsável técnico) e o contratante (cliente), bem como o local e a data onde foi celebrado o contrato. O campo 9 traz algumas outras informações relevantes, como por exemplo, torna claro o fato de que a ART somente terá validade quando quitada, que sua autenticidade pode ser verificada no site do CREA ou CONFEA e que a guarda das vias assinadas é de responsabilidade do cliente e do responsável técnico. Em um último momento, esse item ainda apresenta informações referentes ao valor do empreendimento e áreas de atuação; no estudo apresentado, a ART referiu-se ao “as built” e ao projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico. Você sabe o que é uma entidade de classe? Que tal pesquisar se na sua cidade ou região há alguma entidade ou associação de classe voltada à Engenharia e descobrir qual a sua representatividade? Unidade III 48 Introdução à Engenharia Civil 3.4 O código de ética no exercício da profissão O Código de Ética referente às profissões abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA é adotado pela resolução n° 1.002, de 26 de novembro de 2002; e, conforme é apresentado nesse mesmo documento, “um ‘código de ética profissional’ deve ser resultante de um pacto profissional, de um acordo crítico coletivo em torno das condições de convivência e relacionamento que se desenvolve entre as categorias integrantes de um mesmo sistema profissional, visando uma conduta profissional cidadã”. Portanto, fica evidente que uma conduta ética não tem como princípios simplesmente questões de caráter técnico ligado às Engenharias, mas também há uma grande preocupação social com foco na formação do Engenheiro como cidadão, zelando pelo bem estar da sociedade, desenvolvendo práticas legais, com eficiência, segurança nos procedimentos, etc. Termino esta unidade do guia de estudos falando de ética profissional. Ao final do curso, quando tiverem trilhado todo o caminho e atingido o objetivo final de se tornarem engenheiros civis, farão o seguinte juramento: “Juro, diante de Deus e da sociedade que farei uso do meu trabalho, que conduzirei meus esforços profissionais com a máxima responsabilidade e respeito humano. Juro, no exercício das funções de Engenheiro Civil, só executar atos ditados pela consciência do meu dever, honrar os ensinamentos que recebi, cooperar sempre para o desenvolvimento da ciência, e fazer tudo quanto em mim couber pela grandeza moral, social e material do Brasil”. Que tal conhecer um pouco mais sobre a resolução n° 1.002 de 26 de novembro de 2002 (Código de Ética Profissional da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia)? Procure analisar os direitos e deveres do profissional e correlacioná-los com a prática desenvolvida em sua região. Unidade III 49 Introdução à Engenharia Civil O juramento acima, apesar de breve, expressa de forma consciente como um Engenheiro Civil deve se portar no exercício de suas funções e também no decorrer de sua vida como cidadão. Unidade III 50 Introdução à Engenharia Civil Apresentar ao aluno os conceitos fundamentais ligados à responsabilidade social do engenheiro civil. Apresentar as habilidades e competências exigidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Engenharia. Ciclo 04 Atividade Exercício Individual Título: Responsabilidades do Engenheiro Civil Unidade IV – Responsabilidades, Habilidades e Competências do Engenheiro Civil Objetivos da Unidade Plano de Estudos IV 51 Introdução à Engenharia Civil Podemos afirmar que todo trabalho desenvolvido pelo engenheiro civil objetivao bem estar da sociedade, ou seja, o homem torna-se o beneficiário do trabalho dos profissionais ligados à área. Para que um serviço de Engenharia seja prestado, é firmado um “pacto” entre o contratado (engenheiro) e o contratante (cliente). Conforme vimos na unidade anterior, tal “pacto” é firmado por meio de um documento conhecido como ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e isto é fundamental para a compreensão tanto das relações éticas estabelecidas entre ambos, como das obrigações e, por consequência, das responsabilidades de cada uma das partes. Neste contexto nos surge uma série de questionamentos que serão desenvolvidos ao longo da presente unidade: - Qual seria o conceito de ética para a Engenharia Civil? - Quais são nossas responsabilidades e obrigações como prestadores de serviços técnicos? 4.1 Ética, obrigação, dever e responsabilidade Conforme Pusch (2010), a Ética é, antes de tudo, o resultado de um pacto coletivo, no qual as pessoas, declarada ou tacitamente, estabelecem consensualmente os valores comuns e as normas de conduta a serem observadas pelo indivíduo. A obrigação contratual é também resultado de um pacto entre partes, para o alcance de um objeto de interesse comum. As relações interpessoais são fontes geradoras de obrigações e, para tanto, podemos caracterizar obrigação como definido por Pusch (2010) como sendo a relação pela qual alguém deve dar, fazer ou se abster de fazer algo para outrem. Já o dever se enquadraria como uma ação voluntária de pagamento da prestação de uma obrigação. Conforme propõe Shebalj (2008), a responsabilidade é a qualidade de responsável, que responde por atos próprios ou de outrem, que deve satisfazer os seus compromissos ou de outrem. No âmbito profissional da Engenharia surge ainda uma nova designação de responsabilidade, a chamada responsabilidade técnica que é a responsabilidade Unidade IV 52 Introdução à Engenharia Civil decorrente da não prestação de dever de arte, ofício ou profissão técnica que cause lesão a direito ou dano a terceiro (PUSCH, 2010). Pusch (2010) propõe um problema idealizado prático do cotidiano da Engenharia Civil que nos ajuda a concretizar os conceitos explorados neste tópico: “Um mestre de obras imprudentemente descalça uma laje ainda não curada. Ela vem a ruir, atingindo um passante. O mestre é responsável direto pelos danos materiais causados ao proprietário do edifício, pelos danos pessoais causados ao transeunte e criminalmente também responde pelas lesões corporais nele causadas. Por agir com imprudência, não tem dolo, uma vez que não desejou o resultado. Responderá também o profissional, engenheiro ou arquiteto, que, por negligência, omitiu-se na orientação ao mestre, impedindo-o de tomar procedimento tecnicamente não recomendado. O profissional tem a chamada culpa in eligendo, por haver encarregado o serviço a um mestre de obras incapaz de tomar procedimentos técnicos adequados e in vigilando por não os ter supervisionado.”. Portanto, observamos que a responsabilidade técnica assumida por um serviço de Engenharia é grandiosa e, caso ocorra um sinistro, conforme evidenciado na situação problema apresentada acima, tais questões são respondidas judicialmente. Observe que houve um ato ilícito, ou seja, por negligência do engenheiro civil responsável pela execução do empreendimento, o mestre de obras assumiu uma competência que não lhe era cabida e por imperícia o responsável técnico não estava acompanhando a ação executada. Para evidenciarmos o exposto acima, apresentaremos um estudo de caso real a seguir. Que tal acompanhar a leitura do guia de estudos juntamente com o “Caderno do CREA n°1 – Ética e Responsabilidade Profissional” do arquiteto Jaime Pusch? Unidade IV 53 Introdução à Engenharia Civil 4.2 Sinistro do edifício Real Class – breve estudo de caso O edifício Real Class (Figura 01) era um prédio residencial com 34 pavimentos (aproximadamente 104 metros de altura) que estava sendo executado em Belém no Estado do Pará e que entrou em colapso no dia 29 de janeiro de 2011. Três pessoas morreram com o desabamento do edifício. Figura 01: Edifício Real Class em execução e após o sinistro. Fonte: HTTP://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html Unidade IV http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 54 Introdução à Engenharia Civil Mediante o ocorrido, o CREA - PA solicitou um laudo para que se pudessem descobrir as causas do sinistro e os responsáveis pelo mesmo. O laudo apresentado em 11 de março de 2011 relatou o seguinte: “- O concreto e o aço empregados na estrutura apresentavam resistências compatíveis com as recomendadas pelas normas brasileiras; - As fundações foram corretamente projetadas considerando-se as cargas informadas no projeto estrutural; - Considerando as recomendações normativas para dimensionamento de estruturas de concreto, para carregamentos verticais e para o vento, observou-se que o projeto estrutural não atendia tais recomendações, sendo a situação mais crítica referente à atuação do vento; - Para a situação de colapso, caso de construção, observou-se que as fundações apresentavam resistência significativamente superior, descartando-se a hipótese de que o colapso tenha se iniciado por esgotamento de sua capacidade resistente; - Ainda para o caso de construção, verificou-se que diversos pilares no nível do pavimento térreo não apresentavam resistência compatível com os esforços atuantes, com alguns apresentando ruptura brusca, sem avisos (fissuras); - Sendo assim, esta equipe concluiu que o colapso ocorreu por problemas de concepção estrutural e que o colapso do edifício ocorreu quando a estrutura foi submetida a uma combinação elevada de carregamentos verticais e horizontais." A Figura 02, a seguir, apresenta um resumo do laudo apontado pelo CREA – PA. Unidade IV 55 Introdução à Engenharia Civil Figura 02 – Resumo do laudo apontado pelo CREA – PA. Fonte: http://noticias.orm.com.br/ Desta forma evidenciou-se que houve falhas na concepção estrutural do edifício e no cálculo estrutural, ou seja, negligência técnica por parte do projetista da superestrutura, especialmente no tocante ao efeito da ação do vento no prédio, levando o mesmo à ruína quando fora submetido a elevados carregamentos. O engenheiro civil responsável pelo projeto estrutural teve o seu registro no CONFEA cancelado e, por decisão judicial, pena de três anos e 20 dias de detenção que será revertida em prestação de serviços à comunidade. Unidade IV 56 Introdução à Engenharia Civil 4.3. Habilidades e competências que o Engenheiro Civil deve possuir Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) do Curso de Graduação em Engenharia (RESOLUÇÃO CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE 2002), em seu artigo 4°, a formação do engenheiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais: I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia; VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita,oral e gráfica; IX - atuar em equipes multidisciplinares; X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. Assista à entrevista com o Prof. Manoel Diniz Peres, um dos peritos que desenvolveu o laudo referente ao desabamento do edifício Real Class, basta acessar o seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=50DCdkAOVJY Unidade IV https://www.youtube.com/watch?v=50DCdkAOVJY 57 Introdução à Engenharia Civil Observa-se claramente a preocupação por parte das DCN’s de formar o futuro engenheiro com preparo não somente para quesitos técnicos mas, também com condições de desenvolver trabalhos em equipes multidisciplinares, de comunicar-se de maneira eficiente e com preocupação social e ambiental, pautando-se sempre nas questões éticas e de responsabilidade profissional. Que tal procurar saber um pouco mais sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia (RESOLUÇÃO CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE 2002)? Unidade IV 58 Introdução à Engenharia Civil Apresentar ao aluno os principais projetos necessários para o desenvolvimento de edificações; Apresentar noções básicas sobre o levantamento quantitativo de materiais de uma residência popular. Ciclo 05 Atividade Exercício Individual Título: Levantamento Quantitativo de Materiais Unidade V – Projetos de Edificações Objetivos da Unidade Plano de Estudos V 59 Introdução à Engenharia Civil Podemos dizer que projeto corresponde à representação gráfica do empreendimento que deverá ser executado em campo (obra). O Engenheiro Civil está habilitado a desenvolver/coordenar uma série de projetos em todas as áreas de atuação (Geotecnia, Transportes, Hidráulica etc.), porém, no âmbito de edificações residenciais e comerciais, podemos destacar basicamente: projeto arquitetônico, projeto estrutural, projeto de instalações hidráulicas, projeto de instalações sanitárias e projeto de instalações elétricas (baixa tensão). Para discutirmos sobre todos estes projetos citados anteriormente e entendermos a finalidade de cada um, vamos nos apoiar em um estudo de caso que será apresentado a seguir. 5.1 O estudo de caso O estudo de caso que será abordado trata-se de uma edificação comercial (academia) com dois pavimentos, área construída de aproximadamente 368,94 m², estrutura em concreto armado e alvenaria em bloco de argamassa e bloco cerâmico. A Figura 01, a seguir, apresenta a uma imagem da maquete eletrônica da edificação. Figura 01: Maquete eletrônica do estudo de caso. Fonte: O autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 60 Introdução à Engenharia Civil 5.2 Projeto arquitetônico O projeto arquitetônico ou também chamado de projeto de arquitetura representa a concepção do empreendimento a ser executado. A partir deste projeto que os demais serão desenvolvidos. Basicamente, o projeto arquitetônico contempla os seguintes desenhos: planta baixa (Figura 02), corte (Figura 03), planta de situação, planta de locação, planta de cobertura, fachadas (Figura 04, carimbo (legenda), quadro de esquadrias e quadro de áreas. Figura 02: Planta baixa do térreo e do primeiro pavimento. Fonte: O autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 61 Introdução à Engenharia Civil Figura 03: Corte longitudinal. Fonte: O autor. Figura 04: Fachada frontal. Fonte: O autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 62 Introdução à Engenharia Civil 5.3 Projeto estrutural O projeto estrutural apresenta os resultados do cálculo estrutural, ou seja, o detalhamento dos elementos estruturais (fundação, pilares, vigas, lajes etc.). A Figura 05 apresenta uma maquete do projeto estrutural. Figura 05: Maquete do projeto estrutural. Fonte: O autor. Basicamente, o projeto estrutural contempla os seguintes desenhos: planta de fundação e detalhamento dos elementos de fundação (Figura 6), detalhamento de pilares (Figura 7), vigas (Figura 8), lajes, escadas e quadro resumo de materiais. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 63 Introdução à Engenharia Civil Figura 06: Planta de fundação e detalhamento dos elementos de fundação. Fonte: o autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 64 Introdução à Engenharia Civil Figura 07: Detalhamento de pilares e resumo de aço. Fonte: O autor. Figura 08: Detalhamento de vigas. Fonte: O autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 65 Introdução à Engenharia Civil 5.4 Projeto de instalações hidrossanitárias O projeto de instalações hidrossanitárias representa o detalhamento do conjunto de tubulações, de canalizações, aparelhos, conexões, peças especiais e acessórios destinados ao suprimento de água ou ao afastamento de águas servidas ou pluviais dos prédios, desde a ligação à rede pública de água até o retorno ao coletor público de esgotos ou o sistema individual de tratamento e também o encaminhamento das águas pluviais à rede pluvial da rua (PRO BUILD ENGENHARIA LTDA., 2016). Basicamente, o projeto hidrossanitário contempla os seguintes desenhos: planta baixa indicando as tubulações (Figura 9), quadro de legendas e símbolos, detalhes isométricos (Figura 10) etc. Figura 09: Planta baixa com indicação das tubulações. Fonte: o autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 66 Introdução à Engenharia Civil Figura 10: Detalhe isométrico. Fonte: o autor. 5.5 Projeto de instalações elétricas O projeto de instalações elétricas representa o planejamento da instalação com todos os seus detalhes. Basicamente, contempla os seguintes desenhos: planta baixa com a indicação dos circuitos (Figura 11), diagrama trifilar e quadro de cargas (Figura 12). Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 67 Introdução à Engenharia Civil Figura 11: Planta baixa com indicação dos circuitos. Fonte: o autor. Figura 12: Quadro de cargas. Fonte: o autor. Unidade V http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 68 Introdução à Engenharia Civil 5.6 Noções básicas de levantamento quantitativo de materiais – estudo de caso O levantamento quantitativo consiste basicamente em mensurar a quantidade dos materiais que serão utilizados para a execução de determinado empreendimento. É importante observar que, para que isso seja realizado, precisamos de todos os projetos da edificação em mãos. Este item será explorado no nosso estudo de caso, logo a seguir. Unidade V 69 Introduçãoà Engenharia Civil Para explorarmos os conceitos especialmente explorados na unidade V (Projeto de edificações) apresentaremos um estudo de caso de uma edificação popular a qual faremos o levantamento quantitativo de alvenaria, revestimentos, telhas e laje. A edificação que será nosso estudo de caso possui área total construída de 44,60 m² e alvenaria em blocos de argamassa. A seguir apresentamos os desenhos necessários. Estudo de Caso 70 Introdução à Engenharia Civil Figura 01: Planta baixa. Fonte: o autor. Estudo de Caso http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 71 Introdução à Engenharia Civil Figura 02: Quadro de esquadrias. Fonte: o autor. Figura 03: Corte BB. Fonte: o autor. Estudo de Caso http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2011/03/real-class-laudo-esclarece-desabamento.html 72 Introdução à Engenharia Civil Consumo: 13 blocos/m² Indicar a quantidade de blocos tradicionais e de canaleta (para fazer a cinta de amarração). 1 – Roteiro para o levantamento quantitativo de alvenaria a) Cálculo da metragem linear de parede: observando a planta baixa encontraremos uma metragem linear de paredes de aproximadamente 36,85 metros. b) Sabemos que o bloco de argamassa tem 39 cm de comprimento, portanto, dividindo a metragem linear total de parede por 39 cm, teremos a quantidade de blocos do tipo canaleta para a realização da cinta de amarração (aumente o valor obtido em 5% devido a quebras e perdas de blocos). Portanto: canaletablocos10005,1. 39,0 85,36 Serão necessários aproximadamente 100 blocos do tipo canaleta para a execução da cinta de amarração. c) Cálculo da área das paredes, considerando o pé-direito reduzido de 19 cm (altura da última fiada de blocos – cinta de amarração). Podemos observar pelo corte BB que o pé direito da edificação é de 2,90 m, portanto: ²86,9919,090,2.85,36 m Para ficar claro os conceitos que serão expostos neste tópico é importante que você nos acompanhe seguindo o folheto “Mãos à obra” da Associação Brasileira de Cimento Portland, disponível em: http://www.lafarge.com.br/M_OBRA_sem_logo.pdf Estudo de Caso http://www.lafarge.com.br/M_OBRA_sem_logo.pdf 73 Introdução à Engenharia Civil d) Calcular a área das esquadrias (portas, janelas etc.). Através da planta baixa conseguimos saber quais as esquadrias e quantas são. O quadro de esquadrias nos indica as dimensões das mesmas. Então: 1 Janela 1: - 0,90m² 3 Janelas 2: - 4,50m² 1 Porta 1: - 1,26m² 3 Portas 2: - 4,41m² Total de portas e janelas: - 11,07m² e) Subtrair a área de paredes encontrada no item “c” da área de esquadrias encontradas no item “d”, obtendo dessa forma a área real de parede. ²79,8807,1186,99 m f) Multiplicando-se a área obtida no item “e” por 13 blocos/m² (dado fornecido no folheto “Mãos à Obra”) encontraremos a quantidade de blocos necessária para levantar as paredes da nossa edificação (aumente o valor obtido em 5% devido a quebras e perdas de blocos). cos121205,1.0,13.79,88 blo Serão necessários aproximadamente 1212 blocos para a execução das paredes. g) Observe que acima da laje de cobertura temos uma parede de 2,26 m que tem como função dar queda ao telhado para evitar o acúmulo de água no mesmo (chamado de oitão). Devido a isso são formadas outras duas paredes ao lado no formato de triângulo e uma parede retangular ao fundo. Basta calcular as áreas destas, multiplicar por 13 blocos/m² e acrescer 5% o número de blocos e somar com a quantidade obtida no item “f”. Estudo de Caso 74 Introdução à Engenharia Civil cos42905,1.0,13.26,2.45,72. 2 45,6.26,2 blo Serão necessários aproximadamente 429 blocos para a execução dos oitões. 2 – Roteiro para o levantamento quantitativo de revestimentos Revestimento externo: a) Calcular a metragem linear de parede que tem face voltada para o lado de fora e multiplicar pela altura do pé-direito; b) Subtrair a área encontrada das áreas das esquadrias (nas paredes externas); c) Obtida a área, basta multiplicar pela espessura para encontrarmos o volume de revestimento; Estudo de Caso 75 Introdução à Engenharia Civil d) Obtida a área, basta dividir pelo rendimento respectivo e obteremos o número de sacos de cimento para cada aplicação e somá-los. Seguindo o roteiro acima teremos que: - Metragem Total de Paredes Externas: 6,45 + 7,45 + 3,00 + 1,00 + 3,45 + 6,45 = 27,80 m Multiplicando pelo pé-direito: 27,80 x 2,80 = 77,84m² Diminuindo 2 Portas P2 e as 4 Janelas: 77,84m² - 8,34m² = 69,50m² Somando à área dos oitões (acima da laje) = 69,50 + 31,41 = 100,91m² - Área para o cálculo do revestimento externo: 100,91m² - Chapisco: 1 saco de cimento para cada 30m², então: 100,90 : 30 = 3,63 sacos de cimento. - Emboço: 1 saco de cimento para cada 17m², então: 100,90 : 17 = 5,93 sacos de cimento. - Reboco: 1 saco de cimento para cada 35m², então: 100,90 : 35 = 2,88 sacos de cimento. Considerando revestimento de 2,0 cm de espessura teremos um volume de argamassa para o revestimento externo de: ³12,205,1.02,0.91,100 m O total de sacos de cimento será de: cos1305,1.88,293,563,3 sa Estudo de Caso 76 Introdução à Engenharia Civil Revestimento interno: a) Calcular a área útil das lajes; b) Obtida a área, basta multiplicar pela espessura para encontrarmos o volume de revestimento; c) Obtida a área, basta dividir pelo rendimento respectivo e obteremos o número de sacos de cimento para cada aplicação e somá-los. Seguindo o roteiro acima teremos que: - Metragem das paredes internas, por cômodos: WC Suíte: 3,00 + 3,00 + 2,00 + 2,00 = 10,0 m Suíte: 3,00 + 3,00 + 3,50 + 3,50 = 13 m Cozinha: 3,00 + 4,00 + 1,50 + 3,45 = 11,95 m Sala: 3,15 + 3,50 + 2,70 + 1,00 = 10,35 m - Metragem total das paredes internas = 45,30 m - Multiplicando pelo pé direito: 45,30 x 2,80 = 126,84 m² - Subtraindo as 4 portas e 4 janelas: 126,84m² - 11,07m² = 115,77m² - Área das lajes: WC Suíte = 6,00m² Suíte = 10,50m² Sala = 9,45m² Estudo de Caso 77 Introdução à Engenharia Civil Cozinha = 12,40m² Área total de laje a revestir = 38,35m² - Chapisco: 1 saco de cimento para cada 30m², então: 154,12 : 30 = 5,14 sacos de cimento. - Emboço: 1 saco de cimento para cada 17m², então: 154,12 : 17 = 9,07 sacos de cimento. - Reboco: 1 saco de cimento para cada 35m², então: 154,12 : 35 = 4,40 sacos de cimento. Considerando revestimento de 1,5 cm de espessura teremos um volume de argamassa para o revestimento interno de: ³43,205,1.015,0.12,154 m O total de sacos de cimento será de: cos2005,1.40,407,914,5 sa Estudo de Caso 78 Introdução à Engenharia Civil 3 – Roteiro para o levantamento quantitativo de telhas a) Calcular a área de projeção da cobertura; b) Multiplicando a área de projeção pelo consumo de telhas obtemos a quantidade de telhas (acrescer em 5%). Seguindo o roteiro acima, temos que: Calcular o quantitativo de telhas. A área total do telhado será, considerando um beiral de 50,0 cm no entorno da edificação: ²47,7350,1.70,415,8.15,8 m Considerando telhado cerâmico com consumo de 18 telhas/m² de projeção de telhado, temos: telhas138905,1.0,18.47,73 4 – Roteiro para o levantamento quantitativo de lajes a) Calcular a área de projeção da laje; b) Multiplicando
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