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impresso_LLESPDidaticaI_2019 1-46

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• violência que entra na escola, pela ação das gangues, 
das drogas;
• componente interno da escola.
A partir de uma pesquisa realizada em 2001 em quatorze capitais brasileiras, Abramovay (2003, p. 73-
74) propõe que a violência seja entendida de duas formas: 
Violência Física
Intervenção física de um indivíduo ou grupo contra a integridade de outro(s) ou 
de grupo(s) e também contra si mesmo”. 
Violência Simbólica, verbal e institucional
Violência simbólica (abuso do poder, baseado no consentimento que se 
estabelece e se impõe mediante o uso de símbolos de autoridade); verbal e 
institucional (marginalização, discriminação e práticas de assujeitamento utilizadas 
por instituições diversas que instrumentalizam estratégias de poder)”.
Para uma análise mais apropriada da violência no ambiente escolar, é necessário, portanto, perceber-
se que ela tem várias origens, motivo pelo qual ela deve ser entendida a partir de várias perspectivas. 
Inicialmente, é de fácil constatação o fato de que a violência está presente em toda a nossa sociedade, 
não sendo um privilégio da escola.
A insatisfação é sentida tanto pelos jovens como pelos membros do corpo técnico-pedagógico. 
Há mútuas críticas e acusações e a escola aparece, ao mesmo tempo, como causa, 
consequência e espelho dos problemas aos quais, muitas vezes, não consegue responder e 
cuja solução não se encontra ao seu alcance. (ABRAMOVAY, 2004, p. 93-94).
Isso, porém, não significa que ela nada pode fazer a respeito, como se estivesse à mercê dos 
acontecimentos. É necessário identificar as práticas escolares que, por meio de amplo e profundo 
processo de segregação, fomenta, silenciosamente, a violência nos (e dos) agentes pedagógicos. Acredito 
que a tristeza, a apatia e a indiferença que muitos daqueles sentem nas nossas escolas revelam uma 
insatisfação com o que nelas vivem.
Conforme Abramovay (2003, p. 78), a relação professor-aluno, o centro 
do processo educacional, está bastante deteriorada, desgastada, não 
somente na escola pública!
Os jovens da pesquisa reclamaram que os professores estão afastados da sua cultura, os seus 
códigos culturais não são compreendidos, eles não são escutados, eles são etiquetados, fazendo com que 
sintam haver um “(...) enorme buraco que os separa dos adultos”. Por sua vez, os professores e os 
membros do corpo-técnico se ressentem com a falta de respeito, ameaças e humilhações proferidas pelo 
corpo discente. Dessa forma, é fácil entender a razão pela qual as relações de confiança são quase 
inexistentes e por que é tão difícil haver diálogo. 
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