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TECIDO ADIPOSO

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Tecido Adiposo
O tecido adiposo, formado por células
adiposas (adipócitos), é um tipo de tecido
conjuntivo especializado que apresenta
importante influência na homeostasia
energética e está presente em todos os
tecidos conjuntivos frouxos.
Para manutenção da vida, o corpo
necessita garantir um aporte contínuo de
energia e nutrientes provenientes do
ambiente externo para os tecidos. Assim,
quando há excesso de energia no corpo,
esta é armazenada em gotículas de
lipídeos dos adipócitos, como
triglicerídeos, para que, quando necessário,
haja sua liberação. 
Os triglicerídeos possuem o dobro da
densidade energética dos carboidratos e
proteínas porque sua estrutura não
possui água.
Quando a ingestão de alimentos é maior
que o gasto energético, o armazenamento
de energia é aumentado e esta é utilizada
em condições em que o gasto energético é
maior que a ingestão de alimentos.
O tecido adiposo, além de ser um depósito
de lipídeos, também regula o metabolismo
energético através da secreção de
substâncias parácrinas e endócrinas,
classificando-o como um importante órgão
endócrino. O tecido adiposo pode ser
classificado em branco (unilocular) e
pardo (multilocular). 
O tecido adiposo branco é formado por
adipócitos uniloculares que apresentam
um núcleo achatado e deslocado para um
dos lados da massa lipídica e uma fina
borda de citoplasma ao redor do lipídeo.
TECIDO ADIPOSO BRANCOTECIDO ADIPOSO BRANCO
Estrutura: Estrutura: 
Quando isolados, os adipócitos assumem
uma forma esférica, porém, quando
presentes no tecido adiposo, podem
parecer poliédricos ou ovais.
Os adipócitos são circundados por fibras
reticulares, fibras nervosas não
mielinizadas e mastócitos. Os capilares
que suprem o tecido adiposo estão
presentes entre as células adjacentes
As principais funções metabólicas do
tecido adiposo é a captação de ácidos
graxos do sangue e sua conversão em
triglicerídeos no adipócito e a secreção de
uma variedade de moléculas, chamadas
adipocinas, que incluem hormônios,
fatores de crescimento e citocinas. 
Uma das principais adipocinas é a leptina,
que atua inibindo a fome e estimulando a
taxa metabólica e a perda de peso
corporal quando a reserva corporal de
energia é suficiente. 
Durante o desenvolvimento embrionário,
os adipócitos brancos se originam a partir
de células-tronco mesenquimatosas
perivasculares associadas à túnica
adventícia das pequenas vênulas.
O tecido adiposo branco consiste em pelo
menos 10% do peso corporal de um
indivíduo normal e se encontra como uma
camada adiposa de fáscia subcutânea, o
panículo adiposo.
 Função: Função:
O tecido adiposo branco possui diversas
funções, como o armazenamento de
energia, isolamento, proteção dos órgãos
vitais e secreção de hormônios. Além
disso, o tecido adiposo contribui para a
diferenciação corporal entre homens e
mulheres através da espessura da
camada adiposa em diferentes locais do
corpo.
A leptina também atua sobre o sistema
nervoso central, comunicando o estado
calórico dos adipócitos de
armazenamento, e induz à produção de
hormônios esteroides, como testosterona,
estrogênio e glicocorticoides.
Diferenciação:Diferenciação:
Estudos indicam que o fator de
transcrição receptor ativador do
proliferador dos peroxissomos gama
(PPARγ), complexado com o receptor de
retinoide X (RXR), atua na diferenciação
do adipócito e na iniciação do
metabolismo dos lipídios.
A regulação do tecido adiposo branco está
relacionada tanto ao sistema digestivo,
quanto ao sistema nervoso central. Sinais
hormonais e neurais formam o eixo
cérebro-intestino-tecido adiposo, que
regula o apetite, a fome, a saciedade e a
homeostasia energética.
O sistema associado à regulação do peso a
longo prazo controla o apetite e o
metabolismo de modo contínuo a partir da
leptina, da insulina e outros hormônios,
como o hormônio tireoidiano,
glicocorticoides e hormônios hipofisários.
Na maioria dos indivíduos obesos, os
níveis séricos de leptina estão elevados,
porém, os adipócitos são resistentes à
leptina. 
O tecido adiposo pardo consiste em um
tecido termogênico e está presente em
grandes quantidades no recém-nascido,
compensando a grande perda de calor
pela alta razão entre superfície e massa,
de forma a evitar que ocorra hipotermia
letal.
Nesses indivíduos, o tecido adiposo pardo
consiste em aproximadamente 5% da
massa corporal total e pode ser
encontrado na região dorsal, ao longo da
metade superior da coluna vertebral em
direção aos ombros. 
O tecido adiposo pardo possui um rico
suprimento de capilares que intensifica a
sua cor e é inervado por numerosas fibras
nervosas simpáticas noradrenérgicas não
mielinizadas presentes entre os adipócitos. 
A partir de estímulos neurais e/ou
hormonais, os triglicerídeos são
degradados em glicerol e ácidos graxos
em um processo denominado mobilização.
Os ácidos graxos atravessam a membrana
celular do adipócito e entram em um
capilar, onde se ligam à albumina e são
transportados para outras células, que os
utilizam como combustível metabólico.
TECIDO ADIPOSO PARDOTECIDO ADIPOSO PARDO
A quantidade de tecido adiposo pardo
diminui gradualmente com o
desenvolvimento corporal e desaparece
em quase todos os locais, exceto ao redor
dos rins, das glândulas suprarrenais, dos
grandes vasos e das regiões do pescoço,
costas e tórax
Os fatores que regulam a diferenciação
dos adipócitos pardos também regulam a
expressão de genes que codificam uma
proteína mitocondrial chamada proteÍna
de desacoplamento (UCP1) ou
termogenina, que regula o metabolismo
dos adipócitos pardos. 
RegulaçãoRegulação
A quantidade de tecido adiposo de um
indivíduo é regulada por sistemas
associados à regulação do peso a curto e a
longo prazo. O sistema associado à
regulação do peso a curto prazo controla o
apetite e o metabolismo diariamente a
partir de dois hormônios produzidos no
trato gastrintestinal: a grelina
(estimulante do apetite) e peptídeo YY
(supressor do apetite), que atuam em
receptores no hipotálamo. As células do tecido adiposo pardo são
menores que as do tecido adiposo branco
e seu citoplasma apresenta numerosas
gotículas lipídicas pequenas, sendo
denominado multilocular
O núcleo de um adipócito pardo maduro
se localiza excentricamente dentro da
célula e as mitocôndrias apresentam
grandes quantidades de citocromo
oxidase, o que confere a cor marrom às
células. 
Os adipócitos pardos se diferenciam a
partir de células-tronco mesenquimatosas
de uma linhagem celular diferente da que
origina os adipócitos brancos. 
O metabolismo dos lipídios no tecido
adiposo pardo gera calor devido à
termogênese. Os animais que hibernam
apresentam grandes quantidades de
tecido adiposo pardo. 
As mitocôndrias das células do tecido
adiposo pardo apresentam a proteína de
desacoplamento (UCP1), que desacopla a
oxidação dos ácidos graxos da produção
de ATP. Isso faz com que os prótons
possam retornar à matriz mitocondrial
sem passar pela enzima ATP sintase.
Os adipócitos possuem a capacidade de
transdiferenciação tanto de adipócitos
brancos em pardos, quanto de adipócitos
pardos em brancos frente às necessidades
termogênicas do organismo, como a
exposição crônica ao frio.
A transdiferenciação do tecido adiposo
pardo em branco devido às temperaturas
frias é induzida pelo sistema nervoso
central. Além disso, a transdiferenciação
também pode ser induzida através da
estimulação pelo exercício físico e pela
reprogramação dos genes do tecido
adiposo por meio da ativação de fatores
de transcrição específicos e fatores de
crescimento.
Isso pode ocorrer pela existência de uma
via alternativa para o retorno dos prótons
através da UCP1, que facilita o transporte
de prótons através da membrana
mitocondrial interna e sua dissipação,
desacoplando a respiração celular da
síntese de ATP. Assim, a energia
produzida pelas mitocôndrias é dissipada
na forma de calor, processo denominado
termogênese.
TRANSDIFERENCIAÇÃO DO
TECIDO ADIPOSO
TRANSDIFERENCIAÇÃO DO
TECIDO ADIPOSO
Estudos demonstraram que os adipócitos
brancos maduros podem ser
transformados em adipócitos pardos com
oobjetivo de gerar calor corporal.
Adipócitos pardos podem se transformar
em adipócitos brancos quando o balanço
energético é positivo e o corpo necessita
de um aumento na sua capacidade de
armazenamento de triglicerídeos. 
As mitocôndrias das células eucarióticas
produzem e armazenam energia como
gradiente eletroquímico de prótons
através da membrana mitocondrial
interna. Essa energia é usada para
sintetizar trifosfato de adenosina (ATP),
quando os prótons retornam à matriz
mitocondrial, através da enzima ATP
sintase.
O metabolismo do tecido adiposo pardo é
regulado principalmente pela
norepinefrina liberada das terminações
nervosas simpáticas, que estimula a
lipólise e a hidrólise dos triglicerídeos e
aumenta a expressão mitocondrial e a
atividade de moléculas de UCP1
Além disso, o frio também estimula a
utilização da glicose nos adipócitos pardos
através da hiperexpressão de
transportadores de glicose. Estudos
relataram o aumento na quantidade de
tecido adiposo pardo nas regiões do
pescoço e supraclavicular durante o
inverno, principalmente em pessoas
magras.

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