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Fabrício Gaudêncio fabriciogaudencio@hotmail.com 1 Fundação Educacional Dom André Arcoverde Centro de Ensino Superior de Valença Medicina Veterinária Disciplina Química Fisiológica Digestão e absorção nos herbívoros ruminantes e monogástricos. Objetivo da Aula Entender como acontece a digestão de carboidratos, lipídios e proteínas em animais herbívoros monogástricos e poligástricos. 2 Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA Aquecimento... Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 3 Anatomia do TGI de ruminantes; Hidrólise acontece por enzimas de origem microbiana; Condições básicas para que ocorram processos fermentativos: - Ambiente adequado; Os pré-estômagos e o I.G. podem manter a digestão fermentativa porque o pH, umidade, força iônica e condições de oxidação-redução são mantidas dentro de uma faixa compatível com o crescimento bacteriano. - Estase. Relembrando... Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 4 O rúmen Capacidade média de 100 L; Posição estratégica antes do estômago; Exemplos de ruminantes: bovinos, camelos, cabras, antílopes, veados, girafas. Contrações primárias: misturar a ingesta. Contrações secundárias: forçar o gás na direção cranial. Rúmen Retículo Omaso Abomaso Microbiologia do rúmen Bactérias e protozoários; Condições vigentes favoráveis ao desenvolvimento de microorganismos anaeróbicos: - pH em torno de 5,5 e 7,0; - Temperatura entre 39°C e 41°C; - Suprimento contínuo de nutrientes; - Remoção contínua de excretas. Grupos de bactérias presentes no rúmen: Bactérias celulolíticas: hidrolisam ligações glicosídicas da celulose; Bactérias hemicelulolíticas: hidrolisam a hemicelulose; Bactérias amilolíticas: hidrolisam o amilo; Bactérias fermentadoras de açúcares: degradam oligossacarídeos e polissacarídeos; Bactérias que utilizam o ácido: fermentam os ácidos gerados a partir dos polissacarídeos; Bactérias proteolíticas: produzem amônia a partir de proteínas. Bactérias amoniogênicas: produzem amônia a partir de substratos nitrogenados. Bactérias metanogênicas: produzem metano. Bactérias lipolíticas: hidrolisam ésteres de glicerol. Bactérias sintetizadoras de vitaminas: sintetizam vit B e K. Metabolismo de carboidratos Hidrólise dos polissacarídeos a açúcares mais simples; Aproveitamento metabólico dos açúcares produzidos: produção de ácidos orgânicos voláteis e gases e/ou aproveitamento pelos microorganismos. Os ácidos orgânicos Ácidos produzidos: ácido acético, propiônico e butírico. Destinos: - Ácido acético: oxidado no ciclo de Krebs; - Ácido propiônico: gliconeogênese; - Ácido butírico: corpos cetônicos. alimento Digestão bacteriana Açúcares fermentação CH4 e CO2 Ác. Acético Ác. Propiônico Ác. butírico Assimilação pelas próprias bactérias absorção eructação Digestão enzimática endógena absorção RÚMEN-RETÍCULO ABOMASO Ácido acético e butírico Ácido propiônico GLICOSE Taxas proporcionais de ácidos orgânicos Dieta rica em fibra Dieta rica em amido ác. Acético ác. Propiônico ác. Butírico Resultado da digestão de carboidratos em ruminantes Quase nenhum carboidrato digerível penetra no intestino para sofrer digestão pelas enzimas endógenas e ser absorvido como glicose. Isto significa que os ruminantes vivem em constante estado potencial de deficiência de glicose; Essencialmente toda a glicose disponível para os ruminantes se origina da gliconeogênese. Quantitativamente, o mais importante precursor da glicose é o propionato; O propionato contribui para a síntese de glicose após entrar no CK no nível do succinato. Metabolização dos lipídios 3 etapas: - Hidrólise dos triacilgliceróis pelas bactérias. Liberam ácidos graxos livres e glicerol. Eles podem ser fermentados até formarem ácido propiônico. - Redução. Ácidos graxos insaturados podem ser convertidos em ácidos graxos saturados. - Síntese. Pode haver síntese de ácidos graxos com número de carbonos ímpares (raro). Metabolização dos lipídios Lipase lingual em ruminantes; Ácidos graxos insaturados podem ser tóxicos para as bactérias ruminais, principalmente as celulolíticas. Metabolização dos compostos nitrogenados Proteínas: degradadas até aminoácidos. Podem liberar amônia, que pode ser utilizada para a síntese de novos aminoácidos; Nitrogênio não proteico: amoníaco, amônia e ureia. Ciclo da ureia: amônia liberada pelas bactérias segue para o fígado do ruminante para o ciclo da ureia. Proteínas Peptídeos aminoácidos Proteínas para as bactérias Ácidos graxos voláteis NH3 + ureia saliva Energia derivada dos alimentos 10 % desaparecem como metano; 10% são assimilados (usados) pelos microorganismos; 10% se dissipam na forma de calor; 70% dão origem a produtos da fermentação que serão utilizados pelo animal. Demais órgãos do trato gastrointestinal Retículo; Omaso; Abomaso: - Estômago semelhante ao dos mamíferos monogástricos; - pH entre 2,0 e 3,0; - Enzima principal: pepsina proveniente do pepsinogênio. Intestino delgado Absorção intestinal dos nutrientes; Participação de enzimas pancreáticas; Participação das enzimas da borda em escova das vilosidades intestinais; Digestão no ceco e cólon Ceco e cólon com potencial fermentativo, porém chega pouco para ser fermentado. Ao contrário dos demais herbívoros monogástricos; Conclusão (ruminantes) Ao nível dos tecidos, sem dúvida, a maior diferença entre metabolismo de ruminantes e não ruminantes é a formação de glicose e sua utilização. Sob condições normais, a fermentação do rúmen é tão eficiente que, praticamente nenhuma molécula de glicose é absorvida. Assim, os níveis sanguíneos de glicose são mantidos pela gliconeogênese a partir do ácido propiônico e dos aminoácidos glicogênicos. Nos herbívoros monogástricos Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 25 E os herbívoros monogástricos? Herbívoros não-ruminantes possuem ceco bem desenvolvido e representa uma região de estase, onde encontramos microorganismos capazes de realizar a fermentação; Passagem pelo estômago e intestino delgado: - Ação prévia do ácido clorídrico no estômago; - Alguns açúcares são fermentados no ceco (29%); - Baixo conteúdo proteico para as bactérias do ceco e cólon; - A maior parte da proteína produzida pelas bactérias é perdida nas fezes. Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 26 Motilidade do ceco e cólon Tal como no rúmen, no intestino grosso deve haver uma manutenção das condições favoráveis ao crescimento bacteriano; As características anatômicas e os padrões de motilidade do ceco e cólon favorecem; Regiões de estenose relativa nas junções dos cólons ventral e dorsal. Nos cólons ventrais existem 3 tipos de motilidade Segmentação haustral; Peristaltismo propulsivo; Retroperistaltismo. Taxa de fermentação e produção de ácidos voláteis nos equinos Secreção do íleo (tamponamento); Substratos e padrões de fermentação idênticos aos ruminantes, porém, a digestão fermentativa nos equinos não é tão eficiente quanto nos ruminantes e os valores de energia digerível são menores que nos bovinos. Estudo bioquímico do ceco em coelhos Ceco bastante desenvolvido; Cecotrofagia; As fibras no processo digestivo do coelho são necessárias para auxiliar aproveitamento de carboidratos e proteínas e ajuda na motilidade intestinal. Referências deste material Bacila, M. Bioquímica Veterinária. - Cap. 6: Bioquímica do rúmen. Cunninghan, J.C. Tratado de Fisiologia Veterinária. - Cap. 30: Digestão: os processos fermentativos. Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 31 Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 32 Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA 33
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