Aula 01 - DOCUMENTOSCOPIA

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NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Documentoscopia | Introdução à Documentoscopia e o Papel como Suporte de Documentos| Aula 01 
Onde Chegar 
• Conhecer a ciência que dá suporte à análise forense de documentos; 
• Compreender como a Documentoscopia é aplicada às mais diversas áreas; 
• Envolver-se com o cunho notadamente policial desta área da Ciência Forense. 
 
O que Aprender 
• Aprendizagem quanto a verificação de autenticidade documental e determinação de 
autoria; 
• Preocupar-se com a integralidade do documento, com seu cunho policial e não 
satisfação com a prova de ilegalidade pura e simplesmente, mas determinar seu autor, 
meios empregados e evitar que ocorram outros fatos similares ou idênticos. 
• Os conhecimentos que o aluno irá absorver nesta Rota de Aprendizagem são quanto 
ao propósito de um exame documentoscópico, determinando por quem, quando e de 
AULA 
01 
Introdução à Documentoscopia e o 
Papel como Suporte de Documentos 
DOCUMENTOSCOPIA 
 
 
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que maneira um documento foi criado, bem como se sofreu alguma – e qual, alteração 
e/ou adulteração ou não. 
 
Desenvolvimento 
Este Guia de Aprendizagem tem o objetivo de direcionar os seus estudos ao longo do 
desenvolvimento da disciplina e o seu olhar para os conteúdos disponibilizados. Assim, 
nesta aula, falaremos sobre Introdução à Documentoscopia e como o Papel é elemento 
de Suporte de Documentos. Ao final desta unidade, você compreenderá como esta 
Ciência Forense importa para elucidação de questões judiciais bem como seu cunho 
policial. 
INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA 
A Documentoscopia é uma “Ciência Forense” que se ocupa da análise forense de 
documentos, sendo que no presente caso a palavra forense é aplicada em um sentido 
mais amplo do que simplesmente ao que serve à seara judicial. Isso porque é um 
empréstimo do verbete da língua inglesa Forensic usado no termo Forensic Science: a 
aplicação das mais diversas áreas da ciência para a elucidação de questões judiciais. Essa 
ciência que estuda os documentos para verificar se são autênticos também visa, em não 
se tratando de documentos autênticos, determinar a autoria do executor. 
Esta disciplina se distingue das demais, que também se preocupam com os documentos, 
por seu cunho policial notório: não basta a ela a prova da ilegalidade do documento, mas 
procura determinar seu autor, os meios empregados, visando também que não ocorra 
novamente. 
O objeto de estudo da Documentoscopia é, portanto, em primeira e mais ampla acepção 
o que podemos encontrar no dicionário como definição de documento, que nada mais é 
que qualquer base de conhecimento fixada materialmente e disposta de maneira que se 
possa utilizar para consulta, prova e/ou estudo. Essa conceituação se faz bastante 
adequada à Documentoscopia, pois permite fugir do que se tende de somente se 
imaginar um documento como uma peça de papel. 
Podemos entender por documento todo objeto ou fragmento deste que contenha 
caracteres nele escritos, gravados e/ou pintados, que visem expressar uma ideia ou 
desejo que podem ser acatados como prova documental. 
 
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Ao que entende-se pelo verbete análise, o propósito de um exame documentoscópico é 
determinar por quem (indivíduo ou grupo), quando (temporal) e de que maneira (modus 
operandi) um documento foi criado, bem como se sofreu alguma alteração após a sua 
feitura, e são essas informações que permitirão a conclusão da autenticidade ou 
falsidade documental, bem como se o mesmo foi alterado ou adulterado de algum modo 
– ou não. 
Autenticidade é aquilo cuja sua qualidade pode ser atribuída a autoria a alguém, 
qualidade esta cuja definição não poderia ser melhor, uma vez que as análises desta 
ciência determinam quem fez algum documento específico. Assim, resta claro que a 
veracidade, o significado e a importância das informações existentes em um 
determinado documento, não tangem à esfera da Documentoscopia, geralmente, mas 
sim sua forma. 
Em tempo, importante avaliarmos o termo alteração, cuja definição pode ser pelos 
sinônimos falsificação, adulteração, mudança ou modificação, tal qual ainda a mudança 
em texto (Editoração) que consiste em acréscimo, supressão ou simples modificação – 
apropriada ao estudo da Documentoscopia, uma vez que nem sempre a alteração 
observada é oriunda de uma fraude ou adulteração. 
Um laudo pericial deve se restringir a detalhes técnicos, bem como os aspectos jurídicos 
cabem ao Juiz de Direito, e mesmo que a principal preocupação do perito 
Doumentoscópico não seja esta, deve-se ter em mente sempre que as alterações 
também pode ser de boa fé, sou seja, com o conhecimento de todas as partes envolvidas. 
Notadamente nos EUA, bem como em outros países, o profissional em documentoscopia 
é chamado Forensic Document Examiner (FDE), enquanto no Brasil o termo que 
utilizamos é “perito em documentoscopia”, sendo que a palavra perito é aqui empregada 
amplitude máxima de sentido, como sendo o indivíduo que é sabedor ou especialista em 
determinado assunto; experto; quem é muito mais do que um técnico, mas um cientista, 
vez que os métodos usados por ele são científicos e seu trabalho deve ser minucioso e 
totalmente objetivo – sem influências de preconcepções ou de ideias das partes 
envolvidas, visando contar a história real de um determinado documento, oferecendo ao 
público a que se destina como, quando e por quem ele fora produzido, qual ou quais 
alterações sofreu depois de pronto. 
Ao perito são necessários conhecimentos de áreas múltiplas, como por exemplo das artes 
gráficas; informática; grafoscopia (analise de manuscritos) – que a complexidade e 
 
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importância é uma das maiores desta ciência que trata-se aqui; conhecimento sobre 
papel (material utilizado em maior frequência), polímeros plásticos; tintas (gráficas, de 
impressoras domésticas; carimbos, canetas e demais instrumentos de escrita e 
impressão); bem como os próprios instrumentos devem ser utilizados; tipologia 
(conhecimento das fontes e tipos de caracteres); fotografia; entre muitos outros. 
Alguns outros conceitos são muito importantes à Documentoscopia, tal qual a luz, a visão 
e as cores. 
A luz é uma das diversas formas de energia conhecidas e, como tal, possui capacidade de 
alterar o estado da matéria, realizando ação ou trabalho, sendo que a energia não é 
criada nem destruída, apenas transformada. A luz é uma forma de energia, e pode ser 
convertida em ou obtida de vários outros tipos de energia. Em condições normais, assim 
como a energia, a matéria também não é formada nem destruída, apenas sofre 
transformações. No entanto, distingue-se da energia por apresentar massa e ocupar 
lugar no espaço, já que é constituída de átomos, que por sua vez são formados por 
diversas partículas elementares, entre elas os prótons e os elétrons. 
Tal qual outras formas de energia, a luz tem capacidade de interação com a matéria, a 
exemplo do envelhecimento do papel, causado pela exposição à luz ou ao calor, sendo o 
espectro eletromagnético o conjunto de radiações pertencentes a todas as faixas de 
comprimento de onda conhecidas. A faixa de luz visível mais importante ao nosso estudo 
é a ultravioleta e o infravermelho, sendo que a região espectral visível, comumente 
representada pelas cores do arco-íris, apresenta certa heterogeneidade quanto a 
comprimento de onda, o que significa que algumas dessas radiações são mais energéticas 
queoutras. 
 
ESTUDO DO PAPEL 
Atribui-se a invenção do papel ao chinês Ts’ai Lun, no ano 105, sendo que em meados do 
século VIII, com a conquista dos chineses pelos árabes, o papel foi introduzido na Europa 
através da Península Ibérica, espalhando-se daí para o mundo inteiro. 
O papel nada mais é que uma trama de fibras vegetais (celulósicas) entrelaçadas, cuja 
mistura de uma vasta gama de substâncias é usadas para incrementar algumas de suas 
características, tais quais: alvura, opacidade, lisura, brilho, resistência, flexibilidade, 
estabilidade dimensional e uniformidade etc. Essas propriedades importam pois à 
 
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manutenção de um patamar ideal (ou mínimo) para o fim a que se destinará o papel, 
sendo que podemos tomar por exemplo os papéis fotográficos que necessitam ser 
extremamente alvos e lisos, com vistas a que a impressão produza o máximo contraste e 
as cores estejam o mais próximo possível da realidade; papéis para a impressão de livros 
extensos (Bíblias, dicionários) precisam ser finos e altamente opacos, enquanto papéis 
para jornais devem ser, acima de tudo, baratos. Vejamos que essas características 
dependerão das matérias-primas empregadas e dos métodos e equipamentos usados na 
produção do papel. 
E o que constitui o papel? São constituídos por fibras celulósicas, cargas, adesivos ou 
selantes, corantes, branqueadores ópticos e antiespumantes. As fibras celulósicas são o 
ingrediente básico para a produção do papel, sendo que qualquer vegetal possui fibras 
celulósicas, mas nem todos são apropriados para esse fim. Tem-se as fibras vegetais tal 
qual as do linho e algodão (usadas no papel moeda de diversos países) que são as mais 
longas, e por isso produzem papéis mais resistentes, contudo menos lisos; todavia as de 
pinus são mais curtas, sendo conferida menor resistência, porém com vistas à obtenção 
de um papel mais liso; enquanto o eucalipto que é a matéria prima mais utilizado no 
Brasil, possui fibras ainda mais curtas. 
Para serem usadas na produção de papel, as fibras precisam ser separadas dos outros 
constituintes da madeira, que é feito por dois processos básicos de separação: mecânico 
(de maior rendimento e menor qualidade) ou químico (mais poluente e que produz papel 
de maior qualidade) e, durante a produção de papel a massa de fibras sofre a adição de 
água e demais produtos para cada qualidade que visa obter. 
As cargas (fillers) – são substâncias que dão volume ao papel, conferem lisura ao 
preencher espaço entre as fibras, brilho e opacidade, aumentando a capacidade de 
absorção do papel para os solventes e tintas, aumentando ainda a sua estabilidade 
dimensional (uma vez que não se dilatam com a umidade aumentada). Temos também 
adesivos ou selantes que são utilizados para incrementar a aderência entre as fibras 
celulósicas para a retenção das cargas: amido, gelatina, gomas e polímeros sintéticos. 
Para que não se forme bolhas na massa do papel, é adicionado a ele antiespumantes. 
Para o fim de coloração dos papéis, há os corantes; enquanto os branqueadores opticos 
são substâncias luminescentes adicionadas aos papeis brancos para aumento de sua 
alvura, possuindo também capacidade de emitir luz visível quando expostas ao UV (inclui-
se aí a luz solar), fazendo com que o papel pareça ainda mais branco. 
 
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O papel possui várias características, dentre elas: 
- Estabilidade dimensional, que é sua tendência a dilatação quando exposto a umidade, 
mas como elas estão fortemente ligadas umas às outras, qualquer variação individual irá 
se refletir em toda a trama e, por essa razão, papéis com graus de refinamento mais 
elevados apresentam menor estabilidade dimensional, pois suas fibras encontram-se 
mais fortemente unidas; 
- Resistência, que é oriunda do entrelaçamento físico de suas fibras, sendo que o principal 
fator são as ligações que ocorrem entre as moléculas de celulose – o principal 
constituinte das fibras – que podem ser desfeitas por ação da água, razão pela qual o 
papel adquire resistência gradativamente durante sua secagem, e também por que ele 
se desfaz quando molhado. 
- Face de impressão, que faz-se durante sua passagem por uma máquina Fourdrinier 
convencional, a massa de papel é estendida sobre uma tela muito fina, por onde escorre 
somente a água, permanecendo todos os demais constituintes. Nessa fase, ocorre certa 
decantação dos constituintes sólidos, sendo que os mais densos (como as fibras) 
depositam-se predominantemente no lado inferior e os menos densos permanecem em 
maior quantidade próximo à face superior da folha de papel em formação e, assim, a face 
inferior conterá maior quantidade de fibras, e ficará um pouco mais áspera que a 
superior, mais rica em outros componentes. 
- Direção das fibras é mais perceptível nos papéis feitos a mão, onde as fibras distribuem-
se randomicamente em todas as direções, sendo essa situação a ideal. A grande maioria 
dos papéis comerciais, no entanto, é produzida em máquinas e, nesse caso, as fibras 
tendem a se orientar predominantemente no sentido em que o papel percorreu a 
máquina. A direção das fibras é um dado fundamental para os profissionais gráficos, mas 
também tem alguma importância para a Documentoscopia. Por exemplo, todas as folhas 
de uma resma de papel apresentam o mesmo direcionamento de fibras (transversal ou, 
mais comumente, longitudinal) de modo que espera-se que em um documento com 
várias folhas, todas elas apresentem o mesmo direcionamento de fibras. Uma folha com 
disposição diferente das demais é um indício de substituição (porém, não 
necessariamente de fraude). 
- Espessura, que é a distância entre as duas faces de uma folha, medida em micrômetros 
(o mesmo nome dado ao aparelho usado para sua medição) e pode apresentar grandes 
 
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variações em folhas de papéis de qualidade média ou baixa e, por isso, deve ser medida 
em vários pontos. 
- Gramatura, é a massa de um metro quadrado de papel, dada em gramas (exemplo: um 
papel que apresente gramatura 75, pesa 75 g/m2), e depende muito da espessura do 
papel, mas também de sua composição, uma vez ainda, alguns papéis contêm 
microbolhas de ar em seu interior, e apresentam uma gramatura aparentemente 
pequena para a sua espessura. 
 - Cantos, refere-se as modernas e precisas técnicas de corte industrial produzem folhas 
com cantos em ângulos retos, sendo raros os cortes fora de esquadro. Existem cortes 
arredondados, usados em Bíblias, diários e pequenos dicionários, que são feitos após a 
montagem do caderno, com um equipamento que possui uma lâmina arredondada, 
parecida com um formão. 
O papel é enrolado em grandes bobinas durante sua fabricação, que podem pesar até 50 
toneladas, contudo sua comercialização se dá em bobinas menores ou em folhas. A fim 
de evitar desperdícios e otimizar o aproveitamento do papel, o tamanho dessas bobinas 
e folhas comerciais foi padronizado, forçando todas as gráficas do mundo a se adaptarem 
a alguns formatos pré-estabelecidos, sendo os mais conhecidos ao formato internacional 
o A0 (841x1189mm) ao A10 (26x37mm); B0 (1000x1414mm) ao B10 (31x44mm) e C0 
(917x1297mm) a C10 (28x40mm). 
Há também vários tipos de papel: Acid-free, papel jornal, papéis mistos, papéis 
revestidos, papéis plásticos, papel autocopiativo (carbonless copyubg paper). 
 
Vá mais Longe 
Utilizar um tópico chamado “Capítulo Norteador” que consiste em uma indicação de um 
capítulo do principal livro de referência da disciplina.Capítulo Norteador: Capítulo 1 - TIMI, Sônia Regina Ribas. Fraudes documentais e 
contábeis. Curitiba: InterSaberes, 2020. Biblioteca Virtual. 
Acesse os links contendo conteúdos externos que enriquecem o conhecimento do aluno 
acerca da aula. 
https://www.youtube.com/watch?v=Yp2LIHNnOUI 
https://www.youtube.com/watch?v=Yp2LIHNnOUI
 
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https://www.youtube.com/watch?v=uXMWMMV2QxM 
https://www.youtube.com/watch?v=5Tdpao4vCww 
 
 
Agora é sua Vez! 
Este segmento contempla os direcionamentos para que o aluno realize uma ou mais 
atividades práticas relacionadas à Rota. Absorver conteúdos externos como ler artigos, 
ver vídeos e demais mídias a fim de então elaborar atividades práticas fazem parte deste 
tópico. 
Interação 
 Com base nos Capítulo Norteador e nos vídeos apresentados, disserte em uma lauda, 
individualmente, sobre a importância do papel à Documentoscopia. 
 
Questão para Simulado: 
1 - O objeto de estudo da Documentoscopia é, portanto: em primeira e mais ampla 
acepção o que podemos encontrar no dicionário como definição de documento, que 
nada mais é que. Essa conceituação se faz bastante adequada à Documentoscopia, pois 
permite fugir do que se tende de somente se imaginar um documento como uma peça 
de papel. 
a) Qualquer base de conhecimento fixada materialmente e disposta de maneira que 
se possa utilizar para consulta, prova e/ou estudo. 
b) Uma base de conhecimento fixada imaterialmente e disposta de maneira que se 
possa utilizar para consulta, prova e/ou estudo. 
c) Nada mais é que definir o que é documento. 
d) Documento é uma peça de papel. 
e) A base do conhecimento, fixada materialmente e disposta de maneira que se possa 
utilizar para meios de prova. 
Resposta: Letra A 
https://www.youtube.com/watch?v=uXMWMMV2QxM
https://www.youtube.com/watch?v=5Tdpao4vCww
 
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Comentário: Qualquer base de conhecimento material, fixado de forma física e tangível, 
disposto de modo em que possa ser utilizado seja para consulta, prova e/ou estudo. 
 
Organize-se: 6 horas semanais – mínimo sugerido para autoestudo. 
 
REFERÊNCIAS 
ALVARENGA, Wishilen Thierry Rayzel. Perícia Judicial: Aspectos Legais e Qualificação. 
Curitiba: Contentus, 2020. 
 
TIMI, Sônia Regina Ribas. Fraudes documentais e contábeis. Curitiba: InterSaberes, 2020. 
Biblioteca Virtual.