Buscar

UEFS_REVISANDO_FONEMA_E_FONOLOGIA

Prévia do material em texto

REVISANDO
A língua é a forma compreensível de passar a mensagem. Estes falantes são capazes de fazer observações quanto ao “sotaque” e às “palavras diferentes” utilizadas por um outro falante. Podemos citar também como exemplo básico de língua os diversos tipos de línguas faladas ao redor do mundo, como a língua portuguesa, língua inglesa, russa, chinesa e assim por diante.
Quando duas pessoas falantes de uma mesma língua se encontram e passam a interagir linguisticamente, certamente se dá uma interação ampla em que cada um a das pessoas envolvidas passa a criar uma imagem da outra pessoa. Podemos identificar se a pessoa é falante nativo daquela língua.*Um falante nativo é um indivíduo que aprendeu aquela língua desde criança e a tem como língua materna ou primeira língua. Não precisamos nem mesmo ver um falante para determinar a sua idade ou sexo, e talvez seu grau de educação. Isto pode ser facilmente atestado quando atendemos a um telefonema. 
Para um estudante de letras, é importante saber a estrutura da língua. Na grande maioria dos casos, falantes de uma segunda língua têm características de sua língua materna transpostas para a língua aprendida posteriormente. Tem-se portanto o “sotaque de estrangeiro” com características particulares de línguas específicas (como “sotaque” de americano, japonês, alemão, italiano, etc.).
A fala é individual. Cada pessoa ou cada comunidade tem seu jeito de falar. Uma comunidade de fala consiste de um grupo de falantes que compartilham de um conjunto específico de princípios subjacentes ao comportamento linguístico. Após definir-se a comunidade de fala a ser analisada passa-se, então, à coleta de dados que irão formar o corpus. É bastante comum que ela seja afetada por costumes locais, vícios de linguagem relacionados ao ambiente que a pessoa frequenta e as pessoas ao seu redor, ao tipo de linguagem que estas usam para se comunicar. Nossa fala passa por um processo de construção ao longo da nossa vida e nela colocamos aspectos do nosso pessoal e de nossas experiências, por isso, a fala pode distinguir-se bruscamente de um indivíduo a outro.
As letras são os correlatos dos sons.
A proposta de Sausurre (1916) é de cunho estruturalista e tem como mérito
explicitar o objeto de estudo da linguística de maneira clara e objetiva. 
Saussure propõe a dicotomia entre língua e a fala. A língua constitui um sistema linguístico compartilhado por todos os falantes da língua em questão. A fala expressa as idiossincrasias particulares da língua utilizada por cada falante. O linguista busca seu material para análise na fala. Coleta-se um corpus e busca-se definir e descrever um sistema linguístico - ou seja, a língua - a partir da
análise das particularidades individuais e das semelhanças compartilhadas pelos
indivíduos. Portanto, o sistema a ser definido e descrito pelo linguista constitui a
língua. A dicotomia entre língua-fala estabelece o objeto de estudo da linguística: a
língua. Tal objeto é investigado a partir de material proveniente da fala.
Chomsky (1965 e publicações subsequentes) inova a ciência da linguagem por
associar o evento linguístico à mente em termos psicológicos ao propor a Gramática
Gerativa. A Gramática Gerativa - ou Gramática Transformacional - contribuiu
para a mudança de foco teórico e metodológico da linguística do século XX. Perini
(1976) discute a proposta inicial de Chomsky a partir de exemplos do português. A
proposta teórica gerativa assume que à linguística interessa o estudo da competência.
A competência consiste do conhecimento subjacente e internalizado que o falante tem
de sua língua (semelhante a língua para Saussure). O uso que o falante faz de sua
língua é denominado desempenho. O desempenho relaciona-se ao que Saussure denominou fala. A grande diferença teórica entre língua-competência e fala-desempenho pauta-se no argumento de Chomsky de que o conhecimento linguístico do falante (em termos de competência) transcende qualquer corpus. Os falantes têm um conhecimento ilimitado de sua língua ao criarem e reconhecerem enunciados completamente novos e ao serem capazes de identificar erros de desempenho. A intuição do falante nativo de uma língua é a referência para definir-se os parâmetros gramaticais (em termos de estruturas aceitáveis naquela língua). A análise linguística, segundo Chomsky, deve descrever as regras que governam a estrutura da competência.
Chomsky argumenta que a linguística pode contribuir para a compreensão da natureza da organização da mente humana [(cf. por exemplo Chomsky (1986,1992)].
Um outro aspecto importante da proposta teórica de Chomsky é a postulação	 de 
Diferentes níveis da gramática e a inter-relação entre eles. 
FONOLOGIA
Fonologia estuda também a classificação das palavras segundo a posição da sílaba tônica (oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas) e a classificação dos encontros fonéticos (ditongos, tritongos e hiatos).
 Assim como temos na língua portuguesa o fenômeno do dígrafo, onde duas letras representam um som, é natural que haja também sua contraparte, o dífono (combinação de di = dois e fono = som), onde um grafema expressa dois fonemas. São as duas dimensões da linguagem em evidência, a escrita, e no caso do dífono, a oral. 
No sistema fonético do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas. É muito comum que algumas pessoas confundam dígrafo e o encontro consonantal, já que são bem parecidos, mas é preciso saber que eles têm diferenças, e é o que vamos ver agora.
Fonema = menor elemento sonoro capaz de estabelecer distinção de significado.
A diferença entre Fonemas e Letras são as representações gráficas (símbolos convencionados) dos fonemas. Fonema pronuncia-se e ouve-se; letra escreve-se e vê-se. Assim como, usam-se letras simplesmente decorativas: não representam fonemas nem funcionam como notações léxicas. Mantiveram-se em razão da etimologia: Hotel, diScípulo, eXceção, qUina. Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade bucal e nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pomba, nunca.
Uma palavra pode ter igual número de fonemas e letras: cabelo – 6 letras e 6 fonemas. 
O número de letras pode ser maior do que o número de fonemas: HOJE – 4 letras e 3 fonemas, pois o �h� não é pronunciado; 
GUERRA – 6 letras e 4 fonemas, pois os dígrafos �gu� e �rr� representam apenas um fonema cada um; 
TANTO – 5 letras e 4 fonemas, pois o �n� apenas faz com que o �”a”� seja nasalizado(Ã). 
Há, ainda, palavras que possuem mais fonemas do que letras: TÓXICO – 6 letras e 7 fonemas, pois o �x� equivale a /ks/. 
- Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um único som.
- Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” não tem som.
- Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem um único som.
- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem um único som.
- Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pronuncia o “s” e o “en” tem um único som.
- Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”.
- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”.
- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um único som e o “rr” também tem um único som.
- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um único som.
Repare que através do exemplo a mudança de apenas uma letra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v a d o / C a l a d o / C o l a d o / S o l a d o.
Por outro lado, um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes, como podem, também, fonemas diferentes ser representados por uma mesma letra: mesa, beleza – as letras s e z representam o mesmo fonema /z/; texto (x = /s/), exame (x = /z/), sexo (x = /ks/), máximo (x = /ss/), lixo (x = /ch/) – em cada uma o �x� representa fonemas diferentes. Por aí se vê que não há, rigorosamente, um símbolo gráfico (letra) para cada fonema de nossa língua. Essa discrepância entre fonemas e letras é a responsável pela maior parte das dificuldades ortográficas que enfrentamos.
Duas letras podem representar um só fonema, comona palavra que segue: H U M A N O S letras:7 /hu/ m / a / n / o / s fonemas: 6 
Uma letra pode representar mais de um fonema. Veja: s e x o letras: 4 / s / e k / s / u / fonemas:5
A palavra 'técnico' possui 7 letras e 7 fonemas (/t/ /e/ /c/ /n/ /i/ /c/ /o/), já que todas as letras representam o mesmo número de sons da palavra.
Na palavra 'complexo', a letra 'x' equivale ao fonema /ks/.
DÍGRAFO = 2 LETRAS COM ÚNICO SOM. Dígrafo é o encontro de duas letras que ao serem pronunciadas emitem um único fonema. São exemplos de dígrafos: nascer, morrer, chorar, isso, aquilo, banha, ninho, chapéu, piscina, carroça, descer, pássaro, mosquito, exceção, galinha, tampa, ponta, índia, comprimido e renda OUTROS exemplos de dígrafos:
alho = lh
chuva = ch
ninho = nh
carro = rr
assistir = ss
águia = gu
aquilo = qu
nascer = sc
descer = sc
cresça = sç
exceção = xc
exsurgir = x.
Em palavras em que as letras GU, QU, SC e XC se pronunciam, não há dígrafo, como nos exemplos abaixo. 
GU - aguentar, linguiça, água, aguda; 
QU - cinquenta, frequente, aquarela, aquoso; 
SC - escada, escalada, fusca, escama; 
XC - exclamar, exclusivo, excluir
Obs.: As letras GU e QU só serão dígrafos quando, seguidas por E ou I, o U não for pronunciado.Ou seja, que continham trema.
Dígrafo - duas letras que simbolizam um único fonema
Ex.: chave, malha, ninho, carro, assado, guerra
Dígrafos que representam consoantes
ch chapéu, cheio gu guerra, seguinte
lh pilha, galho qu leque, aquilo
nh banho, ganhar sc descer, piscina
rr barro, erro sç desça, cresço
ss asseio, passo xc exceção, excitar
CUIDADO: agudo, aquático, escada, exclamar.- não há dígrafos
Dígrafos que representam vogais nasais
am tampa (tãpa) an santa (sãta)
em tempo (tẽpo) en venda (vẽda)
im limpo (lĩpu) in linda (lĩda)
om ombro (õbro) on sonda (sõda)
um jejum (jejũ) un mundo (mũdo)
Caso as letras GU e QU sejam seguidas por E ou I, mas o U deva ser pronunciado, quando antigamente era escrita com o uso do trema.
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra. 
Por Exemplo:
lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras. 
Por Exemplo:
bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema | xe| foram utilizadas duas letras: o c e o h.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
Dígrafos Consonantais
Letras	Fonemas	Exemplos
lh	lhe	telhado
nh	nhe	marinheiro
ch	xe	chave
rr	Re (no interior da palavra)	carro
ss	se (no interior da palavra)	passo
qu	que (seguido de e e i)	queijo, quiabo
gu	gue (seguido de e e i)	guerra, guia
sc	se	crescer
sç	se	desço
xc	se	exceção
Dígrafos Vocálicos: registram-se na representação das vogais nasais.
Fonemas	Letras	Exemplos
ã 	am 	tampa
 	an	canto
 	em	templo
 	en 	lenda 
 	im	limpo
 	in	lindo
õ	om	tombo 
 	on 	tonto 
 	um	chumbo
 	un	corcunda
Observação:
"Gu" e "qu" são dígrafos somente quando, seguidos de "e" ou "i", representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, aquilo. Nesses casos, a letra "u" não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o "u" representa um fonema semivogal ou vogal (aguentar, linguiça, aquífero...) Nesse caso, "gu" e "qu" não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são seguidos de "a" ou "o" (quase, averiguo).
ENCONTRO CONSONANTAL é a sequência de duas ou mais consoantes numa palavra, sem a existência de uma vogal intermediária.
Exemplos:
cacto; flor; frio; magnético; pedra; planície; psicanálise; ritmo; vidraça;
…
Exemplos com as consoantes na mesma sílaba:
Pedra -> pe – dra
Planta -> plan – ta
Glicose -> gli – co – se
Gravidade -> gra – vi – da – de
Exemplos com as consoantes em sílabas separadas:
Garfo -> gar – fo
Ignorar -> ig – no – rar
Vista -> vis – ta
prato (pra-to), palavra (pa-la-vra), psicologia (psi-co-lo-gia), pneumático (pneu-má-ti-co), encontrar (en-con-trar), blusa (blu-sa), atleta (a- tle-ta), Bíblia (Bí-blia), alcançar (al-can-çar), subsolo (sub-so-lo), advogado (ad-vo-ga-do), aspecto (as -pec-to), apto (ap-to), costa (cos-ta), psi-có-lo-go. : i-guais, Pa-ra-guai, U-ru-guai. fei-o, bai-xo.
 tê-nu-e, bei-jo, lei-te, a-ve-ri-guei, en-xa-guei
Dígrafos de consoantes formados por 'cr' (consoante + R) são indivisíveis. Exemplos: des-crer.
■ Dígrafos de consoantes formados por 'qu' são indivisíveis. Exemplos: a-que-la.
■ Possível dígrafo vocálico en. 
PALAVRAS COM NH OU LH NUNCA SE SEPARAM ESSAS CONSOANTES.
Este encontro pode ser puro ou perfeito quando ocorre em uma mesma sílaba: grato (gra-to), palavra (pa-la-vra), psicólogo (psi-có-lo-go), pneumático (pneu-má-ti-co), encontrado (en-con-tra-do), blusa (blu-sa), atleta (a- tle-ta), etc. Ou pode ser disjunto ou imperfeito quando estão em sílabas diferentes: alcançar (al-can-çar), subsolo (sub-so-lo), advogado (ad-vo-ga-do), aspecto (as -pec-to), apto (ap-to), posta (pos-ta), etc.
Repare na divisão silábica das palavras acima para compreender a diferença entre os dois tipos de encontro consonantal.
DÍFONO = 2 SONS – ORAL OU SEJA, a boca pronuncia dois sons, mas no momento destes dois sons serem registrados no papel, eles são representados por uma só letra. 
No português atual, os casos de dífonos se resumem praticamente aos relacionados com a letra x, quando esta corresponde a fonema “ks”. 
Exemplos: Foneticamente, teremos:
Sekso – e não sequisso ou sequiço (SEXO)
Taksi – e não taquissi ou taquici (TÁXI)
Tóksico – e não tóchico, tóquicico ou tóquissico (TÓXICO).
O mesmo ocorre com algumas palavras que possuem “x” no final:
Látex – foneticamente, temos láteks – portanto, dífono
Sílex – foneticamente, temos síleks – portanto, dífono
Tórax– foneticamente, temos tóraks – portanto, dífono
Ditongo é o encontro de duas vogais (Encontros Vocálicos) que pertencem à mesma sílaba e são pronunciadas numa só emissão de voz.
Alguns exemplos de ditongo são:
Beijo Causa Paixão Caixa Pai Série Saudade Quadrado Noite Lei
3º) Ditongos nasais podem ser de dois tipos: ditongos representados por vogal com til e semivogal e ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m.
a) Os ditongos nasais com til e semivogais são no total de quatro: ãe, ãi, ão, õe:
cães,	mãe,	cãibra,	mão,	quão,	Camões,	põe,	Guimarães
b) Os ditongos representados por uma vogal e a consoante m são dois: am e em. Exceções:
- Am empregado em flexões verbais: amam, deviam, escreveram, puseram.
- Em usado em palavras de categorias morfológicas diversas, incluindo flexões verbais, e pode apresentar variantes gráficas determinadas pela posição, pela acentuação ou, simultaneamente, pela posição e pela acentuação:
bem	armazém	cem	devem	nem	quem	sem
virgem	Benfica	bens	enfim	homenzinho	amém	mantém
Fontes
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, saraiva
Arquivado em: Acordo Ortográfico
 http://maiseducativo.com.br/exercicios-de-fonetica-e-fonologia-com-gabarito/
GLOSSÁRIO
DICOTOMIA - Divisão em duas partes contrárias e complementares: 1 divisão, oposição, separação. 
DIGRAFO – (dí·gra·fo) – Di(dois) + grafo(letras) = 
1. [Linguística] Grupo de duas letras que representam um único som ou uma única articulação (ex.: ch em achar, rr em carro, ss em massa). 
2. Que é escrito com dois tipos de letra.
ENCONTRO CONSONANTAL é o nome que se dá à reunião de duas ou mais consoantes, sem vogal entre elas, Ex. pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se... 
- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta...
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go...
IDIOSSINCRASIA –( i·di·os·sin·cra·si·a) Predisposição particular de um organismo para reagir de maneira individual a um estímulo ou agente externo.
2. Característica peculiar do temperamento ou do comportamento de uma pessoa ou de um grupo.3. Maneira de agir específica de uma pessoa.
POSTULAÇÃO - pedir, solicitar, pretender, desejar, requerer, reclamar

Continue navegando