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RESTRIÇÕES CAUTELARES DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 1. CONCEITO É uma medida que ocorre antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória ou da condenação em 2ª instância, decretada pela autoridade competente, não sendo considerada uma pena. • Excepcionalmente, em caso de urgência ou risco de ineficácia da medida, pode-se decretar a restrição cautelar antes e proceder à oitiva do indiciado/acusado depois – inaudita altera pars; 1.1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA A regra é que o indivíduo responda em liberdade, salvo se gerar algum risco à sociedade. CF/88, art. 5º, LVII - Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. • Atualmente, o réu pode iniciar a execução da pena quando a condenação for confirmada por um tribunal de 2ª instância (antecipação da pena) - STF; 1.2. REQUISITOS DA MEDIDA CAUTELAR Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. 1.3. MOMENTO DA DECRETAÇÃO A medida cautelar pode ocorrer desde o momento do fato até o trânsito em julgado da sentença condenatória / condenação em 2ª instância, ainda que sem inquérito policial. • A provocação ao Juiz pode ser feita durante a investigação (MP, Delegado e vítima) e durante o processo (MP, assist. de acusação/querelante); 3 1.4. FORMAS DE DECRETAÇÃO Art. 282, § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do MP. Fase Processual De ofício ou por provocação Fase Investigativa Somente mediante provocação - Representação do delegado - Requerimento do MP § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. • Em respeito ao contraditório e à ampla defesa, a parte contrária deve ser ouvida antes da decretação da medida, entretanto, se houver urgência ou risco de frustração da medida, a parte será ouvida após a sua execução - inaudita altera pars; • A decretação da medida cautelar deve obedecer a critérios de indispensabilidade, proporcionalidade, progressividade, adequação e mínima lesividade (presunção de inocência); 1.5. POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO Art. 282, § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. • A medida cautelar pode ser aplicada isoladamente (uma restrição de forma isolada) ou cumulativamente (mais de uma restrição), salvo a prisão, que somente pode ocorrer de forma isolada. § 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do MP, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). • Em caso de descumprimento de obrigação imposta pela restrição de direito, o Juiz poderá substituir por outra mais gravosa, cumular com outra ou, em último caso, decretar a prisão preventiva; § 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319). • O Juiz somente aplicará a prisão preventiva se não houver possibilidade de aplicar qualquer outra; 4 1.6. REVOGAÇÃO DA RESTRIÇÃO CAUTELAR § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. • Pode ocorrer a revogação da medida cautelar em caso de desaparecimento do motivo que a justificou, bem como ocorrer uma nova decretação em caso de ressurgimento do motivo ou de um novo motivo; 1.7. VEDAÇÕES Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. • Será vedada a aplicação de medida cautelar quando não for aplicável pena privativa de liberdade para a infração penal, isolada, alternativa ou cumulativamente; CF, art. 86, § 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. • A prisão é uma medida extrema - última ratio - que não se aplica ao Presidente da República enquanto não houver sentença condenatória transitada em julgado; 1.8. ESPÉCIES DE MEDIDA CAUTELAR 1 Prisões - Prisão em flagrante; - Prisão Preventiva; - Prisão Temporária (não está no CPP); 2 Diversas da prisão - Art. 319 do CPP; Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 5 V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; IX - monitoração eletrônica. 1.9. LIBERDADE PROVISÓRIA E FIANÇA Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. • Sempre que não estiverem presentes os requisitos para decretação da prisão preventiva, a liberdade provisória será um direito do acusado; • Ainda que seja concedida a liberdade provisória ao acusado, poderá ser imposta qualquer medida cautelar diversa da prisão; • A liberdade provisória pode ser concedida com fiança (delegado ou juiz) ou sem fiança (somente o juiz); Art.334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. • A finalidade da fiança é garantir o pagamento das custas do processo, da indenização, da prestação pecuniária e da multa, em caso de condenação; Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 horas. • O delegado deve levar em consideração, para o cálculo do máximo em abstrato da pena, o concurso de crimes e as causas de diminuição de pena – STJ; Art. 323. Não será concedida fiança: I - nos crimes de racismo; II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 6 Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; II - em caso de prisão civil ou militar; IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). Impedem a concessão de fiança - Racismo - Ação de grupos armados - Tráfico, Tortura e Terrorismo - Crimes Hediondos - Quebra de fiança no mesmo processo sem motivo justificado - Prisão civil ou militar - Prisão Preventiva decretada • A proibição de fiança não impede a concessão de liberdade provisória, pois, ausentes os requisitos para decretação da prisão preventiva, toda pessoa é presumidamente inocente – STF; Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: I - de 1 a 100 salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 anos; II - de 10 a 200 salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 anos. CONCESSÃO DE FIANÇA Delegado - Pena máxima até 4 anos - 1 a 100 salários mínimos Juiz - Pena máxima superior a 4 anos - 10 a 200 salários mínimos § 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; II - reduzida até o máximo de 2/3; ou III - aumentada em até 1.000 vezes. Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do MP, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. • Não há necessidade de prévia oitiva do MP antes do arbitramento da fiança, entretanto ele deverá ter vistas após a concessão para que tome as providências que entender cabíveis; 7 Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código. Fiança restituída integralmente - Declarada sem efeito - Réu absolvido - Ação penal extinta Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). • A fiança será perdida em favor do Estado, ainda que ocorra a prescrição após o trânsito em julgado, em caso de condenação do réu e ausência para o cumprimento da pena, servindo para as custas do processo, indenizar o ofendido etc.; Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. • O saldo total ou parcial será recolhido ao Fundo Penitenciário; Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado. • Caso o réu seja condenado, mas se apresente para o cumprimento da pena, a fiança será devolvida com a devida dedução após o pagamento das despesas que o réu está obrigado a arcar; Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; V - praticar nova infração penal dolosa. CONSEQUÊNCIAS DA QUEBRA DA FIANÇA - Perda de metade do valor da fiança - Possibilidade de fixação de outra medida cautelar ou decretação da prisão preventiva - Impossibilidade de nova fiança no processo Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do processo. Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. 8 • A fiança poderá ser cassada quando se verificar que foi arbitrada de forma ilegal ou quando houver inovação na classificação do delito, tornando-o inafiançável, sendo devolvida em sua integralidade a quem a prestou; Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; III - quando for inovada a classificação do delito. • O reforço da fiança é um acréscimo no seu valor, que foi verificado após o seu arbitramento, podendo ocorrer quando seu valor for tomado insuficiente (por engano), houver depreciação do bem dado como fiança ou ocorrer inovação na classificação do delito; Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. • Se o réu não realizar o reforço, será recolhido à prisão e a fiança já paga será considerada sem efeito; 1.10. CONSIDERAÇÕES GENÉRICAS Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado original. • Há a previsão de mandado policial, o qual se dará por meio de replicação do mandado judicial; REQUISITOS GENÉRICOS DO MANDADO DE PRISÃO 1 Lavratura pelo escrivão e a correspondente assinatura da autoridade judicial. 2 Designação da pessoa a ser presa (nome, alcunha e sinais característicos). 3 Mencionar a infração penal, inclusive o valor da respectiva fiança, se for cabível. 4 Dirigido à autoridade que tiver qualidade para executar. a) EXECUÇÃO DA PRISÃO Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. Parágrafo único. O mandado de prisão: a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos; c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. 9 Art. 287. Se a infraçãofor inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. • A realização da prisão será identificada ao futuro preso por meio da apresentação do mandado, proporcionando ao indivíduo conhecer o motivo da prisão, salvo infrações inafiançáveis, mediante apresentação imediata ao juiz que a decretou; • Haverá a intimação a acompanhar a autoridade que está efetuando a prisão, informando ao preso os seus direitos (silêncio, assistência etc.); Art. 283, § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. • O mandado poderá ser cumprido em qualquer horário, data ou local, inclusive à noite, desde que haja o consentimento do morador; Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por 2 testemunhas. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. • Será admitido excepcionalmente o emprego da força necessária em caso de resistência, lavrando-se o respectivo A.R. (auto de resistência) assinado por 2 testemunhas; Súmula Vinculante 11/STF - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. HIPÓTESES DE CABIMENTO DO USO DE ALGEMAS P Perigo à integridade física própria ou alheia. R Resistência à concretização do ato ou da captura. F Fundado receio de fuga. • O uso de algemas durante audiência de instrução e julgamento pode ser determinado pelo Juiz, sendo imprescindível que o risco seja concreto; 10 CONSEQUÊNCIAS DO EMPREGO INADEQUADO Disciplinar O agente está sujeito a procedimento administrativo perante a corregedoria. Penal Em tese, haverá responsabilidade por abuso de autoridade. Civil O agente deve indenizar os danos causados pelo uso abusivo das algemas. Processual Neste caso, a prisão é ilegal e o ato praticado com o agente algemado arbitrariamente será declarado nulo. Responsabilidade A responsabilidade do agente é subjetiva e não afasta a responsabilidade do Estado, que é objetiva. b) RÉU ESCONDIDO EM RESIDÊNCIA Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará 2 testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. • O morador será intimado a entregar ao executor o indivíduo a ser preso; • Caso não haja consentimento, o executor poderá invadir para executar a prisão (durante o dia, entra à força / durante à noite, cerca-se a casa para aguardar o amanhecer); • Para a entrada à força é necessário verificar, com segurança, que o preso se encontra na residência e convocar 2 testemunhas; Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. • Em caso de morador desobediente, deve se proceder sua condução à autoridade policial; c) RECOLHIMENTO À PRISÃO Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora. Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido. • O mandado de prisão será exibido ao diretor ou carcereiro; 11 • Entrega da cópia assinada pelo executor e guia expedida por autoridade competente; • Aquele que recebe o preso deverá entregar um recibo de entrega do preso; d) DIREITOS DO PRESO Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por 2 testemunhas. • Conhecer o motivo da prisão e os respectivos executores, por meio de cópia do mandado que lhe será entregue (nota de culpa); Art. 289-A, § 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. e) LOCAL DE RECOLHIMENTO DO PRESO PROVISÓRIO TIPOS DE PRISÃO Penitenciária Para o preso definitivo. Cadeia Pública Para o preso provisório. Prisão Especial Para o preso especial. Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I - os ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; VI - os magistrados; VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; VIII - os ministros de confissão religiosa; IX - os ministros do Tribunal de Contas; X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. 12 § 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. • O preso provisório deverá ser separado do preso definitivo; § 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. § 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. • Poderá haver prisão especial, sendo o preso especial recolhido e transportado em separado, possuindo os mesmos direitos e deveres dos demais presos; Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavraturados procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. • A prisão do militar será no quartel de sua corporação; f) ACUSADO FORA DA JURISDIÇÃO DO JUIZ COMPETENTE Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. • Em caso de local conhecido, o mandado será deprecado por meio de carta precatória, porém, havendo urgência, o mandado será expedido por qualquer meio, devendo a autoridade tomar precauções para verificar a autenticidade; § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 dias, contados da efetivação da medida. • O juiz processante possui obrigação de providenciar a remoção do preso em 30 dias, contados da efetivação da medida; Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo CNJ para essa finalidade. • Em caso de local desconhecido, o mandado será implementado em banco de dados sobre mandados, com abrangência em todo o território nacional, 13 ficando a responsabilidade de manutenção a cargo do CNJ e da alimentação a cargo do Juiz; § 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no CNJ, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu. § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no CNJ, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo. • A responsabilidade pelo cumprimento do mandado é de qualquer agente policial e o registro no banco de dados possui presunção de veracidade; g) ACUSADO ULTRAPASSA PARA O TERRITÓRIO DE OUTRA COMARCA Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. • A prisão deverá ser efetuada no local que for alcançado com sua imediata apresentação à autoridade policial do respectivo local; • A autoridade local deverá lavrar o APFD (em caso de inexistência de mandado em andamento) e providenciar a remoção do preso; § 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. • Em caso de preso avistado, poderá ser perseguido ininterruptamente, ainda que perdido de vista; • Em caso de indícios ou informações fidedignas de que o réu tenha passado há pouco tempo pelo local em que esteja sendo procurado ou for em seu encalço, poderá ser perseguido; 14 2. PRISÃO EM FLAGRANTE É a ferramenta que autoriza a captura daquele que é surpreendido praticando o delito, possuindo as seguintes finalidades: evitar a fuga, evitar a consumação do delito e levantar indícios que contribuirão com a futura deflagração do processo. CF/88, art. 5º, LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. • Possui natureza administrativa, visto que não é decretada pela autoridade judicial, tendo um caráter precário (depende de análise judiciária para que se mantenha); • Para parte da doutrina, a prisão em flagrante é uma medida pré-cautelar, pois ela serve simplesmente para esperar que a autoridade judiciária decida sobre como proceder; • Os dados e as conversas registradas no aplicativo WhatsApp, colhidos de aparelho celular apreendido em prisão em flagrante, só são considerados prova lícita se houver prévia autorização judicial – STJ; 2.1. SUJEITOS DA PRISÃO 1 ATIVO Polícia Deve Obrigatório Povo Pode Facultativo 2 PASSIVO Quem quer que seja encontrado em flagrante. • O cidadão comum não é obrigado sequer a informar a ocorrência de infração penal; • Quem realiza a prisão está acobertado pela excludente de estrito cumprimento do dever legal (flagrante obrigatório) ou exercício regular de direito (flagrante facultativo); 2.2. EXCEÇÕES À PRISÃO EM FLAGRANTE • Presidente da República; • Chefe de missão diplomática; • Porte de drogas para consumo próprio; • Crime culposo no trânsito (quando o agente prestar socorro); • Crime de A.P.P. Condicionada e A.P. Privada (a prisão depende da representação); • Menor de idade (sujeito às normas do ECA); • IMPO - Lei 9.099/95 (a lavratura do APFD será substituída pelo TCO); 15 • Parlamentar estadual/federal, Juiz, MP, advogado no exercício da profissão (somente serão presos por crime inafiançável); • Agente que se apresente espontaneamente; 2.3. ESPÉCIES DE FLAGRANTE a) Próprio / Real / Perfeito / Propriamente Dito O agente é preso desenvolvendo os atos executórios ou acabando de cometer a infração. Art. 302 - Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; b) Impróprio / Irreal / Imperfeito / Quase Flagrante O agente é perseguido logo após a prática do crime, havendo circunstâncias que façam deduzir ser ele o responsável. Art. 302 - Considera-se em flagrante delito quem: III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; Art. 250 - A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta. Art. 290 - Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. • Não há, na lei, prazo para perseguição, que pode se estender no tempo enquanto houver necessidade, desde que a busca se dê de forma ininterrupta; • Não é necessário contato visual. Entretanto, a validade pressupõe que a perseguição seja contínua; • Caso o indivíduo seja perseguido e entre em sua casa, a polícia não poderá invadir, por força da inviolabilidade domiciliar. Por este entendimento, a invasão domiciliar é vista de maneira restritiva, sendo tolerada apenas nas hipóteses de flagrante próprio - Cespe; • Caso o agente invada a casa de um vizinho, a polícia poderá agir, afinal, ele não poderá invocar a inviolabilidade domiciliar na casa de terceiros - Cespe; 16 c) Presumido / Ficto / Assimilado O agente é encontrado logo depois da prática do delito, com objetos, armas, papéis ou instrumentos que façam presumir ser ele o responsável. Art. 302 - Considera-se em flagrante delito quem: IV - é encontrado,logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. d) Obrigatório / Compulsório / Vinculado É aquele inerente à atuação das forças policiais, revelando o cumprimento de um dever legal. Art. 301 - Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. e) Facultativo É aquele inerente à atuação de qualquer pessoa do povo. At. 301 - Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. f) Esperado / Aguardado É caracterizado quando é realizada campana (tocaia), aguardando-se a prática do primeiro ato executório para a concretização da captura. Vale lembrar que em nenhum momento há estímulo por parte da polícia para a prática do delito. • Havendo êxito na campana, a captura será enquadrada em uma das hipóteses do art. 302/CPP (flagrante próprio). Súmula 567/STJ - O monitoramento do autor do crime de furto não impede a caracterização do delito e a autuação em flagrante esperado. g) Postergado / Diferido / Retardado / Ação Controlada Esta modalidade de flagrante é restrita aos crimes de Organização Criminosa, Tráfico de Drogas e Lavagem de Dinheiro, sendo utilizados para obter um melhor resultado. Lei 12.850/13, art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, 17 desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. §1o O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao MP. • Na hipótese de Organização Criminosa, o flagrante postergado pressupõe apenas a prévia comunicação ao juiz, que, ouvindo o MP, poderá definir os limites da diligência; Lei 11.343/06, art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o MP, os seguintes procedimentos investigatórios: II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. • Na hipótese de Tráfico de Drogas, o flagrante postergado pressupõe autorização do juiz, com prévia oitiva do MP. Além disso, é necessário o conhecimento do provável itinerário da droga, assim como dos criminosos envolvidos; Organização Criminosa Comunicação ao Juiz Pode definir os limites Tráfico de Drogas AuTorização do Juiz Provável itinerário e criminosos h) Preparado / Provocado / Delito Putativo / Delito de Ensaio O agente é induzido ou instigado a cometer o delito e acaba sendo preso em flagrante, porém o fato praticado pela pessoa seduzida será considerado atípico, caracterizando o crime impossível. Súmula 145/STF - Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a consumação. FLAGRANTE PREPARADO x TRÁFICO DE DROGAS Se o traficante já tem a droga consigo ou em estoque quando é abordado pelo policial disfarçado de usuário, a prisão é legal, pois a consumação do tráfico era pré-existente à provocação. i) Forjado É aquele realizado para incriminar pessoa inocente que, em momento algum, desejou praticar a infração. É caracterizado por uma prisão manifestamente ilegal, devendo ser prontamente relaxada com a libertação incondicional do agente. 18 • O agente forjador pratica o crime de denunciação caluniosa e, se for agente público, também responderá por abuso de autoridade; At. 310 - Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; CF, art. 5º, LXV - A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; j) Por Apresentação Aquele que, voluntariamente, se apresenta no departamento de polícia e confessa uma infração não será preso em flagrante, por ausência de enquadramento nas hipóteses de flagrante delito. Entretanto, preenchidos os requisitos legais, o delegado pode representar ao juiz pela decretação da prisão preventiva ou da temporária. • O artigo que disciplinava o instituto foi expressamente revogado, mas o seu comando permanece; ESPÉCIES DE FLAGRANTE 1 Próprio Está cometendo a infração ou acaba de cometê-la. 2 Impróprio É perseguido logo após o cometimento da infração e capturado em situação que se deduza ser o autor. 3 Presumido Encontrado com objetos que façam presumir ser o autor da infração. 4 Obrigatório Obrigatoriedade das forças de segurança pública. 5 Facultativo Faculdade de qualquer pessoa do povo. 6 Esperado A autoridade policial se antecipa e aguarda o primeiro ato executório para efetuar a prisão. 7 Postergado Retardamento da ação policial para a prisão ser concretizada no momento mais eficaz. 8 Forjado Conduta ilícita, sendo armado contra inocente. 9 Preparado Ocorre o induzimento ou instigação para que o agente pratique a infração penal. 10 Por apresentação A apresentação obsta a prisão em flagrante. 2.4. PROCEDIMENTO 1ª Etapa Captura 2ª Etapa Condução coercitiva até a presença da autoridade 3ª Etapa Lavratura do auto de prisão em flagrante delito 4ª Etapa Recolhimento à prisão 19 a) APRESENTAÇÃO DO PRESO Os sujeitos envolvidos no procedimento de flagrante são os seguintes: condutor, conduzido, testemunha, autoridade responsável por presidir a lavratura do auto e escrivão. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo. • Caso não haja delegado na referida localidade, o auto será lavrado na localidade mais próxima; b) INFORMAÇÃO IMEDIATA A autoridade policial deverá informar imediatamente ao Juiz, à pessoa da família do preso ou pessoa por ele indicada e ao MP a prisão. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao MP e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. § 1o Em até 24 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. Imediatamente - Comunicação da prisão ao Juiz, ao MP e à família Até 24 horas - Encaminhamento do APFD ao Juiz - Cópia do APFD à DP, caso não tenha advogado c) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO Cabe ao delegado do local da captura presidir a lavratura do auto, mas outras autoridades podem presidir a lavratura do auto, desde que o crime seja praticado contra ela ou na sua presença, durante o desempenho das funções. Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. • Caberá ao escrivão a lavratura do auto de prisão em flagrante delito e, na ausênciaou impedimento deste, será nomeado um escrivão ad hoc (pessoa designada para tal finalidade, desde que preste compromisso); 20 I. DESENVOLVIMENTO DO APFD Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 1ª ETAPA - OITIVA DO CONDUTOR ✓ As suas declarações serão reduzidas a termo, colhendo-se a correspondente assinatura; ✓ O delegado entregará ao condutor um recibo, atestando que o preso lhe foi entregue; 2ª ETAPA – OITIVA DAS TESTEMUNHAS ✓ As declarações prestadas serão reduzidas a termo, colhendo-se a correspondente assinatura; ✓ As testemunhas têm conhecimento das circunstâncias do crime e da situação prisional; ✓ São necessárias pelo menos 2 testemunhas; ✓ Havendo apenas 1 testemunha, o condutor pode ser adaptado como segunda testemunha; ✓ Não havendo testemunhas do fato, o auto será lavrado com a utilização de 2 testemunhas instrumentais (nada sabem do fato, declarando apenas que presenciaram a apresentação do preso à autoridade); ✓ A condição de policial não é obstáculo para a atuação como testemunha - STJ; 3ª ETAPA - OITIVA DA VÍTIMA ✓ Não há previsão legal, mas é imprescindível ao procedimento. 4ª ETAPA – OITIVA DO PRESO ✓ As declarações prestadas serão reduzidas a termo, colhendo-se a correspondente assinatura; ✓ Se o preso não sabe, não pode ou não quer assinar, a omissão é suprida pela utilização de 2 testemunhas, que presenciarão a leitura do termo perante o preso; ✓ O preso será informado do direito constitucional ao silêncio e ao advogado; ✓ O direito ao silêncio não abrange a qualificação do preso, que, em caso de mentira do preso, será enquadrado no delito de falsa identidade - STJ/522; ✓ O preso poderá comunicar à família ou a alguém de sua confiança que ele foi capturado (direito de assistência); ✓ O advogado tem o direito de acompanhar seu cliente no momento em que ele é ouvido e eventual obstáculo a seu acesso ocasiona a nulidade do ato e de todos os demais que dele decorrerem; ✓ Se o advogado não chegar a tempo, o preso será ouvido sem ele; ✓ O Juiz e o membro do MP serão comunicados da prisão em flagrante; ✓ Se o auto não for lavrado, nada impede que seja instaurado IP para apuração da infração; 21 Art. 304, § 1o Resultando das respostas fundada suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2o - A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos 2 pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. § 3o - Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por 2 testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. § 4o - Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. II. DESFECHO DO APFD • Se o Delegado constatar que crime existiu, que o preso é o responsável e que a captura ocorreu dentro da lei, determinará ao escrivão a lavratura do auto e o posterior recolhimento à prisão; • Se o Delegado constatar que o crime não existiu, que a captura foi ilegal, que não há fundadas suspeitas ou o preso pagar fiança, será posto em liberdade; • Se o crime tiver pena máxima de até 4 anos, caberá ao delegado o arbitramento da fiança e, com o seu pagamento, o agente será liberado; Art. 306, § 1o - Em até 24 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. Até 24 horas - Encaminhamento do APFD ao Juiz - Cópia do APFD à DP, caso não tenha advogado - Entregar a nota de culpa ao preso Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. • Diante do auto, o juiz terá as seguintes alternativas: se achar que a prisão é ilegal, relaxará a prisão, mas, se constatar que a prisão é legal, deverá homologar o auto; 22 • Se o magistrado constatar que a prisão é necessária, ele converterá o flagrante em prisão preventiva, desde que estejam presentes os requisitos legais; • Se o magistrado entender que as medidas cautelares não prisionais são suficientes e adequadas para a situação, ele não decretará a prisão preventiva, deixando o preso em liberdade provisória; Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. • Se o Juiz identificar a presença de excludente de ilicitude, deverá conceder a liberdade para o indivíduo, sob o compromisso de comparecimento em todos os atos processuais; • Em caso de prisão em flagrante de militar por crime comum, o APFD será lavrado normalmente, mas o recolhimento à prisão será em quartel da corporação; • Nada impede que o juiz converta o flagrante em prisão temporária, se estiverem presentes os requisitos legais; • O magistrado pode constatar que a prisão é desnecessária, concedendo liberdade provisória ao agente, com ou sem fiança; • O descumprimento de qualquer das obrigações ocasiona a ilegalidade da prisão, que merecerá relaxamento; III. QUESTÕES COMPLEMENTARES AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA Conceito É a apresentação do preso ao juiz, em até 24 horas após a prisão em flagrante. Finalidade Proporcionar ao juiz a oitiva do preso na presença do promotor e de seu advogado, colhendo mais elementos para deliberar sobre a situação prisional. Regulamentação Inspirada na Convenção Americana de DH (PSJCR), não é tratada no CPP, mas na Resolução 13/CNJ. 23 3. PRISÃO PREVENTIVA É a prisão cautelar, sem prazo, cabível durante toda a persecução penal, ou seja, durante o IP, durante o processo e, havendo urgência, até mesmo antes do início formal da investigação. É decretada pelo Juiz de ofício ou por provocação, desde que presentes seus requisitos legais. Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do MP, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. Durante a Investigação - Requerimento do MP ou do ofendido - Representação do Delegado Durante o Processo - Requerimento do MP ou do assist. acusação - De ofício 3.1. REQUISITOS/PRESSUPOSTOS PARA DECRETAÇÃO Art. 312. A prisãopreventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 1 Fumus comissi delicti - Prova da existência do crime; - Indício suficiente de autoria; 2 Periculum libertatis - GOP (Garantia da Ordem Pública) - GOE (Garantia da Ordem Econômica) - CIC (Conveniência da Investigação/Instrução Criminal) - ALP (Aplicação da Lei Penal) • A Garantia da Ordem Pública consiste em impedir que o agente, em liberdade, continue delinquindo; • A Garantia da Ordem Econômica consiste em evitar a reiteração de delitos contra a ordem econômica; • A Conveniência da investigação/instrução criminal consiste em evitar que a instrução seja prejudicada pela liberdade do réu (livre produção de provas); • A Aplicação da lei penal consiste em evitar ou coibir a fuga do indivíduo, diante da possibilidade de aplicar-lhe a pena; Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). • A ausência do réu, mesmo que injustificada, a um ato do processo, não é fundamento para decretação de prisão preventiva, autorizando a condução coercitiva; 24 • As medidas protetivas de urgência podem ser decretadas em favor de mulheres, crianças, adolescentes, idosos, enfermos e deficientes. Ademais, o descumprimento dessas medidas pode implicar a decretação da preventiva; • Nos crimes contra o sistema financeiro, a preventiva pode ser decretada em razão da magnitude da lesão; 3.2. CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Fomus comissi delicti e Periculum libertatis + - Crime doloso com pena máxima acima de 4 anos; - Reincidência em outro crime doloso; - Violência doméstica ou familiar; - Dúvida acerca da identidade civil; - Descumprimento de medida protetiva; • Para crime culposo e para doloso com pena máxima de até 4 anos, em regra, não caberá decretação de prisão preventiva; • É indiferente se a pena é de reclusão ou detenção; • Em caso de reincidência, não há necessidade de a pena ser superior a 4 anos; 3.3. NEGATIVA DE ADMISSIBILIDADE Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Código Penal. • Além de hipótese de indícios da presença de excludente de ilicitude, a prisão preventiva não poderá ser decretada em casos de contravenção penal, crime culposo e diante da simples gravidade do crime ou do clamor público; • A gravidade em abstrato do crime não é fundamento idôneo para decretação da prisão preventiva – STJ; 25 3.4. DECRETAÇÃO É competência do Juiz decretar a prisão preventiva, podendo fazê-lo desde o fato até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória / antecipação da pena (tanto na investigação quanto no processo). FORMAS DE DECRETAÇÃO 1 Provocação - Durante a investigação, por MP, Delegado ou ofendido; - Durante o processo, por MP, Assist. de acusação/querelante; 2 De ofício - Somente durante o processo (princípio da inércia judicial); CF, art. 93, IX: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. • O mandado de prisão será necessariamente motivado, explicitando as razões do cárcere, sendo que a mera transcrição do texto legal pelo magistrado não caracteriza motivação, evidenciando a ilegalidade da prisão preventiva: 3.5. REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. • Se os requisitos da preventiva desaparecerem, ela será revogada. Se eles reaparecerem, a preventiva será redecretada; • A prisão preventiva segue a cláusula rebus sic stantibus (como as coisas estão); • Se a preventiva for temporalmente excessiva, ela consistirá em prisão ilegal, devendo ser relaxada; 3.6. TEMPO DA PRISÃO PREVENTIVA Na lei, não há prazo de duração da prisão preventiva, que se estende no tempo enquanto houver necessidade, que é medida pela presença das suas hipóteses de decretação. 26 3.7. PRISÃO DOMICILIAR O Juiz, por critério de humanização no tratamento da preventiva e mediante fundamentação, poderá substituí-la por prisão domiciliar, nas estritas hipóteses legais. Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 anos; II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade ou com deficiência; IV - gestante; V - mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos de idade incompletos. Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. • O indivíduo só poderá sair da residência com autorização judicial; • Nada impede que, durante a prisão domiciliar, o indivíduo seja monitorado por tornozeleira eletrônica; • É possível a saída do preso domiciliar para frequentar cultos religiosos, desde que previamente autorizado pelo juízo competente – STF; 4. PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei 7.960/89) É a prisão cautelar cabível exclusivamente na fase de investigação, decretada pelo Juiz a requerimento do MP ou, após ouvir o MP, por representação do Delegado, com prazo determinado, desde que presentes os requisitos legais. Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do MP, e terá o prazo de 5 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Durante a Investigação - Requerimento do MP - Representação do Delegado Durante o Processo - Não se aplica • Para a decretação da prisão temporária, não é necessário observar os requisitos do Código de Processo Penal; • A temporária nunca poderá ser decretada de ofício pelo Juiz, visto que ocorre somente na faseinvestigativa e, se o magistrado a decretasse, estaria violando o princípio da inércia judicial/imparcialidade; 27 • O querelante e o assistente de acusação, embora sejam legitimados para requerer a decretação da preventiva, não são legitimados a pleitear a decretação da temporária, visto que eles não fazem parte da fase investigativa; § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o MP. • A decretação da temporária ou a prorrogação do prazo exigem decisão motivada do Juiz, com prévia oitiva do MP; 4.1. REQUISITOS/PRESSUPOSTOS CAUTELARES Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do IP; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: 1 Fumus comissi delicti - Fundadas razões de autoria ou participação nos crimes previstos na lei (III); 2 Periculum libertatis - Imprescindível para as investigações no IP (I); - Indiciado sem residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade (II); • Havendo qualquer espécie de investigação oficial, é possível a prisão temporária (inquéritos não policiais); • A prisão temporária não pode ser mantida após o recebimento da denúncia pelo Juiz - STJ; I Imprescindível ao IP. II Agente não possui residência fixa ou identificação civil. III Indícios de autoria ou de participação nos crimes previstos na lei. • A decretação da temporária pressupõe [III + (I ou/e II)], ou seja, deve estar o item III aliado ao I ou ao II ou a ambos; FORMAS DE DECRETAÇÃO 1 Provocação - Por representação do Delegado (ouvindo o MP); - Por requerimento do MP; 2 De ofício - NÃO SE APLICA • A vítima/querelante não possui legitimidade para requerer a decretação da prisão temporária; 28 4.2. PROCEDIMENTO 1ª ETAPA Requerimento do MP ou representação do Delegado. 2ª ETAPA O requerimento é apresentado ao Juiz, que dispõe de 24h para decidir. § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. 4.3. CONSEQUÊNCIAS PROCEDIMENTAIS § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do MP e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. • Para fiscalizar o bom andamento da prisão, o Juiz pode determinar a apresentação do preso no fórum, submeter o preso a exame de corpo de delito e requisitar informações à autoridade policial. § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em 2 vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa. § 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial. • O mandado deve ser motivado e será expedido em 2 vias, sendo que 1 ficará com o preso para comunicá-lo dos motivos e dos responsáveis pela prisão, ou seja, funcionará como “nota de culpa”; § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal. Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos. Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de 24h do Poder Judiciário e do MP para apreciação dos pedidos de prisão temporária. 4.4. CRIMES QUE COMPORTAM PRISÃO TEMPORÁRIA 1 Homicídio Doloso 2 Sequestro ou cárcere privado 3 Roubo 4 Extorsão 5 Extorsão mediante sequestro 6 Estupro 7 Epidemia com resultado morte 8 Envenenamento de água potável ou substância alimentícia com resultado morte 9 Associação Criminosa 29 10 Genocídio 11 Crimes contra o sistema financeiro 12 Crimes Hediondos e equiparados (Tráfico, Terrorismo e Tortura) • Rol taxativo; 4.5. PRAZO DA PRISÃO TEMPORÁRIA REGRA Crime Comum = 5 dias (+5) EXCEÇÃO Crime Hediondo ou equiparado = 30 dias (+30) • Para prorrogação da prisão temporária, o Juiz somente poderá decretá-la se devidamente provocado; § 7° Decorrido o prazo de 5 dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. • A prisão temporária se revoga pelo decurso do tempo e, se o agente não for liberado, a autoridade responderá por abuso de autoridade, porém nada impede que a prisão preventiva seja imediatamente decretada, impedindo a liberação do agente; • Se o prazo acabar ou a ação penal iniciar antes de findar os 5 dias, o custodiado deverá ser posto em liberdade; 4.6. PRISÃO TEMPORÁRIA X PRISÃO PREVENTIVA PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA Lei 7.960/89 Art. 311-316. CPP Cabível exclusivamente na fase investigativa (IP) Cabível no IP, Processo ou até mesmo antes da investigação Decretada pelo Juiz (a requerimento do MP) ou por representação do Delegado (após ouvir o MP) Decretada pelo Juiz ex ofício (fase processual) ou por provocação (MP, Delegado, querelante e assistente de acusação) Com prazo Sem prazo Findo o prazo, o custodiado é liberado sem alvará de soltura Ausentes os pressupostos, o custodiado é liberado com alvará de soltura
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