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Prof.ª Dra. Camila Alves
camilaalvesmendes@hotmail.com
Citologia clínica
EMENTA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Introdução a citopatologia
A citopatologia é a ciência que estuda as doenças através das modificações celulares, 
considerando as suas características citoplasmáticas e nucleares. 
Essa ciência desenvolveu-se através da aquisição de inúmeros conhecimentos científicos e à 
introdução de novas tecnologias, desde a invenção do microscópio óptico convencional às técnicas 
de processamento e coloração dos espécimes, propiciando melhor detalhamento e estudo das 
estruturas celulares. 
• Métodos de análise celular automatizada, técnicas de biologia molecular e sistemas 
computacionais são aplicadas ao exame citológico tradicional, ampliando as suas indicações e 
confiabilidade diagnóstica. 
CITOPATOLOGIA – Desde 1.931, com o
advento do Decreto Lei nº. 20.377, o exercício da
citopatologia ou da citologia clínica foi
reconhecido como atribuição do farmacêutico-
bioquímico, o que, hoje, se estende também aos
biomédicos. Portanto, é certo que historicamente
o farmacêutico-bioquímico realiza, em todos os
níveis, a citopatologia ou a citologia clínica.
Sir Julius Vogel (1843)
Histórico da citopatologia
Henri Lebert (1845) 
Registrou o aspecto morfológico de células aspiradas 
de tumores. 
Primeiro relato quanto à aplicação da citologia como meio 
diagnóstico.
- Identificou células malignas de um tumor mandibular.
Lambl de Praga (1850)
Descreveu células malignas em escarro e urina.
Firmou a citopatologia como ciência.
Graduação (Grécia) / Doutorado (Alemanha) / Carreira (EUA)
1914 – Cornell Medical School, Nova Iorque 
Pesquisador assistente do Instituto do câncer, renomeado Instituto 
de Pesquisa de Câncer Papanicolau.
- Estudos iniciais com esfregaços vaginais de animais e depois, de 
mulheres: Conhecer os efeitos hormonais sobre a mucosa vaginal.
Encontro acidental de células malignas chamou atenção, para que 
fosse uma técnica de rotina do diagnóstico precoce do câncer.
Dr. George Papanicolaou (1883-1962)
Patologista romeno, publicou 
“Diagnóstico do câncer do colo uterino 
por esfregaços.”
Os avanços no processamento e na coloração das secções histológicas trouxe 
atenção para a citologia, que antes era tida como “mera curiosidade”.
Aurel Babes (1928)
Monografia, “Diagnóstico de câncer uterino pelo 
esfregaço vaginal”, com a colaboração de Herbert Traut.
Introduziu a técnica de diagnosticar câncer uterino e 
lesões precursoras pela citologia –
Pap teste, em homenagem ao próprio Papanicolau.
Atlas de citologia esfoliativa
Marco importante para o
desenvolvimento da citopatologia, foi a
modificação da técnica de colheita das
amostras citológicas:
Para raspar diretamente as células do 
colo (Ernest Ayre), ao invés de colheita 
de secreções vaginais espontâneas 
(Papanicolau).
O sucesso do teste de
Papanicolau se deve:
 Baixo custo;
 Simplicidade técnica e
diagnóstica;
 Método de eleição no
rastreamento no câncer
cervical.
Foi introduzido em uma época
em que o câncer de colo uterino
representava a principal causa
de morte relacionada ao câncer
em mulheres nos EUA.
Tipos de descamação celular
Urina e 
escarro
Espontânea 
ou natural
As células são 
removidas com a 
utilização de algum 
instrumento.
Artificial
Acontece no teste de Papanicolau
As amostras citológicas são obtidas 
através do raspado da ectocérvice e 
do escovado da endocérvive.
- Espátula de Ayre
- Escovinha
As células viáveis, que 
são traumaticamente 
esfoliadas, são menores 
e com menor grau de 
maturação que as 
células descamadas 
naturalmente. 
Objetivos e limitações do exame citopatológico
 Identificação de doenças não
suspeitas clinicamente;
 Confirmação de doenças
clinicamente suspeitas;
 Acompanhamento da
evolução ou resposta ao
tratamento de determinada
doença.
Procedimento 
diagnóstico não 
invasivo sem 
complicações para 
a paciente.
Limitações:
 Tempo excessivamente
longo na interpretação das
amostras;
 A natureza algo sugestiva
da interpretação;
 A impossibilidade de
assegurar a invasão ou
extensão da invasão no
caso de lesão maligna.
A avaliação histopatológica é essencial no diagnóstico definitivo das lesões pré-
cancerosas e malignas do colo uterino, detectadas pelo exame citológico.
É aconselhável a realização do exame de Papanicolaou a 
partir do início da atividade sexual.
Inca, o exame 
deve ser 
priorizado para 
mulheres com 
atividade sexual e 
idade entre 25 e 
60 anos.
Indicada a 
realização anual, 
após dois exames 
anuais com 
resultados 
negativos, a cada 
três anos.
A partir dos 64 anos 
de idade, a 
realização do exame 
pode ser 
interrompida, desde 
tenha 2 resultados 
seguidos, nos 
últimos 5 anos.
Em pacientes que 
apresentam lesões 
pré-cancerosas, o 
seguimento 
citológico será 
semestral.
Procedimentos técnicos e laboratoriais
Normas de colheita das amostras 
cervicovaginais
 Não estar menstruada;
 Não realizar duchas vaginais e
não usar drogas intravaginais
(creme, óvulo) nas 48 horas
que antecedem o exame;
- Esfregaços citológicos encaminhados por outros 
serviços devem ser acompanhados pela ficha de 
solicitação do exame.
Na recepção as amostras devem 
ser rejeitadas se:
- Ausência ou erro na 
identificação da lâmina e/ou 
do frasco;
- Identificação da lâmina e/ou 
do frasco não coincidente 
com a do formulário;
- Lâmina danificada ou 
ausente.
Preenchimento de ficha da paciente
Antes da colheita das amostras citológicas é fundamental o preenchimento de ficha com os
dados da paciente, que incluem:
• Dados pessoais: nome completo, idade, endereço, telefone
e número do documento de identificação se corresponder a
exame do SUS.
• Dados do médico que solicitou o exame: nome completo e
telefone. No caso de exame do SUS, às vezes só há a
identificação do profissional que colheu a amostra citológica,
devendo constar na requisição do exame.
• Dados clínicos da paciente.
- Data da última menstruação;
- Paridade;
- Queixas clínicas, especialmente sangramento vaginal anormal;
- Uso de contraceptivos;
- Referência a terapia de reposição hormonal;
- Data do último exame preventivo;
- Resultados de exames citopatológicos e histopatológicos do colo/vagina prévios
- Procedimentos terapêuticos anteriores (cauterização, cirurgia, quimio e/ou
radioterapia);
• Dados macroscópicos da vagina/colo e colposcópicos se forem disponíveis.
Colheita das amostras citológicas
Antes da colheita, devem ser disponibilizadas lâminas de vidro 
identificadas com as iniciais e/ou número de registro da paciente 
(extremidade fosca da lâmina), previamente limpas e 
desengorduradas com gaze umedecida com álcool. 
Ainda são necessárias espátula de Ayre para a colheita das amostras 
da ectocérvice e da vagina através de “raspados” e escovinha para a 
colheita da endocérvice. 
Devem ser acessíveis ainda tubos de plástico contendo etanol a 
95% para acondicionar os esfregaços e obter a sua fixação 
imediata.
A parede do colo do útero é formada por duas 
camadas, sendo elas: a endocérvice e a 
ectocérvice. 
A ligação da ectocérvice e da endocérvice recebe
o nome de junção escamocolunar (JEC), podendo
ter sua localização modificada de acordo com o
estado hormonal, gestacional, parto vaginal e/ou
trauma.
A endocérvice é uma camada mucosa, constituída
por um epitélio colunar simples mucossecretor,
que é responsável pela produção do muco cervical;
A ectocérvice é constituída por um epitélio
escamoso estratificado não queratinizado, que se
assemelha ao da vagina.
 A colheita do fundo de saco posterior da vagina é
particularmente importante nas mulheres peri e pós-
menopausadas;
• Colheita vaginal é também de interesse para a identificação
de micro-organismos patogênicos.
A chamada colheita tríplice foi preconizada há longos anos e 
nessa modalidade de colheita, as amostras obtidas do fundo 
de saco posterior da vagina, da ectocérvice
e da endocérvice
são distribuídas na mesma lâmina. 
Necessário um treinamento adequado para garantir a boa qualidade dos 
espécimes, evitando artefatos de esmagamento e dessecação do material!
O espéculo vaginal sem lubrificante (para 
evitar contaminação da amostra) é 
introduzido para a visualização do colo. 
Depois de remover com algodão o excesso de muco, 
secreção ou sangue, a espátula de Ayre é apoiada no 
canal endocervical, 
sendo executado um raspado na junção 
escamocolunar (JEC) 
através de movimento de rotação de 360º.
A amostra do fundo de saco posterior da vagina 
também é obtida através de raspado, com a 
extremidade romba da espátula de Ayre. 
A espátula é deixada em repouso sobre o espéculo e
imediatamente é realizada a colheita do material endocervical.
A escovinha designada 
especialmente para essa finalidade é 
inserida através do orifício cervical 
externo, sendo executada uma 
rotação completa no canal que pode ser 
finalizada com um movimento de vai e 
vem, com cuidado para 
não traumatizar a mucosa, evitando 
sangramento. 
 Dificuldade na colheita das amostras em mulheres pós-
menopausadas devido ao dessecamento das mucosas pela
diminuição fisiológica das secreções glandulares.
 Em mulheres histerectomizadas (remoção do útero), a
colheita das amostras é realizada através do raspado da
cúpula e das paredes vaginais.
 Resultados mais seguros.
 Tempo de rastreamento e de obtenção de resultados 
reduzidos.
 Mais clareza na visualização e interpretação de células de 
importância diagnóstica.
 Alta Produtividade.
Confecção dos esfregaços citológicos
Os espécimes obtidos são espalhados na mesma lâmina de vidro de 
modo delicado e rápido, confeccionando-se esfregaços finos e 
uniformes.
A pressão excessiva na confecção do esfregaço pode resultar 
no esmagamento e na distorção das células.
Por outro lado, a demora na fixação da amostra em etanol a 
95% pode levar à dessecação com alterações celulares degenerativas.
Especial cuidado deve ser tomado com o espécime endocervical, já 
que as células glandulares dessa mucosa são mais frágeis e 
suscetíveis a artefatos técnicos.
É muito 
importante no 
momento da 
colheita e da 
confecção dos 
esfregaços ter 
precaução para 
não 
contaminar as 
lâminas com fios 
de algodão da 
gaze ou talco 
contido nas luvas 
utilizadas durante 
o procedimento.
Fixação dos esfregaços citológicos
 O agente fixador não deve ser
tóxico/volátil e de baixo custo;
 O etanol a 95% é o fixador de rotina
devido a sua eficiência;
 O esfregaço ainda úmido deve ser
imediatamente imerso em etanol ou
fixadas com o spray (15 a 20cm de
distância);
 O tempo de permanência da amostra no
fixador deve ser no mínimo 15 minutos,
recomendando-se não ultrapassar duas
semanas;
• Aerossol – diferentes misturas de álcool, ácido acético,
etilenoglicol ou propileno.
• Sprays - (álcool isopropílico e glicol).
• Líquidos – álcool etílico a 95%, metílico, isopropílico ou três
partes de álcool etílico a 95% e sete partes de álcool butílico
terciário.
A vantagem desses fixadores de cobertura em relação ao
etanol é a facilidade de transporte das amostras quando são
obtidas à distância do laboratório.
Com a aplicação desses fixadores, os esfregaços podem ser
acondicionados em caixas de papelão, evitando os possíveis
transtornos pelo vazamento do etanol durante o transporte e
consequente dano às preparações citológicas.
As lâminas, quando se usa aerossol secam em dez minutos e 
conservam-se, à temperatura ambiente, cerca de quinze dias ou 
devem ficar no fixador líquido quinze minutos até sete ou dez dias.
A demora na fixação ou a utilização de etanol em
concentração inferior à preconizada pode levar a alterações
celulares importantes, dificultando ou mesmo
impossibilitando a avaliação oncológica.
Os seguintes efeitos podem ser encontrados nas amostras
dessecadas (exposição prolongada no ar):
 Aspecto opacificado, turvo, dando a impressão de que a
amostra está fora do campo de visão.
 Aumento da eosinofilia citoplasmática.
 Aumento nuclear (de quatro a seis vezes maior ao verificado
nas amostras fixadas imediatamente) e perda dos detalhes
da estrutura cromatínica.
Após a fixação as lâminas devem ser remetidas ao laboratório o mais 
brevemente possível, acompanhadas de informação clínica e devidamente 
rotuladas!
Erros comuns:
1. Colheita de material é insuficiente;
2. Material inadequadamente espalhado;
3. Material colhido do local errado;
4. Uso de lâminas que estão insuficientemente limpas ou 
desengorduradas;
5. Secagem antes da fixação ou durante a coloração;
6. Fixação insuficiente;
7. Coloração incorreta.
Coloração
O método de coloração foi elaborado pelo próprio 
Papanicolaou, com várias modificações ao decorrer dos anos. 
A coloração de Papanicolaou baseia-se em três corantes:
HEMATOXILINA, EA e ORANGE, cada um com atuações distintas.
HEMATOXILINA
EA 36/37 ORANGE G6
A coloração de Papanicolaou é composta de uma sequência de três soluções 
corantes e fases de hidratação, coloração e desidratação da amostra.
Após a coloração do esfregaço segue-se a etapa conhecida como clareamento, que 
promove a transparência celular. O xilol, um solvente orgânico, é utilizado para esse fim.
 Para a padronização da coloração é necessário checar diariamente os esfregaços sob o microscópio,
fazendo as correções, se necessárias.
 Assim, é ajustado o tempo que os esfregaços devem permanecer em cada corante.
 Nunca deve ser esquecida a manutenção da bateria de coloração, filtrando diariamente e trocando os
corantes e soluções (álcool, xilol) quando necessário, para atingir um padrão ideal de coloração dos
esfregaços.
Clareamento do esfregaço 
O xilol, um solvente, tem a finalidade de tornar as células translúcidas, participando no 
processo do seu clareamento, ou diafanização.
Montagem dos esfregaços citológicos 
 É o processo em que é aplicada uma resina sintética dissolvida em um solvente, geralmente o 
xilol, permitindo a adesão entre a lamínula e a lâmina. 
A ligação entre as duas protege o esfregaço da dessecação e diminui as chances de descoloração 
ao decorrer do tempo. 
 Os meios de montagem mais utilizados no nosso meio são o bálsamo do Canadá e o Entellan
(Merck).
É fundamental que o procedimento de montagem seja rápido,
imediatamente após a remoção do esfregaço do xilol, impedindo a
penetração de ar entre a lâmina e a lamínula.
Quando isso ocorre, poderão surgir artefatos, como a presença de
pigmento acastanhado recobrindo a amostra (artefato corn flakes) ou
a formação de bolhas.
Avaliação microscópica das amostras citológicas
 Inicialmente utiliza-se a objetiva de 4x para verificar a
qualidade da fixação e coloração do espécime;
 o fundo (área ocupada entre as células);
 a celularidade (quantidade de células), a composição celular
(tipos de células) e a sua distribuição.
Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas
Preconizadas (Ministério da Saúde - Inca, 2006).
Antes de se proceder a “leitura” dos esfregaços, é fundamental 
a checagem das iniciais do nome e sobrenome da paciente e do 
número de registro na lâmina, confrontando-os com os dados 
que constam na ficha de cada paciente. 
É importante ainda observar as informações clínicas.
A amostra que apresenta células em quantidade representativa (estimativa mínima de aproximadamente
8.000-12.000 células escamosas) bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que a sua visualização
permita uma conclusão diagnóstica.
Satisfatória
Esfregaço obscurecido entre 50% a 75% de sua totalidade por vários fatores, entre eles:
Satisfatória, mas limitada para avaliação
 esfregaço acentuadamente hemorrágico devido ao trauma na colheita da amostra;
 esfregaço espesso com acentuada sobreposição celular por falha na distribuição do
material na lâmina;
 esmagamento das células por compressão excessiva durante a confecção do esfregaço;
 dessecação celular devido à demora na fixação ou utilização de
fixador com menor teor
alcoólico, falhas na técnica de coloração.
*escassez de células epiteliais no esfregaço ou a sobreposição acentuada das células
epiteliais por exsudato leucocitário. A escassez celular pode decorrer da atrofia do
epitélio, comum na menopausa. O acentuado exsudato purulento (leucocitário) é
determinado por condições inflamatórias.
Esfregaço acelular ou obscurecido em mais de 75% da sua totalidade pelos mesmos fatores discutidos
anteriormente.
Insatisfatória
Quando um exame citológico é categorizado 
como satisfatório, mas limitado ou 
insatisfatório para a avaliação, deve ser 
repetido o mais breve possível, uma vez que 
o estudo oncológico foi comprometido ou 
não foi possível, respectivamente.
Alterações nucleares e citoplasmáticas reversíveis, exigem tratamento do agente causal e repetição da citologia, 
podem ser provocadas por:
1. Infecções:
Bactérias – Chlamydia, Gardnerella, Actinomyces e outros;
Fungos – Cândida e outros;
Protozoários – Trichomonas;
Vírus – Herpes, Vírus do Papiloma Humano (16 e 18) e Citomegalovírus.
2. Alterações reacionais e de regeneração:
Inflamação (cervicites);
Miscelânea (terapêutica por radiações, quimioterapia, dietilbestrol, utilização de DIU, outros).
A classificação das amostras correspondem a benignidade ou grau de malignidade:
Lesões benignas
Alterações celulares de displasia (alterações nucleares e citoplasmáticas)
classificadas em três grupos:
1. Displasia ligeira – CIN I (sigla da designação em inglês da Neoplasia
Cervical Intra-epitelial) – alterações ao nível das células da camada
superficial, ocupam um terço do epitélio;
2. Displasia moderada – CIN II – alterações ao nível das células da camada
intermediária, ocupam dois terços do epitélio;
3. Displasia marcada – CIN III – alterações ao nível das células da camada
parabasal, ocupam toda a estrutura do epitélio.
Lesões pré-malignas
Alterações celulares definitivas e graves do epitélio
pavimentoso (carcinoma «in situ», processos de micro-invasão
e invasão) ou do epitélio cilíndrico (hiperplasia,
adenocarcinoma).
A presença de células endometriais (epitélio cilíndrico) na pós-
menopausa franca é altamente suspeita de patologia maligna
do endométrio.
Lesões malignas
A avaliação inicial com a objetiva de 4x é seguida pela utilização da objetiva de
10x, realizando-se a leitura sistemática de todos os campos microscópicos. A
objetiva de 40x é usada quando é necessário um maior detalhamento das
estruturas celulares.
Quando anormalidades celulares são identificadas, o citotécnico
deve assinalá-las para posterior reavaliação do citopatologista. 
 A marcação dos campos suspeitos é realizada com
caneta de ponta fina e tinta permanente (à prova
de água).
 Com a objetiva de 10x, fazer um ponto acima ou
abaixo da estrutura que deseja se destacar ou
alternativamente circulá-la.
 A seguir, retirar a lâmina do microscópio, girá-la
para a superfície contrária e circular o mesmo
campo já marcado previamente.
 Com um cotonete umedecido em álcool apagar a
marca Inicial.
Todos os diagnósticos citológicos são de responsabilidade do médico 
citopatologista. Cabe ao citotécnico a avaliação inicial de todos os 
esfregaços, registrando as possíveis anormalidades observadas. 
Em todos os resultados do exame citopatológico devem
constar os seguintes dados: identificação da paciente, número
de registro do laboratório, método de colheita das amostras,
tipo de fixador e técnica de coloração, descrição microscópica,
conclusão diagnóstica e comentários adicionais se necessário.
Vários fatores interferem na aparência geral dos esfregaços ginecológicos, entre 
eles a função celular, a atividade geral da célula, o estado hormonal da 
paciente e aqueles relativos às técnicas de colheita, confecção, fixação e 
coloração dos esfregaços. 
Atividade geral da célula
É classificada em 
quatro categorias:
• Euplasia
• Retroplasia
• Proplasia
• Neoplasia 
maligna.
As estruturas celulares 
devem ser analisadas na sua 
intimidade, para o 
entendimento e diagnóstico 
dos diferentes processos 
patológicos. 
Euplasia
Representa o 
estado normal ou 
saudável de 
determinado tipo 
de célula
Estrutura nuclear
Baseada principalmente no 
material cromatínico, nas 
características da membrana 
nuclear e na 
intensidade da coloração 
nuclear.
 Cromatina
 Nucléolo – presente indica atividade
síntese proteica (cora em rosa).
 Membrana nuclear – não é
visualizada no microscópio óptico.
 Multinucleação – não é frequente na
euplasia.
 Citoplasma-geralmente é abundante,
mas varia de acordo com a
diferenciação funcional da célula.
Retroplasia
atividade celular 
diminuída. São as 
alterações celulares 
regressivas 
cuja aparência 
morfológica depende 
de vários fatores, 
como o tipo de 
estímulo, a sua 
intensidade e 
Duração.
 Cromatina – grânulos borrados.
 Nucléolo – sensíveis a traumas.
Atrofia após a menopausa.
 Vacuolização nuclear – degeneração
rápida, como ocorre na radioterapia.
 Multinucleação – o núcleo pode
desaparecer, persistindo como uma
sombra.
 Citoplasma - Há desnaturação das
proteínas e outros constituintes com
consequente modificação das
 características citoplasmáticas.
Proplasia
Representa o estado 
da célula ou tecido 
com aumento da 
atividade biológica e 
inclui a preparação 
para a divisão celular, 
aumento da atividade 
secretória, resposta a 
estímulos externos e 
reparação.
 Hipercromasia – cromatina mais
escura.
 Membrana nuclear – núcleo mais
arredondado e vesicular.
 Cariomegalia – aumento nuclear.
 Multinucleação – ocorre muito, com
núcleos similares entre si.
 Citoplasma - Há desnaturação das
proteínas e outros constituintes com
consequente modificação das
 características citoplasmáticas.
Hôrmonios - células escamosas maduras em
pacientes jovens na fase reprodutiva e a sua
substituição progressiva por células escamosas
imaturas (parabasais) nas mulheres pós-
menopausadas.
Os fatores técnicos também podem interferir no 
aspecto geral dos esfregaços cervicovaginais:
- Traumas na mucosa, sangramento;
- Compressão excessiva do material;
- Demora na fixação do etanol;
- Exposição prolongada ou reduzida aos corantes.
HPV
Papilomavirus Humano
 Agente etiológico das verrugas;
 Infectam muitas espécies de vertebrados 
 São altamente espécie-específicos; 
 Infectam epitélio escamoso (queratina/sem 
queratina); 
 Infecção localizada;
 Alguns tem potencial oncogênico;
Vírus DNA não cultivável da família do Papillomaviridae
Hibernando inativo, 
portador assintomático 
(pelo fim da vida).
Mesmo sem nenhuma lesão, a 
pessoa pode transmitir o vírus, em 
contato com a área que o vírus está 
se multiplicando.
Manifestações clínicas
Multiplica, células 
epiteliais basais abaixo 
das mucosas (genital, 
ânus, faringe).
Coletas com 
swabs citológicos 
pode identificar o 
vírus.
5 Gêneros: Infecção em Humanos 
 Mais de 200 genótipos
 25 genotipos causam lesões orais e
40 causam lesões genitais
(classificados em alto e baixo risco).
 Gestantes e pessoas
imunocomprometidas;
Tipo verruga (benignas)
Verrugas, papilomas 
laríngeos e orais, 
condilomas genitais e 
cervical, epidermodisplasia
verruciforme. 
Malignas
Câncer cervical, carcinoma 
de pênis, câncer de esôfago.
Lesões
 Uma pessoa não precisa ter uma
verruga para ter ô câncer;
 As verrugas podem se resolver
sozinhas ou precisar de
tratamento, porque se
multiplicarem ou aumentarem de
tamanho (pois o vírus permanece
nas células abaixo da pele).
 Uma pessoa pode ter mais de um
subtipo do vírus.
 Pode eliminar naturalmente o
vírus em até dois anos.
As primeiras 
manifestações 
pode levar de 2 a 
8 meses a partir 
do primeiro 
contato.
Podendo levar até 
20 anos.
Transmissão
 Quase 75% de homens e mulheres sexualmente
ativos foram expostos ao HPV em algum
momento de suas vidas;
 O sistema imune elimina a maioria dos HPV
naturalmente dentro de 2 anos (cerca de 90%),
mas os que persistem podem causar doenças
graves;
 Pessoas em contato íntimo tendem a
compartilhar o mesmo tipo de HPV;
O HPV genital é a DST mais comum com incidência de cerca de 
5,5 milhões de pessoas no mundo.
Mais de 99% dos câncer de 
colo de útero!
Segunda causa de morte por 
câncer em mulheres.
Fatores de risco
- Comportamento sexual
- Multiparidade
- Tabgismo
- Outras DST, HIV
- Uso de anticoncepcional 
oral
- Consumo de álcool
- Predisposição genética
Tratamento da lesão e não do 
vírus em si!
Prevenção
- Uso de preservativo (não 
protege áreas externas)
- Mudança de 
comportamento sexual
- Diagnóstico precoce: 
Papanicolau
- Vacinação (Gardasil
(Tetravalente) e Cervarix
(bivalente);
- Eliminação de fatores de 
risco
- Diagnóstico de análise da 
mucosa ou da lesão
- Citologia por Papanicolau 
TRIAGEM
- Colposcopia com ácido 
acético 5%
- Histopatologia e lesões 
suspeitas
- Biologia molecular 
complementar

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