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Assim se disse, assim se fez.
Meu pobre Infante, em que cismavas,
Porque é que os olhos profundavas 
No céu sem par do teu País?
Ias, talvez, moço troveiro, 
A cismar num amor primeiro: 
Por primeiro, logo infeliz...
E o carro ia aos solavancos. 
Os passageiros, todos brancos, 
Ressonavam nos seus gabões:
E eu ia alerta, olhando a estrada, 
Que em certo sítio, na Trovoada, 
Costumavam sair ladrões.
Ladrões! Ó sonho! Ó maravilha!
Fazer parte duma quadrilha,
Rondar, à lua, entre pinhais!
Ser Capitão! trazer pistolas,
Mas não roubando, — dando esmolas
Dependuradas dos punhais...
E a mala-posta ia indo, ia indo, 
O luar, cada vez mais lindo, 
Caía em lágrimas, — e, enfim, 
Tão pontual, às onze e meia, 
Entrava, soberba, na aldeia 
Cheia de guizos, tlim, tlim, tlim!
Lá vejo ainda a nossa Casa 
Toda de lume, cor de brasa, 
Altiva, entre árvores, tão só! 
Lá se abrem os portões gradeados, 
Lá vêm com velas os criados, 
Lá vem, sorrindo, a minha Avó.
E então, Jesus! quantos abraços!
— Qu'é dos teus olhos, dos teus braços,
Valha-me Deus ! como ele vem!
E admirada, com as mãos juntas,
Toda me enchia de perguntas,
Como se eu viesse de Belém!
E os teus estudos, tens-me andado?
Tomara eu ver-te formado!
Livre de Coimbra, minha flor!
Mas vens tão magro, tão sumido... 
Trazes tu no peito escondido, 
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