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MARKETING SOCIAL E AMBIENTAL AULA 1 Prof. Angelo de Sá Mazzarotto 2 CONVERSA INICIAL Nesta rota buscamos desenvolver uma relação holística dos fatores que formam e influenciam a sociedade para uma melhor compreensão da importância da mudança de valores, percepções e hábitos. Abordaremos com mais profundidade o papel do indivíduo frente às questões de consumo e do seu compromisso pela busca de um estado de sustentabilidade socioambiental, o que implica, necessariamente, em desenvolvimento de uma responsabilidade social. Para uma melhor percepção do estado socioambiental em que vivemos, observemos a sociedade na era tecnológica: as consequências e implicações que esta tem em hábitos, valores, no posicionamento sociocultural e na relação entre homem e natureza. Sendo o modelo de desenvolvimento baseado na tecnologia, é possível fazer correlações dos problemas socioambientais atuais com a evolução social, reconhecendo que os aspectos predatórios que adotamos em nosso modelo de desenvolvimento é o precursor das crises sociais e ambientais que vivemos atualmente. Temos, por um lado, uma força de transformação representada por pesquisadores, sociólogos, ambientalistas, parlamentares, jornalistas, governantes, ONGs e cidadãos que representam todas as áreas de atividade e se mobilizam em prol do entendimento e soluções das demandas sociais pela aplicação de políticas públicas. Por outro lado, permanece uma visão míope diante da realidade, do descompasso da distribuição de renda e tantos outros processos que mantêm o descaso com as necessidades de mais de 50 milhões de cidadãos brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, além de tantas outras misérias humanas do cenário das dívidas sociais e colapsos ambientais. Não é mais possível fingir que nada está acontecendo, e que essa realidade não nos compete. A necessidade urge diante dos olhos e o tempo da sensação de “normalidade” passou. A dívida social é real e cresce a cada dia. Admitidamente o Estado não consegue resolver está difícil equação sozinho. No entanto, o que o marketing socioambiental pode fazer por esta questão e tantas outras – em um cenário no qual profissionais contribuem cada 3 vez mais com o sucesso de marcas, de posicionamento de líderes de mercado, de aumento no market share? Estes profissionais também podem ser inseridos no desafio da equidade social e do equilíbrio ambiental. Como expandir a cultura do “olhar para o lado”, sair do mundo supostamente protegido e mergulhar na realidade, e na construção gratificante do resgate social e recuperação ambiental? O propósito deste estudo é contribuir para a construção de entendimentos norteadores de ações sociais e ambientais efetivas de transformação de atitudes e realidades. Nosso foco é, portanto, o marketing socioambiental como um dos pilares na divulgação dos cenários sociais e ambientais, para que se estabeleça em sequência a mobilização, a conscientização e a transformação de cenário. CONTEXTUALIZANDO As práticas de responsabilidade social surgem da necessidade de atender às crescentes demandas sociais e da dificuldade de negar que as corporações presentes na sociedade têm uma obrigação neste cenário. Porém essas ações necessitam de uma compreensão da sociedade que não é usual no meio coorporativo, e isto justifica as dificuldades que as organizações têm em atuar com responsabilidade social. O que fazer? Como fazer? Onde fazer? Por que fazer? Essas questões com frequência devem ser respondidas por profissionais que atuam com marketing socioambiental. No intuito de apresentar justificativas para desenvolver uma campanha ou projeto social, busque argumentos que defendam a importância da atuação com responsabilidade socioambiental, desenvolva um release para apresentar em uma reunião de abertura de projeto, com o intuito de convencer os diretores a investirem. PESQUISE A SOCIEDADE TECNOLÓGICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA SUSTENTABILIDADE A compreensão do conceito de Sociedade Tecnológica e a análise das implicações socioambientais dela decorrentes, implicam na correta conceituação de tecnologia e de técnica, em que podemos pensar que a mudança da técnica para a tecnologia não é uma simples situação de graduação ou desenvolvimento 4 das técnicas propriamente ditas, mas sim, à condição socioeconômica em que a tecnologia é colocada, e o que diferenciaria a tecnologia da técnica seria a sua base científica. TEMA 1 – DA CAÇA À AGRICULTURA O surgimento das primeiras técnicas está ligado à satisfação das necessidades primárias do homem nômade, que necessitava de procedimentos simples e rudimentares para resolver questões de segurança e de alimentação para a interação com a natureza circundante. O nomadismo impedia o acúmulo de bens. Com foco na vida itinerante, o nômade explorava os recursos naturais na quantidade certa para a sua sobrevivência em cada ambiente em que se fixava. Integrado ao meio ambiente e com os olhos no horizonte, sua passagem não constituía ameaça à natureza. A vida itinerante produzia intervalos favoráveis à renovação dos recursos naturais utilizados para a perpetuação da espécie. Tal objetivo foi atingido por estas populações por mais de 40 mil anos. Há 10 mil anos, iniciou-se a difusão das técnicas do plantio, da colheita e de armazenamento. A mudança de hábitos e da cultura geral trouxe a fixação dos povos em terras conquistadas, herdadas ou cedidas por lideranças. A estrutura social hierarquizada e a distribuição do trabalho se desenvolveram conforme os valores e as necessidades dos núcleos de poder. Friedrich Engels, em sua obra A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1884), apresenta bem o surgimento da fase, em que “a família passa a ser patriarcal com o surgimento de novos valores voltados para o acúmulo de bens a hereditariedade, a valorização do sangue, a submissão da mulher e sua condição monogâmica, e a valoração do homem pelos seus bens materiais”. A sociedade, sob essa nova concepção, organiza-se em uma estrutura estratificada, cujos valores basilares são a hierarquização dos homens por bens acumulados e poder, a hierarquização do conhecimento e sua submissão ao poder e a riqueza. Surgem duas características na estrutura social que persistem até hoje: a concepção de massa predominando sobre a concepção de indivíduo, e aformação das classes dominantes em detrimento das classes dominadas. Estas últimas se submetem aos processos produtivos e sociais e aos métodos de 5 trabalho e de consumo ditados pelas políticas e estratégias das classes dominantes. A partir deste momento, a dinâmica social estabelece uma relação predatória do homem pelo homem, e da natureza pelas estruturas do poder e pelos grupos por ela comandados. A tecnologia tal qual conhecemos hoje, conforme Eduardo Kruger (2001), surgiu após o século XVII, com o aparecimento da ciência moderna, ou seja, trata-se de um saber fazer baseado em teoria e experimentação científica, sendo difícil dividi-la claramente nestas duas. “A reunião da técnica com a disciplina científica atinge um alto nível de generalidade e de sistematização quando se desenvolvem processos próprios de trabalho o que, e segundo alguns pesquisadores franceses contemporâneos, é exatamente aí que se dá a transição da técnica para a tecnologia” (GAMA 1986, p. 85). As primeiras sociedades tecnológicas começam a surgir, no século XIX, e envolveram grande parte das economias mundiais, tendo como foco principal o automatismo. Com o fortalecimento da tecnologia nas práticas humanas de produção e subsistência, ocorreram profundas mudanças na vida social, econômica, política e ambiental, tais como o surgimento de um grande número de pessoas sem função e a sua consequente exclusão social. Paralelamente a isso, a produção industrial entra em ritmo cada vez mais veloz, os produtos são desenvolvidos ou redesenhados a cada nova demanda do mercado consumidor, o tempo de sobrevida do conceito e das funções do produto é cada vez menor e a competição mais e mais acirrada. Ocorre então a globalização, que promove a ampliação do cenário externo para empresas e comunidades, forçando a sua adaptação e a busca de conformidades nos padrões mercadológicos, legais e culturais a todas as partes do mundo. O tempo de resposta permitido nesta corrida é cada vez menor e a tecnologia avança com via única para permanência no mundo dos negócios nacionais e internacionais. Os valores humanos nas relações de trabalho, nas relações sociais e nas relações com a natureza, há muito comprometidos na estrutura social, cedem lugar à exploração ampla e veloz de todos os recursos disponíveis. A construção dos processos produtivos e mercadológicos determina a formação de novos 6 valores e objetivos de vida. O modelo econômico define as políticas e as práticas da educação e de todos os segmentos da sociedade. Esta verdade antiga serve-se da tecnologia como recurso de fortalecimento do poder e de manutenção da estrutura social hierarquizada e da exploração pelo capital em detrimento da vida humana e da vida no planeta. A diferença entre o ontem e o hoje e entre o antigo e o atual domínio do modelo econômico no mundo está apenas nas dimensões de tempo e espaço em que os fenômenos ocorrem. Com a tecnologia, a velocidade dos processos e as distâncias ultrapassadas são maiores, porém, o foco nos resultados a qualquer custo permanece o mesmo. Percebe-se que o caminho do desenvolvimento proposto para a sociedade tecnológica submete a natureza aos caprichos dos gestores do modelo econômico, os quais promovem a desigualdade social, desde o acesso à educação e saúde, ao conhecimento e à qualidade de vida. Países inteiros são privados dos benefícios da técnica e da tecnologia. É uma época de instabilidade social e ambiental prestes a despertar um novo dilúvio semelhante ao relato bíblico que varreu vidas e propriedades em seu tempo, sem perguntar nomes. Somos uma sociedade em que os pobres morrem de fome e os ricos morrem de medo. Existe, entretanto, um potencial de mudança, uma estrutura emergente que haverá de recriar um novo cenário universal onde o melhor de ontem e o melhor de hoje, guardados na memória da espécie e na memória de cada um, façam reflorescer a nossa grande casa – o planeta Terra – e a dignidade humana em meio a essa crise socioambiental. TEMA 2 – A CRISE SOCIOAMBIENTAL As tecnologias de grande escala vigentes em nossa época pressupõem a existência de organizações globais e de sistemas industriais, com uma movimentação de grades quantidades de recursos naturais e energia, fazendo- nos lembrar do princípio de Francis Bacon: da natureza deve ser retirado tudo que for necessário para o desenvolvimento da humanidade nem que seja feito sob tortura. Na história do desenvolvimento da sociedade, vem se confirmando que as técnicas ou tecnologias aplicadas em larga escala, que apoiam uma economia que utiliza os recursos naturais em elevadíssimos volumes, contribuem segundo Kruger (2001) para o agravamento da crise ambiental, por intensificar a produção 7 de lixo e de poluentes, além da exaustão das reservas naturais – principalmente dos recursos não renováveis. O complexo tecnológico e industrial tem, em sua natureza, características como a irreversibilidade na adoção de novas tecnologias, a velocidade e quantidade em que inovações e produtos são disponibilizados no mercado, assim como a impossibilidade de prever os efeitos deste processo, o que impede a avaliação antecipada dos potenciais efeitos da aplicação destas inovações tecnológicas, como a utilização de sementes geneticamente modificadas. A respeito dos efeitos deste desenvolvimento, o entomologista e curador do Smithsonian Institute, Terry Erwin, citado em KRUGER (2001), avisa sobre o risco de uma possível extinção em massa, não do mesmo modo em que ocorreram as anteriores, como o da era glacial, mais sim uma abrupta redução da biodiversidade nunca presenciada na história do nosso planeta. Para evitar esta situação, devemos minimizar os impactos da adoção de novas tecnologias e de forma consciente rejeitar aquelas que possam causar danos irreparáveis – exemplo disso são os testes nucleares. Comparando com os sistemas naturais muitas das tecnologias empregadas não respeitam alguns princípios básicos, como a adoção de limites, uma vez que nenhuma técnica deva sobrepor a obrigação da manutenção do necessário equilíbrio, e tal condição compromete a sustentabilidade e coloca a tecnologia contra a natureza. Outras tecnologias, que cientistas e estudiosos contemporâneos descrevem como brincadeiras de roleta russa com a humanidade estão sendo desenvolvidas. E sob quais critérios? Nos grandes canais de comunicação são frequentes as reportagens alertando-nos aos perigos de novas tecnologias, como o cultivo de alimentos transgênicos, já bastante discutido, por conta de suas implicações decorrentes do cultivo em larga escala, como problemas alergênicos, riscos à biodiversidade e problemas sociais rurais pelo monopólio das grandes multinacionais. No mesmo sentido, somos alertados sobre tecnologias ainda mais devastadoras, como o uso da nanotecnologia e a criação de robôs replicantes; a tecnologia de aceleração de partículas, capaz de criar uma partícula com peso atômico milhões de vezes maior que o ouro e que poderia atrair toda a massa ao seu redor, criando algo parecido com um buraco negro, aumentando o seu 8 tamanho numa proporção catastrófica, conforme informações do professor e pesquisador da Universidade de Cambrige, Mertin Rees. Para muitos, esses alertas parecem anúncios de filme de terror ou de ficção científica, ainda muito longe de nossa realidade, da mesma forma como já foi um dia a bomba atômica e seu poder de destruição. E qual é o objetivo primordial da tecnologia? Não seria o de auxiliar o homem na difícil tarefa da sobrevivência, possibilitando um maior desenvolvimento de seus potenciais sem resultar em longo prazo, uma dependência da máquina? O que percebemos, contudo, é a perda gradual da autonomia e do domínio do homem criador sobre seus inventos, indicando um domínio da tecnologia.Este pensamento pode ser mais bem compreendido no exemplo do automóvel. A criação do primeiro automóvel foi saudada devido à grande utilidade entrevista neste invento. Não apenas tomou-se possível percorrer maiores distâncias do que a pé ou em carroças puxadas por tração animal, mas também passou a haver maior tempo disponível para que as pessoas "desenvolvessem seus potenciais". A partir desta nova invenção, cidades se desenvolvem em função das novas possibilidades de locomoção humana: o que antes era feito a pé, hoje só é possível através de automóveis. O que deveria promover maior liberdade ao homem toma-o dependente, gera stress e não significa necessariamente uma economia de tempo, se lembrarmos da situação antes da introdução daquela tecnologia, com comunidades pequenas desenvolvendo atividades dentro de pequenas distâncias. Isso sem mencionarmos os danos ambientais relacionados à queima de combustíveis fósseis a substituição de uma necessidade de locomoção por um desejo de aquisição de carros às vezes, mais potentes e incrementados. Entretanto, não podemos ser simplistas a ponto de negar as características positivas da introdução do automóvel em nossas vidas, como o aumento da mobilidade, a facilidade no transporte de cargas, além das vantagens socioeconômicas relacionadas à indústria automobilística de um modo geral. (KRUGER 2001, p.39) Não temos o intuito de levantar uma bandeira contra a tecnologia, e de forma alguma idealizar grupos que sejam contrários a ela; o que questionamos são seus usos, objetivos e os benefícios não compartilhados. Sem dúvida poderíamos listar inúmeras conquistas benéficas da tecnologia, principalmente no campo da medicina no afã de melhor atender aos pacientes e tentar curar enfermidades. A medicina começou a sentir a influência marcante da tecnologia a partir da virada do século XX, entretanto, ao final da idade média e início da 9 idade moderna, o sopro renovador de ideias já se fazia sentir nesta área. Assim, os anatomistas, livres da opressão da inquisição começaram a poder dissecar cadáveres e a acumular mais conhecimentos sobre o corpo humano. William Harvey demonstrou a circulação sanguínea no século XVI, Antonj van Leeuwenhoek conseguiu desenvolver um microscópio rudimentar no século XVII, Laennec demonstrou a importância da ausculta no diagnóstico e desenvolveu o estetoscópio no século XVIII. Estes são alguns exemplos dos primeiros passos da evolução tecnológica da medicina. (FURTADO 2006) Não se pode criticar de forma gratuita a tecnologia, pois não é difícil comprovar seus benefícios na medicina; assim como na vida moderna, fica evidente a sua importância como propulsora de desenvolvimento e de soluções para enfermidades – da mesma forma como ocorreu em muitas outras áreas. TEMA 3 – A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA SOCIOAMBIENTAL Vários acontecimentos têm contribuído para o desenvolvimento da consciência ambiental, norteadora das ações para a sustentabilidade e qualidade da vida humana como descritos por Pádua e Tabanez em seu livro Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. O pensamento sustentável e a discussão socioambiental, conforme concebemos, datam do século XIX. O ano de 1854 é considerado um marco histórico para os ecologistas e ambientalistas: foi quando o chefe indígena Seattle enviou ao governo norte- americano uma histórica correspondência em resposta à tentativa deste de comprar terras dos nativos. A profundidade do conteúdo da carta pode ser percebida neste trecho: "Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à Terra acontecerá aos filhos da Terra”. Outro episódio marcante para os ambientalistas foi o lançamento do livro O Homem e a Natureza, do norte-americano George Perkins Marsh publicado em 1864, que destaca o perigo das atividades humanas predatórias. Na produção literária, em relatos de cientistas e em estudos apresentados em conferências – que serão mencionadas posteriormente – há afirmações de que eventos da natureza e desastres ambientais têm grande participação no processo de evolução da consciência ambiental pelo seu efeito de mobilização social e política. 10 Como o ocorrido em Londres, a capital da Revolução Industrial, que em 1952 foi atingida pelo smog, um fenômeno causado pela poluição industrial e que matou milhares de pessoas. Logo depois disso, dois outros eventos foram relacionados a esse episódio, como afirma o pesquisador da história da Educação Ambiental, Genebaldo Freire Dias. Primeiro na Inglaterra, com o surgimento de debates sobre a qualidade ambiental, o que promoveu a sanção da Lei do Ar Puro, em 1956; o outro se deu nos Estados Unidos, em 1960, com o aparecimento do ambientalismo, que possibilitou uma reforma no ensino de ciências, acrescentando a temática ambiental, mesmo que de forma ainda discreta (PÁDUA e TABANEZ 1997). Outro evento importante para a evolução da consciência ambiental foi a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorreu em meio a um clima hostil entre os países ocidentais e o bloco soviético no período da Guerra Fria. Outro acontecimento importante e da mesma época foi a assinatura, em 10 de dezembro de 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Pádua e Tabanez, em sua obra Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil, relatam muitos dos principais acontecimentos que impulsionaram a educação ambiental e a ideia de sustentabilidade. No quadro a seguir são apresentados alguns trechos retirados do livro, que ilustram o desenvolvimento do pensamento socioambiental no mundo. QUADRO 1: Eventos em ordem cronológica que promoveram o pensamento preservacionista no mundo Ano Acontecimento Resultado 1945 Criação do termo environmental studies. Utilizada pelos profissionais de ensino na Inglaterra. 1948 Conferência internacional realizada na cidade francesa de Fontainbleau. Surgiu a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). 1953 Estudos do ornitólogo americano Eugene Odum com a colaboração de seu irmão Howard. Lançamento do livro Fundamentos da ecologia. 1962 A jornalista norte-americana Rachel Carson descreve a forma predadora de atuação dos setores produtivos e as tragédias que já estavam acontecendo. Lançamento do livro Primavera Silenciosa. 11 1962 O francês Jean Dorst alerta: "O homem apareceu como um verme numa fruta, como uma traça num novelo de lã, e roeu seu habitat". Lançamento do livro Antes que a natureza morra. Anos 1960 Movimento hippie. Surge o slogan “paz e amor”. 1968 Auge da instabilidade. Em todos os continentes surgem movimentos propondo uma nova maneira de agir. Ocorrem grandes mobilizações, como a "Revolução Estudantil de Maio", na França, e a "Primavera de Praga", na Tchecoslováquia. 1965 Conferência de Educação na Universidade de Keele (Inglaterra). Usou-se pela primeira vez a expressão “educação ambiental”. 1968 Movimentação na Inglaterra. Foi criado o Conselho para Educação Ambiental. 1968 A convite do empresário Arillio Perccei, preocupado com as questões econômicas e ambientais, trinta pessoas de dez países, dentre elas pedagogos, industriais, economistas, funcionários públicos, humanistas, entre outros, foram instigados por uma ideia desafiadora: debater a crise daquele momento e futura da humanidade. Desse encontro nasceu o "Clube de Roma", que produziu uma série de relatórios de enorme impacto. Um deles chamado Limits to Growth ("Os limites do crescimento") foi publicado em 1972, causou enorme impacto entre a comunidade científica, por apresentar cenários catastróficos de como seria o planeta, caso persistisse o padrão de desenvolvimento vigente na época. Fonte: Baseado em Pádua e Tabanez. Como reflexo do impacto do primeiro relatóriodo "Clube de Roma" e dos movimentos da década de 1960, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou, entre 5 e 16 de junho de 1972, em Estocolmo (Suécia), a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, atraindo delegações de 113 países, sendo o Brasil um deles. Pontos de destaque O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); A Declaração da ONU sobre o Ambiente Humano, que no artigo 19 diz: "É indispensável um trabalho de educação”; Recomendação da criação do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA). 12 Na sequência, outros eventos importantes ocorrem. Em 1975, uma reunião com 65 países em Belgrado (ex-Iugoslávia, atual Sérvia) deu origem à Conferência de Belgrado. Logo depois, em 1977, na cidade de Tbilisi (ex-URSS, atual Geórgia), acontece a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental, sem a participação brasileira por problemas diplomáticos. Este evento ocorreu a partir de uma parceria entre a UNESCO e o Programa de Meio Ambiente da ONU (PNUMA) recentemente criado. O encontro teve como resultado a criação das definições, dos princípios, dos objetivos e das estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental, que foram adotadas no mundo e estão vigentes até hoje. A Conferência foi um grande marco para a Educação Ambiental, obtendo vários resultados precursores de outros eventos. Em Moscou (Rússia), tem lugar a Conferência Internacional de 1987, que teve como tema a Educação e Formação Ambiental; o evento Rio-92; a Conferência Nacional de Educação Ambiental, em dezembro de 1997; e a Conferência de Thessaloniki (Grécia) (Pádua e Tabanez, 1997). TEMA 4: A PERCEPÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES Tais acontecimentos, que parecem ser intrínsecos à nossa sociedade tecnológica, interferem na percepção socioambiental. A continuidade destes movimentos configura um cenário real e constante na percepção das novas gerações, que veem os bosques, os rios e florestas como arranjos artificiais, complementos que emolduram as indústrias, os prédios, as favelas e as torres de transmissão de rádio e energia. Outros elementos passam a fazer parte dessa nova natureza e reconhecidos como naturais, como centrais térmicas, refinarias petrolíferas, siderúrgicas e fábricas de cimento, assim como os veículos automotores, que estão entre os maiores agentes poluidores, pois emitem grande quantidade de monóxido (CO), de dióxido de carbono (CO2), de dióxido de enxofre (SO2) e os hidrocarbonetos gasosos. (GEO BRASIL 2002) As consequências de toda essa modificação antrópica da paisagem são inúmeras; podemos citar a perda de 3 milhões de vidas humanas do total de 55 milhões de mortes por ano, devido à poluição atmosférica, conforme apresentado no relatório GEO Brasil (GEO Brasil, 2002). 13 Outros problemas socioambientais ocorridos no Brasil são de igual grandeza, como o da Mata Atlântica, que hoje só conta com 7% da área original, as intervenções predatórias que ocorrem no Cerrado, na Caatinga, nos manguezais, nos campos, no pantanal e por fim na Floresta Amazônica, que vem sofrendo bárbaras transformações. O cerrado, por exemplo, apresenta a maior velocidade de alteração promovida por incentivos fiscais às práticas agrícolas. (GEO Brasil, 2002). Na região amazônica temos extração de madeira como um dos maiores problemas. De lá se extrai praticamente 80% da produção nacional de madeira em tora, o que responde por 40% das exportações brasileiras de madeira. Somente em 1996 foram exportados 71.166 metros cúbicos de madeira serrada, gerando divisas da ordem de 447 milhões de dólares (MMA, 2000). Anualmente, mais de 120.000 m3 de mogno proveniente da América Latina ingressam no comércio internacional, dos quais os Estados Unidos importam 76.000 m3, ou 60% do comércio global. A extração de plantas medicinais, vedete dos contrabandos, também é outra ameaça à flora brasileira. Estima-se que em 1994 o mercado de fitoterápicos tenha movimentado a cifra de US$ 355 milhões no Brasil; além destes, dentre os inúmeros problemas ambientais poderíamos listar a introdução de espécies exóticas, como as abelhas-africanas (Apis mellifera scutelatta), que provocaram mortes e acidentes devido à sua agressividade; o caramujo-africano (Achatina fulica), espécie introduzida recentemente, e que fez parte dos noticiários como um animal extremamente predatório e também vetor de doenças e contaminações, provocando enormes prejuízos (GEO Brasil 2002). Para saber mais: Leia o relatório ambiental GEO Brasil 2002, disponível no link <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/publicacoes/livros/geo_brasil_2002.pdf>. Todos esses acontecimentos, de forma isolada ou não, com repercussões globais ou locais em certo grau, contribuem de alguma forma, seja por temor ou por conscientização, para a construção da consciência socioambiental. Porém o aprendizado com os erros e com as situações de calamidade não atingem a sua potencialidade por razões evidenciadas nos movimentos ambientalistas e na busca por soluções por terem que enfrentar os entraves políticos, como citou 14 Fritjof Capra, em palestra proferida em Curitiba em 2004. As soluções dos problemas sociais e ambientais não ocorrem pela falta de tecnologia, e sim pelo desinteresse político. Tal citação é confirmada pela atitude e posicionamento de alguns países frente às resoluções do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, e que determina que os países industrializados deveriam cumprir suas metas de redução de emissão dos gases de efeito estufa; contudo, ainda em 2016 pouco de efetivo foi realizado. Agora, com a adesão da Rússia, o protocolo entra em vigor, quase uma década depois, como se fosse algo não emergencial. “Quantos bilhões ou trilhões”, poderíamos dizer sem exagero, de toneladas de dióxido de carbono, foram lançadas nessa delonga americana em nome do “sonho americano” tido como prioridade, acima das vidas humana e do planeta. O desenvolvimento tecnológico, como é concebido, traz em estreita relação inúmeras implicações socioeconômicas e ambientais, conduzindo uma reflexão sobre os limites e sobre a relação desejos versus necessidades. Por outro lado, o discurso ambientalista, que surge desta mesma consciência impõe, cada vez mais, uma adequação dos padrões de desenvolvimento adotados e referenciados no capitalismo, como visto em certificações ambientais como o “selo verde”, “mercado verde” etc. Apesar de todas essas discussões, eventos e decisões, pouco se alterou no caminho do desenvolvimento, segundo as concepções surgidas na revolução industrial e fortalecidas pelo capitalismo. Como exemplo disso podemos ver, nas curvas de tendências relativas registradas no setor da indústria automotiva, um problema bastante grave pelas implicações socioambientais características. Mesmo após os relatos e reflexões produzidos pelo primeiro relatório do Clube de Roma, o que se constatou foi uma inobservância dos riscos apresentados; na contramão dos avisos, a frota de automóveis aumentou significativamente, assim como o consumo de combustíveis fósseis, mesmo com os inúmeros alertas sobre o aquecimento global. Se analisarmos em um contexto geral perceberemos que os problemas não podem ser encarados como sendo de responsabilidade unicamente das nações que os geraram ou dos países desenvolvidos, pois as consequências dos danos não se limitam às suas fronteiras. Pelo desenvolvimento dos sistemas socioculturais, conforme Laszlo, citado por Kruguer, estes iram passar em um futuro para um sistema único de Estados-nações ou global. 15 Independentemente de qual sistema teremos, agora ou em um futuro próximo, deverão ser criados mecanismos para garantir a estabilidade e/ou sustentabilidade. Para isso, será crucial a adoção de um mecanismo de homeostase global, que permitaagir como elemento regulador do sistema sociocultural. Esta teoria apoia-se na confirmação da ineficácia dos tratados internacionais e de suas reais efetivações, vide o Protocolo de Kyoto e o não atingimento das metas estabelecidas há décadas. Para tanto, acreditamos que haja a necessidade de uma reconstrução da ética socioambiental na qual o marketing, por meio de sua extensão socioambiental, terá um importante papel para a introdução e manutenção de valores éticos no mercado, com novas percepções sobre o consumo, sobre o papel da responsabilidade socioambiental e também no compromisso individual de fazer o melhor com foco no ambiente global e no bem comum. TEMA 5 – O CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL No Brasil também se percebe a evolução nas ações de seu povo para o resgates e equilíbrio no convívio em um sistema global. A assinatura, sem restrições, da declaração da ONU sobre o meio ambiente humano foi um dos passos trilhados nessa evolução socioambiental. Um ano após a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que atua dentro do Ministério do Interior, sob o comando do professor Nogueira Neto; este foi o primeiro órgão nacional do meio ambiente, tendo como atribuições ações para o controle da poluição e o desenvolvimento das práticas para a educação ambiental. A SEMA participou também da Conferência Internacional de Tbilisi, em 1977, após reunir um grupo de especialistas para produzir o primeiro documento oficial do governo brasileiro sobre o tema. Assinado pela Secretaria Especial do Meio Ambiente, e pelo Ministério do Interior, o documento "Educação Ambiental" já introduzia princípios e objetivos para o setor. A evolução da implantação da Educação Ambiental no Brasil foi composta por vários acontecimentos e conquistas importantes, os quais foram precisamente relatados no livro Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil, de Pádua e Tabanez. A seguir apresentamos um importante trecho do livro, o qual recomendamos a leitura na íntegra. 16 Personagens como a psicóloga e educadora Isabel Cristina Moura Carvalho, também contribuíram para essas reflexões. Ela "pintou o clima" da época num capítulo do livro "Educação Ambiental - Caminhos Trilhados no Brasil", contando que a década de 80 foi "a década dos movimentos sociais". Na mesma década, em 1987, a Comissão Brundtland lançou um relatório com o nome de "Nosso Futuro Comum" (Our Common Future)". Quando o relatório da Comissão Brundtland foi lançado, o Brasil vivia o calor dos debates constitucionais. No ano seguinte, 1988, foi promulgada a nova Constituição Federal, com um capítulo inteiramente dedicado ao meio ambiente, que colocou nossa Lei Maior entre as leis mais completas do mundo, especialmente no que se refere à área ambiental. O artigo 225, que se inicia com estas palavras: “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo, para o bem das atuais e futuras gerações”. Inciso VI do capítulo cria a obrigatoriedade da "educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente." Em abril de 1981, foi promulgada uma lei que já menciona a educação ambiental. É a Lei Federal 6.902, de abril de 1981, que estabeleceu novos tipos de áreas de preservação ambiental, entre as quais as Estações Ecológicas, destinadas à realização de pesquisas e à educação ambiental. Quatro meses depois, em agosto de 1981, promulgou-se a primeira lei que coloca a Educação Ambiental como um instrumento para ajudar a solucionar problemas ambientais. É a mais importante lei ambiental do Brasil, que institui a "Política Nacional do Meio Ambiente" (Lei Federal no. 6.938/81). Em relação à EA, o texto já impõe que ela seja ofertada em todos os níveis de ensino. Mas há outras definições que precisam ser conhecidas para quem atua na área ambiental, como, por exemplo, a definição do Sistema Nacional do Meio Ambiente, e a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), um órgão com poder para propor normas ambientais, com força de lei. Em 12 de outubro de 1988, o governo brasileiro lançou o programa "Nossa Natureza" que, como expõe o relatório governamental "O Desafio do Desenvolvimento Sustentável", em fevereiro de 1989, o Governo Federal criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e em 1991 o Brasil publicou o relatório "O Desafio do Desenvolvimento Sustentável”, preparado pelo governo brasileiro para a ONU. O Governo Federal também foi influenciado pelo ritmo ascendente da Educação Ambiental. A cronografia preparada pelo professor Genebaldo Freire Dias para seu livro "Educação Ambiental: princípios e práticas". A Carta Brasileira para a Educação Ambiental, produzida no workshop coordenado pelo MEC, destacou, entre outros, que deve haver um compromisso real do poder público federal, estadual e municipal, para se cumprir a legislação brasileira visando à introdução da EA em todos os níveis de ensino. O Tratado de 17 Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, resultante da Jornada de Educação Ambiental, colocou princípios e um plano de ação para educadores ambientais (Pádua e Tabanez, 1997, p. 52) Compromisso da Conferência Rio-92 Em 1992 o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, evento mundial conhecido como Rio-92, ou Eco- 92. Como resultado deste encontro destaca-se um importante documento: a Agenda 21, assinado por 178 países. É importante ressaltar que nunca houve uma ação que reunisse tantos chefes de Estados de uma só vez. Esse documento contém centenas de propostas práticas para garantir a preservação do Planeta Terra para as futuras gerações. Junto a estes acontecimentos devemos reconhecer o efeito social e político dos desastres citados a seguir: Episódios como o acidente com o Césio-137 em Goiás, em 1987, que fez as autoridades do Brasil repensarem os perigos da radioatividade. O derramamento de óleo na Baia de Guanabara no Rio de Janeiro, junto a inúmeros vazamentos ocorridos no Brasil. As alterações climáticas como as provocadas pelo El Nino. O tornado Catarina. A estiagem na região mais úmida do país, a Floresta Amazônica. Inundações. As erosões que resultam em prejuízos na ordem de 7 bilhões de reais por ano, segundo o relatório GEO Brasil 2002. O ar que se torna cada vez mais nocivo à saúde humana e à vegetação. A poluição industrial no rio Guaíba, no Rio Grande do Sul que, em 2006, matou milhares de peixes, promovendo um desastre socioambiental de grande extensão. O rompimento da barragem de Samarco. Todos esses eventos nos cobram reflexões, mudanças e ações emergenciais e, ao mesmo tempo, são irônicos em relação a paradoxos inexplicáveis em outras épocas, como é o caso de regiões que ao mesmo tempo sofrem pela falta de água e pelos efeitos das inundações. 18 E, assim, o homem compõe um cenário surrealista que impressionaria o próprio Salvador Dali, no qual aves não podem voar por causa de uma capa de óleo, o céu acinzentado que antes trazia chuva hoje indica períodos de queimada, a falta de comida em um país de solo fértil, e a ausência de peixes em diversos de nossos lagos, rios e vasta costa marítima. TROCANDO IDEIAS Pesquise exemplos de ações práticas que as empresas adotam em seus projetos de responsabilidade socioambiental. O importante é analisar, primeiramente, é a que demanda ou carência social estes projetos estão preocupados e procuram atender. NA PRÁTICA Com o intuito de desenvolver uma campanha de marketing institucionalpara ser lançada no dia 5 de julho do ano seguinte, uma organização não governamental que atua na América do Sul contra a desnutrição infantil, solicitou ao seu escritório que elabore um branding, utilizando valores da educação ambiental. Para resolver, siga os passos a seguir: a. Entenda o que é branding e procure alguns exemplos. b. Busque elaborar uma lista com definições e conceitos sobre Educação Ambiental. c. Busque informações sobre os aspectos históricos e as principais contribuições da educação ambiental no mundo e na América do Sul. d. Leia os relatórios da conferência de Tbilisi, os livros Educação ambiental: Caminhos trilhados no Brasil, e Implantação da educação ambiental no Brasil, disponível neste link <http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/me001647.pdf>. Como resultado – que deverá ser apresentado na primeira reunião com a ONG – espera-se uma lista de princípios, conceitos e exemplos de ações de educação ambiental. 19 Síntese de uma resolução a. Branding é um conjunto de possibilidades que podem proporcionar soluções que a marca de uma empresa precisa para superar dificuldades do mercado ou até para fortalecer a sua imagem institucional. Sua ação é composta pelo incremento de valores à marca ou por um reposicionamento entre outras medidas. b. Educação Ambiental (EA): A EA é construída pela ideia de uma educação que seja contínua, multidisciplinar e que considere o meio ambiente em sua totalidade, que trabalhe a cooperação, que compreenda os problemas ambientais e que contextualize a sociedade e o meio ambiente, dentre outros. c. Os maiores problemas socioambientais da américa Latina são a pobreza, a depredação da natureza para tentar gerar renda, a desigualdade social, a violência, a ignorância e a utilização abusiva dos recursos naturais. d. Muitos dos princípios da educação ambiental podem ser aplicados no desenvolvimento de práticas e na construção de valores de uma organização. A educação ambiental pode balizar a construção da nova imagem de uma organização ou empresa, assim como fortalecê-la. SÍNTESE Tantos podem ser os motivos da nossa existência, e tantas são as crenças! Esperamos que o desafio da mudança, que é imprescindível, se estabeleça como prioridade de toda a sociedade. Sair da zona de conforto para o autoconhecimento, para a aplicação de potencial e de talentos diante da quantidade, da qualidade e dos propósitos das ações socioambientais a serem realizadas, a nosso ver, é o que restabelece a crença do sentido maior da vida humana. É necessário buscarmos, com visão otimista, mecanismos, técnicas e ferramentas que nos auxiliem e nos proporcionem um norte favorável à existência humana. Desta forma, no decorrer da rota foram apresentados o alto significado do papel do marketing socioambiental e suas bases teóricas, que mais tarde iriam inspirar a criação das suas ferramentas de reconstrução de valores, hábitos e atitudes de responsabilidade e sustentabilidade socioambiental, assim como a evolução da ética da sustentabilidade, que se 20 apoia nos princípios da educação ambiental e nos resultados dos eventos que produziram reflexões sobre a importância da mudança. Toda ação de marketing ou de gestão aplicada a uma empresa que objetive estabelecer uma postura a favor da sustentabilidade, deve obrigatoriamente se apoiar nas conquistas de todos esses acontecimentos. Para começar, fica o convite para modificarmos o foco do individual para o coletivo. REFERÊNCIAS GAMA, R. A tecnologia e o trabalho na história. São Paulo: Edusp, 1986. GEO Brasil 2002: perspectiva do meio ambiente no Brasil. Brasília: ed. IBAMA, 2002. PÁDUA, S. M; TABANEZ, M. F. (orgs.). Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. Brasília: FNMA/IPE, 1997. ENGLES, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. ed. Riod e janeiro: Civilização Brasileira, 1984. KRUGER. E. Desenvolvimento e meio ambiente, n. 4, p. 37-43, jul./dez. 2001. Editora da UFPR.
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