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TÉCNICAS CONSTRUTIVASTÉCNICAS CONSTRUTIVAS
SUPERESTRUTURASSUPERESTRUTURAS
Autor: Me. Kleber Aristides Ribeiro
Revisor : C ícero de Deus Rosa F i lho
IN IC IAR
introdução
Introdução
Nesta unidade, iremos estudar o conteúdo de superestruturas, que podem
ser de diversos tipos de materiais como o aço e a madeira.
A madeira é muito utilizada em diversos países como forma de construção,
pois é de fácil execução por ser leve e resistente aos vários tipos de esforços
mecânicos. Contudo, há fatores impactantes quando não realizado o devido
tratamento na madeira, como é o caso de predadores e da água. O aço é
outro material muito utilizado na superestrutura por ser muito mais
resistente aos esforços mecânicos do que a madeira, embora muito mais
caro.
Os per�s de madeira e de aço estão sendo utilizados juntamente com painéis
de vedação (fechamento do ambiente externo do interno) para construções
de habitações de um a oito pavimentos. Seus orçamentos são mais caros em
relação a construções convencionais de estruturas de concreto e vedação
com alvenarias de blocos cerâmicos ou sílico-calcários, porém com tempo de
construção muito menor.
Sendo assim, estudaremos mais sobre as construções convencionais de
concreto armado com vedação de alvenarias, além das alvenarias portantes e
das condições que essas proporcionam em relação ao concreto armado.
Também veremos como realizar as elevações das superestruturas e como
devem estar as condições da laje de trabalho, além de como realizar as
armações, fôrmas e escoramentos no canteiro de obras ou como aceitá-los
em seu recebimento.
Esse tipo de construção é realizado com a concepção da redução de custos de
uma edi�cação, pois, quando projetado com as mesmas dimensões em todos
os pavimentos, é possível reutilizar as formas de um pavimento inferior para
os superiores, não necessitando, consequentemente, de vários tipos de
fôrmas.
Essa construção facilita a padronização e o controle por parte do engenheiro
de obras, inclusive para os colaboradores que irão executar a montagem e a
desmontagem das fôrmas, as quais poderão ser metálicas ou de madeiras,
que devem ser manuseadas de tal modo que não comprometa as dimensões
iniciais, como é o caso de quedas e armazenamento dos materiais.
O edifício tipo é iniciado pela laje zero (nível 0) e é primeira parte da
superestrutura que estará em contato direto com a fundação, sejam os
blocos, sejam as sapatas, entretanto, para isso, será necessário que os eixos e
o nível de referência da fundação, ilustrados na Figura 3.1, estejam de�nidos
e sejam transferidos com o auxílio do gabarito ou com o teodolito para a laje
de trabalho.
Edifício TipoEdifício Tipo
Na infraestrutura ou superestruturas, a execução é realizada normalmente
por intermédio de pessoas, seja para desenvolver as fôrmas, as armações ou
o concreto. Serão necessárias a utilização de EPI (Equipamentos de Proteção
Individual) e de EPC (Equipamento de Proteção Coletiva), dependendo da
quantidade de trabalhadores, a ser avaliada pelo gestor da obra. Será
necessário ainda ter: engenheiro de segurança do trabalho, técnico de
segurança do trabalho, algumas vezes médico, enfermeiro e auxiliar de
enfermagem do trabalho (MENDONÇA, DAIBERT, 2014).
Preparação para fôrmas
Para iniciar as preparações, é necessário que todos os materiais e
ferramentas estejam armazenados e disponíveis no canteiro de obras ou
entregues antes de sua execução. Além disso, é importante destacar que os
projetos arquitetônicos, estruturais e executivos devem estar no escritório
técnico administrativo da obra.
Figura 3.1 - Esperas e armações de laje nível zero
Fonte: Ishark Talar / 123RF.
As superfícies das fundações devem estar livres de resíduos (exemplo: solo),
inclusive as esperas (em algumas regiões, também chamadas de arranques),
que deverão estar com as pontas pintadas ou com graxa para evitar a
oxidação do aço. A Figura 3.2 ilustra as esperas que serão continuadas para
os pilares.
As fôrmas necessitam de travamentos em suas bases, ou seja, os engenheiros
precisam averiguar se a preparação das bases das fôrmas pode ser
inicializada. Para isso, será necessário que a laje de trabalho esteja sempre
limpa e desimpedida para facilitar o trânsito dos colaboradores, durante a
movimentação (transporte) dos materiais e ferramentas que serão utilizadas
para a instalação do gastalho (ou colarinho), conforme ilustrado na Figura 3.3
(PINHEIRO, 2014).
Figura 3.2 - Laje de trabalho
Fonte: Oleg0 / 123RF.
Os gastalhos serão a base de travamentos das fôrmas e deverão ser
instalados sempre que possível nos primeiros dias, depois da laje concretada,
para manter o alinhamento e prumo dos pilares na laje de nível zero. Além
disso, é importante destacar a amarração das armações dos pilares, pois
reflita
Re�ita
Re�ita sobre este comentário: eu sou
engenheiro civil e sou perito em
gestão de obras, e, como gerencio três
obras, oriento meus mestres de obras
das tarefas que devem ser realizadas
no dia e como deverão controlar as
conferências e os materiais durante a
execução. Faço isso no início do dia, e
ao �nal volto para ver se tudo foi bem-
sucedido, além de conferir as
metragens executadas para controle
do cronograma. Será que esse
procedimento está correto? Como a
responsabilidade é do engenheiro,
esse deve acompanhar os processos
de execução, inspecionando
constantemente a obra. Dessa forma,
�ca clara a importância de sua
presença durante a construção.
Fonte: Elaborado pelo autor.
essas devem manter o eixo longitudinal e transversal com o auxílio do
gabarito ou teodolito.
Figura 3.3 - Esperas e gastalhos
Fonte: Elaborada pelo autor.
Após as veri�cações de limpeza, avaliação das esperas, instalação dos
gastalhos que irão travar as fôrmas e, por �m, a amarração das armações que
irão dar continuidade dos pilares da estrutura, são realizadas as instalações
das armações e fôrmas.
praticar
Vamos Praticar
O projeto arquitetônico determina quais serão as condições impostas para a
construção da superestrutura e, uma vez de�nidas essas fôrmas da edi�cação ou
obra de arte especial, são desenvolvidos os projetos estruturais, que, por sua vez,
de�nem as dimensões das peças da infraestrutura e superestrutura, para suportar
as cargas previstas e para que a obra seja realizada dentro das especi�cações
(desenvolvimento dos projetos executivos e dos memoriais descritivos). Em relação
ao texto, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I - A limpeza é um dos fatores importantes para realização da obra em todos os
processos executivos.
Porque
II – O tráfego de ferramentas e de materiais a serem utilizados precisa ter um
ambiente desimpedido.
A seguir, assinale a alternativa correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justi�cativa
correta da I.
b) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma
proposição falsa.
c) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justi�cativa correta da I.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
Os materiais utilizados para armações são os vergalhões de aço para concreto
armado (CA) CA-25, CA-50 e CA-60, com valores, respectivamente, de 25, 50 e
60 correspondente, às cargas suportadas por esses aços em quilograma força
por milímetro quadrado (kgf/mm²).
O CA-25 e CA-50 são vendidos em barras de 12 metros e, para facilitar o
transporte, são dobradas ao meio. Também nos casos de �os de CA-60 ou em
comum acordo entre cliente e fornecedor, poderão ser vendidos em rolos ou
bobinas, conforme NBR 7480 (ABNT, 2007).
Além dos vergalhões, existem os aços de concreto protendidos (CP), nos casos
de �os que variam de resistência de 150 a 170 kgf/mm², conforme a NBR 7482
(ABNT, 2008) encontrados em rolos de até 700 quilos, e as cordoalhas, que
variam suas resistências entre CP 175 a CP-190 em bobinas de 3toneladas, de
acordo com a NBR 7483 (ABNT, 2008).
Aço para Concreto Armado (CA)
ArmaçõesArmações
Os vergalhões de aço CA-50 devem ser nervurados em seu diâmetro
(contornado seu eixo transversal) com saliências na metade do diâmetro com
ângulo de 45º e 75º e duas nervuras opostas, transversalmente, e que sejam
contínuas ao longo do eixo longitudinal da barra para evitar que gire dentro
do concreto. Em relação ao aço CA-25, as barras devem ser lisas sem nervuras
ou qualquer outro tipo de saliência, conforme a NBR 7480 (ABNT, 2007).
Nos casos dos �os de aço CA-60, esse em diâmetros menores que 10
milímetros são lisos, e os maiores deverão ter entalhes ou nervuras para
aderência no concreto do mesmo modo que o CA-50, conforme a NBR 7480
(ABNT, 2007).
Os controles que devem ser realizados nas barras ao chegar na obra são:
Veri�car se o aço não tem �ssuras, escamação, oxidação ou redução
do diâmetro em algum trecho do eixo longitudinal.
Devem ser marcados na laminação (em relevos “saliências“) o nome
ou marca do fornecedor, a especi�cação do material e o diâmetro da
barra ou o �o de aço CA-50 ou CA-60. Nos casos de aço CA-25 ou aço
de concreto protendido quando em rolos ou bobinas, essas
informações podem estar em etiquetas.
Retirar no mínimo seis amostras por lote e enviar para laboratórios
acreditados para avaliação do material ou enviar a um especialista do
fabricante (em comum acordo) para avaliação direto na fábrica dos
materiais que serão utilizados.
Armazenar em ambientes coberto e distantes do piso e paredes com
auxílio de paletes ou pontaletes.
Ao cortar o aço para uso, pintar a ponta ou passar graxa para evitar
exposição do material e oxidação.
Dobra
A chave de dobra pode ser feita com o auxílio de bancada mecânica com os
cutelos (ou calandras) e alavanca para ajudar a dobrar o aço (Figura 3.4).
Durante a execução, devemos ter o cuidado de analisar se não houve
�ssuração ou escamações nas curvas do material.
Figura 3.4 - Dobra com auxílio mecânico
Fonte: Nizamkem / 123RF.
A dobra manual pode ser realizada em bancadas com gabaritos (pinos ou o
próprio vergalhão �xado na bancada), com o auxílio de chave de dobra
(MENDONÇA; DAIBERT, 2014), conforme ilustrado na Figura 3.5, sempre se
lembrando de veri�car se há defeitos após a execução do serviço.
Além das veri�cações das dobras (da existência de �ssuras ou trincas),
existem alguns outros critérios. Nos casos de barras longitudinais, são
considerados os pinos conforme os padrões (utilizados para auxiliar a dobra)
da NBR 6118 (ABNT, 2014), como apresentado na Tabela 3.1:
Tabela 3.1 - Diâmetro dos pinos para dobramento de aços para barras
longitudinais
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 34).
Figura 3.5 - Execução manual com chave de dobra
Fonte: Bogdan Mircea Hoda / 123RF.
Bitola (mm)
Tipo de aço
CA-25 CA-50 CA-60
< 20 4 Φ 5 Φ 6 Φ
≥ 20 5 Φ 8 Φ -
Além dos padrões das barras longitudinais, deve ser considerado o diâmetro
das barras de armadura transversal do aço que será dobrado, ou seja, nos
casos de estribos, deve-se o seguir os padrões de pinos especi�cados na
Tabela 3.2, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014):
Bitola (mm)
Tipo de aço
CA-25 CA-50 CA-60
≤10 3 Φ 3 Φ 3 Φ
10 < Φ < 20 4 Φ 5 Φ -
≥ 20 5 Φ 8 Φ -
Tabela 3.2 - Diâmetro dos pinos para dobramento de aços para barras
transversais
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 38).
As dobras de ancoragens são realizadas, normalmente, em estribos ou em
�nal de barras longitudinais para �xações entre transições de peças ou
soldagem.
Amarração
As amarrações são realizadas com �os de arame recozidos ou galvanizados
com auxílio da turquesa (ou torquês) armador, e sua execução deve seguir o
apresentado na Figura 3.6.
A amarração deve ser realizada em nós duplos, conforme a Figura 3.7, pois a
e�ciência para rigidez é muito maior do que com nó simples. O nó simples é
utilizado apenas para a marcação do posicionamento e o espaçamento das
barras transversais, ou seja, a distribuição dos estribos ao longo das barras
longitudinais de�nidas em projetos.
Figura 3.6 - Turquesa armador
Fonte: Bogdan Mircea Hoda / 123RF.
Na central de armações, são desenvolvidas as vigas e pilares, conforme
apresentado na Figura 3.8, porém, quando não há espaço para a produção in-
loco, é necessária a de�nição do período de construção a ser entregue e o
tempo para execução da etapa de instalação das armações na obra.
Figura 3.7 - Posicionamento e amarração das barras
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 3.8 - Central de armações
Fonte: Nizamkem / 123RF.
Após o desenvolvimento das armações na central e realizadas suas devidas
veri�cações em relação às condições impostas no projeto executivo, estando
em conformidade, são levadas e amarradas nas esperas das lajes, dos pilares
ou das vigas, e sempre com nós duplos para manter a rigidez da armação.
saibamais
Saiba mais
Nas centrais de armação, são desenvolvidas
estruturas para pilares, vigas, lajes, e as
amarrações podem ter dimensões e
formatos variados, porém deve-se sempre
prezar pela que irá oferecer maior rigidez da
armação. Esses nós normalmente são
duplos, podendo ser duplos e uma volta na
barra longitudinal. Para saber mais, no vídeo
a seguir, há o corte, a dobra e a amarração.
ASS IST IR
Muitas vezes, para agilizar o tempo da obra, ao invés da amarração é
realizada a soldagem das armações ou, por vezes, são compradas nas
dimensões de projeto.
Soldagem
A soldagem deve ser seguida de perto, isto é, controlada com critérios que a
norma NBR 6118 (ABNT, 2014) de�ne, pois, para cada tipo de soldagem, existe
um parâmetro de qualidade, e a soldagem deve ocorrer em barras acima de
10 milímetros de diâmetro.
Quando houver soldagem por caldeamento por máquinas (Figura 3.9), essa
pode ser desenvolvida somente em barras de aço com diâmetros acima de 10
milímetros, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014).
A soldagem de topo com eletrodo deve ser realizada em barras de aço com
diâmetros maiores que 20 milímetros e com ângulos de cortes ou desbastes e
espaçamento entre as barras de 2 a 3 milímetros, o qual facilitará a entrada
do eletrodo e preenchimento do material de solda nas barras, conforme
ilustrado na Figura 3.10.
Figura 3.9 - Solda por caldeamento
Fonte: Adaptada de NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 42).
Figura 3.10 - Solda de topo por eletrodo
Fonte: Adaptada de NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 42).
Outra soldagem muito utilizada é a de traspasse, pois é executada com as
barras longitudinais paralelas à distância de traspasse de 15 diâmetros da
barra com cordão de solda de 5 diâmetros iniciais e espaço de 5 diâmetros
sem solda e mais 5 diâmetros com solda �nais. Conforme ilustrado na Figura
3.11, o diâmetro da solda deve ser de 0,3 do diâmetro da barra.
Figura 3.11 - Solda por traspasse
Fonte: Adaptada de NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 42).
Na soldagem por justaposição de barras, são acionadas duas barras laterais
(barras auxiliares, que podem ter um diâmetro imediatamente menor). As
barras longitudinais, as quais são utilizadas para junção das peças e as
distâncias entre soldas, são utilizadas da mesma maneira que as de traspasse,
porém mantendo o baricentro das barras longitudinais, conforme ilustrado
Figura 3.12.
praticar
Vamos Praticar
As armações de vigas, pilares e lajes podem ser realizadas no próprio canteiro de
obras na central de armação por meio de amarrações que podem ser com nós:
simples, duplos ou compostos com voltas na barra longitudinal e nó duplo nas
barras transversais.
Em relação ao texto, para se utilizar as barras ou �os de aço no canteiro de obras
este deve ser conferido em seu recebimento de que maneira. Analise as a�rmativas
a seguir e assinale (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s).
Figura 3.12 - Soldagem por justaposição
Fonte: Adaptada de NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 42).
I – (    ) Estar livre de redução de seção ao longo da barra.
II – (    ) Pode ter escamações em pequenos trechos.
III – (    ) Retirar amostras para testedo material.
IV – (    ) Não é preciso ser identi�cado com suas propriedades.
É correto o que se a�rma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
As fôrmas são utilizadas para dar forma ao concreto fresco e o escoramento
para suportar as cargas desse material. São estruturas provisórias até que a
peça de concreto endurecido esteja autossu�ciente para suportar as cargas
próprias, e após os 28 dias de executadas, em alguns casos até 90 dias, para
as que foram projetadas.
Além disso, as fôrmas podem ser metálicas, de madeiras ou mistas. Essas
fôrmas devem ser especi�cadas a partir do projeto estrutural e ser
desenvolvido o projeto executivo, ou seja, como serão montadas e
desmontadas durante a execução da construção da edi�cação, segundo a
NBR 15696 (ABNT, 2009).
Tipos de Fôrmas
Sendo assim, as fôrmas podem ser classi�cadas, em relação ao material
utilizado e o tipo de obra a ser executado. No Quadro 3.1, é possível avaliar
alguns dos tipos de fôrmas existentes.
Fôrmas eFôrmas e
EscoramentosEscoramentos
Quadro 3.1 - Tipos de fôrmas
Fonte: Elaborado pelo autor.
As fôrmas convencionais de madeira são feitas no próprio canteiro de obras
ou podem ser fabricadas sob medida (industrializadas), e as moduladas são
fôrmas metálicas com padrões que podem ser sob medida ou medidas já
de�nidas pelo fabricante.
Elementos de Fôrmas e
Escoramentos
As tábuas , ilustradas na Figura 3.13, são utilizadas como painéis de fundo e
lateral para moldarem as vigas e painéis laterais para pilares além de escoras
niveladoras. As medidas de tábuas com seção retangular vendidas
comercialmente são: larguras maiores que 0,10m, com espessuras maiores
que 0,02m, e seu comprimento normalmente é de até 6,0m.
Material Tipo de fôrma Tipo de obra
Madeira Convencional Pequenas obras
Madeira e metal Mistas ou moduladas Edifício tipo
Madeira e metal Trepantes Barragens, silos
Metal Deslizantes verticais Torres e pilares
Metal
Deslizantes
horizontais
Barreiras e guias
Os sarrafos são utilizados como travas, escoras, reforço de painéis, gravatas,
gastalhos (sarrafo de pressão), guias, cunha, nivelamento, travessa ou
contraventamento e suas dimensões com seção retangular. Sua largura varia
entre 0,02 a 0,10m espessura de 0,02 a 0,04m e comprimento até 6,0m.
Os pontaletes ou caibros são utilizados como: montantes, escoras, cunhas,
calços, apoios, guias, com dimensões de seções quadradas ou retangulares, e
sua largura varia de 0,04m a 0,08 e espessura de 0,05 a 0,08m e seu
comprimento até 6,0m.
As vigas são utilizadas como apoio, escoras, cunhas e guias com dimensões
de seção retangular. Sua largura varia entre 0,11m a 0,20m, enquanto a
espessura varia entre 0,04m e 0,08m e os comprimentos podem chegar a
6,0m.
As chapas compensadas são utilizadas como painéis e têm dimensões com
seção retangular com larguras que variam entre 1,10m a 1,60m; espessuras
de 0,01m a 0,03m; e comprimentos de 2,0m a 2,5m. A madeira pode ser
Figura 3.13 - Tábua
Fonte: Elaborada pelo autor.
tratada com inseticidas, entre outros, para evitar predadores, e ser
plasti�cada, para suportar umidade.
As fôrmas de pilares são o conjunto de vários elementos, como: painéis
(tábua), gravatas (sarrafos), reforço de painel (sarrafos) e o gastalho (sarrafo
de pressão), conforme ilustrado na Figura 3.14.
Figura 3.14 - Fôrma de pilar
Fonte: Elaborada pelo autor.
Além das fôrmas de madeira e metálica, existem também as fôrmas de
papelão, normalmente utilizadas para pilares circulares (colunas), e as fôrmas
de plásticos, utilizadas para lajes nervuradas.
saibamais
Saiba mais
As fôrmas de madeira foram e são muito
utilizadas na indústria de construção civil,
porém as fôrmas metálicas já são uma
alternativa racionalizada, e seu custo-
benefício para grandes construções reduz
seu custo. Entretanto, com as inovações
como plástico em lajes e papelão em pilares,
isso mudou muito. Sendo assim, assista ao
vídeo a seguir, em que é realizado a
concretagem de dois pilares, um com fôrma
de madeira e outro com fôrma de papelão.
Para saber mais, acesse o link disponível.
ASS IST IR
Os pilares devem ser estanques e sempre ser desenvolvidos com materiais de
boa qualidade para evitar perda de pasta de cimento. A textura interna deve
estar de acordo com o tipo de acabamento que se deseja do concreto e com o
uso de desmoldante para evitar disgregação do concreto. E a madeira deve
ter resistência para suportar seu peso próprio e as cargas advindas do
concreto fresco. E, por �m, conferir sempre antes da concretagem seu
alinhamento, nível e prumo. A Figura 3.15 mostra a montagem da fôrma do
pilar, conforme a NBR 15696 (ABNT, 2009).
Figura 3.15 - Montagem da fôrma de pilar
Fonte: Nizamkem / 123RF.
As vigas são desenvolvidas com os mesmos elementos do pilar, porém com o
auxílio de escoras de pontaletes (caibros), chapuz (vigas ou caibros), mão
francesa (sarrafo), painel de laterais e fundo (tábua), gravata (sarrafos), guias
(sarrafos) e sarrafo de pressão, conforme ilustrado na Figura 3.16.
Além dos pilares e vigas, as lajes também necessitam de escoramentos que
podem ser metálicos, de madeira ou mistos. As madeiras podem ser
reutilizadas até seis vezes, enquanto que as metálicas, com suas devidas
manutenções, têm durabilidade de anos. Além disso, quando alugadas,
podem ser trocadas a partir do momento em que existirem deformações,
desde que assistidas por um contrato.
Na Figura 3.17, pode-se ver os tipos de escoramentos, os quais devem ser
retirados sempre dos cantos para os centros, seja da viga, seja da laje, e o
tempo de retirada é especi�cado em projeto.
Figura 3.16 - Fôrma de viga
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 3.17 - Escoramentos em laje
Fonte: Dmitry Kalinovsky / 123RF.
Os principais elementos dos escoramentos metálicos são: escoras, formadas
pelo corpo da escora, luva rosqueável, �auta e o gancho; tripés para auxílio de
prumo; vigas; sapatas ajustáveis; quadro; diagonal; suportes ajustáveis em U;
entre outros.
São necessários alguns cuidados durante a montagem e desmontagem das
estruturas de escoramentos. As iniciais são de limpeza do local e veri�cações
de ajustes e reaperto após sua instalação para estarem em prumo, nível e
alinhamento, e as �nais de retirar as escoras sempre das paredes para o
centro da laje ou viga e não o contrário, inclusive seguindo os parâmetros do
projeto executivo.
praticar
Vamos Praticar
saibamais
Saiba mais
As escoras metálicas têm suas vantagens e
desvantagens, porém, quando se trata de
racionalização e sustentabilidade, os aços
são mais resistentes e mais fáceis de montar,
pois, com os ajustes de alturas e menos
material, não impedem o caminho, além da
redução de custos com energia. Para saber
mais, veja detalhes no vídeo disponível.
ASS IST IR
As escoras e fôrmas são imprescindíveis para a execução de superestruturas de
concreto armado, pois com as fôrmas são moldados os concretos e as escoras são
utilizadas para manter o posicionamento das fôrmas e o suporte de cargas advindas
do concreto fresco.
Analise as a�rmativas em relação aos cuidados que devem ser realizados nas
fôrmas durante sua execução.
I – Prumo.
II – Nível.
III – Alinhamento.
IV - Desmoldante.
É correto o que se a�rma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
A alvenaria era um elemento não estrutural utilizado para vedação
(fechamento) do ambiente interno e do externo, para evitar ventos e
insolação, além de outros incômodos no interior da edi�cação. Entretanto,
com o passar do tempo, as inovações na indústria da construção civil
alteraram a condição da alvenaria de somente vedação para alvenaria
estrutural. Sendo assim, agora, veremos as formas de elevar as alvenarias de
vedação e estrutural, conforme a NBR 15812-2 (ABNT, 2010).
Paginação de Alvenarias
A paginação das alvenarias deve ser de�nida naconcepção das estruturas
para que essa seja racionalizada, pois, uma vez padronizada, os blocos são
adquiridos em quantidades moduladas e especí�cas para cada pavimento,
seja para reduzir os cortes in loco , seja para mitigar as perdas no processo
construtivo. A Figura 3.18 ilustra a paginação de alvenarias com amarração,
ou seja, o intertravamento de blocos com 50% superiores de sua dimensão
ElevaçõesElevações
em comprimento assentados a 50% dos blocos inferiores, conforme a NBR
15812-2 (ABNT, 2010).
Figura 3.18 - Modulação de amarração
Fonte: Dmitry Kalinovsky / 123RF.
Alvenaria de Vedação
As alvenarias de vedação são utilizadas como fechamentos das estruturas de
concretos convencionais, pré-fabricadas (industrializadas) ou estruturas
mistas (metálicas e de concreto), conforme a Figura 3.19. As superestruturas
mistas podem ser compostas por pilares e vigas metálicas e lajes de concreto
com vedações de alvenarias de blocos cerâmicos ou sílico-calcário em um de
seus lados fechados. A alvenaria de vedação, quando utilizada em estruturas
de pilares prontos, seja de metal, seja de concreto, deve ser �xada com auxílio
de vergalhões ou telas já instaladas nos pilares (Figura 3.19), segundo a NBR
15812-2 (ABNT, 2010).
As elevações de alvenarias devem ser realizadas com auxílio de alinhamento
com as linhas de pedreiros (Figura 3.20). Nesse caso, o tijolo está deitado e
recebe a argamassa em toda sua superfície para apoiar o próximo tijolo.
Figura 3.19 - Elevação de alvenaria de vedação
Fonte: Songsak Paname / 123RF.
Figura 3.20 - Alinhamento de blocos
Fonte: Vladimir Nenov / 123RF.
Além do alinhamento, deve-se realizar o prumo da elevação com o auxílio do
�o de prumo ou régua de prumo e nível, conforme ilustrado na Figura 3.21
(MENDONÇA; DAIBERT, 2014).
Figura 3.21 - Régua de prumo
Fonte: Dmitry Kalinovsky / 123RF.
Na Figura 3.22, o �o de prumo é utilizado para a conferência das elevações, e
não somente para alvenaria, mas também para fôrmas, vigas e lajes
(MENDONÇA; DAIBERT, 2014).
Figura 3.22 - Fio de prumo
Fonte: Auremar / 123RF.
Contudo, para iniciar a elevação, deve-se identi�car o nível entre dois pontos,
os quais podem ser pilares ou divisões de paredes. Nesse espaço, serão
assentados os blocos. Essa execução pode ser realizada com nível a laser ou
mangueira de nível com o auxílio do escantilhão, pois as alvenarias devem
manter uma regularidade de espessura de argamassa, a qual será utilizada
entre os blocos para �xação da alvenaria, conforme a NBR 15812-2 (ABNT,
2010). O escantilhão pode ser �xado entre as lajes, ou lajes e vigas, ou até
mesmo apoiado por escoras somente na laje (Figura 3.23).
Durante as elevações, é necessária a confecção de vergas na parte superior
de vãos (Figura 3.24) e contravergas na parte inferior de vãos de esquadrias,
para evitar trincas de 45º na alvenaria devido aos esforços dos blocos acima e
abaixo das esquadrias, que podem ser de madeiras, metálicas ou plásticos.
Figura 3.23 - Escantilhão.
Fonte: Vitantonio Caporusso / 123RF.
Alvenaria Estrutural
As alvenarias estruturais utilizam blocos vazados – cerâmicos ou sílico-
calcários – ou blocos de concreto, pois, diferentemente das alvenarias de
vedação, a concretagem ocorre por meio dos vãos dos blocos. Inclusive, não
são armações, mas sim barras soldadas ou amarradas nas esperas e vão se
interligando ao longo do gabarito da edi�cação (Figura 3.25). Esses blocos são
desenvolvidos com resistências características padronizadas e devem ser
realizados ensaios para averiguar se os valores requisitados por projetos
foram entregues pelos fabricantes, conforme NBR 15812-2 (ABNT, 2010).
Figura 3.24 - Verga
Fonte: Aleksandr Rado / 123RF.
O assentamento desse bloco tem pequenas diferenças dos realizados para
vedação, pois utiliza algumas ferramentas diferenciadas para argamassa que
pode ser aplicada com bisnagas ou desempenadeiras esbeltas, pois, como o
bloco é vazado, a argamassa é colocada somente em seu perímetro de apoio
para o bloco estrutural. Como esses blocos são modulados e suas dimensões
são �xas, e são projetados os blocos estratégicos utilizados para encontro de
paredes, vãos ou cantos, as construções de edifícios devem ser projetadas
com espaços com quantidades de blocos já de�nidos.
Figura 3.25 - Blocos estruturais com armações
Fonte: Jozef Polc / 123RF.
As vigas, cintas, vergas e contraverga são embutidas dentro do próprio bloco
(Figura 3.26), com barras de aço e concreto, e isso faz com que os vãos entre
paredes sejam limitados na alvenaria armada. Isso a torna diferente da
superestrutura de concreto convencional, que pode aumentar a altura da viga
e ter maiores vãos entre paredes.
Figura 3.26 - Blocos para vigas e vergas
Fonte: Pavelbalanenko / 123RF.
saibamais
Saiba mais
As elevações de alvenaria estrutural devem
ser realizadas com critérios mais rigorosos,
pois sua racionalização controla a
quantidade de blocos a serem utilizados.
Inclusive, para o controle, devem-se realizar
as conferências, para evitar as diferenças de
alinhamento, prumo e nível. Para saber mais,
assista ao vídeo em que é possível
acompanhar o processo construtivos da
alvenaria estrutural.
ASS IST IR
Segundo a norma NBR 15812-2 (ABNT, 2010), os panos (paredes de alvenaria)
devem ser avaliados e conferidos, em relação ao seu prumo e alinhamento,
pois, a cada 3m de altura da elevação, a diferença de prumo deve estar em
torno de ± 5mm, máximo aceitável, e não pode superar o limite de 13mm,
pois, caso essa diferença aumente, a tendência de sair do centro de gravidade
de pilares é muito grande, além de aumentar o uso de argamassa para
regularização. Além do desaprumo e desalinhamento, deve-se controlar o
nivelamento, para não afetar a quantidade de argamassa utilizada para o
assentamento de blocos, pois esses devem ter juntas de 10mm durante as
elevações das alvenarias.
praticar
Vamos Praticar
A alvenaria estrutural vem sendo utilizada na maior parte das construções de
edi�cações populares, devido à redução de fôrmas, armações e concreto. Dessa
forma, esse método de construção se torna mais ágil com menor custo e facilita o
treinamento da mão de obra, o que é uma das vantagens em relação ao método
convencional de concreto.
Em relação ao contexto, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre
elas:
I – A alvenaria estrutural utiliza tijolos cerâmicos normais para a realização da
construção.
Porque
II – Os tijolos convencionais são fechados e facilitam o espalhamento da argamassa
para seu assentamento.
A seguir, assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justi�cativa
correta da I.
b) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma
proposição falsa.
c) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justi�cativa correta da I.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
indicações
Material
Complementar
FILME
Um homem de família
Ano: 2017
Comentário: Nesse �lme, um homem de negócios vê a
oportunidade de carreira e se dedica a ter um cargo
promissor, porém seu �lho adoece e seu pai tenta
recuperar o tempo “perdido”, levando-o para conhecer
vários tipos de construções.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer
disponível.
TRA ILER
LIVRO
Alvenaria estrutural: construindo o
conhecimento
Gihad Mohamad
Editora: Blucher
ISBN: 978-85-212-1103-7
Comentário: O livro indicado trata da história das
construções, dos tipos de materiais utilizados na
construção, da alvenaria estrutural no Brasil, dos
principais componentes e elementos de alvenaria
estrutural, e como devem ser analisados e avaliados os
projetos, execução e seu controle.
conclusão
Conclusão
Neste conteúdo, vimos a importância da limpeza, organização e
racionalização dos materiais de construção civil, durante a execução de
serviços, ou seja, desdea preparação da laje de trabalho, que necessita de
cuidados para �xação de armações nas esperas, até o gastalhamento para
�xação das fôrmas, sejam elas de madeira, metal ou papelão.
Pudemos ver as fôrmas, que são dobradas e amarradas, e os vergalhões para
desenvolvimento das armações, as quais também podem ser soldadas in loco
ou compradas nas medidas da construção, pois, quando não é possível ter a
central de armação no canteiro de obras, é possível solicitar as
industrializadas, porém com o controle de recebimento para identi�car se os
materiais que estão sendo entregues estão de acordo com a solicitação e o
projeto.
Além disso, estudamos os tipos de fôrmas e os métodos de execução dessas,
inclusive os tipos de conferências que devem ser realizadas antes de sua
concretagem, pois, uma vez concretadas sem análise prévia, essas poderão
acarretar prejuízos da construção.
Por �m, conhecemos as superestruturas de concreto convencional e de
alvenaria estrutural, cada qual com suas características. Na primeira, há o uso
de alvenaria de vedação com tijolos cerâmicos ou sílico-calcário não
estrutural, e, na segunda, utilizam-se blocos estruturais cerâmicos ou sílico-
calcários – ambos usam argamassas para elevações e apresentam as mesmas
características de controle, porém suas ferramentas e resistências são
diferentes.
referências
Referências
Bibliográ�cas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7480 . Aço destinado a
armaduras para estruturas de concreto armado: Especi�cação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2007.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7482 . Fios de aço
para estruturas de concreto protendido: Especi�cação. Rio de Janeiro: ABNT,
2008.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7483 . Cordoalhas de
aço para estruturas de concreto protendido: Especi�cação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2008.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15696 . Fôrmas e
escoramentos para estruturas de concreto: Projeto, dimensionamento e
procedimentos executivos. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15812-2 . Alvenaria
estrutural Blocos cerâmicas Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de
Janeiro: ABNT, 2010.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118 , Projeto de
estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
MENDONÇA, A. V. R. M.; DAIBERT, J. D. Equipamentos e instalações para
construção civil . São Paulo: Érica, 2014.
MOHAMAD, G. Alvenaria estrutural : construindo o conhecimento. São
Paulo: Blucher, 2017.
PINHEIRO, A. C. F. B. Qualidade na construção civil . São Paulo: Érica, 2014.
UM HOMEM DE FAMÍLIA, 2.017 (2 min. 21 seg.). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=kWWDLHLyFj8 . Acesso em: 25 jan. 2020.
https://www.youtube.com/watch?v=kWWDLHLyFj8

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