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LLPT_LiteraturaPortuguesaI_impresso-44

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TÓPICO 01: CONTEXTO
Os Lusíadas [1]
O Classicismo é o período literário que, em Portugal, vai de 1527 a 
1580. O marco inicial é a chegada do poeta Sá de Miranda, que estivera na 
Itália, de onde traz novidades do Renascimento, incluindo o gosto pelo 
soneto petrarquiano. O marco final é o ano da morte de Camões e, pela 
falta de herdeiros na coroa portuguesa, visto que Dom Sebastião morrera 
muito jovem e seu tio herdeiro era um cardeal, tem início a União Ibérica, 
ou seja, o domínio hispânico que duraria até 1640. 
Portugal é, no século XVI, uma potência comercial, fato que se desdobra 
no campo das artes e da cultura. O teocentrismo medieval, já abrandado pelo 
Humanismo, dá lugar ao antropocentrismo clássico, que não deixa de lado 
certo platonismo compatível com valores cristãos. As obras da cultura greco-
latina são retomados como modelo estético a ser seguido pelos artistas do 
século XVI, no que resulta maior fidelidade na representação da figura 
humana. Os pintores usam a perspectiva para imprimir a ilusão 
tridimensional aos quadros e afrescos. Há maior busca pelo equilíbrio 
formal, menos misticismo, cultivando-se uma arte de tendência racionalista 
e universal. 
PARADA OBRIGATÓRIA
Nem a religião ficou à margem dessa revolução cultural iniciada no 
Renascimento. Conta a tradição que, em 31 de outubro de 1517, Marinho 
Lutero afixava suas "95 Teses" à porta da igreja do Castelo de Wittenberg, 
dando início à Reforma Protestante. A Igreja Católica responderia com a 
Contra-Reforma, cujo centro mais reacionário foi a Península Ibérica. 
É o período em que reinou o poderosíssimo Dom João III, gerente dos 
interesses de um império que abrangia todos os continentes. Foi quem 
estabeleceu efetivou a colonização do Brasil, com a solução administrativa 
das capitanias hereditárias. Valorizou a cultura e incentivou os estudos 
universitários, inclusive com a concessão de bolsas de estudo no exterior. Em 
seu tempo viveram grandes artistas e intelectuais, como Garcia de Resende, 
organizador do Cancioneiro que recebeu o seu nome, Sá de Miranda, 
introdutor da medida nova na poética lusitana, Bernardim Ribeiro, iniciador 
do bucolismo em Portugal, João de Barros, um dos primeiros gramáticos 
portugueses, e Luís Vaz de Camões, o maior importante poeta português.
OLHANDO DE PERTO
Fortemente ligado à Igreja Católica, Dom João III, conhecido como O 
Piedoso, foi um dos pilares da Contra-Reforma, permitindo que se 
instalasse a Inquisição em Portugal no ano de 1536. 
LITERATURA PORTUGUESA I
AULA 03: CLASSICISMO. A LÍRICA E A ÉPICA DO QUINHENTISMO, ESPECIALMENTE DE CAMÕES
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