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Interrupção seletiva da gestação (ISG): Quando as mulheres optam por abortar, porque consideram que existe algum tipo de doença no feto que pode prejudicar a vida dela. Interrupção voluntária da gestação (IVG): Quando as mulheres decidem de acordo com sua autonomia, quando elas vão abortar. Uma grande crítica do aborto, são os discursos desempenhados por pessoas deficientes. Temos a visão sob o direito de que a deficiência, é algo normal, certas pessoas nascem sem a capacidade de fazer algumas coisas. A deficiência não pode ser explicada a partir somente de elementos biológicos, não podemos condicionar a deficiência a incapacidade de realizar alguma atividade (capacitismo), ela é definida hoje em termos sociais, o que significa hoje que todos somos diferentes. Quando classificamos a deficiência como algo natural e relacionado a alguma limitação, estamos reproduzindo um pensamento capacitista. E quem está trazendo essas críticas também ao aborto são essas pessoas com deficiência. Elas falam que a interrupção seletiva da gestação é um ato capacitista e eugênico, pois nesse tipo de interrupção, a mãe teria autonomia para abortar, como o caso dos fetos anencefálicos, mas para o movimento de mulheres com deficiência, essa mulher não pensa no direito e autonomia a vida do feto com deficiência, sendo fator determinante para o aborto o fato de haver essa deficiência. EXISTE ABORTO NO BRASIL? Aqui no Brasil as mulheres abortam muito, tanto que com plena certeza você conhece direta ou indiretamente uma pessoa que abortou. Temos uma pesquisa chamada de “Pesquisa Nacional do Aborto – PNA). Essa pesquisa fala que o aborto é comum entre os brasileiros e que 13% da mulheres entrevistadas praticaram aborto. (251 de 2.002 mulheres). Aos 40 anos, 1 a cada 5 mulheres já fez aborto. Onde metade das mulheres usaram “Misoprostol”. Sendo responsável por um aumento na taxa de sobrevivência das mulheres brasileiras. Aborto no brasil é crime, segundo indica o art. 124 do CP “provocar aborto em si mesma ou consentir que lhe provoque – Pena: detenção, de 1 a 3 anos”; art. 125 “provocar aborto sem o consentimento da gestante – Pena: reclusão, de 3 a 5 anos” sendo o caso de eugenia e art. 126 “provocar aborto com o consentimento da gestante – Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.” O aborto legal é observado pela ADPF 54 a respeito de fetos anencefálicos e previsto no art. 128, sendo normatizado que “Não se pune o aborto praticado por médico: I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante (interrupção terapêutica) II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou quando incapaz, de seu representante legal. Próxima aula falamos sobre direitos fundamentais e reprodução assistida 15 de setembro de 2020 BIOÉTICA E BIODIREITO BIOÉTICA: DIREITOS FUNDAMENTAIS E REPRODUÇÃO ASSISTIDA Só para nos situarmos acerca do já vimos até agora, vimos aborto, debatemos um pouco a perspectiva sobre a ética do aborto, a partir do Peter Singer, logo depois, falamos sobre tipos de aborto, aborto no Brasil, falamos sobre criminalização. Então, ainda, sobre aborto... O aborto em plano internacional, na seara dos Direitos humanos, é pensado como um direito reprodutivo. Está dentro de liberdade reprodutiva e do direito que você tem em escolher levar até o fim uma determinada gestação. Uma boa parte dos debates feministas, inclusive, eles se pautaram em tentar fazer com que todos os estados reconhecessem que o aborto não é uma situação que deve ser discutida no âmbito penal, vimos, inclusive, quais são os debates éticos em relação a isso, mas sim, que deve ser debatido dentro de uma outra esfera: SAÚDE SEXUAL. Então, é a ideia de que, o aborto tem que ser pensado como um problema de saúde e não como um problema de caráter penal. (opinião da professora) Eu acredito que, na verdade, o aborto deve ser pensado, realmente, como um problema de política. Então, precisamos entender aí, o que está em jogo para que dentro dessa esfera ética, entendermos como que vamos conseguir fazer esse reconhecimento no plano jurídico. Dentro do debate constitucional, inclusive, eu tenho um texto específico para vocês, em que reconhecemos o direito à saúde, também, pensamos no direito à liberdade e direito à autonomia reprodutiva. Então, em relação ao direito à saúde da gestante, pode ser analisado a partir do artigo 6º, CF, em que se reconhece o direito à saúde: “São direitos sociais a educação,
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