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WBA0185_v2.0
Deficiência auditiva e AEE
Desenvolvimento e 
aprendizagem do aluno surdo: 
Estratégias educacionais e 
português como segunda língua
Desenvolvimento e aprendizagem do aluno 
surdo: Estratégias educacionais e português 
como segunda língua
Bloco 1
Gleidis Roberta Guerra
A audição e a linguagem
Audição.
Linguagem falada + sons ambientes. 
Aprendizado da língua.
Construção da fala e linguagem.
• Ouvimos mesmo antes de nascer. 
• Por volta da 20ª semana de gestação, o feto já é 
capaz de escutar a voz da mãe. 
Fatores de risco para DA
Baixo peso (< 1500 g).
Incubadora por mais de 5 dias.
Anóxia neonatal.
Ototóxicos.
Hiperbilirrubinemia.
Hereditariedade.
Má formação da cabeça e pescoço.
Infecções congênitas.
Meningite bacteriana.
Causas da deficiência auditiva
Desconhecida
(46%).
Rubéola
(14,5%).
Meningite
(13,6%).
Hereditária
(10,9%).
Ototóxico
(4,5%).
Otites
(3,6%).
Outros
(6,5%).
Exames para diagnóstico
Audiometria.
Imitanciometria.
Emissões otoacústicas.
Avaliação comportamental.
BERA.
Surdez na infância
No Brasil, o diagnóstico de surdez é tardio, o que 
prejudica o desenvolvimento de linguagem da criança.
O atraso no desenvolvimento de linguagem levará a um 
atraso do desenvolvimento social, escolar e emocional.
A criança surda perde informações importantes do 
ambiente e seu desenvolvimento estará atrelado ao 
estímulo que irá receber.
Sua interação na escola ficará prejudicada se não tiver 
acesso à uma língua que dê o aporte cognitivo ao seu 
pensamento.
Linguagem e pensamento
A linguagem não é apenas responsável pela comunicação, ela vai 
muito além disso.
É através da linguagem que transformamos funções psicológicas 
elementares em funções psicológicas superiores.
A língua de sinais é uma língua completa, sendo capaz de dar o 
aporte cognitivo que o cérebro precisa para se desenvolver.
Para o cérebro não tem diferença se usamos uma língua oral ou 
de sinais. 
A linguagem tem 2 funções: intercâmbio social e pensamento 
generalizante. 
Intercâmbio social
• O homem usa os sistemas de linguagem para se 
comunicar, e essa é a necessidade de comunicação 
que impulsiona o desenvolvimento da linguagem. 
• Para que a comunicação ocorra de forma sofisticada é 
necessária a utilização de signos que sejam 
compreensíveis por outras pessoas, que traduzam 
ideias, sentimentos, vontades de forma precisa. 
• Por exemplo, conceitos como cachorro. 
Pensamento generalizante
São os conceitos que levam a essa segunda função da 
linguagem. 
A linguagem ordena o real, agrupa todas as ocorrências 
de uma mesma classe de objetos, eventos, situações, sob 
uma mesma categoria conceitual. 
É essa função de pensamento generalizante que torna a 
linguagem um instrumento de pensamento: a linguagem 
fornece os conceitos.
Linguagem e pensamento
Quando no percurso do 
desenvolvimento do 
pensamento, da criança se 
encontra com a linguagem, 
inicia-se uma nova fase de 
funcionamento psicológico. 
A fala se torna intelectual com 
função simbólica, generalizante e 
o pensamento se torna verbal, 
mediados por significados dados 
pela linguagem. 
Língua oral ou sinais?
A língua de sinais é a língua natural do surdo, sendo a única 
que é capaz de aprender espontaneamente e de se identificar.
Para desenvolver a língua oral, a criança passa por um 
treinamento, geralmente em terapia fonoaudióloga, e pode 
levar de 10 a 12 anos para desenvolver essa forma de 
comunicação.
Nem todas as crianças surdas desenvolverão a fala de maneira 
satisfatória/inteligível, isso depende de diversos fatores.
Assim, o aprendizado da LS será fundamental para seu 
desenvolvimento e escolarização dentro das idades 
esperadas. 
Desenvolvimento e 
aprendizagem do aluno surdo: 
Estratégias educacionais e 
português como segunda língua
Desenvolvimento da escrita pelo surdo
Bloco 2
Gleidis Roberta Guerra
Surdez e linguagem escrita
Em relação à escrita, pode-se afirmar que não é possível 
ensinar o surdo da mesma maneira que ensinamos o 
ouvinte e que, também, não é possível comparar o 
desenvolvimento entre eles.
Vamos pensar no surdo como um estrangeiro 
aprendendo a língua que não é dele, assim, 
entenderemos que essa comparação não é possível.
Leitura e escrita 
O primeiro passo para o ensino da leitura e escrita da 
criança surda é garantir que ela tenha uma língua de 
base, uma língua que lhe permita acessar o 
conhecimento.
No Brasil, a Libras é reconhecida como a língua utilizada 
pela comunidade surda brasileira. É uma língua viva e 
autônoma, que possui todos os elementos necessários 
para dar o aporte cognitivo ao pensamento.
A criança surda deve aprender Libras o mais 
precocemente possível. 
Aprendizado da leitura e da escrita a partir da Libras
A LS deve ser a mediadora para a aprendizagem da escrita.
Ler para a criança, explicando o conteúdo do texto em Libras.
Consolidar a LS como sua primeira língua.
Mostrar a importância da leitura e da escrita, sensibilizando-a 
em relação à essa atividade.
Dar oportunidade para que ela vivencie experiências ricas e 
prazerosas com a escrita.
Papel do professor
O professor deve conceber a leitura e a escrita como uma 
prática discursiva, não apenas como um código a ser 
decodificado, assim dando enfoque textual para o texto.
A leitura e a escrita do português deve ser ensinada ao 
aluno surdo como segunda língua.
Além disso, a formação de professores dentro dessa 
perspectiva de alfabetização é fundamental.
Alfabetização: Libras x Português
A criança surda que usa 
predominantemente a língua de 
sinais não reconhece estruturas 
como sílabas, visto que a estrutura 
dessa língua não é silábica.
Relacionar o alfabeto com o som 
das palavras (A de avião) também 
não irá auxiliar no processo de 
alfabetização do surdo, visto que 
em sinais, por exemplo, avião é 
com a mão em letra Y.
Essa espécie de desenho simbólico 
se traduzirá em um símbolo 
mental.
A aprendizagem da escrita do 
surdo se dará a partir da 
memorização destes “desenhos”.
O surdo, ao ler uma palavra não 
atribuirá a ela uma construção 
silábica, mas verá uma imagem 
gráfica, uma espécie de desenho 
simbólico.
Sistemas de representação linguística
Os sistemas de representação entre LIBRAS 
e português são diferentes, o que dificulta 
a aprendizagem (descontinuidade entre os 
sistemas).
É como os ocidentais aprendem a escrever 
usando os ideogramas das línguas orientais.
A utilização de métodos arbitrários, que 
não consideram o fato da língua ser 
espaço-visual dificultam esse aprendizado. 
Ambiente bilíngue
O surdo tem necessidade de 
um ambiente bilíngue.
É conveniente contar com 
professores ouvintes que 
saibam sinais e surdos 
sinalizadores fluentes, que 
sirvam de modelo.
A aquisição de uma segunda 
língua pressupõe a aquisição 
de uma primeira, é 
conveniente que os 
professores os princípios para 
a aquisição de uma segunda 
língua.
Recursos facilitadores
Dar oportunidade de leitura: a 
leitura fornecerá ao aluno surdo 
informação para que ele adquira a 
língua escrita. 
A escrita não deve ser objetivo 
curricular nas etapas iniciais. 
Os ouvintes pensam por palavras, 
enquanto os surdos pensam por 
imagens.
A utilização de imagens (fotos e 
figuras) que representem o tema 
da aula facilita a compreensão do 
aluno.
As pessoas surdas percebem o 
mundo de maneira diferente, 
utilizam-se da visão. Dessa 
experiência visual surge sua forma 
diferente de ser, de se expressar e 
de conhecer o mundo.
Recursos audiovisuais
O uso de recursos audiovisuais trazem para o aluno surdo 
uma mudança na dimensão cognitiva, afetiva e social.
Auxilia na aquisição e desenvolvimento de conceitos, na 
ampliação do vocabulário. 
Os benefícios aparecem em um aluno que se torna mais 
independente e revela entusiasmo ao aprender. 
Formação de conceitos
A criança surda formará conceitos a partir do seu 
desenvolvimento de linguagem, preferencialmente em 
LS, como já vimos.
A aprendizagem,então, se dará da mesma forma como 
ocorre com a criança ouvinte, a partir das experiências e 
interações que irá estabelecer com o mundo e com as 
pessoas.
Poder interagir com o mundo e com o conhecimento por 
meio da Libras será determinante para o aprendizado do 
aluno surdo. 
Desenvolvimento e 
aprendizagem do aluno surdo: 
Estratégias educacionais e 
português como segunda língua
Adaptações curriculares
Bloco 3
Gleidis Roberta Guerra
Adaptações
O que adaptamos no 
dia a dia?
O que é adaptar?
Tempo.
Espaço.
Atitudes.
Regras. 
Procedimentos.
Estratégias. 
Significado de adaptar
“Adaptar refere-se a ajustar alguma coisa em outra, 
modificar algo para dotá-lo de novos objetivos, é a 
capacidade de sobreviver em novos ambientes”. 
(HOUAISS, 2011, p. 22)
Papel do professor 
• Atitude favorável.
• Identificação das necessidades.
• Adoção de currículos abertos e diversificados.
• Funcionamento flexível da escola.
• Apoio de professores especializados (ensino 
colaborativo).
Adaptação curricular na educação inclusiva
Inicia na construção coletiva do Projeto Pedagógico, que 
deverá garantir as possibilidades de flexibilização, o uso 
de diferentes linguagens, o uso de recursos alternativos e 
contínuos.
O currículo deve ser ajustado de maneira progressiva, de 
maneira a dar respostas às necessidades de todos os 
alunos.
Pressupõe um diagnóstico inicial de todo o contexto do 
aluno (educacional, familiar e individual).
Níveis de adaptação curricular
Projeto Político 
Pedagógico. Sala de aula.
Individual.
Projeto Político Pedagógico
Garantias Prever o uso da Libras como língua 
de instrução.
Prever os serviços pedagógicos de 
apoio.
Prever o serviço de AEE.
Contratar profissionais de Libras 
conforme a necessidade.
Manter materiais e recursos 
audiovisuais necessários.
Adaptações na sala de aula
Falar sempre de frente para o aluno
Verificar a localização do aluno em sala de aula
Utilizar recursos de comunicação adequados.
Capacitar professores e alunos na Libras.
Organizar o tempo e as atividades de maneira adequada.
Avaliar utilizando diferentes instrumentos.
Adaptações individuais
Verificar o nível de conhecimento de Libras pelo aluno.
Estimular a comunicação a partir de situações significativas.
Fazer um resumo dos principais pontos da aula. 
Valorizar os códigos visuais.
Compreender a escrita do surdo a partir do conteúdo e não 
da forma.
Teoria em Prática
Bloco 4
Gleidis Roberta Guerra
Reflita sobre a seguinte situação
• Você recebe um aluno com surdez profunda no 
segundo ano do Ensino Fundamental para o processo 
de aprendizagem do português como segunda língua 
(alfabetização). Como você sabe que o aluno surdo 
não aprende da mesma maneira que o ouvinte, que 
as LS e as orais têm representações diferentes e que 
precisa da escrita como atividade discursiva e da 
Libras como mediadora do conhecimento, qual 
atividade proporia a esse aluno para que estimulasse 
o seu processo de alfabetização?
Norte para a resolução...
• Devendo ser a escrita atividade discursiva e a Libras 
mediadora do conhecimento, e considerando que a 
leitura ocorre antes da escrita, a atividade deve 
prover esses aspectos e ter os recursos visuais como 
facilitadores.
• O professor deverá explorar a leitura em Libras antes 
da escrita em português, para que seja significativo 
para o aluno surdo.
• O aluno deverá poder fazer uso da sua língua e de 
outros recursos visuais necessários para que consiga 
realizar a atividade solicitada. 
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Gleidis Roberta Guerra
Dica do(a) Professor(a)
Leitura do texto:
Pedagogia Visual, Pedagogia Bilíngue e Pedagogia 
Surda: Faces de uma mesma perspectiva didática? 
Das autoras: Maria Carolina Casati Digiampietri e 
Adriana Horta De Matos.
E que compõe o livro: 
Libras em Estudo: Política Educacional. 
Organizado pelas autoras: Neiva de Aquino Albres e 
Sylvia Lia Grespan Neves.
Referências
ALBRES, N. A.; NEVES, S. L. G. (org.). Libras em estudo: 
política educacional. São Paulo: FENEIS, 2013.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
VIGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 3. ed. São 
Paulo: Martins Fontes, 1991.
Bons estudos!
	Deficiência auditiva e AEE
	Desenvolvimento e aprendizagem do aluno surdo: Estratégias educacionais e português como segunda língua
	A audição e a linguagem
	Fatores de risco para DA
	Causas da deficiência auditiva
	Exames para diagnóstico
	Surdez na infância
	Linguagem e pensamento
	Intercâmbio social
	Pensamento generalizante
	Linguagem e pensamento
	Língua oral ou sinais?
	Desenvolvimento e aprendizagem do aluno surdo: Estratégias educacionais e português como segunda língua
	Surdez e linguagem escrita
	Leitura e escrita 
	Aprendizado da leitura e da escrita a partir da Libras
	Papel do professor
	Alfabetização: Libras x Português
	Sistemas de representação linguística
	Ambiente bilíngue
	Recursos facilitadores
	Recursos audiovisuais
	Formação de conceitos
	Desenvolvimento e aprendizagem do aluno surdo: Estratégias educacionais e português como segunda língua
	Adaptações
	Significado de adaptar
	Papel do professor 
	Adaptação curricular na educação inclusiva
	Níveis de adaptação curricular
	Projeto Político Pedagógico
	Adaptações na sala de aula
	Adaptações individuais
	Teoria em Prática
	Reflita sobre a seguinte situação
	Norte para a resolução...
	Dica do(a) Professor(a)
	Dica do(a) Professor(a)
	Referências
	Bons estudos!

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