Buscar

INFORMATIVO PASSO FUNDO

Prévia do material em texto

INFORMATIVO I 
 
 
Mediação de Conflitos para Advogados: 
A Justiça pelo Diálogo 
 
 
OAB/RS– Subseção de Passo Fundo/RS - 2017 
 
Nº. I; Ano I (Gestão 2016/2018) 
 
Diretoria 
 
Presidente OAB/CF - Cláudio Lamachia 
Presidente da OABRS - Ricardo Breier 
Diretora-Geral da ESA/OAB/RS - Rosângela Herzer dos Santos 
Presidente da OAB/RS -Subseção de Passo Fundo - Luciano de Araújo Migliavacca 
 
Membros da Comissão Organizadora do Informativo I de Mediação da OAB 
 Subseção de Passo Fundo/RS 
 
André Sena Madureira Figueiró 
 Caroline Wüst 
Hugo Antônio De Bittencourt 
José Valmir Rosa Da Silveira 
Mário César De Oliveira França 
Patrícia Mesquita Morais 
Rodrigo Pacheco Doria 
Simone Aparecida De Assumpção 
 Thaise Nara Graziottin Costa 
 
 
Sumário 
PREFÁCIO .............................................................................................................................................. 4 
AUTORIDADES: BREVES COMENTÁRIOS ................................................................................................ 5 
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 8 
PARTE I - DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ................................................ 10 
PARTE II - DÚVIDAS DOS ADVOGADOS SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ....................................... 15 
PARTE III – ANEXOS E LEGISLAÇÕES DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ..................................................... 21 
Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010 ......................................................................................................... 21 
Lei de Mediação-lei nº 13.140/2015 .......................................................................................................................... 23 
Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 ....................................................................................................................... 31 
Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015 ....................................................................................................................... 45 
CODIGO DE ÉTICA DE CONCILIADORES E MEDIADORES JUDICIAIS ...................................................... 53 
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL -ANEXO ÚNICO DA 
RESOLUÇÃO N. 02/2015 – CFOAB ....................................................................................................... 55 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
Prefácio 
 
Não é de hoje que temos alertado que a capacidade instalada do Judiciário já não dá mais 
conta da demanda. Inclusive, tal situação vem sendo, há longo tempo, tema de ingentes ações por 
parte da OAB tanto por seu Conselho Federal, quanto por suas Seccionais e Subseções, o que é 
amplamente divulgado nos meios de comunicação da entidade. 
Contudo, ao passo em que tenhamos obtido importantes avanços em razão do empenho da 
entidade na busca por assegurar o direito da cidadania ao acesso à justiça, nos deparamos cada vez 
mais com o abarrotamento dos cartórios, a falta de magistrados e servidores. 
É, então, o momento de darmos um passo definitivo quanto à necessária busca por formas 
alternativas na solução de conflitos. O compromisso assumido pela Ordem com a instalação da sua 
Comissão Especial de Mediação e Conciliação, que atua em âmbito nacional, é mais um importante 
avanço nesse novo caminho, assim como a Casa de Mediação, inaugurada pela OAB/RS, em 16 de 
março de 2011, iniciativa pioneira no País. 
Com esse mesmo objetivo, a mediação e a conciliação foram priorizadas no texto do novo 
Código de Processo Civil e no novo Código de Ética e Disciplina da Ordem. 
No entanto, ao lado desse novo olhar, não podemos deixar de registrar que mesmo as vias 
alternativas requerem a presença e a participação do advogado, pois, como bem define nossa Carta 
Magna, em seu artigo 133: “O advogado é indispensável à administração da justiça”. 
A mediação e a conciliação são dois dos temas mais importantes da atualidade. Nesse 
caminho, a OAB tem dado sua contribuição à conciliação, à mediação e à arbitragem, com posição 
muito clara e favorável ao desenvolvimento dessas práticas, pois o advogado é parte desses 
processos. 
Dessa forma, é motivo de alegria ver a elaboração desse valoroso Informativo, por parte da 
Comissão Especial de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/Passo Fundo, material pelo qual 
presto meus efusivos cumprimentos e sinceros agradecimentos a todos os advogados e advogadas 
que compõem essa engajada e atuante comissão. 
Por fim, não poderia concluir estas breves palavras sem antes manifestar minha convicção 
de que a presente publicação, preparada com tanta dedicação pelos referidos colegas, será de grande 
contribuição à Advocacia. 
 Tenham todos uma excelente leitura! 
Claudio Lamachia 
Presidente Nacional da OAB 
5 
 
 
 
Autoridades: breves comentários 
 
Uma das soluções encontradas em todos os países desenvolvidos para o crescimento da 
demanda por justiça é a ênfase empregada na utilização dos métodos alternativos de solução de 
conflitos, notadamente a mediação, que se confirmou como instituição fundamental para a 
disseminação da justiça neste século. 
A pública e inegável escassez de recursos públicos na esfera federal e, especialmente, em 
nosso Estado, determina restrições orçamentárias ainda mais severas, impedindo verdadeiramente a 
reposição de magistrados e servidores. Em que pese tal situação atinja toda a cidadania, o advogado 
é o profissional mais penalizado. 
Nesse cenário jurisdicional, a mediação apresenta-se como uma prática fundamental e 
inovadora para alcançar a solução de conflitos, permitindo a conciliação de maneira extrajudicial, 
por meio de um convite à reflexão e à negociação. Além de multiplicar as de resolução de conflitos, 
que têm o advogado e o cidadão como o centro das ações, principalmente em época de fragilidade 
do Judiciário. 
Sendo assim, na oportunidade em que manifesto minha satisfação em apresentar esse 
importante informativo, que certamente contribuirá sobremaneira para a atuação dos colegas, presto 
meus cumprimentos aos organizadores desse relevante material e desejo a todos uma ótima leitura. 
 
Ricardo Breier 
Presidente da OAB/RS 
Gestão 2016/2018 
6 
 
 
 
 
A Escola Superior de Advocacia da OAB/RS tem a satisfação de publicar o Informativo I 
“Mediação de Conflitos para Advogados: a justiça pelo diálogo”, elaborado pela Comissão de 
Mediação da OAB – Subseção de Passo Fundo/RS. 
A disponibilização desse Informativo, por certo, contribuirá para que a advocacia conheça 
ainda mais o papel do mediador, o qual exerce a função de pacificador, possibilitando às partes 
entenderem a origem do conflito, bem como fomentarem o diálogo, na busca de solução do 
problema. 
Sendo assim, registro meus cumprimentos aos membros da Comissão, cujo trabalho 
certamente será de grande relevância à classe advocatícia. 
 
Rosângela Herzer dos Santos 
Diretora-Geral da Escola Superior de Advocacia da OAB/RS 
 
 
 
A Mediação, como forma alternativa de resolução dos conflitos, ganha espaço no 
ordenamento jurídico brasileiro a partir de sua previsão no Novo Código de Processo Civil, Lei nº 
13.105/2015, restando estabelecida como norma fundamental do Processo Civil a promoção, 
sempre que possível, da solução consensual dos conflitos. 
A inserção dos métodos de solução consensual de conflitos no Novo CPC permite que se 
desconstrua uma cultura de litigiosidade, permitindo, com o objetivo de uma prestação jurisdicional 
efetiva, adequada e em tempo razoável. 
Nesse contexto, destaca-se o papel do Advogado, sempre essencial à administração da 
Justiça, na participaçãoda mediação, de forma que possa prestar a devida assistência jurídica a seu 
cliente na resolução de conflito, antes ou durante o processo judicial. 
A advocacia na mediação encontra terreno fértil, exigindo dos profissionais especialização e 
capacitação para a respectiva atuação, invertendo-se a lógica atual da litigiosidade e abrindo-se 
espaço para atuação, de modo a adequar-se aos novos rumos do direito processual. 
 
Luciano de Araújo Migliavacca 
Presidente da OAB – Subseção de Passo Fundo 
 
 
 
 
7 
 
 
 
A construção de uma sociedade mais pacífica começa pela abertura de mais espaços 
para o diálogo entre os envolvidos no conflito. Daí a importância dos CEJUSCs e da 
Mediação: Acesso simplificado à forma efetiva de distribuição de justiça. 
 
 Átila Barreto Refosco 
Juiz Coordenador do CEJUSC 
Comarca de Passo Fundo 
 
 
 
A formação de conciliadores, mediadores e facilitadores que atuam no âmbito judicial é 
realizada com base em criteriosa seleção, capacidade técnica, supervisão, constante avaliação 
pelo usuário, cadastro e fiscalização do CEJUSC (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e 
Cidadania), NUPEMEC (Núcleo Permanente de Métodos Consensuais) e do CNJ (Conselho 
Nacional de Justiça), bem como submetidos a um Código de Ética. O CEJUSC oferece os 
serviços de Mediação cível e familiar, Conciliação, oficinas de parentalidade e serviço pré-
processual (situações em que, antes mesmo do ingresso da demanda judicial, os interessados 
podem dispor dos serviços acima nominados, sem qualquer custo). 
 
Saionara do Amaral Marcolan Dal Piaz 
Instrutora de Cursos de Mediação e Conciliação Judicial Comarca de Passo 
Fundo 
 
 
 
8 
 
 
Apresentação 
 
Este informativo tem por escopo estimular o debate sobre os mecanismos 
autocompositivos de solução de conflitos, tendo em vista a possibilidade de atuação 
profissional dos advogados após a regulamentação das Leis nº 13.105/2015 e 13.140/2015. 
Dessa forma, o presente material visa esclarecer dúvidas dos advogados em relação ao 
instituto da Mediação de conflitos tanto no âmbito judicial quanto extrajudicial. 
Para tanto, a Comissão de Mediação da Ordem dos Advogados do Brasil Subseção de 
Passo Fundo, objetivarão apenas elucidar questões controvertidas acerca da Mediação, mas 
incentivar a sua utilização pelos advogados. Pretende-se, em vista disso, promover a cultura 
da pacificação social frente à nova visão de Justiça que está se formando diante da complexa e 
multifacetada sociedade contemporânea. 
Neste sentido, busca-se ampliar os conhecimentos dos advogados sobre a Mediação de 
conflitos, a fim de contribuir para o debate na medida em que se evidenciam possibilidades 
práticas de utilização desses métodos consensuais e autônomos tanto de forma judicial como 
extrajudicial. 
Outrossim, ressalta-se que a Mediação não é um meio de resolução de conflitos novo, 
sua origem remonta aos anos 3.000 a.C., sendo muito utilizada nos Estados Unidos da 
América e Europa. No Brasil, a Mediação e os demais métodos autocompositivos buscam 
harmonizar a Justiça, modificando o simbólico poder impositivo do Judiciário, e estimular a 
escuta ativa e o diálogo positivo entre as partes, a fim de que consigam encontrar alternativas 
para a resolução dos conflitos. 
O interesse pelo tema está aumentando o que faz com que a evolução e os progressos 
abarquem muitas reflexões desde a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Brasil 
até sua implementação em diversas áreas. Assim, a utilização da Mediação reforça a ideia da 
importância dos meios autocompositivos, pois mantêm as relações continuadas e facultam a 
solução consensual dos conflitos. 
Com advento das Leis nº. 13.105/2015 (CPC) e 13.140/2015 (Lei que dispõe sobre a 
Mediação entre particulares e a autocomposição de conflitos no âmbito da administração 
pública) a Mediação passou a ser vista e reconhecida sob outro prisma, na medida em que a 
Resolução nº 125/2010, do CNJ normatizou a sua aplicação prática em todo o país com a 
criação de Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, CEJUSCs, e capacitação de 
mediadores pelos Tribunais de Justiça de todo o país. 
9 
 
 
Dessa forma, cumpre esclarecer que as conceituações aqui apresentadas não irão 
obedecer a uma escola específica de Mediação (Estrutural, Narrativa-circular, Transformativa 
ou Sistêmica). Ao contrário, apresentar-se-ão as essências dessas escolas de forma ampla, 
com o intuito de contribuir para a sua compreensão. 
Por fim, ressalta-se que este informativo se coaduna com os recentes esforços do 
Poder Judiciário Brasileiro em promover soluções pacíficas, consensuais e que respeitam a 
autonomia da vontade das partes nas tomadas de decisões. Portanto, o presente informativo é 
composto por três partes, sendo a primeiro referente às dúvidas frequentes sobre a Mediação 
de conflitos, a segunda responde dúvidas dos advogados sobre este instituto e a parte final, 
são anexadas algumas normas pertinentes ao tema. 
Boa leitura a todos! 
 
André Sena Madureira Figueiró 
Caroline Wüst 
Hugo Antônio De Bittencourt 
José Valmir Rosa Da Silveira 
Mário César De Oliveira França 
Patrícia Mesquita Morais 
Rodrigo Pacheco Doria 
Simone Aparecida De Assumpção 
Thaise Nara Graziottin Costa 
Comissão de Mediação da OAB – Subseção de Passo Fundo/RS 
 
10 
 
 
 
PARTE I - DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A MEDIAÇÃO DE 
CONFLITOS 
 
Mediação não é uma ciência que pode ser explicada, ela é uma arte que tem que ser 
experimentada. Muitas escolas de Mediação acreditam formar mediadores como se 
fossem magos que poderiam acalmar as partes, com seus truques. A magia é outra, 
consiste em entender de gente (WARAT, Luís Alberto. Surfando na Pororoca: o ofício do 
Mediador. 2011, p. 136). 
 
 
1. O que é Mediação de conflitos? 
 
A Lei 13.140/2015 conceitua Mediação no seu art. 1º, Parágrafo Único, como: “a atividade 
técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, 
as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia”. 
É um método que busca o tratamento do conflito de forma não adversária, tanto na esfera 
judicial como na extrajudicial. Com o advento do Código de Processo Civil de 2015, Lei 13.105, a 
Mediação tornou-se obrigatória no Brasil no âmbito familiar. Já, nas outras áreas de 
conhecimento, na propositura da ação o autor pode optar pela Conciliação (matéria patrimonial) 
ou Mediação (relações continuadas). 
 
2. Qual o principal objetivo da Mediação? 
 
O objetivo primordial da Mediação é reestabelecer o diálogo entre as partes e normatizar o 
conflito existente, permitindo que os mediandos construam juntos (consensualidade) uma solução 
que atenda os interesses de ambas as partes. Os mediandos, dessa maneira, terão a oportunidade de 
trocar as lentes do conflito, ou seja, passa-se do ganha x perde dos processos judiciais tradicionais 
para o ganha da Mediação. Assim, pelo Código de Processo Civil a Mediação deve ser estimulada 
por todos os envolvidos na Justiça, ou seja, juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público, inclusive podendo ser realizada em qualquer fase processual. 
11 
 
 
 
3. Quais os princípios que regem a Mediação? 
 
Tanto a Lei 13.105 quanto a 13.140, ambas de 2015, elencam uma série de princípios que 
devem ser seguidos para que a Mediação atinja os seus objetivos. Logo, pelos princípios da 
independência e da autonomia da vontade, as partes são independentes e autônomas para dialogar 
e encontrar soluções para o conflito; a imparcialidade refere-se à atuação do mediador que deve 
ser isenta e equânime; a confidencialidade pressupõe que tudo o que for dito nas sessões de 
Mediação são confidenciais; a oralidade e a informalidade preceituam que o procedimento seja 
pautado no diálogo informal, isto é, sem formalidades pré- estabelecidas; a isonomia e a boa-fépresumem que as partes estão no mesmo grau de igualdade e que não estão agindo de má-fé e, 
finalmente, pelo princípio da decisão informada é que o advogado ganha destaque nesse 
procedimento, pois é ele que orientará seu cliente sobre possíveis consequências da solução 
encontrada para o conflito. 
 
 
Lei 13.105/2015 
 
Lei 13.140/2015 
Art. 166. A Conciliação e a Mediação são 
informadas pelos princípios da 
independência, da imparcialidade, da 
autonomia da vontade, da confidencialidade, 
da oralidade, da informalidade e da decisão 
informada. 
 
Art. 2° A Mediação será orientada pelos 
seguintes princípios: 
I. imparcialidade do mediador; 
II. isonomia entre as partes; 
III. oralidade; 
IV. informalidade; 
V. autonomia da vontade das partes; 
VI. busca do consenso; VII. 
confidencialidade; VIII. boa-fé. 
(COSTA, Thaise Nara Graziottin. Tabela Didática da Disciplina de Mediação e Justiça Restaurativa - IMED, 2015). 
12 
 
 
 
4. De que forma a Mediação de conflitos foi regulada no novo Código de Processo Civil? 
 
A Mediação foi regulada no Código de Processo Civil 2015 pela Lei 13.105, no seu 
primeiro capítulo intitulado “Das Normas Fundamentais do Processo Civil”, o qual elenca a 
pacificação de conflitos como política pública. Tal posicionamento se ratifica pela descrição de que 
“o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”. Além disso, existe 
a previsão legal de que a Mediação assim como outros métodos de solução consensual de 
conflitos, deverá ser estimulada por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial (art. 3º, §2º e 3º, do CPC). 
 
5. A Mediação passa a ser obrigatória? 
 
Sim, a partir da Lei 13.105/15 a regra é a utilização de meios autocompositivos como a 
Mediação e a Conciliação. Destarte, o requerimento para realização da audiência tornou- se um 
requisito essencial da petição inicial (art. 319, inciso VII, do CPC), devendo o advogado indicar 
qual procedimento entende ser o mais adequado para o caso concreto, Mediação ou Conciliação, 
caso contrário, tal decisão ficará ao encargo do Poder Judiciário (art. 321, do CPC). Da mesma 
forma, a Mediação tornou-se obrigatória nas ações de família (art. 694, do CPC) e possessórias 
(art. 565, do CPC). 
 
6. Existe exceção para a não realização da audiência1 de Mediação? 
 
Existe sim. Nos casos em que não for possível a autocomposição, o autor na petição inicial 
ou o réu, em contestação, 10 (dez) dias antes da audiência, devem se manifestar nos autos 
justificando o desinteresse na realização da audiência de Mediação (art. 334, §5º, do CPC). 
Entretanto, em algumas situações específicas, como, por exemplo, nas ações de família e nos 
litígios coletivos de posse de imóvel, quando o esbulho/turbação tiver ocorrido há mais de um ano 
e dia, a Mediação é obrigatória. 
 
7. Quais são as semelhanças e diferenças entre Mediação e Conciliação? 
 
Ambos os institutos estão dispostos no Código de Processo Civil, sendo regidos pelos 
princípios da independência, imparcialidade, autonomia da vontade, confidencialidade, oralidade, 
informalidade e decisão informada (art. 166, do CPC). 
Na Conciliação, o conciliador busca o diálogo e pode propor contribuições ativas para 
 
1 Há divergência doutrinária quanto ao uso dos vocábulos audiência ou sessão para designar o ato 
de realização da mediação, todavia, tendo em vista que esse informativo é dedicado aos advogados, 
utilizar-se-á a palavra audiência, conforme preceitua a lei. 
 
13 
 
 
solução do conflito, preferencialmente nos casos em que não haja vínculo anterior entre as partes. 
Já, na Mediação, o mediador é um facilitador do diálogo entre as partes, sendo o elo para 
que elas voltem a restabelecer o diálogo. Normalmente a Mediação é utilizada quando há algum 
vínculo anterior entre as partes, sejam relações familiares, de sócios de empresas, contratantes, 
vizinhança, condominial, entre outras. O mediador então auxilia para que espontaneamente as 
partes cheguem ao consenso e ao final formalizem um termo de corresponsabilidade que poderá 
ser homologado pelo juiz. 
 
Lei 13.105/2015 Lei 13.140/2015 
 
Art. 165. 
§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente 
nos casos em que não houver vínculo anterior 
entre as partes, poderá sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo 
de constrangimento ou intimidação para que as 
partes conciliem. 
 
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente 
nos casos em que houver vínculo anterior entre as 
partes, auxiliará aos interessados a compreender 
as questões e os interesses em conflito, de modo 
que eles possam, pelo restabelecimento da 
comunicação, identificar, por si próprios, 
soluções consensuais que gerem benefícios 
mútuos. 
 
 
Art. 1º. Parágrafo único. 
Considera-se Mediação a atividade técnica 
exercida por terceiro imparcial sem poder 
decisório, que, escolhido ou aceito pelas 
partes, as auxilia e estimula a identificar ou 
desenvolver soluções consensuais para a 
controvérsia. 
 
Capítulo – 
Da Confidencialidade 
- Art. 30. Parágrafo primeiro. III 
- manifestação de aceitação de 
proposta 
Acordo apresentada pelo mediador; 
(COSTA, Thaise Nara Graziottin. Tabela didática da Disciplina de Mediação e Justiça Restaurativa – IMED-, 2015). 
 
 
8. Quem é o mediador e como deve ser a sua atuação? 
 
É um auxiliar da Justiça e não o ator principal do instituto, como se possa pensar. Os 
protagonistas são os mediandos que participam ativamente e tentam alcançar o consenso. O 
mediador apenas facilita o diálogo entre as partes, sendo o elo que propicia a emancipação dos 
sujeitos. É também uma pessoa capacitada pelos órgãos oficiais (Tribunal de Justiça, CNJ e 
Universidades) com técnicas de escuta ativa que auxilia as partes tanto para que restabeleçam o 
diálogo, quanto para que se sintam imponderadas a ponto de tomarem suas próprias decisões 
(acordo ou não). 
14 
 
 
Como terceiro imparcial, independente e autônomo, o mediador não tem interesse na 
disputa e não decide nada, tampouco manifesta sua opinião sobre os fatos narrados 
confidencialmente pelas partes, porém suas técnicas e ferramentas são fundamentais. Com empatia 
e paciência, cria um ambiente de segurança e tranquilidade para os mediandos, que passam a 
refletir não apenas no conflito em si, mas na relação como um todo, passando a ter uma visão 
prospectiva, para o futuro. 
 
9. Quem pode ser mediador judicial e extrajudicial? Existe alguma diferença entre eles? 
 
Pode ser mediador qualquer pessoa vocacionada, habilitada e capacitada para desempenhar 
tal função. De acordo com o Código de Processo Civil, todo aquele que preencher o requisito da 
capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidades credenciadas pelo Conselho 
Nacional de Justiça e Ministério da Justiça, poderá ser mediador judicial e extrajudicial. Ainda, 
deverá o mediador, após a capacitação, ser devidamente cadastrado nos seus respectivos tribunais 
e no cadastro nacional (art. 167, do CPC e art.11, da Lei 13.140/15). 
Há diferença entre mediador judicial e extrajudicial. O primeiro, mediador judicial, é 
indicado pelo Poder Judiciário por meio do CEJUSCs (Centro Judiciário de Solução de Conflitos), 
atuando como mediador cadastrado nos respectivos tribunais. Já o segundo, mediador 
extrajudicial, além de ser de confiança das partes deverá ter capacitação e estar inscrito nas 
câmaras privadas de Mediação e Conciliação, fazendo parte do cadastro nacional do Conselho 
Nacional de Justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
PARTE II - DÚVIDAS DOS ADVOGADOS SOBRE A 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
“O Advogado é indispensável para a administração da Justiça....” (Artigo 133, da 
Constituição Federal de 1988). 
 
 
1. É obrigatóriaa presença do Advogado na Audiência de Mediação? 
 
De acordo com o Código de Ética da OAB, em seu art. 2º, “o advogado é indispensável 
para a administração da Justiça”. À vista disso e em consonância com o Código de Processo Civil 
vigente, é importante que as partes estejam assistidas por advogados para que tenham a exata 
consciência dos efeitos jurídicos do acordo assinado. 
Art. 334 da Lei.105/2015; In Verbis: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso 
de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de Conciliação ou 
Mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu 
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. (....). 
9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores 
públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, 
com poderes para negociar e transigir. 
 
Art. 26 da Lei 13.140/2015 
Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos, 
ressalvadas as de hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de setembro de 
1995, e 10.259, de 12 de 
julho de 2001. 
 
 
2. Quem pode participar da audiência de Mediação? 
 
Poderão participar da audiência de Mediação os mediandos, os mediadores, os 
procuradores os observadores (em treinamento) tanto na sessão coletiva como individual. Ainda, 
se for Mediação judicial, é possível a participação de uma supervisora que é responsável por 
analisar e avaliar a equipe de mediadores. 
 
3. Qual o papel do advogado nas audiências de Mediação? 
 
Com o advento das Leis 13.140/2015 e 13.105/2015, Lei da Mediação e Código de 
Processo Civil, respectivamente, o advogado ganhou um novo status, o de negociador, no qual 
deverá preparar adequadamente seu cliente para que ele possa entender plenamente a finalidade da 
Mediação e, consequentemente, participar ativamente desse procedimento autocompositivos. 
No papel de advogado, deve primar pela concretização dos interesses de seu cliente, 
adotando uma postura cooperativa e colaborativa, visando à pacificação social, em consonância 
16 
 
 
com os princípios estabelecidos no art. 2º, da Lei da Mediação. 
Cabe ressaltar que a Mediação não objetiva somente o acordo, mas também interesses e 
sentimentos com foco na possibilidade de mediar, devendo o advogado acompanhar com atenção 
todo o procedimento, principalmente os interesses e preocupações implícitas narradas pelos 
envolvidos no conflito. 
Assim, em um primeiro momento, o advogado deverá possibilitar que as partes explicitem 
os motivos ensejadores do conflito, devendo, pois, escutar ativamente as explicações e os relatos 
para posteriormente, caso entenda necessário complementar ou contribuir com questões técnicas. 
Tal postura proporcionará um ambiente de tranquilidade e propício a alcançar as metas da 
Mediação. 
Oportuno ainda salientar que após o procedimento da Mediação, também cabe ao advogado 
acompanhar o cumprimento do acordo, verificar a satisfação do cliente, propor revisão e executar 
o acordo, quando necessário. Além disso, o papel mais importante do advogado nas audiências de 
Mediação consiste na propositura de soluções criativas de mútuo benefício, uma vez que as partes 
nem sempre conseguem vislumbrar opções diferenciadas e diversificadas para a solução do 
conflito. 
Portanto, eventuais dúvidas quanto aos seus direitos e obrigações só poderão ser sanadas 
com a devida assistência de um advogado. Desse modo, a informação prestada pelo advogado 
quanto ao procedimento e a construção do acordo é de suma relevância a fim de evitar possíveis 
prejuízos ao seu cliente. 
 
4. Porque o advogado é importante na Mediação? 
 
Não obstante o Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94 (art. 2º), e a Constituição Federal 1988 
(art. 133), reconhecerem que o advogado é indispensável para a administração da Justiça, a 
presença dele na audiência de Mediação é extremamente relevante, pois auxiliará seus clientes 
com questões técnicas para que realizem a autocomposição e, consequentemente, tratem os 
conflitos. 
Ressalte-se que em todas as etapas da Mediação justifica-se a importância colaborativa do 
advogado, mesmo sendo a sua atuação diferente daquela tradicionalmente exercida nos processos 
judiciais. Nesse sentido, o advogado é indispensável para assessoraras partes familiarizando-as 
com os aspectos do mundo jurídico, bem como contribuindo para que encontrem soluções 
benéficas. 
Assim, tendo em vista que a Mediação é um instituto baseado na autodeterminação e no 
consenso das partes, salienta-se que a orientação de um advogado especializado é crucial para o 
seu sucesso. Portanto, para manter os interesses de seus clientes e construir uma solução benéfica, 
17 
 
 
de acordo com a legislação vigente, é de suma importância o acompanhamento do advogado. 
 
5. Os advogados devem receber honorários para acompanhar seus clientes na 
audiência de Mediação? 
 
Em relação aos honorários advocatícios não há motivos para preocupação. O advogado que 
possibilita uma solução criativa e rápida para seu cliente deve ser remunerado pela agilidade e por 
escolher a melhor solução para ele. Afinal, a maioria dos clientes sempre quer resolver a sua 
questão-problema o mais breve possível. 
Nesse sentido, o novo Código de Ética da OAB prevê (art. 48, parágrafo 5º) que “é vedada, 
em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários contratados em decorrência da solução do 
litígio por qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial”. Tal interpretação deve ser 
igualmente estendida à sessão de Mediação judicial. Dessa forma, o contrato de honorários 
realizado entre advogado e cliente deve ser respeitado conforme a tabela da OAB. 
 
6. É possível realizar Mediação extrajudicial? Quais são os procedimentos 
obrigatórios em uma Mediação extrajudicial? 
 
Sim, é possível realizar Mediação Extrajudicial nos escritórios de advocacia, sempre 
lembrando que, tanto os mediadores e os mediandos devem atender os requisitos estabelecidos na 
Lei nº 13.140/2015, a saber: 
 Respeitar os princípios prescritos no art. 2º, da Lei 13.140/2015: imparcialidade do 
mediador; isonomia entre as partes; oralidade; informalidade; autonomia da vontade 
das partes; busca do consenso; confidencialidade e boa-fé.
 Poderá ser mediador extrajudicial qualquer pessoa que tenha capacitação para fazer 
Mediação e que seja de confiança das partes, independentemente de integrar qualquer 
tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se (art.9º).
 As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos (art. 10, 
parágrafo único). Dessa forma, comparecendo apenas uma das partes acompanhada 
de advogado ou defensor público, o mediador poderá: suspender o procedimento, até 
que todas estejam devidamente assistidas ou questionar a parte desassistida para 
verificar se ela sente-se à vontade e segura para continuar a Mediação sem um 
advogado que lhe assessore.
 O mediador (judicial ou extrajudicial), sendo um auxiliar da Justiça, fica impedido, 
pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de 
assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes (art.6º).
 O mediador (judicial ou extrajudicial) não poderá atuar como árbitro nem funcionar 
como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que 
tenha atuado como mediador (art. 7o).
 O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de Mediação, quando 
no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, 
para os efeitos da legislação penal (art. 8o).

18 
 
 
Na Mediação extrajudicial, existem alguns procedimentos considerados obrigatórios, quais 
sejam: 
a) O mediador extrajudicial deve enviar um convite a fim de verificar se os mediandos 
concordam em participar da reunião de Mediação. Tal convite poderá ser feito por qualquer meiode comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da 
primeira reunião (art. 21). 
b) Caso o convite não seja respondido no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data do 
seu recebimento, considerar-se-á rejeitado o convite para a reunião de Mediação. Porém, 
importante esclarecer que não há consequências prejudiciais para nenhuma das partes nesse caso. 
É possível que a Mediação extrajudicial seja prevista em contrato, devendo conter no 
mínimo (art. 22): 
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de Mediação, 
contado da data de recebimento do convite; 
II - local da primeira reunião de Mediação; 
III - critérios de escolha do mediador ou equipe de Mediação; 
IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião 
de Mediação. 
Ademais, há a possibilidade de Mediação extrajudicial sem contrato. Nesse caso, alguns 
critérios deverão ser seguidos para que a primeira reunião de Mediação seja realizada (art. 22, §2º): 
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados do 
recebimento do convite; 
II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais; 
III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de 
mediadores capacitados, sendo que a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer 
um dos cinco mediadores e, caso não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da 
lista; 
IV - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação acarretará 
a assunção por parte desta de cinquenta por cento das custas e honorários sucumbenciais caso 
venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da 
Mediação para a qual foi convidada. 
 
7. Qual a validade e os efeitos da Mediação de conflitos judicial e extrajudicial? 
 
A audiência de Mediação poderá ser encerrada com um termo de entendimento ou de 
acordo, cuja construção é fruto dos diálogos e entendimentos entre as partes no transcorrer das 
audiências de mediações. Nesse sentido, a Lei nº 13.140/2015 permite que sejam realizadas 
19 
 
 
mediações que versem sobre direitos disponíveis ou indisponíveis, desde que admitam transação. 
Desta forma, as audiências de Mediação podem versar sobre todo o conflito ou apenas parte dele 
(art. 3º, § 1º e 2º), porém o consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas 
transigíveis, deverá sempre ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público. 
Dessa forma, ao se encerrar uma Mediação com um termo de acordo ou de entendimentos 
e responsabilidades o produto final é um título passível de execução. Sendo Mediação 
extrajudicial, o título executivo será extrajudicial (art. 784, IV, Lei 13.105/2015). Todavia, se 
homologado judicialmente, torna-se título executivo judicial. 
Sendo, portanto, uma obrigação certa, líquida e exigível, caso não ocorra o cumprimento 
espontâneo, poderá o interessado, propor Ação de Cumprimento da Sentença (art. 515, II e III, da 
Lei 13.105/2015). 
 
8. O advogado pode realizar Mediação por meio eletrônico? 
 
Sim, o Código de Processo Civil/2015 prevê a possibilidade de realizar Mediação por meio 
eletrônico (art. 334, § 7º). Aliás, o Conselho Nacional de Justiça já disponibiliza o aplicativo para 
celular, no site http://www.cnj.jus.br/mediacaodigital/. 
O sistema facilita a troca de mensagens e informações entre as partes que podem chegar a 
uma solução para os conflitos. Esses acordos podem ou não serem homologados pela Justiça, caso 
sejam realizados por mediadores credenciados junto ao Conselho Nacional de Justiça serão 
homologados judicialmente. 
 
9. O estagiário do escritório de advocacia pode participar da audiência de Mediação? 
 
O estagiário é profissional em formação que necessita do apoio de todos os facilitadores já 
atuantes. No entanto, poderá participar da audiência de Mediação, desde que esteja inscrito nos 
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, com procuração nos autos2. 
Convém ressaltar, que ao participar da audiência de Mediação, o estagiário deverá 
respeitar os princípios que regem a Mediação (art. 166, da Lei 13.105/2015). 
 
10. A Mediação de conflitos pode ser utilizada em outras áreas além da justiça 
comum? 
 
 
2Cumpre esclarecer que não há previsão legal sobre tal questionamento. Dessa forma, os requisitos para 
que o estagiário participe da audiência de Mediação cabe a cada Juiz Presidente do CEJUSCs. Porém, o 
Estatuto da Advocacia menciona que “os direitos e prerrogativas assegurados ao exercício profissional do 
advogado são extensivos aos atos próprios dos advogados” (Manual de defesa das Prerrogativas dos 
Advogados, p. 24). 
 
http://www.cnj.jus.br/mediacaodigital/
http://www.cnj.jus.br/mediacaodigital/
20 
 
 
Sim, a Mediação de conflitos pode ser aplicada nas áreas cíveis, condominiais, de 
vizinhança, familiares, possessórias, consumidores, empresariais, ambientais, hospitalares, 
comunitárias e escolares, desde que o conflito verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos 
indisponíveis que admitam transação. 
Aplica-se na Justiça Criminal como Justiça Restaurativa. Ainda, poderá ser utilizada na 
Justiça do Trabalho, com base na Resolução nº 125/2010, do Conselho Nacional de Justiça, no 
Código de Processo Civil e na Consolidação das Leis do Trabalho (art. 769), conforme dispõe o 
art. 42, Parágrafo Único “A mediação nas relações de trabalho será regulada por lei própria” da Lei 
13.140/2015. 
E, por fim, na área da Administração Pública, de acordo com a Lei 13.140/2015. Assim, a 
Mediação será usada para tratar os conflitos em que for parte a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, pessoas de direito público, podendo ser criadas câmaras de prevenção e 
resolução administrativa de conflitos (art. 32, da Lei nº 13.140/2015). 
 
21 
 
 
 
PARTE III – ANEXOS E LEGISLAÇÕES DE MEDIAÇÃO DE 
CONFLITOS 
 
O reconhecimento da complexidade num sistema de ordem, como é o direito, significa 
sua aproximação com a desordem, com o não-direito, com o diagnóstico de uma crise 
revolucionária, radicalmente transformadora das estruturas vigentes. (FAGUNDEZ, 
2003, p. 20) 
 
 
Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010 
 
Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder 
Judiciário e dá outras providências. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas 
atribuições constitucionais e regimentais, CONSIDERANDO que compete ao Conselho Nacional de Justiça o controle 
da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, bem como zelar pela observância do art. 37 da Constituição 
da República; 
 
CONSIDERANDO que a eficiência operacional, o acesso ao sistema de Justiça e a responsabilidade social são objetivos 
estratégicos do Poder Judiciário, nos termos da Resolução/CNJ nº 70, de 18 de março de 2009; 
CONSIDERANDO que o direito de acesso à Justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal além da 
vertente formal perante os órgãos judiciários, implica acesso à ordem jurídica justa; 
 
CONSIDERANDO que, por isso, cabe ao Judiciário estabelecer política pública de tratamento adequado dos problemas 
jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em 
âmbito nacional, não somente os serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo 
mediante outros Conselho Nacional de Justiça mecanismos de solução de conflitos, em especial dos consensuais, como 
a Mediação e a Conciliação; 
 
CONSIDERANDO a necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento 
dos mecanismos consensuais de solução de litígios; 
 
CONSIDERANDO que a Conciliação e a Mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, soluçãoe prevenção 
de litígios, e que a sua apropriada disciplina em programas já implementados nos país tem reduzido a excessiva 
judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças; 
 
CONSIDERANDO ser imprescindível estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das práticas já 
adotadas pelos tribunais; 
 
CONSIDERANDO a relevância e a necessidade de organizar e uniformizar os serviços de Conciliação, Mediação e 
outros métodos consensuais de solução de conflitos, para lhes evitar disparidades de orientação e práticas, bem como 
para assegurar a boa execução da política pública, respeitadas as especificidades de cada segmento da Justiça; 
CONSIDERANDO que a organização dos serviços de Conciliação, Mediação e outros métodos consensuais de solução 
de conflitos deve servir de princípio e base para a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, verdadeiros 
22 
 
 
órgãos judiciais especializados na matéria; 
 
CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça na sua 117ª Sessão Ordinária, 
realizada em de 23 de 2010, nos autos do procedimento do Ato 0006059-82.2010.2.00.0000; Conselho Nacional de 
Justiça e, à exceção do Anexo II, que contém mera recomendação. Art. 19. Esta Resolução entra em vigor na data de 
sua publicação. 
 
Ministro Cezar Peluso Presidente 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
Lei de Mediação-lei nº 13.140/2015 
 
Dispõe sobre a Mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e 
sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei no 
9.469, de 10 de julho de 1997, e o Decreto no 
70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2o do art. 6o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 
1997. 
 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a Mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a 
autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. 
Parágrafo único. Considera-se Mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, 
escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a 
controvérsia. 
 
CAPÍTULO I 
DA MEDIAÇÃO 
Disposições Gerais 
 
Art. 2o A Mediação será orientada pelos seguintes princípios: I - imparcialidade do mediador; 
II - isonomia entre as partes; III - oralidade; 
IV - informalidade; 
V - autonomia da vontade das partes; VI - busca do consenso; 
VII - confidencialidade; VIII - boa-fé. 
§ 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de Mediação, as partes deverão comparecer à primeira 
reunião de Mediação. 
§ 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de Mediação. 
 
Art. 3o Pode ser objeto de Mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que 
admitam transação. 
§ 1o A Mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele. 
§ 2o O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida 
a oitiva do Ministério Público. 
 
 Dos Mediadores Disposições Comuns 
 
Art. 4o O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes. 
§ 1o O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o entendimento e o consenso e 
facilitando a resolução do conflito. 
§ 2o Aos necessitados será assegurada a gratuidade da Mediação. 
Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. 
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da 
função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para 
24 
 
 
mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. 
Art. 6o O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de 
assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. 
Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais 
pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador. 
Art. 8o O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de Mediação, quando no exercício de suas 
funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal. 
 
Dos Mediadores Extrajudiciais 
 
Art. 9o Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja 
capacitada para fazer Mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou 
associação, ou nele inscrever-se. 
Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos. 
Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou defensor público, o mediador suspenderá 
o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas. 
 
Dos Mediadores Judiciais 
 
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino 
superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição 
de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - 
ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em 
conjunto com o Ministério da Justiça. 
Art. 12. Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e autorizados a atuar em 
Mediação judicial. 
§ 1o A inscrição no cadastro de mediadores judiciais será requerida pelo interessado ao tribunal com jurisdição na área 
em que pretenda exercer a Mediação. 
§ 2o Os tribunais regulamentarão o processo de inscrição e desligamento de seus mediadores. 
Art. 13. A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o 
disposto no § 2o do art. 4o desta Lei. 
 
 Do Procedimento de Mediação Disposições Comuns 
 
Art. 14. No início da primeira reunião de Mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador deverá alertar 
as partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento. 
Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros mediadores 
para funcionarem no mesmo procedimento, quando isso for recomendável em razão da natureza e da complexidade do 
conflito. 
Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso, as partes poderão submeter-se à Mediação, hipótese em 
que requererão ao juiz ou árbitro a suspensão do processo por prazo suficiente para a solução consensual do litígio. 
§ 1o É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos requeridos de comum acordo pelas partes. 
25 
 
 
§ 2o A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro. 
Art. 17. Considera-se instituída a Mediação na data para a qual for marcada a primeira reunião de Mediação. Parágrafo 
único. Enquanto transcorrer o procedimento de Mediação, ficará suspenso o prazo prescricional. Art. 18. Iniciada a 
Mediação, as reuniões posteriores com a presença das partes somente poderão ser marcadas com a sua anuência. 
Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem 
como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas. Art. 20. O 
procedimento de Mediação será encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo ou quando 
não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso, seja por declaração do mediador nesse sentido ou por 
manifestação de qualquer das partes. 
Parágrafo único. O termo final de Mediação, na hipótese de celebração deacordo, constitui título executivo 
extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial. 
 
Da Mediação Extrajudicial 
 
Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de Mediação extrajudicial poderá ser feito por qualquer meio de 
comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião. 
Parágrafo único. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não for respondido em até trinta 
dias da data de seu recebimento. 
Art. 22. A previsão contratual de Mediação deverá conter, no mínimo: 
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de Mediação, contado a partir da data de 
recebimento do convite; 
II - local da primeira reunião de Mediação; 
III - critérios de escolha do mediador ou equipe de Mediação; 
IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação. 
§ 1o A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima enumerados pela indicação de regulamento, 
publicado por instituição idônea prestadora de serviços de Mediação, no qual constem critérios claros para a escolha do 
mediador e realização da primeira reunião de Mediação. 
§ 2o Não havendo previsão contratual completa, deverão ser observados os seguintes critérios para a realização da 
primeira reunião de Mediação: 
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados a partir do recebimento do convite; II - local 
adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais; 
III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de mediadores capacitados; a parte 
convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada não se 
manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista; 
III - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação acarretará a assunção por parte desta 
de cinquenta por cento das custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou 
judicial posterior, que envolva o escopo da Mediação para a qual foi convidada. 
§ 3o Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não contenham cláusula de Mediação, o 
mediador extrajudicial somente cobrará por seus serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de Mediação e 
permanecer, voluntariamente, no procedimento de Mediação. 
Art. 23. Se, em previsão contratual de cláusula de Mediação, as partes se comprometerem a não iniciar procedimento 
arbitral ou processo judicial durante certo prazo ou até o implemento de determinada condição, o árbitro ou o juiz 
26 
 
 
suspenderá o curso da arbitragem ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o implemento dessa condição. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência em que o acesso ao Poder Judiciário seja 
necessário para evitar o perecimento de direito. 
 
Da Mediação Judicial 
 
Art. 24. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de 
sessões e audiências de Conciliação e Mediação, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de programas 
destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
Parágrafo único. A composição e a organização do centro serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as 
normas do Conselho Nacional de Justiça. 
Art. 25. Na Mediação judicial, os mediadores não estarão sujeitos à prévia aceitação das partes, observado o disposto no 
art. 5o desta Lei. 
Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos, ressalvadas as hipóteses previstas nas 
Leis nos 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001. 
Parágrafo único. Aos que comprovarem insuficiência de recursos será assegurada assistência pela Defensoria Pública. 
Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o 
juiz designará audiência de Mediação. 
Art. 28. O procedimento de Mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta dias, contados da primeira sessão, 
salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua prorrogação. 
Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão encaminhados ao juiz, que determinará o arquivamento do processo 
e, desde que requerido pelas partes, homologará o acordo, por sentença, e o termo final da Mediação e determinará o 
arquivamento do processo. 
Art. 29. Solucionado o conflito pela Mediação antes da citação do réu, não serão devidas custas judiciais finais. 
 
Da Confidencialidade e suas Exceções 
 
 
Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de Mediação será confidencial em relação a terceiros, não 
podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de forma 
diversa ou quando sua divulgação for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela Mediação. 
 § 1o O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus prepostos, advogados, assessores técnicos e 
a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento de Mediação, 
alcançando: 
I - declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada por uma parte à outra na busca de entendimento para 
o conflito; 
II - reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento de mediação; 
III - manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador; 
IV - documento preparado unicamente para os fins do procedimento de Mediação. 
§ 2o A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo não será admitida em processo arbitral ou judicial. 
§ 3o Não está abrigada pela regra de confidencialidade a informação relativa à ocorrência de crime de ação pública. § 
4o A regra da confidencialidade não afasta o dever de as pessoas discriminadas no caput prestarem informações à 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10259.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10259.htm
27 
 
 
administração tributária após o termo final da Mediação, aplicando-se aos seus servidores a obrigação de manterem 
sigilo das informações compartilhadas nos termos do art. 198 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código 
Tributário Nacional. 
Art. 31. Será confidencial a informação prestada por uma parte em sessão privada, não podendo o mediador revelá-la às 
demais, exceto se expressamente autorizado. 
 
CAPÍTULO II 
 
DA AUTOCOMPOSIÇÃO DE CONFLITOS EM QUE FOR PARTE PESSOA JURÍDICA DE 
DIREITO PÚBLICO 
 
Disposições Comuns 
 
Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução 
administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência 
para: 
I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de 
controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
§ 1o O modo de composição e funcionamento das câmaras de que trata o caput será estabelecido em regulamento de 
cada ente federado. 
§ 2o A submissão do conflito às câmaras de que trata o caput é facultativa e será cabível apenas nos casos previstos no 
regulamento do respectivo ente federado. 
§ 3o Se houver consenso entre as partes, o acordo será reduzido a termo e constituirá título executivo extrajudicial. § 4o 
Não se incluem na competência dos órgãos mencionados no caput deste artigo as controvérsiasque somente possam ser 
resolvidas por atos ou concessão de direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo. 
§ 5o Compreendem-se na competência das câmaras de que trata o caput a prevenção e a resolução de conflitos que 
envolvam equilíbrio econômico-financeiro de contratos celebrados pela administração com particulares. 
Art. 33. Enquanto não forem criadas as câmaras de Mediação, os conflitos poderão ser dirimidos nos termos do 
procedimento de Mediação previsto na Subseção I da Seção III do Capítulo I desta Lei. 
Parágrafo único. A Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, onde houver, 
poderá instaurar, de ofício ou mediante provocação, procedimento de Mediação coletiva de conflitos relacionados à 
prestação de serviços públicos. 
Art. 34. A instauração de procedimento administrativo para a resolução consensual de conflito no âmbito da 
administração pública suspende a prescrição. 
§ 1o Considera-se instaurado o procedimento quando o órgão ou entidade pública emitir juízo de admissibilidade, 
retroagindo a suspensão da prescrição à data de formalização do pedido de resolução consensual do conflito. § 2o Em se 
tratando de matéria tributária, a suspensão da prescrição deverá observar o disposto na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 
1966 - Código Tributário Nacional. 
 
Dos Conflitos Envolvendo a Administração Pública Federal Direta, suas Autarquias e Fundações 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm
28 
 
 
 
Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública federal direta, suas autarquias e fundações 
poderão ser objeto de transação por adesão, com fundamento em: 
I - autorização do Advogado-Geral da União, com base na jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal ou de 
tribunais superiores; ou 
II - parecer do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Presidente da República. 
§ 1º Os requisitos e as condições da transação por adesão serão definidos em resolução administrativa própria. 
§ 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá juntar prova de atendimento aos requisitos e às condições 
estabelecidos na resolução administrativa. 
§ 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e será aplicada aos casos idênticos, tempestivamente habilitados 
mediante pedido de adesão, ainda que solucione apenas parte da controvérsia. 
§ 4o A adesão implicará renúncia do interessado ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou o recurso, 
eventualmente pendentes, de natureza administrativa ou judicial, no que tange aos pontos compreendidos pelo objeto da 
resolução administrativa. 
§ 5º Se o interessado for parte em processo judicial inaugurado por ação coletiva, a renúncia ao direito sobre o qual se 
fundamenta a ação deverá ser expressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa. 
§ 6o A formalização de resolução administrativa destinada à transação por adesão não implica a renúncia tácita à 
prescrição nem sua interrupção ou suspensão. 
Art. 36. No caso de conflitos que envolvam controvérsia jurídica entre órgãos ou entidades de direito público que 
integram a administração pública federal, a Advocacia-Geral da União deverá realizar composição extrajudicial do 
conflito, observados os procedimentos previstos em ato do Advogado-Geral da União. 
§ 1º Na hipótese do caput, se não houver acordo quanto à controvérsia jurídica, caberá ao Advogado-Geral da União 
dirimi-la, com fundamento na legislação afeta. 
§ 2º Nos casos em que a resolução da controvérsia implicar o reconhecimento da existência de créditos da União, de 
suas autarquias e fundações em face de pessoas jurídicas de direito público federais, a Advocacia- Geral da União 
poderá solicitar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a adequação orçamentária para quitação das 
dívidas reconhecidas como legítimas. 
§ 3o A composição extrajudicial do conflito não afasta a apuração de responsabilidade do agente público que deu causa 
à dívida, sempre que se verificar que sua ação ou omissão constitui, em tese, infração disciplinar. 
§ 4o Nas hipóteses em que a matéria objeto do litígio esteja sendo discutida em ação de improbidade administrativa ou 
sobre ela haja decisão do Tribunal de Contas da União, a Conciliação de que trata o caput dependerá da anuência 
expressa do juiz da causa ou do Ministro Relator. 
Art. 37. É facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, suas autarquias e fundações públicas, bem como 
às empresas públicas e sociedades de economia mista federais, submeter seus litígios com órgãos ou entidades da 
administração pública federal à Advocacia-Geral da União, para fins de composição extrajudicial do conflito. 
Art. 38. Nos casos em que a controvérsia jurídica seja relativa a tributos administrados pela Secretaria da Receita 
Federal do Brasil ou a créditos inscritos em dívida ativa da União: 
I - não se aplicam as disposições dos incisos II e III do caput do art. 32; 
II - as empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços em regime de concorrência não poderão exercer a 
faculdade prevista no art. 37; 
III - quando forem partes as pessoas a que alude o caput do art. 36: 
29 
 
 
a) a submissão do conflito à composição extrajudicial pela Advocacia-Geral da União implica renúncia do direito de 
recorrer ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; 
b) a redução ou o cancelamento do crédito dependerá de manifestação conjunta do Advogado-Geral da União e do 
Ministro de Estado da Fazenda. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta a competência do Advogado-Geral da União prevista nos incisos VI, 
X e XI do art. 4o da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993, e na Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997. 
(Redação dada pela Lei nº 13.327, de 2016) (Produção de efeito). 
Art. 39. A propositura de ação judicial em que figurem concomitantemente nos polos ativo e passivo órgãos ou 
entidades de direito público que integrem a administração pública federal deverá ser previamente autorizada pelo 
Advogado-Geral da União. 
Art. 40. Os servidores e empregados públicos que participarem do processo de composição extrajudicial do conflito, 
somente poderão ser responsabilizados civil, administrativa ou criminalmente quando, mediante dolo ou fraude, 
receberem qualquer vantagem patrimonial indevida, permitirem ou facilitarem sua recepção por terceiro, ou para tal 
concorrerem. 
 
CAPÍTULO III 
 DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Art. 41. A Escola Nacional de Mediação e Conciliação, no âmbito do Ministério da Justiça, poderá criar banco 
de dados sobre boas práticas em Mediação, bem como manter relação de mediadores e de instituições de Mediação. Art. 
42. Aplica-se esta Lei, no que couber, às outras formas consensuais de resolução de conflitos, tais como mediações 
comunitárias e escolares, e àquelas levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, desde que no âmbito de suas 
competências. 
Parágrafo único. A Mediação nas relações de trabalho será regulada por lei própria. 
Art. 43. Os órgãos e entidades da administração pública poderão criar câmaras para a resolução de conflitos entre 
particulares, que versem sobre atividades por eles reguladas ou supervisionadas. 
Art. 44. Os arts. 1o e 2o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação: 
 “Art. 1o O Advogado-Geral da União, diretamente ou mediante delegação, e os dirigentes máximos das empresas 
públicas federais, em conjunto com o dirigente estatutário da área afeta ao assunto, poderão autorizar a realização de 
acordos ou transações para prevenir ou terminar litígios, inclusive os judiciais. 
§ 4o Quando o litígio envolver valores superiores aos fixados em regulamento, o acordo ou a transação, sob pena de 
nulidade,dependerá de prévia e expressa autorização do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado a cuja 
área de competência estiver afeto o assunto, ou ainda do Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, de Tribunal ou Conselho, ou do Procurador-Geral da República, no caso de interesse 
dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário ou do Ministério Público da União, excluídas as empresas públicas 
federais não dependentes, que necessitarão apenas de prévia e expressa autorização dos dirigentes de que trata o caput. 
§ 5o Na transação ou acordo celebrado diretamente pela parte ou por intermédio de procurador para extinguir ou 
encerrar processo judicial, inclusive os casos de extensão administrativa de pagamentos postulados em juízo, as partes 
poderão definir a responsabilidade de cada uma pelo pagamento dos honorários dos respectivos advogados.” (NR). 
 “Art. 2o O Procurador-Geral da União, o Procurador-Geral Federal, o Procurador-Geral do Banco Central do Brasil e 
os dirigentes das empresas públicas federais mencionadas no caput do art. 1o poderão autorizar, 
diretamente ou mediante delegação, a realização de acordos para prevenir ou terminar, judicial ou extrajudicialmente, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm#art2..
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm#art2..
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm#art2..
30 
 
 
litígio que envolver valores inferiores aos fixados em regulamento. 
§ 1o No caso das empresas públicas federais, a delegação é restrita a órgão colegiado formalmente constituído, 
composto por pelo menos um dirigente estatutário. 
§ 2o O acordo de que trata o caput poderá consistir no pagamento do débito em parcelas mensais e sucessivas, até o 
limite máximo de sessenta. 
§ 3o O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa 
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, 
calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento 
relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. 
§ 4o Inadimplida qualquer parcela, após trinta dias, instaurar-se-á o processo de execução ou nele prosseguir-se-á, pelo 
saldo.” (NR) 
Art. 45. O Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 14-A: 
 “Art. 14-A. No caso de determinação e exigência de créditos tributários da União cujo sujeito passivo seja órgão ou 
entidade de direito público da administração pública federal, a submissão do litígio à composição extrajudicial pela 
Advocacia-Geral da União é considerada reclamação, para fins do disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 
25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.” 
Art. 46. A Mediação poderá ser feita pela internet ou por outro meio de comunicação que permita a transação à 
distância, desde que as partes estejam de acordo. 
Parágrafo único. É facultado à parte domiciliada no exterior submeter-se à Mediação segundo as regras estabelecidas 
nesta Lei. 
Art. 47. Esta Lei entra em vigor após decorridos cento e oitenta dias de sua publicação oficial. Art. 48. Revoga-se o § 2o 
do art. 6o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997. 
Brasília, 26 de junho de 2015; 194o da Independência e 127o da República. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 
 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS 
PROCESSUAIS 
CAPÍTULO I 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
 
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais 
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Art. 2o O 
processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3o A Conciliação, a Mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, 
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. 
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de 
mérito justa e efetiva. 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos 
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo 
contraditório. 
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando 
e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a 
publicidade e a eficiência. 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto 
no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha 
dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Art. 11. 
Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, 
de defensores públicos ou do Ministério Público. 
 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença 
ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em 
cartório e na rede mundial de computadores. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
32 
 
 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
IV IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 
4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem 
cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em 
diligência.§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se 
encontrava na lista. 
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de 
complementação da instrução; 
I - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
 
TÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as 
disposições deste Código. 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 19. 
O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de 
documento. 
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. (----) 
 
DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES 
 
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de 
qualquer forma participem do processo: 
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932
33 
 
 
produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; 
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua 
efetivação; 
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde 
receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; 
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta 
poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. 
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem 
prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor 
da causa, de acordo com a gravidade da conduta. 
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou 
do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, 
revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. 
§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 
536, § 1o. 
§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) 
vezes o valor do salário-mínimo. 
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o 
disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou 
corregedoria, ao qual o juiz oficiará. 
§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, 
ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o. 
§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. 
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e 
a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. 
§ 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor 
de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. 
§ 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a 
requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à 
disposição da parte interessada. 
 
DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS 
 
Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que 
realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na 
execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. 
§ 1o Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento 
do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. 
§ 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou. 
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação 
de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art97
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art97
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art536%C3%AF%C2%BF%C2%BD1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art536%C3%AF%C2%BF%C2%BD1
34 
 
 
ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. 
§ 1o Não se exigirá a caução de que trata o caput: 
I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte; II - na execução 
fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença; III - na reconvenção. 
§ 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, 
justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que 
pretende obter. 
Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente 
técnico e a diária de testemunha. 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na 
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. 
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do 
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos 
incisos I a IV do

Continue navegando