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RECURSOS COMPUTACIONAIS CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Recursos Computacionais – Prof.ª Ms. Alessandra Corrêa Farago; Prof.ª Ms. Beatriz Consuelo Kuroishi Mello Santos e Prof. Ms. Randal Farago Olá! Meu nome é Alessandra Corrêa Farago, sou graduada em Letras pela Unifafibe, especialista em Tecnologia da Informação e da Comunicação pela UnB, especialista em Planejamento e Gestão de Organizações Educacionais pela Unesp e mestre em Educação Escolar pelo Centro Universitário Moura Lacerda (Ribeirão Preto). Minha linha de pesquisa é voltada para a formação de professores, especificamente para a investigação das concepções e práticas de ensino. Sou professora efetiva de Língua Portuguesa na rede pública estadual há 17 anos e fui coordenadora pedagógica por sete anos do Curso Normal Integral (nos moldes do Cefam) na Escola Estadual Otoniel Mota, em Ribeirão Preto. Também atuo como professora universitária nos cursos de Graduação e Pós-graduação na área de Educação das Faculdades Integradas Fafibe (Bebedouro) e do Centro Universitário Claretiano de Batatais. e-mail: farago@claretiano.edu.br Olá! Meu nome é Beatriz Consuelo Kuroishi Mello Santos. Sou mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL – São Paulo), Bacharel e especialista em Gestão Empresarial pelo Centro Universitário (UNIFACEF – Franca). Sou licenciada em Matemática pelo Centro Universitário Claretiano (Ceuclar) e professora do Ensino Fundamental II e Ensino Médio na rede pública estadual, nas disciplinas de Matemática e Física. Como professora em cursos de graduação de Educação a Distância (EaD), ministro as disciplinas de Administração I e II, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, Análise Populacional, Matemática e Introdução ao Cálculo. Atualmente, sou coordenadora do curso de Licenciatura em Matemática do Centro Universitário Claretiano (Ceuclar), na modalidade EaD. e-mail: beatrizmello@claretiano.edu.br Olá! Meu nome é Randal Farago. Sou bacharel em Matemática e mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e doutorando na área de Inovação e Sustentabilidade pela FEARP-USP. Sou professor universitário desde 2000 e, atualmente, ministro aulas nos cursos de Graduação e Pós-graduação das Faculdades Integradas Fafibe (Bebedouro), do Centro Universitário Moura Lacerda (Ribeirão Preto) e do Centro Universitário Claretiano de Batatais. Na área corporativa, trabalhei como auditor interno e analista de custos e orçamentos. e-mail: randalfarago@usp.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação RECURSOS COMPUTACIONAIS Alessandra Corrêa Farago Beatriz Consuelo Kuroishi Mello Santos Randal Farago Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 004 F224r Farago, Alessandra Corrêa Recursos computacionais / Alessandra Corrêa Farago, Beatriz Consuelo Kuroishi Mello Santos, Randal Farago – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 200 p. ISBN: 978-85-8377-041-1 1. Microsoft Office. 2. Internet. 3. Cabri-Geomètri. 4. Geogebra. 5. Gnuplot 6. Matlab. 7. Winmat. 8. Winplot. I. Santos, Beatriz Consuelo Kuroishi Mello. II. Farago, Randal. III. Recursos computacionais. CDD 004 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 15 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 28 4 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 29 UNIDADE 1 – TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 31 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 32 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 32 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 35 5 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA ................................... 35 6 TECNOLOGIA NA VIDA E NA ESCOLA .............................................................. 38 7 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO ................................. 43 8 INTEGRAÇÕES DAS TECNOLOGIAS E DOS PROJETOS EDUCACIONAIS ........ 46 9 ERA DIGITAL E APRENDIZAGEM COLABORATIVA .......................................... 49 10 NOVO PARADIGMA PARA UM NOVO TEMPO ................................................ 51 11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 52 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 54 13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 55 14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 55 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 56 UNIDADE 2 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 59 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 60 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 60 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 61 5 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO.................. 62 6 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 83 7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 85 8 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 86 9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 86 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 88 UNIDADE 3 – INFORMÁTICA COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: 1ª PARTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 91 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 92 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 92 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 92 5 COMPUTADOR E SISTEMA OPERACIONAL ..................................................... 93 6 PAINT: PROGRAMA FEITO PARA ARTE ............................................................ 98 7 WORD: EDITOR DE TEXTOS EFICIENTE ........................................................... 104 8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 110 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 111 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 112 11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 112 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 113 UNIDADE 4 – INFORMÁTICA COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: 2ª PARTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 115 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 116 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 116 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 117 5 EXCEL: SUA PLANILHA DE CÁLCULO ............................................................... 117 6 POWERPOINT: ENRIQUEÇA SUAS APRESENTAÇÕES ..................................... 126 7 PUBLISHER: PUBLIQUE E APAREÇA! ............................................................... 134 8 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 139 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 140 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 140 11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 141 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 141 UNIDADE 5 – INTERNET E SOFTWARES: CRIANDO REDES DE CONHECIMENTO 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 143 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 144 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 144 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 145 5 INTERNET EXPLORER: NAVEGANDO POR PÁGINAS NUNCA D’ANTES NAVEGADAS ..................................................................................................... 145 6 INTERNET E NOVO PARADIGMA EDUCACIONAL ........................................... 149 7 CIBERESPAÇO E AMBIENTES VIRTUAIS .......................................................... 151 8 O QUE O USO DE HIPERTEXTOS TRAZ DE INOVADOR PARA A APRENDIZAGEM? ............................................................................................. 154 9 FERRAMENTAS DE BUSCA: SEARCH-ENGINE ................................................ 156 10 USO DE SOFTWARES EM SALA DE AULA ........................................................ 157 11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 158 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 160 13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 160 14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 161 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 162 UNIDADE 6 – OS CURRÍCULOS DE MATEMÁTICA E A TIC 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 165 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 165 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 166 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 167 5 SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO E O MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA (MMM)............................................................. 168 6 UM NOVO OLHAR AO CURRÍCULO ESCOLAR E O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ......................................................................... 169 7 OS ANOS 2000 ERA DIGITAL INTERMEDIADA PELA TIC ................................. 171 8 O CONHECIMENTO E A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA .............................................................................................. 174 9 TEXTO COMPLEMENTARE................................................................................ 176 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 178 11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 179 12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 179 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 180 UNIDADE 7 – SOFTWARES MATEMÁTICOS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 181 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 181 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 182 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 182 5 CONHECENDO O SOFTWARE CABRI-GÉOMÈTRE .......................................... 183 6 CONHECENDO O SOFTWARE GEOGEBRA ...................................................... 184 7 CONHECENDO O SOFTWARE GNUPLOT ......................................................... 191 8 CONHECENDO O SOFTWARE MATLAB ........................................................... 193 9 CONHECENDO O SOFTWARE WINMAT .......................................................... 193 10 CONHECENDO O SOFTWARE WINPLOT.......................................................... 194 11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 195 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 197 13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 198 14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 198 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................199 CRC Caderno de Referência de Conteúdo Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A informática e a educação. Sociedade da informação e do conhecimento. In- formática nos projetos educacionais. Era digital e aprendizagem colaborativa. As novas tecnologias da informação e comunicação. Veículos e linguagens do mundo contemporâneo. O computador no processo ensino aprendizagem: Word, Paint, Excel, PowerPoint, Publisher. A Internet e o novo paradigma educacional. O ciberespaço e os ambientes virtuais. Hipertexto. Bibliotecas Virtuais. Uso de softwares em sala de aula. Desenvolvimento de competências para o uso de fer- ramentas da informática em ambientes virtuais. Organização da vida de estudo do estudante universitário, utilizando o Microsoft Office e a Internet. O ensino da Matemática utilizando os softwares: Cabri-Geomètri, Geogebra, Gnuplot, Matlab, Winmat e Winplot. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO Com o estudo de Recursos Computacionais, você compreen- derá conceitos e princípios na apropriação e utilização das Tecno- logias da Informação e da Comunicação – TICs (TV, DVD, filmadora, calculadora, computador, lousa digital interativa, internet etc.) no processo educativo. © Recursos Computacionais10 Mas, você deve estar se perguntando: em que consiste o ensino da Matemática mediada por softwares educacionais mate- máticos? E, como que a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), com a utilização do computador poderá contribuir em um curso de formação de professor de Matemática? É possível utilizar algum software educacional durante o processo ensino e aprendi- zagem nas aulas de Matemática? Por meio das unidades deste Caderno de Referência de Con- teúdo, você conhecerá esse universo conceitual e compreenderá a importância do trabalho docente mediado pela utilização do computador como recurso no processo ensino-aprendizagem de Matemática. A Matemática tem suas origens por volta de 2.200 a.C. se- gundo alguns estudiosos, pela civilização egípcia, por meio de símbolos. Posteriormente outras civilizações, como a romana, que teve o início de seu desenvolvimento por volta de 753 a.C., criou os sete principais números baseado em seu próprio alfabeto e identi- ficados pelas letras I V X L C D M. Finalmente, temos o surgimento pelos povos hindus, na Índia, no fim do século 6º com a criação de nove símbolos, sendo eles 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, chamados de algarismos indos-arábicos. No Brasil, há indícios do "Movimento da Matemática Mo- derna", conhecido como MMM, por volta dos anos 1970. Nessa época, o ensino da Matemática era descontextualizado, e visava um aprendizado centrado no professor como detentor do conhe- cimento e o aluno visto como um simples "decorador de conteú- do" sem perspectiva de aprendizagem. Nos anos de 1980, com o advento da "Educação Matemática" professores e pesquisadores se unem e tentam buscar alternativas que possam favorecer o pro- cesso ensino e aprendizagem, sendo que o professor "ensina" e o aluno busca "formas para aprender". Na década de 1990, especificamente no ano de 1998, educa- dores matemáticos do Brasil elaboram os Parâmetros Curriculares 11 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Nacionais – (PCNs) para poder nortear o trabalho docente e a par- tir desse momento são instituídas habilidades e competências que favoreçam o aprendizado do aluno. Nesse sentido, um dos objetivos aos alunos do Ensino Funda- mental Ciclo II é "[...] saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos" (BRASIL, 1998, p. 7). Também é importante salientar que as "Orientações Curricula- res para o Ensino Médio – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias" foram elaboradas após inúmeras discussões com o in- tuito de favorecer o trabalho do professor em sua relação cotidiana para com o aluno. Desse modo, "[...] há programas de computador (softwares) nos quais os alunos podem explorar e construir diferen- tes conceitos matemáticos" (BRASIL, 2006, p. 88). Neste Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), o objetivo será justamente este: possibilitar uma reflexão criteriosa acerca da utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), espe- cificamente o uso do computador, como ferramenta para mediar e desenvolver competências sobre o conhecimento didático do con- teúdo de Recursos Computacional, por se tratar de um "conjun- to de conhecimentos e capacidades características do professor", segundo o pensamento do autor norte americano Lee Shulman (1986, p. 9). Nas unidades a seguir, você terá a possibilidade de compreen- der como se dá a formação do professor de Matemática com o ad- vento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e também segundo alguns documentos oficiais que abordam as habilidades e competências necessárias aos professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Procurando aliar a teoria à prática educativa, este Caderno de Referência de Conteúdo oferece um momento de aqui- sição do conhecimento sob diferentes perspectivas. Trataremos, nesse sentido, sobre o surgimento do Movimen- to da Matemática Moderna (MMM) na década de 1970, o adven- © Recursos Computacionais12 to da Educação Matemática no início dos anos 1980, as Diretrizes Curriculares Nacionais de Matemática e o que são as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) que trazem o início da era da informática, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) no ter- ceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental e a importância da utilização do computador como facilitador do processo ensino e aprendizagem em Matemática, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio e o trabalho docente norteado por habilidades e competências no que diz respeito à utilização de softwares educa- cionais, o currículo universitário e o currículo da educação básica do século 21 apoiado em autores nacionais e internacionais sobre o conhecimento e o saber matemático. Abordaremos as especificidades do ensino e utilização de alguns softwares educacionais matemáticos mediados pelo com- putador que possam ser o suporte ao futuro professor ao tratar sobre temas e conteúdos específicos de sua prática pedagógica durante o processo de ensino e aprendizagem de Álgebra, Cálculo ou Geometria. No estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo, abor- daremos, também, os principais conceitos, que são: matemática, software, educação matemática, conhecimento, saber, álgebra, cálculo e geometria. Esses conceitos serão trabalhados na análise sobre os pensamentos de Shulman, Tardif, Garcia, Ponte, Mizuka- mi, Curi, Fiorentini, Borba e Gravinia. Os princípios básicos que norteiam a utilização de softwares matemáticos mediados pela inserção do uso do computador na era da informação e comunica- ção serão os de compreender os caminhos e as possibilidades de trabalhar com Recursos Computacionais com o intuito de oportu- nizar a contextualização do conteúdo e utilizá-lo em Práticas Peda- gógicas eficientes para ensinar Matemática. Para uma melhor reflexão sobre os temas tratados neste CRC, sugerimos a leitura do texto a seguir, no qual a autora faz menção ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nas aulas de Matemática. 13 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Reflexões sobre o Processo de Aprendizagem de conteúdos matemáticos por meio das TICs –––––––––––––––––––––––– As reflexões sobre o ensino de Matemática por meio das TICs têm tomado um âmbito teórico extremamente amplo. Em linhas gerais, pode-se dizer que a ten- dência é a dos autores tratarem esse tema na perspectiva de uma discussão de um novo cenário de determinados conteúdos matemáticos serem intermediados por algum software matemático. Desse modo, o que tem ocorrido é uma discus- são a partir da interface entre o que os professores aprendem em sua formação inicial e, consequentemente, o queensinam em sua prática cotidiana. A pergunta: o que é software matemático? Traz consigo outras reflexões neces- sariamente ligadas a ela: o que é utilizá-lo, como se ensina utilizá-lo, para quê e para quem se ensina? Não se considera, portanto, que a produção do conhe- cimento esteja desvinculada de sua comunicação, de seu interesse de se fazer ouvir e entender. O que é software matemático? A estratégia mais utilizada é entender o seu sig- nificado e desse modo seguindo a linha de pensamento de educadores matemá- ticos como Borba, Penteado, Gravínia e Miskulin, referenciar o seu conceito e a partir de suas definições, utilizá-lo em práticas pedagógicas e definir alguns pres- supostos sobre o ensino de determinados conteúdos Matemáticos. Tais reflexões enriquecem a formação inicial do professor e, além disso, contribui positivamente para nortear o trabalho docente e ao mesmo tempo ampliam perspectivas teóri- cas para a abordagem da disciplina de recursos computacionais. Como se ensina utilizar os softwares matemáticos? Essa discussão nos remete a autores como Shulman (1986) que preconiza que a vertente do conhecimento didático do conteúdo da disciplina se caracteriza como um conjunto de conheci- mentos e capacidades características do professor. Para o autor é um conheci- mento que facilita ou dificulta a aprendizagem de temas concretos. Para quê se ensina utilizar software matemático? Essa pergunta nos remete que em primeiro lugar devemos entender o significado de determinados conteúdos matemáticos que serão tratados na educação básica para que posteriormente possa estabelecer uma relação significativa do aluno em situações de aprendi- zagem estabelecidas pelo docente em sua prática cotidiana. Desse modo, não adianta ensinar a utilização do mesmo sem um significado no contexto de sala de aula. Para quem se ensina utilizar softwares matemáticos? O pensamento de Garcia (2002) corrobora que o conhecimento do professor se constrói durante o proces- so ensino e aprendizagem de sua formação. Para ele, o professor, em formação inicial não tem uma disciplina específica que estabelece critérios de seleção de conteúdos. Tanto os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental ciclo II, quanto as Orientações Curriculares para o Ensino Médio Ciências da Natureza e suas Tecnologias nos remetem a importância do estudo de determi- nado conteúdo mediados pela utilização da Tecnologia e para Brasil, "deve-se contemplar uma formação escolar nesses dois sentidos, ou seja, a Matemática como ferramenta para entender a tecnologia, e a tecnologia para entender a Matemática" (BRASIL, 2006, p. 87). Seguindo todas as linhas de pensamento dos autores sob o ponto de vista do conhecimento matemático tanto na formação inicial do professor quanto na práti- ca cotidiana podemos dizer que o professor de Matemática sob a perspectiva do novo milênio, "a era da Globalização" precisa além de dominar determinado con- © Recursos Computacionais14 teúdo, saber inseri-lo no momento certo na aula de Matemática. Nesse sentido, podemos dizer que o professor se sentirá seguro na transmissão de determinado conhecimento apenas se durante a sua formação esse mesmo conhecimento tenha sido apreendido de forma que contemple tudo que for ensinar. Os estudos internacionais nos mostram que é preciso uma mudança de paradigma, entretan- to, esse objetivo será atingido apenas quando o professor se sentir seguro sobre o que se faz e o que se fala. Para utilizar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no processo de aprendizagem de conteúdos matemáticos são sempre apontadas as dificul- dades que permeiam essa prática, tanto na visão dos alunos quanto na visão dos professores. Muitos dos primeiros dizem que a Matemática é uma disciplina difícil, sem atrativos, longe de sua realidade cotidiana; e quanto ao segundo gru- po, relatam faltar recursos, investimentos, preparo e/ou capacitação para imple- mentarem suas aulas, para que possam, por exemplo, utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's). Esses podem ser escolhidos ou adotados respeitando a grande disponibilidade de informações, as quais os alunos têm contato. Devem ser pensados e analisa- dos a fim de chamar atenção dos mesmos, a fim de fazer com que tenham prazer em aprender Matemática. A aquisição do saber matemático não acontece de acordo com uma única forma de compreender as ideias científicas ou específicas da disciplina, ela acontece segundo diferentes práticas educativas. Com o mundo em constantes e rápidas mudanças, acelerada pela globalização espera-se que as instituições de ensino e os professores renovem a sua atuação no processo de ensino e aprendiza- gem. O professor pode, então, atuar como mediador no qual promoverá o de- senvolvimento de habilidades intrínsecas ao processo de ensino (pensamento) e aprendizagem. O uso das TICs pode propiciar aos professores de Matemática e aos alunos troca de ideias, experiências, informações, formas de expressar seus pensamentos, enfim, juntos constroem conhecimentos específicos referen- tes à disciplina. Com as TICs, é possível despertar nos alunos a curiosidade, a necessidade de pesquisa, leitura, representar o seu pensamento e mostrar a sua forma de interpretar seus conhecimentos matemáticos. O professor como mediador deve assumir um novo costume, o de ser aprendiz, participante, ar- ticulador, provocador e, juntamente com os alunos, assumir papel de parceiros (Texto adaptado do site disponível em: <http://rtve.org.br/seminario/anais/PDF/ GT6/GT6-4.pdf>. Acesso em: 3 jan. 2012). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Após essa introdução aos conceitos principais deste Caderno de Referência de Conteúdo, apresentaremos, a seguir, no Tópico Orientações para estudo, algumas orientações de caráter motiva- cional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. 15 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um refe- rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Iniciaremos refletindo sobre o papel das novas tecnologias no processo educacional, para que se perceba como as pessoas, nesse novo contexto, captam e processam a informação, a fim de criar ambientes de aprendizagem com recursos tecnológicos de in- formação e comunicação. Além disso, identificaremos as principais transformações sociais, culturais e econômicas que ocorreram na sociedade mediante o desenvolvimento das TICs. Durante um longo período, as disciplinas escolares, tiveram poucas modificações curriculares no que diz respeito ao conteúdo, pois o docente também não se preocupava em mudar seu modo de ensinar. Entretanto, a evolução educacional teve uma grande mudança em meados dos anos 1990, e a partir desse momento existiu um novo olhar no que tange o ensino que pudesse fazer com que os alunos adquirissem o conhecimento pleno daquilo que aprendiam. Nesse sentido, houve uma mudança de paradigma do professor em relação a sua prática pedagógica em fazer com que o processo ensino-aprendizagem, mediado pela utilização da Tecno- logia da Informação e Comunicação (TIC), proporcionasse ao aluno um conhecimento além daquele apreendido em sala de aula. Fortalecendo esse pensamento, você como professor deve transmitir ao aluno a importância do trabalho cotidiano sob o pon- to de vista de dinamizar e incorporar em suas aulas a utilização de © Recursos Computacionais16 softwares educacionais matemáticos, com o objetivo de levar ao aluno outras formasde conhecimento. O aluno é construtor do seu próprio conhecimento; ele pode sistematizar o que aprendeu e, quando indagado pelo professor, terá respostas imediatas sobre o conhecimento de determinado conteúdo. No decorrer do estudos deste Caderno de Referência de Conteúdo, você irá compreender a diferença entre informação e conhecimento e também conhecer a respeito da pedagogia de projetos, na perspectiva da integração entre diferentes mídias e conteúdos. Entendemos que as TICs (televisão, internet, computador, DVD, lousa digital interativa, entre outras) podem propiciar prá- ticas pedagógicas significativas. Isso quer dizer que é necessária a criação de espaços de aprendizagem que contemplem a auto- nomia, a problematização, o espírito reflexivo, a criticidade e a tomada de decisão, entre outras habilidades importantes para a inserção na sociedade do século 21. Abordaremos a tecnologia computacional apresentando as possibilidades de utilização do MS-Paint e do MS-Word como re- cursos na construção do conhecimento. Iremos oportunizar a construção e o desenvolvimento de conceitos, de princípios e de referenciais pedagógicos para a apro- priação das seguintes ferramentas computacionais: Excel, Power- Point e Publisher. Teremos a oportunidade de analisar as contribuições do uso da internet como ferramenta na construção do conhecimento e dos softwares para criar estratégias que potencializem o uso dos computadores na educação. Abordaremos em duas unidades deste Caderno de Referên- cia de Conteúdo o ensino da Matemática durante o Movimento da Matemática Moderna (MMM), um novo perfil do professor com o surgimento da Educação Matemática, a aquisição do conhecimen- 17 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo to do conteúdo, por meio de softwares matemáticos que é um recurso utilizado por meio do computador, a prática pedagógica com o advento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, a formação inicial e a formação matemática do professor sob a perspectiva das três vertentes do conhecimento: do conteúdo, didático do conteúdo e curricular. Desse modo, cabe a você, futuro professor, assumir a res- ponsabilidade em fazer com que a aprendizagem presente em diferentes contextos escolares, se torne um momento prazeroso ao lidar com situações cotidianas para contribuir de forma eficaz nesse processo ensino-aprendizagem. Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá- pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados em Recursos Computacionais. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Álgebra: "envolve o uso de letras e outros símbolos para representar números reais. Uma variável é uma letra ou símbolo (por exemplo, x, y, t, θ) que representa um número real não específico. Uma constante é uma letra ou símbolo (por exemplo, -2, 0, 3 , π) que representa um número real específico. Uma expressão algébrica é a combinação de variáveis e constantes envolvendo adi- ção, subtração, multiplicação, divisão, potências e raí- zes" (DEMANA et al., 2008, p. 7). 2) Banco de dados: "conjunto de informações arquivadas em registros. Um conjunto de registros forma um ban- co de dados. Cada registro tem um (ou mais) índice que permite o acesso rápido a suas informações. Exemplo: fichas de alunos contendo seu histórico escolar, com- portamento e dados pessoais. As fichas são os registros © Recursos Computacionais18 no banco de dados e podem ser acessadas através, por exemplo, do número ou nome do aluno" (UFSM, 2012). 3) Blog: "página da web personalizada e pessoal que é atu- alizada constantemente e organizada cronologicamente, como um diário" (NAKASHIMA; AMARAL, 2006). 4) Browser: "significa rastreador. Programa para navegar pela Internet. Os mais utilizados são o Internet Explorer, da Microsoft, o Mozilla Firefox, Opera e, mais atualmen- te, o Google Chrome. Os browsers, além de apresen- tarem textos, podem mostrar imagens, sons, vídeos e mesmo executar programas" (UFSM, 2012). 5) Cálculo: "A palavra cálculo deriva da palavra 'calculi' que era uma palavra que os Romanos utilizavam para desig- nar 'pedrinha'. Dela vêm as palavras 'calcular', 'calcula- dora', 'cálculo' [...]" (EDUC, 2011). 6) CD-ROM (Compact Disk-Ready Only Memory): "disco compacto usado como dispositivo de memória nos com- putadores" (UFSM, 2012). 7) Ciber: "vem de cibernética, ciência que estuda as comu- nicações e o sistema de controle nos seres vivos e nas máquinas. Há poucos anos surgiu o termo ciberespaço, que se refere basicamente ao espaço virtual da Internet. Hoje em dia a palavra é usada com a conotação de 're- lativo à informática, comunicação e novas tecnologias'" (UFSM, 2012). 8) Ciberespaço: "Metáfora usada para descrever o espaço não físico criado por redes de computadores, nomea- damente a Internet, onde as pessoas podem comunicar de diferentes maneiras, por exemplo, através de men- sagens eletrônicas, em salas de conversa ou participan- do em grupos de discussão". Nota: o termo foi criado por William Gibson, no romance Neuromancer." (APDSI, 2007). 9) Conhecimento: "a produção científica sistematizada e acumulada historicamente com regras mais rigorosas de validação tradicionalmente aceitas pela academia" (FIO- RENTINI; SOUZA JÚNIOR; MELO, 2001, p. 312). 19 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 10) Construcionismo: "significa a construção de conheci- mento baseada na realização concreta de uma ação que produz um produto palpável (um artigo, um projeto, um objeto) de interesse pessoal de quem produz" (VALEN- TE, 1999, p. 141). 11) Download: "transferência de um arquivo de um com- putador remoto para um computador local. O arquivo é requisitado através do browser" (UFSM, 2012). 12) E-mail: "mensagem eletrônica que é enviada de uma pessoa a outra através dos computadores conectados à rede. Os usuários recebem do provedor uma caixa pos- tal (endereço eletrônico) que é utilizada para armaze- namento das mensagens. As mensagens são enviadas a esses computadores (servidores de e-mail), que as redi- recionam para os seus assinantes" (UFSM, 2012). 13) Educação Matemática: "é uma grande área de pesquisa educacional, e sua consolidação como tal é relativamen- te recente. Seu objeto de estudo é a compreensão, a in- terpretação e a descrição de fenômenos referentes ao ensino e à aprendizagem da matemática, nos diversos níveis de escolaridade, tanto na sua dimensão teórica, quanto prática. Pode, ainda, conduzida pelos desafios do cotidiano escolar, ser entendida no plano da prática pedagógica" (MACHADO, 2011). 14) Ensinar: "[...] tem sua origem no latim, ensignare, que significa 'colocar signos', e, portanto, pode ser compre- endido como o ato de 'depositar informação' no apren- diz – é a educação bancária, criticada por Paulo Freire (1970)" (PRADO, 2012). 15) Ferramenta de busca (search-engine): "Programa que busca informações pela Internet, usando palavras-cha- ve" (UFSM, 2012). 16) Geometria Dinâmica: expressão utilizada "para nomear (indicar) um método dinâmico e interativo para o ensino e aprendizagem de geometria e suas propriedades usan- do ambientes computacionais destinados a esse fim. [...] O termo 'dinâmico' na matemática se refere às ideias de movimento e mudança. Os programas de Geometria Di- © Recursos Computacionais20 nâmica permitem construir e a partir desta construção, o aluno poderá visualizá-la de diversas formas o que faci- lita a compreensão do comportamento geométrico dos elementos envolvidos" (GEOMETRIA DINÂMICA, 2011). 17) Grupo de discussão (news group): "discussões mantidas em algum computador e separadas por assunto dentro do qual os usuários podem enviar e ler mensagens. Para acompanhar as discussões o usuário precisa acessar o provedor (newsserver) de grupos de discussão" (UFSM, 2012). 18) Home page: "página escrita usando hipertexto e seguin- do um padrão específico adotado na web (HTML). Um site de Internet pode ter várias páginas. A homepage é a primeira página do site" (UFSM, 2012). 19) HTML (Hypertext Mark-Up Language): "linguagem de hipertextos usada na web. Permite links para outros ar- quivos de texto, para arquivos de som, de imagem e de vídeo. Os links podem ser âncoras (dentro da mesma pá- gina), locais (dentro do mesmo site) ou externos (para outros sites)" (UFSM, 2012). 20) HTTP (Hypertext Transfer Protocol): "Protocolo usado para a transferência de hipertexto" (UFSM, 2012). 21) Internet: "rede mundial que interliga computadores. Co- meçou no final dos anos [19]60, com objetivos militares, e se caracteriza por ser uma rede altamente descentra- lizada. É comumente chamada de www ou web. Nasceu após uma experiência militar para conexão de computa- dores diferentes em várias partes do mundo, germinou na experiência de conexão de computadores de diversas universidades espalhadas pelo mundo. A Internet só foi possível após a criação de um protocolo de fácil manipu- lação e que poderia trafegar em qualquer equipamento de informática, o TCP-IP, de transfer control protocol - Internet protocol, ou seja, protocolo de transferência" (BRASIL, 2012). 22) Intranet: "rede local baseada no protocolo IP" (UFSM, 2012). 21 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 23) Link: "[...] especifica o caminho (endereço) que o browser precisa rastrear na rede para trazer a informação solicita- da pelo usuário. Os browsers entendem o formato html padrão que especifica endereços contidos em links (pala- vras destacadas). O clique do mouse sobre essas palavras leva a outras páginas" (UFSM, 2012). 24) Lista de discussão: "discussões mantidas por assuntos predeterminados, em que um computador (list server) gerencia o envio e recebimento de mensagens para uma lista de e-mails (mailing lists). O usuário precisa se ins- crever e, então, passará a receber as mensagens em sua caixa postal" (UFSM, 2012). 25) Multimídia: "uso simultâneo de várias mídias (texto, som, imagem etc.). Um computador multimídia é aque- le capaz de utilizar essas mídias simultaneamente, para isso tem caixas acústicas, placa de vídeo e outros peri- féricos. Parte do crescimento da web deveu-se às suas características multimídia" (UFSM, 2012). 26) Navegar: "o mesmo que surfar na Internet. Significa se- guir os links das páginas buscando informações. O na- vegador não precisa se preocupar com o local onde as informações estão armazenadas (elas podem estar em qualquer computador do planeta ligado à Internet)" (UFSM, 2012). 27) Notebook: "computador portátil" (UFSM, 2012). 28) Paradigma: "conjunto de princípios cognitivos incons- cientes e pressupostos que definem o tipo de dados que somos capazes de ver em primeiro lugar" (WILBER, 1989, p. 70). 29) Processador de texto: "o mesmo que editor de texto. Programa para editar um texto e trabalhar sua estética" (UFSM, 2012). 30) Projetor multimídia: "aparelho para ser ligado ao com- putador e projetar numa tela as mesmas imagens que o computador envia ao monitor" (UFSM, 2012). 31) Provedor de acesso: "tem uma ligação permanente com a Internet através de uma linha telefônica rápida, e modems ligados aos seus computadores para permi- © Recursos Computacionais22 tir que usuários o contatem e usem como ponte para acessar a Internet" (UFSM, 2012). 32) Rede: "o termo 'rede' refere-se a dois ou mais compu- tadores conectados com o objetivo de permitir que as pessoas se comuniquem e/ou compartilhem recursos" (BRASIL, 1998). 33) Saber: "modo de conhecer/saber mais dinâmico, menos sistematizado ou rigoroso e mais articulado a outras for- mas de saber e fazer relativos à prática, não possuindo normas rígidas formais de validação" (FIORENTINI; SOU- ZA JÚNIOR; MELO, 2001, p. 312). 34) Sistema operacional: "sistema utilizado pelo computa- dor para que o processador realize as operações conti- das nos diversos programas" (UFSM, 2012). 35) Site: "conjunto de páginas de uma mesma instituição na Internet. Um site contém páginas escritas em HTML (o protocolo padrão usado na Internet). Um site pode ser pessoal, institucional, comercial, educacional etc." (UFSM, 2012). 36) Softwares: "são os programas de computadores. Cada software pode conter um conjunto de programas e/ou diversos arquivos para funcionar. Quanto mais fácil de ser usado, maior será seu tamanho, necessitando, assim, de mais espaço tanto no disco rígido quanto na memória do tipo RAM" (BRASIL, 1998). 37) Software educacional: "é desenvolvido para ser utiliza- do como apoio ao processo de aprendizado de um de- terminado conteúdo, entende-se que uma das etapas no seu desenvolvimento é definir a concepção pedagógica daqueles que estão envolvidos na sua modelagem e/ou implementação" (TEIXEIRA, 2011). 38) Tecnofobia: "medo de tecnologia" (UFSM, 2012). 39) Teleconferência: "Comunicação síncrona (em tempo real) para a troca de mensagens entre dois computado- res. Hoje em dia alguns programas permitem a criação de um 'quadro-branco' em que se pode desenhar ou mos- trar arquivos de imagens, além da janela de texto. Tam- bém chamada de chat ou bate-papo" (BRASIL, 2012). 23 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 40) Tutorial: "Explicações passo a passo de uso de uma fer- ramenta. Usado geralmente em seções do tipo 'como fa- zer', na qual entram detalhes, explicações simplificadas e exemplos" (BRASIL, 2012). 41) Upload: "Arquivo transferido de um computador local para um computador remoto" (BRASIL, 2012). 42) URL (Uniform Resource Location): "Endereço da web" (BRASIL, 2012). 43) Videoconferência: "Comunicação síncrona (em tempo real) entre dois computadores usando imagens e sons obtidos por pequenas câmeras e microfones acoplados aos computadores" (BRASIL, 2012). 44) Web: "Sistema baseado em hipertexto que permite a na- vegação por computadores ligados à internet. Suporta texto, imagens, vídeo e sons" (BRASIL, 2011). 45) Webmaster: "Pessoa responsável por um site de inter- net. Normalmente com responsabilidades pela inte- gridade do site do ponto de vista técnico (questões de segurança, validade de links, velocidade etc.), embora algumas vezes seja também responsável pelo conteúdo" (BRASIL, 2011). Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. © Recursos Computacionais24 Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-sede destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 25 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo de Recursos Computacionais. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os principais conceitos deste Caderno de Referência de Conteúdo e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-apren- dizagem. Por exemplo, o conceito de software educacional implica © Recursos Computacionais26 conhecer a concepção pedagógica daqueles que estão envolvidos na sua modelagem e/ou implementação (TEIXEIRA, 2001). Sem o domínio conceitual desse processo explicitado pelo Esquema, pode- -se ter uma visão confusa do tratamento da temática do ensino de Recursos Computacionais proposto pelos autores deste CRC. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de Matemática pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, median- te a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. As questões de múltipla escolha são as que têm como respos- ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entende-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res- posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com seu tutor ou com seus colegas de turma. 27 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui- lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce- bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri- mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. © Recursos Computacionais28 É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado aos conteúdo estudados, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática: ensino de quinta à oitava série. Brasília, 1998. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: 2006. v. 2. DEMANA, F. D. et al. Pré-Cálculo. São Paulo: Pearson, 2008. FIORENTINI, D.; SOUZA JÚNIOR, A. J.; MELO, G. F. A. Saberes Docentes. In: GERALDI, C. M. G.; FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. M. A. (Orgs). Cartografias do trabalho docente: professor(a) – pesquisador(a). Campinas: Mercado das Letras, 2001. (Coleção Leituras do Brasil) SHULMAN, L. S. Those who understand: knowledge growth in teaching. Educational Researcher, v. 15, n. 2, p. 4-14, 1986. 29 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo VALENTE, J. A. Análise dos diferentes tipos de softwares usados na educação. In: ______ (Org.). Computadores na sociedade do conhecimento. Campinas: Nied/Unicamp, 1999. WILBER, K. A batalha dos paradigmas. THOT, n. 52, 1989, p. 69-78. 4. E-REFERÊNCIAS APDSI – ASSOCIAÇÃO PARA A PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO. Glossário da sociedade da informação – versão 2007. Disponível em: <http://www.apdsi.pt/main.php?mode=public&template=frontoffice&srvacr=pages_43 &id_page=138>. Acesso em: 3 jan. 2012. BRASIL. Ministério da Educação e do BRASIL. Parâmetros em ação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/informatica1.pdf>. Acesso em: 3 jan. 2012. EDUC. Curiosidades.Origem da palavra cálculo. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul. pt/icm/icm99/icm36/curiosidades.htm>. Acesso em: 2 dez. 2011. GEOMETRIA DINÂMICA. O que é geometria dinâmica? Disponível em: <http://www. geometriadinamica.com.br>. Acesso em: 2 dez. 2011. MACHADO, C. R. Teorias de pesquisa em educação matemática: a influência dos franceses. Disponível em: <http://www.mat.ufrgs.br/~vclotilde/disciplinas/pesquisa/ CLAUDIA_FRANCESES.DOC.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2011. NAKASHIMA, R. H. R.; AMARAL, S. F. A linguagem audiovisual de lousa digital interativa no contexto educacional. Educação Temática Digital, Campinas, v. 8, n. 1, p. 33-48, dez. 2006. Disponível em: <http://lantec.fae.unicamp.br/lantec/publicacoes/rosaria.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2011. PRADO, M. E. B. B. Tecnologia, currículo e projetos. Disponível em: <http://portal.mec. gov.br/seed/arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 3 jan. 2012. TEIXEIRA. J. F. Uma discussão sobre a classificação de um software educacional. Disponível em: <http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/jacqueline.html>. Acesso em: 2 dez. 2011. UFSM – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Glossário online. Disponível em: <http://www.ufsm.br/tielletcab/Nusi/Arquivos/Glossmul.html>. Acesso em: 3 jan. 2012. Claretiano - Centro Universitário 1 EA D Tecnologia na Construção do Conhecimento Prof.ª Ms. Alessandra Corrêa Farago Prof. Ms. Randal Farago 1. OBJETIVOS • Analisar o papel das novas tecnologias no processo edu- cacional. • Identificar as principais transformações sociais, culturais e econômicas que ocorrem na sociedade mediante o de- senvolvimento da informática. • Compreender como o indivíduo capta e processa a infor- mação para criar ambientes de aprendizagem com recur- sos tecnológicos de informação e comunicação. • Distinguir informação e conhecimento. • Analisar as contribuições de algumas ferramentas da in- formática nos projetos educacionais por meio da apren- dizagem colaborativa. © Recursos Computacionais32 2. CONTEÚDOS • Papel da informática no dia a dia. • Tecnologia na vida e na escola. • Sociedade da informação e do conhecimento. • Integração dos projetos educacionais e das tecnologias. • Era digital e aprendizagem colaborativa. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos termos explicita- dos no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo Es- quema dos Conceitos-chave para o estudo de não ape- nas esta, mas todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) Nesta unidade, você aprenderá sobre a Era da sociedade do conhecimento. Dessa forma, será interessante fazer a leitura do livro O Ensino na Sociedade do Conhecimento, de Andy Hargreaves, para aprofundar seus conhecimen- tos e ampliar as convicções a respeito da necessidade de se repensar a função social da escola mediante as expec- tativas do contexto imposto no século 21. 3) Para saber um pouco mais sobre Paulo Freire, educador notável brevemente apresentado a seguir, acesse o link que se encontra disponível em: <http://www.pucsp.br/ paulofreire/>. Acesso em: 11 jan. 2012. 4) Leia os textos indicados na bibliografia para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o ma- terial didático e discuta a unidade com seus colegas de curso. 5) Antes de iniciar a leitura desta unidade, conheça um pouco da biografia dos pensadores cujas ideias norteiam o estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo. Para saber mais, acesse os sites referenciados. 33 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Tecnologia na Construção do Conhecimento Paulo Freire Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as difi- culdades de sobrevivência das classes populares. Traba- lhou inicialmente no SESI (Serviço Social da Indústria) e no Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Reci- fe. Ele foi quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de idéias e "métodos". Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do Re- cife e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do Nor- te, em 1963. A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados. Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educa- cionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os 10 anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores. A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do oprimido. Em Paulo Freire conviveram sempre presente senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a pro- fessora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a mor- te de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna. Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade (1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995). Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior. © Recursos Computacionais34 A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres Bello" da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado "Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo (imagem disponível em: <http://redeso- cial.unifreire.org/articles/0019/6598/paulo-freire.jpg?1271701448>. Acesso em: 11 jan. 2012. Texto disponível em: <http://www.paulofreire.org/pub/Crpf/CrpfA- cervo000031/Vida_Biografias_Pequena_Biografia_v1.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2012). Fernando Hernández Doutor em Psicologia e professor de História da Educa- ção Artística e Psicologia da Arte na Universidadede Bar- celona. Tem 50 anos e há 20 trabalha com a inserção do trabalho com projetos na escola (imagem disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_JjoSp0y9AlU/R1z-zU5FGzI/ AAAAAAAAAJc/smIWAgx248Q/s320/repcapa_hernan- dez.jpg>. Acesso em: 11 jan. 2012. Texto disponível em: <http://www.ifam.edu.br/cms/images/revista/edicao_02/ compreendendoosprojetos.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2012). Marilda Aparecida Behrens Pedagoga pela UFPR, mestre e doutora em Educação pela PUC-SP. Atua há trinta anos na formação de profes- sores universitários, na graduação em pedagogia e nas licenciaturas. Leciona no mestrado em Educação da PUC do Paraná nas disciplinas Paradigmas Contemporâneos na Educa- ção Superior e Docência na Universidade. Na graduação em Pedagogia atua nas disciplinas Didática e Prática de Ensino. Especialista em Metodologia do Ensino Superior, lidera dois grupos de pesquisa: Paradigmas educacionais e for- mação de professores e Educação, comunicação e tecno- logia. A autora publicou [...] O Paradigma emergente e a prática pedagógica (ima- gem disponível em: <http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ2Ic9oG0aMg q0v-PciukYw_bG4mnpo0sHIswPPF9NSObev-IZJqg>. Acesso em: 11 jan. 2012. Texto disponível em: <http://www.erdos.com.br/detalhe_pro2.php?id=4769>. Acesso em: 11 jan. 2012). 35 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Tecnologia na Construção do Conhecimento 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Com base no estudo desta unidade, esperamos que você re- flita sobre o papel da tecnologia no processo educacional e iden- tifique como o indivíduo capta e processa a informação para criar ambientes de aprendizagem com recursos tecnológicos de infor- mação e de comunicação. Nesse sentido, o nosso objetivo é que você compreenda a diferença entre informação e conhecimento e conheça um pouco da pedagogia de projetos na perspectiva da integração entre dife- rentes mídias e conteúdos. Os tópicos a seguir abordam e discutem alguns conceitos, bem como possíveis implicações envolvidas na perspectiva de uma aprendizagem colaborativa, que se viabiliza pela articulação entre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), os saberes e os protagonistas. 5. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DA TECNOLO- GIA Para que você entenda como se constituiu a sociedade em que vivemos atualmente, retornaremos um pouco no tempo. A grande transformação inicia-se com a sociedade de pro- dução em massa, fortemente influenciada pela Revolução Indus- trial e impregnada pelos pressupostos do paradigma newtoniano- cartesiano, caracterizado por uma visão de mundo mecanicista e reducionista. Da Revolução Industrial, evoluímos para a Revolução Tecno- lógica, que, por sua vez, provocou a geração das redes de informa- tização. Essa nova geração proporcionou o contato rápido entre as pessoas, possibilitando o movimento de globalização. Segundo Ferreira (2004), globalização é: © Recursos Computacionais36 [...] o processo típico da segunda metade do século 20 que conduz a crescente integração das economias e das sociedades dos vários países, especialmente no que se refere à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros e à difusão de informações. Mesmo diante dessa revolução, percebemos que nossa edu- cação continua impregnada pelo pensamento conservador newto- niano-cartesiano, tendo grandes dificuldades em absorver as mu- danças geradas por essa revolução tecnológica. A chegada da sociedade do conhecimento exigiu que as pessoas estabelecessem parcerias, conexões, trabalho coletivo e inter-relacional, ultrapassando a fragmentação e a divisão por dis- ciplinas em todas as áreas do conhecimento. Nesse sentido, a tecnologia passou a ser um mecanismo de bem-estar social, uma vez que o grande desafio imposto à escola é preparar o aluno para a cidadania, formando um indivíduo éti- co e responsável para enfrentar os novos desafios tecnológicos, levando-se em consideração os requisitos básicos para viver numa sociedade em constante transformação. Muitos autores afirmam que a sociedade do conhecimento pode também ser chamada de sociedade da informação, surgindo no final do século 20 junto ao contexto de globalização. Com a sociedade da informação, surge, então, uma nova era, na qual as tecnologias de armazenamento são amplamente utiliza- das e as transmissões de dados são de baixo custo. Com isso, a in- formação chega aos lugares com rapidez e em maior quantidade. Mas o que é sociedade da informação? Sociedade da Informação é um estágio de desenvolvimento social caracterizado pela capacidade de seus membros (cidadãos, empre- sas e administração pública) de obter e compartilhar qualquer in- formação, instantaneamente, de qualquer lugar e da maneira mais adequada (FUNDACIÓN TELEFÓNICA, 2012). Observe a evolução da sociedade moderna na Figura 1. 37 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Tecnologia na Construção do Conhecimento Sociedade Industrial Se tem acesso aos bens produzidos por outros Sociedade Pós-industrial Se tem acesso aos serviços prestados por outros Sociedade da Informação Se tem acesso a informação gerada por outros 1800 1900 1950 2000 2050 Fonte: adaptado de Fundación Telefónica (2012). Figura 1 Evolução da sociedade moderna. A sociedade industrial perdurou, aproximadamente de 1750 a 1950. Nesse período, o maior desafio foi manter a eficiência, ou seja, fazer o maior número de coisas no menor tempo possível, tornando mais dinâmico o ritmo de vida. Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a sociedade pós- industrial, proveniente da expansão dos meios de interação e co- municação entre pessoas de diferentes lugares do mundo, com a transformação do sistema econômico e a propagação das novas tecnologias. Esse tipo de sociedade não se consolidava na produ- ção agrícola nem na indústria, mas, sim, na produção de serviços e informações. Para compreender a sociedade pós-industrial, temos de ter clara a ideia de que ela se difere muito da anterior. Isso é percebi- do no setor de serviços, que hoje absorve a maior parte da mão de obra disponível no mercado, mais que a agricultura e a indústria juntas, pois o trabalho intelectual é tido como mais importante do que o trabalho mecanizado. Antes, tínhamos a especialização do trabalho e a padroni- zação das mercadorias; agora, o que vale é a intelectualização e a desestruturalização do espaço e do tempo, ou seja, a possibilidade de estar em diferentes espaços de forma virtual torna a comunica- ção muito mais ágil, dinamizando nossas relações e ações. © Recursos Computacionais38 6. TECNOLOGIA NA VIDA E NA ESCOLA Atualmente, vive-se um momento de grandes transforma- ções, no qual a tecnologia está presente em atividades comuns do cotidiano. Segundo Kenski (2002), as atividades cotidianas mais co- muns, como dormir, comer, trabalhar, deslocar-se para diferentes lugares, ler, conversar e se divertir, são possíveis graças às tecnolo- gias a que todos têm acesso. De fato, o conceito de tecnologia possui diferentes significa- dos, variando conforme o contexto. Observe como Kenski (2002, p. 1) trabalha essa definição: Para todas as demais atividades que realizamos em nossas vidas, precisamos de produtos e equipamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções específicos para serem utilizados, na busca de melhores formas de viver. Ao conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à constru- ção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade, chamamos de "tecnologia". Para construir qualquer equipamento – seja uma caneta esferográfica, seja um computador – os homens precisam pesquisar, planejar e criar tecnologias. Ferreira (2004, p. 325) define tecnologia como "[...] o con- junto de conhecimentos, princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade". Já Kline apud Almeida (2003, p. 48) propõe uma definição de tecnologia mais abrangente: [...] como o estudo do emprego de ferramentas, aparelhos, máqui-nas, dispositivos, materiais, objetivando uma ação deliberada e a análise de seus efeitos, envolvendo o uso de uma ou mais técnicas para atingir determinado resultado, o que inclui as crenças e os va- lores subjacentes às ações, estando, portanto, relacionada com o desenvolvimento das humanidades. A rapidez com que se dá a circulação de informações e a pro- dução de conhecimento no mundo atual impõe novas demandas para o viver em sociedade. Assim, é necessário que as pessoas aprendam a conviver com as incertezas, com o imprevisto, com o provisório e com as constantes novidades. 39 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Tecnologia na Construção do Conhecimento Segundo Behrens (1999, p. 25), isso pressupõe: [...] o desenvolver à capacidade de aprendizagem contínua, ou seja, à autonomia na construção e na reconstrução do conhecimento ao longo da vida, como analisar, refletir e ter disponibilidade para transformar seu conhecimento, processando novas informações e produzindo conhecimentos novos. A escola faz parte desse momento de revolução tecnológica. E, para cumprir sua função social, ela deve estar aberta e incorpo- rar novos comportamentos, hábitos e demandas, participando dos processos de transformação e construção de nossa sociedade. É necessário, pois, que os alunos desenvolvam habilidades para uti- lizar os recursos tecnológicos de nossa cultura. Para isso, a escola precisa integrar a cultura tecnológica ao seu cotidiano. Hoje, os meios de comunicação apresentam variedade e abundância de informação de maneira bastante atrativa. Dessa forma, os alunos têm acesso às diferentes informações, com níveis de complexidades distintos e que expressam diferentes percep- ções, pontos de vista e valores. Vale ressaltar que as Tecnologias da Informação e da Comu- nicação (TICs) permitem que a aprendizagem ocorra de diferentes maneiras e em diferentes lugares. Por conseguinte, cada vez mais, as capacidades para imaginar, criar, questionar, inovar, tomar de- cisões com autonomia e encontrar soluções rápidas assumem im- portância. A escola tem a função de ensinar os alunos a se relacionarem de forma seletiva e crítica com o universo de informações a que têm acesso no seu dia a dia. Ao fazer isso, os educadores cumprem um importante papel de formar gerações mais conscientes, autô- nomas e críticas. Repensando a escola Diante desse novo contexto social, da sociedade da informa- ção e do conhecimento, torna-se necessário repensar o papel da escola e as questões referentes ao ensino e à aprendizagem. © Recursos Computacionais40 É importante saber que o ensino na perspectiva tradicional, que privilegia a memorização de fatos e conceitos, organizados de forma fragmentada, bem como as soluções padronizadas e os exercícios repetitivos e de exaustão, não atende às exigências des- se novo paradigma. Assim, o momento requer uma nova forma de agir e de pensar para lidar com a abrangência, com o dinamismo do conhecimento e com a rapidez de informações. Podemos facilmente perceber uma gama de diferentes situ- ações em que o indivíduo precisa fazer escolhas e definir priori- dades, exigindo, para isso, capacidade de se posicionar de forma reflexiva e crítica. Sob essa ótica, o "ensinar" deve se configurar de forma diferente da perspectiva tradicional. Assim, é necessário que o nosso aluno desenvolva competências para atender as no- vas exigências da sociedade do século 21. Tais demandas valorizam a autonomia, a criatividade, a flexi- bilidade para trabalhar em meio a incertezas, a facilidade em bus- car e interpretar informações e a articulação de ações colaborati- vas e em parceria. Assim, exige-se que os alunos e, consequentemente, os pro- fessores tenham uma nova postura diante do processo de apren- dizagem e da busca e produção do conhecimento. Já é fato que o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é funda- mental. Segundo essas novas exigências, os alunos precisam ser protagonistas na ação de aprender. De acordo com os PCNs: [...] a escola deve propiciar ao aluno caminhos para encontrar sen- tido e funcionalidade naquilo que constitui o foco dos estudos em cada situação da sala de aula. Essa forma contextualizada de apren- der é que permite ao aluno relacionar aspectos presentes da vida pessoal, social e cultural, mobilizando as competências cognitivas e emocionais já adquiridas para novas possibilidades de reconstru- ção do conhecimento. Portanto segundo Perrenoud (1999, p. 69), "[...] as compe- tências são construídas somente no confronto com verdadeiros 41 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Tecnologia na Construção do Conhecimento obstáculos, em um processo de projeto ou resolução de proble- mas". Nesse contexto, o currículo escolar apresenta a necessidade de integrar as disciplinas e as áreas do conhecimento, com vistas a formar um aluno protagonista da sua história e capaz de compre- ender e transformar uma realidade. Assim, é importante que você compreenda a tecnologia, em termos das implicações do seu uso no processo de ensino e apren- dizagem. Essa compreensão é que permitirá integrá-lo à prática pedagógica. Entretanto, essa integração é vista de forma equivocada, e a tecnologia incorporada ao currículo escolar, como mais uma disciplina, servindo para instrumentalizar sua utilização. É comum ouvir os professores dizendo: "precisamos oferecer a disciplina de informática ou mesmo cursos extracurriculares". Diferentemente dessa perspectiva, ressaltamos a importân- cia de a tecnologia ser incorporada à sala de aula, à escola e à sociedade, tendo em vista sua utilização como recurso didático- pedagógico. No entanto, o que é necessário fazer para a implantação das novas tecnologias na escola? É preciso antes questionar: será que os professores sem co- nhecimento técnico são capazes de implantar soluções pedagógi- cas inovadoras utilizando os recursos tecnológicos? Refletindo sobre essa questão, observe a Figura 2. © Recursos Computacionais42 Fonte: MOA (2003, p. 66). Figura 2 Aula com auxílio da internet. Como vimos na ilustração, a professora, por ausência do co- nhecimento técnico, não conseguiu utilizar o computador como recurso pedagógico inovador na sua prática docente. Portanto, é importante que o professor tenha clareza quanto às possibilidades técnicas e pedagógicas de utilização dos recursos tecnológicos. Para isso, há dois aspectos que devem ser considera- dos na implantação dos recursos tecnológicos na escola. O primeiro refere-se à importância de se ter o conhecimento técnico e pedagógico, visto que é enganosa a ideia de que se tor- nar um especialista em informática já garante o sucesso de uma boa aula. O conhecimento técnico e o pedagógico são essenciais para a implantação das TICs. Como afirma Valente (2002, p. 85): [...] o domínio das técnicas acontece por necessidades e exigên- cias do pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas 43 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Tecnologia na Construção do Conhecimento aberturas para o pedagógico, constituindo uma verdadeira espiral de aprendizagem ascendente na sua complexidade técnica e pe- dagógica. Ainda, de acordo com Valente (2002), o segundo aspecto re- fere-se à possibilidade de implementação pedagógica atendendo às especificidades de cada tecnologia. Para isso, o autor afirma que: [...] O professor deve conhecer o que cada uma dessas facilidades tecnológicas tem a oferecer e como ela pode ser explorada em dife- rentes situações educacionais. Em um determinado momento, por exemplo, a televisão pode ser mais apropriada do que o computa- dor (VALENTE, 2002, p. 86). 7. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMEN- TO O que significa conhecimento e como ele se difere da infor- mação? Informação refere-se aos dados que as pessoas trocam entre si e aos fatos divulgados na mídia em geral. Já o conheci- mento, segundo Valente (2002, p. 98): [...] é o que cada indivíduo constrói como produto do processamen- to, da
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