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INFORMATIVO I Mediação de Conflitos para Advogados: A Justiça pelo Diálogo OAB/RS– Subseção de Passo Fundo/RS - 2017 Nº. I; Ano I (Gestão 2016/2018) Diretoria Presidente OAB/CF - Cláudio Lamachia Presidente da OABRS - Ricardo Breier Diretora-Geral da ESA/OAB/RS - Rosângela Herzer dos Santos Presidente da OAB/RS -Subseção de Passo Fundo - Luciano de Araújo Migliavacca Membros da Comissão Organizadora do Informativo I de Mediação da OAB Subseção de Passo Fundo/RS André Sena Madureira Figueiró Caroline Wüst Hugo Antônio De Bittencourt José Valmir Rosa Da Silveira Mário César De Oliveira França Patrícia Mesquita Morais Rodrigo Pacheco Doria Simone Aparecida De Assumpção Thaise Nara Graziottin Costa Sumário PREFÁCIO .............................................................................................................................................. 4 AUTORIDADES: BREVES COMENTÁRIOS ................................................................................................ 5 APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 8 PARTE I - DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ................................................ 10 PARTE II - DÚVIDAS DOS ADVOGADOS SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ....................................... 15 PARTE III – ANEXOS E LEGISLAÇÕES DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ..................................................... 21 Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010 ......................................................................................................... 21 Lei de Mediação-lei nº 13.140/2015 .......................................................................................................................... 23 Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 ....................................................................................................................... 31 Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015 ....................................................................................................................... 45 CODIGO DE ÉTICA DE CONCILIADORES E MEDIADORES JUDICIAIS ...................................................... 53 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL -ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 02/2015 – CFOAB ....................................................................................................... 55 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 57 4 Prefácio Não é de hoje que temos alertado que a capacidade instalada do Judiciário já não dá mais conta da demanda. Inclusive, tal situação vem sendo, há longo tempo, tema de ingentes ações por parte da OAB tanto por seu Conselho Federal, quanto por suas Seccionais e Subseções, o que é amplamente divulgado nos meios de comunicação da entidade. Contudo, ao passo em que tenhamos obtido importantes avanços em razão do empenho da entidade na busca por assegurar o direito da cidadania ao acesso à justiça, nos deparamos cada vez mais com o abarrotamento dos cartórios, a falta de magistrados e servidores. É, então, o momento de darmos um passo definitivo quanto à necessária busca por formas alternativas na solução de conflitos. O compromisso assumido pela Ordem com a instalação da sua Comissão Especial de Mediação e Conciliação, que atua em âmbito nacional, é mais um importante avanço nesse novo caminho, assim como a Casa de Mediação, inaugurada pela OAB/RS, em 16 de março de 2011, iniciativa pioneira no País. Com esse mesmo objetivo, a mediação e a conciliação foram priorizadas no texto do novo Código de Processo Civil e no novo Código de Ética e Disciplina da Ordem. No entanto, ao lado desse novo olhar, não podemos deixar de registrar que mesmo as vias alternativas requerem a presença e a participação do advogado, pois, como bem define nossa Carta Magna, em seu artigo 133: “O advogado é indispensável à administração da justiça”. A mediação e a conciliação são dois dos temas mais importantes da atualidade. Nesse caminho, a OAB tem dado sua contribuição à conciliação, à mediação e à arbitragem, com posição muito clara e favorável ao desenvolvimento dessas práticas, pois o advogado é parte desses processos. Dessa forma, é motivo de alegria ver a elaboração desse valoroso Informativo, por parte da Comissão Especial de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/Passo Fundo, material pelo qual presto meus efusivos cumprimentos e sinceros agradecimentos a todos os advogados e advogadas que compõem essa engajada e atuante comissão. Por fim, não poderia concluir estas breves palavras sem antes manifestar minha convicção de que a presente publicação, preparada com tanta dedicação pelos referidos colegas, será de grande contribuição à Advocacia. Tenham todos uma excelente leitura! Claudio Lamachia Presidente Nacional da OAB 5 Autoridades: breves comentários Uma das soluções encontradas em todos os países desenvolvidos para o crescimento da demanda por justiça é a ênfase empregada na utilização dos métodos alternativos de solução de conflitos, notadamente a mediação, que se confirmou como instituição fundamental para a disseminação da justiça neste século. A pública e inegável escassez de recursos públicos na esfera federal e, especialmente, em nosso Estado, determina restrições orçamentárias ainda mais severas, impedindo verdadeiramente a reposição de magistrados e servidores. Em que pese tal situação atinja toda a cidadania, o advogado é o profissional mais penalizado. Nesse cenário jurisdicional, a mediação apresenta-se como uma prática fundamental e inovadora para alcançar a solução de conflitos, permitindo a conciliação de maneira extrajudicial, por meio de um convite à reflexão e à negociação. Além de multiplicar as de resolução de conflitos, que têm o advogado e o cidadão como o centro das ações, principalmente em época de fragilidade do Judiciário. Sendo assim, na oportunidade em que manifesto minha satisfação em apresentar esse importante informativo, que certamente contribuirá sobremaneira para a atuação dos colegas, presto meus cumprimentos aos organizadores desse relevante material e desejo a todos uma ótima leitura. Ricardo Breier Presidente da OAB/RS Gestão 2016/2018 6 A Escola Superior de Advocacia da OAB/RS tem a satisfação de publicar o Informativo I “Mediação de Conflitos para Advogados: a justiça pelo diálogo”, elaborado pela Comissão de Mediação da OAB – Subseção de Passo Fundo/RS. A disponibilização desse Informativo, por certo, contribuirá para que a advocacia conheça ainda mais o papel do mediador, o qual exerce a função de pacificador, possibilitando às partes entenderem a origem do conflito, bem como fomentarem o diálogo, na busca de solução do problema. Sendo assim, registro meus cumprimentos aos membros da Comissão, cujo trabalho certamente será de grande relevância à classe advocatícia. Rosângela Herzer dos Santos Diretora-Geral da Escola Superior de Advocacia da OAB/RS A Mediação, como forma alternativa de resolução dos conflitos, ganha espaço no ordenamento jurídico brasileiro a partir de sua previsão no Novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/2015, restando estabelecida como norma fundamental do Processo Civil a promoção, sempre que possível, da solução consensual dos conflitos. A inserção dos métodos de solução consensual de conflitos no Novo CPC permite que se desconstrua uma cultura de litigiosidade, permitindo, com o objetivo de uma prestação jurisdicional efetiva, adequada e em tempo razoável. Nesse contexto, destaca-se o papel do Advogado, sempre essencial à administração da Justiça, na participaçãoda mediação, de forma que possa prestar a devida assistência jurídica a seu cliente na resolução de conflito, antes ou durante o processo judicial. A advocacia na mediação encontra terreno fértil, exigindo dos profissionais especialização e capacitação para a respectiva atuação, invertendo-se a lógica atual da litigiosidade e abrindo-se espaço para atuação, de modo a adequar-se aos novos rumos do direito processual. Luciano de Araújo Migliavacca Presidente da OAB – Subseção de Passo Fundo 7 A construção de uma sociedade mais pacífica começa pela abertura de mais espaços para o diálogo entre os envolvidos no conflito. Daí a importância dos CEJUSCs e da Mediação: Acesso simplificado à forma efetiva de distribuição de justiça. Átila Barreto Refosco Juiz Coordenador do CEJUSC Comarca de Passo Fundo A formação de conciliadores, mediadores e facilitadores que atuam no âmbito judicial é realizada com base em criteriosa seleção, capacidade técnica, supervisão, constante avaliação pelo usuário, cadastro e fiscalização do CEJUSC (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania), NUPEMEC (Núcleo Permanente de Métodos Consensuais) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), bem como submetidos a um Código de Ética. O CEJUSC oferece os serviços de Mediação cível e familiar, Conciliação, oficinas de parentalidade e serviço pré- processual (situações em que, antes mesmo do ingresso da demanda judicial, os interessados podem dispor dos serviços acima nominados, sem qualquer custo). Saionara do Amaral Marcolan Dal Piaz Instrutora de Cursos de Mediação e Conciliação Judicial Comarca de Passo Fundo 8 Apresentação Este informativo tem por escopo estimular o debate sobre os mecanismos autocompositivos de solução de conflitos, tendo em vista a possibilidade de atuação profissional dos advogados após a regulamentação das Leis nº 13.105/2015 e 13.140/2015. Dessa forma, o presente material visa esclarecer dúvidas dos advogados em relação ao instituto da Mediação de conflitos tanto no âmbito judicial quanto extrajudicial. Para tanto, a Comissão de Mediação da Ordem dos Advogados do Brasil Subseção de Passo Fundo, objetivarão apenas elucidar questões controvertidas acerca da Mediação, mas incentivar a sua utilização pelos advogados. Pretende-se, em vista disso, promover a cultura da pacificação social frente à nova visão de Justiça que está se formando diante da complexa e multifacetada sociedade contemporânea. Neste sentido, busca-se ampliar os conhecimentos dos advogados sobre a Mediação de conflitos, a fim de contribuir para o debate na medida em que se evidenciam possibilidades práticas de utilização desses métodos consensuais e autônomos tanto de forma judicial como extrajudicial. Outrossim, ressalta-se que a Mediação não é um meio de resolução de conflitos novo, sua origem remonta aos anos 3.000 a.C., sendo muito utilizada nos Estados Unidos da América e Europa. No Brasil, a Mediação e os demais métodos autocompositivos buscam harmonizar a Justiça, modificando o simbólico poder impositivo do Judiciário, e estimular a escuta ativa e o diálogo positivo entre as partes, a fim de que consigam encontrar alternativas para a resolução dos conflitos. O interesse pelo tema está aumentando o que faz com que a evolução e os progressos abarquem muitas reflexões desde a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Brasil até sua implementação em diversas áreas. Assim, a utilização da Mediação reforça a ideia da importância dos meios autocompositivos, pois mantêm as relações continuadas e facultam a solução consensual dos conflitos. Com advento das Leis nº. 13.105/2015 (CPC) e 13.140/2015 (Lei que dispõe sobre a Mediação entre particulares e a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública) a Mediação passou a ser vista e reconhecida sob outro prisma, na medida em que a Resolução nº 125/2010, do CNJ normatizou a sua aplicação prática em todo o país com a criação de Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, CEJUSCs, e capacitação de mediadores pelos Tribunais de Justiça de todo o país. 9 Dessa forma, cumpre esclarecer que as conceituações aqui apresentadas não irão obedecer a uma escola específica de Mediação (Estrutural, Narrativa-circular, Transformativa ou Sistêmica). Ao contrário, apresentar-se-ão as essências dessas escolas de forma ampla, com o intuito de contribuir para a sua compreensão. Por fim, ressalta-se que este informativo se coaduna com os recentes esforços do Poder Judiciário Brasileiro em promover soluções pacíficas, consensuais e que respeitam a autonomia da vontade das partes nas tomadas de decisões. Portanto, o presente informativo é composto por três partes, sendo a primeiro referente às dúvidas frequentes sobre a Mediação de conflitos, a segunda responde dúvidas dos advogados sobre este instituto e a parte final, são anexadas algumas normas pertinentes ao tema. Boa leitura a todos! André Sena Madureira Figueiró Caroline Wüst Hugo Antônio De Bittencourt José Valmir Rosa Da Silveira Mário César De Oliveira França Patrícia Mesquita Morais Rodrigo Pacheco Doria Simone Aparecida De Assumpção Thaise Nara Graziottin Costa Comissão de Mediação da OAB – Subseção de Passo Fundo/RS 10 PARTE I - DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Mediação não é uma ciência que pode ser explicada, ela é uma arte que tem que ser experimentada. Muitas escolas de Mediação acreditam formar mediadores como se fossem magos que poderiam acalmar as partes, com seus truques. A magia é outra, consiste em entender de gente (WARAT, Luís Alberto. Surfando na Pororoca: o ofício do Mediador. 2011, p. 136). 1. O que é Mediação de conflitos? A Lei 13.140/2015 conceitua Mediação no seu art. 1º, Parágrafo Único, como: “a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia”. É um método que busca o tratamento do conflito de forma não adversária, tanto na esfera judicial como na extrajudicial. Com o advento do Código de Processo Civil de 2015, Lei 13.105, a Mediação tornou-se obrigatória no Brasil no âmbito familiar. Já, nas outras áreas de conhecimento, na propositura da ação o autor pode optar pela Conciliação (matéria patrimonial) ou Mediação (relações continuadas). 2. Qual o principal objetivo da Mediação? O objetivo primordial da Mediação é reestabelecer o diálogo entre as partes e normatizar o conflito existente, permitindo que os mediandos construam juntos (consensualidade) uma solução que atenda os interesses de ambas as partes. Os mediandos, dessa maneira, terão a oportunidade de trocar as lentes do conflito, ou seja, passa-se do ganha x perde dos processos judiciais tradicionais para o ganha da Mediação. Assim, pelo Código de Processo Civil a Mediação deve ser estimulada por todos os envolvidos na Justiça, ou seja, juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive podendo ser realizada em qualquer fase processual. 11 3. Quais os princípios que regem a Mediação? Tanto a Lei 13.105 quanto a 13.140, ambas de 2015, elencam uma série de princípios que devem ser seguidos para que a Mediação atinja os seus objetivos. Logo, pelos princípios da independência e da autonomia da vontade, as partes são independentes e autônomas para dialogar e encontrar soluções para o conflito; a imparcialidade refere-se à atuação do mediador que deve ser isenta e equânime; a confidencialidade pressupõe que tudo o que for dito nas sessões de Mediação são confidenciais; a oralidade e a informalidade preceituam que o procedimento seja pautado no diálogo informal, isto é, sem formalidades pré- estabelecidas; a isonomia e a boa-fépresumem que as partes estão no mesmo grau de igualdade e que não estão agindo de má-fé e, finalmente, pelo princípio da decisão informada é que o advogado ganha destaque nesse procedimento, pois é ele que orientará seu cliente sobre possíveis consequências da solução encontrada para o conflito. Lei 13.105/2015 Lei 13.140/2015 Art. 166. A Conciliação e a Mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. Art. 2° A Mediação será orientada pelos seguintes princípios: I. imparcialidade do mediador; II. isonomia entre as partes; III. oralidade; IV. informalidade; V. autonomia da vontade das partes; VI. busca do consenso; VII. confidencialidade; VIII. boa-fé. (COSTA, Thaise Nara Graziottin. Tabela Didática da Disciplina de Mediação e Justiça Restaurativa - IMED, 2015). 12 4. De que forma a Mediação de conflitos foi regulada no novo Código de Processo Civil? A Mediação foi regulada no Código de Processo Civil 2015 pela Lei 13.105, no seu primeiro capítulo intitulado “Das Normas Fundamentais do Processo Civil”, o qual elenca a pacificação de conflitos como política pública. Tal posicionamento se ratifica pela descrição de que “o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”. Além disso, existe a previsão legal de que a Mediação assim como outros métodos de solução consensual de conflitos, deverá ser estimulada por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial (art. 3º, §2º e 3º, do CPC). 5. A Mediação passa a ser obrigatória? Sim, a partir da Lei 13.105/15 a regra é a utilização de meios autocompositivos como a Mediação e a Conciliação. Destarte, o requerimento para realização da audiência tornou- se um requisito essencial da petição inicial (art. 319, inciso VII, do CPC), devendo o advogado indicar qual procedimento entende ser o mais adequado para o caso concreto, Mediação ou Conciliação, caso contrário, tal decisão ficará ao encargo do Poder Judiciário (art. 321, do CPC). Da mesma forma, a Mediação tornou-se obrigatória nas ações de família (art. 694, do CPC) e possessórias (art. 565, do CPC). 6. Existe exceção para a não realização da audiência1 de Mediação? Existe sim. Nos casos em que não for possível a autocomposição, o autor na petição inicial ou o réu, em contestação, 10 (dez) dias antes da audiência, devem se manifestar nos autos justificando o desinteresse na realização da audiência de Mediação (art. 334, §5º, do CPC). Entretanto, em algumas situações específicas, como, por exemplo, nas ações de família e nos litígios coletivos de posse de imóvel, quando o esbulho/turbação tiver ocorrido há mais de um ano e dia, a Mediação é obrigatória. 7. Quais são as semelhanças e diferenças entre Mediação e Conciliação? Ambos os institutos estão dispostos no Código de Processo Civil, sendo regidos pelos princípios da independência, imparcialidade, autonomia da vontade, confidencialidade, oralidade, informalidade e decisão informada (art. 166, do CPC). Na Conciliação, o conciliador busca o diálogo e pode propor contribuições ativas para 1 Há divergência doutrinária quanto ao uso dos vocábulos audiência ou sessão para designar o ato de realização da mediação, todavia, tendo em vista que esse informativo é dedicado aos advogados, utilizar-se-á a palavra audiência, conforme preceitua a lei. 13 solução do conflito, preferencialmente nos casos em que não haja vínculo anterior entre as partes. Já, na Mediação, o mediador é um facilitador do diálogo entre as partes, sendo o elo para que elas voltem a restabelecer o diálogo. Normalmente a Mediação é utilizada quando há algum vínculo anterior entre as partes, sejam relações familiares, de sócios de empresas, contratantes, vizinhança, condominial, entre outras. O mediador então auxilia para que espontaneamente as partes cheguem ao consenso e ao final formalizem um termo de corresponsabilidade que poderá ser homologado pelo juiz. Lei 13.105/2015 Lei 13.140/2015 Art. 165. § 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. § 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Art. 1º. Parágrafo único. Considera-se Mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. Capítulo – Da Confidencialidade - Art. 30. Parágrafo primeiro. III - manifestação de aceitação de proposta Acordo apresentada pelo mediador; (COSTA, Thaise Nara Graziottin. Tabela didática da Disciplina de Mediação e Justiça Restaurativa – IMED-, 2015). 8. Quem é o mediador e como deve ser a sua atuação? É um auxiliar da Justiça e não o ator principal do instituto, como se possa pensar. Os protagonistas são os mediandos que participam ativamente e tentam alcançar o consenso. O mediador apenas facilita o diálogo entre as partes, sendo o elo que propicia a emancipação dos sujeitos. É também uma pessoa capacitada pelos órgãos oficiais (Tribunal de Justiça, CNJ e Universidades) com técnicas de escuta ativa que auxilia as partes tanto para que restabeleçam o diálogo, quanto para que se sintam imponderadas a ponto de tomarem suas próprias decisões (acordo ou não). 14 Como terceiro imparcial, independente e autônomo, o mediador não tem interesse na disputa e não decide nada, tampouco manifesta sua opinião sobre os fatos narrados confidencialmente pelas partes, porém suas técnicas e ferramentas são fundamentais. Com empatia e paciência, cria um ambiente de segurança e tranquilidade para os mediandos, que passam a refletir não apenas no conflito em si, mas na relação como um todo, passando a ter uma visão prospectiva, para o futuro. 9. Quem pode ser mediador judicial e extrajudicial? Existe alguma diferença entre eles? Pode ser mediador qualquer pessoa vocacionada, habilitada e capacitada para desempenhar tal função. De acordo com o Código de Processo Civil, todo aquele que preencher o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidades credenciadas pelo Conselho Nacional de Justiça e Ministério da Justiça, poderá ser mediador judicial e extrajudicial. Ainda, deverá o mediador, após a capacitação, ser devidamente cadastrado nos seus respectivos tribunais e no cadastro nacional (art. 167, do CPC e art.11, da Lei 13.140/15). Há diferença entre mediador judicial e extrajudicial. O primeiro, mediador judicial, é indicado pelo Poder Judiciário por meio do CEJUSCs (Centro Judiciário de Solução de Conflitos), atuando como mediador cadastrado nos respectivos tribunais. Já o segundo, mediador extrajudicial, além de ser de confiança das partes deverá ter capacitação e estar inscrito nas câmaras privadas de Mediação e Conciliação, fazendo parte do cadastro nacional do Conselho Nacional de Justiça. 15 PARTE II - DÚVIDAS DOS ADVOGADOS SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS “O Advogado é indispensável para a administração da Justiça....” (Artigo 133, da Constituição Federal de 1988). 1. É obrigatóriaa presença do Advogado na Audiência de Mediação? De acordo com o Código de Ética da OAB, em seu art. 2º, “o advogado é indispensável para a administração da Justiça”. À vista disso e em consonância com o Código de Processo Civil vigente, é importante que as partes estejam assistidas por advogados para que tenham a exata consciência dos efeitos jurídicos do acordo assinado. Art. 334 da Lei.105/2015; In Verbis: Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de Conciliação ou Mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. (....). 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. Art. 26 da Lei 13.140/2015 Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos, ressalvadas as de hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001. 2. Quem pode participar da audiência de Mediação? Poderão participar da audiência de Mediação os mediandos, os mediadores, os procuradores os observadores (em treinamento) tanto na sessão coletiva como individual. Ainda, se for Mediação judicial, é possível a participação de uma supervisora que é responsável por analisar e avaliar a equipe de mediadores. 3. Qual o papel do advogado nas audiências de Mediação? Com o advento das Leis 13.140/2015 e 13.105/2015, Lei da Mediação e Código de Processo Civil, respectivamente, o advogado ganhou um novo status, o de negociador, no qual deverá preparar adequadamente seu cliente para que ele possa entender plenamente a finalidade da Mediação e, consequentemente, participar ativamente desse procedimento autocompositivos. No papel de advogado, deve primar pela concretização dos interesses de seu cliente, adotando uma postura cooperativa e colaborativa, visando à pacificação social, em consonância 16 com os princípios estabelecidos no art. 2º, da Lei da Mediação. Cabe ressaltar que a Mediação não objetiva somente o acordo, mas também interesses e sentimentos com foco na possibilidade de mediar, devendo o advogado acompanhar com atenção todo o procedimento, principalmente os interesses e preocupações implícitas narradas pelos envolvidos no conflito. Assim, em um primeiro momento, o advogado deverá possibilitar que as partes explicitem os motivos ensejadores do conflito, devendo, pois, escutar ativamente as explicações e os relatos para posteriormente, caso entenda necessário complementar ou contribuir com questões técnicas. Tal postura proporcionará um ambiente de tranquilidade e propício a alcançar as metas da Mediação. Oportuno ainda salientar que após o procedimento da Mediação, também cabe ao advogado acompanhar o cumprimento do acordo, verificar a satisfação do cliente, propor revisão e executar o acordo, quando necessário. Além disso, o papel mais importante do advogado nas audiências de Mediação consiste na propositura de soluções criativas de mútuo benefício, uma vez que as partes nem sempre conseguem vislumbrar opções diferenciadas e diversificadas para a solução do conflito. Portanto, eventuais dúvidas quanto aos seus direitos e obrigações só poderão ser sanadas com a devida assistência de um advogado. Desse modo, a informação prestada pelo advogado quanto ao procedimento e a construção do acordo é de suma relevância a fim de evitar possíveis prejuízos ao seu cliente. 4. Porque o advogado é importante na Mediação? Não obstante o Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94 (art. 2º), e a Constituição Federal 1988 (art. 133), reconhecerem que o advogado é indispensável para a administração da Justiça, a presença dele na audiência de Mediação é extremamente relevante, pois auxiliará seus clientes com questões técnicas para que realizem a autocomposição e, consequentemente, tratem os conflitos. Ressalte-se que em todas as etapas da Mediação justifica-se a importância colaborativa do advogado, mesmo sendo a sua atuação diferente daquela tradicionalmente exercida nos processos judiciais. Nesse sentido, o advogado é indispensável para assessoraras partes familiarizando-as com os aspectos do mundo jurídico, bem como contribuindo para que encontrem soluções benéficas. Assim, tendo em vista que a Mediação é um instituto baseado na autodeterminação e no consenso das partes, salienta-se que a orientação de um advogado especializado é crucial para o seu sucesso. Portanto, para manter os interesses de seus clientes e construir uma solução benéfica, 17 de acordo com a legislação vigente, é de suma importância o acompanhamento do advogado. 5. Os advogados devem receber honorários para acompanhar seus clientes na audiência de Mediação? Em relação aos honorários advocatícios não há motivos para preocupação. O advogado que possibilita uma solução criativa e rápida para seu cliente deve ser remunerado pela agilidade e por escolher a melhor solução para ele. Afinal, a maioria dos clientes sempre quer resolver a sua questão-problema o mais breve possível. Nesse sentido, o novo Código de Ética da OAB prevê (art. 48, parágrafo 5º) que “é vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários contratados em decorrência da solução do litígio por qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial”. Tal interpretação deve ser igualmente estendida à sessão de Mediação judicial. Dessa forma, o contrato de honorários realizado entre advogado e cliente deve ser respeitado conforme a tabela da OAB. 6. É possível realizar Mediação extrajudicial? Quais são os procedimentos obrigatórios em uma Mediação extrajudicial? Sim, é possível realizar Mediação Extrajudicial nos escritórios de advocacia, sempre lembrando que, tanto os mediadores e os mediandos devem atender os requisitos estabelecidos na Lei nº 13.140/2015, a saber: Respeitar os princípios prescritos no art. 2º, da Lei 13.140/2015: imparcialidade do mediador; isonomia entre as partes; oralidade; informalidade; autonomia da vontade das partes; busca do consenso; confidencialidade e boa-fé. Poderá ser mediador extrajudicial qualquer pessoa que tenha capacitação para fazer Mediação e que seja de confiança das partes, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se (art.9º). As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos (art. 10, parágrafo único). Dessa forma, comparecendo apenas uma das partes acompanhada de advogado ou defensor público, o mediador poderá: suspender o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas ou questionar a parte desassistida para verificar se ela sente-se à vontade e segura para continuar a Mediação sem um advogado que lhe assessore. O mediador (judicial ou extrajudicial), sendo um auxiliar da Justiça, fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes (art.6º). O mediador (judicial ou extrajudicial) não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador (art. 7o). O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de Mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal (art. 8o). 18 Na Mediação extrajudicial, existem alguns procedimentos considerados obrigatórios, quais sejam: a) O mediador extrajudicial deve enviar um convite a fim de verificar se os mediandos concordam em participar da reunião de Mediação. Tal convite poderá ser feito por qualquer meiode comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião (art. 21). b) Caso o convite não seja respondido no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data do seu recebimento, considerar-se-á rejeitado o convite para a reunião de Mediação. Porém, importante esclarecer que não há consequências prejudiciais para nenhuma das partes nesse caso. É possível que a Mediação extrajudicial seja prevista em contrato, devendo conter no mínimo (art. 22): I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de Mediação, contado da data de recebimento do convite; II - local da primeira reunião de Mediação; III - critérios de escolha do mediador ou equipe de Mediação; IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação. Ademais, há a possibilidade de Mediação extrajudicial sem contrato. Nesse caso, alguns critérios deverão ser seguidos para que a primeira reunião de Mediação seja realizada (art. 22, §2º): I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados do recebimento do convite; II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais; III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de mediadores capacitados, sendo que a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista; IV - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação acarretará a assunção por parte desta de cinquenta por cento das custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da Mediação para a qual foi convidada. 7. Qual a validade e os efeitos da Mediação de conflitos judicial e extrajudicial? A audiência de Mediação poderá ser encerrada com um termo de entendimento ou de acordo, cuja construção é fruto dos diálogos e entendimentos entre as partes no transcorrer das audiências de mediações. Nesse sentido, a Lei nº 13.140/2015 permite que sejam realizadas 19 mediações que versem sobre direitos disponíveis ou indisponíveis, desde que admitam transação. Desta forma, as audiências de Mediação podem versar sobre todo o conflito ou apenas parte dele (art. 3º, § 1º e 2º), porém o consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deverá sempre ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público. Dessa forma, ao se encerrar uma Mediação com um termo de acordo ou de entendimentos e responsabilidades o produto final é um título passível de execução. Sendo Mediação extrajudicial, o título executivo será extrajudicial (art. 784, IV, Lei 13.105/2015). Todavia, se homologado judicialmente, torna-se título executivo judicial. Sendo, portanto, uma obrigação certa, líquida e exigível, caso não ocorra o cumprimento espontâneo, poderá o interessado, propor Ação de Cumprimento da Sentença (art. 515, II e III, da Lei 13.105/2015). 8. O advogado pode realizar Mediação por meio eletrônico? Sim, o Código de Processo Civil/2015 prevê a possibilidade de realizar Mediação por meio eletrônico (art. 334, § 7º). Aliás, o Conselho Nacional de Justiça já disponibiliza o aplicativo para celular, no site http://www.cnj.jus.br/mediacaodigital/. O sistema facilita a troca de mensagens e informações entre as partes que podem chegar a uma solução para os conflitos. Esses acordos podem ou não serem homologados pela Justiça, caso sejam realizados por mediadores credenciados junto ao Conselho Nacional de Justiça serão homologados judicialmente. 9. O estagiário do escritório de advocacia pode participar da audiência de Mediação? O estagiário é profissional em formação que necessita do apoio de todos os facilitadores já atuantes. No entanto, poderá participar da audiência de Mediação, desde que esteja inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, com procuração nos autos2. Convém ressaltar, que ao participar da audiência de Mediação, o estagiário deverá respeitar os princípios que regem a Mediação (art. 166, da Lei 13.105/2015). 10. A Mediação de conflitos pode ser utilizada em outras áreas além da justiça comum? 2Cumpre esclarecer que não há previsão legal sobre tal questionamento. Dessa forma, os requisitos para que o estagiário participe da audiência de Mediação cabe a cada Juiz Presidente do CEJUSCs. Porém, o Estatuto da Advocacia menciona que “os direitos e prerrogativas assegurados ao exercício profissional do advogado são extensivos aos atos próprios dos advogados” (Manual de defesa das Prerrogativas dos Advogados, p. 24). http://www.cnj.jus.br/mediacaodigital/ http://www.cnj.jus.br/mediacaodigital/ 20 Sim, a Mediação de conflitos pode ser aplicada nas áreas cíveis, condominiais, de vizinhança, familiares, possessórias, consumidores, empresariais, ambientais, hospitalares, comunitárias e escolares, desde que o conflito verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. Aplica-se na Justiça Criminal como Justiça Restaurativa. Ainda, poderá ser utilizada na Justiça do Trabalho, com base na Resolução nº 125/2010, do Conselho Nacional de Justiça, no Código de Processo Civil e na Consolidação das Leis do Trabalho (art. 769), conforme dispõe o art. 42, Parágrafo Único “A mediação nas relações de trabalho será regulada por lei própria” da Lei 13.140/2015. E, por fim, na área da Administração Pública, de acordo com a Lei 13.140/2015. Assim, a Mediação será usada para tratar os conflitos em que for parte a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, pessoas de direito público, podendo ser criadas câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos (art. 32, da Lei nº 13.140/2015). 21 PARTE III – ANEXOS E LEGISLAÇÕES DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS O reconhecimento da complexidade num sistema de ordem, como é o direito, significa sua aproximação com a desordem, com o não-direito, com o diagnóstico de uma crise revolucionária, radicalmente transformadora das estruturas vigentes. (FAGUNDEZ, 2003, p. 20) Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010 Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais, CONSIDERANDO que compete ao Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, bem como zelar pela observância do art. 37 da Constituição da República; CONSIDERANDO que a eficiência operacional, o acesso ao sistema de Justiça e a responsabilidade social são objetivos estratégicos do Poder Judiciário, nos termos da Resolução/CNJ nº 70, de 18 de março de 2009; CONSIDERANDO que o direito de acesso à Justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal além da vertente formal perante os órgãos judiciários, implica acesso à ordem jurídica justa; CONSIDERANDO que, por isso, cabe ao Judiciário estabelecer política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não somente os serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo mediante outros Conselho Nacional de Justiça mecanismos de solução de conflitos, em especial dos consensuais, como a Mediação e a Conciliação; CONSIDERANDO a necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais de solução de litígios; CONSIDERANDO que a Conciliação e a Mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, soluçãoe prevenção de litígios, e que a sua apropriada disciplina em programas já implementados nos país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças; CONSIDERANDO ser imprescindível estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelos tribunais; CONSIDERANDO a relevância e a necessidade de organizar e uniformizar os serviços de Conciliação, Mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos, para lhes evitar disparidades de orientação e práticas, bem como para assegurar a boa execução da política pública, respeitadas as especificidades de cada segmento da Justiça; CONSIDERANDO que a organização dos serviços de Conciliação, Mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos deve servir de princípio e base para a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, verdadeiros 22 órgãos judiciais especializados na matéria; CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça na sua 117ª Sessão Ordinária, realizada em de 23 de 2010, nos autos do procedimento do Ato 0006059-82.2010.2.00.0000; Conselho Nacional de Justiça e, à exceção do Anexo II, que contém mera recomendação. Art. 19. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ministro Cezar Peluso Presidente 23 Lei de Mediação-lei nº 13.140/2015 Dispõe sobre a Mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997, e o Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2o do art. 6o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997. Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a Mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. Parágrafo único. Considera-se Mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. CAPÍTULO I DA MEDIAÇÃO Disposições Gerais Art. 2o A Mediação será orientada pelos seguintes princípios: I - imparcialidade do mediador; II - isonomia entre as partes; III - oralidade; IV - informalidade; V - autonomia da vontade das partes; VI - busca do consenso; VII - confidencialidade; VIII - boa-fé. § 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de Mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de Mediação. § 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de Mediação. Art. 3o Pode ser objeto de Mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. § 1o A Mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele. § 2o O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público. Dos Mediadores Disposições Comuns Art. 4o O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes. § 1o O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito. § 2o Aos necessitados será assegurada a gratuidade da Mediação. Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para 24 mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. Art. 6o O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador. Art. 8o O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de Mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal. Dos Mediadores Extrajudiciais Art. 9o Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer Mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se. Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos. Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou defensor público, o mediador suspenderá o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas. Dos Mediadores Judiciais Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. Art. 12. Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e autorizados a atuar em Mediação judicial. § 1o A inscrição no cadastro de mediadores judiciais será requerida pelo interessado ao tribunal com jurisdição na área em que pretenda exercer a Mediação. § 2o Os tribunais regulamentarão o processo de inscrição e desligamento de seus mediadores. Art. 13. A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o disposto no § 2o do art. 4o desta Lei. Do Procedimento de Mediação Disposições Comuns Art. 14. No início da primeira reunião de Mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador deverá alertar as partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento. Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros mediadores para funcionarem no mesmo procedimento, quando isso for recomendável em razão da natureza e da complexidade do conflito. Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso, as partes poderão submeter-se à Mediação, hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro a suspensão do processo por prazo suficiente para a solução consensual do litígio. § 1o É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos requeridos de comum acordo pelas partes. 25 § 2o A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro. Art. 17. Considera-se instituída a Mediação na data para a qual for marcada a primeira reunião de Mediação. Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de Mediação, ficará suspenso o prazo prescricional. Art. 18. Iniciada a Mediação, as reuniões posteriores com a presença das partes somente poderão ser marcadas com a sua anuência. Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas. Art. 20. O procedimento de Mediação será encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo ou quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso, seja por declaração do mediador nesse sentido ou por manifestação de qualquer das partes. Parágrafo único. O termo final de Mediação, na hipótese de celebração deacordo, constitui título executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial. Da Mediação Extrajudicial Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de Mediação extrajudicial poderá ser feito por qualquer meio de comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião. Parágrafo único. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento. Art. 22. A previsão contratual de Mediação deverá conter, no mínimo: I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de Mediação, contado a partir da data de recebimento do convite; II - local da primeira reunião de Mediação; III - critérios de escolha do mediador ou equipe de Mediação; IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação. § 1o A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima enumerados pela indicação de regulamento, publicado por instituição idônea prestadora de serviços de Mediação, no qual constem critérios claros para a escolha do mediador e realização da primeira reunião de Mediação. § 2o Não havendo previsão contratual completa, deverão ser observados os seguintes critérios para a realização da primeira reunião de Mediação: I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados a partir do recebimento do convite; II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais; III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de mediadores capacitados; a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista; III - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de Mediação acarretará a assunção por parte desta de cinquenta por cento das custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da Mediação para a qual foi convidada. § 3o Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não contenham cláusula de Mediação, o mediador extrajudicial somente cobrará por seus serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de Mediação e permanecer, voluntariamente, no procedimento de Mediação. Art. 23. Se, em previsão contratual de cláusula de Mediação, as partes se comprometerem a não iniciar procedimento arbitral ou processo judicial durante certo prazo ou até o implemento de determinada condição, o árbitro ou o juiz 26 suspenderá o curso da arbitragem ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o implemento dessa condição. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência em que o acesso ao Poder Judiciário seja necessário para evitar o perecimento de direito. Da Mediação Judicial Art. 24. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de Conciliação e Mediação, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. Parágrafo único. A composição e a organização do centro serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. Art. 25. Na Mediação judicial, os mediadores não estarão sujeitos à prévia aceitação das partes, observado o disposto no art. 5o desta Lei. Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos, ressalvadas as hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001. Parágrafo único. Aos que comprovarem insuficiência de recursos será assegurada assistência pela Defensoria Pública. Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de Mediação. Art. 28. O procedimento de Mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta dias, contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua prorrogação. Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão encaminhados ao juiz, que determinará o arquivamento do processo e, desde que requerido pelas partes, homologará o acordo, por sentença, e o termo final da Mediação e determinará o arquivamento do processo. Art. 29. Solucionado o conflito pela Mediação antes da citação do réu, não serão devidas custas judiciais finais. Da Confidencialidade e suas Exceções Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de Mediação será confidencial em relação a terceiros, não podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de forma diversa ou quando sua divulgação for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela Mediação. § 1o O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus prepostos, advogados, assessores técnicos e a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento de Mediação, alcançando: I - declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada por uma parte à outra na busca de entendimento para o conflito; II - reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento de mediação; III - manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador; IV - documento preparado unicamente para os fins do procedimento de Mediação. § 2o A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo não será admitida em processo arbitral ou judicial. § 3o Não está abrigada pela regra de confidencialidade a informação relativa à ocorrência de crime de ação pública. § 4o A regra da confidencialidade não afasta o dever de as pessoas discriminadas no caput prestarem informações à http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10259.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10259.htm 27 administração tributária após o termo final da Mediação, aplicando-se aos seus servidores a obrigação de manterem sigilo das informações compartilhadas nos termos do art. 198 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. Art. 31. Será confidencial a informação prestada por uma parte em sessão privada, não podendo o mediador revelá-la às demais, exceto se expressamente autorizado. CAPÍTULO II DA AUTOCOMPOSIÇÃO DE CONFLITOS EM QUE FOR PARTE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO Disposições Comuns Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência para: I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público; III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. § 1o O modo de composição e funcionamento das câmaras de que trata o caput será estabelecido em regulamento de cada ente federado. § 2o A submissão do conflito às câmaras de que trata o caput é facultativa e será cabível apenas nos casos previstos no regulamento do respectivo ente federado. § 3o Se houver consenso entre as partes, o acordo será reduzido a termo e constituirá título executivo extrajudicial. § 4o Não se incluem na competência dos órgãos mencionados no caput deste artigo as controvérsiasque somente possam ser resolvidas por atos ou concessão de direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo. § 5o Compreendem-se na competência das câmaras de que trata o caput a prevenção e a resolução de conflitos que envolvam equilíbrio econômico-financeiro de contratos celebrados pela administração com particulares. Art. 33. Enquanto não forem criadas as câmaras de Mediação, os conflitos poderão ser dirimidos nos termos do procedimento de Mediação previsto na Subseção I da Seção III do Capítulo I desta Lei. Parágrafo único. A Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, onde houver, poderá instaurar, de ofício ou mediante provocação, procedimento de Mediação coletiva de conflitos relacionados à prestação de serviços públicos. Art. 34. A instauração de procedimento administrativo para a resolução consensual de conflito no âmbito da administração pública suspende a prescrição. § 1o Considera-se instaurado o procedimento quando o órgão ou entidade pública emitir juízo de admissibilidade, retroagindo a suspensão da prescrição à data de formalização do pedido de resolução consensual do conflito. § 2o Em se tratando de matéria tributária, a suspensão da prescrição deverá observar o disposto na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. Dos Conflitos Envolvendo a Administração Pública Federal Direta, suas Autarquias e Fundações http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm 28 Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública federal direta, suas autarquias e fundações poderão ser objeto de transação por adesão, com fundamento em: I - autorização do Advogado-Geral da União, com base na jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal ou de tribunais superiores; ou II - parecer do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Presidente da República. § 1º Os requisitos e as condições da transação por adesão serão definidos em resolução administrativa própria. § 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá juntar prova de atendimento aos requisitos e às condições estabelecidos na resolução administrativa. § 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e será aplicada aos casos idênticos, tempestivamente habilitados mediante pedido de adesão, ainda que solucione apenas parte da controvérsia. § 4o A adesão implicará renúncia do interessado ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou o recurso, eventualmente pendentes, de natureza administrativa ou judicial, no que tange aos pontos compreendidos pelo objeto da resolução administrativa. § 5º Se o interessado for parte em processo judicial inaugurado por ação coletiva, a renúncia ao direito sobre o qual se fundamenta a ação deverá ser expressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa. § 6o A formalização de resolução administrativa destinada à transação por adesão não implica a renúncia tácita à prescrição nem sua interrupção ou suspensão. Art. 36. No caso de conflitos que envolvam controvérsia jurídica entre órgãos ou entidades de direito público que integram a administração pública federal, a Advocacia-Geral da União deverá realizar composição extrajudicial do conflito, observados os procedimentos previstos em ato do Advogado-Geral da União. § 1º Na hipótese do caput, se não houver acordo quanto à controvérsia jurídica, caberá ao Advogado-Geral da União dirimi-la, com fundamento na legislação afeta. § 2º Nos casos em que a resolução da controvérsia implicar o reconhecimento da existência de créditos da União, de suas autarquias e fundações em face de pessoas jurídicas de direito público federais, a Advocacia- Geral da União poderá solicitar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a adequação orçamentária para quitação das dívidas reconhecidas como legítimas. § 3o A composição extrajudicial do conflito não afasta a apuração de responsabilidade do agente público que deu causa à dívida, sempre que se verificar que sua ação ou omissão constitui, em tese, infração disciplinar. § 4o Nas hipóteses em que a matéria objeto do litígio esteja sendo discutida em ação de improbidade administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal de Contas da União, a Conciliação de que trata o caput dependerá da anuência expressa do juiz da causa ou do Ministro Relator. Art. 37. É facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, suas autarquias e fundações públicas, bem como às empresas públicas e sociedades de economia mista federais, submeter seus litígios com órgãos ou entidades da administração pública federal à Advocacia-Geral da União, para fins de composição extrajudicial do conflito. Art. 38. Nos casos em que a controvérsia jurídica seja relativa a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou a créditos inscritos em dívida ativa da União: I - não se aplicam as disposições dos incisos II e III do caput do art. 32; II - as empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços em regime de concorrência não poderão exercer a faculdade prevista no art. 37; III - quando forem partes as pessoas a que alude o caput do art. 36: 29 a) a submissão do conflito à composição extrajudicial pela Advocacia-Geral da União implica renúncia do direito de recorrer ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; b) a redução ou o cancelamento do crédito dependerá de manifestação conjunta do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado da Fazenda. Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta a competência do Advogado-Geral da União prevista nos incisos VI, X e XI do art. 4o da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993, e na Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997. (Redação dada pela Lei nº 13.327, de 2016) (Produção de efeito). Art. 39. A propositura de ação judicial em que figurem concomitantemente nos polos ativo e passivo órgãos ou entidades de direito público que integrem a administração pública federal deverá ser previamente autorizada pelo Advogado-Geral da União. Art. 40. Os servidores e empregados públicos que participarem do processo de composição extrajudicial do conflito, somente poderão ser responsabilizados civil, administrativa ou criminalmente quando, mediante dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem patrimonial indevida, permitirem ou facilitarem sua recepção por terceiro, ou para tal concorrerem. CAPÍTULO III DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 41. A Escola Nacional de Mediação e Conciliação, no âmbito do Ministério da Justiça, poderá criar banco de dados sobre boas práticas em Mediação, bem como manter relação de mediadores e de instituições de Mediação. Art. 42. Aplica-se esta Lei, no que couber, às outras formas consensuais de resolução de conflitos, tais como mediações comunitárias e escolares, e àquelas levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, desde que no âmbito de suas competências. Parágrafo único. A Mediação nas relações de trabalho será regulada por lei própria. Art. 43. Os órgãos e entidades da administração pública poderão criar câmaras para a resolução de conflitos entre particulares, que versem sobre atividades por eles reguladas ou supervisionadas. Art. 44. Os arts. 1o e 2o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1o O Advogado-Geral da União, diretamente ou mediante delegação, e os dirigentes máximos das empresas públicas federais, em conjunto com o dirigente estatutário da área afeta ao assunto, poderão autorizar a realização de acordos ou transações para prevenir ou terminar litígios, inclusive os judiciais. § 4o Quando o litígio envolver valores superiores aos fixados em regulamento, o acordo ou a transação, sob pena de nulidade,dependerá de prévia e expressa autorização do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado a cuja área de competência estiver afeto o assunto, ou ainda do Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, de Tribunal ou Conselho, ou do Procurador-Geral da República, no caso de interesse dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário ou do Ministério Público da União, excluídas as empresas públicas federais não dependentes, que necessitarão apenas de prévia e expressa autorização dos dirigentes de que trata o caput. § 5o Na transação ou acordo celebrado diretamente pela parte ou por intermédio de procurador para extinguir ou encerrar processo judicial, inclusive os casos de extensão administrativa de pagamentos postulados em juízo, as partes poderão definir a responsabilidade de cada uma pelo pagamento dos honorários dos respectivos advogados.” (NR). “Art. 2o O Procurador-Geral da União, o Procurador-Geral Federal, o Procurador-Geral do Banco Central do Brasil e os dirigentes das empresas públicas federais mencionadas no caput do art. 1o poderão autorizar, diretamente ou mediante delegação, a realização de acordos para prevenir ou terminar, judicial ou extrajudicialmente, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm#art2.. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm#art2.. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm#art2.. 30 litígio que envolver valores inferiores aos fixados em regulamento. § 1o No caso das empresas públicas federais, a delegação é restrita a órgão colegiado formalmente constituído, composto por pelo menos um dirigente estatutário. § 2o O acordo de que trata o caput poderá consistir no pagamento do débito em parcelas mensais e sucessivas, até o limite máximo de sessenta. § 3o O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. § 4o Inadimplida qualquer parcela, após trinta dias, instaurar-se-á o processo de execução ou nele prosseguir-se-á, pelo saldo.” (NR) Art. 45. O Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 14-A: “Art. 14-A. No caso de determinação e exigência de créditos tributários da União cujo sujeito passivo seja órgão ou entidade de direito público da administração pública federal, a submissão do litígio à composição extrajudicial pela Advocacia-Geral da União é considerada reclamação, para fins do disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.” Art. 46. A Mediação poderá ser feita pela internet ou por outro meio de comunicação que permita a transação à distância, desde que as partes estejam de acordo. Parágrafo único. É facultado à parte domiciliada no exterior submeter-se à Mediação segundo as regras estabelecidas nesta Lei. Art. 47. Esta Lei entra em vigor após decorridos cento e oitenta dias de sua publicação oficial. Art. 48. Revoga-se o § 2o do art. 6o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997. Brasília, 26 de junho de 2015; 194o da Independência e 127o da República. 31 Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A Conciliação, a Mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 32 § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; I - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL TÍTULO I DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. (----) DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932 33 produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. § 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. § 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. § 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. § 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o. § 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. § 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. § 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o. § 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. § 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. § 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada. DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. § 1o Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. § 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou. Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art97 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art97 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C3%AF%C2%BF%C2%BD1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art536%C3%AF%C2%BF%C2%BD1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art536%C3%AF%C2%BF%C2%BD1 34 ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. § 1o Não se exigirá a caução de que trata o caput: I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte; II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença; III - na reconvenção. § 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter. Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do
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