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1 1. INTRODUÇÃO A energia e o movimento são considerados os principais componentes para o desenvolvimento progressivo da humanidade, mas com o aumento significativo da população, a demanda por mais energia provocou sérias implicações ao meio ambiente. Desde o século passado, afirma-se que a exploração de qualquer fonte de energia, renovável ou não, acarreta impactos ambientais. Portanto, deve-se adotar medidas estratégicas para a proteção ambiental, incluindo o setor energético, para que haja redução na emissão de poluentes, como o CO2, minimização da utilização de combustíveis fósseis na matriz energética, aumento da eficiência da produção e distribuição de energia, sistemas de produção menos agressivos e introdução de fontes sustentáveis de energia (CALIJURI; CUNHA, 2013). As fontes de energia limpa relacionam-se com a captação de energia obtida por fontes naturais, reduz a emissão de carbono em seu ciclo de vida e são praticamente inexauríveis, ou seja, apesar do seu constante uso, não acabará, mas se renovará. Essas apresentam reduzidos impactos ao meio ambiente, sem afetar o balanço térmico ou a composição atmosférica do planeta (GOLDEMBERG, LUCON, 2007; NASCIMENTO, ALVES, 2016; NANDI, 2019). Tabela 01 – Exemplos de fontes renováveis de energia. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. Exemplos Descrição Eólica Obtidas através das massas de vento. Solar Adquirida por meio da radiação solar. Biomassa Matéria orgânica que pode ser utilizada na produção de energia. Oceânica Energia gerada através da força das ondas do mar. Geotérmica Proveniente do calor, no interior do planeta Terra. Hidráulica Aproveitamento da energia cinética contida no fluxo de massas da água dos rios. Em 2016 a matriz energética mundial, de acordo com o Internatinal Energy Agency (2018), consumiu menos de 30% atribuído às energias sustentáveis, oriunda de biomassa, hidráulica, solar, eólica, maré e geotérmica.No Brasil, a matriz elétrica é um pouco diferente da mundial, pois consome-se cerca de 65% de energia por 2 fonte hidráulica, e somados energias eólica, solar e de biomassa, totalizam mais de 80% de energia renovável consumida e produzida no país (SANTOS, 2018). A energia eólica é definida pela energia cinética composta pelo movimento das massas de ar (ventos), de acordo com a ANEEL (2006). Esse tipo de energia vem sendo utilizada pelos homens, há mais de 300 anos, iniciado no século XIX, era aplicada para moer grãos, transportar mercadorias e bombear água. Ela está em crescente evolução, tornando-se referência como alternativa de energia sustentável, fortemente ligada às questões de mudanças econômicas, fatores naturais favoráveis e interesses governamentais, em vista disso, ela vem sendo empregada na matriz elétrica em diversos países (GAVIOLI, 2018; CICHELERO,2019). A capacidade instalada de produção e consumo de energia eólica vem aumentando consideravelmente. Com base em dados da GWEK (2016), a potência mundial alcançou a marca de 54,6 GW. No contexto nacional, o Brasil, possui 14,7 GW instalados, sendo o quinto país que mais instalou energia eólica em 2017. Figura 01 – Evolução da energia eólica no Brasil. Fonte: SANTOS, 2018. Os primeiros estudos foram feitos no Nordeste, principalmente, nos estados do Ceará e Pernambuco. Em 1998 a primeira versão do Atlas Eólico da Região Nordeste foi realizada.De acordo com os estudos da ANEEL (2003), os ventos são mais predominantes nas praias, nas plantações, morro, campo aberto, entre outros. O crescimento da fonte eólica no Brasil tem sido expressivo, mas se analisarmos seu potencial, ainda temos muito a explorar, pois o país tem potencial de 300 GW de 3 geração eólica, o que corresponde a 2,2 vezes a matriz elétrica brasileira (GAVIOLI, 2018). Portanto, é incontestável o crescimento da fonte eólica no país nas últimas décadas, sendo hoje uma fonte consolidada e estima-se que até 2023 o Brasil atinja algo em torno dos 20GW de capacidade instalada (CICHELERO, 2019). A energia eólica não se limita apenas a grandes parques eólicos, nem a imensas estruturas de metal, mas pode ser também projetada para pequenas residências ou para propriedades em local afastado, feitos com materiais reaproveitados, como ocorreu em The Boy Who Harnessed the Wind (O menino que descobriu o vento), filme de 2019. 1.1 AEROGERADORES Os aerogeradores (turbina eólica ou Sistema de Geração Eólica), são utilizados para converter a energia cinética do vento em energia elétrica (SILVA, 2019).Nele encontram-se partes essenciais para o seu funcionamento,como descrito na tabela a seguir. Tabela 02 – Componentes Básicos de um Aerogerador. Fonte: ATLANTIC – Energias Renováveis S.A., 2016. Componentes Utilidades Pás Captam o vento, convertendo sua potência ao centro do rotor. Rotor Elemento de fixação das pás que transmite o movimento de rotação para o eixo de movimento lento. Torre Elemento que sustenta o rotor e a nacele na altura apropriada ao seu funcionamento. Nacele Compartimento instalado no alto da torre composto por caixa multiplicadora, freios, embreagem, mancais, controle eletrônico e sistema hidráulico. Caixa de transmissão Tem a função de transformar as rotações que as pás transmitem ao eixo. Gerador Converte a energia mecânica do eixo em energia elétrica. Anemômetro Mede a intensidade, a velocidade e a direção do vento. 4 Possui também dois tipos básicos de turbinas eólicas, as de eixo vertical e as de eixo horizontal, explicitado na Fig. 02. Figura 02 – Modelos de turbinas eólicas. Fonte: DUPONT; GRASSI; ROMITTI; 2015. Na tabela a seguir estão descritos os exemplos de hélices de um aerogerador, respectivamente. No estudo de caso, será aplicado o Rotor Savonius, visto que, possui o melhor aproveitamento da energia para o sistema de menor escala. Tabela 03 – Modelos de turbinas eólicas. Fonte: DUPONT; GRASSI; ROMITTI; 2015; SILVA, 2019. Modelo Descrição Rotor Savonius Aerogerador de eixo vertical composto por duas pás onduladas, em formato de “S” (figura 2a). Gerar energia com pouco vento e suporta ventos turbulentos. Silencioso, é ideal para áreas urbanas, porém possui baixa eficiência. Rotor Darrieus Aerogerador de eixo vertical com pás arqueadas (figura 2b). Também aplicável em áreas urbanas, utilizado em níveis de potência maior e a necessidade de um sistema de aceleração inicial, por conta de ruídos. Rotor horizontal Aerogerador de eixo horizontal com hélices tripá, são alinhados com a direção do vento e o modelo mais utilizado (figura 2c). Em aplicações de pequeno porte, não existe controle ativo das pás ou mecanismos de frenagem, tornando-o ruidoso e inadequados para locais com ventos turbulentos. 5 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar um sistema de aproveitamento de energia eólica, constituído por materiais recicláveis em sua estrutura, para acionar os dispositivos das luzes de emergência. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Realizar o estudo de viabilidade econômica, através de levantamento dos preços unitários de todo material utilizado. 2. Reutilizar materiais das embalagens de tetra pak e pallets. 3. Identificar a velocidade e direção dos ventos da região, através de site meteorológico. 4. Identificar prováveis impactos ambientais, mediante as consequências pré- estabelecidas nos estudos bibliográficos. 5.Projetar a maquete na escala de 1:125. 3. METODOLOGIA 3.1 LOCALIZAÇÃO A faculdade São Salvador localiza-se Rua Prof.a Guiomar Florence, R. da Polêmica, 191/192 - Parque Bela Vista, Salvador - BA, 40279-030, na qual apresenta as condições necessárias para a implantação do projeto, assim como, também diminui o impacto visual gerado. Figura 03 – Localização da Faculdade São Salvador. Fonte: Google Earth, 2019. 6 O aerogerador será instalado no telhadoe o controlador de carga, bateria e inverso, ficara dentro da instituição, com suas respectivas estruturas de proteção. Figura 04 –Vista superior da área de instalação do aerogerador. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. Figura 05 – Área de instalação do sistema do aerogerador. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. 3.2 ESTUDO DOS VENTOS De acordo com os sites, Weather Spark e Windfender, baseadas em observações feitas entre 07/2012 a 08/2019, diariamente das 7 a.m. às 7 p.m., na região soteropolitana, a velocidade média dos ventos variam de 12,8 km/h a 14,9 km/h. Figura 06 –Velocidade média dos ventos em Salvador. Fonte: Weather Spark, 2019. 7 Obtendo direção, predominantemente, leste. Com ocorrência de maior intensidade, nos meses de maio a dezembro, tendo 8 de agosto, como o dia de maior intensidade dos ventos no ano. Figura 07 – Direção média dos ventos em Salvador. Fonte: Weather Spark, 2019. No entorno da instituição, na qual a turbina eólica será implementada, apresenta uma média de 18 km/h (5 m/s) dos ventos, com direção lés-sudeste (WINDFENDER, 2019). Figura 08 – Tempo (vento dia 22/09/2019). Fonte: Windfender, 2019. 8 3.3 ESTRUTURA FÍSICA Figura 09– Desenho 2D do aerogerador e sistema. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. 9 Figura 10 – Torre de sustentação. Fonte: Tecnobird, 2019. Hastes de aço, responsável pela sustentação e ligação das pás ao motor, com 3,20 m de altura e 16 cm de circunferência. Figura 11– Modelo das pás. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. Para captar a energia contida nas massas de ar e converte-las em energia mecânica, serão utilizadas pás baseadas no modelo Rotor Savonius, de eixo vertical, pois conseguem gerar energia com pouco vento, ao mesmo tempo que suporta ventos turbulentos; silencioso, ideal para áreas urbanas. Construída com 6m de comprimento, 2m de largura, 135° de inclinação e 6mm de espessura. E confeccionada, fundamentando-se processo utilizado na fabricação das telhas ecológicas de tetra pak, as hélices do aerogerador segue a mesma ideia. As caixas serão recolhidas através de reciclagem, separado as partes de plástico e papel, restando apenas o fragmento de alumínio, que constituirá todas as pás. Figura 12 – Parafuso. Fonte: Obramax, 2019. 10 Parafuso de cabeça sextavada e rosca inteira de aço, com 8mm, responsável pela fixação das pás na torre. Figura 13 – Caixa multiplicadora. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. Caixa multiplicadora produzida a partir da junção da engrenagem cônica e da engrenagem brother hl 7050n, permitirá a aplicação da energia mecânica ao motor para produzir energia elétrica. Figura 14 – Motor. Fonte: Mercado livre, 2019. Motor, modelo sugar, com medida de 37mm. Equipamento de corrente continua, com eixo adaptado para conexão com a hélice, é responsável por receber a energia mecânica e converte-la em energia cinética, que posteriormente será armazenagem em uma bateria. Figura 15 – Fio. Fonte: Leroy Merlin, 2019. 11 Fio de cobre de 2,5 mm², ideal para condução de energia, separado em duas cores para facilitar identificação, seguindo a Norma Brasileira – NBR 5410:2008, de Instalações elétricas de baixa tensão. Figura 16 – Controlador de carga. Fonte: Neo Solar, 2019. Controlador de carga 30a 12e24vPwm C/ Lcd Usb, apresentando mediadas de 205 x 119 x 67 mm. É responsável pelo controle de entrada e saída das cargas, proteger a bateria de sobrecarga ou que sejam descarregadas profundamente, garantindo que toda a energia produzida pelo motor, seja armazenada com maior eficácia nas baterias. Figura 17– Bateria. Fonte: Reis Baterias, 2019 Bateria estacionaria DF500, medindo 175 x 175 x 175 mm. Fonte adequada para o armazenamento da energia produzida. Nela a energia será direcionada a um inversor de carga. Figura 18 – Inversor de carga. Fonte: Lojasamericanas, 2019. 12 Inversor de energia 1500w altera A Cc 12v paraCa 110 / 220v, medindo 255 x 110 x 60 mm. Equipamento dc/ac, converte a energia armazenada na bateria, de corrente continua para corrente alternada. Figura 19 – Dispositivo de emergência. Fonte: Mercado Livre, 2019. Lâmpada padrão para sistemas elétricos, responsável pela sinalização de segurança (saídas de emergência), de 2 watts de potência, composto por um conjunto de 30 leds, com medidas de 200X50X30mm. 3.4 ESTRUTURA DE PROTEÇÃO Todos os equipamentos utilizados na construção do aerogerador necessitará de estruturas protetoras, para salvaguardar a interinidade física dos materiais, impedir que molhe, devido às chuvas, e evitar contado de pessoas não autorizadas a tocar nos equipamentos. As estruturas serão montadas de materiais recicláveis como: embalagens tetras pak, latas de alumínio e pallets de madeira, expostos nas figuras a seguir. Figura 20– Estrutura de proteção do aerogerador. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. A primeira proteção possui um formato de caixa, com 4m³, feito com embalagens tetras pak e latas de alumínio. Responsável pela proteção da torre, das hélices, da caixa multiplicadora e do motor, localizara-se no telhado a instituição. 13 Figura 21 – Estrutura de proteção do sistema. Fonte: Elaboração do autor, 2019. A segunda proteção será feita a partir da reutilização de pallets industrial e comercial, feito a partirda madeira de Pinusspp ou Eucalyptussppque,do modelo PBR2,com 1,00 x 1,20 cm de cumprimento. Responsável pela proteção do controlador de carga, da bateria e do inversor. 3.5 VIABILIDADE ECONÔMICA O estudo de viabilidade econômica é essencial para minimizar o risco em qualquer tipo de investimento. Ele é de fundamental na criação de um projeto, pois tem como objetivo apresentar a viabilidade ou não do projeto, ou seja, realizar o cálculo do tempo de retorno, comparação entre o resultado obtido e o quanto vai ser economizado ao longo de um determinado tempo (NANDI, 2019). No que se refere às alternativas renováveis de energia, o Brasil dificuldades no quesito de implementação dessas novas tecnologias e fontes. Isso acontece a fonte está em desenvolvimento no país e, na maioria das vezes encontra-se um mercado limitado junto a essas tecnologias, influenciando diretamente no custo e no preço final. Atualmente, nos grandes parques eólicos, a implementação da energia, custa em torno de 3.350.00(R$/KW), com tendência de diminuir nos próximos 10 a 15 anos (NASCIMENTO; ALVES, 2016). Em vista de se obter um projeto economicamente viável, foram analisados dois orçamentos prévios, através do e-commerce, dos materiais necessários para a implementação do aerogerador, dispostos nas tabelas abaixo. 14 Tabela 04 – Orçamento 1. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. MATERIAL FORNECEDOR QUANT. VALOR (R$) Tubo cilíndrico Struturar 1 688,00 Parafuso 8mm Mega Lojista 35 2,50 um. Embalagem tetra pak Reciclagem 28.500 0,00 Engrenagem cônica Azanelli 1 67,90 Engrenagem brother hl 7050 n Mercado Livre 1 30,00 Motor Baú da eletrônica 1 539,91 Fio 2,5 mm Santil 600 m 88,00(100m) Controlador de carga Neo Solar 1 519,00 Bateria estacionaria Lojas Americanas 1 430,50 Inversor de energia Banggood 1 176,77 Lâmpadas de emergência Mercado Livre 20 45,80 un. Lata e alumínio Reciclagem 32 0,00 Pallets Reciclagem 5 0,00 Alicate LojadoMecanico 1 17,92 Martelo LojadoMecanico 1 19,23 Prego 22x48 Extra 1 Kg 12,38 Chave de fenda Lojas Americanas 1 9,60 Fita isolante Lojas Americanas 10 4,95 um. TOTAL (R$) 3.552,30 Obs.1: Todas as quantidades dos matérias foram definidas através de uma média. Obs. 2: A cada 1,8m² são utilizadas 1.900 embalagens tetra pak, no total serão 3 pás com 9m² cada uma, resultando em 27m², ou seja, 28.500 caixas de leite. 15Tabela 05 – Orçamento 2. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. MATERIAL FORNECEDOR QUANT. VALOR (R$) Tubo cilíndrico Metaltec 1 532,00 Parafuso 8mm CCP Parafusos e Ferragens 35 1,40 um. Embalegam tetra pak Reciclagem 28.500 0,00 Engrenagem cônica Mercado Livre 1 58,00 Engrenagem brother hl 7050 n Satec 1 20,66 Motor Lojas Americanas 1 139,00 Fio 2,5 mm Amazona 600 m 82,90 (100m) Controlador de carga Lojas Americanas 1 74,48 Bateria estacionaria Braspower Comercial 1 379,90 Inversor de energia Lojas Americanas 1 134,79 Lâmpadas de emergência Shopfire 20 23,50 un. Lata e alumínio Reciclagem 32 0,00 Pallets Reciclagem 5 0,00 Alicate Lojas Americanas 1 15,90 Martelo Magazine Luiza 1 10,90 Prego 22x48 CCP Parafusos e Ferragens 1 Kg 11,54 Chave de fenda Casadomecanico 1 7,12 Fita isolante C&C Casa e Construção 10 2,99 um. TOTAL (R$) 2.430,59 Após a análise dos valores obtidos, constatou-se que o segundo orçamento é o mais viável economicamente. 3.6 VIABILIDADE AMBIENTAL Apesar da energia eólica ser sustentável, assim como outras fontes de energia, naturais ou não, apresenta falhas no quesito de gerar algum tipo de impacto ao meio ambiente, dentre essas falhas estão: 16 Tabela 06– Energia eólica e seus impactos ambientais. Fonte: TERCIOTE, 2002. IMPACTO DEFINIÇÃO Impacto sobre a fauna Os pássaros, principalmente, podem vir a colidir com a estrutura devido à dificuldade de visualização, o que pode ocasionar o desaparecimento ou até mesmo a extinção de algumas espécies. Ruídos Barulho, som ou poluição sonora não desejada ocasionada pelo sistema eólico (turbina). Interferência eletromagnética Os grandes parques eólicos podem causar interferência nos sinais de comunicações. Uso da terra (ou espaço) As turbinas e torres eólicas ocupam um amplo espaço, mas atividades agrícolas podem ser mantidas em seu entorno. Quando aplicado a espaços limitados, o uso do espaço pode ser um fator agravante. Impacto visual Os parques eólicos devem ser instalados em áreas livres, pois podem provocam reações positivas ou negativas. No estudo de viabilidade ambiental apresenta-se os impactos ambiental causados pela implementação do projeto e como minimiza-los. Dessa maneira, constatou-se que: é ambientalmente viável, pois constitui-se por partes de embalagem tetra pak, pallet e lata de alumínio, que são matérias recicláveis; e o principal impacto causado pelo aerogerador é o impacto visual, provocado, principalmente, pela estrutura de proteção do sistema que ficará dentro da instituição, pois pode causar reações negativas por parte dos estudantes, professores e funcionários. Dessa forma, para minimizar o problema gerado, será montado um jardim vertical nos pallets utilizados na estrutura (exemplificado na figura abaixo), podendo utilizar plantas como: cactos, jiboia e suculentas, pois seu desenvolvimento é favorável em ambientes semi-sombreados (internos ou externos) e não precisam de muita irrigação, é necessário apenas regar uma vez por semana. 17 Figura 22– Jardim vertical em pallets. Fonte: Decor Fácil, 2019. 4 RESULTADOS 4.1 ENERGIA PRODUZIDA A energia recuperável do vento está associada a energia cinética do vento ao atravessar uma determinada superfície (S), obtida através da formula de potência do vento. Na qual: P – Potência (W); p – densidade do ar; S – área varrida pelo rotor (m); v – velocidade do vento (m/s). 𝑃 𝑣𝑒𝑛𝑡 = 1 2 × 𝑝 × 𝑆 × 𝑣3 Obtendo 675 W, como resultado da potência do vento. Porém a energia não pode ser inteiramente recuperada pelo aerogerador, pois há evacuação do ar turbinado, introduzindo-se assim, o coeficiente de Cp do cálculo de potência. 𝐶𝑝 = 𝑃𝑡 𝑃𝑣 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑡𝑢𝑟𝑣𝑖𝑛𝑎 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑛𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 0,4 = 𝑥 670 = 670 × 0,4 ≅ 270 𝑊 Sendo assim, 270W o valor real da energia recuperada do vento. O coeficiente de potência (Cp) foi introduzido pela teoria de Betz, no qual indica que, mesmo para os melhores aproveitamentos eólicos (turbinas de 2 ou 3 pás de eixo horizontal) recupera-se no máximo 59% da energia do vento. Para aplicação real, o coeficiente é de ordem 0,1 a 0,4, mínimo e máximo respectivamente. 𝑃 𝑑𝑖𝑠𝑝. 𝑚𝑖𝑛. = 1 2 × 0,1 × 1,2 × 9 × 53 = 67,5𝑊 (0,07𝐾𝑊) 𝑃 𝑑𝑖𝑠𝑝. 𝑚𝑎𝑥. = 1 2 × 0,4 × 1,2 × 9 × 53 = 270𝑊 (0,27 𝐾𝑊) 18 Tabela 07 – Aplicação do coeficiente de potência. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. Cp=0,1 Cp=0,2 Cp=0,3 Cp=0,4 67,5 W 1,6m 1,1m 1,9m 0,8m 270 W 3,3m 2,3m 0,9m 1,6m Utilizando as seguintes formulas para se obter os resultados da tabela acima, possuindo então, 1,6 metros como o melhor resultado, pois capitará a energia tanto com intensidade mínima quanto máxima. 𝐶𝑝 = 𝑃 1 2 × 𝑝 × 𝑠 × 𝑣3 𝑅 = √ 𝑆 𝑟 Portanto, a produção tem a capacidade de acender uma média de 200 lâmpadas, visto que cada uma consome 2W e o aerogerador produz até 270W, mas para o início do projeto serão utilizadas apenas 20 lâmpadas de emergência. Considerando o valor de energia que o aerogerador produz e que pode ser utilizado, converte-se o W para KW/h, utilizando a seguinte equação, na qual o valor de P= exponenciais mínimo e máximo,em relação ao tempo, em dia, mês e ano. 𝐸 ( 𝐾𝑤 ℎ ) = 𝑃 (𝑊) × 𝑡(ℎ) 1000 Obtendo os resultados da produção de energia em KW/h, representados no gráfico abaixo. Gráfico 01 – Produção da energia em KW/h. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. 19 Com o intuito de saber o valor (em reais) do kwh produzido no período, multiplica-se o valor produzido do kwh por R$0,6011283, preço cobrado pela Coelba, apresentando assim, os resultados explicitados no gráfico a seguir. Gráfico 02 – Produção em reais por período. Fonte: Elaboração dos autores, 2019. 4.2 ECONOMIA Considerando dados extraídos do site da Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, foram analisados o valor cobrado pelo kwh e o consumo de energia da instituição, para criar uma base média do consumo e dos valores pagos. Tabela 08 – Média de consumo. Fonte: Coelba, 2019. TEMPO KWH VALOR (R$) Dia 2.103 1.263,70 Mês 63.070 37.913,18 Ano 756.840 454.958,16 O valor cobrado pelo kwh é de R$ 0,6011283, para se obter o resultado diário, mensal e anual, tira-se a média dos valores pagos e divide ou multiplica pelo tempo. Com o valor em reais divide pelo valor do KWH. Assim se obtém os KWH consumidos em cada período. Como resultado, a porcentagem de economia será de: 0,3% por dia 0,51% por mês e 0,51% ao ano. 20 Gráfico 03 – Economia de energia em relação ao tempo (%). Fonte: Elaboração dos autores, 2019. 4.3 RETORNO DO INVESTIMENTO Com o objetivo de analisar o investimento, considera-se o Pay-back, que consiste em calcular o tempo de retorno do investimento inicial, em anos, meses, semanas ou dias. Tendo o segundo orçamento como o mais viável economicamente, com o valor de R$ 2.430,59, o tempo de retorno desse investimento será de 1 ano e 7 meses. 𝑃𝑎𝑦𝐵𝑎𝑐𝑘 = 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 4.4 DURABILIDADE DOS MATERIAIS As partes do aerogerador é em sua maioria formada por equipamentos elétricos, sendo assim, eles requerem manutenção periodicamente, com o propósito de durar mais de 10 anos. Na parte em que são utilizados materiais recicláveis, como as hélices e as estruturas de proteção, as feitas com a embalagem de tetra pak duram em média 30 anos, assim como os pallets de mateira e as latas de alumínio. 5 DISCUSSÕES Os raios solares abrangem toda a superfície terrestre, tornando-se responsável pela derivação de fonte direta da energia, a solar, e de fontes indireta, 21 em quase todas as outras formas de energia (hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseise energia dos oceanos) (NASCIMENTO, ALVES, 2016). Quando se trata das fontes sustentáveis mais populares, a energia solar e a eólica estão no topo do ranking, pois podem ser facilmente introduzidas na matriz energética. O Brasil apresenta grande vantagem para a implementação dessas energias, pois em todo seu território possui grande incidência solar e movimento constante das massas de ar, principalmente nas regiões costeiras e de serra. Mas a energia solar ainda é pouco utilizada comparada a seu potencial de expansão, sendo apenas 0,1% da matriz elétrica. Enquanto a eólica chega a 6,8%da matriz elétrica nacional, de acordo com a SANTOS, 2018. Ainda que sejam obtidas pela mesma origem, as energias eólicas e solares, possuem características diferentes. A energia solar pode ser aproveitada de duas formas: sistemas de altas temperaturas e sistemas de coletores solares. No segundo sistema, para se produzir a energia, converte-se a luz direta em eletricidade utilizando uma célula fotovoltaica, fabricada com material semicondutor, que em sua maioria é feito de silício. Na eólica, a energia é obtida através de aerogeradores, formado por estruturas de grande, médio e pequeno porte. (NASCIMENTO; ALVES, 2016; NANDI, 2019). Para construir seus sistemas, a solar utiliza-se apenas placas fotovoltaicas e um inversor, para transformar a tensão e frequência para valores específicos do aparelho. E a eólica, exige uma serie de componentes para o seu funcionamento, como hélices, rotor, torre, nacele, caixa de transmissão, gerador e anemômetro. Por isso, elas apresentam custo elevado para a produção, as placas são o que deixa a fonte de energia solar mais cara, chegando a custa 5.100,00 (R$/KW), em contrapartida a energia eólica custa em média 3.350,00(R$/KW), mas ambas possuem tendência a diminuir nos próximos 10 a 15 anos (SHAYANI; OLIVEIRA; CAMARGO, 2006; NASCIMENTO; ALVES, 2016; NANDI, 2019). Dentre essas diferenças, elas dispõem de pontos positivos e negativos, apresentados na tabela abaixo. 22 Tabela 09 – Energia solar e eólica, pontos positivos e negativos. Fonte: SHAYANI; OLIVEIRA; CAMARGO, 2006; NANDI, 2019. ENERGIAS PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS SOLAR Não libera gases poluentes, necessidade mínima de manutenção, não emite ruídos, pode ser utilizado de maneira remota e em lugares de difícil acesso, possui vida útil longo, passando mais de 30 anos. Emite substancias tóxicas durante a produção de insumos necessários para a construção das placas, não podem ser utilizados durante a noite e nem em períodos chuvosos. EÓLICA Pode ser usado em situações extremas com muito ou pouco vento, retorno financeiro a curto prazo, utilizado de dia ou de noite. Se for de médio a grande porte produz ruídos e pode ameaçar as aves caso implantado em rotas migratórias, modificam a paisagem, gera impacto visual. Em vista dos pontos apresentados sobre a energia solar e a energia eólica, na instituição Faculdade São Salvador (estudo de caso), percebeu-se que a melhor fonte de energia a ser utilizada para acender os dispositivos de emergência, é através da energia eólica. Visto que, essa fonte de energia, pode ser reproduzida em pequena escala e em qualquer lugar, a custo acessível e aproveitando materiais recicláveis, além de conseguir ser utilizada em qualquer hora do dia. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, a relação entre o crescimento populacional e o meio ambiente está em constante colapso. São necessárias mudanças do paradigma social para amenizar os danos ambientais causados. Para isso vem sendo adotadas medidas de redução na emissão dos gases poluentes, como CO2, incluindo, principalmente, o setor elétrico, usando como medida alternativa as energias sustentáveis. Uma das fontes mais utilizadas quando se pensa em energias renováveis, é a energia eólica. No Brasil ela representa mais que 6% da matriz elétrica, com o potencial de crescimento nos próximos anos. 23 Com o objetivo de avaliar um sistema de aproveitamento de energia eólica, foi elaborado um aerogerador constituídos por embalagens de tetra pak, para acionar o sistema de emergência da instituição de ensino, Faculdade São Salvador. Localizada na Rua da Polêmica Nº 192, Parque Bela Vista, no entorno da instituição apresenta-se ventos de 18 km/h (5 m/s) com direção lés-sudeste, no qual é favorável para o movimento das hélices. A estrutura física do aerogerador é composta por: torre de sustentação, pás, caixa multiplicadora, motor, controlador de carga, bateria e inversor de energia, com estrutura de proteção para salvaguardar o aerogerador e seu sistema. Esse sistema aproveitará em média de 270 W, baseando-se no coeficiente de potência que foi de 1,6m correspondente ao valor mínimo e máximo do CP, 01 e 0,4, respectivamente. A viabilidade econômica e ambiental são pontos significativos e fundamentais para a elaboração do projeto. O investimento necessário ficou com um valor aproximado de R$ 2.430,60 e o tempo de retorno do investimento fica em torno de 1 ano e 7 meses, de acordo com o método Pay-back simples. A vida útil do sistema terá em média 10 anos conforme a manutenção periódica dos materiais elétricos, e os materiais reciclados duram em média 30 anos. Com a implementação do sistema terá uma redução na conta de energia de 0,3% por dia e 0,51% por mês e por ano. Na viabilidade ambiental constatou-se que há pontos positivos, pois as hélices serão constituídas com embalagens tetra pak e a estrutura de proteção com pallet de madeira. Mas apresenta o impacto visual como ponto negativo, gerado pela estrutura de proteção que ficará dentro da instituição, para minimizar esse impacto, será feito um jardim vertical com cactos, jibóias e suculentas. Dessa forma, conforme a análise de custos e ecossistêmica, junto aos resultados pertinentes, o sistema torna-se eficiente e constituirá positivamente para o meio ambiente. A energia eólica é uma fonte natural e renovável, ou seja, inesgotável, não emitente de gases poluentes do efeito estufa e aquecimento global, pode ser reproduzida em pequena escala e em qualquer lugar que tenha pouco ou muito vento, alem de poder ser utilizada a qualquer hora do dia, com ou sem chuva. REFERÊNCIAS ATLANTIC – Energias Renováveis S.A. Saiba como funciona o aerogerador, que transforma vento em eletricidade. 2016. Disponível em: 24 <http://atlanticenergias.com.br/saiba-como-funciona-o-aerogerador-que-transforma- vento-em-eletricidade/>. Acesso em: 16/09/2019. CALIJURI, M. do C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro. Elsevier. 2013. CICHELERO, N. B. Tecnologia, estado e mercado: um estudo sobre a energia eólica no Brasil. Porto Alegre. 2019. 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