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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
PATOLOGIAS DO CONCRETO 
 
 
 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 
 
0800 283 8380 
 
www.faculdadeunica .com.br 
 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
UNIDADE 1 – ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E ENGENHARIA PRE VENTIVA ....... 8 
1.1 Engenharia Diagnóstica ........................................................................................ 8 
1.2 Engenharia Preventiva/Manutenção ................................................................... 13 
1.3 A inspeção predial ............................................................................................... 19 
UNIDADE 2 – CAUSAS DA DETERIORAÇÃO DAS ESTRUTURAS D E 
CONCRETO .............................................................................................................. 21 
2.1 Causas intrínsecas .............................................................................................. 26 
2.2 Causas extrínsecas ............................................................................................. 27 
UNIDADE 3 – DANOS COMUNS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO .................. 29 
3.1 Carbonatação ...................................................................................................... 29 
3.2 Desagregação ..................................................................................................... 29 
3.3 Disgregação ........................................................................................................ 30 
3.4 Segregação ......................................................................................................... 30 
3.5 Perda de aderência ............................................................................................. 30 
3.6 Corrosão das armaduras ..................................................................................... 31 
3.7 Corrosão do concreto .......................................................................................... 32 
3.8 Calcinação ........................................................................................................... 32 
3.9 Reatividade álcali-agregado álcali sílica (RAS) ................................................... 32 
UNIDADE 4 – PATOLOGIAS DAS FUNDAÇÕES .............. ..................................... 35 
4.1 Causas de recalque em fundações ..................................................................... 37 
UNIDADE 5 – PATOLOGIAS DAS ALVENARIAS ............. ...................................... 41 
5.1 Fissuras, trincas e rachaduras ............................................................................ 43 
5.2 Eflorescências ..................................................................................................... 48 
5.3 Infiltração de água ............................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
O estudo das patologias de concreto armado é de extrema complexidade, 
uma vez serem diversos os fatores que causam as manifestações patológicas, indo 
desde ataques de agentes químicos até a própria sobrecarga imprevista numa 
estrutura. 
Segundo os dicionários, Patologia é a parte da medicina que estuda as 
doenças. A palavra patologia tem origem grega de phatos, que significa sofrimento, 
doença, e de logia, que é ciência, estudo. Sendo assim, podemos definir patologia 
como a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças. 
Sim, nós podemos, por analogia, transportar esse conceito para a 
Engenharia Civil! Essa área usa o termo patologia para estudar, nas construções, as 
manifestações, suas origens, seus mecanismos de ocorrência das falhas e seus 
defeitos que alteram o aspecto estrutural e visual de uma edificação. 
A Patologia das Estruturas é o campo da Engenharia das Construções que 
se ocupa do estudo das origens, formas de manifestações, consequências e 
mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas, 
sendo as patologias em edificações os principais problemas que comprometem a 
vida útil das construções (SOUZA; RIPPER, 2009). 
Nessa direção, o estudo das patologias nas construções é de grande 
importância na busca de qualidade e para que esses problemas possam ser 
evitados, é necessário fazer um estudo detalhado das origens para eliminar as 
manifestações existentes que leva à degradação das edificações. 
Segundo norma do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de 
Engenharia – IBAPE/SP –, nos trabalhos de inspeção, as anomalias e falhas são 
separadas, já que, as anomalias estão relacionadas às deficiências de ordem 
construtiva ou funcional, e as falhas possuem origem em atividade de manutenção, 
uso e operação inadequada ou inexistente (NAZÁRIO; ZANCAN, 2011). 
De maneira generalizada, essas causas e/ou agentes levam, dentre outros, 
aos acidentes estruturais, os quais por sua vez, podem ter origens em qualquer uma 
das atividades inerentes ao processo genérico da construção civil (concepção, 
execução e utilização da obra). 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
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Igualmente, esses acidentes e patologias podem ser decorrentes e 
consequentes às ações humanas, como, por exemplo, falta de capacitação técnica 
da mão de obra, utilização de materiais de baixa qualidade ou ainda envelhecimento 
dos materiais componentes das estruturas e ações externas, tais como choques, 
ataques químicos, físicos e biológicos. 
 
 
Figura 1: Exemplo de patologias em estruturas de concreto. 
Fonte: Foto – Kirsanov Valeriy Vladimirovich / shutterstock.com. Disponível em: 
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/patologias-de-estruturas-de-concreto-identificacao-e-
tratamento_14342_10_0 
 
 
Figura 2: Exemplo de patologias em estruturas de concreto. 
Fonte: http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/146/concreto-reparo-reforco-e-recuperacao-de-
concreto-285462-1.aspx 
 
Sucintamente, podemos dizer que o envelhecimento das estruturas, 
especialmente aquelas de concreto armado ou protendido; deterioração das 
mesmas devido à poluição atmosférica; irresponsabilidades em não atender às 
 
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normas regulamentares são as causas mais contundentes para os problemas 
estruturais. 
Enfim, essas são justificativas mais que cabíveis para estudarmos as 
patologias do concreto,uma vez que, projetar uma estrutura significa resolver seu 
trinômio fundamental: a) segurança; b) funcionalidade; e, c) durabilidade ; sendo 
que todos os termos são igualmente prioritários. Qualquer deles é indispensável ao 
sucesso do empreendimento. Todos são importantes para assegurar a qualidade 
final da obra. Negligenciar, que seja parcialmente, um qualquer significa 
comprometer, com toda a certeza, o resultado final da empreitada. Aos engenheiros 
que atuam no projeto e na execução de estruturas cabe responsabilidade 
indeclinável sobre a qualidade da resposta que sua obra dará a este trinômio 
fundamental (MARTINS, 1996). 
Também não é de se estranhar relacionarmos acidentes com patologias. 
Muitas vezes os acidentes caminham pari passu às patologias. Certo é que: quando 
o projeto de Engenharia for mal detalhado, a construção for realizada com 
insuficientes planejamento e controle, os técnicos e operários não forem dotados da 
qualificação adequada e os prazos de execução forem excessivamente curtos, a 
estrutura de concreto resultante será quase certamente de má qualidade e irá se 
deteriorar de modo prematuro, absorvendo gastos de recuperação e de reforço 
exagerados para ser mantida em condições de uso. Como as estruturas de concreto 
existentes estão envelhecendo, muitas já estão com dezenas de anos, os problemas 
de deterioração estão cada vez mais acentuados, exigindo com frequência trabalhos 
de recuperação e de reforço estrutural e, mesmo em casos mais graves, sua 
demolição (LIMA, 1998). 
Pois bem, vamos começar o módulo com noções básicas de Engenharia 
Diagnóstica e Preventiva. Passaremos pela degradação do concreto, ou seja, os 
danos mais comuns em estruturas de concreto; patologias de fundações, de 
estruturas e de alvenarias. 
Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se 
fazem necessárias: 
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas 
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da 
 
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World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao 
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira 
para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo 
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados. 
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo 
original1, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que 
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também 
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser 
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos 
estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de 
comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado 
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância. 
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação 
reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu 
julgamento” (FERREIRA, 2005)2, ou conjunto de soluções dadas às questões de 
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé 
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento. 
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições 
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento 
crítico. 
5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona 
como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x 
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero, 
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de 
forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada 
indivíduo torna-se fator de extrema importância. 
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou 
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para 
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que 
 
1 Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou 
similares. 
 
2 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora 
Positivo, 2005. 
 
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os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos 
científicos. 
Por fim: 
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para 
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última 
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl + 
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis 
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material 
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local. 
 
 
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UNIDADE 1 – ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E 
ENGENHARIA PREVENTIVA 
 
A prevenção das patologias no/do concreto certamente começa pela 
elaboração de um bom projeto e especificações adequadas a cada ambiente, 
portanto, vamos começar o módulo refletindo um pouco sobre a Engenharia 
Diagnóstica e a Engenharia Preventiva. 
Evidentemente que vamos nos deparar com a questão que envolve 
qualidade total, afinal de contas ela vem sendo buscada degrau a degrau pelas 
organizações que primam por manterem-se no mercado de maneira competitiva e 
saudável, mas adiantamos que o último módulo ficou reservado justamente para 
tratarmos dela e outros temas que consideramos especiais. 
Por ora, centraremos nossos esforços na Engenharia Diagnóstica e na 
Engenharia Preventiva. 
 
1.1 Engenharia Diagnóstica 
Na sua origem brasileira, em 2005, a Engenharia Diagnóstica (ED) foi 
conceituada como a arte de criar ações proativas, por meio dos diagnósticos, 
prognósticos e prescrições técnicas, visando à qualidade total. Mais adiante, em 
2011, o conceito tratava a ED como sendo a arte de distinguir anomalias por meio 
de procedimentos técnicos. Logo adiante, em 2013, o conceito voltou-se para a 
investigação técnica de manifestações patológicas prediais (construção, 
manutenção e uso), visando aprimorar a qualidade ou determinar responsabilidades. 
Todos esses conceitos abordam visões técnicas voltadas para os diagnósticos que 
indicam caminhos para ações corretivas, cada qual adaptado a seu tempo, na sua 
realidade (GOMIDE, 2016). 
Atualmente, com as vigências de novas normas da ABNT, dentre elas NBRs 
5674/12 e 15.575/13, maior abrangência da ED nas construções em geral, além das 
edificações, e novas necessidades de diagnósticos para o desempenho, além das 
tradicionais manifestações patológicas, bem como pela própria evolução natural da 
disciplina, cabemnovos enfoques e conceitos, podendo-se sugerir o seguinte: 
Engenharia Diagnóstica é a disciplina do processo de determinação dos 
diagnósticos de manifestações patológicas e níveis de desempenho das 
 
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construções, através de investigações técnicas Tetra “IN” (INiciação – INtuição – 
INter-relação – INferência), visando reparações e aprimoramentos de Qualidade 
Total, ou apurações de Responsabilidades. 
O processo diagnóstico desse novo conceito pode ser ilustrado pelo quadro 
Tetra “IN”, ilustrado abaixo: 
Quadro Tetra IN 
 
Figura 3: Quadro Tetra IN. 
Fonte: Gomide (2016, p. 2). 
 
Em resumo: a Engenharia Diagnóstica é o check up da construção, desde a 
sua concepção até a sua desconstrução. 
Os resultados dos diagnósticos das investigações seguem uma hierarquia 
que também podemos chamar de ferramentas. 
São elas: 
1) Vistoria em Edificação 
É a constatação técnica de determinado fato, condição ou direito relativo a 
uma edificação, mediante verificação in loco, ou seja, ela acontece pela inspeção 
tátil-visual das condições aparentes da edificação, podendo contar, eventualmente, 
 
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com o uso de alguns equipamentos e ferramentas não invasivas. Ou seja, não é 
capaz de detectar vícios, defeitos ou anomalias ocultas. 
Dentro do escopo da vistoria, enquadra-se a constatação e registro em laudo 
técnico das condições físicas aparentes da edificação, não englobando qualquer 
análise ou classificação das anomalias e falhas, nem exames ou testes para 
detecção de suas causas e origens, tampouco as recomendações técnicas para 
solução do problema. 
 
2) Inspeção em Edificação 
Geralmente é feita de forma preventiva. Seria a análise técnica de fato, 
condição ou direito relativo a uma edificação, com base na interpretação e 
experiência do engenheiro diagnóstico. 
O trabalho de inspeção, assim como a vistoria, possui caráter tátil-visual e 
não emprega ensaios tecnológicos para sua realização de forma que não são 
levantadas as causas e origens das anomalias e falhas constatadas nem prescritas 
soluções para as mesmas. 
A inspeção registra e analisa os problemas construtivos existentes em um 
imóvel em uso, classificando-os de acordo com o grau de risco e determinando uma 
ordem de reparos e intervenções adequada para que os problemas mais graves 
sejam corrigidos com prioridade e os demais de acordo com o orçamento disponível. 
Seu principal objetivo é avaliar e identificar o estado geral da edificação e de seus 
sistemas construtivos, analisando seus aspectos de desempenho, funcionalidade, 
vida útil, segurança, estado de conservação e manutenção, utilização e operação. 
 
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Figura 4: Progressividade Diagnóstica. 
Fonte: https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2014/12/09/auditoria-de-manutencao-e-
desempenho-com-base-nas-normas-da-abnt/ 
 
3) Auditoria em Edificação 
 É o atestamento técnico, ou não, de conformidade de um fato, condição ou 
direito relativo a uma edificação. 
Geralmente é recomendado para a conclusão e entrega de uma obra, 
acionamento de garantia para edificações em fase de garantia e edificações em uso 
para manutenção e conservação dos mesmos. 
 
4) Perícia em Edificação 
É uma análise mais completa e detalhada se comparada aos trabalhos 
anteriores. É a determinação da origem, causa e mecanismo de ação de um fato, 
condição ou direito relativo a uma edificação. 
O trabalho de perícia é empregado com evidente sucesso na determinação 
das responsabilidades pelas falhas e anomalias estudadas. 
Além disso, é amplamente utilizado nos processos de reparos, recuperações 
e reforços nas edificações. 
 
5) Consultoria em Edificação 
É um trabalho de maior complexidade. Da mesma forma que ocorre na 
perícia, a consultoria determina as causas e origens das falhas e anomalias de uma 
 
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edificação através de estudo técnico minucioso utilizando ensaios e testes 
tecnológicos como artifício. 
No entanto, a consultoria vai além do escopo da perícia, prescrevendo as 
recomendações técnicas para solução do problema. 
Em termos práticos, além de diagnosticar o problema construtivo, prescreve 
para o gestor ou usuários da edificação a forma tecnicamente adequada de 
solucioná-lo. Dessa forma, é altamente recomendada para a correção dos 
problemas construtivos de uma edificação ou imóvel (ZANDONELLO, 2016). 
Enfim, os laudos de Engenharia Diagnóstica podem servir para diversas 
finalidades, mas as duas principais estão relacionadas aos estudos da qualidade 
técnica ou produção de provas periciais. 
A qualidade construtiva pressupõe a ausência de problemas técnicos, sendo 
fundamental se evitar ou minimizar as patologias prediais, motivo da importância dos 
estudos diagnósticos das mesmas, quer para repará-las, quer para evitá-las. 
Quanto às provas periciais de Engenharia Diagnóstica, as mesmas visam a 
apuração da responsabilidade pela ocorrência da patologia predial, para que se 
possa indenizar as pessoas prejudicadas pelas suas ocorrências (GOMIDE, 2013). 
 
Guarde... 
� Etiologia técnica da edificação é a determinação dos efeitos, origens, causas 
e mecanismos de ação, agentes e fatores de agravamento das anomalias 
construtivas e falhas de manutenção. 
� Terapêutica da edificação se reporta aos estudos das reparações das 
anomalias construtivas e falhas de manutenção. 
� Patologia da edificação é o estudo que se ocupa da natureza e das 
modificações das condições físicas e/ou funcionais produzidas pelas 
anomalias construtivas e falhas da edificações, através de auditorias, perícias 
e ensaios técnicos. 
 
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Figura 5: Fluxograma da Engenharia Diagnóstica. 
Fonte: Fagundes Neto (2014, p. 6). 
 
1.2 Engenharia Preventiva/Manutenção 
Entende-se por manutenção de uma estrutura, o conjunto de atividades 
necessárias à garantia do seu desempenho satisfatório ao longo do tempo, ou seja, 
o conjunto de rotinas que tenham por finalidade o prolongamento da vida útil da 
obra, a um custo compensador. 
Um bom programa de manutenção implica definição de metodologias 
adequadas de operação, controle e execução da obra, e na análise custo-benefíciodesta manutenção. 
O foco na manutenção não é uma atividade nova. Ela vem se 
desenvolvendo desde o início do século XX e, mais recentemente, em termos de 
responsabilidade, vimos surgir a presença do usuário como elemento participante da 
última etapa de uma obra, a etapa da utilização da estrutura, a qual contribui para a 
garantia de desempenho, ou para a durabilidade da construção. 
Em termos de manutenção, fica clara a corresponsabilização, pois 
proprietário, investidor e usuário deverão sempre estar dispostos a suportar o custo 
com o sistema de manutenção concebido pelos projetistas, que deverá ter sido 
 
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respeitado e viabilizado pelo construtor. A base desse sistema, aliás, será o conjunto 
de inspeções rotineiras, em que o usuário será figura preponderante (SOUZA; 
RIPPER, 2009). 
Falar em prevenção nos leva a algumas características necessárias a uma 
obra: vida útil, desempenho e durabilidade. 
a) Vida útil de um material entende-se como o período durante o qual as 
suas propriedades permanecem acima dos limites mínimos especificados. O 
conhecimento da vida útil e da curva de deterioração de cada material ou estrutura 
são fatores de fundamental importância para a confecção de orçamentos reais para 
a obra, assim como de programas de manutenção adequados e realistas (SOUZA; 
RIPPER, 2009). 
De acordo com a ISO 13823:2008, vida útil é definida também 
 
como o período efetivo de tempo durante o qual uma estrutura ou qualquer 
de seus componentes satisfazem os requisitos de desempenho do projeto, 
sem ações imprevistas de manutenção ou reparo. 
 
A vida útil está ligada diretamente à durabilidade, se a edificação tiver seus 
produtos ou sistemas prediais duráveis, consequentemente, terá sua vida útil 
prolongada (POSSAN; DEMOLINER, 2013). 
“Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às 
atividades para as quais foram projetados e construídos (...).” (NBR 15575:2013, p. 
34). 
O estudo da vida útil das estruturas está ligado ao que é tecnicamente 
ponderável, e a sua evolução deve necessariamente passar por maior conhecimento 
de durabilidade dos materiais, dos componentes e dos vários sistemas estruturais, 
assim como pelo aperfeiçoamento dos processos construtivos, dos programas e das 
técnicas de manutenção (SOUZA; RIPPER, 2009). 
No passado, as normas brasileiras deixavam subentendido que 50 anos era 
o prazo de vida útil especificada em projeto (HELENE, 2013). 
Após a NBR 15575, a norma brasileira de desempenho especifica que a vida 
útil de projeto da estrutura de concreto é no mínimo 50 anos, já os ingleses adotam 
que a estrutura deverá ter vida útil de no mínimo 60 anos, o que representa projetos 
de estruturas mais duráveis. Vejam os quadros abaixo: 
 
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Exemplos de Vida Útil de Projeto aplicando os conceitos da NBR 15575 
 
Parte da edificação Exemplos VUP em anos 
Mín. Interm. Sup. 
 
Estrutura principal Fundações, elementos estruturais (pilares, 
vigas, lajes, e outros), paredes estruturais, 
estruturas periféricas, contenções e arrimos. 
≥50 ≥63 ≥75 
Estruturas 
auxiliares 
Muro divisórias, estrutura de escadas 
externas. 
≥20 ≥25 ≥30 
Vedação externa Paredes de vedação externas, painéis de 
fachada, fachada-cortina. 
≥40 ≥50 ≥60 
Vedação interna Paredes e divisórias leves internas, escadas 
internas, guarda-corpo. 
≥20 ≥25 ≥30 
Fonte: ABNT NBR 15575:2013. 
 
Vida Útil de Projetos recomendada pelos ingleses 
BS 7543, 1992 - Guia para Durabilidade de Edifícios, elementos dos edifícios, 
produtos e componentes 
Vida útil Tipo de estrutura 
< 10 anos Temporárias. 
> 10 anos Substituíveis. 
> 30 anos Edifícios industriais e reformas. 
> 60 anos Edifícios novos e reformas de edifícios públicos. 
> 120 anos Obras de arte e edifícios públicos novos. 
Fonte: Helene (2003, p.10). 
 
b) Desempenho é “o comportamento em uso de uma edificação e de seus 
sistemas” (NBR 15575, 2013, p. 30) e só poderá ser considerado satisfatório se 
atender às exigências do usuário daquela edificação (RAMOS, 2010). 
Numa edificação, o desempenho pode ser entendido como as condições 
mínimas de habitabilidade (como conforto térmico, higiene, entre outros) necessárias 
para a utilização dos indivíduos durante determinado período de tempo (DEMOLIER; 
POSSAN, 2013). 
Segundo Souza (2015), o desempenho pode variar de um produto para o 
outro, pois as edificações são compostas de diversos produtos que estão sujeitos a 
 
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um conjunto de fenômeno durante a sua vida útil denominado condições de 
exposições, causadas por ações de: 
i) fenômenos naturais (variações de temperatura, umidade do ar, ação de 
intempéries, ações externas da edificação, entre outros); 
ii) cuidados no uso (manutenção); 
iii) concepção (exigências do usuário, acomodação da estrutura, ação de 
carga permanente). 
Frise-se que para a análise do desempenho desses produtos na edificação, 
deve-se considerar também a finalidade a qual foi projetada, e o atendimento aos 
usuários, independente do material utilizado na fase de concepção (JONH; SATTO, 
2006 apud MATTOS JUNIOR, 2013). 
Para atingir a finalidade de se verificar o desempenho dos materiais, 
 
(...) é realizada uma investigação sistemática baseada em métodos 
consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o 
comportamento esperado do sistema nas condições de uso definidas (NBR 
15575:2013). 
 
c) A durabilidade é a capacidade da edificação ou de seus sistemas de 
desempenhar suas funções ao longo do tempo, sob condições de uso (...) (NBR 
15575:2013). 
A durabilidade não é apenas a propriedade em si do material, mas sim a 
função relacionada a ele, no qual está exposta e submetida à condição de utilização, 
as suas características e/ou componentes, durante a vida útil da edificação 
(DEMOLINER; POSSAN, 2013). 
De acordo com John e Satto (2006 apud MATTOS JUNIOR, 2013), para 
análise de durabilidade de um material, deve-se sempre considerar o ambiente que 
ele está exposto, pois as condições de degradação do mesmo, afeta diretamente na 
sua vida útil. 
Focando nas estruturas de concreto, Souza e Ripper (2009, p. 19) explicam 
que a associação entre vida útil e durabilidade é inevitável. Conhecidas ou 
estimadas, as características de deterioração do material concreto e dos sistemas 
estruturais, entende-se como durabilidade o parâmetro que relaciona a aplicação 
dessas características a uma determinada construção, individualizando-a pela 
 
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17
 
avaliaçãoda resposta que dará aos efeitos da agressividade ambiental, e definindo, 
então, a vida útil da mesma. 
Deve-se entender que a concepção de uma construção durável implica a 
adoção de um conjunto de decisões e procedimentos que garantam à estrutura e 
aos materiais que a compõem um desempenho satisfatório ao longo da vida útil da 
construção. 
Em termos de durabilidade das estruturas de concreto, e para além das 
questões ligadas à resistência mecânica propriamente dita, a palavra-chave 
relacionada ao material concreto, como pseudossólido que é, é água. 
Assim, serão a quantidade de água no concreto e a sua relação com a 
quantidade de ligante, o elemento básico que irá reger características como 
densidade, compacidade, porosidade, permeabilidade, capilaridade e fissuração, 
além de sua resistência mecânica, que, em resumo, são os indicadores de qualidade 
do material, passo primeiro para a classificação de uma estrutura como durável ou 
não. 
O outro lado da equação é justamente o que aborda a agressividade 
ambiental, ou seja, a capacidade de transporte dos líquidos e gases contidos no 
meio ambiente para o interior do concreto. 
Portanto, a modelização do mecanismo de estudo da durabilidade passa 
pela avaliação e compatibilização entre a agressão ambiental, por um lado, e a 
“qualidade” do concreto e da estrutura, por outro, sendo este cenário definido à luz 
do tempo e do custo da estrutura. 
As normas e regulamentos seja em fase de produção, e as que já vigoram 
desde o século XX, optaram por estabelecer os critérios que permitem aos 
responsáveis individualizar, convenientemente, modelos duráveis para as suas 
construções, a partir da definição de classes de exposição das estruturas e de seus 
componentes em função da deterioração a que estarão submetidas, a partir de: 
� corrosão das armaduras, sob efeito da carbonatação e/ou dos cloretos, por 
tipo de ambiente; 
� ação do frio e/ou do calor, também por tipo de ambiente; 
� agressividade química. 
 
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18
 
Para cada caso ou combinação de casos, as classes de exposição indicarão 
níveis de risco ou parâmetros mínimos a serem observados como condição primeira 
para que se consiga uma construção durável. Assim, estarão definidos: 
a) dosagem mínima de cimento; 
b) fator água/cimento máximo; 
c) classe de resistência mínima do concreto; 
d) cobrimento mínimo das barras das armaduras; 
e) método de cura (MAZER, 2008). 
 
Guarde... 
No Brasil, a Norma de Desempenho (NR 15575), lançada em 2013, 
constitui-se no principal documento normativo voltado ao desempenho de 
edificações habitacionais. Objetiva estabelecer uma sistemática de avaliação de 
tecnologias e sistemas construtivos habitacionais, com base em requisitos e critérios 
de desempenho expressos em normas técnicas brasileiras vigentes. 
Essa norma definiu as condições mínimas de exposição (sobrecarga, peso 
próprio, ação de intempéries, entre outros) que a estrutura de concreto deve atender 
durante a vida útil e os seus requisitos mínimos: 
� não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes; 
� prover segurança aos usuários sob ação de impactos, vibrações e outras 
solicitações decorrentes da utilização normal da edificação, previsíveis na 
época do projeto; 
� não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deformações de 
quaisquer elementos da edificação, admitindo-se tal requisito atendido, caso 
as deformações se mantenham dentro dos limites estabelecidos nesta Norma; 
� não repercutir em estados inaceitáveis de fissuras de vedações e 
acabamentos; 
� não prejudicar a manobra normal de partes como portas e janelas, nem 
repercutir no funcionamento anormal das instalações em face das 
deformações dos elementos estruturais; 
� atender às disposições das normas NBR 5629, NBR 11682 e NBR 6122 
relativas às interações com o solo e com o entorno da edificação. 
 
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19
 
Uma das formas de detectar e evitar o agravamento das patologias 
presentes na estrutura é através da inspeção estrutural periódica para 
monitoramento das patologias. Com isso, cria-se a possibilidade de proporcionar 
maneiras de garantir maior vida útil e resistência à degradação da estrutura, além de 
ser uma forma de economizar recursos com a prevenção (KRÜGER; MOREIRA; 
BRIK, 2013). 
Brandão (1999 apud CASTRO, 2016) relembra que durante anos, o concreto 
foi considerado um material extremamente durável. E que atualmente a deterioração 
precoce das estruturas estão ligadas diretamente a um somatório de fatores, dos 
quais citam-se: inadequação dos materiais, má utilização da obra, agressividade do 
meio ambiente, ineficiência e falta de manutenção. 
Vale anotar que patologias em estruturas de concreto sempre existirão, seja 
devido à dilatação dos materiais ou à ação de intempéries, entre outros, o problema 
é a idade em que estão surgindo. Ocorre que, atualmente, antes dos 20 anos de 
existência, as edificações já necessitam de manutenções corretivas para aumento 
da vida útil (ANDRADE; COSTA; SILVA, 2008). 
Pelos motivos acima e por ser um erro acharmos que uma construção seja 
uma obra eterna sem necessidades de intervenções, as obras precisam de 
avaliação periódica e criteriosa em todas as áreas e sistemas, o que ocorre 
geralmente via inspeção predial. 
 
1.3 A inspeção predial 
Seja na prancheta, em erros de concepção, na execução da obra, por 
causas extrínsecas, por falhas de manutenção, por mau uso, enfim, são várias as 
possibilidades do surgimento de problemas em uma edificação e disso decorre a 
importância da inspeção predial, ou seja, para detectar, monitorar e corrigir (quando 
possível) as falhas e deficiências. 
Na inspeção predial, avalia-se o real estado de conservação e manutenção 
da edificação, bem como o grau de criticidade das deficiências constatadas. 
Ressalte-se que existem diferentes tipos de inspeção que podem ser realizadas em 
um edifício. A escolha entre um ou outro modelo depende de alguns fatores como, 
por exemplo, o grau de profundidade e detalhamento desejado pelo inspetor, a 
 
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20
 
finalidade da inspeção predial, as condições do imóvel e a complexidade dos 
sistemas instalados, entre outros. 
Depois de identificar as anomalias e falhas, as patologias são classificadas 
quanto ao grau de urgência em relação à perda de desempenho e aos riscos aos 
usuários com relação a algumas medidas de manutenção que devem ser tomadas, 
tais como: substituição de peças e dispositivos que estão apresentando problemas, 
bem como de componentes perto do fim de sua vida útil, realização de teste de 
estanqueidade, limpeza, entre outros (CARVALHO JÚNIOR, 2013). 
 
Guarde... 
A inspeção predial: 
� identifica necessidade de ações corretivas e preventivas; 
� fornece subsídios para implantação do programa de manutenção predial; 
� possibilita a classificação das anomalias e falhasquanto à ordem de 
prioridade de ações reparadoras; 
� fornece recomendações técnicas quanto à necessidade de correções 
prevenindo ações corretivas insatisfatórias que necessitarão de retrabalho e 
possibilitarão o ressurgimento ou agravamento dos problemas; e, 
� dentro de certo nível, propicia a manutenção preditiva, uma vez que a 
inspeção predial poderá fornecer prognóstico de ocorrência de anomalias e 
também poderá conter sugestão de realização de testes e ensaios 
tecnológicos para identificação de problemas (SILVA, 2016). 
 
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21
 
UNIDADE 2 – CAUSAS DA DETERIORAÇÃO DAS 
ESTRUTURAS DE CONCRETO 
 
Numa estrutura, as manifestações patológicas comprometem a capacidade 
mecânica, funcional e estética da construção, o que reforça a relação entre a 
patologia e o desempenho da edificação conforme seu uso. Além do desempenho, 
há outros dois aspectos essenciais, o tempo que está associado à vida útil, e a 
condição de exposição que se entende como durabilidade (ANDRADE; COSTA e 
SILVA, 2008). 
Helene (1992) nos lembra que para um dano qualquer, existe a possiblidade 
de vários fatores serem responsáveis. Esses danos podem vir apenas a causar 
incômodos para aqueles que irão utilizar a obra segundo o fim para que foi feita, tais 
como pequenas infiltrações até grandes problemas que podem levar a estrutura ao 
colapso. 
Também já sabemos que as manifestações patológicas podem surgir desde 
a etapa de concepção da estrutura, na fase da construção propriamente dita ou na 
fase de utilização que dependerá de uma boa manutenção. 
Manifestações patológicas em estruturas de concreto armado que tenham 
sua causa na concepção do projeto são aquelas que advêm de um mau 
planejamento do mesmo ou falhas técnicas, sejam por desconhecimento ou 
negligência. Podem se originar de um mau lançamento da estrutura, erro em 
execução de anteprojeto ou até mesmo na elaboração do projeto de execução. 
Podemos citar como exemplo as fissuras em uma viga devido ao erro de cálculo da 
flecha, ou fissuras de elementos estruturais devido a não ser respeitado ou 
negligenciado o Estado Limite Último3 (TRINDADE, 2015). 
Na fase de execução do projeto, antes de qualquer processo de construção, 
deve haver o planejamento do canteiro da obra para o bom andamento da mesma, 
assim como a programação de todas as atividades e também o cronograma com o 
tempo limite de cada parte a ser executada. 
Os responsáveis técnicos da obra, juntamente com os mestres de obras, 
devem estar totalmente atentos ao projeto e a todas as informações que o mesmo 
 
3 Situação (limite) a partir da qual a estrutura deixa de atender a uma das finalidades de sua 
construção. 
 
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22
 
fornece, tais como escalas, dimensões e posições dos elementos estruturais e 
demais medidas para que a execução ocorra da melhor maneira possível, evitando 
que futuramente surjam manifestações patológicas. Outro fator que deve ser 
analisado nesta etapa é a qualidade da mão de obra do quadro de funcionários. É 
comum ocorrerem erros que geram patologias quando se usa mão de obra 
desqualificada ou até mesmo mão de obra qualificada, que não esteja ambientada 
para uma nova tecnologia, ou ainda usá-la fora de sua área de especialização. 
A partir do instante em que é iniciada a construção, a mesma já está 
suscetível à ocorrência de falhas das mais diversas naturezas, associadas a causas 
variadas como (já dito) falta de mão de obra qualificada, controle de qualidade 
praticamente inexistente, execução da obra com pouca qualidade, péssimas 
condições de trabalhos para os funcionários, materiais de segunda linha com 
qualidade péssima, irresponsabilidade técnica dos responsáveis e até mesmo 
sabotagem. Pode-se citar como exemplos de patologias geradas por erros na 
execução de estruturas de concreto armado, trincas em vigas devidas à falta de 
barras de aço, trincas de elementos estruturais devido ao mau escoramento das 
formas, falhas no concreto devido à precária vibração do concreto (TAKATA, 2009). 
Por fim, na fase de utilização, dentre outros, o manuseio errôneo da 
construção é um dos motivos de surgimento de patologias, além da falta e 
manutenção. 
Trindade (2015) explica que após a liberação da obra para o usuário, este 
poderá causar danos na estrutura, seja por desleixo ou ignorância. O uso da 
estrutura deve ser visto de maneira análoga a qualquer equipamento mecânico ou 
elétrico, ou seja, deve-se usá-la respeitando o projeto e realizando as manutenções 
necessárias indicadas pelos responsáveis técnicos. 
Em especial, quando se fala em concreto, deve-se dar atenção para 
produtos que venham a causar corrosão do mesmo e das armaduras de aço, assim 
como para os valores de sobrecargas permitidos nos elementos estruturais. Alguns 
exemplos de patologias geradas nesta fase são trincas devido à retirada de alguma 
estrutura, portante para abrir vãos, seja para janelas, portas ou qualquer outra 
finalidade. 
 
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23
 
De todo modo, a formação das patologias está diretamente interligada à 
durabilidade, ou seja, a qualidade dos materiais empregados que compõe a 
estrutura de concreto e o desempenho ao longo do tempo está relacionado ao 
atendimento às necessidades dos usuários e o fim para o qual foi projetado, e, que 
juntos, atrelados a uma política de manutenção, garantem o prolongamento da vida 
útil da estrutura até o fim da sua vida útil de serviço, conforme demonstrado nas 
duas ilustrações abaixo: 
Conceitos gerais correlatos à patologia das construções 
 
Figura 6: Conceitos gerais correlatos à patologia das construções. 
Fonte: Andrade; Costa e Silva (2008, p. 3). 
 
Variação do desempenho de uma estrutura de concreto armado ao longo do tempo 
 
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24
 
 
Figura 7: Variação do desempenho de uma estrutura de concreto armado ao longo do tempo. 
Fonte: Medeiros, Andrade e Helene (2011, p.10). 
 
Em se tratando de edifícios de múltiplos pavimentos em concreto armado no 
Brasil, a manifestação patológica mais detectada é a corrosão de armadura, cujas 
consequências estruturais podem ser muito graves, e suas origens são ocasionadas 
por diversos fatores, como infiltrações de água e desplacamento em revestimentos 
aderidos, principalmente em áreas externas (COSTA; SILVA, 2008). 
O IBAPE (2012) complementa que são comuns nas estruturas de concreto, 
patologias classificadas como fissuras, trincas, rachaduras e fenda, ocasionadas 
pelo conflito da combinação química dos elementosou execução, e a consequência 
mais comum é o destacamento do concreto ou a perda de seção da peça. 
Os principais sintomas das patologias em estruturas de concreto, suas 
causas e configurações pode-se enumerá-los em oito: 
1. eflorescência; 
2. fissuração e perda de massa (resistência); 
3. expansão e fissuração; 
4. manchamento superficial; 
5. expansão, fissuração e lascamentos da armadura; 
6. fissuras, lascas da estrutura; 
7. fissuras verticais em contato com o elemento que restringe a contração da 
estrutura; e, 
 
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25
 
8. fissuras da estrutura (PIANCASTELLI, 2005 p. 3 apud MATTOS JUNIOR, 
2013). 
Medeiros, Andrade e Helene (2011, p. 4) também afirmam que 
 
não há limites explícitos para fissuras de corrosão, expansões por reações 
álcali-agregados, lixiviação tipo eflorescências, fungos, manchas, 
despassivação, carbonatação, perfil de cloretos e outras formas de 
deterioração das estruturas de concreto. 
 
Guarde... 
As possíveis causas de falhas que podem ocorrer durante a etapa de estudo 
da futura edificação são aquelas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou 
de anteprojetos equivocados, enquanto que as falhas geradas na realização do 
projeto final, geralmente são as responsáveis pela implantação de problemas 
patológicos sérios e podem ser por diversos fatores, tais como: 
a) projetos inadequados (deficiência no cálculo da estrutura, avaliação da 
resistência do solo, má definição do modelo analítico, entre outros); 
b) falta de compatibilidade entre o projeto estrutural e o arquitetônico, bem como 
os demais projetos civis; 
c) especificação inadequada de materiais; 
d) detalhamento insuficiente ou errado; 
e) detalhes construtivos inexequíveis; 
f) falta de padronização das representações (convenções); 
g) erros de dimensionamento (SOUZA; RIPPER, 2009). 
A sequência lógica do processo de construção civil indica que a etapa de 
construção deva ser iniciada somente após o término da etapa de concepção, com a 
conclusão de todos os estudos e projetos que lhe são inerentes. 
As principais falhas que podem ocorrer durante a etapa de execução da 
estrutura são: 
a) deficiências de concretagem (transporte, lançamento, juntas de concretagem, 
adensamento, cura, outros); 
b) inadequação de escoramentos e fôrmas; 
c) deficiência nas armaduras (estribos, ancoragem, emendas, cobrimento, 
espaçamento, posicionamento); 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
26
 
d) má utilização ou utilização incorreta dos materiais de construção (fck inferior 
ao especificado, aço diferente do especificado, solo com características 
diferentes, utilização inadequada de aditivos, dosagem inadequada do 
concreto); 
e) inexistência de controle de qualidade (SOUZA; RIPPER, 2009). 
 
2.1 Causas intrínsecas 
Souza e Ripper (2009) classificam como causas intrínsecas aquelas em que 
os processos de deterioração das estruturas são inerentes a elas mesmas, ou seja, 
as que se originam dos materiais e das peças estruturais, durante as fases de 
execução ou utilização, por falhas humanas, por questões próprias ao material 
concreto e por ações externas, inclusive acidentes. 
Mesmo parecendo e sendo redundantes devemos frisar que: 
a) Falhas humanas durante a construção muitas vezes ocorrem devido à 
baixa qualidade de mão de obra, dentre as quais podemos citar: 
� deficiências de concretagem – transporte, lançamento, juntas de 
concretagem, adensamento e cura; 
� inadequação de escoramentos e formas; 
� deficiência nas armaduras – má interpretação dos projetos, insuficiência de 
armaduras, mau posicionamento das armaduras, cobrimento de concreto 
insuficiente, dobramento inadequado das barras; deficiência nas ancoragens; 
� utilização incorreta dos materiais de construção – fck inferior ao especificado, 
aço diferente do especificado, utilização inadequada de aditivos; 
� inexistência de controle de qualidade. 
 
b) Falhas humanas durante a utilização. 
 
c) Causas naturais: 
� causas próprias à estrutura porosa do concreto; 
� causas químicas – reações internas ao concreto, presença de cloretos e 
elevação interna da temperatura do concreto; 
� causas físicas – variação de temperatura, insolação, vento e água; 
 
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27
 
� causas biológicas – animais (insetos, roedores, pássaros, vermes) vegetais 
(raízes trepadeiras, fungos, bolores). 
 
2.2 Causas extrínsecas 
As causas extrínsecas são classificadas, também por Souza e Ripper 
(2009), como sendo aquelas que ocorrem independentemente da estrutura em si, 
assim como da composição dos materiais como concreto e aço e de erros de 
execução. De maneira geral, podem ser entendidas como os fatores que atacam a 
estrutura de fora para dentro durante a concepção e a vida útil da estrutura. 
Elas seriam: 
a) Falhas humanas durante o projeto 
� Má avaliação de cargas – as cargas em uma construção qualquer devem ser 
avaliadas corretamente a partir de Normas que regulamentam o valor que o 
engenheiro calculista irá utilizar no projeto para dimensionar as estruturas. 
Caso contrário, poderão ocasionar patologias nas estruturas de concreto 
armado. São divididas em gravitacionais, climáticas e acidentais: 
* podem ser cargas gravitacionais permanentes – aquelas que correspondem 
ao peso próprio das estruturas somados ao peso da alvenaria, pisos e 
revestimentos. Também podem ser gravitacionais variáveis, como aquelas 
que consistem em cargas que variam com o tempo, por exemplo, caixas 
d’agua; 
* cargas climáticas, geralmente são vento, neve e ondas. As correspondentes 
ao vento são as que recebem maior atenção no Brasil, devendo ser 
consideradas juntamente ao peso próprio e sobrecarga nas combinações 
para chegar aos momentos máximos para que assim o engenheiro calculista 
dimensione a estrutura. Cargas de ondas agem e devem ser consideradas 
em pilares de pontes devido à correnteza dos rios, e cargas devido à neve, 
são desconsideradas no Brasil; 
* cargas acidentais são aquelas que em geral são consideradas em situações 
de risco, por exemplo, choques de aeronaves em prédios altos, fundações 
calculadas para resistir ao máximo à ocorrência de abalos sísmicos, viadutos 
calculados para resistir ao choque de veículos. 
 
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28
 
� Inadequação ao ambiente. 
� Incorreção não relação solo-estrutura. 
� Incorreção na consideração de juntas de dilatação. 
 
b) Falhas humanas durante a utilização 
� Sobrecargas Exageradas. 
� Alteração das condições do terreno de fundação. 
 
c) Ações mecânicas 
� Choques de Veículos. 
� Recalque de Fundações.� Acidentes (Ações Imprevisíveis). 
 
d) Ações físicas 
� Variação de Temperatura. 
� Insolação. 
� Atuação da água. 
 
d) Ações químicas 
 
e) Ações biológicas 
 
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29
 
UNIDADE 3 – DANOS COMUNS EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO 
 
3.1 Carbonatação 
Uma das causas mais frequentes da corrosão em estruturas de concreto 
armado, a carbonatação é a transformação do hidróxido de cálcio, com alto pH, em 
carbonato de cálcio, que tem um PH mais neutro (VITÓRIO, 2003). 
A perda de pH do concreto representa um problema, pois em seu ambiente 
alcalino – pH variando de 12 a 13 -, as armaduras estão protegidas da corrosão, 
mas, abaixo de 9,5, tem-se o início do processo de formação de células 
eletroquímicas de corrosão, começando a surgir, depois de algum tempo, fissuras e 
desprendimentos da camada de cobrimento. 
A existência de umidade no concreto influencia bastante o avanço da 
carbonatação. Outros fatores que também contribuem para que o fenômeno se 
desenvolva com mais rapidez são: a quantidade de CO2 do meio ambiente, a 
permeabilidade do concreto e a existência de fissuras (VITÓRIO, 2003). 
 
 
Figura 8: Representação da frente de carbonatação ao longo do tempo. 
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Representacao-da-frente-de-carbonatacao-ao-
longo-do-tempo_fig1_315036952 
 
3.2 Desagregação 
É a deterioração, por separação de partes do concreto, provocada, em geral, 
pela expansão devido à oxidação ou dilatação das armaduras, e também pelo 
aumento de volume do concreto quando este absorve água. Pode ocorrer também 
devido às movimentações estruturais e aos choques. 
Abrasão, erosão e cavitação levam à desagregação. Os agentes podem ser 
gases, líquidos e partículas (VITÓRIO, 2003). 
 
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30
 
3.3 Disgregação 
Caracteriza-se pela ruptura do concreto, em especial nas partes salientes da 
estrutura. O concreto disgregado geralmente apresenta as características originais 
de resistência, porém não foi capaz de suportar a atuação de esforços anormais 
(VITÓRIO, 2003). 
 
3.4 Segregação 
É a separação entre os elementos de concreto – a brita e a argamassa – 
logo após o lançamento (VITÓRIO, 2003). 
Na segregação interna, as partículas maiores e mais pesadas tendem a 
assentar na parte inferior; já na segregação externa, as partículas maiores tendem a 
separar da mistura durante o lançamento. 
Consequências da segregação: 
� heterogeneidade do concreto endurecido; 
� alterações nas relações agregado/cimento e água/cimento dentro do material. 
 
São fatores que afetam a segregação: 
� quantidade de água; 
� concretos muitos secos ou úmidos facilitam a segregação; 
� adições ou aditivos; 
� a adição de pozolanas, particularmente em misturas pobres reduz a 
segregação; 
� a incorporação de ar tem efeito análogo – as bolhas de ar funcionam como 
material fino; 
� aditivos superfluidificantes – produz-se concretos fluidos e não segregáveis 
pela elevada redução da água de amassamento, especialmente nas misturas 
ricas (GUERRA, 2013). 
 
3.5 Perda de aderência 
Pode ocorrer entre a armação e o concreto ou entre concretos. A perda de 
aderência entre o concreto e o aço ocorre geralmente nos casos de oxidação ou 
dilatação da ferragem (VITÓRIO, 2003). 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
31
 
3.6 Corrosão das armaduras 
A corrosão das armaduras pode-se originar por: 
– uma ação química; ou, 
– uma ação eletroquímica. 
• O aço diminui sua seção, e se converte completamente em óxidos. 
• O concreto pode fissurar ou delaminar-se devido às pressões de expansão 
dos óxidos. 
• A aderência da armadura diminui ou desaparece. 
São principais manifestações patológicas no concreto armado: 
– recobrimento das armaduras abaixo dos valores recomendados pelas 
normas da ABNT; 
– concreto executado com elevado fator água/cimento, acarretando elevada 
porosidade do concreto e fissuras de retração; 
– ausência ou deficiência de cura do concreto, propiciando a ocorrência de 
fissuras, porosidade excessiva, diminuição da resistência, entre outros; 
– segregação do concreto com formação de ninhos de concretagem; 
– erros de traço; 
– lançamento e vibração incorretos, formas inadequadas, entre outros 
(UFOP, 2013). 
Em resumo: a porosidade do concreto, a existência de trincas e a deficiência 
no cobrimento fazem com que a armação seja atingida por elementos agressivos, 
acarretando, dessa maneira, a sua oxidação. A parte oxidada aumenta o seu volume 
em cerca de aproximadamente 8 vezes e a força da expansão expele o concreto do 
cobrimento, expondo totalmente a armadura à ação agressiva do meio. A 
continuidade desse fenômeno acarreta a total destruição da armação, conforme 
ilustrado abaixo: 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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Figura 9: Fissuras causadas pela corrosão das armaduras. 
Fonte: Vitório (2003, p. 32). 
 
3.7 Corrosão do concreto 
O concreto, mesmo sendo bastante resistente quando de boa qualidade está 
sujeito a sofrer danos em presença de agentes agressivos. Normalmente, o concreto 
mais atacado é o de má qualidade, permeável, segregado, entre outros. 
Os agentes ácidos, os sulfatos, o cloro e seus compostos, os nitratos e 
nitritos são os principais fatores destrutivos do concreto. 
Mesmo a água totalmente pura, como é o caso das águas de chuvas, pode 
atacar o concreto através da infiltração e do acumulo ao longo do tempo (VITÓRIO, 
2003). 
 
3.8 Calcinação 
É o ressecamento das camadas superficiais do concreto devido à ocorrência 
de incêndios. 
 
3.9 Reatividade álcali-agregado álcali sílica (RAS) 
A reação álcali-agregado tem sido comumente dividida em três tipos: 
Reação Álcali-Sílica (RAS), Reação Álcali-Silicato (RASS) e Reação Álcali-
Carbonato (RAC). Em todos os casos, a consequência principal é a expansão 
continuada do concreto ao longo de 60 anos e sua consequente fissuração 
(CICHINELLI, 2007). 
a) Reação Álcali-Sílica: a RAS é uma reação química que ocorre entre a 
sílica existente em determinados tipos de agregados utilizados no concreto e o álcali 
(pode ser o de sódio ou de potássio) presente na parte de cimento, ou seja, a sílica 
 
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reage com os álcalis sódio e potássio formando um gel sílico-alcalino,altamente 
instável, que começa a absorver água e a se expandir, ocupando um volume maior 
que os materiais que originaram a reação. 
A RAS provoca trincas de grande magnitude na superfície das estruturas 
que genericamente se dispõem no sentido longitudinal da peça, interconectadas por 
finas trincas aleatórias transversais. Esse tipo de patologia foi identificado pela 
primeira vez em 1937 como sendo um sério problema para barragens, pontes e 
pavimentos de rodovias. 
No Brasil, diversas barragens e pontes apresentam os sintomas da RAS, 
algumas já em estágio avançado (VITÓRIO, 2003). 
Detalhe de reação álcali-agregado: a seta indica a borda de reação circundando o 
agregado graúdo 
 
Figura 10: Detalhe de reação álcali-agregado. 
Fonte: Cichinelli (2007). 
 
b) Reação Álcali-Silicato (RASS): é o tipo de RAA mais encontrado em 
barragens construídas no Brasil e em blocos de fundação na região do Grande 
Recife. Consiste na reação entre álcalis disponíveis e alguns tipos de silicatos 
eventualmente presentes em certas rochas sedimentares, rochas metamórficas e 
ígneas. É uma reação que está basicamente relacionada à presença de quartzo 
tensionado, quartzo microcristalino a criptocristalino e minerais expansivos do grupo 
dos filossilicatos. 
c) Reação Álcali-Carbonato (RAC): é a mais rara de todas e acontece 
quando certos calcários dolomíticos são usados como agregado em concreto e são 
atacados pelos álcalis do cimento, originando uma reação denominada 
 
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desdolomitização. Trata-se de uma reação bem complexa, cujas consequências são 
bem mais graves, mas ainda existem várias divergências sobre o provável 
mecanismo da reação (IBRACON, 2005 apud CICHINELLI, 2007). 
 
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UNIDADE 4 – PATOLOGIAS DAS FUNDAÇÕES 
 
Fundações são os elementos estruturais cuja função é a transferência de 
cargas da estrutura para a camada resistente de solo. Em palavras simples: as 
fundações são as raízes da construção. 
No momento de decidir a fundação a ser aplicada, é importante seguir as 
etapas: 
i. determinar o número de furos de sondagem, bem como a sua localização; 
ii. analisar um perfil de sondagem; 
iii. saber escolher a fundação ideal para uma determinada edificação; 
iv. especificar corretamente o tipo de impermeabilização a ser utilizada em 
alicerce; 
v. especificar o tipo de dreno e a sua localização. 
 
Assim, quando não realizadas com atenção as etapas acima, poderemos 
encontrar as seguintes causas para as patologias em fundações: 
a) Ausência ou falhas nas investigações dos solos: 
� número insuficiente de sondagens; 
� erro de localização; 
� procedimentos fraudulentos; 
� influência da vegetação; 
� presença de matacões. 
 
b) Problemas envolvendo o comportamento do solo: 
� adoção de perfil de projeto otimista; 
� existência de aterro assimétrico; 
� falta de travamento em duas direções no topo das estacas; 
� não observação da flambagem das estacas muito esbeltas, dependendo das 
cargas nominais da superestrutura. 
 
c) Problemas envolvendo o desconhecimento do comportamento real das 
fundações: 
� adoção de sistemas de fundações diferentes; 
 
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� recalques diferenciais; 
� adoção de fundações profundas para solos compactados assentes à camada 
compressível; 
� elementos de fundação como reforço. 
 
d) Problemas envolvendo a estrutura de fundação: 
� erro na determinação das cargas atuantes na fundação; 
� erros no dimensionamento de vigas de equilíbrio, entre outros; 
� armaduras densas; 
� armaduras das estacas tracionadas calculadas sem verificar a fissuração. 
 
e) Problemas envolvendo as especificações construtivas: 
� cota de assentamento; 
� tipos e características do solo; 
� tensões admissíveis adotados; 
� características do concreto; 
� recobrimento da armadura. 
 
f) Execuções-falha: 
� Envolvendo o elemento estrutural da fundação: 
• adensamento deficiente e vibração inadequada do concreto; 
• estrangulamento de seção de pilares enterrados; 
• junta de dilatação mal executada. 
 
� Problemas genéricos: 
• erros de locação; 
• falta de limpeza da cabeça de estaca para vinculação ao bloco; 
• flexão dos elementos cravados. 
 
g) Eventos pós-conclusão da fundação: 
� carregamento próprio da superestrutura; 
� movimento da massa do solo; 
� vibrações ou choques (UFOP, 2013). 
 
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Em fundações diretas vamos encontrar os seguintes problemas típicos: 
� tensões de contato excessivas, incompatíveis com as reais características do 
solo, resultando em recalques inadmissíveis ou rupturas; 
� fundações sobre solos compressíveis sem estudo de recalques, resultando 
grandes deformações; 
� fundações apoiadas em materiais de comportamento muito diferente sem 
junta, ocasionando o aparecimento de recalques diferenciais; 
� fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles, sem análise de 
recalques, ocasionando a ruptura ou grandes deslocamentos das fundações. 
 
Já em fundações profundas os problemas típicos seriam: 
� estacas tipo inadequado ao subsolo, resultando mau comportamento; 
� geometria inadequada, comprimento ou diâmetro inferiores aos necessários; 
� estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com recalques 
incompatíveis com a obra; 
� ocorrência de atrito negativo não previsto, reduzindo a carga admissível 
nominal adotada para a estaca (MILITITSKY et al., 2005 apud RIBEIRO; 
QUINTANA, 2014). 
 
4.1 Causas de recalque em fundações 
Recalque é “a deformação do solo quando submetido a cargas, provocando 
movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em 
sérios danos à estrutura” (REBELLO, 2008, p. 57). 
 
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Figura 11: Exemplo de recalque do pilar central. 
Fonte: Ferreira (2014, p. 56) 
 
Segundo Velloso e Lopes (2004), os efeitos dos recalques nas estruturas 
podem ser classificados em 3 grupos: 
a) danos estruturais – são os danos causados à estrutura propriamente dita 
(pilares, vigas e lajes); 
b) danos arquitetônicos – são os danos causados à estética da construção, tais 
como fissuras, trincas em paredes e acabamentos, rupturas de painéis de 
vidro ou mármore, entreoutros; 
c) danos funcionais – são os causados à utilização da estrutura com refluxo ou 
ruptura de esgotos e galerias, emperramento das portas e janelas, desgaste 
excessivo de elevadores (desaprumo da estrutura), entre outros. 
 
A grandeza dos recalques que podem ser tolerados por uma estrutura, irão 
depender essencialmente dos seguintes fatores abaixo: 
a) dos materiais constituintes da estrutura – quanto mais flexíveis os materiais, 
tanto maiores as deformações toleráveis; 
b) da velocidade de ocorrência do recalque – recalques lentos (devidos ao 
adensamento de uma camada argilosa, por exemplo) permitem uma 
acomodação da estrutura, e esta passa a suportar recalques diferenciais 
maiores do que suportaria se os recalques ocorressem mais rapidamente; 
 
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c) da finalidade da construção – um recalque de 30mm pode ser aceitável para 
um piso de um galpão industrial, enquanto que 10mm pode ser exagerado 
para um piso que suportar máquinas sensíveis a recalques; 
d) da localização da construção – recalques totais normalmente admissíveis, por 
exemplo, na cidade do México ou em Santos, seriam totalmente inaceitáveis 
em São Paulo (FABRÍCIO; ROSSIGNOLO, s.d. apud RIBEIRO; QUINTANA, 
2014). 
 
Dentre as causas de um recalque, podemos citar: 
� rebaixamento do lençol freático – caso haja presença de solo compressível no 
subsolo, ocorre aumento das pressões geostáticas nessa camada, 
independente da aplicação de carregamentos externos; 
� solos colapsíveis – solos de elevadas porosidades, quando entram em 
contato com a água, ocorre a destruição da cimentação intergranular, 
resultando um colapso súbito deste solo; 
� escavações em áreas adjacentes à fundação – mesmo com paredes 
ancoradas, podem ocorrer movimentos, ocasionando recalques nas 
edificações vizinhas; 
� vibrações – oriundas da operação de equipamentos como bate-estacas, rolos 
compactadores vibratórios, tráfego viário, entre outros; 
� escavação de túneis – qualquer que seja o método de execução, ocorrerão 
recalques da superfície do terreno (RIBEIRO; QUINTANA, 2014). 
 
Do exposto até o momento, fica clara a importância dos estudos geológicos, 
sobre os quais falamos em módulos anteriores, para que as construções atinjam 
seus objetivos, o que pode ser confirmado por Milititsky, Consoli e Schnaid (2005), 
ao relacionarem as fundações com os estudos dos solos: as fundações são os 
elementos estruturais que transmitem as cargas para o solo, portanto, seu 
comportamento está inteiramente ligado com o que acontece com o solo, assim, 
umas das principais consequências da origem desta patologia está vinculado a uma 
ausência de investigação do subsolo, patologias decorrentes de incertezas quanto 
às condições do subsolo podem ser resultado de: investigação insuficiente, 
 
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investigações com falhas, interpretação inadequada dos dados do programa de 
investigação e casos especiais. 
 
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UNIDADE 5 – PATOLOGIAS DAS ALVENARIAS 
 
Os problemas patológicos, chamados em linguagem jurídica de vícios ou 
defeitos de construção, ocorrem a partir de um processo construtivo, o qual se divide 
em cinco grandes etapas: 
a) planejamento; 
b) projetos; 
c) fabricação de materiais e componentes/aquisição; 
d) produção/execução propriamente dita; e, 
e) uso (manutenção e operação). 
Sua incidência está relacionada com o nível de controle de qualidade 
realizado em cada uma das etapas do processo produtivo e também com a 
compatibilidade entre elas. Um diagnóstico adequado deve indicar em que etapa 
desse processo teve origem os sintomas, principalmente se a questão envolve a 
necessidade de se estabelecer em que etapa do processo o vício ou defeito ocorreu 
para dirimir dúvidas quanto à atribuição de responsabilidades em conflitos judiciais. 
Assim, se o problema teve origem no projeto, o projetista falhou, se ocorreu 
devido à ausência de um projeto, houve mal planejamento; quando a origem está na 
qualidade da matéria, o fabricante errou; se na etapa de execução, a falha pode ser 
de mão de obra ou até de fiscalização omissa; e, por fim, se na etapa de uso, a falha 
pode ser de operação e manutenção. 
Não se deve esquecer, no entanto, que o edifício e suas partes reagem com 
o meio e em função das condições de exposição a que estão submetidos sofrem 
uma série de fenômenos físicos, químicos e biológicos que podem provocar a queda 
de desempenho. Essa interação pode vir a se tornar sintomas, e a situação tende a 
se agravar com o passar do tempo (LIMA, 2015). 
Em se tratando da alvenaria, com certeza, o problema que mais preocupa a 
um leigo são as fissuras e com justiça, pois os usuários finais tendem a ser mais 
exigentes com a qualidade e os empreendedores/engenheiros precisam entregar 
obras com a devida qualidade, além de que reparos são dispendiosos. Enfim, 
entregar obras sem problemas crônicos deveria fazer parte da missão das 
construtoras, tanto que Santos e Klimpel (2010) afirmam que as melhores garantias 
para a obtenção da qualidade estão no investimento em prevenção, verificação e 
 
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controle de todas as etapas do trabalho, sendo que os investimentos em prevenção 
se resumem em: 
a) contratação de serviços com qualidade; 
b) treinamento de pessoal; 
c) utilização de normas e procedimentos técnicos; 
d) adoção de técnicas racionalizadas; 
e) estudo de medidas de segurança; 
f) seleção de fornecedores; 
g) preparação de planos de controle; 
h) planificação e manutenção do material. 
 
Mas o que vem a ser alvenaria? 
Alvenaria consiste em um sistema construtivo formado por um conjunto de 
blocos, unidos entre si, a fim de estabelecer a separação dos ambientes, obter 
isolamento térmico e acústico e até mesmo resistir cargas e quando empregada na 
construção para resistir cargas, além de seu peso próprio, dizemos que ela é 
autoportante, mais conhecida como alvenaria estrutural (MARINOSKI, 2011). 
A alvenaria estrutural é uma técnica bastante utilizada pelo homem desde a 
antiguidade onde o principal elemento de alvenaria era a rocha, porém a partir de 
4.000 a.C., a argila foi introduzida tornando possível a produção de tijolos, sendo 
que hoje, podemos encontrar uma grande variabilidade de tijolos que apresentam 
melhor resistência a determinadas situações (TAVARES, 2011 apud OLIVEIRA et 
al., 2016). 
 
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