Buscar

AULA 02 AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO NEURO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO 
NEUROPSICOPEDAGÓGICA NAS 
DIVERSAS DIFICULDADES E 
TRANSTORNOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Luciana Isabel de Almeida Trad 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O neuropsicopedagogo exercerá suas atividades em contextos 
diferenciados e, de acordo com as características dos espaços em que atuar, 
poderá fazê-lo em área clínica ou em área institucional, como em escolas 
públicas e particulares, centros de educação, instituições de ensino superior e do 
terceiro setor que apresentem projetos voltados às dificuldades de 
aprendizagem. Poderá ainda investir no ensino e em pesquisa. 
Estudaremos nesta aula a atuação do neuropsicopedagogo. No Tema 1, 
a atuação do neuropsicopedagogo conforme a sua práxis. O Tema 2 mostrará a 
responsabilidade ética do neuropsicopedagogo. No Tema 3 teremos uma 
abordagem sobre a atuação do neuropsicopedagogo institucional, no Tema 4 
sobre a atuação do neuropsicopedagogo clínico e, para finalizar, o Tema 5 
pontuará sobre o neuropsicopedagogo pesquisador. 
Seja em ambiente clínico ou institucional, o neuropsicopedagogo 
construirá o seu processo avaliativo de forma integrada. A avaliação do 
indivíduo, os relatos da família, as observações no âmbito escolar e a 
participação de outros profissionais envolvidos no caso em estudo contribuem 
para um melhor entendimento de uma situação, para um planejamento de 
intervenção mais adequado e uma estimulação cognitiva fundamentada, com 
direcionamentos terapêuticos. 
A neuropsicopedagogia, por meio da compreensão dos processos 
mentais superiores (atenção, memória, função executiva etc.), de explicações 
psicológicas e instruções de ensino visa proporcionar um quadro de 
conhecimento e plena ação para a descrição, explicação, tratamento e 
valorização do ensino-aprendizagem que ocorre ao longo da vida do aluno, 
promovendo sua formação abrangente, com repercussões para além da 
instituição de ensino e do período de tempo e do tipo de aprendizagem 
estabelecido como válido (Suáres, 2006, citado por Pêna, 2005). 
CONTEXTUALIZANDO 
Em função de suas bases teóricas e práticas, o campo de atuação 
profissional do neuropsicopedagogo é multidisciplinar, com objetivos 
educacionais (Tamez, ca. 2006). Tendo em vista que o campo de atuação do 
neuropsicopedagogo é dirigido para a aprendizagem e as dificuldades 
 
 
3 
relacionadas a ela, a compreensão do funcionamento do cérebro, da 
neuroplasticidade, dos transtornos e síndromes, assim como das metodologias 
de ensino e aprendizagem são conhecimentos imprescindíveis para seu 
exercício profissional. 
TEMA 1 – A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO 
A atuação do neuropsicopedagogo está voltada para demandas pautadas 
na aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo, motor e comportamental dos 
indivíduos, considerando-se os princípios da neurociência aplicada à Educação, 
em interface com a pedagogia e a psicologia. Para entender o trabalho em 
neuropsicopedagogia, é importante compreender que a sua prática não é a 
junção de neuropsicologia e psicopedagogia. 
A Neuropsicologia, num sentido lato, é o estudo das relações entre o 
cérebro e o comportamento e, num sentido stricto, é o campo de 
atuação profissional que investiga as alterações cognitivas e 
comportamentais associadas às lesões cerebrais. Este estudo é 
realizado mediante a aplicação dos conhecimentos advindos das várias 
disciplinas acadêmicas que configuram o campo das neurociências 
(neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica e neurofarmacologia) e 
de atuação profissional do psicólogo (psicometria, psicologia clínica, 
psicologia experimental, psicopatologia e psicologia cognitiva). 
Os dois principais empregos da Neuropsicologia são a avaliação e a 
reabilitação neuropsicológica... O foco da investigação são as funções 
cognitivas, tais como: memória, atenção, linguagem, funções 
executivas, raciocínio, motricidade e percepção, bem como as 
alterações afetivas e de personalidade. (Hamdan; Pereira; Rieche, 
2011) 
De acordo com a Associação Brasileira de Psicopedagogia: 
Art.1º A psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e 
Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o 
sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, 
utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes 
referenciais teóricos. 
§1ºA intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do 
conhecimento, relacionada com a aprendizagem, considerando o 
caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e as suas 
dificuldades. 
§ 2º A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em 
diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter 
indissociável entre o institucional e o clínico. 
Art. 2º A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza 
métodos, instrumentos e recursos próprios para compreensão do 
processo de aprendizagem, cabíveis na intervenção. 
Art.3º A atividade psicopedagógica tem como objetivos: a) promover a 
aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e 
social; b) compreender e propor ações frente às dificuldades de 
aprendizagem; c) realizar pesquisas científicas no campo da 
Psicopedagogia; d) mediar conflitos relacionados aos processos de 
aprendizagem. 
 
 
4 
 Art.4º O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e 
elaborar a organização, a implantação e a execução de projetos de 
Educação e Saúde no que concerne às questões psicopedagógicas 
(ABPp, 2011) 
Russo (2015) ressalta que, embora a neuropsicopedagogia seja o estudo 
do cérebro e da aprendizagem humana, apoiando-se nas bases teóricas da 
neurociência e da educação, ela “tem como alicerces de sua prática as teorias 
da aprendizagem estratégias de ensino-aprendizagem” (Russo, 2015, p. 17). A 
autora pontua que a neuropsicopedagogia se assemelha à neuropsicologia e à 
psicopedagogia quanto à “natureza multiprofissional, inter e transdisciplinar e 
[a]o estudo do desenvolvimento humano e dos processos do ensino-
aprendizagem” (Russo, 2015, p. 18). 
Antes de falarmos sobre as áreas de atuação profissional do 
neuropsicopedagogo, precisamos compreender os princípios éticos que 
orientam sua prática. 
TEMA 2 – O CÓDIGO DE ÉTICA DO NEUROPSICOPEDAGOGO 
O Código de Ética Técnico Profissional tem como objetivo estabelecer 
critérios e orientar os profissionais da Neuropsicopedagogia, quanto 
aos princípios, normas e valores ponderados à boa conduta 
profissional [...]. Procura fomentar a autorreflexão exigida de cada 
indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e 
coletivamente, por ações e suas consequências no exercício de 
conduta profissional (SBNPp, 2014). 
2.1 Dos princípios fundamentais e diretrizes 
O Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, em seu 
capítulo II, estabelece que: 
Art.11. O Neuropsicopedagogo fundamentará todo o seu trabalho 
levando em consideração: respeito, liberdade, dignidade, igualdade e a 
integridade do ser humano apoiado nos valores que embasam a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Constituição do Brasil 
e nos preceitos éticos deste Código. Toda pessoa, seja profissional, 
estudante, ainda que docente da Neuropsicopedagogia não deve fazer 
discriminação de pessoas em relação de raça, gênero, cor, 
nacionalidade, idade, orientação sexual, classe social, doenças, 
deficiências, sequelas e necessidades especiais. 
Art. 12. O Neuropsicopedagogo deve exercer somente as funções para 
as quais ele está qualificado e habilitado pessoal e tecnicamente. 
Art. 13. O Neuropsicopedagogo deve estar em busca constante de sua 
saúde física e mental observando as suas limitações pessoais quepossam interferir na qualidade do seu trabalho, inclusive durante a sua 
formação. 
Art. 14. O Neuropsicopedagogo trabalhará para promover a saúde e a 
qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade que passarem por sua 
intervenção ou avaliação e contribuirá para a eliminação de quaisquer 
 
 
5 
formas de negligência, omissão, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
Art. 15. O Neuropsicopedagogo fará sua atuação dentro das 
especificidades do seu campo e área do conhecimento, no sentido da 
educação e desenvolvimento das potencialidades humanas, daqueles 
aos quais presta serviços. 
Art. 16. O Neuropsicopedagogo deve ter como princípio básico a 
promoção do desenvolvimento das pessoas que o recorrem sob seu 
atendimento profissional devendo utilizar todos os recursos técnicos 
disponíveis (principalmente a transdisciplinaridade) e de acordo com 
cada especificidade, proporcionando o melhor serviço possível. 
Art. 17. O Neuropsicopedagogo atuará com responsabilidade social, 
analisando crítica e historicamente a realidade humana dentro dos 
aspectos: políticos, econômicos, sociais e culturais e todos os 
contextos que de alguma forma possam ser relevantes de análise 
sobre a responsabilidade e o seu papel social. 
Art. 18. O Neuropsicopedagogo atuará com suas responsabilidades, 
por meio do contínuo aprimoramento profissional, levando em 
consideração todos os avanços pertinentes a área, sejam estes: 
políticos, econômicos, sociais, tecnológicos ou científicos, contribuindo 
para o desenvolvimento da Neuropsicopedagogia e apoiando-se 
sempre em bases referenciais do campo da ciência de conhecimento e 
de prática, buscando instrumentos específicos de atuação com bases e 
validação científica, pedagógica e clínica. 
Art.19. O Neuropsicopedagogo deverá ser atuante na promoção da 
universalização do acesso da população às informações referentes a 
Neuropsicopedagogia, sejam ao conhecimento das fontes, das 
necessidades, dos avanços, dos serviços, dos padrões éticos, etc. 
Art. 20. O Neuropsicopedagogo fará a prestação, sempre, do melhor 
serviço, a um número cada vez maior de pessoas, com competência, 
responsabilidade e honestidade. 
Art. 21. O Neuropsicopedagogo fará a priorização do compromisso 
ético para com a sociedade, cujo interesse será colocado acima de 
qualquer outro, sobretudo do de natureza corporativista; 
Art. 22. O Neuropsicopedagogo zelará para que suas atividades sejam 
efetuadas sempre com dignidade, respeito e confiança, rejeitando 
situações, ou empecilhos que demonstrem rejeição à 
Neuropsicopedagogia 
Art. 23. O Neuropsicopedagogo deve exercer a Neuropsicopedagogia 
com exata compreensão de sua responsabilidade, atendendo a nível 
educativo e clínico, sem nenhuma distinção ora já mencionada, tendo o 
direito de receber remuneração pelo próprio trabalho. 
Art. 24. O Neuropsicopedagogo deverá ter transparência em suas 
ações e decisões, garantida por meio do pleno acesso dos usuários ou 
beneficiários e destinatários às informações relacionadas ao exercício 
de suas competências. 
Art. 25. O trabalho do Neuropsicopedagogo prestado às Instituições, 
comprovadamente filantrópicas e sem fins lucrativos, poderá ser 
gratuito. 
Art. 26. O Neuropsicopedagogo deve indicar sua qualificação 
profissional em relatórios e outros documentos oficiais do seu trabalho, 
acompanhado do número de registro de associado na SBNPp, 
(Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia), uma vez que em dia 
com suas obrigações constantes na Política de Associados desta 
entidade. 
Art. 27. O Neuropsicopedagogo deverá ter a integração com o trabalho 
de profissionais de outras áreas, baseada no respeito, na liberdade e 
independência profissional de cada um e na defesa dos interesses e do 
bem-estar dos seus usuários ou beneficiários. 
Artigo 28. O Neuropsicopedagogo considerará as relações de poder 
nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as 
suas atividades profissionais, sempre com respeito aos demais e 
 
 
6 
posicionando-se de forma crítica, justa e em harmonia com os demais 
princípios deste Código. (SBNPp, 2014) 
O Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia 
instrumentaliza o neuropsicopedagogo quanto aos seus deveres e 
responsabilidades, por meio de diretrizes, orientações, reflexões sobre sua 
práxis, dessa forma possibilitando o seu fortalecimento profissional (SBNPp, 
2014). 
TEMA 3 – A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL 
Como já dissemos anteriormente, o neuropsicopedagogo institucional 
atuará em ambientes educacionais e/ou instituições de atendimento coletivo, tais 
como as escolas públicas e particulares, os centros de educação, as instituições 
de ensino superior e do terceiro setor que apresentem projetos voltados às 
dificuldades de aprendizagem. 
De acordo com o art. 30 da Nota Técnica da SBNPp n. 1 de 16 de março 
de 2016: 
São bases da atuação institucional os fundamentos da Educação 
Especial e da Educação Inclusiva, com embasamento legal e de 
práticas sociais, que deverão ser pensadas através da aplicação das 
neurociências ao ambiente educacional. a) Observação, identificação e 
análise dos ambientes e dos grupos de pessoas atendidas, focando 
nas questões relacionadas a aprendizagem e ao desenvolvimento 
humano nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais, 
considerando os preceitos da Neurociência aplicada a Educação, em 
interface com a Pedagogia e Psicologia. b) Criação de estratégias que 
viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem dos 
que são atendidos nos espaços coletivos c) Encaminhamento de 
pessoas atendidas a outros profissionais quando o caso for de outra 
área de atuação/especialização contribuir com aspectos específicos 
que influenciam na aprendizagem e no desenvolvimento humano 
(SBNPP, 2016). 
3.1 As atividades do neuropsicopedagogo institucional 
Baseamos as informações a seguir, sobre a atuação do 
neuropsicopedagogo institucional, estão de acordo com a Nota Técnica da 
SBNPp n. 1/2016 (SBNPp, 2016). 
No ambiente institucional, a queixa específica será direcionada ao 
neuropsicopedagogo por uma equipe técnica. O neuropsicopedagogo fará a 
investigação com base em observações dirigidas às pessoas com dificuldades e, 
para triagem/sondagem, se utilizando de instrumentos apropriados para a 
avaliação. O avaliador deverá ter o cuidado de verificar se o instrumento está 
 
 
7 
fundamentado teoricamente e validado para a população brasileira, de acordo 
com a faixa etária, o grau de escolaridade e a exigência de não haver restrições 
para aquele uso. Os testes e escalas empregados devem ser pertinentes à 
proposta da avaliação neuropsicopedagógica, sempre com foco na 
aprendizagem do indivíduo. Portanto, na identificação de suas funções 
cognitivas, atenção, memória de trabalho, linguagem, aritmética, observação 
psicomotora, habilidades sociais e funções executivas. 
Após análise do processo realizado, será possível traçar um plano de 
intervenção com metas estabelecidas. O neuropsicopedagogo utilizará projetos 
de trabalho e oficinas temáticas direcionados para as necessidades observadas 
e com vistas a desenvolver e potencializar as diversas habilidades individuais, 
proporcionando a inclusão da pessoa avaliada. Ainda em seu plano de ação, o 
neuropsicopedagogo poderá orientar a equipe pedagógica e a família do 
atendido sobre os fundamentos teóricos e práticos do processo de 
aprendizagem e as dificuldades observadas. 
Uma vez efetivado o processo de identificação, análise e conclusão 
investigativa, deve ele então emitir um parecer neuropsicopedagógico com 
bases institucionais, para a equipe técnica da instituição, tratando das demandas 
coletivas e sinalizando as questões individuais, para que o processo de inclusão 
sejaefetivo. O encaminhamento do caso para profissionais de outras áreas 
específicas será realizado sempre que necessário. 
TEMA 4 – A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO CLÍNICO 
Os encaminhamentos a seguir, sobre a atuação do neuropsicopedagogo 
clínico, também estão de acordo com a Nota Técnica SBNPp n. 1/2016 (SBNPp, 
2016). 
O atendimento neuropsicológico clínico é exclusivamente individual, 
realizado em ambiente reservado, como em consultório particular, escola, 
hospital, posto de saúde e instituição do terceiro setor, podendo ainda a atuação 
ocorrer junto à equipe multiprofissional. A proposta de trabalho do 
neuropsicopedagogo clínico tem foco na aprendizagem, seja durante a 
avaliação, a intervenção ou o acompanhamento. 
A demanda no ambiente clínico chega até o neuropsicopedagogo 
normalmente advinda dos responsáveis da criança/pessoa com dificuldades. A 
avaliação da queixa apresentada se dá mediante observação do histórico de 
 
 
8 
vida, análise da dinâmica social e familiar, análise das dificuldades escolares e 
avaliações cognitivas, motoras e comportamentais que possam estar 
prejudicando o desempenho da aprendizagem do avaliando. Como já citado 
anteriormente, o uso dos instrumentos de avaliação requer a qualificação 
profissional quanto ao direito de uso, à validação para a população brasileira e a 
aplicação deverá se dar de acordo com a faixa etária, o sexo e a escolaridade do 
avaliado. O neuropsicopedagogo deverá buscar supervisão de um profissional 
qualificado quando sentir insegurança no processo de avaliação e intervenção. 
Quando finalizada a avaliação, deve ele redigir um laudo/parecer técnico 
dos procedimentos, resultados e sugestões de intervenção. As informações 
contidas nesse documento são sigilosas e o seu compartilhamento para a escola 
ou para outros profissionais de saúde será possível somente mediante 
autorização dos responsáveis. Em situações em que surgirem no diagnóstico 
indicações para atendimentos de outros profissionais, o neuropsicopedagogo 
clínico deverá fazer esse encaminhamento. 
4.1 As atividades do neuropsicopedagogo clínico 
O planejamento da avaliação é estabelecido com base na exploração da 
queixa inicial. Deve o profissional realizar a anamnese, que é um histórico clínico 
e familiar relatado pelos familiares ou pelo próprio paciente, se este for adulto. 
Esse instrumento auxilia na avaliação da queixa. Nesse momento, verifica-se 
quando a situação começou e como se desenvolveu, em que circunstâncias 
ocorreu a dificuldade, qual a sua frequência, se acontece em casa e na escola. 
Investiga-se a evolução do paciente durante o seu desenvolvimento. A 
anamnese deve conter o seu histórico familiar, gestacional, de nascimento, do 
desenvolvimento neuropsicomotor, o seu quadro de saúde atualizado, o seu 
desempenho escolar, o seu comportamento em casa, no ambiente escolar e em 
convívio social. A anamnese bem executada fornece informações preciosas. 
Estudos indicam que aproximadamente 80% das hipóteses diagnósticas possam 
ser obtidas por meio de uma coleta de uma história completa (Rotta; Ohlweiler; 
Riesgo, 2006, p. 66). 
O neuropsicopedagogo clínico fará uso de instrumentos (testes e escalas 
de uso não restrito) padronizados para a população brasileira, por área de 
investigação, sexo, grau de escolaridade, faixa etária adequada; utilizará a 
observação clínica, a hora lúdica e a investigação do material escolar para a 
 
 
9 
elaboração de sua hipótese diagnóstica. Ele deve selecionar atividades para 
testar as hipóteses por meio das intervenções direcionadas, que devem ser 
seguidas de análises que podem ou não as confirmar. 
A formação do Neuropsicopedagogo prioriza o estudo e pesquisa sobre 
a aprendizagem relacionada ao funcionamento do sistema nervoso, 
incluindo estudos a cerca do cérebro. De acordo com o Código de Ética 
Técnico profissional da Neuropsicopedagogia, não tem habilitação para 
avaliar a inteligência, os transtornos de humor e personalidade, bem 
como fazer uso de testes projetivos (SBNPp, 2014). 
Depois de identificadas as potencialidades e dificuldades do avaliando, 
realiza-se o planejamento da intervenção. Organiza-se um protocolo de 
atendimentos, com instrumentos, técnicas e materiais adequados às 
características do indivíduo como idade, sexo, escolaridade etc. O profissional 
precisa estabelecer metas iniciais, intermediárias e finais, avaliadas 
continuamente, por meio de registros, com o propósito de promover ajustes ou 
avanços em cada fase. Como conclusão, a construção de um parecer/laudo 
neuropsicopedagógico descritivo dos resultados pertinentes ao processo de 
intervenção demonstrará as necessidades de continuidade, de encaminhamento 
a outros profissionais, de trabalho multiprofissional, em situações mais 
específicas, ou mesmo de alta. 
TEMA 5 – A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO PESQUISADOR 
Assim como em tópicos anteriores, as observações a seguir, sobre a 
atuação do neuropsicopedagogo pesquisador, estão de acordo com a 
Resolução n. 3/2014 da SBNPp (2014). 
O neuropsicopedagogo que atuar no campo da pesquisa deverá realizar 
trabalhos e publicações com caráter científico, visando à produção do 
conhecimento e à conquista técnica para a neuropsicopedagogia, e estar atento 
a questões éticas. 
O profissional precisa obter autorização dos indivíduos pesquisados e das 
instituições envolvidas, antes de começar o seu trabalho de pesquisa. O 
participante da pesquisa deve assinar um termo de consentimento livre e 
esclarecido sobre a proposta e o encaminhamento da pesquisa. Sua 
participação será voluntária e sua identidade, preservada durante o 
encaminhamento da pesquisa e em relatórios, artigos e relatos sobre a 
pesquisa, em qualquer tempo. 
 
 
10 
Realizar atividades durante o trabalho de pesquisa requer cautela quanto 
aos riscos e prejuízos, ainda que sejam mínimos, que porventura possam ser 
causados aos seus participantes. Embora exista um termo de consentimento 
livre e esclarecido para o encaminhamento da pesquisa, o participante ou seu 
responsável poderá desistir, em qualquer tempo, da continuidade do trabalho. 
Em situação de continuidade, os dados obtidos em concordância ou divergência 
da hipótese inicial deverão ser fundamentados e as discussões, realizadas no 
campo científico. 
Toda pesquisa científica precisa ser avaliada e aprovada por 
comitês/conselhos de ética técnico-profissional. Deve-se referenciar os autores 
utilizados na fundamentação da pesquisa, quando do uso de informações, 
achados, imagens, gráficos e dados pertencentes a outros autores, se 
respeitando assim os direitos autorais (SBNPp, 2014). 
A atuação do neuropsicopedagogo clínico, institucional ou pesquisador será 
voltada às demandas relacionadas à aprendizagem e às dificuldades 
relacionadas a ela, tendo sua práxis fundamentada na neurociência aplicada à 
educação, com alicerces na pedagogia e na psicologia cognitiva. 
FINALIZANDO 
Durante o desenvolvimento do Tema 1, foi possível compreender que o 
neuropsicopedagogo poderá exercer suas atividades em contextos 
diferenciados. De acordo com a característica dos espaços, atuará em área 
clínica e área institucional – escolas públicas e particulares, centros de 
educação, instituições de ensino superior e do terceiro setor que apresentem 
projetos voltados às dificuldades de aprendizagem. Poderá ainda investir no 
ensino e pesquisa. 
Como instrumento norteador da neuropsicopedagogia, o Código de Ética 
Técnico Profissional “tem como objetivo estabelecer critérios e orientar os 
profissionais da Neuropsicopedagogia, quanto aos princípios, normas e valores 
ponderados à boa conduta profissional”. Estimula o neuropsicopedagogoquanto 
à autorreflexão acerca de sua prática, de modo a responsabilizá-lo por suas 
ações, e suas consequências, em seu exercício profissional (SBNPp, 2014). 
O neuropsicopedagogo institucional atuará em ambientes educacionais 
e/ou instituições de atendimento coletivo. Fará observação, identificação, análise 
do ambiente institucional, investigando questões relacionais, motoras, cognitivas 
 
 
11 
e comportamentais do atendido; criará estratégias para o desenvolvimento do 
ensino-aprendizagem e para tanto fará os encaminhamentos necessários. 
O neuropsicopedagogo de atuação clínica fará atendimentos 
individualizados. Observará, analisará a queixa, utilizará instrumentos para 
auxiliar sua avaliação, também investigará questões relacionais, motoras, 
cognitivas e comportamentais do indivíduo; após identificação e análise dos 
resultados, realizará um parecer escrito, fará um plano de intervenção, realizará 
acompanhamento de indivíduos com dificuldades, transtornos e síndromes e 
encaminhamentos para outros profissionais, se for necessário. 
O neuropsicopedagogo que atuar no campo da pesquisa deverá realizar 
trabalhos e publicações com caráter científico, visando à produção do 
conhecimento e à conquista técnica para a neuropsicopedagogia e deve estar 
atento a questões éticas. 
A atuação do neuropsicopedagogo possui responsabilidade ética quanto 
a suas avaliações, intervenções e conclusões. Em sua prática, deve o 
profissional sempre buscar o embasamento teórico-prático da 
neuropsicopedagogia e, se necessário, o auxílio de um supervisor técnico 
atuante na área. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
APA – American Psychiatric Association. Manual diagnóstico estatístico de 
transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
KANDEL, E. R. et al. Princípios da neurociência. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2014. 
ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. (Org.). Transtornos de 
aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: 
Artmed, 2006. 
RUSSO, R. M. T. Neuropsicopedagogia clínica: introdução, conceitos, teoria e 
prática. Curitiba: Juruá, 2015. 
 
 
12 
Texto de abordagem prática 
SBNPp – Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia. Resolução SBNPp n. 3 
de 30 de julho de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Técnico-Profissional da 
Neuropsicopedagogia. Joinvile: SBNPp, 2014. Disponível em: 
<http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2014/09/Código-de-Ética-e-
Técnico-Profissional-da-Neuropsicopedagogia-SBNPp.pdf>. Acesso em: 21 jun. 
2018. 
_____. Nota Técnica n. 1 de 16 de março de 2016. Joinvile: SBNPp, 2016. 
Disponível em: <http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2016/05/SBNPP-
CTP-Nota-T%C3%A9cnica-n.-01-2016.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2018. 
Saiba mais 
SBNPp – SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOPEDAGOGIA. 
Disponível em: <https://sbnpp.org.br/>. Acesso em: 21 jun. 2018. 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
ABPp – Associação Brasileira de Psicopedagogia. Diretrizes básicas da 
formação de psicopedagogos no Brasil. São Paulo, 12 dez. 2008. 
_____. Código de ética do psicopedagogo. São Paulo, 5 nov. 2011. 
Disponível em: <http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.
html>. Acesso em: 21 jun. 2018. 
HAMDAN, A. C.; PEREIRA, A. P. A.; RIECHI, T. I. J. S. Avaliação e reabilitação 
neuropsicológica: desenvolvimento histórico e perspectivas atuais. Interação em 
Psicologia, n. 15, p. 47-58, 2011. 
RUSSO, R. M. T. Neuropsicopedagogia clínica: introdução, conceitos, teoria e 
prática. Curitiba: Juruá, 2015. 
SBNPp – Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia. Resolução SBNPp n. 3 
de 30 de julho de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Técnico-Profissional da 
Neuropsicopedagogia. Joinvile: SBNPp, 2014. Disponível em: 
<http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2014/09/Código-de-Ética-e-
Técnico-Profissional-da-Neuropsicopedagogia-SBNPp.pdf>. Acesso em: 19 jun. 
2018. 
_____. Nota Técnica n. 1 de 16 de março de 2016. Joinvile: SBNPp, 2016. 
Disponível em: <http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2016/05/SBNPP-
CTP-Nota-T%C3%A9cnica-n.-01-2016.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2018. 
_____. Nota Técnica n. 2 de 22 de maio de 2017. Joinvile: SBNPp, 2017. 
Disponível em: <http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Nota-
Técnica-n.02-2017.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2018. 
TAMEZ, A. M. O. Definición de Neuropsicopedagogia. PsicoPedagogia.com. 
Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com/definicion/neuropsicopedagogia>. 
Acesso em: 21 jun. 2018.

Continue navegando