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Prévia do material em texto

RAFAELA CORDEIRO GAMA
A EDUCAÇÃO PARA 
A SEXUALIDADE 
NA INSTITUIÇÃO 
EDUCACIONAL
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
SEXUALIDADE E O PAPEL DA ESCOLA ��������� 5
AS DIFERENTES ABORDAGENS DA 
DISCUSSÃO SOBRE SEXUALIDADE NA 
EDUCAÇÃO ���������������������������������������������������10
EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE NA 
ESCOLA: POSSIBILIDADES DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS ���������������������������������������������20
GÊNERO, EDUCAÇÃO E A INSTITUIÇÃO 
ESCOLAR ������������������������������������������������������27
LEGISLAÇÃO E DOCUMENTOS 
NORMATIVOS SOBRE EDUCAÇÃO PARA 
A SEXUALIDADE NO BRASIL �����������������������32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������40
2
INTRODUÇÃO
Neste e-book, vamos conhecer sobre como a se-
xualidade e o gênero estão na escola e como essa 
instituição lidou e lida com tais temáticas. Além 
disso, conheceremos um pouco mais de como a 
Educação para a Sexualidade pode ser abordada 
na escola.
Retomando o conceito de sexualidade na contempo-
raneidade, apresentaremos essa dimensão humana 
a partir de um entendimento mais alargado. Além 
disso, buscaremos compreender a importância da 
escola na discussão sobre a temática da sexuali-
dade, partindo do princípio de que a sexualidade 
está na escola a todo momento e que a ES está 
acontecendo a todo momento.
Apresentaremos as principais linhas teórico-práticas 
para a realização da discussão sobre sexualidade 
na educação. Nesse sentido, indicando os pres-
supostos teóricos e as características de cada 
abordagem elencada pela autora Jimena Furlani.
Também mostraremos diferentes possibilidades 
para o trabalho da sexualidade na escola. Retoman-
do um dos principais documentos internacionais 
sobre Educação em sexualidade da UNESCO, além 
de outros autores, com orientações e possibilidades 
3
pedagógicas de organização da Educação para a 
Sexualidade na instituição escolar.
Retomaremos o conceito de gênero e qual a re-
lação histórica entre a educação e a escola com 
esse marcador social. Além disso, buscaremos 
apresentar como a escola reproduz as opressões e 
violências de gênero e como é possível problema-
tizar e desconstruir essas questões no cotidiano 
escolar.
Por fim, apresentaremos, historicamente, o que 
existiu e existe de indicações normativas educa-
tivas acerca da Educação para a Sexualidade no 
país, partindo de uma visão crítica e problemati-
zando o caminho tomado pelas políticas públicas 
curriculares brasileiras na abordagem da ES e sua 
compreensão teórica.
4
SEXUALIDADE E O PAPEL 
DA ESCOLA 
Nas duas primeiras décadas do século 21, acom-
panhamos diferentes polêmicas sobre a questão 
se seria ou não responsabilidade da escola dis-
cutir sobre sexualidade. Muitos grupos sociais 
específicos são contra esse papel da escola, por 
considerarem a discussão da sexualidade a partir 
de crenças e de preceitos morais, afirmam que 
apenas a família pode falar sobre sexualidade com 
crianças e adolescentes.
Entretanto, as estimativas sobre casos de violên-
cia e abusos no ambiente familiar alertam que 
mais de 70% dos casos de violência sexual contra 
crianças e adolescentes acontecem no ambiente 
familiar, cometido por um familiar ou por uma pes-
soa próxima da família, como vizinhos ou amigos 
(FAKHOURI, 2019). 
Além disso, os casos de violência doméstica con-
tra crianças e adolescentes que são considerados 
fora da norma de comportamento em termos de 
sexualidade e de gênero, norma esta imposta 
socialmente, vem crescendo. Mas, esses crimes 
chamam atenção por serem extremamente violentos 
e cometidos por familiares das vítimas (OLIVEIRA 
et al., 2021).
5
Conhecendo e analisando esses dados, assumimos 
que falar sobre sexualidade na escola é afirmar 
o compromisso com os direitos das crianças e 
dos adolescentes. Principalmente, no sentido de 
oferecer informação, conhecimento e um espaço 
seguro para dialogar sobre suas dúvidas, debater 
sobre diferentes pontos de vista e também ser um 
ponto de referência para os relatos de abusos e 
violências. Percebemos, por isso, que a discussão 
sobre sexualidade na escola vai além de falar 
apenas sobre puberdade, ato sexual e o que está 
envolvido nessas questões.
Por ser a sexualidade uma dimensão indissociável 
do ser humano não podemos dizer que ela não está 
presente no espaço escolar. Ela está presente a 
todo momento, pois se configura em uma dimen-
são para além da relação sexual. Sobre a diferença 
entre sexo e sexualidade Figueiró esclarece:
Sexo diz respeito à relação sexual, enquanto que 
sexualidade abrange o sexo, porém, também: a 
comunicação, o afeto, o toque ou carícia, o amor 
e as regras sociais e culturais criadas em torno 
do comportamento sexual, que variam de cultura 
para cultura e que são passíveis de mudança. Faz 
parte, ainda, da sexualidade, o gênero, a identidade 
sexual, a identidade de gênero e a orientação sexual. 
(FIGUEIRÓ, 2018, p. 22) 
6
Highlight
Dessa forma, percebemos que a questão de gênero, 
a dimensão do prazer, as relações interpessoais e 
intrapessoais, entre outros assuntos, fazem parte 
do que se entende por sexualidade. Além disso, 
compreendemos que a discussão sobre sexualidade 
na escola também pode servir como ferramenta 
para a autoproteção e identificação de abusos e 
violências por crianças e adolescentes.
Tal discussão sobre sexualidade na escola também 
envolve desconstruir as crenças e preconceitos que 
são constituídos histórica, cultural e socialmente. 
Essa é uma realidade que ainda é vivenciada em 
termos de estudos científicos sobre a sexualidade 
humana.
Foucault (2019) nos elucidou que os discursos 
sociais da burguesia capitalista sobre o sexo e 
a sexualidade nasceram como uma forma de 
possibilidade de exercício de poder nas relações 
sociais. O autor afirmou que:
A sociedade que se desenvolve no século XVIII – 
chame-se burguesa, capitalista ou industrial – não 
reagiu ao sexo com uma recusa em reconhecê-lo. 
Ao contrário, instaurou todo um aparelho para pro-
duzir discursos verdadeiros sobre ele. Não somente 
falou muito e forçou todo mundo a falar dele, como 
também empreendeu a formulação de sua verdade 
regulada. (FOUCAULT, 2019, p. 78) 
7
A partir disso, esses “discursos verdadeiros” 
sobre sexualidade, os quais elencavam padrões 
específicos de “normalidade” em termos de com-
portamento, se proliferaram pelas instituições da 
sociedade burguesa. Tal proliferação aconteceu 
principalmente nas áreas médicas, jurídicas, re-
ligiosas e educativas. Assim, a escola também 
foi um espaço de normatização e de controle da 
sexualidade e dos discursos sobre ela.
Nesse sentido, por muitos anos a educação que 
trazia a discussão sobre sexualidade foi desenvolvi-
da a partir de padrões comportamentais que eram 
considerados “saudáveis”. Já os comportamentos 
que eram considerados fora desses padrões eram 
entendidos como “anormalidade”, chegando até 
patologizar comportamentos específicos.
Por exemplo, a homossexualidade foi considerada 
por muito tempo pela medicina como uma doença 
e um desvio de caráter moral. Outro exemplo desse 
tipo de entendimento era a compreensão da mas-
turbação infantil, o que gerou uma educação de 
vigilância e de controle dos bebês e das crianças, 
a partir de um olhar adulto sobre a sexualidade 
infantil e a relação com o próprio corpo.
Apesar de, muitas vezes, não fazer parte do coti-
diano pedagógico da escola, como uma área do 
conhecimento ou um tema transversal, a questão 
8
da sexualidade passava (e ainda passa) por um 
processo de vigilância, de controle e de silencia-
mento, pois o que acontece é que a sexualidade, 
querendo ou não, está presente no ambiente es-
colar (FIGUEIRÓ, 2018). As crianças e os jovens 
são seres sexuados e, implícita ou explicitamente, 
a sexualidade também está nas relações sociais 
na escola.
Entretanto, para que a sexualidade seja um tema a 
ser discutido e fomentadona escola, é necessário 
que existam, e que sejam respeitadas, as condições 
para que esse trabalho seja feito. Isso pressupõe, 
além de legislação e documentos orientadores para 
a Educação para a Sexualidade, políticas públicas 
e investimento público na formação docente.
9
AS DIFERENTES 
ABORDAGENS DA 
DISCUSSÃO SOBRE 
SEXUALIDADE NA 
EDUCAÇÃO
Quando pensamos sobre a temática de sexualida-
de é comum associarmos à área da saúde ou das 
ciências biológicas como áreas responsáveis pela 
discussão do tema e pela promoção da Educação 
para a Sexualidade. Entretanto, na contempora-
neidade, compreende-se que a discussão sobre 
sexualidade perpassa diferentes campos do saber 
e do conhecimento, complexificando a discussão 
sobre essa temática.
Por conta da complexidade da discussão sobre 
sexualidade, existem na contemporaneidade dife-
rentes abordagens sobre essa temática na área da 
educação, as quais são orientadas por diferentes 
referenciais teóricos.
Furlani (2011), no livro intitulado Educação Sexual 
na sala de aula: relações de gênero, orientação 
sexual e igualdade étnico-racial numa proposta de 
respeito às diferenças, apresentou oito abordagens 
sobre sexualidade no sentido educacional. São elas: 
a abordagem moral-tradicionalista, terapêutica, 
10
religioso-radical, biológico-higienista, dos direitos 
humanos, dos direitos sexuais, emancipatória e, 
por fim, a abordagem queer. 
A autora Jimena Furlani utiliza o termo Educação Sexual 
em seus estudos. Entretanto, o termo Educação para a 
Sexualidade é defendido pela pesquisadora Constantina 
Xavier Filha, que compreende ser uma “[...] prática que 
visa a refletir, a desconstruir discursos considerados 
como ‘únicas’ possibilidades, evidenciando que os 
discursos são construções culturais e que suas formas 
de enunciação são capazes de produzir subjetividades. 
” (XAVIER FILHA, 2009, p. 33). Nesse sentido, como a 
educação e o conhecimento sobre sexualidade estão 
em constante transformação, a autora propõe esse 
termo para dissociar a ideia de uma educação sexual 
normatizadora e padronizada. Assim, compreendemos 
que o termo Educação para a Sexualidade está de acordo 
com uma educação sexual que discuta sobre relações 
de gênero, orientação sexual e igualdade étnico-racial 
numa proposta de respeito às diferenças, como proposta 
por Furlani (2011).
As três primeiras abordagens a serem caracteriza-
das aqui possuem características comuns entre 
si. As três utilizam a discussão sobre sexualidade 
a partir de ideias e crenças religiosas. São elas: 
FIQUE ATENTO
11
a abordagem moral-tradicionalista, a abordagem 
terapêutica e a abordagem religioso-radical.
A abordagem moral-tradicionalista, muito comum 
nos Estados Unidos, tem como defesa a abstinên-
cia sexual. Influenciada por preceitos religiosos e 
conservadores, essa abordagem promove debates 
acerca dos “papéis sexuais” tradicionais, a educa-
ção separada entre meninos e meninas, a casti-
dade pré-marital e crítica abertamente às práticas 
sexuais que não têm como objetivo a reprodução.
Furlani (2011) então apresenta duas críticas espe-
cíficas à essa abordagem, que são a estimulação 
da discriminação baseada no sexo, no gênero, na 
orientação sexual, no estado civil, na classe social 
e na raça; e a privação da informação, principal-
mente sobre os métodos contraceptivos que não 
são considerados “naturais”, por exemplo a pílula 
anticoncepcional e a camisinha.
A abordagem terapêutica pode estar presente em 
diferentes espaços, não só educacionais. Está rela-
cionada com entendimento não científico acerca da 
temática da sexualidade, principalmente buscando 
o que Furlani (2011) chama de “causa” explicativas 
para as vivências sexuais consideradas fora do 
padrão, “anormais” ou para os “problemas sexuais”. 
Buscam, assim, a “cura” sexual, principalmente da 
homossexualidade.
12
Já a abordagem religioso-radical pauta suas dis-
cussões nas interpretações literais dos textos da 
Bíblia, sendo esta a que apresenta uma “incontes-
tável verdade” acerca do discurso religioso sobre 
as representações acerca da sexualidade conside-
rada “normal”. Está mais relacionada às escolas 
religiosas ou em instituições religiosas diversas, 
que promovem estudos bíblicos ou pregações co-
letivas, em encontros grupais ou individuais (como 
a confissão) a partir do fundamentalismo cristão.
Essa abordagem sofre críticas pela autora Furlani 
(2011) por ser uma abordagem que promove e 
fortalece discursos violentos contra pessoas con-
sideradas fora do padrão, justificando violências 
como a homofobia, a opressão sexista e até a 
segregação racial.
Segundo Furlani (2011) há ainda outras seis 
abordagens da discussão sobre sexualidade na 
educação. São elas: a abordagem biológico-higie-
nista, dos direitos humanos, dos direitos sexuais, 
emancipatória e a abordagem queer.
A abordagem biológico-higienista é destacada 
pela autora como a mais comum de se observar 
nas escolas e nas políticas educacionais sobre 
sexualidade no Brasil, de forma quase exclusiva. 
Essa abordagem está relacionada com a promoção 
da discussão sobre sexualidade a partir da ênfase 
13
no conhecimento biológico sobre o tema, numa 
visão pautada no determinismo.
Os temas mais comuns discutidos nessa aborda-
gem são o ensino como promoção da saúde, as 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), a 
ênfase na reprodução humana e na gravidez não 
planejada, a questão do planejamento familiar, entre 
outros. Nesse sentido, mantem-se uma discussão 
sobre sexualidade limitada e reducionista, tanto no 
sentido de temáticas a serem trabalhadas quanto 
nas possibilidades de discussão sobre sexualidade 
em outras faixas etárias (FURLANI, 2011).
Já a abordagem dos direitos humanos apresenta 
uma outra dimensão da discussão sobre a sexuali-
dade, para além da questão estritamente biológica. 
Baseada na ideia dos direitos humanos, a qual 
criticava a exclusão social e as desigualdades 
sociais impostas na sociedade, principalmente 
no pós-guerra, essa abordagem introduz as de-
mandas temáticas da exclusão, da discriminação, 
dos diferentes preconceitos e das desigualdades 
sociais e econômicas.
Essas temáticas foram levantadas a partir dos 
movimentos sociais, os quais demonstraram que 
as desigualdades atingem os indivíduos não só 
a partir do marcador social de classe, pois existe 
também uma justificativa das desigualdades a partir 
14
Highlight
de outros marcadores sociais, como o gênero, a 
raça, a própria sexualidade e as representações 
negativas construídas sobre esses grupos (FUR-
LANI, 2011).
Nesse sentido, percebemos que essa abordagem 
trouxe uma compreensão mais política e social 
para a discussão da sexualidade na educação, a 
partir de valores específicos, como a igualdade, a 
inclusão social e a cidadania plena dos indivíduos. 
Sobre essa abordagem, a autora elucidou o seguinte:
A educação sexual baseada na abordagem dos direitos 
humanos é aquela que fala, explicita, problematiza 
e destrói as representações negativas socialmente 
impostas a esses sujeitos e às suas identidades 
“excluídas”. Trata-se de um processo educacional 
que é assumidamente político e comprometido com 
a construção de uma sociedade melhor, menos 
desigual, mais humana [...] (FURLANI, 2011, p. 24)
Sendo assim, se coloca em pauta, na discussão 
sobre a sexualidade na educação, as diferentes 
formas de preconceito, como o sexismo, machis-
mo, misoginia, homofobia, transfobia, lesbofobia, 
racismo, etnocentrismo, xenofobia, entre outros.
Seguindo as abordagens a partir da discussão 
sobre direitos, apresenta-se então a abordagem 
dos direitos sexuais. Essa abordagem tem como 
15
base a Declaração dos Direitos Sexuais, elabora-
da e apresentada no 14º Congresso Mundial de 
Sexologia, em 1999. Esse documento faz parte 
do movimento em defesa dos direitos humanos, 
incluindo a questão da sexualidade nessa discussão.
Para conhecer a Declaração dos Direitos Sexuais na 
íntegra, acesso o link a seguir: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/dedi/declaracao_direi-
tos_sexuais.pdf
Essa abordagem está relacionada com a defesa 
dos direitos sexuais não só em uma perspectiva 
biológica, mas também social e cultural. Furlani 
(2011) afirmou, por exemplo, que defender os direi-
tos sexuais das mulheres não perpassam apenas 
pela questão da reprodução, mas também pela 
defesa de condições de vida com direitos sociais 
básicos assegurados. Além disso, essa abordagem 
também problematiza a questão da violência de 
gênero e a violência sexual.
Seguindo para a abordagem emancipatória, vislum-
bramos uma mudança teórica importante, pois tal 
abordagem defende uma discussão da sexualidade 
a partir do diálogo e de uma base teórica sócio-his-
tórico-crítica (FURLANI, 2011). Compreendemos, 
então, que o contexto estruturante da sociedade 
SAIBA MAIS
16
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/dedi/declaracao_direitos_sexuais.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/dedi/declaracao_direitos_sexuais.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/dedi/declaracao_direitos_sexuais.pdf
é “repressor” da sexualidade e, por isso, devemos 
buscar a emancipação e a liberdade da vivência 
da sexualidade a partir da consciência dos meca-
nismos que a oprimem.
Nesse sentido, a discussão da sexualidade levaria 
em conta o desvelamento dos sistemas de opressão 
na sociedade capitalista, os quais também opri-
mem a sexualidade. Ou seja, leva em consideração 
principalmente as discussões sobre classe social 
e a organização e a compreensão da sexualidade. 
Afirmando que a libertação e a emancipação do ser 
humano também passam pela ideia de liberdade 
sexual (FURLANI, 2011).
Entretanto, a chamada “hipótese repressiva” da se-
xualidade na sociedade capitalista foi amplamente 
discutida e problematizada por Michael Foucault 
(2019), na série de livros História da Sexualidade. 
Esse autor observou em suas análises que os 
discursos sobre sexualidade fizeram parte do es-
tabelecimento do que ele chama “sistema saber/
poder” nas relações sociais. Esse sistema legitima 
as relações de poder na sociedade e como elas 
são estabelecidas hierarquicamente na sociedade 
capitalista, sendo o dispositivo da sexualidade 
parte desse sistema.
Essa compreensão teórica a partir da análise 
foucaultiana sobre a sexualidade é base teórica 
da última abordagem da educação sexual elen-
cada por Furlani (2011), a abordagem queer. Essa 
17
abordagem tem sua base na teoria queer, a qual 
surgiu a partir da cultura intelectual gay e lésbica 
que ressignificou o termo da língua inglesa, que 
era utilizado de forma pejorativa para ofender e 
humilhar pessoas que não estavam no “padrão 
de normalidade” em relação a identidade sexual 
e de gênero. 
Nesse sentido, a abordagem queer da discussão 
sobre sexualidade na educação questiona e pro-
blematiza qualquer tipo de normatividade que, 
por alguma razão, se apresente nas temáticas da 
sexualidade, desestabilizando o que é tido como 
fixado em termos de identidade sexual ou de gênero. 
Assim, uma educação sexual de abordagem queer 
“[…] poderia começar por se apresentar como per-
turbadora das ‘verdades’ que definem os campos 
de produção e reprodução de relações desiguais 
de poder e de legitimação das hierarquias sexuais 
e de gênero.” (FURLANI, 2011, p. 40).
Para saber mais sobre a teoria queer assista a palestra 
O que é queer?, de Richard Miskolsci, proferida no I Se-
minário Queer realizado em 2015: https://www.youtube.
com/watch?v=ar19rH0H6lM
A partir de tais considerações, percebemos que 
a realização da discussão sobre sexualidade na 
SAIBA MAIS
18
https://www.youtube.com/watch?v=ar19rH0H6lM
https://www.youtube.com/watch?v=ar19rH0H6lM
educação pode ser feita a partir de diferentes 
abordagens. Entretanto, se faz necessário afirmar 
que, dentro da escola, principalmente a escola 
pública que se compreende como laica, algumas 
abordagens não vão de encontro a esses princípios. 
A escola, principalmente pública, é local da diver-
sidade. Nesse sentido, se faz necessário defender 
uma educação para a sexualidade que compre-
enda a diversidade e que busque desenvolver um 
trabalho a partir de princípios que lutem contra a 
violência, contra os discursos de ódio e contra a 
normatividade em termos de sexualidade e gêne-
ro, promovendo, assim, uma educação que leve 
em consideração a realidade objetiva da vida das 
crianças e dos adolescentes.
Para ler o livro Educação Sexual na Sala de aula: relações 
de gênero, orientação sexual e igualdade étnico-racional 
numa proposta de respeito às diferenças, da autora 
Jimena Furlani (2011) acesse à Minha Biblioteca.
SAIBA MAIS
19
EDUCAÇÃO PARA A 
SEXUALIDADE NA 
ESCOLA: POSSIBILIDADES 
DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
Quando falamos em Educação para a Sexualidade 
(ES) na escola, uma grande dúvida são as possibi-
lidades didático-pedagógicas para o trabalho em 
ES nos diferentes níveis de ensino e nas diferentes 
faixas-etárias. É comum, ainda, o entendimento de 
que a ES deve ser realizada apenas a partir de uma 
faixa etária específica, mais ou menos a partir dos 
10 ou 11 anos. 
Entretanto, diferentes autores e pesquisadores 
da área indicam que a ES pode acontecer desde 
os primeiros anos de escolarização da criança. 
Contudo, em cada nível de ensino, de acordo com 
a faixa etária das crianças e adolescentes, devem 
ser trabalhadas temáticas e pontos de discussão 
específicos, que vão se complexificando ao longo 
da trajetória escolar.
Um exemplo de documento que organiza e faz 
indicações técnicas baseadas em evidências 
científicas de diferentes experiências em ES em 
diversos países, é o documento intitulado “Orien-
tações Técnicas Internacionais de Educação em 
Sexualidade”, elaborado e publicado em português 
20
em 2019 pela Organização das Nações Unidas 
para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Nesse documento, é possível encontrar a definição 
de educação integral em sexualidade (E I S) e uma 
revisão das evidências científicas em experiências 
em E I S. Além disso, descreve também como pla-
nejar e executar programas de E I S e apresenta 
uma possível organização de objetivos, estrutura e 
conteúdo a serem abordados em cada faixa-etária 
em um programa de ES.
No link a seguir, é possível conhecer na íntegra o docu-
mento “Orientações Técnicas Internacionais de Educação 
em Sexualidade” da UNESCO (2019): https://www.unfpa.
org/sites/default/files/pub-pdf/369308por.pdf.
Longe de esgotar o documento e focando nas 
discussões nesse material, nos chama atenção o 
capítulo 5 do documento indicado. Intitulado “Con-
ceitos-chave, tópicos e objetivos de aprendizagem”, 
nos proporciona reflexões sobre as possibilidades 
didáticas-pedagógicas em ES.
O capítulo citado apresenta uma base de orien-
tações para o planejamento de currículos em ES, 
com os seguintes objetivos: 
SAIBA MAIS
21
https://www.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/369308por.pdf
https://www.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/369308por.pdf
 y Proporcionar informações cientificamente 
confiáveis, gradativas, apropriadas para a idade e 
para o estágio de desenvolvimento, sensíveis ao 
gênero, culturalmente relevantes e transformadoras 
sobre os aspectos cognitivos, emocionais, físicos 
e sociais da sexualidade; 
 y Proporcionar aos jovens a oportunidade de 
explorar valores, atitudes, normas e direitos sociais 
e culturais que impactam os relacionamentos 
sexuais e sociais; 
 y Promover a aquisição de habilidades para a vida. 
Na tabela a seguir, observamos a visão geral dos 
conceitos-chave e os possíveis tópicos de trabalho 
em ES segundo o documento:
Tabela 1: Visão geral dos conceitos-chave e os tópicos a 
serem trabalhados na ES
Conceito-chave 
1: Relaciona-
mentos
Conceito-chave 
2: Valores, 
direitos, cultura 
e sexualidade
Conceito-chave 
3: Entender de 
gênero
Conceito-chave 
4: Violência 
e garantia de 
segurança
Tópicos: 
Famílias;
Amizade, 
amor e rela-
cionamentos 
amorosos;
Tolerância, 
inclusãoe 
respeito;
Compro-
misso de 
longo prazo e 
parentalidade.
Tópicos:
Valores e 
Sexualidade;
Direitos 
humanos e 
sexualidade;
Cultura, 
sociedade e 
sexualidade.
Tópicos:
Construção 
social de 
gênero e 
normas de 
gênero;
Igualdade, 
estereótipos 
e preconceito 
de gênero;
Violência 
baseada em 
gênero.
Tópicos:
Violência;
Consentimen-
to, privacida-
de e integrida-
de corporal;
Utilização se-
gura das Tec-
nologias de 
Informação e 
Comunicação.
22
Conceito-cha-
ve 
5: Habilidades 
para a saúde 
e o bem-estar
Conceito-cha-
ve 
6: O corpo 
humano e seu 
desenvolvi-
mento
Conceito-cha-
ve 
7: Sexualida-
de e com-
portamento 
sexual
Conceito-cha-
ve 
8: Saúde 
sexual e 
reprodutiva
Tópicos:
Normas de 
comporta-
mento sexual 
e influência 
dos colegas;
Tomada de 
decisões;
Habilidades 
de comunica-
ção, recusa e 
negociação;
Alfabetização 
midiática e 
sexualidade;
Encontrar aju-
da e apoio.
Tópicos:
Anatomia 
e fisiologia 
sexual e 
reprodutiva;
Reprodução;
Puberdade;
Imagem 
corporal
Tópicos:
Sexo, sexu-
alidade e 
ciclo de vida 
sexual;
Comporta-
mento sexual 
e resposta 
sexual.
Tópicos:
Gravidez e 
prevenção da 
gravidez;
Estigma, 
atenção, 
tratamento e 
poio em HIV e 
AIDS;
Entender, 
reconhecer e 
reduzir o risco 
de Infecções 
Sexualmente 
Transmissí-
veis, incluindo 
o HIV.
Fonte: Adaptado de UNESCO (2019)
Nesse sentido, a organização dos conceitos-chave 
para possíveis programas em ES está separada em 
quatro faixas etárias: de 5 a 8 anos; de 9 a 12 anos; 
de 12 a 15 anos e de 15 anos a 18+. Assim, em 
cada conceito-chave existem objetivos de apren-
dizagem diferentes e habilidades específicas a 
serem trabalhadas, de acordo com as faixas etárias.
Percebemos, a partir desse documento, que o tra-
balho em ES pode ser promovido desde a Educação 
Infantil, seguindo a organização de níveis de ensino 
23
no Brasil. O livro “A conversa sobre sexualidade 
na escola”, organizado por Marcos Ribeiro (2021), 
corrobora com essa possibilidade, apresentando 
diferentes possibilidades didático-pedagógicas 
para o trabalho em ES na escola.
Nesse sentido, é possivel observarmos que o tra-
balho em ES deve ir além das atividades pontuais 
e descontínuas da escola, como palestras sobre 
a temática realizadas uma vez ao ano geralmente 
com profissionais que não estão envolvidos no 
cotidiano escolar, como profissionais da saúde. 
Furlani (2013) defende que o trabalho em ES deve ser 
realizado a partir de forma sistemática e contínua:
Uma continuidade baseada em princípios claros 
de um processo permanente – porque o bombar-
deamento midiático de informações recebidas por 
crianças e jovens é permanente… porque as situações 
de exclusão social, decorrentes do sexismo e da 
homofobia, são constantes, porque as representa-
ções hegemônicas que hierarquizam as diferenças 
estão permanentemente sendo fixadas mesmo com 
permanentes resistências […] porque a subjetivação 
da sexualidade (que talvez tenha um papel maior do 
que, até então, temos considerado nessa dinâmica 
de mudança comportamental) está sendo perma-
nente posta em questão pelos aparatos discursivos 
de uma cultura e precisa ter o contraponto reflexivo 
de uma educação sexual sistemática, corajosa, 
24
honesta e politicamente interessada com a crítica 
desses modelos de desigualdade sexual, de gênero, 
de etnia, de raça, de geração, de classe, de religião, 
etc. (FURLANI, 2013, pp. 69-70)
Dentro da organização de um trabalho contínuo 
e sistemático, a discussão da sexualidade pode 
ser realizada com diferentes estratégias didáticas. 
Pode ser desenvolvida, então, como um projeto 
coletivo na escola, como um conteúdo transversal 
nas diferentes áreas do conhecimento ou a partir 
de sequências didáticas, por exemplo. Além disso, 
alguns temas podem ser introduzidos e trabalha-
dos na rotina, por meio de rodas de conversa, com 
questões disparadoras ou por meio da organização 
da sala de aula (RIBEIRO, 2021).
Ou seja, o trabalho em ES deve levar em consi-
deração a faixa etária dos estudantes, o nível de 
ensino (se Educação Infantil, Anos Iniciais ou Anos 
Finais do Ensino Fundamental ou Ensino Médio), 
as temáticas a serem trabalhadas de acordo com a 
faixa etária, a escolha de estratégias didáticas que 
enriqueçam a abordagem e envolva os estudantes 
a dialogar e refletir sobre sexualidade.
Outras possibilidades didático-pedagógica a ser 
considerada na abordagem da ES na escola é 
trabalhar as temáticas que aparecem no cotidiano 
escolar por meio de perguntas, dúvidas e situações 
que acontecem no grupo de estudantes. O docu-
25
Highlight
mento da UNESCO (2019) afirma que é importante 
levar em consideração as necessidades educativas 
dos estudantes.
A todo o momento as temáticas de sexualidade 
são pauta e estão presentes no cotidiano escolar. 
Elas são expressas por meio de comportamentos, 
dúvidas, perguntas, entre outras atitudes e o edu-
cador se depara com essas situações na escola, 
que é um dos lugares onde as crianças e jovens 
estão todos os dias, por muitas horas. Por isso, o 
trabalho em ES na escola seja fundamental.
Entretanto, é evidente a necessidade de inves-
timento na formação docente, pois a ES é uma 
temática complexa e com múltiplas dimensões 
de abordagem. Além disso, por ela ocorrer a todo 
momento e em qualquer lugar, a escola precisa 
assumir um trabalho sistemático, informativo e 
de compromisso com os direitos dos estudantes.
26
GÊNERO, EDUCAÇÃO E A 
INSTITUIÇÃO ESCOLAR
Quando observamos a escola enquanto instituição 
e seu desenvolvimento histórico vemos práticas 
marcadas pelas questões de gênero, assim como 
na sociedade. Hierarquias, divisões entre meninos 
e meninas, reprodução de violências de gênero 
são situações em que a questão do gênero está 
presente na escola.
Percebemos, assim, que as relações pautadas 
no gênero estão relacionadas com a questão do 
poder. Sobre isso, Joan Scott (2019) afirmou que 
o gênero, além de ser um elemento que constitui 
as relações sociais a partir da significação das 
diferenças entre os sexos, também é uma das 
formas de significação das relações de poder na 
sociedade moderna. 
Dessa maneira, entendemos que essa sociedade 
moderna capitalista teve sua organização social 
pautada no gênero, o qual constitui opressões 
diversas, assim como as divisões de classe e de 
raça. A partir dessa constituição de opressões, 
percebemos como esses marcadores também 
são utilizados para justificar as desigualdades 
sociais, precarizando a vida e negando direitos de 
indivíduos que fazem parte de grupos minorizados.
27
Minorias sociais é um conceito específico da área das 
Ciências Sociais e diz respeito a um ou mais grupos da 
população que estão à margem da sociedade capitalista, 
ou seja, são excluídos do ponto de vista da garantia de 
direitos sociais básicos (PORFÍRIO, 2022)
A partir do estabelecimento de padrões normativos 
de comportamentos e identidades sociais, existiu 
o estabelecimento de padrões de comportamento 
e de identidades de gênero. Ou seja, como cada 
gênero (e nesse momento compreendido a partir 
da lógica binária do gênero masculino e gênero 
feminino) deve se comportar socialmente a partir 
das expectativas de vida e de participação social 
estabelecidas para homens e mulheres (LOURO, 
2014).
Essa organização social normatizada a partir do 
gênero também é reproduzida pela educação, e, 
consequentemente, pela educação escolarizada 
realizada nas escolas. Nesse sentido, a escola, 
enquanto instituição moderna responsável pelo 
processo de escolarização dos indivíduos, surgiu 
e está inserida nessa sociedade, resultando tam-
bém em uma organização normatizada, que por 
muitos anos reproduziu as divisões e estereótipos 
de gênero.
FIQUE ATENTO
28
A escola surgiu como uma instituição educativa para 
poucos indivíduos e grupos sociais. A educação 
institucionalizada não foi concebida considerando 
todas as pessoas, por exemplo, as mulheres não 
tinham direito à educação escolarizada. 
Nas poucas escolas que realizavameducação de 
meninas e mulheres, a educação era voltada aos 
afazeres domésticos, pois compreendia-se e nor-
matizava-se que as mulheres tinham nascido para 
as atividades de cuidado e do ambiente privado 
da casa. Esse é um exemplo da constituição de 
estereótipos de gênero e como eles podem cons-
truir diferenças na educação.
Entretanto, a escola também pode ser um espaço 
de problematização e desconstrução desses este-
reótipos e desses entendimentos de desigualda-
de a partir das diferenças. Nesse sentido, Louro 
descreveu como a escola produz e reproduz as 
diferenças entre os indivíduos e qual seu papel e 
da educação para subverter esses sentidos:
Currículos, normas, procedimentos de ensino, te-
orias, linguagem, materiais didáticos, processo de 
avaliação são, seguramente, locais das diferenças 
de gênero, sexualidade, etnia, classe – são cons-
tituídos por essas distinções e, ao mesmo tempo, 
seus produtores. Todas essas dimensões precisam, 
pois, ser colocadas em questão. É indispensável 
29
questionar não apenas o que ensinamos, mas o 
modo com que ensinamos e que sentidos nossos/
as alunos/as dão ao que aprendem. Atrevidamente 
é preciso, também, problematizar as teorias que 
orientam o nosso trabalho (incluindo, aqui, até 
mesmo aquelas teorias consideradas “críticas”). 
Temos de estar atentas/os, sobretudo, para nossa 
linguagem, procurando perceber o sexismo, o ra-
cismo e o etnocentrismo que ela frequentemente 
carrega e institui (LOURO, 2014, p. 68).
Portanto, compreendermos como as regras so-
ciais de gênero e suas problemáticas constituem 
a instituição escolar é importante para buscarmos 
discuti-las e desconstruí-las no cotidiano e na cons-
tituição das escolas. Percebermos e refletirmos 
sobre a mudanças das práticas que reproduzem 
os estereótipos, as opressões e as violências de 
gênero e que se perpetuam na escola é buscar 
oferecer uma educação escolar de qualidade.
Além de oferecer uma educação escolar de qualida-
de, também é assumir uma postura crítica acerca 
das práticas pedagógicas que excluem ou separam 
os educandos em razão de suas identidades de 
gênero ou de seus comportamentos considera-
dos “fora de padrão”. E é nesse sentido que a ES 
envolve a discussão de gênero em interface com 
a sexualidade.
30
Para aprofundar seus conhecimentos sobre gênero e 
educação assista ao vídeo Gênero e Educação: Ciclo de 
Vídeo aulas GDE 2012/2013 promovida pela Universidade 
Federal de Santa Catarina: https://www.youtube.com/
watch?v=gxvxN4RSljI.
O GDE é a sigla para o projeto Gênero e Diversidade na 
Escola, o qual promovia discussões acerca das temáticas 
com os professores da educação básica.
Além das aulas disponibilizadas on-line pelo projeto, 
conheças os livros Gênero e diversidade: formação de 
educadores/as, escrito Cíntia Maria Teixeira e Maria 
Madalena Magnabosco; Políticas de Educação: gênero 
e diversidade sexual: breve história de lutas, danos e 
resistências, escrito por Cláudia Vianna; e Gênero e 
Educação: 20 anos construindo o conhecimento, com 
organização de Cláudia Vianna e Marília Carvalho, todos 
disponível na Minha Biblioteca.
SAIBA MAIS
31
https://www.youtube.com/watch?v=gxvxN4RSljI
https://www.youtube.com/watch?v=gxvxN4RSljI
LEGISLAÇÃO E 
DOCUMENTOS 
NORMATIVOS SOBRE 
EDUCAÇÃO PARA A 
SEXUALIDADE NO BRASIL 
A escola é uma instituição orientada por diferentes 
legislações e documentos normativos. Nesse sen-
tido, a prática docente é corroborada por diferentes 
leis e documentos que dão base para a construção 
do currículo escolar e dos programas curriculares. 
Assim, com a Educação para a Sexualidade (ES) 
no âmbito escolar não seria diferente. Entretanto, 
no Brasil, é possível notarmos uma instabilidade no 
aparecimento da ES nas legislações e documentos 
normativos educacionais.
A primeira vez que a ES esteve presente em um 
documento de base para o currículo a nível nacional, 
no Brasil, foi na publicação dos Parâmetros Curri-
culares Nacionais (PCN), em 1997 e do Referencial 
Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI
), em 1998. No entanto, antes desses documentos, 
existiam iniciativas de alguns municípios e estados 
brasileiros que, pontualmente, realizavam projetos 
em ES ou assumiam a presença da temática nos 
documentos curriculares. Um exemplo desses 
estados é São Paulo (RIBEIRO, 2004).
32
Para conhecer e se aprofundar sobre a história da Edu-
cação para a Sexualidade no Brasil e nas legislações e 
documentos normativos, leia o artigo História da Educação 
Sexual no Brasil: apontamentos para reflexão, escrito por 
Rita Cássia Pereira Bueno e Paulo Rennes Marçal Ribeiro, 
acessando o seguinte link: https://www.rbsh.org.br/revis-
ta_sbrash/article/download/41/42/112#:~:text=Em%20
1977%2C%20a%20Secretaria%20Municipal,em%20
sigilo%20durante%20um%20tempo.
Nos PCN, a ES foi apresentada como um tema 
transversal, ou seja, um tema que atravessava toda 
a orientação curricular apresentada no documento. 
Nesse sentido, no âmbito dos temas transversais, 
o capítulo que apresentava essa temática foi inti-
tulado “Orientação Sexual”. É importante frisar que 
essa nomenclatura que dá título ao capítulo não é 
mais utilizada nos dias de hoje, afinal, orientação 
sexual é um conceito ligado ao campo de estudo 
da sexualidade e não da Educação.
Os PCNs e o RCNEIs não tinham caráter obriga-
tório, ou seja, serviam apenas de referencial para a 
construção dos currículos e programas curriculares 
das redes de ensino estaduais e municipais do 
Brasil (BRASIL, 1997; BRASIL, 1998). Entretanto, 
eles apresentaram um avanço de concepção sobre 
a sexualidade e a ES, levando em consideração 
SAIBA MAIS
33
aspectos sociais, políticos, culturais, históricos, 
econômicos e psicológicos da sexualidade. Des-
sa maneira, esses documentos ao assumirem a 
transversalidade da temática da sexualidade e da 
ES deixavam de restringir a abordagem pedagógi-
ca no âmbito das disciplinas de Ciência/Biologia 
(VIANNA; UNBEHAUM, 2006).
Salvaguardadas as críticas acerca desses docu-
mentos, a conquista na apresentação do tema 
transversal “Orientação Sexual” pela primeira vez 
em um documento nacional e a discussão de te-
máticas de sexualidade e gênero vem da luta dos 
movimentos sociais, principalmente feministas 
e LGBTQIA+, os quais estavam nos espaços de 
debates de políticas educacionais.
Entretanto, por conta da falta de investimentos 
públicos na educação, a implementação do RCNEI 
e dos PCNs foi limitada, sendo um dos problemas 
dessa implementação a falta de formação docen-
te sobre as temáticas de sexualidade e gênero e 
sobre ES. Isso gerou uma negligência com essas 
temáticas, se tornando temas secundários nos 
programas curriculares das redes de ensino e, 
muitas vezes, relegadas ao esquecimento de se-
rem incluídas pelos docentes nas discussões de 
temas transversais (VIANNA; UNBEHAUM, 2006).
34
No início do século 21, no Brasil, diferentes políticas 
públicas de inclusão social foram desenvolvidas, 
como o Programa Nacional de Direitos Humanos 
e o Programa Brasil sem Homofobia. Com isso, as 
pautas relacionadas à sexualidade e gênero eram 
continuamente discutidas e problematizadas. Essas 
discussões demonstravam, assim, a importância 
das temáticas na educação.
A partir disso, pautando o desenvolvimento de 
uma base curricular nacional, com caráter de lei, 
prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDBEN) de 1996, iniciou-se a regulamentação das 
Diretrizes Nacionais da Educação Básica (DCN) 
publicadas em 2013. Nesse documento, estava 
prevista a necessidade de inclusão das temáticas 
de sexualidade e gênero na Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC).
Em 2017, foi aprovada a BNCC, ou seja, o docu-
mento com força de lei e, portanto, obrigatório, a 
ser considerado na construção dos programas 
curriculares das redes de ensino de todo o país. 
No entanto, a aprovação e publicação da BNCC 
foi envolta a polêmicas, pois na sua última versão 
aprovada foram retiradas qualquer menção às 
palavras gênero (quenão estivesse falando sobre 
gênero textual na área de linguagens) e orientação 
sexual (FERREIRA; MARIZ, 2017).
35
Além disso, a temática de sexualidade foi res-
tringida ao 8º ano dos Anos Finais do Ensino 
Fundamental, revivendo o entendimento de que a 
discussão sobre sexualidade, principalmente, é de 
responsabilidade de uma área do conhecimento 
(SILVA; BRANCALEONI; OLIVEIRA, 2019).
Desse modo, percebemos um movimento de retirada 
dessa temática tão importante para a educação 
de crianças e jovens dos documentos normativos 
do campo da educação no Brasil. Apesar disso, 
existem diferentes movimentos de resistência 
a esse apagamento, nos quais as professoras e 
os professores lutam para garantir, no cotidiano 
escolar, a discussão dessas temáticas e, assim, 
os direitos das crianças e dos jovens de acesso a 
uma Educação para a Sexualidade.
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse e-book, abordamos a questão da sexualidade 
na instituição escolar e as possibilidades de como 
ela pode ser discutida e abordada no cotidiano 
escolar. Esse ponto é importante, pois a educação 
e a escola têm um papel importante na Educação 
para a Sexualidade de crianças e jovens.
Em nossa discussão, percebemos como a sexu-
alidade está presente em todos os momentos na 
instituição escolar e como, historicamente, ela foi 
controlada e vigiada nessa instituição. Isso acon-
teceu a partir de uma compreensão normativa da 
sociedade ocidental reproduzida dentro da escola 
e na educação. 
Entretanto, ao longo dos anos, a compreensão de 
sexualidade foi se complexificando e, consequen-
temente, o papel da escola também. Desse modo, 
notamos que a necessidade de uma educação 
que discuta a questão da sexualidade de forma 
crítica, a partir dos direitos humanos e de luta 
contra opressões e violências nesse sentido foi 
aumentando. 
Também percebemos que a sexualidade pode 
ser compreendida e discutida a partir de diferen-
tes bases teóricas ou de senso comum, como a 
religião. Entretanto, é preciso termos claro que o 
37
papel da escola é assumir um compromisso com 
o direito à informação e conhecimento científico 
sobre sexualidade, problematizando as abordagens 
que utilizam de morais religiosas para o trabalho 
em sexualidade.
Além disso, discutimos a existência de diferentes 
maneiras pedagógicas de se trabalhar a temática 
sexualidade no cotidiano escolar, observando como 
organizar um currículo e um programa que abran-
gesse diferentes temáticas dentro da discussão 
sobre sexualidade em diferentes níveis de ensino, 
considerando a faixa etária de crianças e jovens 
e que a sexualidade não se restringe ao trabalho 
nas disciplinas de Ciências ou Biologia, mas pode 
ser abordada em diferentes disciplinas. 
Trabalhamos também com o significado de gênero 
nos estudos acadêmicos atuais, como ele está 
envolvido estruturalmente na sociedade e como ele 
gera violências e opressões a partir das relações 
de poder na sociedade. Dentro disso, percebemos 
como a educação e a escola, enquanto instituição 
de uma sociedade ocidental moderna, reproduziu 
e reproduz ainda as opressões e violências de 
gênero no cotidiano escolar.
Nesse sentido, buscamos problematizar as práticas 
pedagógicas sexistas e normativas para pensar-
38
mos e refletirmos como resistir e subverter essas 
questões na escola.
E, por fim, conhecemos também o histórico da 
Educação para a Sexualidade no âmbito das leis e 
documentos normativos para sua regulamentação 
na escola brasileira, percebendo como, ao longo 
dos últimos anos, essa temática foi sendo restrin-
gida e silenciada nos documentos normativos do 
currículo na educação.
39
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	Introdução
	Sexualidade e o papel da escola 
	As diferentes abordagens da discussão sobre sexualidade na educação
	Educação para a Sexualidade na escola: possibilidades didático-pedagógicas
	Gênero, Educação e a instituição escolar
	Legislação e Documentos Normativos sobre Educação para a Sexualidade no Brasil 
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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