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Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 1 CRESCIMENTO NA PEDIATRIA - CRESCIMENTO: É o aumento do tamanho corporal. A nível histológico/celular: hiperplasia e hipertrofia celular. É um importante indicador de saúde da criança. Não se importa muito com a estatura elevada, a não ser que esteja dentro de algum contexto (relacionada a alguma patologia especifica). Uma criança que é baixa e não consegue estar dentro do intervalo de normalidade, é considerada baixa estatura e deve investigar o porquê. Pode ter alguma doença que a impede de crescer, como uma fibrose cística, uma doença inflamatória, doença celíaca, familiar (sem doença associada), etc. Nem sempre será a desnutrição. Existe a desnutrição aguda e desnutrição crônica. A aguda a criança perde principalmente peso, é a primeira coisa que muda. E com o tempo ela perde estatura também. É uma causa de baixa estatura. Pode haver influência de fatores intrínsecos e extrínsecos: ▪ Crianças <5 anos – fatores extrínsecos (alimentação, doenças, local que habita) exercem mais influencia ▪ Crianças maiores e adolescentes – genética (fator intrínseco) tem mais influencia A influencia dos fatores no crescimento já começam desde a vida intrauterina. O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC nas curvas da OMS na caderneta de saúde da criança. O período de maior velocidade de crescimento é na vida intrauterina – especialmente até a 12ª semana de gestação, pois nessa época os principais órgãos estão sendo formados, é o período de maior vulnerabilidade a fatores externos. No início da gestação, qualquer interferência externa pode trazer problemas sérios na formação. Há um pico de velocidade de ganho ponderal (peso) por volta da 32ª semana, seguido de desaceleração. O pico de crescimento na vida extrauterina ocorre no 1º ano de vida. Na puberdade ocorre o Estirão Puberal – há um aumento grande na altura. - FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO INTRAUTERINO: ▪ Tabagismo ▪ Alcoolismo ▪ Drogas ilícitas ▪ Medicações contraindicadas na gestação ▪ Hipertensão ▪ Diabetes Gestacional ▪ Estado nutricional materno ▪ Idade materna – idades avançadas ou muito jovem (abaixo de 18 anos) ▪ Gestação múltipla – precisa distribuir nutrientes para dois bebês ▪ Anomalias congênitas ▪ DST’s ▪ Infecções congênitas Situações em que uma mãe diabética não tem um bebê muito grande, normalmente estão relacionadas quando há comprometimento da circulação placentária e a criança não consegue crescer. Déficits consequentes de desnutrição nos dois primeiros anos de vida são REVERSÍVEIS. Se passar de 2 anos, não tem muito mais o que fazer para reverter. Alvo genético: Pode ou não ser atingido – depende da interação entre os fatores externos e o potencial genético. Consegue fazer uma previsão de estatura da criança baseada na altura dos pais. Se os pais são baixos, a criança não vai crescer muito. - AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO: ▪ Medidas antropométricas – peso, estatura, IMC, percentis ▪ Curvas da OMS de idade e sexo por: o Perímetro cefálico – 0-2 anos o Peso – 0-2, 2-5, 5-10 anos Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 2 o Estatura – 0-5, 5-19 anos ou por peso o IMC – 0-5, 5-19 anos - ANÁLISE DO PESO: A analise do peso de criança até 2 anos deve ser feita na balança de mesa, deitado. Após 2 anos faz na balança em pé. Gráfico de peso X Idade – esse gráfico é de acordo com o sexo. Podem ser utilizados dois tipos de gráfico – p (percentil) ou Z (desvio padrão – o mais utilizado) ▪ Peso elevado para idade: > p97 ou > Z +2 ▪ Peso adequado para a idade: 3 ≤ p ≤ 97 ou -2 ≤ Z ≤ +2 ▪ Baixo peso para a idade: 0,1 ≤ p < 3 ou -3 ≤ Z < - 2 ▪ Muito baixo peso para a idade: p < 0,1 ou Z < -3 No gráfico acima: Gráfico destinado às meninas – do nascimento aos 5 anos. Escore Z. Ex.: criança de dois anos de idade, com 12 kg. Faz a interseção das duas retas e acha o ponto em comum. O ponto em comum que será o percentil da criança ou o Z escore (desvio padrão). No caso acima, a criança está dentro do esperado para a idade e peso dela. A linha verde corresponde à média de todas as crianças estudadas. Abaixo da ultima linha de baixo e acima da ultima linha de cima está errado, não é ideal. A linha rosa é de alerta. No gráfico acima: Gráfico destinado aos meninos de 5 aos 10 anos de idade. Escore Z. No exemplo acima o menino tinha 7 anos e pesou 40kg. Ele está muito acima da ultima linha e ele está com peso elevado para a idade. - ANÁLISE DO COMPRIMENTO E ESTATURA: Criança com até dois anos se mede deitada, é o valor de COMPRIMENTO. Sempre que a criança é medida deitada é comprimento. Depois que a criança é medida em pé, se fala que é ALTURA/ESTATURA. ▪ Comprimento adequado para a idade: ≥ p3 ou Z ≥ -2 ▪ Comprimento baixo para a idade: 0,1 ≤ p ≤ 3 ou – 2 ≤ Z ≤ + 2 ▪ Comprimento muito baixo para a idade: 0,1 < p ou Z < -3 Estatura elevada não tem tanta importância clínica no acompanhamento de rotina. Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 3 No gráfico acima: Estatura de meninas dos 5 aos 19 anos. Escore Z. No gráfico acima: Comprimento/estatura por idade de meninos, do nascimento aos 5 anos. Escore Z. - ANÁLISE DO IMC: No IMC que vai ver se a criança está obesa ou não. ▪ Obesidade grave (> 5 anos) / obesidade (< 5 anos): p > 99,9 e Z > +3 ▪ Obesidade (> 5 anos) / sobrepeso (< 5 anos): 97 < p < 99,9 e +2 < Z < +3 ▪ Sobrepeso (> 5 anos) / risco de sobrepeso (< 5 anos): 85 < p < 97 e +1 < Z < +2 ▪ IMC adequado: 3 ≤ p ≤ 85 e -2 < Z < +1 ▪ Magreza: 0,1 ≤ Z < 3 e -3 ≤ Z < -2 ▪ Magreza acentuada: p < 0,1 e Z < -3 Se está acima de 5 anos ou abaixo de 5 anos muda a análise. Pode acontecer que na criança acima de 5 anos seja obesa grave, mas abaixo de 5 anos no gráfico corresponde a ela não existe essa classificação de obesidade grave, somente obesa. “O IMC já foi validado em crianças como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, apresentando estreita correlação com outros parâmetros que avaliam a porcentagem de gordura corpórea, como as pregas cutâneas, a densitometria e a bioimpedância eletromagnética.” - PERÍMETRO CEFÁLICO – MEDIDA E AVALIAÇÃO: Não pode faltar em uma consulta de puericultura o peso, altura e perímetro cefálico, sempre, nos primeiros anos. Como medir: com auxílio de fita métrica inextensível, medir a circunferência que passa pela glabela (bordas supraorbitárias) e o ponto mais saliente do osso occipital. O valor achado coloca na curva no gráfico a avalia. Precisa saber se é macrocefálico, se é microcefálico ou se é normal. Microcefalia não é necessariamente patológica, pode ser simplesmente um achado do exame físico. ▪ Medir a cada consulta durante o 1º ano de vida. ▪ Observar a cabeça dos pais Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 4 Peso para a idade é somente de 0 a 5 anos. Crianças de 5 a 10 anos não se usa peso para a idade, única coisa que utiliza é o IMC e estatura. Adolescente também somente IMC e Estatura para a idade. No quadro acima: um resumo do percentil e Z escore tudo e qual a interpretação do que foi visto. O que mais muda é o peso. O crescimento da criança sempre deve ser uma linha ASCENDENTE, nunca pode desacelerar e não pode estabilizar. Se isso ocorre a criança tem algum problema para ser investigado. Devido a isso, uma medida isolada não consegue se fazer uma análisedo desenvolvimento da criança. - AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO: ▪ Uma medida isolada tem pouco valor ▪ Observar as curvas (deve estar sempre ascendente) ▪ Calcular a velocidade de crescimento ▪ Avaliar antropometria dos pais – vê se os pais são altos ou baixos ▪ Lembrar de calcular a idade corrigida de crianças prematuras – ex.: criança nasceu com 40 semanas e passaram 2 meses, essa criança terá 2 meses. Já uma criança que nasceu com 34 semanas e passaram dois meses, essa criança terá 2 meses de idade cronológica, entretanto ela nasceu 6 semanas adiantada, então ela pode desenvolver mais devagar. Neste caso essa criança deve descontar essas 6 semanas que ela deveria ter ficado antes de nascer. Em dois meses tem 8 semanas, portanto essa criança tem 2 semanas de vida (idade corrigida). Parâmetro para correção sempre será 40 semanas. ▪ Calcular estatura alvo No gráfico acima: A linha verde está sempre ascendente, é o ideal e adequado. A linha amarela estava ascendente e depois declinou e foi caindo, é inadequado. E o vermelho começou ascendente e depois ficou linear, também sendo inadequado. - CRESCIMENTO DO PERÍMETRO CEFÁLICO: Tem uma previsão de como essas crianças evoluem: ▪ 1º trimestre: ganho de 2 cm/mês ▪ 2º trimestre: ganho de 1 cm/mês ▪ 2º semestre: ganho de ,5 cm/mês Ex.: Se uma criança no primeiro trimestre cresceu 6 cm por mês tem algo errado, como uma hidrocefalia, tumor. Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 5 - PERÍMETROS CEFÁLICO, TORÁCICO E ABDOMINAL: O perímetro abdominal acaba que não é muito utilizado. Cefálico e torácico são os mais importantes. Existe uma relação de como esses perímetros se comportam em relação ao outro. Perímetro Cefálico = PC Perímetro Torácico = PT Perímetro Abdominal = PA ▪ Até 6 meses: PC maior que PT; a seguir, PT levemente maior que PC ▪ De 6 meses a 2 anos: PT = PC = PA (aprox.); em seguida passa a predominar o PT ▪ PA tem validade questionável (muito variável) ▪ PT/PC = 1 – Eutrofia (normal – nutrição de boa qualidade) ▪ PT/PC < 1 – Indicativo de desnutrição energético- proteica Essa razão entre PT e PC somente é feita até 2 anos. - GANHO PONDERAL: ▪ 1º trimestre: 700 g/mês – 25 a 30 g/dia ▪ 2º trimestre: 600 g/mês – 20 g/dia ▪ 3º trimestre: 500 g/mês – 15 g/dia ▪ 4º trimestre: 300 g/mês – 10 g/dia Na prática acaba utilizando g/dia. No início da vida o bebê ganha muito mais e vai diminuindo. Importante: tranquilizar a mãe quanto ao decréscimo na velocidade de ganho de peso, pelo risco de abandono do aleitamento materno. O leite materno pode variar a composição de acordo com o tempo de nascimento da criança, se é prematura ou termo, horário do dia, varia durante a mamada. O leito do início é o que “mata a sede” e o leite mais do final é o que tem mais gordura e faz a criança ganhar peso. Deve amamentar no mesmo peito até esvaziar para conseguir ingerir a gordura e ganhar peso. Se o bebê com dois meses está ganhando somente 10g por dia, deve investigar que provavelmente pode ser na amamentação. - CÁLCULO DO GANHO PONDERAL DIÁRIO: ▪ Em g/dia: (peso atual em g – peso anterior em g) ÷ tempo em dias Ex.: Peso atual 3kg, peso na consulta do mês anterior 2,500kg 3 kg – 2,5 kg = 500g/30 dias = 16,66 g/dia. ▪ Estimativa do peso pela idade (somente feito de 3 a 12 meses): (idade em meses + 9) ÷ 2 Ex.: 6 meses + 9 = 15/2 = 7,5 kg - CRESCIMENTO LINEAR – COMPRIMENTO/ESTATURA: ▪ Do nascimento até os 3 meses de vida: aumento de 3,5 cm/mês ▪ 4 a 6 meses: aumento de 2 cm/mês ▪ 7 a 9 meses: aumento de 1,5 cm/mês ▪ 10 a 12 meses: aumento de 1,2 cm/mês ▪ No fim do 1º ano de vida: o lactente deverá ter aumentado 50% da estatura de nascimento Ex.: se o bebê nasceu com 40 cm, com um ano ele deve estar com 60 cm (40+20). Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 6 - MÉDIA DE CRESCIMENTO POR FAIXA ETÁRIA: ▪ Nascimento – 1 ano = 25 cm/ano ▪ 1 ano – 3 anos de idade = 12,5 cm/ano ▪ 3 anos – puberdade = 5 a 7 cm/ano (meninas = 8 a 10 cm ao ano; meninos = 10 a 12 cm ao ano) Com 4 anos: 2x tamanho do nascimento Com 12 anos: 3x tamanho do nascimento Com 2 meses fetal a cabeça representa 50% e com 5 meses fetal a cabeça representa 25%. - OUTROS FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO EXTRAUTERINO: ▪ Nutrição ▪ Doenças crônicas ▪ Prática de exercícios ▪ Sono ▪ Saúde emocional ▪ Restrição do crescimento intrauterino ▪ Crianças pequenas para a idade gestacional (pretermo AIG tem melhor desfecho que termo PIG) – PIG cresce menos que AIG ▪ Higiene ▪ Infecções - ESTIRÃO PUBERAL: ▪ Sexo Feminino o Aceleração nas fases iniciais da puberdade (Tanner 2 e 3 para mamas e pelos) o Precede a menarca o Desaceleração do crescimento no estágio 4 de Tanner (próximo à menarca) – por volta de 15 anos Menarca será a última coisa que ocorre no estirão puberal da menina. O inicio das mamas ocorre antes da menarca. Depois da menarca a menina ainda cresce no máximo mais 2 anos. ▪ Sexo Masculino o Aceleração nos estágios 3 e 4 de genitais o Velocidade de crescimento maior do que no sexo feminino o Velocidade máxima do crescimento no estágio 5 de Tanner – por volta de 17-18 anos As meninas entram antes que os meninos na puberdade, param antes e em uma menor velocidade. Meninos começam depois, e tem uma velocidade mais rápida. Meninos crescem no máximo ate 18 anos e meninas crescem até 15 anos (dependendo da menarca). Avalia se a criança entrou na puberdade comprando as fotos que são parâmetros. Na imagem acima: Estadiamento Puberal de Tanner no menino. G – genitária. P – pelificação. Criança que é G1 é pré púbere e não tem pelo. G2 tem aumento do testículo com aumento do saco escrotal (>4cm3), é o primeiro sinal de puberdade. Tem uma pelugem. G3 testículo aumenta ainda mais e o pênis aumenta em comprimento (pênis primeiro aumenta em comprimento e depois em diâmetro). Aumento dos pelos, mas ainda não é igual de adulto. G4 há um aumento a mais do pênis, aumento da espessura. Pelificação com aspecto de adulto, mas somente na região da virilha. G5 já é adulto. Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 7 Na imagem acima: Estadiamento Puberal de Tanner nas meninas. M – mama. P – pelificação. M2 – é o primeiro sinal de puberdade que é o inicio do crescimento das mamas. Pouca glândula debaixo da aureola, delimitado na aureola. M3 – começa a ter pouca glândula fora da aureola. M4 – já tem um contorno mais definido e mais volume. O mamilo ainda é mais destacado em relação à mama (é mais alto). M5 – mama adulta. Mama maior e pendente. Em relação ao pelo, começa um pelo mais penugem e começa a ficar mais evidente. - DADOS BRASILEIROS (2006): ▪ Prevalência de baixa estatura: 7% o Maior frequência de baixa estatura: região Norte (15%) o Pouca variação entre as demais regiões em relação a baixa estatura (SE, CO e NE – 6% / S – 8%) ▪ Déficit de peso em relação à altura (desnutrição aguda): 1,5% em menores de 5 anos; não ultrapassou 2% em nenhuma região do país ou estrato social da população ▪ Interpretação: existe um equilíbrio adequado entre acúmulo de massa corporal e crescimento linear das crianças (controle da desnutrição aguda?) ▪ Excesso de peso em relação à altura: 7% das crianças brasileiras < 5 anos (6% na região Norte a 9% na região Sul) No Brasil hoje tem mais crianças ficando gordas do que desnutridas. - BAIXA ESTATURA: Avaliar a baixa estatura é mais importante do que alta estatura. Sempre importanteavaliar a criança que não está crescendo direito. Entretanto existe uma ampla variação dentro da normalidade e que não tem alguma patologia. Cuidado com a comparação com outras crianças Casos verdadeiros: tratamento importante para evitar repercussões psicológicas e sociais DEFINIÇÃO DE BAIXA ESTATURA: estatura abaixo do p3 ou do Z-2 na curva de estatura x idade Se paciente > 1 desvio-padrão abaixo do esperado em relação à estatura dos pais – ESTATURA INADEQUADA Diagnóstico de Baixa Estatura – pelo gráfico A maioria dos casos de baixa estatura representa uma variação da normalidade. Anamnese – sempre perguntar - ANAMNESE: ▪ Desde quando a criança é pequena (ou teve seu crescimento desacelerado)? – pode ser PIG desde que nasceu ou nasceu normal e passou a ser pequena ▪ História de traumatismo cranioencefálico ▪ História de infecção do sistema nervoso central (ex.: meningite) ▪ Ocorrência de desmaios Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 8 ▪ Presença de alteração do desenvolvimento neuropsicomotor ▪ História de consanguinidade – pensando em síndromes genéticas ▪ Uso de medicações – corticoide atrasa o crescimento da criança por fechar prematuramente as epífises de crescimento ▪ Idade da mernarca materna (mais importante em meninas) ▪ História do estirão puberal paterno (mais importante para meninos) ▪ Peso/estatura /idade gestacional no nascimento ▪ Estatura familiar para cálculo da estatura alvo - ESTATURA ALVO: O número que obtém no resultado é uma média. ▪ Meninas Altura da mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) – 13) 2 ± 5 cm Ex.: 160 + (180 – 13) = 327 / 2 = 163,5 ± 5 cm A média de altura dessa menina será 1,63 com uma margem de erro de mais ou menos 5, podendo variar entre 1,58 a 1,68. Se ela medir 1,59, estará dentro do padrão da família. ▪ Meninos Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) + 13) 2 ± 5 cm Ex.: 160 + (180+13) / 2 = 176,5 ± 5 cm A média de altura desse menino será 1,76 com uma margem de erro de mais ou menos 5, podendo variar entre 1,71 a 1,81. 2 ± 5 cm – é uma margem de erro (desvio padrão) de mais ou menos 5. - VELOCIDADE DE CRESCIMENTO: É o quanto uma criança cresce em determinado período (cm/ano). O cálculo da velocidade de crescimento é efetuado com duas medidas Não é necessário esperar o ano todo passar para calcular a velocidade de crescimento, precisa de no mínimo 4 a 6 meses para fazer o cálculo. Ex.: crescer 2,5 cm em quatro meses equivale dizer que a criança vai crescer 7,5 cm ao ano, caso o ritmo de crescimento seja mantido. 4 meses x 3 = 12 meses (1 ano) 2,5 cm X 3 = 7,5 cm no ano 6 meses x 2 = 12 meses 3 cm x 2 = 6 cm em 1 ano - SITUAÇÕES EM BAIXA ESTATURA: Acentuada diminuição da Velocidade de Crescimento ou afastamento progressivo da altura na curva de referência: provavelmente há doença de base. Crescimento paralelo e próximo à linha inferior da curva, sempre ascendente, com boa VC: variação da normalidade. Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 9 - IDADE ÓSSEA: Avalia para ver o quanto a criança ainda pode crescer. Uma criança que tem 5 anos e tem idade óssea de 7, significa que ela está atrasada e vai crescer menos. Não é bom ter idade óssea acima da idade cronológica. Igual é OK. Se a idade óssea é menor do que a idade cronológica, ainda tem um espaço para crescimento. Neste caso é uma criança que pode ser utilizada hormônio GH, por exemplo. ▪ RX de mão e punho esquerdos ▪ Avalia quanto tempo resta para crescimento, compara o raio X da criança com as fotos do atlas ▪ Aos 18 anos: fechamento das epífises, término do crescimento ▪ Atlas de Greulich e Pyle Nas menores idades terão muito mais espaços pretos do que mais velhos, o que significa que mais cedo tem mais cartilagens. A primeira imagem é uma criança de 8 meses. Fatores que alteram a Idade Óssea – ACELERAM: ▪ Fatores genéticos são importantíssimos na determinação do potencial de estatura final (cerca de 80% da estatura é definida pela altura dos pais) – criança que cresce pouco, ossifica mais rápido. ▪ Alterações hormonais o Obesidade o Puberdade precoce o Hiperplasia adrenal congênita o Hipertireoidismo Fatores que alteram a Idade Óssea – DESACELERAM: ▪ Alterações hormonais o Deficiência de hormônio de crescimento o Hipotireoidismo o Atraso puberal o Uso crônico de glicocorticoides Em algumas situações é possível evitar e mexer, como o uso de medicamentos (corticoide). A definição da idade óssea é importante no acompanhamento de distúrbios do crescimento - VARIAÇÕES NORMAIS DO CRESCIMENTO: ▪ 80% das crianças cujo crescimento segue um canal abaixo do limite inferior da normalidade não apresentam doença o Padrão de crescimento variantes do normal, com Velocidade de Crescimento normal ▪ Baixa estatura familiar e (genética) e atraso constitucional do crescimento - BAIXA ESTATURA FAMILIAR: Criança estará abaixo, mas sempre paralela à curva. ▪ Baixa estatura (BE) ▪ Velocidade de Crescimento normal ▪ Idade óssea (IO) compatível com a idade cronológica (IC) ▪ Desenvolvimento puberal normal – não pode ter problema hormonal ▪ Padrão familiar de baixa estatura na maioria das vezes ▪ Altura da criança é compatível com a altura dos pais ▪ Atenção: se estatura < 2,5 DP, mesmo com história familiar de BE, cabe investigação inicial para outras causas de BE Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 10 - RETARDO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO: Crescimento sempre abaixo do P3, mas sempre subindo. Quando chega mais para frente ele fica acima do P3 e não é mais considerado baixa estatura. Geralmente essa criança tem uma puberdade mais atrasada e por isso consegue crescer mais. ▪ Crescimento lento ▪ Padrão variante do normal ▪ Idade óssea atrasada em relação à idade cronológica ▪ Canal de crescimento paralelo à curva ▪ Maturação sexual mais tardia ▪ Período de crescimento mais longo ▪ Estatura final pode ser normal ▪ Nascem com estatura normal, desaceleram por volta do 3º a 9º mês, e depois voltam a crescer com velocidade de crescimento normal ▪ Após início do desenvolvimento puberal, velocidade de crescimento aumenta – provável recuperação da curva ▪ Pode associar-se ao retardo constitucional da puberdade “Catch-up” é o fenômeno que descreve o aumento da velocidade no processo de recuperação do crescimento dos RN que sofreram algum tipo de restrição do crescimento intrauterino (RCIU). - BAIXA ESTATURA PATOLÓGICA: ▪ Velocidade de crescimento anormal ▪ Desnutrição crônica ▪ Retardo do crescimento intrauterino ▪ PIG ▪ Más condições do ambiente físico ▪ Carência psicossocial ▪ Exposição solar – absorção de vitamina D ▪ Doenças crônicas – ex.: lúpus ▪ Deficiência de GH e outras endocrinopatias (ex.: hipotireoidismo)
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