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Taxas de câmbio e conversão das demonstrações contábeis

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Taxas de câmbio e conversão das demonstrações contábeis
Prof.ª Stephanie Kalynka
Descrição
Efeitos das taxas de câmbio nas transações em moedas estrangeiras,
nas operações no exterior e na conversão das demonstrações
contábeis.
Propósito
Identificar os registros necessários na contabilidade das transações em
moeda estrangeira e aplicar a conversão das demonstrações contábeis.
Objetivos
Módulo 1
Normatização e reconhecimento de
transações em moeda estrangeira
Identificar os registros necessários na contabilidade referentes às
transações em moeda estrangeira.
Módulo 2
Conversão das Demonstrações Contábeis
Aplicar a conversão das demonstrações contábeis.
A globalização trouxe várias consequências no âmbito empresarial,
dentre elas, o acesso a produtos, serviços, investimentos e
financiamentos de empresas de fora do país no qual a empresa
está inserida, dando, portanto, abertura para que transações em
moeda estrangeira e operações no exterior ocorram entre as
entidades.
Essas consequências da globalização fizeram com que a
Contabilidade também buscasse atender os registros dessas
transações em moeda estrangeira e essas operações no exterior,
pois não faz sentido que uma empresa tenha em seus registros
contábeis lançamentos de fatos com moedas diferentes de seu
país de origem.
A Contabilidade precisa, então, converter os valores referente a
essas transações e operações, assim como ocorre quando
efetuamos compras fora do Brasil e, na fatura de cartão de crédito,
os valores são convertidos em reais.
No entanto, para que essa conversão no âmbito empresarial ocorra,
os profissionais contábeis precisam seguir algumas regras, postas
pela Norma Brasileira de Contabilidade — NBC TG 02 — que trata
dos efeitos das taxas de câmbio nas transações em moeda
estrangeiras e da conversão das demonstrações contábeis.
Então, para que você entenda como deve proceder no âmbito
empresarial com os registros dessas transações e operações, o
convido a acessar esse conteúdo e mergulhar nesse universo.
Introdução
1 - Normatização e reconhecimento de transações em moeda
estrangeira
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os registros necessários na
contabilidade referentes às transações em moeda estrangeira.
Normatização de transações em
moeda estrangeira
Relevância da normatização de transações em
moeda estrangeira
A globalização trouxe para nós, pessoas físicas, muitas possibilidades,
permitindo, por exemplo, uma interação com o mundo como um todo.
Para as empresas, esse processo de expansão econômica, política e
cultural também trouxe muitos reflexos, possibilitando, dentre outras
coisas, realizar transações e operações no exterior.
Por conta dessas infinitas possibilidades criadas pela globalização, a
Contabilidade precisou se adaptar e criar normas que também orientam
sobre os registros e apresentações de transações e operações que
ocorrem no exterior.
Você ja ouviu falar na norma NBC TG 02?
A NBC TG 02 é uma das normas que orienta os profissionais contábeis
em operações. Trata dos efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e
conversão das Demonstrações Contábeis.
Essa norma é importante para os profissionais contábeis, pois ela
orienta acerca de como incluir transações em moeda estrangeira e
operações no exterior nas demonstrações contábeis das empresas e
como converter as demonstrações contábeis para moeda de
apresentação.
Ou seja, a NBC TG 02 mostra como devemos registrar e apresentar
transações como compra e venda no exterior, como mensurar e
reconhecer empréstimos realizados fora do país, dentre outras
atividades que são realizadas em moeda estrangeiras.
Agora, para iniciarmos nossa discussão sobre o assunto, vamos
entender alguns termos e seus respectivos conceitos.
Termos aplicados
Muitos termos aparecem quando o assunto é transações em moeda
estrangeira e operações no exterior nas demonstrações contábeis. Por
isso, é importante entendermos cada item, para que haja assertividade
na atuação profissional.
Vamos entender, então, os termos principais que são abordados na NBC
TG 02.
Moeda funcional
A moeda funcional representa a moeda do ambiente econômico
principal em que a entidade opera. Podemos dizer que o ambiente no
qual a empresa normalmente opera é aquele que ela gera e despende
caixa, ou seja, onde as operações da entidade acontecem.
De acordo com a NBC TG 02, a empresa deve considerar alguns fatores
na determinação de sua moeda funcional, sendo eles:
Primeiro fator
A moeda:
(i) que mais influencia os preços de venda de bens e serviços
(geralmente, é a moeda na qual os preços de venda para seus bens e
serviços estão expressos e são liquidados); (ii) do país cujas forças
competitivas e regulações mais influenciam na determinação dos
preços de venda para seus bens e serviços.
Segundo fator
A moeda que mais influencia fatores como:
Mão de obra, matéria-prima e outros custos para o fornecimento de
bens ou serviços (geralmente, é a moeda na qual tais custos estão
expressos e são liquidados).
As empresas brasileiras que operam aqui no Brasil, por exemplo,
possuem como moeda funcional o Real. No entanto, a NBC TG 02
também apresenta alguns aspectos que podem servir como evidências
para determinar a moeda funcional da entidade, veja:
Primeiro aspecto
A moeda por meio da qual são originados recursos das atividades de
financiamento (exemplo: emissão de títulos de dívida ou ações).
Segundo aspecto
A moeda por meio da qual os recursos gerados pelas atividades
operacionais são usualmente acumulados.
As empresas apresentam a sua moeda funcional em suas notas
explicativas. Por exemplo, a empresa brasileira Lojas Renner S.A, que
opera na Bolsa de Valores, publicou em suas notas explicativas do ano
de 2020 que possui como moeda funcional o Real, visto que suas
operações ocorrem no Brasil. Veja, a seguir, a divulgação realizada pela
empresa em suas notas explicativas.
As demonstrações são apresentadas em
Reais (R$), moeda funcional da Companhia,
com os saldos arredondados para o milhar
mais próximo, exceto quando indicado de
outra forma.
Para as controladas do exterior que atuam
em ambiente econômico estável e possuem
moeda funcional distinta da Controladora, as
demonstrações do resultado são convertidas
para Reais pela taxa de câmbio média
mensal, os ativos e passivos são convertidos
pela taxa final e os itens do patrimônio
líquido são convertidos pela taxa histórica.
Para as controladas que atuam em ambiente
de Economia hiperinflacionária, os saldos de
ativos, passivos e resultado acumulado são
convertidos pela taxa final.
(Notas Explicativas da empresa Lojas Renner no
ano de 2020.)
Veja que, além de apresentar a sua moeda funcional, a empresa Lojas
Renner S.A cita, em suas notas explicativas, que, para as controladas do
exterior, as demonstrações são convertidas. Isso representa uma
operação no exterior e, nesse caso, requer conversão das
demonstrações contábeis, pois a empresa controla outras empresas do
exterior.
Vamos para outro exemplo de empresa brasileira, mas agora a moeda
funcional não é o Real. Estou me referindo à empresa brasileira Embraer
S.A, que apresentou como moeda funcional o Dólar, visto que seu
principal ambiente econômico é os EUA. Vamos analisar as notas
explicativas da empresa apresentada em 2020.
A moeda funcional de uma empresa é a
moeda do principal ambiente econômico em
que ela está inserida e deve ser a moeda que
melhor reflete seus negócios e operações.
Com base nessa análise, a Administração
concluiu que o Dólar dos Estados Unidos da
América (“US$” ou “Dólar”) é a moeda
funcional da Controladora e esta conclusão
baseia-se na análise dos seguintes
indicadores:
• Moeda que mais influencia os preços de
bens e serviços. Trata-se da moeda em que o
preço de venda de seus bens e serviços são
expressos e liquidados;
• Moeda do país cujas forças competitivas e
regulamentos mais influenciam os negócios
da Controladora;
• Moeda que maisinfluencia custos para
fornecimento de produtos ou serviços, ou
seja, a moeda em que normalmente os
custos da Controladora são expressos e
liquidados;
• Moeda em que normalmente a Controladora
capta os recursos das atividades financeiras,
e em que normalmente recebe pelas suas
vendas e acumula caixa.
(Notas Explicativas da empresa Embraer no ano de
2020.)
Veja que, mesmo sendo raras as exceções, podem existir empresas
brasileiras que não tenham o Real como moeda funcional, como é o
caso da Embraer S.A.
Moeda estrangeira
A moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da
entidade. Em uma entidade que possui a moeda funcional como o Real,
por exemplo, todas as demais moedas são consideradas estrangeiras.
Para a empresa Lojas Renner S.A, todas as moedas diferentes do Real
são moedas estrangeiras. Já para a Embraer S.A, todas as moedas
diferentes do Dólar são consideradas moedas estrangeiras.
Moeda de apresentação
A moeda de apresentação representa a moeda na qual as
demonstrações contábeis são apresentadas. As empresas brasileiras
precisam apresentar suas demonstrações contábeis na moeda do país,
logo no Real.
É comum que a moeda funcional coincida com a moeda de
apresentação, mas não é regra. A empresa Embraer S.A, por exemplo,
mesmo tendo sua moeda funcional, o Dólar, precisa apresentar suas
demonstrações contábeis utilizando o Real, precisando, nesse caso,
converter as demonstrações contábeis, pois sua moeda de
apresentação é o Real.
De forma resumida, temos que, na elaboração das demonstrações
contábeis, cada empresa precisa determinar sua moeda funcional,
converter os itens expressos em moeda estrangeira para sua moeda
funcional e deve reportar os efeitos de tal conversão. E, no caso de a
moeda funcional ser diferente da moeda de apresentação, será
necessário converter as demonstrações contábeis preparadas em
moeda funcional para a moeda de apresentação e reportar os efeitos da
conversão.
Mas, para que essa conversão ocorra, é necessário seguir algumas
regras descritas na NBC TG 02. Antes de entrarmos nesse assunto,
vamos primeiro compreender como devemos reconhecer, na
contabilidade, as transações realizadas em moeda estrangeira.
Reconhecimento das transações realizadas em moeda estrangeira
Agora que já entendemos a diferença entre moeda funcional, estrangeira
e de apresentação, vamos ver como devemos reconhecer as transações
que ocorrem em moeda estrangeira.
Transações em moeda estrangeira representam transações que são
fixadas ou que requerem pagamento em moeda estrangeira. Seguem
alguns exemplos dessas transações:

Compra de mercadorias em moeda estrangeira

Venda de mercadorias em moeda estrangeira

Obtenção de empréstimo em moeda estrangeira

Concessão de empréstimo em moeda estrangeira, dentre outros
De acordo com a NBC TG 02, uma transação em moeda estrangeira
deve ser reconhecida contabilmente, no momento inicial, pela moeda
funcional, mediante a aplicação da taxa de câmbio à vista (taxa de
câmbio normalmente utilizada para liquidação imediata) entre a moeda
funcional e a moeda estrangeira, na data da transação, sobre o
montante em moeda estrangeira.
Vamos ver como isso funciona na prática!
Por exemplo, imagine que uma empresa brasileira, cuja moeda funcional
é o Real, realize, em 30/7, um empréstimo em uma instituição financeira
localizada nos Estados Unidos da América de US$30.000, cuja cotação
do dólar na data era de R$5,60.
A empresa brasileira precisará, portanto, reconhecer o valor do
empréstimo em Reais, pois é a sua moeda funcional, e para isso
precisará aplicar a taxa de câmbio na data da transação.
Logo, a empresa em questão irá registrar inicialmente o valor em Reais
de R$168.000, pois US$30.000 x R$5,60 = R$168.000.
O registro contábil que precisará ser realizado na data da captação do
empréstimo será o seguinte:
• Débito - Banco R$168.000
• Crédito - Empréstimo em moeda estrangeira R$168.000
Vamos para mais um exemplo!
Imagine que, em 01/12, determinada empresa, cuja moeda funcional é o
Real, tenha adquirido mercadorias, para revenda a prazo, em moeda
estrangeira, no valor de US$3.000 e que taxa do câmbio à vista era de
R$7,30.
Nesse caso, a empresa precisará aplicar a taxa de R$7,30 no valor
adquirido do estoque de US$3.000. Logo, será lançado o valor de
R$21.900 e o lançamento contábil a ser registrado será o seguinte:
• Débito – Estoque de mercadorias R$21.900
• Crédito – Fornecedores estrangeiros R$21.900
Talvez você esteja se perguntando: “E depois desse
reconhecimento inicial, como devemos proceder?”
De acordo com a NBC TG 02, ao término de cada período de reporte:
Ação 1
Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos,
usando-se a taxa de câmbio de fechamento.
Ação 2
Os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em
moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio
vigente na data da transação.
Ação 3
Os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em
moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de
câmbio vigentes nas datas em que o valor justo for mensurado.
Vamos entender melhor o que isso significa!
No momento da elaboração das demonstrações contábeis (período de
reporte), devemos primeiro observar se as transações em moeda
estrangeira ocorreram em itens monetários ou não monetários.
Um item monetário é o direito a receber ou a obrigação de entregar
dinheiro e possui valores pré-fixados em dinheiro. Já um item não
monetário é a ausência do direito a receber ou da obrigação de entregar
dinheiro e não possui valor pré-fixado em moeda. Nesse caso, é
necessário avaliar as contas do ativo e do passivo que representam
direito e obrigação de receber ou entregar dinheiro.
Aplicação prática
Transações em moeda estrangeira na prática
Vamos imaginar que uma empresa tenha uma duplicata a receber de um
cliente no valor de R$10.000. Existe o direito de receber essa duplicata
com valor pré-fixado, logo, as duplicatas a receber representam um
exemplo de item monetário. Caixa, saldo bancário, aplicações
financeiras, fornecedores, duplicatas a pagar, contas a pagar e
empréstimos também são exemplos de itens monetários, pois existe a
obrigatoriedade de receber ou entregar dinheiro para a liquidação, assim
como possuem valores pré-fixados.
No entanto, estoques, imobilizados, investimentos em ações, ativos
intangíveis e adiantamento de clientes são exemplos de itens não
monetários, pois não são contas que representam direitos de receber ou
obrigação a pagar em dinheiro e não possuem valores pré-fixado em
moeda.
Assim, os itens monetários representam ativos e passivos que serão
realizados ou exigidos em dinheiro. Já os itens não monetários
representam ativos e passivos que serão realizados ou exigidos em
bens ou serviços e não em dinheiro.
Dando sequência, depois de identificar de qual item se trata (se
monetário ou não monetários), deve-se aplicar o seguinte tratamento:
Se forem itens monetários, será necessário, na data do
balanço, convertê-los usando a taxa de câmbio de fechamento.
Caso as transações ocorram em itens não monetários, será
necessário avaliar se são mensurados a custo histórico ou a
valor justo. Se for a custo histórico, a conversão é a mesma do
reconhecimento inicial, com a data da transação. No entanto,
se for a valor justo, deve-se converter usando a taxa de câmbio
vigente na data em que o valor justo foi mensurado.
Lembra-se do empréstimo da empresa brasileira, cuja moeda funcional
é o Real, realizado em uma instituição financeira localizada nos EUA, de
US$30.000, cuja cotação do Dólar na data era de R$5,60?
Imagine que, em 31/12, o empréstimo ainda não tenha sido pago e a
empresa precise fechar o Balanço Patrimonial. Nesse caso, por se tratar
de um item monetário, (ou seja, a empresa precisará liquidar essa
obrigação com dinheiro), existe a necessidade de, na data do balanço,
convertê-lo usando a taxa de câmbio de fechamento.Imagine que a taxa de câmbio de fechamento seja igual a R$6,10. Neste
caso, precisaremos efetuar o seguinte cálculo:
US$30.000 x R$6,10 = R$183.000.
Lembrando que já existe lançado na conta Empréstimo em moeda
estrangeira o valor de R$168.000, conforme a taxa do dia da operação.
Então, lançaremos apenas a diferença de R$15.000 (R$183.000 –
R$168.000). Esse valor de R$15.000 é chamado de variação cambial e o
lançamento contábil a ser realizado será o seguinte:
• Débito - Variação cambial passiva (conta de resultado) R$15.000
• Crédito - Empréstimo moeda estrangeira R$15.000
Variação cambial é a diferença entre a conversão de um valor específico
em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais. As
variações cambiais podem ser ativas ou passivas. O exemplo
representou uma variação cambial passiva porque elevou o valor das
obrigações, ou seja, teve uma perda no câmbio, mas quando for ao
contrário, teremos uma variação cambial ativa.
Outra coisa importante de destacar é que a conta variação cambial ativa
representa uma receita financeira e a conta variação cambial passiva
representa uma despesa financeira.
Vale reforçar que, no exemplo do empréstimo, se a variação cambial
fosse ativa, teríamos o seguinte lançamento contábil:
• Débito – Empréstimo moeda estrangeira
• Crédito – Variação cambial ativa (conta de resultado)
Nesse caso, haveria uma diminuição no valor a pagar do empréstimo.
Vamos para mais um exemplo?
Imagine que uma empresa, cuja moeda funcional seja o Real, tenha
adquirido mercadorias para revenda pelo valor de US$2.000 em
01/12/2020, para pagamento em 30/01/2021. As taxas de câmbio são
apresentadas a seguir:
01/12/2020 R$5,50
31/12/2020 R$5,60
30/01/2021 R$5,80
Diante da situação apresentada, na data do dia 01/12/2020, o estoque e
o valor a pagar ao fornecedor serão registrados ao valor de R$11.000, ou
seja, US$2.000 x R$5,50, porque inicialmente devemos registrar
utilizando a taxa da data da operação. O lançamento contábil será o
seguinte:
• Débito - Estoque de mercadorias R$11.000
• Crédito - Fornecedores estrangeiros R$11.000
Em 31/12/2020, quando o balanço for fechado, o estoque permanecerá
no valor de R$11.000, pois se refere a um item não monetário
mensurado ao custo histórico, sendo, portanto, registrado com a mesma
taxa da data da transação.
No entanto, é necessário ajustar o valor da conta fornecedor estrangeiro,
visto que essa conta representa um item monetário, sendo necessário,
na data do balanço, convertê-los usando a taxa de câmbio de
fechamento. Nesse caso, faremos a seguinte conta: US$2.000 x R$5,60
= R$11.200. Logo, teremos um lançamento a ser realizado no valor de
R$200 (R$11.200 – R$11.000), referente à variação cambial. O
lançamento contábil a ser feito nessa data é o seguinte:
• Débito - Variação Cambial passiva (conta de resultado) R$200
• Crédito - Fornecedor estrangeiro R$200
Que tal mais um exemplo?
Imagine que em 10/05/2021, a Cia. Brasileira realizou uma venda a
prazo no valor total de US$100.000,00.
A taxa de câmbio em 10/05/2021 era R$ 7,50 e em 30/05/2021 era
R$7,30. Vamos verificar como registrar essa operação.
Em 10/05/2021, será registrado o valor de R$750.000 (R$100.000 x
R$7,50) da seguinte maneira:
• Débito – Duplicatas a receber R$750.000
• Crédito – Receita de Vendas R$750.000
Já em 30/05/2021, no momento do fechamento do balanço patrimonial,
será aplicado a taxa do fechamento, que será R$100.000 x R$7,30 =
R$730.000. Logo, teremos uma variação cambial passiva de R$20.000,
pois a empresa com a taxa do fechamento perdeu em R$20.000 o
direito de receber. O lançamento será realizado da seguinte maneira:
• Débito – Variação cambial passiva R$20.000
• Crédito – Duplicata a receber R$20.000
O que achou? Ficou mais fácil o entendimento? Que tal assistir a um
vídeo sobre o assunto?
Registros das transações em moeda
estrangeira
Veja agora como realizar os registros necessários na contabilidade das
transações em moeda estrangeira.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considere que determinada empresa brasileira, cuja moeda
funcional é o Real, tenha adquirido em 05/11/2021 mercadorias de
um fornecedor estrangeiro pelo valor de US$1.000 para pagar em
05/01/2022. As taxas de câmbio para conversão são apresentadas
a seguir:
05/11/2021 R$6,10
31/12/2021 R$6,30
05/01/2022 R$6,50
Com base nas informações, assinale a alternativa em que são
apresentados os valores das contas de estoque e fornecedor
estrangeiro, respectivamente, em 05/11/2021.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Uma transação em moeda estrangeira deve ser reconhecida
contabilmente, no momento inicial, pela moeda funcional, mediante
a aplicação da taxa de câmbio à vista entre a moeda funcional e a
moeda estrangeira, na data da transação, sobre o montante em
moeda estrangeira. Logo, em 05/11/2021, será registrado o valor de
R$6.100 (US$1.000 x R$6,10) tanto para estoque quanto para
fornecedor estrangeiro.
Questão 2
Considere que determinada empresa brasileira, cuja moeda
funcional é o Real, tenha adquirido em 05/11/2021 mercadorias de
um fornecedor estrangeiro pelo valor de USD 1.000 para pagar em
05/01/2022. As taxas de câmbio para conversão são apresentadas
a seguir.
05/11/2021 R$ 6,10
31/12/2021 R$ 6,30
05/01/2022 R$ 6,50
Com base nas informações, assinale a alternativa que são
apresentados os valores das contas de estoque e fornecedor
estrangeiro respectivamente em 31/12/2021.
A R$6.100 e R$6.100
B R$6.100 e R$6.300
C R$6.100 e R$6.500
D R$6.300 e R$6.300
E R$6.300 e R$6.500
A R$6.100 e R$6.100
Parabéns! A alternativa B está correta.
Considerando que a conta estoque representa um item não
monetário em 31/12/2021, ficará registrado em 31/12/2021 com a
mesma taxa da data da transação, ou seja, R$6.100 (US$1.000 x
R$6,10). Já a conta fornecedor estrangeiro representa um item
monetário, logo será convertido para a taxa da data do fechamento,
então o saldo da conta será de R$6.300 (US$1.000 x R$6,30).
2 - Conversão das Demonstrações Contábeis
Ao �nal deste módulo, você será capaz de aplicar a conversão das demonstrações contábeis.
B R$6.100 e R$6.300
C R$6.100 e R$6.500
D R$6.300 e R$6.300
E R$6.300 e R$6.500
Conversão das Demonstrações
Contábeis - teoria
Por que converter demonstrações contábeis?
Agora que já entendemos como deve ser o procedimento quando se tem
transações em moeda estrangeira, vamos compreender como deve ser
o procedimento para conversão das demonstrações contábeis.
Achou estranho isso? Haverá situações em que será
necessário que uma empresa converta as demonstrações
contábeis!
Por exemplo, se uma empresa brasileira, cuja moeda funcional é o Real,
for controladora de uma empresa cuja moeda funcional é Dólar
americano, será necessário converter as demonstrações contábeis da
empresa americana para consolidar as demonstrações, pois isso se
trata de uma operação no exterior.
Lembra-se do caso da empresa Embraer S.A? A Embraer é uma empresa
brasileira, mas sua moeda funcional não é o Real, no entanto, por ser
uma empresa brasileira é preciso apresentar suas demonstrações
contábeis em Real. Logo, terá que converter suas demonstrações
contábeis.
Vamos entender quais procedimentos devemos adotar nesses casos?
Então, veja os conteúdos na sequência.
Por que converter demonstrações contábeis?
Nos casos em que é necessário converter as demonstrações Contábeis,
será preciso saber as bases para essa conversão.
De acordo com a NBC TG 02, deve-se utilizar o método da Taxa Corrente
como base de conversão das Demonstrações contábeis. Taxa corrente
significa que a conversão ocorrerá pela taxa na data do levantamento
das demonstrações contábeis.
Vamos entender melhor cada grupo de conta como será apresentado.
No momento da conversão das demonstrações contábeis, os ativos e
passivos (obrigações) devem ser apresentados, convertendo-os pela
taxa de fechamento. Essa taxa também éconhecida como taxa corrente
(por isso o nome “método da taxa corrente”).
O patrimônio líquido deve ser apresentado convertendo-o a cada conta
pela taxa histórica, ou seja, pela taxa da transação de cada
acontecimento.
As contas de resultado, ou seja, receita e despesa, devem ser
apresentadas pela taxa da transação ou pela taxa média quando
possível. Isso vale também para o resultado do período, visto que ele
vem da diferença das receitas para as despesas. Já a diferença que
ocorrer decorrente das variações desses ajustes (perdas ou ganhos na
conversão) deve ser registrada em uma conta no patrimônio líquido
chamada de Ajustes Acumulados de Conversão.
Para que a base utilizada para conversão das demonstrações contábeis
fique mais clara, veja a tabela abaixo:
Grupo de Contas Base a ser utilizada
Ativo Taxa de Fechamento
Passivo Taxa de Fechamento
Grupo de Contas Base a ser utilizada
Patrimônio Líquido Taxa Histórica
Receita Taxa da Transação ou Taxa Média
Despesa Taxa da Transação ou Taxa Média
Tabela 1: Base de conversão das demonstrações contábeis para a moeda de apresentação
Stephanie Kalynka
As informações relacionadas à base de apresentação das
demonstrações contábeis são informadas nas notas explicativas das
empresas. Vamos relembrar, no destaque a seguir, a descrição retirada
das notas explicativas das Lojas Renner S.A, em 2020.
As demonstrações são apresentadas em
Reais (R$), moeda funcional da Companhia,
com os saldos arredondados para o milhar
mais próximo, exceto quando indicado de
outra forma.
Para as controladas do exterior que atuam
em ambiente econômico estável e possuem
moeda funcional distinta da Controladora, as
demonstrações do resultado são convertidas
para Reais pela taxa de câmbio média
mensal, os ativos e passivos são convertidos
pela taxa final e os itens do patrimônio
líquido são convertidos pela taxa histórica.
Para as controladas que atuam em ambiente
de Economia hiperinflacionária, os saldos de
ativos, passivos e resultado acumulado são
convertidos pela taxa final.
(Notas Explicativas da empresa Lojas Renner no
ano de 2020.)
E como será que a empresa Embraer S.A apresenta suas
demonstrações, já que sua moeda funcional é o Dólar? Mesmo a moeda
funcional da empresa Embraer sendo o Dólar, é necessário que a
empresa elabore suas demonstrações contábeis em Reais, sendo
necessária a sua conversão. Vamos analisar o que consta nas notas
explicativas da empresa Embraer S.A sobre a apresentação das
demonstrações. Vejamos no destaque a seguir.
A moeda de apresentação é a moeda em que
as demonstrações financeiras são
apresentadas e normalmente é definida em
função de obrigações legais da Companhia.
Em atendimento à legislação brasileira, estas
demonstrações financeiras são apresentadas
em Reais, convertendo-se as demonstrações
financeiras individuais e consolidadas
preparadas na moeda funcional da
Controladora para Reais, utilizando os
seguintes critérios:
• Ativos e passivos pela taxa de câmbio
vigente na data do balanço;
• Contas do resultado, do resultado
abrangente, demonstração dos fluxos de
caixa e do valor adicionado pela taxa média
mensal; e
• Patrimônio líquido ao valor histórico de
formação.
Os ajustes resultantes da conversão acima
têm sua contrapartida reconhecida no
patrimônio líquido como ajustes acumulados
de conversão.
(Notas Explicativas da empresa Lojas Renner no
ano de 2020.)
Veja que a base utilizada pela empresa Embraer S.A está de acordo com
a descrição da NBC TG 02.
Agora que já vimos a base que devemos utilizar na conversão das
demonstrações contábeis, vamos entender como fazer na prática essa
conversão!
Conversão das demonstrações contábeis na
prática
Conversão também pode ser chamada de tradução e representa o
processo de redeclarar as informações das demonstrações contábeis
de uma moeda corrente para outra (PADOVEZE; BENEDICTO; LEITE,
2014).
As empresas, de forma geral, também podem optar por converterem
suas demonstrações em moedas estrangeiras, além da sua moeda de
apresentação. Padoveze, Benedicto e Leite (2014) listam o que
consideram as principais razões do processo de conversão de
demonstrações contábeis em moeda estrangeira, veja:
1. Obter informações extraídas das demonstrações contábeis expressas
em moeda forte;
2. Analisar o desempenho econômico-financeiro das subsidiárias
espalhadas pelo mundo em uma única moeda;
3. Avaliar os resultados das operações independentes realizadas no
exterior;
4. Permitir ao investidor estrangeiro melhor acompanhamento de seu
investimento;
5. Possibilitar a consolidação e combinação de demonstrações
contábeis de empresas localizadas em vários países ao redor do
mundo;
6. Possibilitar a aplicação do método da equivalência patrimonial sobre
os investimentos realizados em vários países.
O fato é que independentemente do motivo pelo qual as demonstrações
contábeis serão convertidas, é necessário seguir as orientações das
Normas Contábeis.
Para isso, vamos recapitular a base de conversão das demonstrações
contábeis? Segue a tabela para ajudá-lo a recordar:
Grupo de Contas Base a ser utilizada
Ativo Taxa de Fechamento
Passivo Taxa de Fechamento
Grupo de Contas Base a ser utilizada
Patrimônio Líquido Taxa Histórica
Receita Taxa da Transação ou Taxa média
Despesa Taxa da Transação ou Taxa média
Tabela 2: Base de conversão das demonstrações contábeis para a moeda de apresentação
Stephanie Kalynka
Vamos fazer a conversão na prática?
Suponha que determinada empresa, cuja moeda funcional é o Real,
precise converter as demonstrações contábeis de sua investida, que
está em Euro, e apresente os seguintes dados:
Contas Valores em Euro
Ativo 40.000
Passivo 30.000
Patrimônio Líquido
Capital Social 10.000
Tabela 3: Dados do balanço Patrimonial para Conversão
Stephanie Kalynka
Para realizar a conversão, precisamos conhecer as taxas. Então, vamos
supor as seguintes taxas para serem utilizadas:
Taxa histórica: R$7,00
Taxa de fechamento: R$7,50
Nesse caso, de acordo com o método da taxa corrente, vamos utilizar as
seguintes bases para conversão:
Ativo e Passivo serão convertidos pela taxa de fechamento.
Patrimônio líquido será convertido pela taxa histórica.
A variação decorrente de perda ou ganho será identificada e lançada na
conta de Ajustes acumulados de Conversão que fica no Patrimônio
Líquido.
Agora vamos calcular?
Ativo = 40.000 x R$7,50 = R$300.000
Passivo = 30.000 x R$7,50 = R$225.000
Patrimônio Líquido = 10.000 x R$7,00 = R$70.000
Agora vamos apurar a diferença existente referente à variação. Para
isso, vamos montar o que seria o Balanço Patrimonial da empresa, só
que agora em Reais. Vejamos como ficaria.
Ativo = R$300.000
Passivo = R$225.000 + Patrimônio Líquido = R$70.000 = R$295.000
Atenção!
Veja que existe uma diferença de R$5.000 porque o Ativo precisa ser
igual ao Passivo mais o Patrimônio Líquido. Essa diferença se dá pela
diferença das taxas utilizadas para conversão, logo precisamos lançar
esse R$5.000 na conta que se chama Ajustes acumulados de
Conversão, que fica no Patrimônio Líquido.
Então, o Balanço Patrimonial da empresa ficaria assim:
Ativo Total = R$300.000
Passivo = R$225.000
Patrimônio Líquido R$75.000 (Capital Social R$70.000 + Ajustes
acumulados de Conversão R$5.000).
Vamos para mais um exemplo?
A empresa ABC S.A., cuja moeda funcional é o Real, é controladora da
empresa Y Corporation, que atua nos EUA e tem como moeda funcional
o Dólar americano. O Balanço Patrimonial da empresa Y Corporation, em
31/12/2020, apresentava os seguintes saldos, expressos em Dólar
americano, descritos a seguir, veja:
Ativo Passivo
Ativo
Circulante
4650
Passivo
Circulante
4500
Caixa 1000 Fornecedores 2300
Ativo Passivo
Clientes 2000 Impostos a pagar 1200
Estoques 1650 Contas a pagar 1000
Ativo Não
Circulante
8250
Passivo Não
Circulante
2000
Realizável a
Longo Prazo
250 Empréstimos 2000
Imobilizado 5500
Intangível 2500
Patrimônio
Líquido6400
Capital Social 5000
Reversas de
Lucros
1400
Total do Ativo 12900
Total do Passivo
e Patrimônio
Líquido
12900
Tabela 4: Balanço Patrimonial da empresa Y Corporation em 31/12/2020
Stephanie Kalynka
A conta Reservas de Lucros apresentada no Balanço Patrimonial possui
o saldo anterior da conta e mais o lucro líquido do ano de 2020. O Lucro
Líquido obtido em 2020 pela empresa Y Corporation, após a conversão
para a moeda funcional da empresa brasileira, foi R$2.970,00, e a conta
Reservas de Lucros da empresa, em 31/12/2019, convertida para Reais,
apresentava o saldo de R$1.680,00. Já o Capital Social da empresa foi
integralizado em 31/12/2018.
As cotações do Dólar para diversas datas são as seguintes. Confira:
Data Cotação do dólar em R$
31/12/2018 4,00
31/12/2019 4,50
Data Cotação do dólar em R$
31/12/2020 5,00
Tabela 5: Balanço Patrimonial da empresa Y Corporation em 31/12/2020
Stephanie Kalynka
Vamos começar a conversão do Balanço Patrimonial?
Para converter, vamos precisar relembrar as bases de conversão.
• Ativo será pela taxa de fechamento;
• Passivo será pela taxa de fechamento;
• Patrimônio líquido pela taxa histórica;
• Receitas e Despesas (Contas de Resultado) pela taxa da transação ou
média;
• A diferença será registrada na conta Ajustes Acumulados de
Conversão no Patrimônio Líquido.
Agora vamos colocar a mão na massa!
Primeiro devemos pegar o total do ativo e converter pela taxa de
fechamento. O total do ativo é de 12.900 e a taxa de fechamento em
31/12/2020 é de R$5,00. Logo, o ativo convertido será de R$64.500
(12.900 x R$5,00).
Na sequência, devemos converter o passivo também com a taxa de
fechamento. O total do passivo (obrigações) é de 6.500, o que
representa a soma do passivo circulante de 4.500 mais o passivo não
circulante de 2.000. Vamos converter com a taxa de R$5,00, o que fecha
o passivo convertido de R$32.500 (6.500 x R$5,00).
Agora vamos analisar as contas do patrimônio líquido
separadamente, visto que a base de conversão é pela
taxa histórica, considerando, então, a taxa das
ocorrências das transações. Começaremos com a
conta capital social e, nesse caso, existe a indicação
de que o capital social foi integralizado em
31/12/2018. Logo, vamos converter o saldo da conta
com a taxa desse dia. Temos, então, 5.000 x R$4,00, o
qual teremos um capital social convertido de
R$20.000.
Ainda nos resta avaliar a conta reserva de lucros. Foi indicado que na
conta reserva de lucros está o saldo da conta do ano anterior, ou seja, o
valor já convertido de R$1.680,00 e mais o lucro do período, o qual
também está convertido no valor de R$2.970,00, então o saldo em Reais
da conta reserva de lucros será de R$4.650,00 (R$1.680 + R$2.970).
Agora vamos montar o Balanço Patrimonial Convertido para que
possamos encontrar o valor a ser registrado na conta Ajustes
Acumulados de Conversão no Patrimônio Líquido. Observe:
Ativo Passivo
Ativo
Circulante
R$23.250
Passivo
Circulante
R$22.500
Caixa R$5.000 Fornecedores R$11.000
Clientes R$10.000
Impostos a
pagar
R$6.000
Estoques R$8.250
Contas a
pagar
R$5.000
Ativo Não
Circulante
R$41.250
Passivo Não
Circulante
R$10.000
Realizável
a Longo
Prazo
R$1.250 Empréstimos R$10.000
Imobilizado R$27.500
Intangível R$12.500
Patrimônio
Líquido
R$24.650
Capital Social R$20.000
Reversas de
Lucros
R$4.650
Total do
Ativo
R$64.500
Total do
Passivo e
Patrimônio
Líquido
R$57.150
Tabela 6: Balanço Patrimonial da empresa Y Corporation em 31/12/2020 expresso em reais
Stephanie Kalynka
Veja que o total do ativo precisa bater com o total do passivo e
patrimônio líquido. Não está batendo ainda porque falta registrarmos a
diferença referente à variação que ocorre pelas taxas que foram
aplicadas, que são diferentes. Vamos, então, avaliar o valor da diferença
e registrar na conta Ajustes Acumulados de Conversão no patrimônio
líquido.
O total do ativo é R$64.500 e o total do passivo mais o patrimônio
líquido é de R$57.150, logo a diferença a ser registrada é de R$7.350.
Vamos verificar, então, como ficará o Balanço Patrimonial após a
conversão e registro do ajuste, veja:
Ativo Passivo
Ativo
Circulante
R$23.250
Passivo
Circulante
R$22.500
Caixa R$5.000 Fornecedores R$11.500
Clientes R$10.000
Impostos a
pagar
R$6.000
Estoques R$8.250
Contas a
pagar
R$5.000
Ativo Não
Circulante
R$41.250
Passivo Não
Circulante
R$10.000
Realizável
a Longo
Prazo
R$1.250 Empréstimos R$10.000
Imobilizado R$27.500
Intangível R$12.500
Patrimônio
Líquido
R$32.000
Capital Social R$20.000
Reversas de
Lucros
R$4.650
Ajustes
Acumulados
R$7.350
Ativo Passivo
de Conversão
Total do
Ativo
R$64.500
Total do
Passivo e
Patrimônio
Líquido
R$64.500
Tabela 7: Balanço Patrimonial da empresa Y Corporation em 31/12/2020 expresso em reais
após a conversão e registro do ajuste
Stephanie Kalynka
Depois do ajuste de conversão temos o patrimônio líquido igual a
R$32.000 e o total do passivo mais patrimônio líquido igual ao total do
Ativo no valor de R$64.500.
Atenção!
Vale destacar que no exemplo apresentado já foi passado o valor do
lucro líquido convertido. Se ele já não tivesse sido apresentado
convertido, o lucro líquido do período deveria ser atualizado levando em
consideração a taxa média ou a taxa de cada operação que tenha
ocorrido com as contas de resultado receitas e despesas, visto que o
lucro vem da diferença entre elas.
Conversão das Demonstrações
Contábeis
Veja a seguir como realizar os registros necessários na contabilidade
das transações em moeda estrangeira.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Determinada empresa apresentou os seguintes valores referente
aos grupos de contas do Balanço Patrimonial e as taxas de câmbio:
Ativo US$10.000
Passivo US$6.000
Patrimônio Líquido
Capital Social US$4.000
• Taxa de fechamento R$6,50
• Taxa histórica R$6,30
Diante dos dados apresentados, encontre a alternativa que
representa corretamente o valor do Ativo Total da empresa, após a
conversão das demonstrações contábeis.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O ativo deve ser convertido pela taxa de fechamento, logo, basta
aplicar a taxa de R$6,50 ao valor de US$10.000 = R$65.000.
Questão 2
Determinada empresa apresentou os seguintes valores referente
aos grupos de contas do Balanço Patrimonial e as taxas de câmbio:
A R$800
B R$25.200
C R$26.000
D R$39.000
E R$65.000
Ativo US$10.000
Passivo US$6.000
Patrimônio Líquido
Capital Social US$4.000
• Taxa de fechamento R$6,50
• Taxa histórica R$6,30
Diante dos dados apresentados, encontre a alternativa que
representa corretamente o valor do passivo (obrigações) da
empresa após a conversão das demonstrações contábeis.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O passivo (obrigações) deve ser convertido pela taxa de
fechamento, logo, basta aplicar a taxa de R$6,50 no valor de
US$6.000 = R$39.000.
Considerações �nais
Como vimos, as empresas podem realizar transações em moeda
estrangeiras e podem ter operações no exterior. Sendo assim, precisam
registrar esses fatos considerando as normas brasileiras de
A R$800
B R$25.200
C R$26.000
D R$39.000
E R$65.000
contabilidade vigente, que trazem regras de como proceder nessas
situações. Vimos ainda que a NBC TG 02 é a norma vigente que trata
sobre os efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão das
demonstrações contábeis.
Ao longo do conteúdo, foi possível compreender que o reconhecimento
inicial de uma transação em moeda estrangeira deve ser realizado
convertendo o valor pela taxa da data da transação e que, na sequência,
deve-se avaliar se o fato ocorrido gerou um item monetário ou não
monetário, para posteriormente, ter a identificação de como deverá ser
atualizado.
Também foi possível identificar a base de conversão das
demonstrações contábeis, permitindo verificar o uso do método da Taxa
Corrente, no qual os ativos e passivos precisam ser convertidos pela
taxa de câmbiode fechamento na data do balanço; o patrimônio líquido
pela taxa histórica; as contas de receitas e despesas convertidas pela
taxa de câmbio vigente nas datas das ocorrências; e as variações
cambiais resultantes desse reconhecimento devem ser reconhecidas
em conta específica no patrimônio líquido.
Podcast
Para encerrar, ouça sobre os procedimentos necessários para o
reconhecimento das transações de moeda estrangeira.

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Leia o artigo: Conversão de Demonstrações Contábeis de uma sucursal
Uruguaia: análise sob a perspectiva da Teoria Patrimonial, por Eggers,
Behr e Raimundini, em Revista Capital Científico - Eletrônica, v. 12, n. 1,
2014.
Referências
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as
Sociedades por Ações. Consultado na internet em: 10 dez. 2021
GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. dos; IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E. Manual
de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo
com as normas internacionais e do CPC. 3. São Paulo: Atlas, 2018.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABLIDADE. NBC TG 02. Consultado na
internet em: 14 dez. 2021.
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. de; LEITE, J. da S. J. Manual de
contabilidade internacional: IFRS: US GAAP e BR GAAP: Teoria e prática.
São Paulo: Cengage Learning, 2014.
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