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1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO FORMAL

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO FORMAL.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Ambiental é fundamental nos anos iniciais do Ensino Fundamental, pois é nessa fase que as crianças estão em processo de formação e desenvolvimento de valores e atitudes em relação ao meio ambiente. Através da Educação Ambiental, as crianças aprendem sobre a importância da preservação da natureza, do uso consciente dos recursos naturais e da sustentabilidade.
A Educação Ambiental nos anos iniciais deve ser lúdica, divertida e interativa, pois é através do lúdico que as crianças aprendem de forma mais eficaz. Atividades como jogos, brincadeiras, desenhos e outras atividades criativas são ferramentas importantes para a Educação Ambiental.
A Educação Ambiental também ajuda a desenvolver habilidades e competências nos alunos, como a capacidade de observação, análise e reflexão crítica sobre questões ambientais. Isso é importante para que as crianças possam compreender as consequências das suas ações e tomar decisões conscientes em relação ao meio ambiente.
Além disso, a Educação Ambiental nos anos iniciais pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade, pois ao ensinar as crianças sobre a importância da preservação ambiental, estamos formando cidadãos mais conscientes e responsáveis, capazes de tomar decisões que visem a sustentabilidade do planeta.
Segundo Carvalho (2009), a Educação Ambiental deve ser trabalhada de forma transversal, ou seja, deve ser integrada ao currículo escolar de forma interdisciplinar, envolvendo diversas disciplinas como Ciências, Matemática, Geografia, entre outras. Dessa forma, os alunos terão uma visão mais abrangente e contextualizada das questões ambientais.
Outro ponto importante é a participação da comunidade no processo de Educação Ambiental. Segundo Guimarães (2004), a participação da comunidade no processo de Educação Ambiental é fundamental para o sucesso do programa, pois é através da integração entre escola, comunidade e meio ambiente que se pode promover a conscientização ambiental.
O papel do professor é fundamental nesse processo de Educação Ambiental. Segundo a UNESCO (2014), o professor é um agente de mudança na sociedade, e deve ser capaz de promover a Educação Ambiental de forma efetiva e criativa, levando em consideração as especificidades do público-alvo.
A educação infantil é a primeira etapa do ensino fundamental destinada a promover a socialização, o desenvolvimento cognitivo e motor das crianças por meio de atividades e brincadeiras propostas intencionalmente pelos professores. Nessa fase, deve-se permitir à criança expressar com liberdade sua criatividade, de forma espontânea, constituindo o espaço onde ela tem voz e atenção (ANDRADE, 2010).
No entanto, nem sempre é assim. Nos séculos passados, as crianças careciam de aceitação social. A infância não é compreendida como uma etapa do processo de formação importante para o surgimento de uma personalidade consolidada. As crianças antes isoladas do convívio social, uma vez conquistadas alguma independência, integram-se na vida adulta, assumindo os trabalhos, roupas e responsabilidades a ela associadas. 
Segundo Ariés (1978, p. 10):
A criança então, mal adquiria algum desembaraço físico, era logo misturada aos adultos, e partilhava de seus trabalhos e jogos. De criancinha pequena, ela se transformava imediatamente em homem jovem, sem passar pelas etapas da juventude.
Ariès (1978) observou que a infância foi "descoberta" no século XIII e ganhou mais força no final do século XVI, mas a partir do século XVII as crianças começaram a ganhar mais visibilidade. Esse fato torna-se perceptível com a inclusão e enfatiza a conquista de mais espaço pelo fato de que: “Foi também nesse século que os retratos de família, muito mais antigos, tenderam a se organizar em torno da criança, que se tornou o centro da composição.” (ARIÈS, 1978, p. 65).
Com tamanha popularidade, ela se tornou o centro da família, recebendo mais atenção e mais cuidados. A mortalidade infantil nessa época era menor, ou seja, a família passou a entendê-la com um valor especial, considerando-a como um sujeito com direitos e necessidades diferentes dos adultos. Com o aumento do espaço privilegiado no ambiente doméstico, eles são colocados em instituições de ensino onde podem socializar com seus pares e receber estimulação suficiente para desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e emocionais.
No entanto, deve-se notar que nem todas as crianças vivenciam a infância, embora isso seja um direito delas. Em vez disso, muitos deles foram privados dessa etapa por suas condições econômicas e sociais. (JÁCOME, 2018).
As instituições de ensino que optam pela educação infantil devem propor programas de ensino e educação que respeitem o processo de infância da criança e o momento de seu desenvolvimento pessoal, oportunizando a exposição às diferentes culturas existentes no ambiente escolar. (TAKEMOTO; LIMA, 2013).
Todas as mudanças na vida trazem novas situações que exigem um processo de adaptação. O processo de escolarização não é exceção. A adaptação de uma criança ao jardim de infância é complexa, envolvendo famílias e educadores. Para entender melhor esse processo potencialmente doloroso e lento, é importante esclarecer o papel do professor, pois esse é um novo momento delicado em que o professor precisa saber acolher a criança com segurança.
A inclusão da criança na escola implica mudanças complexas em seu cotidiano, pois ela vivenciará novos fatores ambientais, sociais e emocionais que exigirão mudanças em seu comportamento para adaptação ao novo ambiente proposto. Esse movimento é necessário para seu amadurecimento emocional e desenvolvimento cognitivo e pode trazer dor expressa por meio do choro e pode afetar a família, pois ambos os parceiros se envolvem em uma rotina imbuída de presença constante e cuidado direto, compartilhado desde então com pessoas desconhecidas de várias idades. Nesse momento, atenção, acolhimento e dedicação são necessários para minimizar os transtornos no processo de adaptação às novas rotinas (SANTOS, 2012).
Não são apenas as crianças e as famílias que precisam se ajustar a esse novo momento. O professor, e todo o ambiente escolar, também devem estar preparados, não somente para buscar formas de suprir a ausência da família, ofertando atenção e afeto, mas também tendo consciência de que fazem parte desse processo, como aponta Novaes (2002, p. 9):
[...] adaptação escolar” é, na maioria das vezes, só considerada em relação ao aluno, não se levando em conta a reciprocidade implícita do processo e a sua repercussão nos comportamentos dos professores e no clima psicológico da escola, sem se cogitar sequer em considerar os condicionamentos contextuais, situacionais e intuicionais inerentes à interação social.
Assim como as crianças, os profissionais também acabam se sentindo inseguros diante do novo, o que pode se refletir em sua estrutura física e emocional. Pode ser um desafio para os professores conhecer cada criança, aceitar sua possível dor e ajudá-la a superá-la; é preciso treinamento para lidar com a situação. É necessário planejar esse período com atividades adequadas para facilitar a interação com os pares e novos ambientes (COSTA, 2019).
Segundo Ostetto (2000), o planejamento instrucional permite ações pedagógicas que envolvam as crianças, o que traz uma sensação de segurança aos educadores na mediação de qualquer processo de aprendizagem:
Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar, elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiências múltiplas e significativas para/com o grupo de crianças. Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Por isso, não é uma fôrma! Ao contrário, é flexível e, como tal, permite ao educador pensar, revisar, buscando novos significados para sua prática docente. (OSTETTO, 2000, p. 177).
O planejamento das atividades e práticas pedagógicas é importante em todas as etapas do ensino fundamental, masna educação infantil é uma ferramenta essencial para orientar os professores, pois envolve a reflexão crítica sobre o trabalho docente diante do contexto trazido por cada criança. Ao planejar cuidadosamente suas atividades, o professor inclui a criança, vê-a como sujeito principal do comportamento, e em seu primeiro contato com ela e sua família precisa estar pronta para o desafio, tanto no planejamento quanto na conduta no processo (ABUCHAIM, 2016).
Nesse sentido, a Educação Ambiental nos anos iniciais deve ser lúdica, divertida e interativa, pois é através do lúdico que as crianças aprendem de forma mais eficaz. Atividades como jogos, brincadeiras, desenhos e outras atividades criativas são ferramentas importantes para a Educação Ambiental.
No entanto, é importante destacar que a Educação Ambiental nos anos iniciais não pode ser vista como uma disciplina educativa, mas deve estar integrada às políticas curriculares para a infância. As políticas curriculares são documentos que orientam o trabalho pedagógico nas escolas e devem contemplar a Educação Ambiental de forma transversal, ou seja, integrada ao currículo escolar de forma interdisciplinar.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010), a Educação Ambiental deve ser trabalhada de forma integrada às demais áreas do conhecimento, com o objetivo de desenvolver o pensamento crítico e a consciência ecológica das crianças desde os primeiros anos de vida.
As políticas curriculares também devem considerar a diversidade cultural e a sustentabilidade ambiental. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010), é importante que as crianças aprendam sobre a diversidade cultural e a relação entre cultura e meio ambiente, com o objetivo de desenvolver uma visão crítica e consciente da sociedade e do meio ambiente.
Além disso, é fundamental que as políticas curriculares para a infância considerem a sustentabilidade ambiental como um princípio fundamental da Educação Ambiental. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (BRASIL, 2012), é importante que as crianças aprendam sobre a relação entre ser humano e meio ambiente, a fim de desenvolver uma visão crítica e consciência da sustentabilidade ambiental.
O papel do professor é fundamental nesse processo de Educação Ambiental integrado às políticas curriculares para a infância. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010), o professor é responsável por promover o desenvolvimento integral das crianças, contemplando as dimensões física, emocional, cognitiva e social, bem como a consciência ecológica.
O processo de avaliação é uma ferramenta para monitorar e replanejar as atividades de sala de aula. Portanto, a avaliação deve estar pautada na possibilidade de superação. Beyer (2013, p. 96) afirma: “A abordagem vygotskiana, através do bem conhecido conceito da zona de desenvolvimento proximal (ZPD), estabelece uma demarcação paradigmática de avaliação em que se busquem as condições cognitivas emergentes”.
Segundo a pesquisa de Vygotsky, a zona de desenvolvimento proximal caracteriza-se pela existência de dois níveis de desenvolvimento, real e potencial, sendo o real o conhecimento que o indivíduo pode utilizar independentemente, enquanto o potencial é determinado pelas habilidades que o indivíduo possui. A zona de desenvolvimento proximal (ZPD) é estabelecida pela distância entre o nível de desenvolvimento real e o desenvolvimento potencial.
Diante disso, o papel da avaliação é analisar esse processo de desenvolvimento, buscando caminhos de crescimento baseados não apenas nas limitações funcionais do aluno, mas também em seu potencial intelectual e socioemocional. O Professor precisa estar atento à maneira de se avaliar o aluno, pois como alerta Beyer (2013, p.96).
A avaliação pode, também, constitui-se, como prática educativa importante que é, em uma oportunidade para a cristalização de processos de preconceito e rejeição social, caso não seja bem conduzida. Os preconceitos sociais derivados de processos de avaliação mal elaborados são particularmente nocivos, porque atingem a criança na formação de sua autoimagem, o que pode vir a construir num prejuízo ainda maior para a superação das dificuldades no âmbito escolar.
Em vez de levar em conta a diversidade, as avaliações tradicionais, como forma de diminuir as expectativas da sociedade, concentram-se na noção de diferenças comparativas entre os alunos, trazendo constantemente ideias de notas, reconhecimento, reprovação, sucesso e reprovação.
Diante dessa perspectiva de mudança, o professor deve repensar sobre a sua prática e o ato de avaliar. “A construção do ressignificado da avaliação pressupõe dos educadores um enfoque crítico da educação e de seu papel social” (HOFFMANN,1991, p.112).
O termo educação é bastante abrangente, referindo-se ao direito à escolarização de todos os alunos com particularidades, não apenas aqueles com necessidades educacionais especiais. Segundo Fávero, Pantoja e Mantoan (2007, pp. 28-29), a educação no ensino regular é um direito constitucional não disponível e o atendimento educacional específico é uma forma de atendimento complementar que melhor atende as particularidades de cada aluno. 
REFERÊNCIAS
BEYER, HO A avaliação escolar na educação infantil: limites e possibilidades. São Paulo: Cortez, 2013.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 2010.
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/RCNEI_05_09.pdf .
CARVALHO, ICM Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.
FÁVERO, EA; PANTOJA, L.; MANTOAN, MTE Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2007.
FOCHI, AG A importância da Educação Continuada na Formação de Profissionais da Educação Infantil. Anais do XXII Congresso Brasileiro de Educação Infantil, 2019.
GUIMARÃES, MA Educação ambiental crítica: nomes e endereçamentos da educação. In: LAYRARGUES, PP; LIMA, GÁS (org.). Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 2005.
HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1991.
MALAGUZZI, L. Cem Linguagens da Criança: uma abordagem de Reggio Emilia na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
MAZZOTTA, MJS Educação Infantil no Brasil: Uma análise histórica. São Paulo: Cortez, 2005.
RUA, MGA Gestão escolar: entre o público e o privado. Campinas: Autores Associados, 2009.
UNESCO. Guia de Educação Ambiental para Educadores. Brasília: UNESCO, 2014.
VYGOTSKY, LS A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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