Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN DOENÇAS ENDÓCRINAS U2 Aula 04 - Hipertireoidismo INTRODUÇÃO Tireotoxicose: qualquer estado clínico resultante do excesso de hormônios da tireoide nos tecidos, por diversas etiologias, expondo os tecidos a altas doses de hormônios tireoidianos circulantes. Na maioria dos casos, a tireotoxicose ocorre devido a uma hiperatividade da glândula tireoide, ou seja, ao hipertireoidismo. No entanto, ocasionalmente, ela pode ocorrer devido a outras causas, como a ingestão excessiva de hormônios tireoidianos ou por produção excessiva de hormônios tireoidianos por tecido tireoidiano ectópico. Hipertireoidismo: hiperfunção da glândula tireóide, ou seja, aumento da produção dos hormônios tireoidianos pela própria tireoide. O hipertireoidismo é uma das causas de tireotoxicose. CAUSAS DE TIREOTOXICOSE Bócio difuso tóxico (Doença de Graves); Adenoma tóxico (Doença de Plummer, um único nódulo produzindo hormônios); Bócio multinodular tóxico; Tireoidite subaguda (pode levar a um quadro transitório de hipertireoidismo); Medicações: Levotiroxina: tipo iatrogênico; Amiodarona (tem iodo na constituição; tanto pode bloquear quanto ativar a glândula) e lítio. Formas raras (que não são na tireoide): mola hidatiforme, coriocarcinoma, struma ovari, carcinoma folicular metastático hiperfuncionante Causa secundária: Tumor hipofisário produtor de TSH (tireotropinoma) (raro). Classificação das principais causas de tireotoxicose. Hipertireoidismo Primário Doença de Graves. Bócio multinodular tóxico. Adenoma tóxico (doença de Plummer). Metástases funcionantes do carcinoma da tireoide. Mutação do receptor do TSH. Struma ovarii. Drogas: excesso de iodo (fenômeno de Jod-Basedow). Tireotoxicose sem Hipertireoidismo Tireoidite subaguda. Tireoidite silenciosa. Outras causas de destruição da glândula (amiodarona, infarto de um adenoma, radiação). Ingestão de excesso de hormônio tireoidiano (tireotoxicose factícia) ou tecido tireoidiano. Hipertireoidismo Secundário Adenoma hipofisário secretor de TSH. Síndromes de resistência ao hormônio tireoidiano. Tumores secretores de gonadotrofina coriônica (mola hidatiforme; coriocarcinoma). Tireotoxicose gestacional. DOENÇA DE GRAVES 80% dos casos de hipertireoidismo; TRAb – Auto-anticorpo anti-receptor de TSH Mais comum em mulheres Atinge 0,4 a 1% da população; Pico de incidência entre 20-40 anos Multifatorial: estresse, tabagismo, ... Tríade clínica: bócio, exoftalmia, tremores. FISIOPATOLOGIA Auto-anticorpos antirreceptor de TSH estimulante (TRAb): anticorpos que reconhecem o hormônio estimulador da tireóide (TSH) mimetizando suas funções, o que leva à ativação contínua da tireoide, aumento de T3, T4 e redução do TSH Os linfócitos B sintetizam anticorpos “contra” receptores de TSH localizados na superfície da membrana da célula folicular da tireoide. Estes anticorpos são capazes de produzir um aumento no volume e função da glândula, justificando assim o hipertireoidismo encontrado. Hipertireoidismo (bócio difuso), oftalmopatia (exoftalmia) e dermopatia infiltrativa (pela deposição de anticorpos) Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=hipertireoidismo 2 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Existem outros autoanticorpos tireoidianos na doença de Graves: O anticorpo anti-TPO (tireoperoxidase) está presente em 80% dos casos → Este anticorpo é uma espécie de um marcador universal da doença tireoidiana autoimune, estando presente em 95% dos casos de tireoidite de Hashimoto. Existem ainda os anticorpos antitireoglobulina (anti-Tg), mais importantes no acompanhamento do câncer de tireoide. ACHADOS ESPECÍFICOS DA DOENÇA DE GRAVES Exame da tireoide: Tireoide difusamente aumentada com contorno liso ou levemente lobulado Sopro audível ou frêmito palpável Exame ocular: Oftalmopatia: sensação de corpo estranho, desconforto ocular, lacrimejamento, proptose (ou exoftalmia), edema periorbital, quemose (edema conjuntival), diplopia, papiledema, comprometimento de campos visuais periféricos e, se não tratado, amaurose Diante de um paciente com oftalmopatia unilateral, estamos obrigados a solicitar um exame de imagem do crânio para afastar causas locais de acometimento ocular unilateral, como tumores oculares, aneurisma de carótida interna, entre outros. O tabagismo é um fator clássico de piora da oftalmopatia. Pacientes tabagistas apresentam doença mais grave e com probabilidade de pior resposta ao tratamento. Outros fatores conhecidos são o hipotireoidismo e o tratamento com radioiodo... Exame dermatológico: Dermopatia: apresenta-se mais frequentemente na região pré-tibial (mixedema pré-tibial) e caracteriza-se por uma lesão em placa com espessamento da pele, aspecto de casca de laranja e coloração violácea. O hipertireoidismo sempre vai virar hipotireoidismo com tratamento (remédio, iodo, cirurgia) É o objetivo do tratamento Há casos em que o paciente passa de hipertireoidismo, passa para a fase eutireoidiana e, posteriormente, para hipotireoidismo. Normalmente, o paciente que fica eutireoidiano passa um tempo sem tomar a medicação para verificar como ocorre a evolução. Obs.: Encaminhar para o oftalmologista, usar colírios para evitar complicações; Nem todo olho grande é Doença de Graves, cuidado! Quando mais cedo detectado, melhor é a recuperação do quadro SINTOMAS DE HIPER Perda de peso (muito intensa – uns 10 a 15kg, dependendo do tempo que se leve para fazer o diagnóstico); Aumento da glicose (catecolaminas muito ativadas); Fadiga, fraqueza muscular; Palpitações; taquicardia; pulso rápido; Tremores finos e sustentados; Hiperatividade, irritabilidade, insônia, ansiedade/nervosismo (fala muito); Dispneia; Sudorese; mãos úmidas; Edema; Pele quente e úmida; Cabelo fino; Diarreia. SINAIS DO HIPER Lid lag: Excesso da ação das catecolaminas e hiperestimulação do receptor Com um objeto na frente do paciente haverá maior retração palpebral em infraversão, haverá um atraso da pálpebra em relação ao movimento do olho Acontece nos estágios iniciais do hipereotireoidismo devido a hiperativação do sistema nervoso simpático. Bócio: caracteristicamente difuso e simétrico à palpação; Tremor; Taquicardia; Fibrilação atrial; Paralisia peiródica (rara); Pele quente; Onicolise; Miopatia proximal. Sinais graves: Oftalmopatia: edema periorbital, edema conjuntival, proptosis, diplopia Acropatia tireoideana (os pacientes têm problemas para andar, sentem dor nos ossos, fraqueza muscular. Pedimos para eles fazerem um movimento de abaixar e levantar e eles não conseguem). Mixedema pré-tibial (com aspecto de casca de laranja) Manifestações de hipertireoidismo Sintomas Sinais Hiperatividade, irritabilidade, insônia, ansiedade Taquicardia sinusal, fibrilação atrial Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 3 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Intolerância ao calor, sudorese excessiva Palpitações Fadiga, fraqueza Dispnéia ao exercício (exacerbação de asma) Perda de peso (com hiperfagia) Ganho ponderal (raro) Prurido Sede e poliúria Hiperdefecação Oligomenorréia/amenorréia, perda de libido Disfunção erétil Dispepsia, náusea Tremores finos, hipercinesia, hiper- reflexia Pele quente e úmida Eritema palmar, onicolise Queda de cabelos Miopatia proximal Insuficiência cardíaca congestiva (alto débito) Paralisia periódica Manifestações da Doença de Graves Bócio difuso OftalmopatiaSintomas Sinais Desconforto ocular, sensação de areia nos olhos Retração palpebral Desconforto doloroso retro-ocular Diminuição da acuidade visual Lacrimejamento Diplopia Dermopatia localizada (mixedema pré-tibial) Acropaquia tireóidea Edema periorbital Eritema conjuntival Edema conjuntival (quemose) Proptose Oftalmoplegia Perda da visão para cores (neuropatia óptica) Papiledema (neuropatia óptica) ORBITOPATIA DE GRAVES Clínica: Retração palpebral Tecidos moles Proptose Miopatia restritiva Neuropatia óptica TC / RNM: Espessamento muscular Poupando os tendões CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES OCULARES NA DOENÇA DE GRAVES Grau 0 Ausência de sinais e sintomas Grau 1 Apenas sinais (retração da pálpebra superior, olhar fixo, lid-lag – atraso do movimento da pálpebra superior quando o paciente olha para baixo, o que leva à maior exposição da esclera – e proptose até 22 mm). Muito comum! Grau 2 Envolvimento de partes moles (edema de pálpebra, quemose, etc.). Já manda para o oftalmo! Grau 3 Proptose (reação inflamatória) ou exoftalmia (> 22 mm no exoftalmômetro de Hertel); Pedir USG do olho para ver a musculatura do olho. Grau 4 Envolvimento da musculatura extra-ocular (diplopia); Grau 5 Envolvimento da córnea Grau 6 Perda da visão (comprometimento do nervo óptico). De acordo com essa sequência é o tratamento. Pode-se prescrever corticoide em alguns dos graus... Lembrar que nem sempre olho grande é hipertireoidismo, pode ser constitucional. Como o anticorpo age no olho? O TRAb age nos receptores dos fibroblastos da região do olho. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Provas de função tireoideana: TSH (↓) < 0,1 mUI/L, T4 livre (↑) TSH suprimido, T4L normal → hipertireoidismo subclínico Anticorpos antitireoideanos: TRAb* (hiper), anti-Tg, anti-TPO (Hashimoto). A pesquisa dessa imunoglobulina não é necessária na maioria dos casos, uma vez que o diagnóstico de doença de Graves baseia-se em achados clínicos acompanhados de dosagem hormonal. Ultrassonografia de tireoide Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=hipertireoidismo 4 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Cintilografia da tireoide: captação de iodo. Indicação: hiper com nódulo tóxico ou para seguimento de câncer de tireóide. Na presença de muito hormônio é hipercaptante, na presença de pouco hormônio será hipocaptante. Peixes e outros alimentos ricos em iodo interferem no resultado, então a dieta livre de iodo, inclusive o sal tem que ser sem iodo, deve ser de 7 a 10 dias antes do exame. Devemos sempre solicitar a captação de 2h, pois, devido à possibilidade de ocorrer uma rápida lavagem (ou wash out) do radiotraçador em razão do metabolismo acelerado da glândula, pode não haver hipercaptação na imagem de 24h, mas somente na imagem obtida 2h após a ingestão do radioiodo. A indicação principal da RAIU na doença de Graves tem como objetivo a diferenciação desta condição com a tireotoxicose das tireoidites subagudas, que apresentam uma captação de iodo radioativo baixa a desprezível. A captação elevada e difusa que ocorre em indivíduos com Graves praticamente sela o diagnóstico em casos duvidosos!! Outros exames: glicose (pode haver aumento), TG, colesterol, transaminases, hemograma. Leucopenia (comum), Hipercalciúria e hipercalcemia (ocasionais) e hiperbilirrubinemia (casos mais graves), Aumento das transaminases, FA e GGT, demonstrando comprometimento hepático. Anemia normocrômica normocítica leve pode ocorrer, pois apesar de haver aumento da massa de células vermelhas, também há um aumento do volume plasmático; Exame oftalmológico: ver tamanho de músculo, edema. USG de orbitas ou se o paciente puder fazer uma RMN (vai pela condição do pct). Principalmente na Doenças de Graves Clínica T4L TSH Hipertireoidismo subclínico Normal Baixo Hipertireoidismo clínico Alto Baixo Início do tratamento Normal Baixo Tratamento compensado Normal Normal TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO Medicamentoso: propiltiuracil e tapazol Radioablação com iodo radioativo (131I); Cirurgia (tireoidectomia subtotal) Alto risco Última opção: quando os medicamentos estão causando alteração hepática (hepatite medicamentosa) ou paciente não pode ou não quer usar iodo radioativo. O paciente tem que ser preparado: não pode ir para a cirurgia com hipertireoidismo, pois pode ocorrer FA na hora da anestesia, é preciso bloquear a tireoide, usando iodeto de potássio de 3 a 5 dias. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO CONTROLE DOS SINTOMAS: Betabloqueador: utilizado devido a hiperatividade adrenérgica (palpitações, tremores). propranolol* (20-40 mg a cada 6 a 8 horas) e atenolol (50-200 mg/dia) pacientes com contraindicação absoluta aos BB devem receber o BCC (diltiazem), para alentecer a FC. Anti-hipertensivos: o hipertireoidismo leva a hipertensão arterial Ansiolíticos (alprazolam, clonazepam, ...) DROGAS ANTITIREOIDIANAS (TIONAMIDAS) Metimazol (Tapazol ® - TPZ): Droga de escolha Tomar 1x ao dia, comprimidos de 5-10mg, sendo o mais comum o de 10mg. Dose máxima: 60-80mg Dose de ataque (4-8 semanas): 40 mg/ dia, em 1-2 tomadas; Manutenção: 5-20 mg/dia, em 1 tomada; possui meia-vida de cerca de 6h. Mais rápido o declínio dos hormônios tireoidianos Ação: bloqueia a síntese dos hormônios tireoidianos, em várias etapas, pela inibição da TPO Menor risco de agranulocitose que o propiltiouracil Efeito adverso: Colestase Não se utiliza na gravidez, pois tem relatos de Aplasia de Cutis e Atresia de Coanos Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 5 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Propiltiouracil (PTU): Comprimidos: 50-100mg. Dose máxima: 600- 800mg. Tomar: 3x/dia (aderência é menor ao tratamento). Dose de ataque (4-8 semanas): 300-600 mg/dia, em 3 tomadas; Manutenção: 100-400 mg/dia, em 2 tomadas; possui meia-vida de cerca de 1,5h. Possivelmente tem mais efeitos colaterais do que o Tapazol em altas doses Indicação: gestantes (1º trimestre), crise tireotóxica (devido à capacidade de inibição da conversão periférica do T4 em T3) e nos pacientes que apresentaram efeitos colaterais com o metimazol (que não a agranulocitose) e apresentam contraindicação ao tratamento cirúrgico ou com radioiodo. Na gestação e amamentação, o propiltiouracil, tem menos efeitos teratogênicos, logo sendo mais utilizado no 1º trimestre. Prof. Jovelina acha mais seguro usá-lo durante a gravidez inteira Ação: Bloqueia a síntese dos hormônios tireoidianos, em várias etapas, pela inibição da TPO Inibe, em doses altas (> 600 mg/dia), a conversão periférica de T4 em T3 Efeito adverso: Maior risco de agranulocitose: monitorar TGO e TGP Hepatite medicamentosa, erupção cutânea, prurido, intolerância gástrica, febre, trombocitopenia, aplasia medular, hepatite colestátia (TPZ) etc. Nestes casos as drogas antitireoidianas devem ser suspensas e não mais reintroduzidas, estando contraindicadas. SEGUIMENTO DOS PACIENTES É importante se ter em mente que o TSH demora meses (em torno de 3 meses, mas pode demorar até 1 ano) para normalizar, pois os tireotrofos da hipófise encontram-se atrofiados e leva um certo tempo para recuperarem a sua função. Portanto, a monitorização da função tireoidiana é feita pelo T4 livre, cujo alvo é o do eutireoidismo (T4 livre entre 0,9-2 ng/dl). Em casos de dose excessiva da tionamida (sintomas de hipotireoidismo), pode-se tentar reduzir a dose e solicitar novos exames. No entanto, em alguns casos, isso podeser difícil e o paciente apresentar oscilações entre o hiper e o hipotireoidismo... Dessa forma, nesses casos, optamos por repor levotiroxina associada a uma tionamida, objetivando-se o estado de eutireoidismo. Como o hipotireoidismo pode piorar os sintomas da oftalmopatia (o TSH elevado acaba estimulando os receptores de TSH presentes no tecido retro-ocular), alguns autores optam por repor rotineiramente a levotiroxina, o que chamam de “estratégia de bloqueio e reposição”. Duração do tratamento: Na estratégia de terapia medicamentosa até a remissão Na recidiva podemos tentar mais um curso de terapia com drogas antitireoidianas, entretanto a terapia mais recomendada é a administração de radioiodo. IODO RADIOATIVO (131IODO) Ablação da tireoide – cirurgia química, causando hipotireoidismo em 4-6 meses. Pode engravidar após 6 meses. Geralmente cura Dose: 5-15 mCi Não precisa ficar hospitalizado com essa dose, mas deve ter mais cuidado em contato se tiver grávidas e bebês em casa. Apenas a partir dos 50mCi é quem fica isolado (geralmente pacientes com câncer de tireoide que tomam em torno de 100 a 150mCi) Não utilizado na gravidez (teratogênico) e amamentação Indicação: de imediato, refratariedade ou falência ao tratamento medicamentoso, paciente idosos com hipertireoidismo moderado, reações tóxicas as tionamidas e não adesão Preparo: é o líquido ingerível; o paciente não pode se alimentar com nada que contenha iodo por 7 dias após o uso, Efeitos colaterais: prurido, rash cutâneo, agranulocitose (casos raros) 3/10.000 pacientes ao ano Maior risco nos primeiros 3 meses; possivelmente menor risco com o Tapazol Deve-se orientar o paciente em relação à necessidade de avaliação médica em caso de dor de garganta. Hipotireoidismo é uma consequência quase inevitável da radioiodoterapia. Evolui para hipotireoidismo em 20 a 30% (meta) Risco de vida: Não há risco de malignidade. Mais rápido 6 meses depois, se necessário, pode repetir Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=hipertireoidismo 6 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Existe um risco do desenvolvimento de crise tireotóxica após o tratamento, pela lesão actínica da glândula. Dessa forma, aconselha-se, pelo menos nos idosos ou cardiopatas, o tratamento com drogas antitireoidianas por pelo menos um mês antes da aplicação do radiofármaco, seguida de sua suspensão cerca de 3 a 7 dias antes da aplicação, para facilitar a captação do iodo radioativo. O radioiodo está contraindicado durante a gravidez e amamentação. Antes de sua administração deve ser obtido um teste de gravidez para todas as mulheres em idade fértil; uma possível gestação deve ser evitada por pelo menos 6 a 12 meses após o tratamento. A oftalmopatia pode ser exacerbada durante a terapia com radioiodo Existem protocolos que recomendam o início de prednisona (0,2 a 0,5 mg/ kg/dia), com redução gradual da dosagem em 2 a 3 meses, para pacientes com oftalmopatia moderada a grave. Após 5 dias da aplicação do iodo-131 as medicações antitireoidianas e os betabloqueadores devem ser reiniciados. Estas drogas geralmente são mantidas por alguns meses, uma vez que o hipertireoidismo persiste durante 8 a 12 semanas após a ablação com iodo radioativo. A melhora da tireotoxicose é evidente em cerca de 4 a 5 semanas, e 80% dos indivíduos são curados com dose única. O hipotireoidismo pós-radioablação é uma consequência quase inevitável da terapia com radioiodo, ocorrendo em 80% dos casos. Necessidade de se acompanhar o T4 livre e o TSH do paciente. Em caso de hipotireoidismo, está indicada a reposição de levotiroxina 50-200 µg/dia, mantendo- se o eutireoidismo. É muito mais seguro para o paciente conviver tomando levotiroxina do que tomando drogas antitireoidianas Antes de se aplicar a dose terapêutica de radioiodo, devemos solicitar USG da tireoide para descartar a possibilidade de nódulos que possam abrigar neoplasias. Caso estejam presentes, deve-se avaliar a realização de punção (PAAF) para afastar a possibilidade de câncer. Em alguns casos, pode ser necessária a cirurgia em vez da dose terapêutica. IODO RADIOATIVO E OFTALMOPATIA TIREOIDIANA Acontece o hipotireodismo Há piora do quadro de oftalmopatia (exoftalmia) quando tratado com o Iodo, mas ainda não é consenso. HIPERTIREOIDISMO - PAPEL DA CIRURGIA Reservada para: pacientes que recusam o Iodo131, com bócio grande, suspeita de malignidade e casos com efeitos colaterais das drogas antitireoidianas Controlar o hipertireoidismo antes de operar, pois apresenta um risco de FA Experiente cirurgião de tireoide Tireodectomia total/subtotal Até 40% de recorrência de hipertireoidismo: tratar com iodo Hipocalcemia no pós-operatória (2%): por lesão das paratireoides Indicações de Cirurgia Pacientes que não controlam a doença com tionamidas e que recusam o 131I. Doença com bócio volumoso causando deformidade estética ou comprimindo traqueia e trazendo desconforto. Suspeita de neoplasia tireoidiana subjacente (nódulo frio confirmado por punção aspirativa). Grávidas com hipertireoidismo grave não controlado por drogas antitireoidianas ou alérgica às drogas antitireoidianas. O procedimento deve ser realizado somente no segundo trimestre. TRATAMENTO DA EXOFTALMIA Correção da disfunção tireoideana Eliminação dos fatores de risco: tabagismo, estresse, esforço físico, sol Lembrar que o repouso faz parte do tratamento do hipertiroidismo! Terapêutica local de apoio: colírios, cabeceira elevada e diuréticos para prevenir edema periorbitário Medidas específicas: Fase ativa (inicial): AINES e imunossupressores (como corticoides, ciclosporina), sendo oral, local ou injetável. Pacientes refratários à corticoterapia têm sido tratados com sucesso através do uso de rituximab (por injeção retro-ocular, que limita a toxicidade sistêmica da droga). Fase inativa: presença de fibrose → indicação cirúrgica. Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 7 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN As tiazolidinedionas (pioglitazona, rosiglitazona), utilizadas no tratamento do DM2, por um mecanismo desconhecido, exacerbam a atividade da oftalmopatia, devendo ser evitadas ou substituídas nesses pacientes! A prednisona na dose de 1 mg/kg/dia (geralmente 60 a 80 mg/dia) costuma ser utilizada e uma melhora clínica ocorre geralmente com 4 semanas de tratamento. DOENÇA TIREOIDIANA E GESTAÇÃO Complicações: Aborto; HAS; Descolamento da placenta Parto prematuro Baixo peso ao nascer A gestação causa pequenas alterações na função tireoidiana, principalmente nessa parte imunológica Avaliar função tireoidiana em todos os casos de hiperêmese gravídica: quadro de excesso de náuseas e vômitos durante a gestação e que pode ter relação com o hipertireoidismo Se confirmado o hipertireoidismo, usar a menor dose de drogas, de preferência o propiltiouracil (no 1º trimestre, depois suspende e utiliza tapazol nos outros meses, pois é mais eficiente). Porém, ela falou que usa o propiltiouracil durante a gravidez inteira. Monitorar a função tireoidiana materna a cada trimestre; Drogas antitireoideanas podem ser usadas na lactação – monitorize função tireoideana do bebê se dose > 30mg (TPZ) ou 150mg/dia (PTU) Atualmente usa-se o propiltiouracil (na mesma dose utilizada durante a gravidez). Hipertireoidismo neonatal é raro, mas pode ser decorrente de doença de Graves materna Tireoidite pós-parto pode ocorrer em até 15% dasmulheres pós-natal O objetivo do tratamento do hipertireoidismo durante a gestação deve ser o de manter o T4L no limite superior da normalidade ou discretamente elevado. Caso contrário, pode contribuir para a ocorrência de deficit cognitivo no feto. SITUAÇÕES ESPECIAIS Hipertiroidismo no idoso (apático ou apatético) Paralisia periódica hipocalêmica tireotóxica (PPHT): Raríssimo; Mais comum em homens asiáticos; Hipertireoidismo associado a crises adrenérgicas, havendo baixa de potássio. Paciente apresenta paralisia. Dura cerca de 30 min a 4 h. É contraindicado a realização de esforço físico. Hipertiroidismo subclínico: Na presença, diferente do hipotireoidismo, tende a iniciar o tratamento precoce. Crise tireotóxica: Máximo da descompensação Tratamento: betabloqueador, propiltiouracil em altas doses, iodo (após 1 hora da dose de PTU), corticoide, repouso. UTI. Considerações finais: Hiper altera a menstruação, deixando irregular, no hipo sangra mais. No hiper há uma diferença mais significativa na pressão sistólica que na diastólica. Cursa com comportamento agressivo. Aumenta libido. Baixado por Festa das Comissoes (marketingcomissaoesfest@gmail.com) lOMoARcPSD|34224540 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=hipertireoidismo
Compartilhar