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Vasta como a noite e como a claridade, Os perfumes, as cores e os sons se correspondem. Há perfumes frescos como a carne das crianças, Doce como oboés, verdes como os prados, E outros, corrompidos, ricos e triunfantes, Com a expansão das coisas infinitas, Como âmbar, o almíscar, o benjoim e o incenso, Que cantam os transportes do espírito e dos sentidos. CORRESPONDANCES PARA LER O ORIGINAL La Nature est un temple où de vivants piliers Laissent parfois sortir de confuses paroles; L'homme y passe à travers des forêts de symboles Qui l'observent avec des regards familiers. Comme de longs échos qui de loin se confondent Dans une ténébreuese et profonde unité, Vaste comme la nuit et comme la clarté, Les parfums, les couleurs et les sons se répondent. Il est des parfums frais comme des chairs d'enfants, Doux comme les hautbois, verts comme les prairies, - Et d'autres, corrompus, riches et triomphants, Ayant l'expansion des choses infinies, Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens, Qui chantent les transports de l'esprit et des sens. A musicalidade simbolista Uma das marcas do Simbolismo foi a aproximação entre literatura e música. Nesse sentido, contribuíram poetas como Verlaine e Rimbaud. Em 1884, Verlaine publica um poema metalinguístico (“Arte Poética”) em cujo início se lê: “a música antes de qualquer coisa”. Não menos importante, nessa aproximação, foi o poema “Vogais”, de Rimbaud, soneto em que associa a cada vogal uma cor. A mescla da música com a literatura tem relação com a chamada teoria das correspondências de Baudelaire, para quem os sentidos humanos se mesclam no plano simbólico. A MÚSICA ANTES DE QUALQUER COISA Original: “de la musique avant toute chose”. 5
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