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1 DA DESCOBERTA A INDEPENDENCIA

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HISTÓRIA
HISTÓRIA DO BRASIL: DA DESCOBERTA À INDEPENDÊNCIA
Livro Eletrônico
PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro
VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes
ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho
SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo
ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima
REVISOR(A): Nathielen Fernandes
DIAGRAMADOR: Charles Maia
CAPA: Washington Nunes Chaves
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autorais e do editor.
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HISTÓRIA DO BRASIL
História do Brasil: Da descoberta à Independência
Prof. Daniel Vasconcellos
História do Brasil: da Descoberta à Independência ..........................................5
1. A Expansão Ultramarina Europeia dos Séculos XV e XVI ...............................5
O Pioneirismo Português ..............................................................................7
2. O Sistema Colonial Português na América ..................................................9
2.1. Estrutura Político-Administrativa e Estrutura Socioeconômica .....................9
2.1.1. Capitanias Hereditárias ....................................................................11
2.1.2. Governo Geral ................................................................................14
2.1.3. A Lavoura Açucareira .......................................................................15
2.1.4. Sociedade Açucareira .......................................................................16
2.1.5. Mão de Obra Escrava .......................................................................18
2.1.6. Instituições Eclesiásticas ..................................................................20
2.1.7. A Sociedade Mineradora ...................................................................23
2.1.8. A Arte Barroca ................................................................................25
2.2. Invasões Estrangeiras .........................................................................28
2.2.1. Invasões Francesas .........................................................................29
2.2.2. Invasões Holandesas .......................................................................30
2.3. Expansão Territorial: Interiorização e Formação das Fronteiras ................33
Entradas e Bandeiras ................................................................................36
2.4. As Reformas Pombalinas .....................................................................39
2.5. Rebeliões Coloniais .............................................................................42
2.5.1. Revolta dos Beckman (1684) ............................................................44
2.5.2. A Guerra dos Emboabas (1708 e 1709) ..............................................45
2.5.3. A Revolta de Felipe dos Santos (1720) ..............................................46
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2.5.4. A Guerra dos Mascates (1710 e 1711) ................................................48
2.6. Movimentos e Tentativas Emancipacionistas. ..........................................49
2.6.1. Inconfidência Mineira (1789) .............................................................49
2.6.2. Conjuração Baiana (1798) ................................................................52
2.6.3. Insurreição Pernambucana de 1817 ...................................................54
3. O Período Joanino e a Independência .......................................................57
3.1. A Presença Britânica no Brasil, a Transferência da Corte, os Tratados e as 
Principais Medidas de D. João VI no Brasil ....................................................57
3.2. A Política Joanina e os Partidos Políticos ................................................61
3.3. As Revoltas, Conspirações e Revoluções ...............................................63
3.4. A Emancipação e os Conflitos Sociais ....................................................67
Resumo ...................................................................................................69
Questões de Concurso ...............................................................................77
Gabarito ..................................................................................................96
Gabarito Comentado .................................................................................97
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Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Fa-
culdade Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos 
de Minas – UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência 
nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no 
ensino médio, superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como 
professor concursado da Secretária de Estado da Educação do Distrito Federal.
1. A Expansão Ultramarina Europeia dos Séculos XV e XVI
Meu(minha) querido(a), a expansão marítima europeia foi um fenômeno com-
preendido entre os séculos XV e XVIII, em que algumas nações europeias partiram 
para explorar o oceano.
Foram essas viagens que iniciaram a Revolução Comercial, promovendo o con-
tato de diferentes culturas, a exploração de novos recursos e o primeiro processo 
de “globalização” econômica.
A necessidade de o europeu lançar-se ao mar resultou de uma série de fatores 
sociais, políticos, econômicos e tecnológicos. Veja:
• centralização política: a substituição de feudos por um Estado Centralizado, 
com governo e fronteiras definidas, reuniu riquezas para financiar a navegação; 
• o Renascimento permitiu o surgimento de novas ideias e uma evolução téc-
nica de navegação; 
• objetivo da elite da Europa Ocidental em romper o monopólio árabe-italiano 
sobre as mercadorias orientais, que vinham pela rota do Mediterrâneo;
• a busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a 
crise agrícola do século XIV; 
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• expansão da fé: Portugal e Espanha buscaram expandir a fé católica diante 
das reformas protestantes que diminuíram a influência da Igreja de Roma. 
Outros Estados, como a Holanda, buscaram conquistar novos fiéis para sua 
religião calvinista, de origem protestante.
Como resultado, as nações europeias se organizaram e traçaram sua estratégia 
buscando:
• metais precisos; 
• novos mercados fornecedores de especiarias (noz moscada, cravo, pimen-
ta...) e outros produtos de interesse europeu; 
• terras, tendo em vista que as terras europeias já estavam distribuídas e a 
nobreza crescia, necessitava-se de mais áreas de exploração; 
• fiéis.
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O Pioneirismo Português
Caro(a) aluno(a), Portugal foi o primeiro Estado-nação centralizado em 1139, 
sob a coroa de Dom Afonso I. Isso foi de fundamental importância para otimizar 
o recolhimento de impostos e organizar a economia. Com o acúmulo de riqueza, 
Portugal direcionou seus recursos para a expansão marítima. Assim, criou a Escola 
de Sagres, um centro de estudos náuticos onde foram desenvolvidas nova tecno-
logias de navegação. Entre os instrumentos utilizados, podemos listar a bússola, o 
astrolábio e o quadrante:
Além disso, a posição geográfica portuguesa, com sua costa voltada para o 
Atlântico, era um convite ao desconhecido: quais os destinos e as rotas possíveis? 
E, se os encontrarem, quais as possibilidades de lucro?
Buscando uma nova rota para a Índia, as navegações portuguesas buscaram 
contornar a África e acabaram criando fortes, feitorias e portos para estabelecer 
comércio.
Em 1431, os navegadores portugueses chegavam às Ilhas dos Açores e, mais 
tarde, ocupariam a Madeira e Cabo Verde. O Cabo do Bojador foi atingido em 
1434, em uma expedição comandada por Gil Eanes. O comércio de escravos africanos 
já era uma realidade em 1460, com retirada de pessoas do Senegal até Serra Leoa.
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Em 1488, os portugueses chegaram ao Cabo da Boa Esperança sob o coman-
do de Bartolomeu Dias (1450-1500). Para as pretensões portuguesas, essa foi 
uma conquista significativa, pois encontrou-se uma rota para o Oceano Índico em 
alternativa ao Mar Mediterrâneo.
Entre 1498, foi a vez de Vasco da Gama (1469-1524) chegar a Calicute, nas 
Índias, e estabelecer uma nova rota de comércio com as Índias.
Pedro Álvares Cabral (1467-1520), se afastando da costa da África a fim de 
confirmar se havia terras por ali, chegou à região onde seria o Brasil, em 1500.
Questão 1 (ESA/2005) A expansão marítima e comercial empreendida pelos por-
tugueses nos séculos XV e XVI está ligada:
a) aos interesses mercantis voltados para as “especiarias” do Oriente, responsá-
veis inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ain-
da no século XV;
b) à tradição marítima lusitana, direcionada para o “mar Oceano” (Atlântico) em 
busca de ilhas fabulosas e grandes tesouros;
c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, 
que previam poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente;
d) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulma-
nos, permitiram avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias;
e) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral 
africano, mas sempre em busca da “passagem” que levaria às Índias.
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Letra e.
O processo de expansão marítima portuguesa estava ligado à necessidade de en-
contrar uma nova rota comercial para as Índias. Desse modo, dentro da lógica 
mercantil, foram estabelecendo feitorias, portos e fortes ao longo da costa africana, 
realizando negócios enquanto se dirigiam para o oriente. 
2. O Sistema Colonial Português na América
2.1. Estrutura Político-Administrativa e Estrutura 
Socioeconômica
Querido(a) aluno(a), os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, no entanto, 
não ocuparam o território de imediato. Daí a nomenclatura Pré-colonial para nos 
referirmos aos trinta anos que se seguem. Gonçalo Coelho comandou as primeiras 
expedições exploratórias, em 1501-1502 e 1503-1504.
Portanto, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se limitou a feitorias: uma 
mistura de forte para defesa do território e armazém. Mas por que isso? A resposta 
fica mais interessante e compreensível quando feita em partes:
a) Por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira 
entre os anos de 1500 e 1530?
• Porque não encontraram metais preciosos em expedições.
• Porque o comércio com as Índias era suficientemente lucrativo.
• Porque em 1500 a única nação que detinha tecnologia naval para tomar a 
colônia brasileira de Portugal era a Espanha, que celebrou o Tratado de Tor-
desilhas com Portugal. 
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b) Por que a Coroa Portuguesa decidiu passar a explorar a colônia bra-
sileira a partir dos anos de 1530?
• Porque tiveram notícias da descoberta de ouro e prata na América Espanhola.
• Porque o comércio com as Índias entrou em crise.
• Porque países como França, Inglaterra, Holanda e Bélgica desenvolveram 
suas frotas marítimas e passaram a representar uma grande ameaça ao con-
trole português sobre a colônia.
Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebra-
do entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as terras 
do globo, “descobertas e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa. 
Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda não 
havíamos passado pela Revolução Industrial, não existiam corantes sintéticos. O 
pau-brasil foi muito utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões para explora-
ção eram dadas pela Coroa e chamadas de estanco. 
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Para cortar a madeira e levar aos navios, era necessária uma grande quantidade de 
mão de obra. A modalidade de exploração da mão de obra indígena recebeu o nome 
de escambo: troca de presentes, de artefatos e animais que não existiam aqui pelo 
trabalho dos índios. Não escravizaram os índios. A Coroa Portuguesa seguia a risca o 
ordenamento da igreja em não escravizar os nativos, considerados almas puras do 
paraíso. O navegante português Cristóvão Jacques comandou as expedições guarda-
-costas, realizadas entre os anos 1516 e 1520, visando à defesa do litoral da Colônia.
Para se situar, antes de darmos sequência, entendo ser necessário fazer um pe-
queno apontamento sobre o entendimento do que são os “Ciclos Econômicos da 
História do Brasil”. Isso é importante para que você consiga relacionar a atividade 
econômica do período com os eventos sociais e políticos que se sucedem a longo do 
curso. Esse esquema é de grande utilidade na resolução de questões sobre conflitos 
na Colônia, principalmente as relacionadas ao ciclo do açúcar.
2.1.1. Capitanias Hereditárias
Querido(a) aluno(a), a Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasi-
leira e decidiu povoá-la, explorá-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir 
que outras nações tomassem esse território. Assim, Martin Afonso de Souza co-
mandou a primeira expedição colonizadora do Brasil e fundou a Vila de São Vicente 
em 1532.
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O problema é que a Coroa Portuguesa não tinha recursos financeiros para pro-
mover essa empreitada. Eis, então, a solução proposta: terceirizar a tarefa da co-
lonização, entregando lotes de terras a fidalgos (nobres portugueses). Nasceram, 
assim, as Capitanias Hereditárias.
Observe:
 
IBGE, 2018.
As Capitanias Hereditárias foram faixas de terra que partiam do litoral para o 
interior até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze 
Capitanias que eram entregues para usufruto do donatário. É importante desta-
car que o donatário não era dono da terra, ele possuía o direito de explorá-la, 
direito esse estendido a seus descendentes.
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No campo jurídico, existiam dois documentos para regulamentar as relações 
entre a Coroa Portuguesa e os donatários:
• Carta de Doação: documento que dava ao donatário o direito de exploração 
da terra e repassar esse direito a seus descendentes. Também autorizava o 
donatário a construir vilas e engenhos com o objetivo de povoar; e
• Carta Foral: documento que regulamentava os tributos e a divisão dos lu-
cros da capitania entre a Coroa e os donatários.
O sistema de Capitanias era extremamente vantajoso para a Coroa Portuguesa, 
pois transferia a responsabilidade da empresa de colonização para os fidalgos. En-
tretanto, os donatários passaram por grandes dificuldades: desenvolver a colônia 
com poucos recursos financeiros, a distância em relação à metrópole (Portugal) e 
os constantes conflitos com os nativos.
Diante dessas dificuldades, a maioria das capitanias não conseguiu vingar, de-
senvolver sua economia e gerar tributos para a Coroa. As únicas exceções foram a 
Capitania de Pernambuco e a Capitania de São Vicente.
Por que a Capitania de Pernambuco prosperou?
A terra fértil possibilitou o cultivo da cana-de-açúcar e a construção de engenhos. 
Além disso, a distância em relação a Portugal era menor se comparada as outras 
capitanias.
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2.1.2. Governo Geral
Com o fracasso das Capitanias Hereditárias, em função da falta de recursos dos 
donatários para a empreender a colonização, a Coroa Portuguesa optou por mo-
dificar a estrutura de organização política da Colônia. Nascia, assim, o Governo 
Geral.
O Governo Geral representou uma medida político-administrativa adotada pela 
Coroa Portuguesa (Rei Dom João III), em 1548, a fim de centralizar, administrar, 
restabelecer o poder e reforçar a colonização no período do Brasil Colônia, após o 
fracasso das capitanias hereditárias. Tomé de Souza foi o primeiro governador-ge-
ral do Brasil, chegando a Salvador em 1549. 
O Governo Geral era comandado pelo governador-geral, que detinha grande au-
toridade, possibilitando a criação de novos cargos políticos com o intuito de dividir 
as diversas tarefas: ouvidor-mor (assuntos judiciais), provedor-mor (questões 
financeiras), alcaide-mor (funções de organização, administração e defesa mili-
tar) e capitão-mor (questões jurídicas e de defesa).
O governador-geral, indicado pelo rei, seria responsável pelo desenvolvimen-
to econômico da colônia, desde criação de engenhos, administração e proteção de 
terras, até inserção dos indígenas na população etc.
Os três primeiros governadores-gerais que administraram o Brasil Colônia fo-
ram: Tomé de Souza (1549 a 1553), seguido de Duarte da Costa (1553 a 1558) 
e Mem de Sá (1558 e 1572). A administração de Tomé de Sousa iniciou o processo 
de restabelecimento da Coroa Portuguesa nas terras brasileiras. Por conseguinte, 
Duarte da Costa entrou em diversos conflitos com os indígenas. Dessa forma, Mem 
de Sá, aproveitou para se aproximar dos índios e utilizá-los como força para com-
bater os franceses invasores.
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Embora Portugal tenha dividido o país em dois polos após a morte de Mem de 
Sá (em 1572), do qual a sede do norte era em Salvador e a sede do sul, no Rio de 
Janeiro, o Governo Geral foi extinto em 1808, com a chegada da Família Real ao 
Brasil. Observe que o sistema de Governo Geral auxiliou na consolidação da domi-
nação portuguesa no Brasil.
2.1.3. A Lavoura Açucareira
O grande centro econômico da colônia portuguesa nos primeiros sécu-
los da colonização foi, sem sombras de dúvidas, Pernambuco. Tanto o foi, 
que a capital administrativa da Colônia passou a ser Salvador, pela proximidade 
de Pernambuco. Para se ter uma ideia, quando a economia açucareiraentrou em 
decadência e surgiu a economia mineradora na região de Minas Gerais, a capital 
administrativa da Colônia passou a ser o Rio de Janeiro.
Mas por que o açúcar foi a atividade escolhida pelos portugueses?
• O preço do açúcar na Europa estava elevado;
• os portugueses já tinham a experiência da atividade na Ásia;
• o clima e a terra fértil (solo de massapê) eram propícios.
Unidade produtora:
• Casa Grande: residência do Senhor de Engenho e seus familiares.
• Senzala: onde viviam os escravizados. 
• Capela: demonstra a importância e a influência da igreja católica no processo 
de colonização.
• Canavial: latifúndio.
• Engenho: casa de moagem, casa de fervura, casa de purgar.
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As bases da produção açucareira foram a monocultura, a escravidão, a ex-
portação e o latifúndio. 
Você, meu(minha) querido(a), não vai se esquecer do 
MEL da economia açucareira. Não se esqueça dessa 
dica! Será valioso saber dessas características na hora 
de gabaritar a questão.
Sistema de plantation da economia açucareira, (MEL):
• Monocultura: plantio de um único gênero agrícola;
• Escravidão: mão de obra utilizada;
• Exportação: toda a produção visava ao mercado externo;
• Latifúndio: grande propriedade permitindo vastas lavouras de cana-de-açúcar.
2.1.4. Sociedade Açucareira
Caro(a) aluno(a), a forma como a sociedade brasileira se organizou, se estrutu-
rou e criou relações entre os indivíduos é relacionada com a produção açucareira. 
Veja, o topo da pirâmide social usufruía da riqueza gerada enquanto os escravos 
eram responsáveis por toda a produção.
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Características da sociedade açucareira:
• patriarcal: é a figura do Senhor de Engenho, do pai, do homem que manda. 
É, assim, uma sociedade machista.
• Rural: diferentemente da sociedade mineradora, em que se formaram núcle-
os urbanos no entorno das minas.
• Estamental: não havia mobilidade social. O negro não conseguia abandonar 
sua situação de escravidão, a não ser que fugisse para um quilombo, como 
veremos mais adiante. Ele não sairia da base da pirâmide, não ascenderia. 
Algumas curiosidades ilustram bem como era o cotidiano do engenho de açú-
car. Vamos a elas.
Existiam muito mais escravos do que moradores da Casa Grande. Além do açú-
car, a cana também foi utilizada como matéria-prima para outros produtos. A ca-
chaça era um resíduo descartado da produção do açúcar e usada pelos escravos 
para preparar a carne do cachaço (macho) e da cachaça (fêmea), uma espécie de 
porco selvagem. Foi o porco que deu nome à bebida.
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Os senhores de engenho logo utilizaram da bebida para “acostumar” o escra-
vo ao trabalho na lavoura. Logo nas primeiras horas do dia, já serviam doses 
aos negros.
Não era raro que o senhor de engenho tivesse relações com suas escravas. Ape-
sar de ocorrerem muitos estupros, havia casos em que as escravas seduziam o 
senhor de engenho visando a um trabalho no interior da Casa Grande para 
fugir do sofrimento da lavoura. 
2.1.5. Mão de Obra Escrava
Querido(a), a escravidão não é uma invenção dos Portugueses e não foram eles 
os responsáveis por introduzir essa prática no continente africano. Os africanos 
de tribos inimigas capturavam negros para serem vendidos nas feitorias do litoral 
africano. Mas, antes de seguirmos, preciso atentá-lo(a) para uma característica 
fundamental das economias europeias que influenciou consideravelmente o tráfico 
de escravos. estamos falando do mercantilismo.
O mercantilismo é o conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas durante 
o Capitalismo Comercial (séculos XIV a XVIII). A base da atividade era a troca de 
mercadorias e o lucro era, não em dinheiro, mas em espécie.
Os portugueses realizavam o chamado comércio triangular: trocavam o açú-
car brasileiro por escravos africanos, traziam os escravos nos navios negreiros e 
trocavam por mais do açúcar brasileiro. Trocavam manufaturados europeus por 
escravos e pelo açúcar etc.
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Entre os povos africanos que foram trazidos, podemos citar os:
• bantos: mais ao sul do país, na mineração; e
• sudaneses: mais altos e fortes, foram usados nas lavouras de cana-de-açú-
car do nordeste brasileiro.
Essa migração, somada à existência de povos nativos e à chegada dos euro-
peus, fez com que a miscigenação se tornasse um traço evidente no nosso país. 
Recorde comigo a miscigenação básica da nossa cultura:
• mulato: resultado da mistura de brancos e africanos – na época colonial, 
quase sempre branco e negra –, vem de mula; 
• cafuzo ou carafuzo: é resultado da união entre negro e índio; 
• mameluco: mestiço de branco e índio.
Meu(minha) amigo(a), apenas uma parte da escravidão africana foi tratada nes-
sa aula, a que nos interessa nesse momento, como uma atividade econômica. Na 
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nossa segunda aula, voltaremos a tratar do assunto com maior foco na abolição da 
escravidão.
2.1.6. Instituições Eclesiásticas
Quando Pedro Álvares Cabral e seus tripulantes pisaram no Novo Mundo, a pri-
meira coisa que fizeram foi organizar uma missa. Isso tem um significado muito 
importante! Querido(a) amigo(a), havia uma estreita relação entre a Igreja e o Es-
tado Português. Para falar sobre essa relação, que causou impactos profundos na 
sociedade brasileira, precisamos chamar a atenção para o contexto internacional do 
século XVI. A Igreja Católica perdeu grande parte de seus fiéis, bem como terras, 
ante as Reformas Protestantes.
Tentei resumir ao máximo informações importantes parra a sequência de estu-
dos, de modo que você não perca o foco na História do Brasil. 
Reformas protestantes: conjunto de movimentos sociais de ruptura com o 
domínio da Igreja Católica Apostólica Romana. Podemos citar o Luteranismona 
Alemanha, o Anglicanismo na Inglaterra e o Calvinismo na Suíça e nos Países 
Baixos. 
Contrarreforma: foi um conjunto de medidas adotadas pela Igreja Católica 
para impedir o avanço das religiões protestantes. Ficou marcada pelo Concílio de 
Trento (1545-1563), uma série de sessões, reuniões que determinaram o futuro 
do catolicismo, rejeitando veementemente as doutrinas protestantes. Entre outras 
coisas, a Igreja acabou com a cobrança de indulgências (documentos que “salva-
vam” a alma dos pecadores) e a venda de relíquias. Além disso, criou uma lista de 
livros proibidos (Index) e reativou os Tribunais da Santa Inquisição. As disputas 
entre católicos e protestantes levaram à Guerra dos Trinta Anos, episódio de grande 
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derramamento de sangue, que só se encerrou em 1548, com o Tratado de Vestfa-
lia, demarcando as fronteiras entre as duas correntes cristãs.
Jesuítas: Ignácio de Loyola (1491-1556) criou a Companhia de Jesus – ir-
mandade que objetivava expandir e fortalecer o catolicismo e combater o protes-
tantismo. Autodenominavam-se Soldados de Cristo. A ordem jesuíta foi mui-
to importante para a reação católica, realizando grandes obras missionárias, não 
só nas Américas, como também no Oriente. Várias aldeias jesuítas foram criadas 
na região sertaneja, apoiadas pelos Colégios da Bahia e de Pernambuco. Nesses 
Colégios, ensinavam-se os membros da elite colonial, que, posteriormente, eram 
encaminhados à Europa para cursar Direito, Medicina ou Engenharia. Existem 
variados registros de aldeias Tapuias organizadas em “missões”. 
Missões eram povoados indígenas criados e administrados por padres jesuítas 
no Brasil Colônia, entre os séculos XVI e XVIII. O principal objetivo era catequizar 
os índios e, por isso, os padres os protegiam da escravização.
Muito bem, meu(minha) caro(a), contextualizado(a), podemos seguir.
A tarefa da colonização, como vimos, foi terceirizada por meio das Capitanias 
Hereditárias. Entretanto, no contexto da Contrarreforma, a Coroa Portuguesa 
se considerava protetora da fé católica e se associou à Igreja para levar o catoli-
cismo ao Novo Mundo e catequizar os nativos. Para tanto, trouxe muitos membros 
da Companhia de Jesus e criou alguns instrumentos:
• padroado: controle estatal sobre a Igreja. A Coroa tinha a prerrogativa 
de preencher cargos eclesiásticos de maior importância, abrir dioceses, indi-
car bispos. Por outro lado, também ficava com a obrigação de pagar os salá-
rios dos sacerdotes e, portanto, funcionários públicos da Coroa.
• Beneplácito: para que determinações da Igreja Católica tivessem efeitos em 
Portugal e suas Colônias, era necessária a aprovação do Rei.
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A catequização dos nativos era muito difícil porque, como vimos, enfrentava a 
resistência dos indígenas. É bom ressaltar que eles já possuíam sua crença. 
Os Caetés, por exemplo, realizavam rituais antropofágicos, nos quais pratica-
vam o canibalismo na crença de que absorveriam as qualidades de seus inimigos. 
Ficaram conhecidos em relatos não comprovados por terem efetivado esse ritual 
com Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo brasileiro.
O Estado português usou o argumento da Guerra Justa para praticar a violên-
cia contra os indígenas resistentes. No entanto, caso os nativos se convertessem, 
eram preservados.
A Igreja também adotou a força ativando os Tribunais da Santa Inquisição com 
o objetivo de prevenir e combater heresias. Na prática, controlava a vida privada 
das pessoas, inclusive a vida sexual. Judeus, homossexuais (sodomitas), adúl-
teros, prostitutas e praticantes de superstições (heresias) eram levados a jul-
gamento e sofriam as mais variadas punições, desde o degredo para outra colônia 
até a morte na fogueira. 
Outra característica importante da religiosidade na colônia é o sincretismo 
religioso. De maneira geral, podemos defini-lo como qualquer prática religiosa 
que provém da fusão de outras. É a mistura de símbolos e práticas religiosas 
de duas ou mais crenças. No Brasil ocorreu um complexo processo histórico de 
misturas culturais.
Podemos observar inúmeras matrizes religiosas, como o Judaísmo, o Cristia-
nismo Católico, o Cristianismo Protestante, o Cristianismo Espírita Karde-
cista, o Islamismo, o Budismo e o Hinduísmo, que desembarcaram nos navios 
que vieram para o País desde 1500.
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Os cultos africanos também se inserem nesse contexto. Fons, Malês, Ango-
las, Congos e Iorubás também desembarcaram no PAÍS e encontraram os Gua-
ranis, os Tapuias, os Tupis e várias outras etnias. A mistura, a interação entre essas 
manifestações culturais distintas, possibilitou o surgimento de inúmeras práticas 
disseminadas pelo território brasileiro.
Como a Igreja impôs o catolicismo na Colônia, tentou exercer sua soberania 
controlando a difusão de outros cultos. Basta recordarmos o que comentamos a 
respeito dos Tribunais da Santa Inquisição. Entretanto, a dinâmica da mistura de 
elementos culturais de outras matrizes acabou se fundindo com elementos do cris-
tianismo católico e, em vez de combatê-los, a igreja optou por administrá-los. Em 
outras palavras: outros elementos religiosos eram aceitos desde que a ma-
triz católica fosse a matriz predominante. Isso explica manifestações como a 
Lavagem da Escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim (BA) por candomblecistas.
Podemos organizar os principais tipos de sincretismos surgidos no Brasil a partir 
de sua matriz étnica:
• cristão-indígena;
• africano-cristã;
• indígena-africana;
• indígena-cristã-africana. 
Essas são as matrizes que possibilitaram o surgimento de cultos, festejos popu-
lares, folclores, lendas, personagens, rituais e práticas sociais.
2.1.7. A Sociedade Mineradora
Querido(a), o ciclo do ouro ocorreu no período em que a extração e exportação 
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do ouro figurava como principal atividade econômica na fase colonial do País e teve 
seu início no final do século XVII, época em que as exportações do açúcar nordes-
tino decaiam pela concorrência mundial pelo mercado consumidor.
Entre 1750 e 1770, Portugal arcava dificuldades econômicas internas decorren-
tes de má administração e desastresnaturais. Além disso, o país sofria pressão 
pela Inglaterra, que, ao se industrializar, buscava consolidar seu mercado consumi-
dor, bem como sua hegemonia mundial.
Assim, a descoberta de grandes quantidades de ouro no Brasil tornava-se um 
motivo de esperanças de enriquecimento e estabilidade econômica para os portu-
gueses.
Sem espanto, notamos que os primeiros exploradores a procurarem ouro e 
metais valiosos no Brasil tinham o escopo de levá-los à metrópole, onde seriam 
desfrutados.
Entretanto, essas incursões pioneiras no litoral e no interior do País não trouxe-
ram muitos resultados, além do conhecido, que fora a conquista do território.
As grandes jazidas de ouro foram descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato 
Grosso, territórios que foram divididos em forma de lavras (lotes auríferos para 
exploração, a exemplo das sesmarias latifundiárias de monocultura).
Durante o auge desse ciclo, no século XVIII, foi gerado um grande fluxo de 
pessoas e mercadorias nas regiões citadas, desenvolvendo-as intelectual (chegada 
de ideias iluministas trazidas pela elite recém-intelectualizada) e economicamente 
(produção alimentar para subsistência e pequenas manufaturas).
Diferente da organização social da sociedade açucareira, a sociedade minerado-
ra se organizou com as seguintes características:
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• burocrática: o poder se concentrava nas mãos dos funcionários da adminis-
tração da Coroa Portuguesa, devido à necessidade de maior fiscalização da 
atividade aurífera. Lembre-se de que, na sociedade açucareira, o poder era 
patriarcal.
• Urbana: em função da própria atividade mineradora, o núcleo urbano surgiu 
no entrono da extração, com o surgimento de atividades econômicas subsidi-
árias da primeira.
• Mobilidade social: enquanto na sociedade açucareira, os escravos sustenta-
vam o senhor de engenho e seus agregados, na sociedade mineradora havia 
a possibilidade de um escravo se tornar liberto e até mesmo ascender como 
comerciante ou tropeiro. Contudo, você deve ter o cuidado de entender que 
essa mobilidade era limitada. Um escravo nunca se tornaria membro da ad-
ministração da Coroa. Ademais, isso foi possível porque a pirâmide social da 
sociedade mineradora possuía várias classes, diferentemente da açucareira, 
que era dividida apenas entre escravos e senhores.
2.1.8. A Arte Barroca
Obviamente, meu(minha) querido(a), a religiosidade também interferiu na ar-
quitetura e nas artes. Nesse sentido, o Barroco era expressão artística adota pela 
Igreja Católica. Vamos entendê-la.
A arte barroca (séc. XVII e XVIII) foi estabelecida como ideologia religiosa da 
Contrarreforma, como ideologia política na defesa do poder absoluto do Rei e como 
ideologia colonialista na aculturação e no controle dos povos colonizados. Em solo 
pernambucano, a própria região delineou o estilo Barroco, dando-lhe característi-
cas peculiares. Observe os exemplos da arte barroca em Pernambuco: 
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Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes. Jaboatão dos Guararapes, 
Pernambuco.
Os Sete Profetas, do escultor Aleijadinho, Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos,
Congonhas, MG.
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Um índio anônimo no século XVII produziu este Cristo açoitado, hoje no Museu de Arte Sacra de 
Pernambuco. 
Podemos listar, de maneira objetiva, as principais características que marcaram 
o Barroco:
• arte rebuscada e exagerada; 
• valorização do detalhe; 
• dualismo e contradições (Homem x Deus, Céu x Inferno);
• obscuridade; 
• sensualismo. 
Além das construções patrocinadas pela Igreja Católica e pelo Estado Portu-
guês, muitas irmandades leigas também construíram suas igrejas. Mais do que 
um templo de oração, era também local de reuniões dos membros que, quando fa-
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leciam, eram enterrados em cemitérios no subsolo ou nos jardins. Para se ter uma 
ideia, existiram irmandades até de escravos libertos em Minas Gerais.
2.2. Invasões Estrangeiras
Como vimos, até 1530, Portugal e Espanha reinaram absolutos pelos mares. 
A tecnologia de navegação que levaram séculos para desenvolver foi copiada em 
trinta anos por ingleses, franceses e holandeses. Essas novas potências marítimas 
não reconheciam o Tratado de Tordesilhas e passaram a tentar colonizar a costa 
brasileira. Exemplos disso foram:
a) as Invasões Holandesas na região Nordeste (Salvador em 1624 e Recife em 
1630);
b) as Invasões Francesas. Tomada do Rio de Janeiro em 1555, com fundação da 
França Antártica, e a fundação da cidade de São Luís do Maranhão com a França 
Equinocial.
Além disso, ingleses e holandeses passaram a frequentar o norte da costa ama-
zônica. Ocuparam a região das Guianas e, a partir de 1600, adentraram a bacia 
amazônica, construindo feitorias e fortificações. Fizeram o mesmo na região do 
Cabo Norte e nas ilhas paraenses. Ali comercializavam mercadorias como tabaco, 
peixe-boi, madeira, urucum entre outras especiarias. 
A região parecia dominada por holandeses, apesar da presença de portugueses 
e ingleses, mas um novo fator contribuiria para a ação dos portugueses pelo seu 
controle: União Ibérica, 1580 a 1640. Em 1580 D. Sebastião, Rei de Portugal, 
faleceu sem deixar herdeiros. Felipe II, Rei da Espanha e parente mais próximo 
do morto, unificou as coroas Portuguesa e Espanhola sob sua batuta. O controle 
espanhol sobre Portugal implicava o controle espanhol também sobre as colônias 
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portuguesas. Por outro lado, os portugueses na colônia brasileira também enten-
diam que, se a região do Amapá pertencia à Espanha, necessariamente deveriam 
controlá-la. Isso incentivou os portugueses a ocuparem de vez a região do Amapá 
e combater as ocupações estrangeiras. 
2.2.1. Invasões FrancesasEmbora tenha investido na colonização, principalmente por meio do estabeleci-
mento de um sistema administrativo (Governo Geral) e da cultura da cana-de-açú-
car, Portugal teve dificuldades em proteger o extenso litoral brasileiro.
Objetivos dos franceses no Brasil:
• os franceses tinham como objetivo principal fundar uma colônia em território 
brasileiro para poderem participar ativamente do lucrativo e novo mercado da 
exploração colonial.
• Franceses protestantes queriam também fundar uma colônia no Brasil para 
viverem longe da perseguição religiosa que sofriam na França.
O Contrabando de Pau-Brasil
Já na época da exploração do pau-brasil, no início do século XVI, os franceses 
fizeram várias incursões no litoral brasileiro com o objetivo de fazer o contrabando 
dessa madeira.
A França Antártica
Em 1555, franceses calvinistas invadiram o Brasil, na região do Rio de Janeiro. 
Esses franceses estavam fugindo da perseguição religiosa executada pela Corte 
francesa. Liderados pelo almirante Nicolau Villegaignon, fundaram, na região do 
atual município do Rio de Janeiro, uma colônia francesa chamada de França Antár-
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tica. Os franceses obtiveram o apoio militar dos índios tamoios, que eram inimigos 
dos portugueses.
O Governo Geral de Mem de Sá contou com o apoio dos jesuítas José de An-
chieta e Manuel da Nobrega, que convenceram os índios tamoios a abandonarem a 
aliança que tinham com os franceses.
Mem de Sá conseguiu também reforços militares portugueses, liderados por 
Estácio de Sá. Dessa forma, os portugueses conseguiram expulsar os franceses do 
Rio de Janeiro em 1567.
França Equinocial
Em 1612 os franceses fizeram sua segunda tentativa de invadir e fundar uma co-
lônia no Brasil. Dessa vez, escolherem a região do Maranhão. Liderados pelo general 
Daniel de La Touche, os franceses invadiram e fundaram a França Equinocial. Para 
proteger a região conquistada, construíram um forte, chamado de Forte de São Luís.
As autoridades portuguesas organizaram várias e poderosas expedições milita-
res para atacar e expulsar os franceses do Maranhão. A capitulação francesa ocor-
reu em novembro de 1615, quando eles foram expulsos da região.
2.2.2. Invasões Holandesas
Chamamos Invasões Holandesas as incursões da República das Províncias 
Unidas (Holanda) no Nordeste brasileiro:
• Bahia em 1624;
• Pernambuco em 1630;
• Maranhão em 1641.
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Os holandeses criaram uma empresa que seria responsável por recuperar o 
comércio do açúcar invadindo o Nordeste brasileiro: a Companhia das Índias 
Ocidentais. Após serem derrotados em Salvador, tiveram a sorte de encontrar e 
saquear um navio espanhol carregado de prata sul-americana! Com o capital, se 
prepararam para voltar ao Brasil, agora em Pernambuco, onde conseguiram triun-
far. Os brasileiros e portugueses até tentaram montar uma resistência, no 
chamado Arraial do Bom Jesus, mas foram traídos por Domingos Calabar e 
caíram diante das tropas holandesas.
Administração Holandesa
Em 1637 a W.I.C. (Cia. das Índias Ocidentais) enviou Maurício de Nassau 
para administrar os negócios na Nova Holanda (Pernambuco). 
Nassau governou percebendo que teria de atuar de forma pacífica com os se-
nhores de engenho. Em vez de pressioná-los, proibiu a agiotagem praticada por 
agentes holandeses e conseguiu empréstimos para os senhores de engenho. 
Como “mimo”, ainda concedeu a liberdade religiosa dos católicos. Ocorre que os 
Holandeses eram calvinistas (religião cristã protestante) e costumavam impor seu 
credo em suas colônias. Nassau ainda promoveu obras de urbanização no Recife.
Era um humanista, influenciado pelo Renascimento Cultural e, por isso, esti-
mulou as ciências e as artes. Construiu um observatório astronômico, criou o 
jardim botânico. Trouxe grandes mestres da pintura flamenga como Albert Eckout e 
Frans Post. Convidou diversos artistas e cientistas para um grande projeto que ele 
mesmo definiu como “exploração profunda e universal da terra”.
Entretanto, esses gastos com a colônia provocaram desavenças com a W.I.C. A 
Cia. das Índias Ocidentais era uma empresa que visava ao lucro maximizado. Foi 
para isso que Nassau foi chamado a governar. Por isso, em maio de 1644, Maurício 
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de Nassau retorna à Holanda. 
Maurício de Nassau é muito lembrado em todos os concursos e vestibulares do País. 
Querido(a), no geral, esse cara fez só coisa bacana no Recife. Ele acabou promo-
vendo o desenvolvimento na região. Então, não tenha medo de marcar a alternati-
va da questão que só fale bem do Maurício de Nassau!
Insurreição Pernambucana (1645-1654)
Você se lembra que declarei todo o meu amor ao Maurício de Nassau? Então, se 
eu o admiro pelo que fez em Pernambuco, imagine os que viveram isso!
Brincadeiras à parte, o fato é que o retorno de Maurício de Nassau à Europa foi 
seguido de um acirramento das tensões religiosas em função da Reforma Protes-
tante e da Contrarreforma Católica. Além disso, a W.I.C. decidiu cobrar os em-
préstimos realizados aos senhores de engenho pelas mãos de Nassau e ainda 
aumentar os tributos. 
Os conflitos começaram em maio de 1645. João Fernandes Vieira, um próspero 
senhor de engenho de Pernambuco, liderou o movimento com o importante auxílio 
de alguns africanos libertos e de índios potiguares (estes liderados por Antônio Fe-
lipe Camarão, conhecido como Poti).
A Batalha do Monte Tabocas foi a principal batalha ocorrida no início do da 
Insurreição. Os holandeses sofreram uma grande derrota. As notícias dessa vitória 
fizeram com que recebessem apoio de tropas vindas da Bahia. 
O relacionamento da Holanda com o Portugal era, no mínimo, interessante. Na 
Europa, apoiava os portugueses contra o domínio espanhol ao mesmo tempo em 
que mantinha a ocupação de colônias portuguesas na África e no Brasil. 
Em 1648, Espanha e Holanda assinaram um tratado de paz. Por ele, todas as 
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conquistas do movimento de insurreição deveriam ser devolvidas aos holandeses. 
Isso causou ainda mais indignação dos insurretos. 
Em 19 de abril de 1648 e em 19 de fevereiro do ano seguinte, aconteceram a 
Primeira e a Segunda Batalha dos Guararapes. 
A vitóriadas tropas da Insurreição abriu caminho para o retorno do domínio por-
tuguês na região a partir de 1654. Também é considerada símbolo da fundação do 
Exército Brasileiro, instituição da qual fará parte. 
2.3. Expansão Territorial: Interiorização e Formação das 
Fronteiras 
Querido(a), é no contexto das Grandes Navegações que o Brasil será coloni-
zado. No século XV, portugueses e espanhóis partiram para o desbravamento de 
novos mares, em busca de novas rotas comerciais e de novas terras.
Como vimos, em 1488, em busca de um novo caminho para as Índias, região 
famosa em especiarias cobiçadas pelos europeus, a expedição portuguesa de Bar-
tolomeu Dias encontrou uma passagem ao sul da África, que fora batizada de Cabo 
da Boa Esperança. 
Mas é a chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, a “descoberta” 
mais significativa do período. O genovês convenceu os reis católicos espanhóis 
(Fernando II de Aragão e Isabel de Castela) a financiar sua expedição para provar 
que a terra era redonda, encontrando um caminho para as Índias pelo ocidente. 
Aportou em 12 de outubro com as caravelas Pinta, Niña e Santa Maria.
Portugal e Espanha eram as duas grandes potências marítimas. As recentes 
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descobertas exigiam um acordo pela divisão das terras que poderiam ser desco-
bertas. Assim, o Papa agiu como mediador em um acordo, determinando a Bula 
Inter Coetera em 1493. Insatisfeito com a proposta, Portugal exigiu uma nova 
negociação que culminou no Tratado de Tordesilhas.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado 
celebrado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as 
terras do globo, “descobertas e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa.
Tratado de Tordesilhas.
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Linha imaginária de Tordesilhas sobre as atuais fronteiras políticas.
Celebrado do Tratado, as descobertas continuaram. Em 1498 a expedição de 
Vasco da Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral 
chegou ao Brasil.
Foi o navegador espanhol Vicente Pinzón que, em janeiro de 1500, primeiro 
aportou no litoral do Nordeste brasileiro. Depois, navegou pelo litoral norte e na-
vegou pela foz do Rio Amazonas, o qual chamou de Mar Dulce. Foi o primeiro eu-
ropeu a navegar pelo litoral do Amapá, o rio Oiapoque, e seguir rumo às Guianas 
e ao Caribe. Portanto, querido(a) aluno(a), os espanhóis foram os primeiros a 
chegar ao Brasil. Entretanto, pelo Tratado de Tordesilhas, a maioria do litoral bra-
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sileiro, velejado pelos espanhóis, pertencia à Portugal. Entenda: mesmo sendo os 
que chegaram primeiro, as terras não poderiam ser colonizadas. A única exceção 
era a região do atual estado do Amapá. Assim, ainda em 1500, outro espanhol, 
Diogo de Lepe, primo de Pinzón, também navega pela costa do Amapá.
Outro navegador espanhol de grande importância para nossos estudos foi Fran-
cisco Orellana. Ao participar da expedição de Francisco Pizarro aos Andes, em 
1540, acabou se desencontrando do restante das embarcações e desceu o Rio 
Amazonas. Foi, portanto, o primeiro europeu a navegar por toda a extensão do Rio 
Amazonas. Retornando à Espanha, recebe autorização do Rei para colonizar e ex-
plorar a região. Desse modo, em 1549, navega pelo litoral do Amapá, mas se perde 
e morre na região. 
O contato dos exploradores europeus com os povos nativos foi caracterizado 
pela subjugação. Crentes da sua superioridade civilizacional, os colonizadores pro-
moveram a aculturação e usaram violência para efetivar o domínio das novas terras 
e de suas riquezas, inclusive os escravizando, como veremos mais adiante.
O insucesso da expedição de Francisco Orellana acabou tirando o entu-
siasmo dos espanhóis com a região e abrindo espaço para que outras nações re-
alizassem incursões no território. Antes, porém, é necessário que entendamos o que 
levou os portugueses a ocuparem a região e como foi organizada essa colonização. 
Entradas e Bandeiras
Meu(minha) querido(a), a ocupação do território brasileiro recebeu a contribui-
ção de expedições de bandeirantes. Mas vamos por partes, antes de seguir, veja-
mos alguns conceitos:
• entradas eram expedições oficiais (organizadas pela Coroa) que saíam do 
litoral em direção ao interior do Brasil;
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• descidas foram expedições dos jesuítas do Pará que tinham criado na Ama-
zônia um sistema bem estruturado de “aldeias” de aculturação indígena. Bus-
cando índios para essas aldeias, os jesuítas organizaram diversas expedições 
fluviais, subindo o Tocantins;
• bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares, prin-
cipalmente paulistas. Partiam de São Paulo e São Vicente rumo às regiões 
Centro-Oeste e Sul do Brasil. Em seguida, as principais bandeiras em Goiás.
As bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares, prin-
cipalmente paulistas. Partiam de São Paulo e São Vicente principalmente, rumo às 
regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil. As principais bandeiras foram:
• 1590-93, sob o comando de Domingo Luis e Antônio Macedo. 
• Sebastião Marinho – 1592. 
• Domingos Rodrigues – 1596-1600. 
• Nicolau Barreto – 1602-04. 
• Belchior Dias Carneiro – 1607. 
• Martins Rodrigues – 1608-13. 
• André Fernandes – 1613-15. 
• Lázaro da Costa – 1615-18. 
• Francisco Lopes Buenavides – 1665-66. 
• Antônio Pais – 1671.
• Bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (1672 a 1740): 
partiu da região norte do atual estado de São Paulo em direção à região Cen-
tro-Oeste do País em busca do descobrimento de jazidas de ouro e pedras 
preciosas.
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Em 1708, os bandeirantes paulistas encontraram ouro de aluvião (depositados 
nos barrancos e nas margensdos rios) na região de Minas Gerais. Por exigirem a 
exclusividade da exploração de ouro na região, entraram em conflito com “estran-
geiros”, pessoas de outras partes da colônia que pretendiam explorar as jazidas, 
também chamados pejorativamente de emboabas pelos paulistas. Esse episódio 
ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. A Coroa Portuguesa interveio e os 
paulistas, derrotados, acabaram realizando novas bandeiras que encontrariam ouro 
no território de Goiás.
Os paulistas Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, João Leite e Domingos 
Rodrigues do Prado saíram de São Paulo em 1722 para descobrir as ricas lavras de 
Goiás em 1725. Visando novas descobertas, Bartolomeu Bueno voltou ao território 
goiano em 1726 e ali criou a primeira povoação goiana, o Arraial da Barra, na con-
fluência dos rios Vermelho e Bugre. Encontrou ouro nas minas de Vila Boa, em me-
ados de 1727, onde criou o arraial de N. S. de Sant´Ana no entorno de uma capela.
Em 1616, diante da ameaça constante de invasões à Colônia Portuguesa na 
América, organizaram uma foça militar luso-brasileira para expulsar os estrangei-
ros e tomar posse da região. Derrotaram os franceses em São Luís e foram para o 
delta do Rio Amazonas. Ali, enfrentaram batalhas sangrentas. Novamente vitorio-
sos, fundaram o Forte Presépio, que deu origem à cidade de Belém, no mesmo 
ano. Caro(a) aluno(a), estrategicamente falando, quem controlava os mares e 
rios controlava o transporte, essencialmente fluvial, e seu comércio. Por 
isso, a sua fundação foi tão importante. 
Com a fundação de Belém do Pará, a vila serviu de ponto de apoio e partida 
para várias entradas para exploração da Amazônia nas regiões dos atuais Estados 
do Pará, Amazonas e Amapá. Nesse sentido, Bento Maciel Parente foi um dos 
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mais importantes exploradores. Veterano de guerras na Paraíba e no Rio Grande 
do Norte, foi Capitão-Mor da Capitania do Grão-Pará. Guarde bem o nome de Ben-
to Maciel, pois foi muito importante na criação da Capitania Cabo Norte em 1637, 
como veremos mais adiante.
Bento Maciel foi responsável pela fundação dos fortes de Mariocai e Santo 
Antônio de Gurupá, ao longo do Rio Xingu. Também expulsou holandeses que 
haviam montado fortes na região. Entretanto, abandonou as entradas quando se 
dirigiu para lutar na Insurreição Pernambucana, que expulsou os holandeses de 
Pernambuco.
O Aviso de 4 de novembro de 1621, do Conselho da Regência de Portugal, reco-
mendava medidas urgentes para povoar e fortificar a região costeira, desde o Brasil 
até São Tomé da Guyana e a foz do Rio Drago, na Venezuela. Nesse sentido, outros 
dois importantes sertanistas foram Francisco de Azevedo, primeiro a liderar en-
tradas aos sertões de Turi e Gurupi, e Luís Aranha de Vasconcelos, que viajou 
por grande parte do atual território do Amapá entre os anos de 1622 e 1624. 
Os holandeses foram expulsos e recuaram para as Guianas. Os ingleses 
abandonaram temporariamente a região e os franceses foram para Caiena. 
A violência do conflito também atingiu populações indígenas. Milhares de Tupinam-
bás foram massacrados pelos portugueses.
2.4. As Reformas Pombalinas
Em 1703, os portugueses e ingleses celebraram o Tratado de Methuen, que 
abriu um importante canal para a transferência da riqueza produzida no Brasil para 
a Inglaterra. Pelo acordo, os Portugueses se comprometeriam em consumir os 
produtos industrializados britânicos e os ingleses comprariam os vinhos portugue-
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ses. Esse acordo foi desfavorável aos portugueses, pois compravam muito mais 
dos ingleses do que os ingleses dos portugueses, deixando a balança comercial 
deficitária.
Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influ-
ência dos princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho aos 
quadros ministeriais do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês de 
Pombal, esse “superministro” teve como grande preocupação modernizar a admi-
nistração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da explo-
ração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira. 
Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao fortalecimento 
do Estado monárquico compunha uma tendência política da época conhecida como 
“despotismo esclarecido”. A chegada do esclarecido Marquês de Pombal pode 
ser compreendida como uma consequência dos problemas econômicos vividos por 
Portugal na época. Nessa época, os portugueses sofriam com a dependência eco-
nômica em relação à Inglaterra, a perda de áreas coloniais e a queda da exploração 
aurífera no Brasil.
O despotismo esclarecido, ou absolutismo ilustrado, é uma expressão que designa 
uma forma de governar característica da Europa Continental da segunda metade do 
século XVIII que, embora partilhasse com o absolutismo a exaltação do Estado e do 
poder do soberano, era animada pelos ideais de progresso, reforma e filantropia do 
Iluminismo. Mas não eram aceitas todas as ideias do Iluminismo, com a definição 
entre a combinação desses diferentes ideais e a sua concretização pertencendo ao 
próprio déspota. A expressão “despotismo esclarecido” não foi contemporânea aos 
acontecimentos, tendo sido forjada mais tarde pelos pesquisadores.
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O Marquês de Pombal foi embaixador na Inglaterra e na Áustria. Sua ascensão 
se daria quando, após ter sido chamado para ser ministro do Rei D. José I, mostrou 
suas capacidades ao planejar e reconstruir a cidade de Lisboa após o terremoto que 
a destruiu em 1755.
Surpreendido com o feito do seu plano de reconstrução, D. José I o chamou para 
ser primeiro-ministro. Em seguida, recebeu o título de Conde de Oeiras em 1759 e, 
finalmente, o de Marquês de Pombal, em 1769.
O Marquês de Pombal esforçou-se para tornar Portugal economicamente inde-
pendente da Inglaterra. Dessa maneira:
• criou a Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro;
• criou a Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do Algarve;
• implantou um novo controle de cobrança de impostos;
• proibiu a escravização dos índios;
• proibiu a discriminação dos judeus convertidos no tempo da Inquisição;
• preocupou-se com a educação, pretendeu modernizá-la criando as faculdades 
de medicina e matemática. Até então, a educação era responsabilidade da 
Igreja Católica;
• no Brasil, o governo de Pombal trouxe as seguintes mudanças:
− criação da Companhia do Grão-Pará e do Maranhão;
− criação da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba;
− extinção definitiva das capitanias hereditárias;
− elevação do Brasil a vice-reino de Portugal;
− nomeação do Rio de Janeirocomo nova capital da colônia – em substituição 
a Salvador; 
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− expulsão dos jesuítas. Pombal acusou os jesuítas de promoverem a resis-
tência dos índios a Portugal. Alegando esse motivo, em 1759 expulsou e 
confiscou os bens da Companhia de Jesus do Brasil, tal como já o tinha 
feito em Portugal. Os religiosos seriam expulsos de vários países europeus 
como Espanha, Parma e Duas Sicílias e França e, posteriormente, houve a 
supressão da Companhia pelo Papa Clemente XIV, em 1773.
Essas reformas impactaram diretamente na produção e no controle da atividade 
mineradora do Brasil e seria uma das causas da Inconfidência Mineira.
2.5. Rebeliões Coloniais
As revoltas nativistas foram aquelas que tiveram como causa principal o des-
contentamento dos colonos brasileiros com as medidas tomadas pela Coroa Por-
tuguesa. Ocorreram entre o final do século XVII e início do XVIII. A maior parte 
dessas revoltas foi reprimida com violência pela Coroa Portuguesa como forma de 
controlar seu domínio sobre a colônia brasileira.
Principais causas:
• monopólio português do comércio de mercadorias;
• preços elevados cobrados pelos produtos comercializados pelos portugueses;
• medidas da metrópole que favoreciam os portugueses, principalmente os co-
merciantes;
• conflitos culturais, políticos e comerciais entre colonos e portugueses;
• altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, principalmente sobre a ex-
tração de ouro realizada pelos colonos brasileiros;
• exploração colonial praticada por Portugal;
• rígido controle, por meio de leis, imposto pela metrópole sobre o Brasil.
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Rebeliões Nativistas: são rebeliões entre colonos ou em defesa do interesse das 
elites coloniais.
• Revolta dos Beckman de 1684;
• Guerra dos Emboabas entre 1708 e 1709;
• Revolta de Felipe dos Santos de 1720; 
• Guerra dos Mascates entre 1710 e 1711.
Rebeliões Separatistas: visam à independência em relação a Portugal. 
• Inconfidência Mineira, em1789;
• Conjuração Baiana, em 1798;
• Insurreição Pernambucana de 1817. (A Insurreição Pernambucana de 1645-
1654 é a que expulsou os holandeses.)
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2.5.1. Revolta dos Beckman (1684)
A Revolta de Beckman foi uma rebelião nativista ocorrida na cidade de São Luís 
(estado do Maranhão), em 1684. Foi causada pela insatisfação dos comerciantes, 
dos proprietários rurais e da população em geral com a Companhia de Comércio do 
Maranhão, instituída pela Coroa Portuguesa em 1682. Os comerciantes reclama-
vam do monopólio da Companhia, enquanto os proprietários rurais contestavam os 
preços pelos quais a Companhia pagava por seus produtos.
O fato é que grande parte da população maranhense estava insatisfeita com a 
baixa qualidade e os altos preços cobrados pelos produtos manufaturados comer-
cializados pela Companhia na região. Outros produtos como trigo, bacalhau e vinho 
chegavam à região em quantidade insuficiente, demoravam para chegar e ainda 
vinham em péssimas condições para o consumo.
Contudo, o principal problema foi a falta de mão de obra escrava na região. Os 
escravos fornecidos pela Companhia eram insuficientes para as necessidades dos 
proprietários rurais. Uma solução seria a escravização de indígenas, porém os je-
suítas eram contrários. 
Na noite de 24 de fevereiro de 1684, os irmãos Manuel e Tomás Beckman, dois 
proprietários rurais da região, com o apoio de comerciantes, invadiram e saquea-
ram um depósito da Companhia de Comércio do Maranhão. Os revoltosos também 
expulsaram os jesuítas da região e tiraram do poder o governador.
A Corte portuguesa enviou ao Maranhão um novo governador para acabar com 
a revolta e colocar ordem na região. Os revoltosos foram presos e julgados. Os ir-
mãos Beckman e Jorge Sampaio foram condenados à forca.
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A Revolta de Beckman foi mais um movimento nativista que mostra os confli-
tos de interesses entre os colonos e a metrópole. Foi uma revolta que mostrou os 
problemas de mão de obra e abastecimento na região do Maranhão. As ações da 
Coroa Portuguesa, que claramente favoreciam Portugal e prejudicavam os interes-
ses dos brasileiros, foram, muitas vezes, motivos de reações violentas dos colonos. 
Geralmente eram reprimidas com violência, pois a Coroa não abria mão da ordem 
e obediência em sua principal colônia.
2.5.2. A Guerra dos Emboabas (1708 e 1709)
A Guerra dos Emboabas foi um conflito armado ocorrido na região das Minas 
Gerais entre os anos de 1708 e 1709, envolvendo os bandeirantes paulistas e os 
emboabas (portugueses e imigrantes de outras regiões do Brasil). O confronto 
tinha como causa principal a disputa pela exploração das minas de ouro recém-
-descobertas na região das Minas Gerais. Os paulistas queriam exclusividade na 
exploração da região, pois afirmavam que tinham descoberto as minas.
Os emboabas eram liderados pelo português Manuel Nunes Viana, enquanto os 
paulistas eram comandados pelo bandeirante Borba Gato. O conflito mais importante 
e sangrento ocorreu em novembro de 1708, no distrito de Ouro Preto. Os embobas 
dominaram a região das minas e os paulistas se refugiaram na área do Rio das Mortes.
Como consequência, os paulistas foram derrotados e a Coroa Portuguesa criou 
a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Além disso, a cobrança do quinto (20%) 
foi regulamentada e a Coroa Portuguesa assumiu a exploração de ouro na região 
das Minas Gerais.
Por outro lado, os bandeirantes paulistas, expulsos da região das Minas Gerais, 
foram em busca de ouro nas regiões de Goiás e Mato Grosso, onde encontraram 
novas minas para explorar.
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2.5.3. A Revolta de Felipe dos Santos (1720) 
Também conhecida como Revolta de Vila Rica, esse movimento nativista ocorreu 
no ano de

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