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GABARITO - EXERCICIOS DE REVISAO PARA A PROVA DE SEGUNDA ETAPA

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EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA A PROVA DE SEGUNDA ETAPA 
LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO 
PROF. DRA. MARIANA DE-LAZZARI 
 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
 
1. Leia o fragmento que segue: 
 
“Em 1937, eles foram presos sob a acusação de ter matado o sócio e primo Benedito 
Pereira Caetano, que desapareceu, sem deixar rastro, levando 90 contos de réis, hoje 
o equivalente a 270 mil reais. O Delegado chegou à conclusão de que os irmãos 
mataram o primo para ficar com o dinheiro. A polícia torturou até familiares para 
descobrir o esconderijo do dinheiro, conseguindo dessa forma a confissão dos presos 
que, levados a júri, foram absolvidos; a acusação não se conteve e recorreu; os 
jurados mantiveram a absolvição. Como na época o júri não tinha soberania, o 
Tribunal de Justiça reformou a decisão e condenou Joaquim e Sebastião a 16 anos e 
seis meses de reclusão. Oito anos depois tiveram livramento condicional; Joaquim 
pouco depois morreu como indigente e Sebastião encontrou o primo vivo em julho de 
1952, constatando assim a inexistência do homicídio, o acerto dos jurados com a 
decisão de absolvição e o grande erro do Tribunal. A descoberta provocou ação de 
revisão criminal que concluiu por inocentar os irmãos, em 1953, e, em 1960, o 
Judiciário concedeu indenização aos herdeiros”. 
 
(www.Jusnavigandi.com.br) 
 
Marque a opção cujo comentário está INCORRETO. 
 
a) O fragmento é predominantemente narrativo. 
b) A narrativa do fragmento é valorada. 
c) A narrativa apresenta pelo menos os elementos constitutivos: “o que, quem, 
quando”. 
d) Há, no fragmento, a descrição a serviço da narrativa. 
 
O fragmento é narrativo, pois retrata a situação de conflito, abordando os fatos que 
deram origem a esse conflito de maneira valorada, já que observa-se que a história se 
desenvolve no sentido de pontuar o erro do Tribunal. Há os elementos “o que” (“eles 
foram presos sob a acusação de ter matado o sócio e primo Benedito Pereira Caetano, 
que desapareceu, sem deixar rastro, levando 90 contos de réis”), “quem” (sócio e 
primo Benedito Pereira Caetano, Joaquim e Sebastião) e “quando” (1937, 1952, 1953 
e 1960). Só não há descrição, que consiste em caracterizar, por meio de adjetivos, 
pessoas, objetos ou situações. 
 
2. Leia o fragmento adiante e marque a opção CORRETA de acordo com o texto. 
 
“O Laudo é o parecer técnico resultante do trabalho realizado pelo perito, via de 
regra, escrito. Deve ser redigido pelo próprio perito, mesmo quando existem 
Assistentes Técnicos. Os colegas devem receber a oportunidade de examinar o texto e 
emitir suas opiniões. Essa tarefa deve ser realizada em conjunto, de preferência. O 
perito ganha tempo e reduz os debates infrutíferos, dessa forma. A maioria dos 
trabalhos resolve-se dentro do campo técnico, sem margem para opiniões pessoais. 
Um laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção exige conhecimentos técnicos 
e científicos, e que se destina a estabelecer, na medida do possível, uma certeza a 
respeito de determinados fatos e de seus efeitos. O perito fala somente sobre os 
efeitos técnicos e científicos. O Juiz declara os efeitos jurídicos desses fatos referidos 
pelo perito e das conclusões desse. O perito esclarece os efeitos de fato. O Juiz fixa os 
efeitos de direito”. 
 
(http://ulcpericia.com.br/noticias. php?id=6) 
 
a) A perícia funciona como prova admitida em direito. De natureza demonstrativa, 
está a serviço da argumentação. 
b) Se é o Juiz quem “fixa os efeitos de direito”, enquanto ao perito cabe apenas 
“esclarecer os efeitos de fato” o parecer tem reduzida força persuasiva no texto 
argumentativo. 
c) A opinião pessoal do profissional da área técnica da perícia importa ao 
argumentador, pois foi ele quem esteve no local onde o corpo de delito foi analisado. 
d) Laudos são pareceres técnico-formais produzidos por profissionais da área jurídica. 
 
O fato de o parecer não ter força decisiva não significa que ele não tenha força 
persuasiva (ver Lições de argumentação jurídica, contextualização do real). Além 
disso, o texto deixa claro que ao perito não cabe indicar suas opiniões (“A maioria dos 
trabalhos resolve-se dentro do campo técnico, sem margem para opiniões 
pessoais...”), bem como cada perícia pressupõe a análise de um técnico naquela área 
específica à necessidade pericial. 
 
3. Leia o fragmento que segue. 
 
“Se o franqueador é um beneficiário do serviço prestado por todo aquele sob sua 
franquia, não estaria ele coobrigado pelos débitos trabalhistas de seus franqueados?”. 
 
Quanto aos itens do planejamento do texto argumentativo, pode-se dizer que o 
fragmento deve ser identificado como: 
 
a) Situação de conflito. 
b) Tese. 
c) Contextualização do real. 
d) Hipótese. 
 
(Ver Lições de argumentação jurídica, hipóteses). A hipótese se constrói por meio de 
um conectivo: se + informação extraída da contextualização do real: o franqueador é 
um beneficiário do serviço prestado por todo aquele sob sua franquia + inferência 
extraída da informação anterior: não estaria ele coobrigado pelos débitos trabalhistas 
de seus franqueados?. 
 
4. Sabemos que uma peça jurídica, para ser eficaz, precisa de boa fundamentação. 
Sobre isso, analise atentamente as proposições abaixo. 
 
I. A fundamentação visa comprovar que o magistrado está equivocado nas suas 
convicções. 
 
II. A fundamentação consiste em persuadir o auditório acerca de um ponto de vista 
que se pretende sustentar. 
 
III. O sucesso da argumentação é influenciado pela qualidade da narração anterior, 
quando todos os fatos juridicamente importantes do caso concreto são organizados 
em ordem cronológica. 
 
Está(ão) CORRETA(S): 
 
a) II e III. 
b) Apenas III. 
c) I, II e III. 
d) Apenas II. 
 
Pelo contrário, a fundamentação busca convencer o magistrado e o auditório de que o 
ponto de vista do operador do direito está correto e, para isso, é imprescindível que a 
situação de conflito seja bem colocada, por meio da narração dos fatos juridicamente 
relevantes e de outros que os sustentem, em ordem cronológica, de modo a valorar a 
narrativa. 
 
5. Leia atentamente as proposições abaixo. 
 
I. A prova técnica, quando aceita como verdadeira, transforma-se em prova concreta. 
Em geral, ela não consegue resolver todos os elementos dispostos em uma 
argumentação jurídica; 
 
PORTANTO, 
 
II. ela se transforma em ponto de partida para argumentos maiores. 
 
Em relação a essas duas proposições, assinale a alternativa CORRETA: 
 
a) I é falsa e II é verdadeira. 
b) Ambas são verdadeiras e II conclui I. 
c) Ambas são falsas e II conclui I. 
d) I é verdadeira e II é falsa. 
 
“Evidentemente que não é apenas com um laudo técnico que se persuade o auditório, 
mas esse é um expediente eficaz e deve-se, sempre que possível, utilizá-lo” (ver 
Lições de argumentação jurídica, contextualização do real). 
 
6. Com base em seus conhecimentos acerca dos requisitos objetivos da petição inicial, 
analise as proposições abaixo: 
 
I. A petição inicial é um ato processual e, para a sua validade, nela devem estar 
presentes todos os requisitos previstos no CPC. 
 
II. As partes, a causa de pedir e o pedido - elementos da ação - são os requisitos 
mais importantes da petição inicial, e significam quem, porque e o que se pede. 
 
III. O primeiro requisito da petição inicial, também conhecido por endereçamento ou 
cabeçalho, tem por finalidade apurar o juízo competente da ação que se pretende 
ajuizar. 
 
IV. A petição inicial não será considerada inepta caso nela não estejam presentes os 
pedidos. 
 
Estão CORRETAS: 
 
a) II e IV. 
b) I, II e III. 
c) I, III e IV. 
d) II, III e IV. 
 
Os pedidos são requisitos fundamentais para que uma petição seja acatada, de acordo 
com o art. 319 do novo CPC. 
 
7. Sabemos que, por fundamentos jurídicos do pedido, entende-se a descrição da 
consequência jurídica gerada pela lesão ao direito do autor. Com base nesse conceito, 
analise e relacione as seguintes proposições e assinale a alternativa CORRETA. 
 
I. Fundamento jurídico não é o mesmo que fundamento legal, oqual nada mais é do 
que a norma jurídica. 
 
LOGO, 
 
II. o autor não precisa transcrever, na petição inicial, o artigo de lei que justifica seu 
pedido, pois o juiz tem o dever de conhecer a legislação e aplicá-la ao caso concreto, 
solucionando o litígio. 
 
a) Ambas as proposições são verdadeiras e II conclui I. 
b) A proposição I é verdadeira e a II é falsa; assim, II não conclui I. 
c) Ambas as proposições são verdadeiras e II explica I. 
d) A proposição I é falsa e a II é verdadeira, mas II conclui I. 
 
Fundamento jurídico corresponde à argumentação jurídica e fundamento legal é a 
norma jurídica. É dever de todo juiz conhecer a norma, daí conclui-se que não há a 
necessidade de transcrever a legislação, basta referenciá-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES DISCURSIVAS 
 
 
 
a) O primeiro, na medida em que elogia o carro de João, sua aparência e o convite 
para uma visita ao escritório. 
 
b) O fato é o mesmo, o encontro com João, porém, o primeiro colega narra esse fato 
com uma atitude positiva e o segundo faz o mesmo, só que de forma negativa. 
 
c) O recurso utilizado foi a descrição de João, do seu carro e do seu convite (“rosto 
jovial” x “aspecto desleixado, barba por fazer”; “roupas finíssimas em tom desleixado” 
x “roupa amassada, mal arrumada, suja”; “carro importado caríssimo, brilhante, bem 
cuidado, com bancos de couro lindos, um deslumbre x “carro velho, que não vale um 
centavo”; “sorridente”, “pediu para que eu fosse conhecer seu escritório” x “convite 
formal”). 
 
2. Leia atentamente os seguintes textos para resolver as questões. 
 
Texto 1 
 
 O réu ameaçava a vítima que, aos gritos, clamava por não ser morta. Ele pediu 
as joias e, ao ouvir a negativa da vítima, que dizia não possuir nenhuma joia, não 
teve dúvida: com frieza desumana, puxou o gatilho do revólver encostado à cabeça da 
vitimada, prostrando-a no chão, sem vida, de forma cruel, por motivo absolutamente 
fútil (RODRÍGUEZ, 2004, p. 178). 
 
Texto 2 
 
 O réu, no intento de roubar, pediu à vítima joias e dinheiro. Assustado, 
temeroso e alterado, pois não é um bandido profissional, mas incidentalmente 
cometendo aquele equívoco, ouviu a ríspida negação da vítima e, supondo tendo ela 
chance de reação, que por certo poria sua vida em risco, em um ímpeto de emoção e 
medo apertou o gatilho, temendo por sua sobrevivência. 
 
RODRÍGUEZ, Victor Gabriel. Manual de redação forense. 2. ed. Campinas: Ltz, 2004. 
p. 178. 
 
 
Ambos os textos trazem a narração da mesma cena, mas sob pontos de vista 
diferentes. Sobre isso, responda: 
 
a) O que distingue os pontos de vista nos textos 1 e 2? 
 
Têm-se, no texto exposto, duas narrativas da mesma cena, porém, os narradores a 
descreve de forma diferente. Cada um via a cena exatamente como se havia passado, 
mas cada um a descreveu sob um ponto de vista diferente. Assim, o que distingue um 
ponto de vista do outro é que um foi acusatório e outro foi realizado de forma 
defensiva. 
 
 
b) No que se refere à narrativa enquanto instrumento de persuasão, explicite a 
intencionalidade argumentativa dos autores dos textos 1 e 2. 
 
Quando se passa a narrar certos fatos, o narrador já está procurando, desde logo, a 
persuadir o seu ouvinte, pois já é do nosso conhecimento que a tentativa de 
persuasão existe a partir do inicio da narração, uma vez que se selecionam, para a 
narrativa, fatos que procuram reforçar a persuasão do ouvinte. Dessa forma, apesar 
de passar o fato de modo informativo, tende-se sempre a adotar um ponto de vista 
inicial, e esse ponto de vista faz com que, ao narrar qualquer fato, o narrador procure 
busca a adesão. Em razão disso, o texto 1 critica a conduta do réu, de modo negativo, 
induzindo ouvinte a ter a mesma percepção negativa dos fatos. Já o narrador do texto 
2 tentou persuadir os ouvintes de forma defensiva, optando por fazer uso de palavras 
como medo, emoção, assustado e temeroso, pois são palavras impactantes, que 
tendem a provocar piedade em quem ouve/lê esse relato. 
 
c) Agora suponha que houve uma testemunha a qual afirma ter acompanhado a cena 
relatada no texto 1. Com essa nova prova, há chance de os fatos do texto 1 
exercerem uma força argumentativa maior que os fatos do texto 2? Justifique sua 
resposta. 
 
Sim, uma vez que testemunha se refere à pessoa que assistiu a um ato, a fim de 
atestar a sua veracidade ou validade legal. Insta salientar que a prova testemunhal é 
considerada um dos meios mais antigos de prova, sem perder sua importância 
processual desde então. A testemunha traz ao processo suas percepções sensoriais 
sobre o fato que se pretende provar, por meio de seu conhecimento do fato e de sua 
capacidade para depor. Sendo assim, a prova testemunhal é aquela por meio da qual 
se pretende demonstrar a verdade real dos fatos sob o viés do depoimento. Assim, 
caso houvesse uma testemunha, o texto 1 exerceria uma força persuasiva maior que 
o texto 2. 
 
 
3. Leia o texto baixo para responder às questões. 
 
 
 
 
[...] 
 
 
 
a) Em uma ação de dano moral de uma pessoa que passe por essa humilhação, o que 
ela poderá argumentar? 
b) E o banco, como réu, argumentará o quê? 
 
a) Poderá argumentar que o impedimento acarretou danos morais, uma vez que foi 
submetido à humilhação pública, por exemplo. 
 
b) Argumentará questões de segurança.

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