Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Problema 3 crescimento Compreender a fisiologia do crescimento( GH, IGF1 , SOMATOSTATINA ,FSH) Relacionar a escala de taner e estagios puberais ( parametros e caracteristicas dimorficas) Compreender a baixa estatura ( tipos e causas) Entender a avaliacao do crescimento e desenvolvimento corporal. 1 3 2 4 Conhecer os exames para o diagnostico da baixa estatura. 5 Klênya Maria - p3 Compreender a fisiologia do crescimento( GH, IGF1 , SOMATOSTATINA ,FSH)1- O crescimento, que se inicia desde a concepção e termina ao final da adolescência, tem períodos variáveis de velocidade, relacionados com maior ou menor ação hormonal nas placas de crescimento epifisário. Regulação endócrina do crescimento Na fase pós-natal, o hormônio do crescimento (GH) estimula o crescimento por sua ação direta na diferenciação celular, na placa de crescimento e no hepatócito, onde aumenta a secreção de fator de crescimento insulina-símile (IGF-1). O IGF-1, secretado pelos hepatócitos, tem ação específica na expansão e hipertrofia da placa epifisária, e é transportado por uma proteína carreadora (IGFPB3), a qual tem a função de aumentar a meia-vida plasmática dos IGF. Os hormônios tireoidianos são necessários para o crescimento desde a infância, por sua ação de estímulo à produção e secreção de GH, síntese de IGF-1 e ação direta sobre a placa epifisária. Na fase inicial da puberdade, além da elevação dos níveis séricos dos esteroides sexuais, há um aumento na frequência e na amplitude dos pulsos de GH, com aumento de duas a atédez vezes a quantidade de GH secretada a cada pulso, o que aumenta a produção de IGF-1 pelo fígado. Age, também, em outros órgãos, como musculatura cardíaca, diafragma, adipócitos e sistema hematopoético, o que é essencial para adequar esses órgãos às novas necessidades impostas pelo crescimento. Entretanto, durante a puberdade, em ambos os sexos, os esteroides sexuais, principalmente os estrógenos, são essenciais para acelerar o crescimento por meio da ação em receptores específicos da placa epifisária, promovendo crescimento, mas também decretando o fechamento das epífises. O crescimento na adolescência é desproporcional, iniciando-se, primeiramente, pelas extremidades distais, o que dá ao adolescente um aspecto peculiar nessa fase. Após o crescimento dos pés e mãos, ocorre o crescimento das extremidades proximais e, por último, o do tronco, retomando, então, a harmonia e a proporcionalidade. As meninas, além de iniciarem a puberdade mais cedo, apresentam um pico de velocidade de crescimento (PVC) mais precocemente que os meninos, entre os estádios 2 e 3 de Tanner. No entanto, desaceleram mais cedo e, após a menarca, o restante do crescimento esperado é entre 5 e 6 cm. Os meninos apresentam um PVC entre os estádios 3 e 4 de Tanner e acabam desacelerando mais tarde.Existe uma estreita relação da altura da criança, no início da puberdade, com a sua altura final. Em geral, os adolescentes apresentam um ganho de altura, durante os anos puberais, que varia de 20 a 25 cm nas meninas e 25 a 30 cm nos meninos 2- Compreender a baixa estatura ( tipos e causas) Erros na avaliação da baixa estatura O erro na medida ou na colocação do gráfico é uma das causas mais comuns de aparente baixa estatura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, para crianças abaixo de 3 anos de idade, deve-se utilizar um estadiômetro infantil ou uma régua horizontal. A criança deve estar em posição supina, com a linha que conecta o meato auditivo externo e o canto do olho perpendicular ao corpo. Os pés devem ser mantidos juntos. A correta determinação da estatura depende de um rigor no posicionamento do paciente e na repetição da medida em pelo menos três vezes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, são consideradas com estaturas normais todas as crianças que se encontram entre os percentis 3 e 97, pelos gráficos de estatura, e entre os percentis 5 e 95 pelos gráficos da National Center for Health Statistics. Dessa maneira, a Baixa Estatura (BE) é definida como a presença de uma altura abaixo do último percentil do gráfico utilizado. O Ministério da Saúde define a baixa estatura como: Estatura baixa (nanismo moderado): definida como estatura igual ou maior que o percentil 0,1, e menor que o percentil 3, prevista para a idade e sexo na curva Estatura x Idade. Estatura muito baixa (nanismo grave): definida como estatura inferior ao percentil 0,1 da altura prevista para a idade e sexo. https://www.cdc.gov/nchs/index.htm https://www.cdc.gov/nchs/index.htm https://www.cdc.gov/nchs/index.htm https://www.cdc.gov/nchs/index.htm https://www.cdc.gov/nchs/index.htm https://www.cdc.gov/nchs/index.htm Escore Z: representa o número de desvios-padrão a partir do ponto central da população referência: a mediana ou percentil 50. Enquanto o percentil quantifica os indivíduos desde o início (próximo de zero) até o final da distribuição (próximo a 100), o escore Z os quantifica a partir da mediana, que equivale ao percentil 50. A figura 2 representa a correspondência entre o percentil (p) e p escore Z, para os principais pontos de corte habitualmente utilizados na definição de risco, tendo por base distribuição normal (ou curva de Gauss), a qual se aplica para a maioria dos parâmetros antropométricos utilizados no acompanhamento do crescimento. Uma vez que, a estatura atual da criança tenha sido medida com precisão, deve-se colocá-la em um gráfico de crescimento (em percentis), para estabelecer uma curva estatural. Para isso, é importante entender alguns conceitos a cerca do gráficos: Percentil: é a escala mais utilizada na prática pediátrica, devido à sua simplicidade e por permitir a visualização do crescimento ao longo do tempo, desenhado nas curvas de crescimento. De forma simplificada, pode-se entender o conceito de percentil, observando- se o seguinte exemplo: dizer que uma criança está no percentil 10 (p10), significa dizer que comparada a outras 99 do mesmo sexo e faixa etária, esta criança apresenta estatura maior que 10 e menor que 90 crianças. causas da Baixa Estatura: Existem centenas , pois muitas variáveis interferem no crescimento desde a concepção Variantes da normalidade : Estima-se que em aproximadamente 80% dos casos de baixa estatura, em que a criança tem boa saúde e curva de crescimento em um canal próximo e paralelo ao limite inferior da normalidade (percentil 3) o problema esteja relacionado aos padrões variantes do normal: Retardo Constitucional do Crescimento e Baixa Estatura Familiar. Retardo Constitucional do Crescimento As crianças com retardo constitucional do crescimento apresentam crescimento linear retardado nos primeiros 3 anos de vida. Nesta variante de crescimento normal, a velocidade de crescimento linear e ganho de peso diminui por volta dos 3-6 meses, que muitas vezes continua até a idade de 2-3 anos. 26 Naquele tempo, retoma o crescimento em uma taxa normal, e essas crianças crescem tanto ao longo do menor percentil (3) de crescimento ou abaixo da curva, mas paralelo a ele para o restante dos anos pré- púberes. Baixa Estatura Familiar É sem dúvida a causa mais frequente de baixa estatura. Caracteristicamente, crianças com baixa estatura familiar, são aquelas que sempre seguiram no limite inferior ou abaixo da curva de crescimento. 7 Mantém idade óssea compatível com a cronológica e velocidade de crescimento normal. 5 A maioria das crianças com esse padrão de crescimento já nasce com estatura inferior à média da população e cresce em um canal paralelo à curva normal, próximo ao percentil 3. Portanto, sua estatura final será inferior àquela apresentada pela maior parte da população e de acordo com sua herança genética. Nesses casos, é importante que o pediatra tranquilizar a família esclarecendo que não se trata de um problema de saúde, e sim de um crescimento conforme os padrões de herança genética. Baixa Estatura Patológica Na baixa estatura patológica deve-se inicialmente avaliar se o paciente é proporcionado ou não, isto é, se a proporçãosegmento superior/segmento inferior é adequada para a idade. As baixas estaturas proporcionadas (SS/SI=normal) podem ter início pré-natal, por anormalidades fetais ou maternas que afetaram o crescimento intra-uterino, ou ser consequentes à alterações pós-natais. As baixas estaturas desproporcionadas (SS menor que SI) são decorrentes de alteração no órgão alvo do crescimento, a cartilagem de crescimento, e também podem ser pré ou pós-natais. Baixa Estatura Proporcionada: Quando de origem pré-natal, a causa mais frequente de baixa estatura proporcionada é o crescimento intrauterino retardado ou restrito (CIUR), que é definido como comprimento ao nascimento abaixo de 2 desvios-padrão (ou percentil 3) da média da idade gestacional. O CIUR é uma alteração heterogênea que pode estar associada a diversas síndromes e malformações , e muitas crianças (10 a 30%) não irão atingir a curva da normalidade e serão portadores de baixa estatura na vida adulta. Várias síndromes genéticas, com ou sem alterações dimórficas, evoluem frequentemente com retardo de crescimento estrutural de origem pré-natal, associado muitas vezes ao retardo mental. Algumas são clinicamente definidas, como a síndrome de Silver-Russel, síndrome de Noonan, síndrome de Seckel e a síndrome de Bloom Quando de origem pós-natal, a baixa estatura pode ser conseqüente a causas endócrinas, à desnutrição crônica primária ou secundária ou ao nanismo psicossocial. Nas doenças endócrinas a relação peso/altura é geralmente aumentada, enquanto nas outras causas essa relação é normal ou baixa. 1 As endocrinopatias constituem a minoria das causas de baixa estatura, correspondendo a aproximadamente 1% 6 e são geralmente proporcionadas, como o hipocortisolismo, hipercortisolismo, puberdade precoce, deficiência do hormônio de crescimento (GH). Entretanto, o hipotireoidismo congênito, é a única causa de baixa estatura secundária desproporcionada. Baixa estatura desproporcionada A baixa estatura desproporcionada é causada pela anormalidade no órgão alvo, a cartilagem de crescimento. É considerada, portanto, como causa primária de baixa estatura e pode ser pré ou pós-natal. Entre as causas de baixa estatura desproporcionada pré- natal destacam-se as osteocondroplasias, que representam um grupo heterogêneo de doenças caracterizadas por anormalidades intrínsecas da cartilagem e /ou dos ossos, embora sem atraso na maturação óssea. Essas doenças têm em comum: transmissão genética, alterações no tamanho e/ou forma dos ossos dos membros, coluna e/ou crânio e alterações radiológicas dos ossos Entre as causas de baixa estatura pós-natal destaca-se o Hipotireoismo Congênito, cuja baixa estatura é desproporcionada, mas não existe lesão primária na cartilagem de crescimento, embora ocorram as disgenesias epifisárias. A velocidade de crescimento é o principal critério de normalidade do crescimento. Quando a criança mantém uma velocidade de crescimento normal para a sua idade cronológica, seguramente não apresenta nenhuma doença atual. Portanto, crianças com estatura abaixo da média, mas com velocidade de crescimento normal, habitualmente são crianças normais, com potencial familiar reduzido ou atraso constitucional do crescimento. Ao passo que, crianças que apresentam velocidade de crescimento atenuada apresentam um problema atual. Portanto, uma vez confirmado a presença de baixa estatura e verificado com precisão a velocidade de crescimento, a criança que se apresenta ao consultório poderá ser enquadrada em uma das seguintes alternativas: Criança com estatura normal (p>10): posição normal no gráfico e velocidade de crescimento normal. Criança tem estatura normal, porém, encontra-se em situação de vigilância (p3 – p10): deve ser observada a velocidade de crescimento e realizar a avaliação global da criança. Criança portadora de baixa estatura (p<3): deve ser feita a investigação. OBS:Para crianças com pais particularmente altos ou baixos, existe o risco de se diagnosticar distúrbios do crescimento exageradamente se a estatura dos pais não for levada em consideração mecanismos responsáveis por déficit no crescimento: Diminuição da oferta de nutrientes; Diminuição da oferta de oxigênio aos tecidos-alvo; Acúmulo de produtos tóxicos ou nocivos ao desenvolvimento normal; Aumento do gasto calórico com o metabolismo basal; Presença, em quantidade inapropriada, de hormônios que influenciam o crescimento. Velocidades de crescimento em diferentes estágios da vida: Intra-uterina= 66 cm/ano Lactente= 20 a 25 cm/ano Pré-puberal= 5 a 7 cm/ano Puberal= masculino: 10 a 12 cm/ano e feminino: 8 a 10 cm/ano previsão da estatura- alvo ou final a partir do percentil de estatura dos pais: Deve-se determinar no gráfico do crescimento o percentil de estatura do pai e da mãe, tirar a média, e em seguida verificar a estatura final desse percentil (média). A estatura final pode ser a estatura encontrada para mais ou menos 5 cm Outra opção são as fórmulas que consideram uma diferença de 13 cm na estatura final entre os percentis masculinos e femininos, nas quais a estatura final é definida como estatura-alvo (target height = TH): TH (meninos)= (estatura do pai) + (estatura da mãe + 13) /2 TH ( meninas) = (estatura da mãe) + (estatura do pai – 13) / 2 para se avaliar a altura final com dois desvios-padrão, no cálculo deve-se somar ou subtrair 10 cm do valor encontrado. Os 13 centímetros representam a diferença média de altura entre homens e mulheres. Embora esses métodos sejam pouco precisos, são úteis no reconhecimento de patologias que evidentemente afetarão a estatura final, permitindo supor a intensidade da perda produzida pela doença de base. 12 Quando uma criança se afasta do seu alvo (padrão familiar), é preciso considerar a possibilidade da presença de agravos Fatores extrínsecos que influenciam o crescimento : Alimentação - A criança até cinco anos requer cuidados específicos com a sua alimentação. Crescer consome energia: 32% das necessidades calóricas de um recém-nascido são destinadas ao crescimento. A dieta da criança deve ter qualidade, quantidade, frequência e consistência adequadas para cada idade. Para crianças com até 6 meses de idade, o leite materno exclusivo é o melhor alimento. Higiene A higiene adequada da criança, dos alimentos, do ambiente e de todos aqueles que lidam com ela são fatores essenciais para seu bom crescimento. Isso implica na disponibilidade de água potável, de meios adequados para o esgotamento sanitário, e destinação de lixo e em conhecimentos, atitudes e práticas corretas sobre o manuseio, armazenamento, preparo e conservação dos alimentos, de higiene corporal e do ambiente. Infecções É essencial que as crianças sejam imunizadas, segundo o calendário de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, para que se evite a ocorrência das doenças imunopreveníveis. Quanto à outros processos infecciosos, é necessário que sejam diagnosticados e cuidados precocemente para que não evoluam para um quadro adverso, com o aumento das necessidades nutricionais, associado à diminuição do apetite e, nos casos das diarréias e doenças parasitárias, ao menor aproveitamento biológico dos alimentos. Cuidados gerais com a criança Estabelecer, desde o nascimento, relações com pessoas que a escutem e entendam suas necessidades, que lhe deem carinho e afeto, que lhe proporcionem oportunidades seguras de explorar e conhecer o mundo que a rodeia, são condições essenciais ao adequado crescimento e desenvolvimento da criança. 3- Relacionar a escala de taner e estagios puberais ( parametros e caracteristicas dimorficas) O desenvolvimento e a maturação sexual podem ser acompanhados utilizando-se os critérios de Marshall e Tanner, pois, em condições normais, há uma sequência cronológica de modificações. Em ambos os sexos, avalia-se a quantidade e distribuição dos pelos púbicos (P). Para o sexo feminino, a evolução do desenvolvimento mamário (M) e, para o sexo masculino, o desenvolvimento da bolsa escrotal e dopênis (G). A avaliação do volume testicular utilizando-se o orquidômetro de Prader pode trazer informações importantes, pois, quando está abaixo de 3 mL, corresponde normalmente ao estádio 1 e, quando está acima de 20, já equivale ao estádio 5. A puberdade feminina inicia-se em média aos 9,7 anos- até os 13 Nos meninos (10,9 anos)- até os 14 A primeira manifestação clínica na menina é o aparecimento do broto mamário (telarca) em resposta ao início da produção estrogênica pelos ovários. seguindo, no mesmo ano, o inicio do aparecimento dos pelos pubianos (andrógenos adrenais) . O desenvolvimento mamário e da pilosidade pubiana podem ser avaliados, por meio da inspeção, segundo os estágios evolutivos seguidos por Tanner. A menarca ocorre cerca de 2 anos após o início da puberdade (M2), geralmente no estágio M4 de Tanner, portanto, em época de desaceleração do crescimento. O crescimento é limitado a, em média, 4 a 6 cm nos anos subsequentes. Os ciclos iniciais da adolescente podem apresentar certa irregularidade nos primeiros 2 a 4 anos (ciclos anovulatórios) No menino, observa-se como primeira manifestação o aumento de volume testicular atingindo 4 mL ou cm3 . Isso se dá por causa do aumento de tamanho dos túbulos seminíferos. resultado da secreção de andrógenos testiculares. Depois vem os pelos pubianos e o crescimento do pênis - também sofrem influência dos andrógenos adrenais. Tanto o desenvolvimento genital quanto o desenvolvimento dos pelos segue a evolução bem parecida com o padrão feminino Além da ativação gonadal e do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, o crescimento na adolescência envolve mudanças na composição corporal e desenvolvimento dos sistemas cardiovascular e circulatório e, na fase final do processo, desaceleração e parada do crescimento. No menino, ocorre acentuação do crescimento biacromial, aumento da massa muscular, da força e da resistência física. A primeira ejaculação ocorre mais tardiamente, quando os testículos atingem 10 a 12 mL de volume, algumas vezes durante o sono (polução noturna). Mais da metade dos meninos tem ginecomastia puberal transitória, tendendo a desaparecer entre 1 e 2 anos. No final da puberdade ocorre alteração no timbre da voz pela ação hormonal na laringe. RESUMO – PRINCIPAIS MARCOS PUBERAIS : Telarca (desen. Das mamas) Pubarca (aparecimento dos pelos pubianos em resposta aos estrógenos ovarianos e aos andrógenos suprarrenais) Axilarca (aparecimento de pelo nas axilas) Menarca (primeira menstruação, em media aos 12 anos) Voz (cordas vocais longas e espessas) Polução (eliminação involuntária de esperma pelos meninos, podendo corresponder à menarca das meninas) Ginecomastia (aumento mamário devido a sensibilidade dos receptores estrogênicos que circulam a partir da puberdade) Aumento do volume testicular (ação do FSH PUBERDADE PRECOCE : Ocorre quando o desenvolvimento dos caracteres sexuais 2º acontecem, em meninas – antes dos 8 anos – e em meninos – antes dos 9 anos . Quanto a origem, pode ser: Central - dependente de gonadotrofinas o Aparecimento de mama nas meninas o Aumento do volume testicular nos meninos acima de 4 ml Periférica - independente das gonadotrofinas A importância do diagnóstico vem justamente da necessidade de identificar e tratar lesões expansivas intracranianas e, nas formas fisiológicas, de evitar a fusão prematura das epífises de crescimento, comprometendo a estatura final . Outro dado, além da idade do aparecimento, é prestar atenção na velocidade das mudanças, que podem ser de forma rápida e progressiva ATRASO PUBERAL Considera-se que há atraso quando existe falta de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, ou seja, ausência de broto mamário e volume testicular menor que 4ml Meninas – aos 13 anos – e meninos – 14 anos. Como no processo de crescimento, a maturação sexual também sofre consequências de fatores s e ambientais, particularmente nutricionais. Tem como causa mais comum a ACCP – atraso constitucional do crescimento e da puberdade, mais frequente nos meninos do que nas meninas, nessa condição, tanto a puberdade quanto a maturação óssea e o crescimento estão atrasados, por falta de ativação do eixo HHO Principais causas Desnutrição Alteração no eixo hipotálamo-hipófise: 1- Hipogonadismo hipogonadotrófico funcional –em que a síntese e a secreção de gonadotrofinas estão inibidas por condições sistêmicas. 2-Hipogonadismo hipergonadotrófico – em que ocorre falência gonadal primária . Esses adolescentes possuem altura nos percentis mais inferiores das curvas, podendo chegar a ter o diagnóstico de baixa estatura em algum momento do seu crescimento Geralmente eles se desenvolvem normalmente, sem necessidade de tratamento, embora mais tardiamente que a maioria dos seus pares da mesma idade 4- Entender a avaliacao do crescimento e desenvolvimento corporal. Para o acompanhamento e avaliação do crescimento é necessário a tomada de medidas do tamanho do corpo, ou seja, medidas antropométricas. As medidas antropométricas básicas são o peso, a estatura (comprimento ou altura), o perímetro cefálico e perímetro braquial. A partir dos índices antropométricos são construídos indicadores, definindo-se níveis de corte que permitam situar a criança dentro de uma faixa aceita como normal, de acordo com a referência de crescimento utilizada. Portanto, avaliar o crescimento implica: 1) coletar medidas antropométricas com metodologia padronizada; 2) relacionar essas medidas com sexo, idade ou outra variável da criança (índices), comparando-as com os valores de referência; 3) verificar se os valores encontrados estão dentro dos limites (pontos de corte) estabelecidos como normais. Peso/Idade: A forma mais adequada para o acompanhamento do crescimento de uma criança, nos serviços básicos de saúde. O Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança possui um eixo vertical e um eixo horizontal. O eixo vertical corresponde ao peso em quilogramas. Inicia-se com 2 kg e aumenta de 1 em 1 kg. O eixo horizontal corresponde à idade da criança em meses e vai do nascimento (0 meses) até 72 meses. O Ministério da Saúde propõe no Cartão da Criança um gráfico com quatro linhas, assim nominadas de cima para baixo: a primeira linha superior, representa os valores do percentil 97 (que corresponde a +2 escores Z), a linha pontilhada representa o percentil 10, a terceira linha representa o percentil 3 (que corresponde a -2 escores Z) e a linha mais inferior (em vermelho) corresponde ao percentil 0,1 (representa os valores abaixo de -3 escores Z). Para uma boa avaliação do crescimento da criança, são necessárias pesagens periódicas . Cada peso deve ser registrado no Gráfico Peso/Idade e todos os pontos devem ser ligados com um traço, formando, assim, o traçado de peso ou curva da criança. Interpretação da curva de crescimento Para a avaliação do crescimento individual de uma criança devem ser considerado dois aspectos: a) Na primeira medição, observar a posição do peso em relação aos pontos de corte superior e inferior: • acima do percentil 97: classificar como sobrepeso; • entre os percentis 97 e 3: faixa de normalidade nutricional; • entre os percentis 10 e 3: classificar como risco nutricional; • entre os percentis 3 e 0,1: classificar como peso baixo; • abaixo do percentil 0,1: classificar como peso muito baixo. b) Nas medições seguintes, observar a posição e também o sentido do traçado da curva de crescimento da criança: • posição da linha que representa o traçado de crescimento da criança: entre os percentis 97 e 3, corresponde ao caminho da saúde; • sentido do traçado da curva da criança (ascendente, horizontal ou descendente), desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou mais pontos com intervalos não superiores a dois meses. Intervalos maiores devem ser desenhados com linha pontilhada para chamar a atenção. • Estatura/idade O índice estatura para a idade pode ser expresso na forma de percentil. Por exemplo: uma criançacom 12 meses de idade, cujo comprimento corresponde ao percentil 15 da população de referência, tem comprimento igual ou superior a 15% das crianças da população de referência com igual idade e sexo. Peso/estatura A relação entre peso e estatura é importante para detectar deficiências recentes de peso (desnutrição aguda) e é também o índice recomendado pela OMS para avaliar sobrepeso. Portanto, é um índice de desnutrição aguda e também de sobrepeso. Seus pontos de corte são os percentis 97 (sobrepeso) e 3 (desnutrição). Crianças com peso/estatura abaixo do percentil 3, sobretudo aquelas menores de dois anos de idade, devem ser encaminhadas para programas específicos de recuperação nutricional. Os serviços de saúde que possuem condições satisfatórias para medir altura ou comprimento das crianças devem fazê-lo, ver anexo 2) principalmente nas crianças menores de 2 anos que apresentarem baixo peso/idade no Cartão da Criança, para diferenciar se o peso baixo é decorrente apenas da baixa estatura ou se está associado também a baixo peso para a idade. • Perímetro cefálico avalia o crescimento da cabeça/cérebro de crianças nos dois primeiros anos de vida. O perímetro adequado é expresso na forma de uma faixa de normalidade que situa-se entre os percentis 10 e 90. O quadro de perímetro cefálico encontra-se no anexo deste manual e corresponde ao referencial do NCHS. No caso desse índice estar fora da faixa considerada de normalidade, a criança deve ser encaminhada para um especialista ou equipe multiprofissional, para afastar diagnóstico de microcefalia ou de macrocefalia. • Perímetro braquial O perímetro braquial não se presta para o acompanhamento do crescimento infantil, uma vez que alterações neste parâmetro são lentas, variando muito pouco com o aumento da idade, sendo útil apenas para a triagem de prováveis casos de desnutrição (entre os seis meses e cinco anos de idade o perímetro braquial varia pouco .É necessário um treinamento cuidadoso para que a medida tenha a confiabilidade desejada. 5- Conhecer os exames para o diagnostico da baixa estatura. Investigação diagnóstica Quando as crianças crescem com velocidade normal e não apresentam antecedentes importantes de morbidade e nem alteração do exame físico, recomenda-se investigação laboratorial mínima com hemograma completo, análise do sedimento urinário, parasitológico de fezes e radiografia de mãos e punhos para a avaliação da idade óssea. Nas crianças com crescimento lento, a idade óssea estará atrasada (mais que dois anos em relação à cronológica) e nas com baixa estatura intrínseca ou familiar a idade óssea será igual à cronológica. Exclusivamente em crianças com idade inferior a 2 anos recomenda-se também a realização de urocultura, pois a infecção do trato urinário pode ocorrer sem sintomatologia específica nessa faixa etária e ser causa de deficiência de ganho pôndero- estatural Com esses exames podemos afastar os principais agravos que podem estar associados a baixa estatura, mesmo quando essa for de etiologia constitucional. Vale lembrar que a carência de ferro é altamente prevalente em nosso meio, mesmo entre crianças com boas condições socioeconômicas, e que alguns problemas, como raquitismo hipofosfatêmico, doenças renais crônicas, doenças cromossômicas, síndromes dimórficas e hipotireoidismo adquirido, podem apresentar-se em crianças apenas com baixa estatura. Logo, quando a velocidade de crescimento estiver abaixo da esperada ou a baixa estatura for muito acentuada, recomenda-se acompanhamento com mais frequência da criança e investigação mais aprofundada : Dosagem de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina – para afastar raquitismo de etiologia carencial ou familiar. Cariótipo – é fundamental em meninas com baixa estatura e atraso na velocidade de crescimento, mesmo que não apresentem nenhum outro estigma da síndrome de Tunner. Dosagem de Sódio, Potássio, Uréia, Creatinina e Gasometria – para pesquisar acidose tubular renal que, nos quadros leves, pode não apresentar outras alterações, a não ser atenuação do crescimento. Eletroforese de proteínas, colesterol e pesquisa de gordura nas fezes – sempre que houver comprometimento importante do peso, por desnutrição primária ou secundária. Glicemia de Jejum – 10% das crianças com hipopituitarismo idiopático apresentam hipoglicemia de jejum assintomática, e 10% convulsões por hipoglicemia, a qual também é frequente nas crianças com Síndrome de Silver Russel. Dosagem de hormônios tireoidianos: TSH e T4 livre para a pesquisa de hipotireoidismo. Anticorpo antiendomísio e antitransglutaminase (IgA) – para afastar doença celíaca. REFERÊNCIAS: TRATADO DE PEDIATRIA VOL.4 https://docs.bvsalud.org/biblioref/sms-sp/2011/sms-3712/sms- 3712-2317.pdf Saúde da criança- acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil - Ministério da saúde
Compartilhar