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resumos importantes para enem

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Aparecida: Introdução 
Ao final dos anos 60 na maior parte do mundo, em especial nos Estados Unidos e o norte da Europa, surge o 
movimento ambientalista multifacetado e proativo, vinculado às lutas sociais e aliado à nova percepção popular de 
justiça ambiental. As ações coletivas, políticas e discursos ambientalistas são bastante diversificados sendo 
praticamente impossível considerá-los um único movimento. Assim, vale assinalar que o ambientalismo tem suas 
raízes nas várias manifestações realizadas em locais diferentes, aonde se chegou ao consenso de que era necessário 
organizar grupos destinados a tratar da questão ambiental nas suas várias dimensões. se faz necessário a distinção 
através de uma tipologia dos movimentos ambientais, e essa distinção é estabelecida entre ambientalismo e 
ecologia. O ambientalismo refere-se aos comportamentos e práticas coletivas que visam a mudança de percepção e 
atitudes entre a relação ser humano – ambiente natural, contrariando o paradigma social dominante. Em relação a 
ecologia, esta seria o ambientalismo na teoria, atendendo ao conjunto de crenças, teorias e projetos contemplando 
o ser humano em um ecossistema mais amplo, em uma perspectiva holística e evolucionária. Os ambientalistas têm 
se organizado e ganhado importância na medida em que mais e mais movimentos são reconhecidos na dimensão 
sociopolítica. Como forma de movimento instituído e reconhecido na dimensão política pode-se apontar as ONG’s 
que tem trabalhado a sensibilização da sociedade sobre a importância da conservação do meio ambiente para a 
sobrevivência das espécies, sobretudo da espécie humana. Embora um dos discursos do ambientalismo seja que 
devemos agir localmente para que seja transformada em global, a relação com a ciência e a tecnologia é bastante 
estreita e ambígua. Também devmos destacra a importância de reflentir destaca a importância de se refletir 
no tempo glacial, ou seja, pensar como será o futuro dos nossos netos e bisnetos dentro desse ambiente? Qual será 
a nossa herança para essa geração? Dentro dessa perspectiva, o conceito de desenvolvimento sustentável se adapta 
perfeitamente, afinal o bem estar da população e um meio ambiente ecologicamente equilibrado estão defendidos 
claramente na Constituição Federal no artigo 225, ou seja, é um direito de todos. 
 
O movimento ambientalista inicialmente foi impresso na história do homem pelos teólogos e filósofos, cujo 
pensamento se baseava neste sentido, em colocar foco sobre Deus e a natureza. E a primeira notícia específica trata-
se de Francisco de Assis (1181 a 1226), que reconhecidamente amava os animais e a natureza, embasando suas 
ideias na fraternidade e vivência do homem com respeito às outras criaturas da natureza (MIRAMEZ; MAIA, 1997). 
 
Ao século XVI remontam as primeiras questões do homem comum em relação ao contato estreito com a natureza, 
nas primeiras grandes navegações e ampliações das fronteiras mundiais para os continentes novos (HERCULANO, 
1992). Principalmente no choque cultural ocorrido em relação à cultura europeia e costumes com os ritos e relações 
com o meio ambiente percebido nos habitantes das terras do novo mundo. 
 
No ano de 1500 com a carta de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei de Portugal, na qual este relatava a natureza, os 
animais e a impressão causada pelos habitantes das novas terras recém “descobertas” pelos portugueses, é um 
marco documental nesta diferença de culturas e costumes (GOLDSCHEIDER, 1971). 
 
Mas foi no século XVIII que a revolução industrial e tecnológica intensificou esta preocupação na relação homem e 
natureza, pois com o advento das indústrias em grande quantidade começam a haver as manifestações evidentes na 
natureza e nos animais de que o ser humano estaria modificando os ambientes naturais de forma drástica (SATO, 
1996; CAVALCANTI, 1995). 
 
Com a revolução industrial na Inglaterra, temos o exemplo clássico das mariposas Biston betularia que existiam em 
maior quantidade na forma clara antes do advento da poluição pelas fábricas. E como nos mostra Darwin na seleção 
natural, estas mariposas foram selecionadas, pois os liquens nas cascas das árvores morreram por causa da poluição, 
e as mariposas brancas não puderam mais se camuflar nos liquens brancos, sendo vistas pelos pássaros que se 
alimentavam delas. Então a forma negra da referida mariposa passou a dominar numericamente a forma branca, 
chegando a representar 90% das mariposas (DARWIN, 2009). 
 
O movimento ambientalista organizado iniciou realmente após a triste ocorrência das duas bombas atômicas 
lançadas na segunda guerra mundial em 1945 em Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos. Pois foi a partir deste 
episódio que o ser humano percebeu o imenso potencial destruidor que podemos ter (PAUL, 1981. BLOT, 1978). 
Destruindo a natureza e todos os seres vivos que nos cercam, inclusive nós mesmos! 
 
O surgimento dos hippies nas décadas de 1960 e 1970 é considerado o movimento ambientalista mais suave e 
tranquilo de que se têm notícias. 
 
O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi 
adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos anos 60. 
O lema dos hippies era “paz e amor”! Adotavam um estilo de vida comunitário em comunhão com a natureza e as 
questões ambientais, que eram ideias respeitadas pela comunidade. Assim, como temas de religiões como o 
Budismo e o Hinduísmo. 
 
Em 1948 foi fundada na França a UICN, na época conhecida como União Internacional para a Proteção da Natureza 
(International Union for the Protection of Nature - IUPN). E em 1958 o nome da instituição foi modificado para União 
Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais com as siglas IUCN. 
Atualmente conhecida como UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza é a primeira organização 
mundial voltada para ações no sentido da conservação do meio ambiente. Autoridade líder em temas 
conservacionistas do meio ambiente e desenvolvimento sustentável (Site UICN). 
 
No Brasil o movimento ambientalista teve início na década de 1950 com ações de grupos ambientalistas e 
preservacionistas. A União Protetora do Ambiente Natural (UPAN) foi fundada em 1955 pelo naturalista Henrique 
Roessler no Rio Grande do Sul, e a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) é criada em 1958 no 
Rio de Janeiro concentrando atuações na preservação da fauna e da flora ameaçados de extinção (VIOLA; LEIS, 
1992). 
 
Na década de 1970 começam a entrar em vigor no Brasil entidades sem fins lucrativos, denominadas organizações 
não governamentais (ONGs) como a WWF que na data de sua criação era uma sigla que significava World Wildlife 
Fund, que em português se traduz como Fundo Mundial para a Natureza, mas atualmente devido ao simbolismo 
causado pela sigla WWF ao redor do mundo e pelo conhecimento das ações iniciadas em favor da natureza, a 
entidade é conhecida simplesmente por WWF, não sendo mais traduzida com nenhum significado literal. 
 
A primeira ação da entidade no Brasil aconteceu no Rio de Janeiro em 1971 com o projeto ‘Programa de 
Conservação do Mico-Leão-Dourado’, que é um dos projetos do gênero mais bem sucedidos do mundo. E a partir da 
década de 1980 vêm auxiliando projetos como o ‘Projeto Tamar’ e outros pelo Brasil (Site WWF). 
 
Em 1971 um grupo de ambientalistas e jornalistas sai do porto de Vancouver no Canadá, para protestar contra os 
testes nucleares realizados pelos Estados Unidos. Nascia o Greenpeace. Organização global e independente que atua 
para defender o meio ambiente e promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos. 
 
O Greenpeace é uma organização sem fins lucrativos que não aceita doações de governos ou partidos políticos. E a 
atitude de seus membros é pautada na não violência, utilizando-se de métodos criativos de confronto pacíficos para 
chamar a atenção do público para os problemas ambientais. Defendendo que a mudança de atitudes individuais 
podefazer uma grande diferença para o futuro do planeta (Site Greenpeace). No início da década de 1990 o 
Greenpeace inicia uma série de ações no Brasil, no sentido de proteger o meio ambiente. Dentre as ações do 
Greenpeace no Brasil podemos destacar as campanhas contra a entrada de lixo radioativo no país, provenientes de 
usinas nucleares de países desenvolvidos; a investigação sobre a exploração ilegal e predatória de madeira na 
Amazônia; o “Greenfreeze” que foi a campanha para a troca na utilização dos gases CFC (cloro-flúor-carbono) por 
outros que não causam danos na camada de ozônio; e a campanha dos transgênicos, exigindo a prova de que os 
organismos geneticamente modificados não causam danos à saúde humana e nem ao meio ambiente. 
 
Ainda em 1966 a Campanha pela Defesa e Desenvolvimento da Amazônia (CNNDA) é iniciada e em 1971 é criada a 
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN). 
 
Nesse ínterim começam a acontecer as conferências e encontros ambientalistas ao redor do mundo e a necessidade 
de normas e leis para assegurar o respeito à natureza e ao meio ambiente começam a se tornar visivelmente 
necessárias para evitar problemas ambientais. 
 
Coincidindo com os planos nacionais de desenvolvimento e instalação de indústrias poluentes e energético-minerais 
no Brasil, em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) com a função de gerir normas para a 
conservação do meio ambiente e o aproveitamento sustentável dos recursos naturais (CAVALCANTI, 1995). 
 
Com esta ação também são criadas agências ambientais para controle de poluição, como a Fundação de Engenharia 
do Meio Ambiente (FEEMA) no Rio de Janeiro e a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB) no 
estado de São Paulo (FERREIRA; FERREIRA, 1992). 
 
Entre os anos de 1975 a 1988, Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi um ativista 
ambiental brasileiro, seringueiro e sindicalista. Defendeu a preservação da Amazônia, do meio ambiente e dos 
seringais amazônicos. Conhecido mundialmente foi agraciado com o prêmio “Global 500”, oferecido pela ONU 
(Organização das Nações Unidas) pela sua luta em defesa do meio ambiente e da Amazônia. Foi assassinado a tiros 
no ano de 1988 por fazendeiros que eram contra as ações ambientais deste que é um símbolo brasileiro na luta pela 
preservação da floresta amazônica (SOJA, 1993).

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