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Educação Ambiental

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Prévia do material em texto

2011
Educação ambiEntal
Prof.a Eliane Dalmora
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Profª Eliane Dalmora
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
370.357
D148e Dalmora, Eliane
 Educação ambiental / Eliane Dalmora. Indaial : Uniasselvi, 
 2011. 197 p. : il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-481-2
1.	 Educação ambiental
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
 
III
aprEsEntação
Caro acadêmico!
A questão ambiental nos desafia ao aprendizado constante. Temos 
que ter esperança e acreditar nos nossos educandos, na possibilidade da 
educação, como transformação dos comportamentos e dos pensamentos 
conscientes. O meio ambiente reclama novas atitudes e comprometimento 
social, por isso é com prazer que pretendo fazer esta interlocução com você. 
A Educação Ambiental tem uma trajetória de mais de quarenta anos 
de construção. Nesta caminhada estiveram em debate as seguintes questões: 
1) Podemos acreditar em novas práticas pedagógicas, capazes de 
transformar as relações sociedade/natureza? 
2) Pode a Educação Ambiental contribuir para formar uma cultura de 
sustentabilidade socioambiental? 
3) Até onde a Educação Ambiental pode desencadear novas relações 
institucionais fundadas em compromissos que visam à transformação 
da realidade das cidades e dos campos? 
4) Quais foram seus avanços conceituais, teóricos e metodológicos?
5) Quais são os princípios que orientam a ecopedagogia? 
6) Como as orientações pedagógicas podem promover a emancipação do 
sujeito?
7) De quem é a responsabilidade de promover a educação nos espaços não 
escolarizados? 
8) Quais as metodologias mais apropriadas para a educação de adultos? 
9) Como a Educação Ambiental com crianças pode superar um cotidiano 
desinteressante das salas de aula?
10) Por que a Educação Ambiental depende de projetos multidisciplinares? 
11) Qual a contribuição da transversalidade e da multidisciplinaridade no 
trato da complexidade da questão ambiental? 
IV
São estas reflexões que a disciplina pretende apresentar. No 
entanto, quero ressaltar que o trabalho do educador é resultado das suas 
intenções. Escolhas são realizadas com base nos valores e compromissos 
éticos do educador. Portanto, a EA terá êxito se o coletivo de educadores 
refletirem sobre seus propósitos e, principalmente, decidirem quais práticas 
pedagógicas serão adotadas para atingir tais propósitos. 
Algumas respostas para estas questões serão apontadas nos tópicos, 
outras dependerão do cenário a ser projetado para o futuro, em que 
profissionais em Educação Ambiental, como você, poderão fazer a diferença.
 
Portanto, esteja atento(a) quanto à forma de como você se engajará 
na promoção do conhecimento. Observe suas propostas pedagógicas. A sua 
participação pode ser variada, desde uma forma branda até uma mais ampla 
e democrática. 
Na forma branda, a participação se fará presente apenas em algumas 
etapas do processo, delegando o planejamento a uma comissão de experts. 
Nesta comissão, o gestor é o mentor controlador e o condutor das ações. 
Separa-se o gestor que planeja, portanto, dita a palavra e o gestor executa as 
ações previamente definidas. 
Já, na forma democrática trata-se de um fazer pedagógico (de 
planejamento e de ação) construído por um coletivo. Neste caso, observe 
como a comunicação pode ocorrer entre os sujeitos que participam da ação 
de modo conectado e integrado. 
 Portanto, para que a educação tenha esse propósito, é preciso que 
cada professor seja o sujeito e, mais, seja incentivado a participar de todas as 
etapas do planejamento da educação. 
Para complementar suas reflexões sobre as potencialidades da 
Educação Ambiental, compreendendo as opções pedagógicas constituídas, 
faça seus estudos e procure responder aos exercícios propostos no final de 
cada tópico. Em caso de dúvidas busque saná-las.
 Bons estudos!
Prof.a Eliane Dalmora
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................... 1
TÓPICO 1 – SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE
 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................ 4
3 A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO 
 SUSTENTÁVEL .................................................................................................................................... 5
4 QUESTIONANDO O MODELO DE DESENVOLVIMENTO .................................................... 8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 – ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
 NO BRASIL ........................................................................................................................ 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 A LEGALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL .............................................. 15
3 A PERMANÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................... 18
4 A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO ................................................................................................. 19
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 25
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 27
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL ........................ 29
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................29
2 A POLÍTICA, GESTÃO E ENGAJAMENTO PROFISSIONAL NA PROMOÇÃO DA EA .. 29
3 OS COLETIVOS JOVENS .................................................................................................................. 31
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35
TÓPICO 4 – FORMAÇÃO DO SUJEITO ECOLÓGICO CRÍTICO .............................................. 37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37
2 ETAPAS DO PROCESSO PEDAGÓGICO ...................................................................................... 37
3 CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA CRÍTICA DA EDUCAÇÃO .................................................... 39
3.1 CONHECIMENTO DO CONTEXTO E DEFINIÇÃO DOS TEMAS GERADORES .............. 41
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 44
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49
UNIDADE 2 – ABORDAGENS E EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
 EM ESPAÇOS ESCOLARIZADOS ........................................................................... 51
TÓPICO 1 – DESENVOLVIMENTO, MEIO AMBIENTE E
 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ...................................................................................... 53
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53
2 MEIO AMBIENTE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS .................................................................... 53
3 A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO (DES)ENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................... 56
sumário
VIII
4 O ENGAJAMENTO POLÍTICO NA CONCRETIZAÇÃO DO
 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL......................................................................................... 58
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 60
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 61
TÓPICO 2 – A DIMENSÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL: DIVERSIDADE
 E COMPLEXIDADE ........................................................................................................ 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 A COMPLEXIDADE DA QUESTÃO AMBIENTAL ...................................................................... 63
3 A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS ............................................................................................ 68
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73
TÓPICO 3 – A ATUAÇÃO DO EDUCADOR EM PROL DO PATRIMÔNIO NATURAL ....... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO NATURAL E IMPLICÂNCIAS PARA A
 GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 76
3 CONTRAPONTOS DA GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA E PARTICIPATIVA ............ 80
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 86
TÓPICO 4 – TEMAS TRANSVERSAIS E INTEGRAÇÃO CURRICULAR ................................. 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA ..................................................................................................... 87
3 O MEIO AMBIENTE NOS CURRÍCULOS ESCOLARES ............................................................ 90
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 97
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 99
TÓPICO 5 – MEIO AMBIENTE NOS CONTEÚDOS ESCOLARES ...........................................101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO EDUCANDO ......................................................101
3 ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO E INTERVENÇÃO NA REALIDADE .......................105
3.1 DATAS COMEMORATIVAS E EVENTOS ................................................................................106
3.2 A MÚSICA, A ARTE E A LITERATURA NO APRENDIZADO .............................................106
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................108
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................109
TÓPICO 6 – UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR VIA
 TEMA GERADOR ..........................................................................................................111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 AGROTÓXICOS: UMA QUESTÃO DE INTERFACE DOS SABERES ...................................111
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................118
UNIDADE 3 – ECOPEDAGOGIA E SOCIOPOÉTICA .................................................................121
TÓPICO 1 – CARTA DA TERRA NA ECOPEDAGOGIA.............................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 PRINCÍPIOS DA CARTA DA TERRA ...........................................................................................123
3 A CARTA DA TERRA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ...................................................125
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................127
IX
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................130
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................131
TÓPICO 2 – ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM ADULTOS ........................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1332 A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL E EDUCACIONAL À LUZ DE UM PROJETO
 DE CIVILIZAÇÃO ..............................................................................................................................133
3 IMPASSES DA EMANCIPAÇÃO NA COMUNICAÇÃO SOBRE MEIO AMBIENTE ........135
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................140
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................141
TÓPICO 3 – O SENTIDO DA APRENDIZAGEM ..........................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 A APRENDIZAGEM DO EDUCANDO NA ECOPEDAGOGIA ..............................................143
3 O ATO DE PESQUISA COMO FORMA DE APRENDIZADO COM SENTIDO .................145
3.1 HISTÓRIAS DE VIDA E AÇÕES DA SOCIEDADE NA NATUREZA .................................145
3.2 ESTUDOS DE CASO NO APRENDIZADO DA REALIDADE AMBIENTAL LOCAL ......147
3.3 AS GINCANAS COMO MOVIMENTO EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE ....................148
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................150
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................151
TÓPICO 4 – O CONTEXTO DAS COMUNIDADES EM UM PROGRAMA DE
 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..........................................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 O CONTEXTO DAS COMUNIDADES EM UM PROGRAMA DE
 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..............................................................................................................153
2.1 CONHECIMENTO E DEBATE DA REALIDADE ....................................................................154
2.2 SENSIBILIZAÇÃO .........................................................................................................................156
2.3 PROJEÇÃO .....................................................................................................................................158
2.4 MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO ..........................................................................................158
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 5 – O APREÇO DAS CRIANÇAS PELA NATUREZA ...................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 OS AMANTES DA NATUREZA .....................................................................................................163
3 A PERDA DA AFETIVIDADE PELA NATUREZA NA INFÂNCIA ........................................165
4 CONSTITUINDO BRINCADEIRAS E APRENDIZADOS NA INFÂNCIA ..........................168
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................172
TÓPICO 6 – ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM CRIANÇAS ......................173
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................173
2 ORIENTANDO A CRIANÇA PARA AMAR A TERRA ..............................................................173
3 A DISSEMINAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS NO BRASIL ..........................................................176
4 IDEIAS PARA DESCOBRIR E OBSERVAR O MUNDO ...........................................................179
5 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO
 PARA A CIDADANIA .......................................................................................................................183
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................187
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................188
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................189
X
1
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Ao final desta unidade, você será capaz de:
• compreender a dimensão ampla e integrada da proposta institucional;
• identificar os pressupostos teórico-metodológicos que orientam a forma-
ção do sujeito ecológico crítico.
Esta unidade está organizada em quatro tópicos, sendo que, em cada 
um deles, você encontrará atividades para uma maior compreensão das 
informações apresentadas.
TÓPICO 1 – SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
TÓPICO 2 – ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL NO BRASIL 
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR 
AMBIENTAL
TÓPICO 4 – FORMAÇÃO DO SUJEITO ECOLÓGICO CRÍTICO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a gravidade dos problemas ambientais pode ser evidenciada 
por impactos disseminados em todo o planeta Terra. Como consequência, 
questionam-se as atuais bases de sustentação das sociedades modernas. 
Particularmente, nesta década, a gravidade da destruição ambiental está em 
evidência no debate internacional, atingindo, inclusive, os círculos de negociações 
econômicas. Porém, os avanços na resolução dos problemas ainda não são 
assumidos com a devida seriedade, pois afetam os interesses de crescimento 
econômico de grandes corporações. Como resultado, são traçados acordos, 
mas não há o devido cumprimento e cobrança para a implantação de políticas 
ambientais. Além disso, não se busca atribuir responsabilidades aos cidadãos, 
empresas ou demais instituições quanto aos impactos ambientais gerados.
Neste sentido, “[...] cabe à Educação Ambiental ajudar a sociedade 
a superar o analfabetismo ambiental, que consiste no desconhecimento ou 
ignorância dos problemas ambientais, das ameaças da (in) sustentabilidade dos 
ecossistemas e da própria condição de vida da humanidade.” (DIAS, 2004, p. 3). 
O objetivo maior da Educação Ambiental é ousado, por pressupor 
um novo olhar do mundo e um pensar diferente, constituinte de uma grande 
solidariedade planetária. Em síntese, a educação se integra à proposta de 
construção de uma sociedade sustentável visando à promoção da vida, ao 
equilíbrio dinâmico, à sensibilidade social e à consciência planetária. 
FONTE: Disponível em: <www.coave.org.br/lista-downloads.php?baixar=70>. Acesso em: 23 ago. 2011.
Neste tópico será relatado como a proposta da Educação Ambiental foi 
evoluindo, resultado de um amplo debate de ambientalistas e pesquisadores, 
que culmina com a assinatura de acordos internacionais e um grande movimento 
social, preconizado nas escolas e nos meios de comunicação. Gradativamente, são 
definidos os princípios, os objetivos e os métodos de Educação Ambiental. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
4
2 DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental tem uma história recente de consolidação. Sua 
relevância é decorrente da gravidade dos problemas ambientais, que se globalizam 
e se complexificam com o desenvolvimento capitalista da sociedade industrial 
e técnico-informacional.O engajamento da educação para a formação de uma 
sociedade de responsabilidade global, quanto à questão ambiental é resultado 
de inúmeros esforços de pesquisadores, ambientalistas e educadores que buscam 
traduzir acordos internacionais e gerar uma Agenda de Educação Ambiental de 
caráter amplo e integrado. A estratégia é repensar princípios e valores que se 
constituem no espaço de ensino-aprendizagem, da escola, família e trabalho.
Atualmente, a Educação Ambiental é, efetivamente, apresentada como 
necessária para todas as nações, devendo ser permanente na formação do 
cidadão e presente em todos os níveis de ensino. Desde as primeiras formulações, 
projetos e experiências, foram se configurando e originaram um amplo coletivo 
de educadores, que têm feito diferença no modo como cada cidadão convive e se 
apropria dos recursos naturais.
Neste movimento, a Educação Ambiental é definida como “um processo 
permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu 
meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências 
e determinação que os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais 
presentes e futuros”. (DIAS, 2004, p. 523). 
Esta definição coloca inúmeros desafios para a educação. Além disso, 
há urgência na sua implantação, frente à gravidade dos problemas de poluição 
ambiental e à evidência das catástrofes globais.
NOTA
O processo de educação implica o desenvolvimento da percepção e a formação 
de habilidades e interesses de participação do cidadão na prevenção e solução de problemas 
ambientais. Também requer uma abordagem da complexidade da dinâmica dos ecossistemas 
estabelecida nas inter-relações com os modos de apropriação dos recursos por parte das 
populações. Para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, o educador pode partir da 
realidade do educando, identificando os problemas concretos da comunidade e das relações 
nos locais de trabalho.
TÓPICO 1 | SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
5
3 A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A seguir são destacados os principais eventos e datas que ajudaram a 
consolidar a atual proposta da Educação Ambiental para sociedades sustentáveis. 
A expressão Educação Ambiental (Environmental Education) é cunhada, pela 
primeira vez, na Inglaterra, em 1965, sendo indicada nas escolas como integrante 
da educação geral e atribuição de todas as disciplinas afins. (DIAS, 2004). 
Neste momento, a Educação Ambiental deixa de ser uma educação 
ecológica com atribuição restrita aos professores de Ciências e Biologia, na qual, 
era definida como a ciência que ensinava a conservação, as relações dos seres 
vivos entre si e destes com o mundo. Com uma visão mais abrangente, a Educação 
Ambiental passa a ser referenciada pelas contribuições múltiplas das ciências, em 
especial pela perspectiva que integra uma rede de relações sociais, culturais e 
naturais. (CARVALHO, 2004). 
Buscando agregar novas proposições de envolvimento da sociedade, 
em 1968, na Conferência de Educação, realizada na Grã-Bretanha, funda-se 
a Sociedade para a Educação Ambiental, refletindo a agregação de parceiros 
provenientes de campos diferenciados do conhecimento. Já, em 1970, nos 
Estados Unidos, é implementada a Lei sobre Educação Ambiental. Seguindo o 
movimento mundial, no Brasil, o então Ministério da Educação e Cultura publica 
o documento Ecologia – uma proposta de ensino de 1º e 2º Graus. (DIAS, 2004). 
Porém, esta publicação foi amplamente questionada quanto aos seus propósitos 
e conteúdo, pois simplifica a questão ambiental e apresenta incongruência com 
as recomendações internacionais, que propõem o rompimento do paradigma 
reducionista de conhecimento, presentes nas disciplinas escolares.
Em 1972, uma equipe de pesquisadores coordenados por Dennis e Donella 
Meadows publica o relatório Limits to growth, apresentando uma das obras mais 
polêmicas e divulgadas das ciências ambientais e que se constituiu um grande 
alerta sobre os rumos do crescimento econômico nas bases energéticas e de 
consumo dos recursos naturais. 
Na ocasião, em Estocolmo, é realizada a Conferência das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente. Foi considerado um marco na história do ambientalismo, 
por ser a primeira busca por um acordo internacional sobre as questões ambientais. 
Com sucesso, coloca o problema da poluição ambiental como questão prioritária. 
A ideia de desenvolvimento sustentável começa a ser estruturada 
ao se reforçar as dificuldades das nações do Sul em seguirem os padrões de 
desenvolvimento dos países do Norte. Porém, muitas nações visualizaram os 
acordos como mais uma forma de colonização, uma ameaça à soberania nacional, 
o que resultou em ecos pouco significativos em países como o Brasil, que seguiram 
a perspectiva imitativa de desenvolvimento como sinônimo de crescimento 
econômico. (SATO, 2004). 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
6
Mais especificamente, a Conferência apresenta, na recomendação no 
96, que a Educação Ambiental (EA) é essencial para a formação de uma nova 
consciência planetária e para ampliar o compromisso no combate à crise mundial.
O relatório Meadows teve o mérito de situar a problemática do meio 
ambiente numa escala planetária, tendo como pano de fundo a hipótese de um 
sistema fechado no que concerne à fronteira dos recursos naturais renováveis. 
(FURTADO, 1996). Logo, há questionamentos provenientes do interior da 
própria economia sobre a perspectiva do crescimento econômico propalada 
como o “melhor” caminho a ser seguido pelos países “subdesenvolvidos”. Esse 
caminho, o de imitação do modo de vida do Ocidente industrial, confronta-se 
com os limites ecossistêmicos, o pluralismo cultural de cada nação e a grande 
diferença socioeconômica entre os países do Norte e do Sul do meridiano, entre o 
Ocidente e o Oriente e entre as regiões de um mesmo país. Muitos dos problemas 
resultantes do modelo eram negados pela grande maioria dos economistas. Em 
caso de expansão dos níveis de consumo para todos os povos, a pressão exercida 
sobre os recursos não renováveis e a poluição do meio ambiente seria de tal 
ordem que o sistema econômico mundial entraria em colapso. (FURTADO, 1996). 
UNI
Observe como o relatório dos limites do crescimento é atual, quando refletimos 
sobre a sociedade de consumo, seu modo de vida e de trabalho que excede a capacidade 
natural dos ecossistemas e da biosfera de se regenerar. O efeito desta sociedade é caracterizado 
pelo indicador denominado de Pegada Ecológica. Observe que a biocapacidade do planeta 
terra é estimada em 1,8 ha pessoa, porém a pegada ecológica média da população mundial 
é de 2,2 hectares. Estamos realizando o consumo muito além da oferta e disponibilidade de 
recursos naturais, ultrapassamos os limites ecológicos em curto período do tempo. Você 
considera que o seu modo de vida contribui para a atual pressão sobre os recursos naturais? 
Entre no site: http://www.pegadaecologica.org.br/index.php> e faça o teste identificando 
qual o impacto do seu estilo de vida para o planeta. Observe as dicas sobre como você pode 
colaborar para reduzir o seu impacto. 
Apesar da pertinência e das evidências sobre a questão, reações contrárias 
ao relatório permearam as reuniões preparatórias à Conferência de Estocolmo, 
realizada em 1972. Pelo menos duas posições (antagônicas) estavam em debate 
na época (SACHS, 1986):
a) dos adeptos ao crescimento econômico a qualquer custo, para os quais as 
limitações ambientais seriam um entrave ao avanço da industrialização dos 
países em desenvolvimento, tirando-lhes a oportunidade de atingir os mesmos 
níveis dos países desenvolvidos, argumentavam que a suposta escassez 
dos recursos naturais poderia ser evitada no interior do próprio modelo de 
crescimento econômico, sobretudo mediante as inovações tecnológicas;
TÓPICO 1 | SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
7
b) e a do movimento ambientalista preservacionista, defensores de umapolítica 
de “crescimento zero”, ajustada às conclusões de relatório Meadows. 
ESTUDOS FU
TUROS
No próximo tópico, você verá como o posicionamento contrário às 
limitações para o crescimento foi predominante no Brasil, permeando as políticas públicas 
de incentivo às iniciativas privadas, em especial visando à aceleração do crescimento 
econômico, urbano-industrial.
Em 1975, ocorre, em Belgrado, o Workshop em Educação Ambiental, 
promovido pela UNESCO. A Carta de Belgrado define os princípios e orientações 
para um programa internacional de EA e se tornou um documento de referência 
para a questão ambiental. Questiona a natureza fragmentária dos programas de 
ensino, que impede uma visão mais ampla e complexa das questões ambientais. 
Faz, além disso, um chamamento às responsabilidades individuais quanto ao uso 
dos recursos e aos estilos de vida, clamando por uma ética global, que promova 
atitudes nos indivíduos de corresponsabilidade para a distribuição equitativa, 
o uso e acesso aos recursos naturais. Questiona, também, o estilo econômico 
gerador de desigualdades sociais e de diferenças nas bases de consumo entre 
nações ricas e pobres. 
Em 1977, em Tbilisi (na Geórgia), realiza-se a I Conferência 
Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada pela UNESCO/
Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Institui-se, então, 
a primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental, acordado 
em 1975, pela Unesco/Pnuma. Na ocasião, estabelece-se a permanência, a 
multidisciplinaridade e a integração dos conteúdos às questões do local. 
FONTE: Adaptado de: <www.ambiente.sp.gov.br/ea/projetos/Apostila_EA.pdf>. Acesso em: 23 
ago. 2011.
Também são definidos os objetivos, características e estratégias de 
implementação da EA, nos mais diversos países. Destaca-se que a EA deve estar na 
formação de crianças, adolescentes, adultos e idosos, como parte dos programas 
curriculares. As universidades devem internalizar a educação ambiental na 
formação dos profissionais, integrando nas profissões a ética ambientalista. Os 
meios de comunicação podem contribuir para veicular mais amplamente as 
informações sobre as questões ambientais para a sociedade.
Em 1980, em Budapeste, na Hungria, a UNESCO promove o Seminário 
Internacional sobre o Caráter Interdisciplinar da EA no ensino de Primeiro 
e Segundo Graus. A experiência de transversalização da temática ambiental 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
8
demonstra que não há limites entre a educação formal e não formal, na medida 
em que a escola participa da sociedade, engajando-se na problematização da 
realidade à qual o educando está inserido.
4 QUESTIONANDO O MODELO DE DESENVOLVIMENTO
Em 1992, no Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também chamada de 
Eco-92 ou Rio-92. Na ocasião, foram instituídos acordos internacionais de onde 
se originaram propostas para implementar as Agendas 21, avançar na proposta 
da Carta da Terra e instituir o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades 
Sustentáveis e Responsabilidade Global. (SATO, 2004). A Responsabilidade 
Global é definida nos seguintes termos:
Nós, signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprometidos 
com a proteção da vida na Terra, reconhecemos o papel central da educação na 
formação de valores e na ação social. Comprometemo-nos com o processo educativo 
transformador através de envolvimento pessoal, de nossas comunidades e nações 
para criar sociedades sustentáveis e equitativas. Assim, tentamos trazer novas 
esperanças e vida para nosso pequeno, tumultuado, mas ainda assim belo planeta.
O Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e 
Responsabilidade Global reafirma a permanência da Educação Ambiental para 
uma sociedade sustentável e equitativa, além de enfatizar o papel da educação na 
formação de cidadãos críticos e atuantes, corresponsáveis pela sustentabilidade 
planetária.
DICAS
Para que você tenha uma compreensão ampla da temática veja o livro SATO, 
Michèle. Educação Ambiental. São Carlos, SP: Rima, 2004. Observe como historicamente 
a EA tem ocupado o lócus de sustentação de um novo projeto de sociedade, eticamente 
comprometida com o pensamento crítico e com responsabilidade socioambiental. 
Visando consolidar uma proposta de caráter universal, coesa e coerente 
com a proposta do desenvolvimento sustentável são definidos os princípios da 
Educação Ambiental, a seguir resumidos:
1 A EA é um direito de todos. Visa formar cidadãos com consciência global e 
planetária e respeito à soberania dos povos (recupera, reconhece e respeita a 
história indígena e culturas locais, promovendo a sociobiodiversidade).
TÓPICO 1 | SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
9
2 A base é o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo e lugar (da 
educação formal à não formal), integrando conhecimentos, aptidões, valores, 
atitudes e ação.
3 A EA é um ato político e de transformação social com o desenvolver do 
pensamento crítico e inovador.
4 A abordagem pressupõe o conhecimento holístico e sistêmico, com caráter 
multi e interdisciplinar.
5 Os valores a serem preconizados são relativos à solidariedade, à igualdade e à 
democracia - como participação equitativa nos processos de decisão política.
6 O objetivo é promover a cultura da paz, da cooperação, do diálogo e da 
austeridade feliz (consiste no atendimento igualitário às necessidades básicas, 
combatendo a fome de muitos e o consumismo das populações ricas).
7 A comunicação é um processo democrático e visa à emancipação da informação, 
opondo-se às tentativas de uso dos meios como forma de dominação e alienação 
política e cultural.
8 A abordagem é da ética do respeito a todas as formas de vida, valorizando 
e conservando a dinâmica, diversidade e a integridade de seus ecossistemas. 
(GADOTTI, 2004).
ESTUDOS FU
TUROS
Na Unidade 3, você verá, mais detalhadamente, as contribuições da Carta 
da Terra para consolidar os pressupostos da Educação Ambiental visando à ética de 
responsabilidade global. Também veremos o significado e as aplicações da transversalidade 
e interdisciplinaridade no processo educativo.
Quanto aos objetivos de uma Educação Ambiental crítica e de formação 
para a cidadania busca-se:
1 Capacitar o educador para ser um mediador do processo de ensino e 
aprendizagem, realizando um planejamento das atividades de ensino, pesquisa 
e extensão de modo integrado, garantindo o diálogo efetivo com a comunidade 
ao desenvolver conteúdos de caráter socioambiental. 
2 Realizar um planejamento integrado do currículo, visando abranger as 
múltiplas dimensões da questão ambiental, o qual inclui temas de natureza 
inter e transdisciplinar além dos múltiplos campos do conhecimento disciplinar 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
10
(Geografia, História, Biologia, Sociologia e Química).
3 Contribuir para gerar diagnósticos socioambientais do contexto em que a 
instituição se insere, buscando o diálogo com os saberes tradicionais de uso dos 
recursos e mediados pelas contribuições dos saberes elaborados pelo campo 
científico.
4 Gerar comportamentos e atitudes de respeito à questão socioambiental através 
de uma pedagogia com significados que desperte as sensibilidades através de 
relações de convivência da sociedade com a natureza. 
5 A partir do diagnostico socioambiental e o despertar das sensibilidades o 
objetivo é gerar a atitude para a mudança da realidade, desenvolvendo assim 
um cidadão criativo e ativo.
6 Aproximar a escola da comunidade, tornando-a mais próxima das necessidades 
da sociedade e assim obtendo o reconhecimento da sua importância. 
Ao se estabelecer parâmetros, a qual a EA vai estar inserida pretende-
se romper com uma visão ingênua e até mesmo simplista da questão ambiental 
o qual tende a banalizar a sua inserção nos planos educacionais, como ressalta 
Carvalho (2004, p.152): “a educação ambiental passou a ser usado como termogenérico para algo que se aproximaria de tudo o que pudesse ser acolhido sob o 
guarda-chuva de boas práticas ambientais”. 
Sem a definição dos princípios éticos que balizam as relações da sociedade 
com a natureza, os educadores podem banalizar sua proposta em comportamentos 
esparsos restritos, descontextualizados da própria complexidade da problemática 
ambiental (sistêmica e global). Acabam apontando a atos isolados, tais como: 
atitudes de separação de lixo doméstico, plantio de árvores, mutirões de limpeza 
de rios e áreas públicas, redução do consumo individual de água e resíduos. Sem 
critérios claros do que seriam “os bons comportamentos” é elencado um conjunto 
de temas que se repetem em distintas realidades, sem gerar questionamentos 
mais amplos sobre as reais questões da crise ecológica, a origem do problema e as 
responsabilidades quanto a possíveis soluções.
TÓPICO 1 | SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
11
DICAS
Visando compreender as críticas e os riscos a que está imbuída a educação no 
meio escolar brasileiro. Você pode fazer a leitura do livro:
BRÜGGER, Paula. Educação ou adestramento ambiental? Florianópolis: Letras 
Contemporâneas, 1999. 
Observe a importância das concepções pedagógicas, as quais podem limitar a proposição 
para a formação de um sujeito crítico e capaz de estabelecer atitudes comprometidas com 
a sustentabilidade e a economia solidária. 
Visando superar a aplicação inicial da educação ecológica, começa a se 
estruturar uma nova roupagem, resultado de experiências, reflexões e pesquisas 
efetivadas nas mais diversas situações pedagógicas e nações. Paralelamente, 
impactos ambientais se replicam, se conjugam e se estendem pelos continentes, 
gerando preocupações no campo acadêmico, político e social. Torna-se consensual 
a necessidade de redefinir as formas como conscientemente a economia capitalista 
e a sociedade armamentista e tecnológica gera impactos, comprometendo a 
existência da vida no planeta Terra. 
12
Neste tópico, vimos que:
• A proposta institucional da EA foi sendo construída a partir da segunda metade 
do século XX, como resultado do engajamento político e do debate científico de 
uma série de organizações governamentais e não governamentais.
 
• A EA como proposta diferenciada da educação ecológica foi cunhada 
primeiramente na Inglaterra, em 1965. Já no Brasil, nos anos de 1970, a EA 
surge com fragilidades, como resposta às tendências mundiais. O contexto 
político e de desenvolvimento centrado no crescimento econômico impede a 
consolidação da proposta tal como vinha ocorrendo mundialmente.
 
• Os pressupostos básicos da EA foram definidos durante a Conferência de 
Belgrado (em 1975) e a Conferência de Tbilisi (em 1977). As Conferências de 
Estocolmo (em 1972) e do Rio (em 1992), foram fundamentais para reafirmar 
a importância e o compromisso dos educadores no movimento por constituir 
sociedades sustentáveis de responsabilidade planetária.
• Como resultado, a EA deve ter: permanência na escola, na universidade, nos 
meios de comunicação, na comunidade e no trabalho; continuidade em todos os 
níveis de ensino; tratamento interdisciplinar e transversalidade dos conteúdos.
• A EA consiste numa educação do cotidiano, problematizadora da realidade, 
um convite à participação social ativa e um chamado para a responsabilidade 
do educando.
• A EA tem como princípios: a solidariedade, soberania dos povos, não violência, 
austeridade feliz, participação democrática, consciência planetária holística e 
conhecimento interdisciplinar e sistêmico.
• O objetivo da educação é a formação para a cidadania que implica educadores 
atuantes como mediadores dos processos de ensino-aprendizagem, com 
postura de pesquisa e extensão (participação e envolvimento social como 
forma de leitura do mundo).
• O planejamento integrado e participativo, a integração curricular, a inserção 
social dos conteúdos concretizam a proposta da educação ambiental conectada 
com a realidade local e sua contextualização global.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Observe o conceito de EA e educação ecológica, justificando por que a 
Educação Ambiental é mais do que uma disciplina derivada da Biologia.
2 Faça uma síntese da evolução da EA e explique a importância dos encontros 
internacionais na promoção do desenvolvimento sustentável.
3 Defina a educação como responsável pela formação de cidadãos críticos e 
atuantes, corresponsáveis pela sustentabilidade planetária. 
4 Escreva sobre a responsabilidade dos educadores e os possíveis impasses 
para desenvolver a educação ambiental nas escolas.
5 Apresente os princípios que orientam as novas relações sociedade/natureza, 
destacando as possíveis dificuldades para a sua efetiva concretização.
6 A preocupação com o ensino de “bons comportamentos” está presente nos 
objetivos de muitos educadores. Quais os problemas que esta postura pode 
originar?
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL NO BRASIL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A Política Nacional de Educação Ambiental está se consolidando no Brasil, 
como resultado da organização em rede dos educadores ambientais na busca 
pela aprovação da Lei de Educação Ambiental, bem como sua regulamentação e 
divulgação nos mais diversos territórios e instâncias educacionais.
A Educação Ambiental é assumida como permanente, democrática, 
interdisciplinar e sistêmica. Seus propósitos são ousados por sugerir uma 
práxis educativa, de formação humanista para sociedades sustentáveis, de 
responsabilidade local/global e intergeracional. Sugere a redefinição das bases 
de consumo e produção buscando redefinir consciências e o compromisso 
compartilhado das empresas, governos, educadores e meios de comunicação. 
2 A LEGALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Atualmente, a EA atinge maturidade por apresentar consolidada a sua 
matriz conceitual e consensos quanto aos pressupostos teóricos e metodológicos 
da educação. No Brasil, a regulamentação da EA se efetivou com a instituição da 
Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na Lei no 6.938/81 de 31/08/81. Em 
particular o Artigo 2o, inciso X destaca a necessidade de promover a “Educação 
Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.” 
(BRASIL, 2010). 
A Constituição Federal, de 1988, por sua vez, reconhece o direito de 
todos os cidadãos brasileiros e atribui ao Estado o dever de “promover a 
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública 
para a preservação do meio ambiente”. (Art. 225, §1º, inciso VI). Já, na Lei nº 
9.394, de 20/12/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a menção 
à EA é feita parcialmente no Artigo 32, inciso II, no qual atribui ao Ensino 
Fundamental a incumbência de estimular a “compreensão ambiental natural 
e social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
16
fundamenta a sociedade”; e no Artigo 36, § 1º, segundo o qual os currículos 
do Ensino Fundamental e Médio “devem abranger, obrigatoriamente, [...] 
o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, 
especialmente do Brasil”. 
FONTE: Adaptado de: <http://eduep.uepb.edu.br/biofar/v5n1/utilizacao_de_maquete_tridimensional_
como_incentivo_a_conservacao_das_areas_de_preservacao_permanente.htm>. Acesso em: 23 
ago. 2011.
Em 27 de abril de 1999, se institui a Política Nacional de Educação 
Ambiental – PNEA através da Lei nº 9.795, que reitera o direito de todos à 
Educação Ambiental, indicando seus princípios e objetivos, os atores e instâncias 
responsáveis por sua implementação, nos âmbitos formal e não formal, e as suas 
principais linhas de ação. 
O Plano Nacional de Educação (PNE) regulamentado pela Lei nº 10.172, 
de 09/01/01, coerentemente com a complexidade da questão ambiental, a inclui 
como um tema transversal. Porém, aproposta é relapsa a que estabelece a PNEA, 
quando restringe seu tratamento ao Ensino Fundamental e Médio e não em todos 
os níveis e modalidades de ensino como prevê a Lei nº 9.795/99.
Visando regulamentar a Lei nº 9.795/99 se cria o Decreto nº 4.281, de 
25/06/02, que detalha as competências, atribuições e mecanismos definidos para 
a PNEA. Institui responsabilidades para a coordenação da PNEA atribuídas à 
Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), 
e pela Coordenação-Geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação 
(CGEA/MEC). (HENRIQUES, TRAJBER, MELLO, LIPAI, CHAMUSCA, 2007).
Somente em 2004, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da 
Educação passam a realizar a Consulta Pública visando uma construção 
participativa do Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA). 
FONTE: Adaptado de: <www.revistasustentabilidade.com.br/.../educacao-ambiental/pronea3.pdf>. 
Acesso em: 23 ago. 2011.
UNI
Para aprofundar seus conhecimentos, leia na íntegra os documentos e 
legislação que integram a Política Nacional do Meio Ambiente - PRONEA, presente no site 
do MEC/SECAD: MMA/MEC. PRONEA. Brasília: MMA, 2005. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/dmdocuments/publicacao1.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2011. 
TÓPICO 2 | ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
17
A proposta é que se busque sintonia entre a PRONEA e os acordos globais, 
em particular o Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e 
Responsabilidade Global.
Sintonizado com o Tratado de Educação Ambiental para sociedades 
sustentáveis e Responsabilidade Global, o PRONEA apresenta as diretrizes 
que orientam os educadores: transversalidade e interdisciplinaridade; 
sustentabilidade socioambiental; democracia e participação social; integração 
dos sistemas de ensino e desenvolvimento e meio ambiente.
FONTE: Adaptado de: <www.sema.rs.gov.br/upload/ProjetoPlanEA-CIEA.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2011.
Em síntese, a finalidade da EA é edificar os pilares das sociedades 
sustentáveis, que envolvem a colaboração dos sistemas sociais para incorporar 
a dimensão ambiental nas suas atividades de produção e consumo, nos sistemas 
jurídicos que consolidam normas e condutas e no sistema político-cultural que 
consolida os espaços democráticos e de Educação Ambiental. 
A competência para implementar as ações de promoção da educação 
ambiental é de todos os segmentos sociais e esferas do governo. A atribuição 
do Governo Federal é de articular ações educativas para proteger, recuperar e 
potencializar a educação, de maneira a promover mudanças culturais e sociais. 
DICAS
Para complementar os conhecimentos quanto aos avanços da EA no Brasil, 
sugiro a leitura do texto: HENRIQUES, Ricardo; TRAJBER, Rachel ; MELLO, Soraia; . LIPAI, 
Eneida M; CHAMUSC, A Adelaide (Orgs). Educação ambiental: aprendizes e sustentabilidade. 
MEC/ SECAD, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao2.
pdf>. Acesso em: 20 jan. 2011. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
18
Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à 
Educação Ambiental, incumbindo:
I- ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, 
definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover 
a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da 
sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; 
II- às instituições educativas, promover a Educação Ambiental de maneira 
integrada aos programas educacionais que desenvolvem; 
III- aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, 
promover ações de educação ambiental integradas aos programas de 
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; 
IV- aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e 
permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre 
meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V- às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, 
promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando 
à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como 
sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; 
VI- à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de 
valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e 
coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas 
ambientais. 
FONTE: Disponível em: <www.anvisa.gov.br/legis/leis/9795_99.htm>. Acesso em: 23 ago. 2011.
3 A PERMANÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A aprendizagem ocorre durante toda a vida da pessoa; como direito 
de todos à educação não se estabelecem limites nem de idade nem de gênero, 
etnia, raça, religião ou outra categoria excludente: a Educação Ambiental é um 
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar 
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não formal. (art. 2º, da Lei nº 9.394).
A teoria e a prática da educação são, por natureza, inclusivas e abrangentes, 
entendendo que toda a pessoa tem capacidade de aprender em qualquer momento 
e ciclo da vida, trata-se de pensar a nossa relação de estar no mundo, seja natural 
ou sociocultural.
A partir desta proposição desenvolveram-se propostas de educação 
ambiental envolvendo múltiplos segmentos da sociedade e da educação, como 
destaca o art. 3º da lei: 
TÓPICO 2 | ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
19
Atualmente, há experiências de Educação Ambiental envolvendo todos 
os níveis de Ensino Fundamental, Médio e Superior. Também há avanços 
significativos nas diferentes esferas da sociedade assumindo corresponsabilidades 
socioambientais, envolvendo empresas públicas e privadas e movimentos sociais. 
São amplos movimentos envolvendo a elaboração da Agenda 21, os programas 
de qualidade total e de gestão ambiental nas empresas, a responsabilidades das 
instituições de ensino quanto à formação de profissionais tem levado ao lançamento 
de programas de múltiplas faces, resultando a disseminação ampla da EA no país.
No que se refere às políticas ambientais desenvolvidas na esfera 
governamental, temos iniciativas significativas na esfera federal e na esfera 
municipal. Entretanto, há que se avaliar a natureza destas iniciativas, pois muitas 
ações têm sido pouco incisivas ou sem a continuidade que a política pública poderia 
garantir. Isto é resultado da própria situação de precariedade enfrentado pela 
educação pública brasileira, traduzida em investimentos insuficientes e o estilo 
de formação dos licenciados, cuja atuação se restringe a repassar conteúdos, sem 
refletir sobre o planejamento mais amplo e o propósito do ato de ensinar. Como 
resultado, a postura do profissional educador está aquém do enfrentamento aos 
desafios da educação do mundo contemporâneo: uma sociedade da informação 
dual marcada por um lado pelo estudante com acesso amplo e ilimitado às novas 
tecnologias da informação e do outro o estudante excluído, enfrentando níveis de 
analfabetismo dados pelas novas formas de desigualdade social e educacional.
4 A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO
O art. 1o da Lei da EA a define como um processo por meio do qual 
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e 
sua sustentabilidade. 
Entendida como processo, a EA terá abertura para a construção de relações, 
distanciando a proposta de gerar um produto único onde as pessoas são treinadas, 
capacitadas ou formadas para assumirem comportamentos tidos como os mais 
adequados para com o ambiente. A preocupação é de gerar possibilidades de 
elaborar e reelaborar programas amplos de educação, coadunada com as próprias 
mudanças nas relações da sociedade com o conhecimento e as configurações maiscontemporâneas de ensino-aprendizagem. 
Enquanto processo e não um produto preestabelecido, a educação pode ser 
atualizada no seu tempo e no espaço. No espaço, considera-se que as sociedades 
locais, são ora resultado de um território e ora estruturante deste território, 
resultando em dinâmicas específicas de uso e apropriação dos recursos naturais. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
20
ESTUDOS FU
TUROS
Na Unidade 3, veremos mais detalhadamente, os passos metodológicos para 
se efetivar uma educação do cotidiano incluindo exemplos de atividades de educação 
ambiental efetivadas em cada estágio de desenvolvimento cognitivo do educando.
Com base na perspectiva freiriana, o conteúdo da Educação Ambiental 
provém desta realidade como forma de foco de interesse em que o aprendizado 
acontece mediado pelas necessidades ou simplesmente pelas observações e 
reflexão no seu posicionamento no mundo. Esta é uma atitude política em que 
o processo educativo gera o sentido da participação enquanto possibilidade 
de crítica e transformação das realidades cujas necessidades fundamentais da 
vida são ameaçadas. A atitude é, conscientemente, definida pelos sujeitos que 
se posicionam e se responsabilizam pela existência livre de toda a forma de 
manipulação política ou de interesses de poder pessoal. 
A práxis implica a síntese em que teoria e prática se inter-relacionam de 
modo equitativo e assim provocam o movimento pela educação, que implica a 
tomada da consciência da realidade, de modo não mais alienado e superficial, 
mas numa releitura iluminada pela consciência histórica e social dos conteúdos. 
A realização da práxis pedagógica provoca a emancipação da sociedade 
de suas relações de dependência. Sob esta ótica, a sociedade vem sendo desafiada 
a repensar politicamente sua relação com o ambiente, confrontando o modelo 
de sociedade que se realiza com o consumo para além das reais necessidades 
humanas, caracterizando a demanda contínua e progressiva de recursos naturais, 
consumo de energia e geração de trabalho.
No contraponto, há a própria limitação conferida pela natureza, cujos 
recursos tendem ao esgotamento, com tempos geológicos de reposição. Uma 
educação que se pretende “ambientar” tem o desafio de religar as questões da 
sociedade e da natureza, todas as dimensões biofísicas e sociais que compõem o 
desenvolvimento da humanidade no planeta terra. 
Neste contexto, um programa de Educação Ambiental, começa com a 
investigação da realidade apresentada em cada sociedade e visa problematizar 
as relações instituídas no meio ambiente, seja na esfera do trabalho, no espaço 
doméstico ou no lazer, como nos indica Freire “ninguém educa ninguém, ninguém 
educa a si mesmo, os homens se educam entre si, midiatizadas pelo mundo”.
TÓPICO 2 | ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
21
FIGURA 1 – INTEGRAÇÃO DA PRÁXIS EDUCATIVA COM O MOVIMENTO PARA AS SOCIEDADES 
SUSTENTÁVEIS 
Sociedades
Sustentáveis
Ações
Reflexões
Práxis - ação
libertadora
Participação
Política
AMBIENTE
EDUCAÇÃO
Necessidades
Limitações
FONTE: Adaptado de Sato (2004)
Compreender criticamente a realidade dos problemas ambientais envolve 
uma leitura da realidade local, mas interpretada sob referenciais teóricos mais 
amplos proporcionados pela pedagogia da autonomia e da libertação (ver figura 
a seguir), como ressalta Paulo Freire na obra Pedagogia da Autonomia (2002).
O entendimento do processo educativo como ato político suscita reflexão 
sobre que propósito a educação atende; se está a serviço da emancipação política 
ou da formação para o ajuste do indivíduo na sociedade global. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
22
Esta perspectiva se distancia da educação adestradora, cujo aprendizado 
ocorre por condicionamento de respostas operantes, apresentada por Burrhus 
F. Skiner. Entende-se que o comportamento é ensinado por meio de esforços 
imediatos e contínuos a uma resposta aos estímulos, que induzirão o indivíduo a 
ter a resposta cada vez mais adequada. 
A fundamentação deste entendimento está nos experimentos 
realizados com animais em laboratórios no qual identifica respostas do 
tipo reflexo, condicionadas ou não, que são emitidas devido a estímulos 
sensoriais como a salivação em resposta à comida e a contração da pupila 
diante da luz.
Freire (2002) propõe que o aluno como um sujeito social e histórico, 
com suas próprias experiências traz conhecimentos, portanto o aprendizado 
e o ato de ensinar são muito mais do que um treinamento similar ao processo 
operatório realizado no adestramento de animais. Trata-se de sujeitos de 
FIGURA 2 – PAULO FREIRE E SUA ACUIDADE COMO OBSERVADORA DA 
REALIDADE 
FONTE: Disponível em: <http://professoreducacional.blogspot.com/2010_1
0_01_archive.html>. Acesso em: 20 jan. 2011.
TÓPICO 2 | ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
23
procura, de decisão e de opção. Portanto, sujeitos não meramente reprodutores 
do conhecimento e aprendizes que reproduzem a realidade, mas são seres de 
transformação. 
Como eixo norteador de sua prática pedagógica é possível a formação 
ética dos educadores, conscientizando-os sobre a importância de estimular os 
educandos a uma reflexão crítica da realidade em que estão inseridos. 
Ao abordar a questão ambiental na educação há que se considerar 
sistemicamente as relações entre o global e o local que ora se distinguem e ora 
interagem e interatuam, como se refere o art. 4o da Lei no 9 que define para a EA 
uma abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais 
e globais. 
A tendência da educação foi de apresentar os problemas sociais e 
ambientais sem situá-los espacialmente e socialmente, eram problemas 
distantes da realidade do educando, tornando o processo de ensino e 
aprendizagem sem foco de interesse, o conteúdo ministrado é apreendido 
mecanicamente, como uma informação curiosa, mas que não gera um debate, 
uma compreensão significativa e uma conexão com a sua própria vida, 
capaz de suscitar um questionamento sobre o estilo de desenvolvimento, o 
compromisso da sociedade e dos indivíduos quanto à degradação ambiental 
em curso. 
De outro lado ao localizar um problema, situando-o no contexto 
do educando, perde-se a universalidade da questão ambiental no mundo 
contemporâneo, simplificando a questão com soluções pequenas e individuais 
de comportamentos, no qual não descolados.
A Educação Ambiental visa lançar questionamentos sobre a forma 
como os indivíduos e as coletividades se posicionam neste mundo, gerando 
profundas transformações nas condições de vida do planeta Terra. Ao propor 
a contextualização do cotidiano, a dialogicidade, a relação da teoria com a 
prática o objetivo da proposta de Paulo Freire é passar de uma visão de mundo 
baseada no senso comum para uma visão crítica da realidade, capaz de estimular 
a transformação, gerando-se então uma ação pedagógica fundamentalmente 
libertadora. A educação é o lócus da reflexão, o que implica relacionar o mundo 
vivido, as experiências cotidianas com as teorias.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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DICAS
Caro acadêmico! Para aprofundar os conhecimentos sobre a abordagem 
de Paulo Freire, sugerimos a leitura do texto: PERNAMBUCO, Marta Maria; SILVA, Antonio 
Fernando G. da. Paulo Freire: a educação e a transformação do mundo In: CARVALHO, 
Isabel Cristina Moura de; GRÜN, Mauro; TRAJBER, Rachel (Orgs). Pensar o Ambiente: 
bases filosóficas para a Educação Ambiental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de 
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2006. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao4.pdf>. Acesso em: 20 jan. de 2011.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que: 
• A Lei da EA foi aprovada em 1981, sendo constituinte da Política Nacional do 
Meio Ambiente. Garante o direito de todos à educação permanente, para todos 
os níveis de ensino e escolaridade, integrada e comprometida coma realidade 
e complexidade da questão ambiental.
• A Constituição Federal de 1988 reitera a promoção da EA como um direito de todos. 
Já a IDB prevê que o ensino fundamental forme para o conhecimento e valores 
compreensivos quanto aos ecossistemas e à realidade socioambiental do país. 
• Nos anos 90, o planejamento passa a ter uma conotação participativa, em 
especial em 2004, o Ministério da Educação instituiu as Consultas Públicas 
como forma de definição da Política Nacional.
• O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e 
Responsabilidade Global e o PRONEA orientam os educadores para práticas 
pedagógicas fundamentadas na transversalidade e interdisciplinaridade; 
sustentabilidade socioambiental; democracia e participação social; integração 
dos sistemas de ensino e desenvolvimento e meio ambiente.
• A EA não está restrita a um momento do currículo escolar ou a uma série do 
ensino fundamental, deve ser permanente na escola, estar no Ensino Médio 
e Fundamental e permanecer durante toda a vida do cidadão, ocupando os 
espaços de formação não formais, tais como os meios de comunicação e os 
programas de capacitação do mundo do trabalho. A responsabilidade para 
a execução, implementação das ações formais e não formais é dos órgãos 
integrantes do SISNAMA, as empresas, instituições entidades de classe. 
• Educação é compreendida como um processo a ser planejado e implementado 
por educadores atuantes e criativos, engajados na construção de novos valores 
de sustentabilidade e corresponsabilidade. Isto exige uma atitude constante 
de atualização no tempo e no espaço, com a leitura crítica da realidade, em 
particular quanto aos modos de uso e apropriação dos recursos naturais.
• Como A EA pressupõe fortes vínculos com a realidade, são salutares as 
contribuições quanto à perspectiva Freiriana de educação como base teórica e 
metodológica. Entre os ensinamentos de Paulo Freire destacamos: a educação 
como um processo que parte de sujeitos vinculados a um mundo real, o 
conteúdo de ensino e aprendizagem proveem desta realidade; as necessidades 
são o foco de interesse do ensino-aprendizagem; a educação visa à formação 
política e à responsabilidade dos sujeitos como agentes figurativos dos 
processos históricos, transformação social e de construção da realidade. 
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• A práxis implica a síntese em que teoria e prática se inter-relacionam de modo 
equitativo e assim provocam o movimento pela educação, que implica a tomada 
da consciência da realidade, de modo não mais alienado e superficial, mas 
numa releitura iluminada pela consciência histórica e social dos conteúdos. 
• O entendimento do processo educativo como ato político suscita reflexão sobre 
que propósito a educação atende; se está a serviço da emancipação política ou 
da formação para o ajuste do indivíduo à sociedade global. 
• Ao propor a contextualização do cotidiano, a dialogicidade e a relação da 
teoria com a prática o objetivo da proposta de Paulo Freire é passar de uma 
visão de mundo baseada no senso comum para uma visão crítica da realidade, 
capaz de estimular a transformação, gerando-se então uma ação pedagógica 
fundamentalmente libertadora.
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1 Faça uma síntese dos artigos mais importantes da Lei no 9.755/99, comentando 
sobre possíveis impasses para implementar os pressupostos legais. 
2 No Brasil, a legislação, muitas vezes, tende a regular as situações ideais 
sobre a forma como a sociedade deve proceder. Porém, no campo ambiental 
há grande distanciamento entre os princípios legais e a sua execução efetiva. 
Como a consulta participativa na elaboração do PRONEA pode ajudar a 
solucionar estes impasses? 
3 Em que consiste o planejamento educacional numa perspectiva processual?
4 Quais são as contribuições de Paulo Freire para uma proposta de educação 
voltada para a formação de novos valores de sociedade e sua relação com o 
ambiente? 
5 Por que a EA valoriza uma formação de um agente ativo, capaz de decisão 
política e de exercício da cidadania? 
6 A perspectiva da práxis pedagógica é amplamente conhecida entre os 
educadores, porém poucos fazem a opção por esta proposta. Quais os 
possíveis esforços pessoais e mudanças institucionais para que os educadores 
optem pela proposta freiriana de ensino-aprendizagem?
AUTOATIVIDADE
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29
TÓPICO 3
PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Não nasci marcado para ser professor assim. Vim me tornando desta 
forma no corpo das tramas, na reflexão sobre a ação, na observação 
atenta a outras práticas ou à prática de outros sujeitos, na leitura 
persistente, crítica, de textos teóricos. Não importa se com eles estava 
de acordo ou não. [...] Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos 
poucos na prática social que tomamos parte. (FREIRE, 1983, p. 87).
Neste tópico serão apresentadas sugestões para o exercício do educador 
ambiental, que inicia seu trabalho no planejamento educacional e avança com a sua 
inserção tanto na política pública, como na gestão empresarial. Sua atuação pode 
ser diferenciada se engajada e articulada de modo participativo e cooperativo, 
assim propiciando ações coletivas propensas a resultados ampliados.
Observe que o educador engajado na promoção de novos ideários, que 
visa motivação dos sujeitos para a participação, precisa assumir uma postura que 
vai além do simples repasse de informação ou de quem realiza a formação. O 
educador age como um facilitador dos processos de ensino aprendizagem, na 
medida em que visa o efetivo envolvimento e compromisso do educando na busca 
pelo conhecimento e vivência de novas experiências de vida e de relacionamento 
com o mundo. 
2 A POLÍTICA, GESTÃO E ENGAJAMENTO PROFISSIONAL 
NA PROMOÇÃO DA EA
A Educação Ambiental está mais propriamente inserida na proposta de 
gestão ambiental integrada, ou seja, no planejamento participativo que integra 
os aspectos físicos, químicos e biológicos com os aspectos socioeconômicos. 
Constitui-se a leitura dos modos de apropriação social dos recursos naturais, 
numa perspectiva sistêmica.
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UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O PRONEA (BRASIL, 2010) sugere as seguintes formas de atuação para o 
educador e o gestor ambiental:
• influenciando no planejamento das políticas públicas, participando dos espaços 
participativos (conselhos, fóruns comitês etc.);
• promovendo a transversalidade da questão ambiental, disseminando-a nos 
diferentes setores da gestão pública e privada (secretarias de obras, turismo, 
saneamento, saúde, educação, urbanismo, agricultura, indústria e comércio);
• construindo e implementando a Agenda 21, nas mais diversas esferas de 
atuação (município, escolas, nações e regiões);
• estimulando a formação, qualificação e aperfeiçoamento em Educação 
Ambiental dos trabalhadores e da população em geral;
• realizando diagnósticos socioambientais, inserindo matrizes de 
acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais gerados pelos 
empreendimentos.
Nesta perspectiva, ao atuar com adultos, o gestor ambiental é o facilitador 
dos processos de ensino-aprendizagem, para instituir mudanças significativas nas 
relações sociedade/natureza. O facilitador tem a tarefa de motivar os participantes 
para que se responsabilizem por sua própria experiência de aprendizagem, 
garantindo, assim, a autonomia na busca da aprendizagem após o momento da 
capacitação.
A aprendizagem não é apenas resultado do esforço de quem ensina, mas, 
de antemão, depende da vontade de aprender. Portanto, a primeira tarefa do 
educador é motivar o educando para a busca da aprendizagem. A aprendizagem 
é resultado de um desenvolvimento autônomo, no qual os capacitadores podem 
colaborar como facilitadores e mediadores desta busca.
 Já, para o educador ambiental que trabalha em instituições de ensino, 
suas ações consistem em: 
• colaborar no planejamento dos projetos políticos pedagógicos, de modo a 
contemplar a educação ambiental conforme a legislação; 
• promover a transversalidade da questãoambiental no currículo contribuindo 
com a capacitação dos educadores e na elaboração de projetos integrados com 
as mais diversas áreas do conhecimento e a troca de experiências entre os 
educadores e assim, estimulando a formação de coletivos de educadores; 
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL
31
• viabilizar a participação e automobilização dos jovens e crianças para com as 
questões ambientais emergentes, em especial as relacionadas diretamente com 
a sociedade local; 
• estimular a formação, qualificação e aperfeiçoamento em Educação Ambiental 
dos trabalhadores e da população em geral, quando atua nos cursos 
profissionalizantes ou de formação universitária.
3 OS COLETIVOS JOVENS
Em 2003, o Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha Vamos 
Cuidar do Brasil, com a Conferência Nacional do Meio Ambiente, reunindo 
jovens e infantojuvenis de dezesseis mil escolas, das mais diversas procedências 
do país. A Conferência primou pelo processo participativo das comunidades e 
das escolas, elaborando uma proposta de política ambiental de caráter sistêmico, 
inter e multidisciplinar; com estratégias de gradativa implementação tanto para a 
educação presencial com a difusa e a distância. 
Com este programa, o MEC passa a atuar para além da formação de 
professores do Ensino Fundamental (com ênfase da 5ª à 9ª série) e na elaboração 
de materiais didáticos. Um dos programas mais amplos de educação não formal, 
previstos na política nacional, foi desencadeado com a juventude. Em todos os 
estados foram criados os Coletivos Jovens (CJ) de Meio Ambiente, com o objetivo 
de criar instrumentos de gestão para a afirmação cidadã. Motivados, os grupos 
organizados ou indivíduos se colocam num movimento autônomo e horizontal, 
por fomentar o empoderamento e a participação do segmento jovem nas ações 
relacionadas com as questões socioambientais emergentes 
Os coletivos são espaços de interlocução, implementados pelo MEC, 
MMA e Secretaria Nacional de Juventude; coordenados por educadores locais 
que estimulam a mobilização de adolescentes para a realização da Conferência 
Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente.
 Foi realizada uma conferência em 2003, envolvendo 5.658.877 
estudantes e professores, 15.452 escolas. Como resultado foi elaborada a 
Carta Jovens Cuidando do Brasil, a criação da Comissão de Meio Ambiente 
e Qualidade de Vida nas Escolas-Com-Vidas, do Programa Vamos Cuidar do 
Brasil e a criação dos Coletivos Jovens de Meio Ambiente. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.scribd.com/doc/56976518/12/A-Conferencia-Nacional-Infanto-
Juvenil-pelo-Meio-Ambiente-representa-um>. Acesso em: 23 ago. 2011.
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UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 3 – PROGRAMAS INTEGRADOS DE EA QUE VISAM CAPACITAR E FORTALECER 
GRUPOS DE EDUCADORES E EDUCANDOS
PRESENCIAL
Formação Continuada
Material Didático
DIFUSA
Conferências de Meio
Ambiente nas escolas
Mobilização
AÇÕES ESTRUTURANTES
COM-VIDAS
Coletivos Jovens
A DISTÂNCIA
Rede de Educação
para a Diversidade
ED
U
C
A
Ç
ÃO
 A
MB
IEN
TAL N
AS ESCOLAS
FONTE: Disponível em: <www.mma.gov.br/propostasdasescolas>. Acesso em: 20 jan. 2011. 
Os coletivos jovens fazem parte de programas integrados de Educação 
Ambiental nas escolas que incluem programas de formação continuada, com a 
organização de material didático:
a) visando à formação continuada; 
b) a formação de uma rede educação para diversidade na categoria da educação 
à distância; 
c) ações estruturantes COM-VIDAS que originam os coletivos jovens;
d) as conferências de Meio Ambiente nas escolas de abrangência difusa (Figura 3).
Com a intenção de construir um processo permanente de Educação 
Ambiental na escola e na comunidade, o programa contemplou quatro dimensões: 
1 Capacitação: que consistiu em programas de formação de educadoras(es) 
ambientais e educandos (coletivos jovens) para a participação.
2 Inclusão digital: implementando e mantendo um sistema informatizado, 
disponibilizando aplicativos para pesquisa escolar sobre o meio ambiente.
Em 2005, foi realizada a II Conferência. Na ocasião foi elaborada a Carta das 
Responsabilidades – Vamos Cuidar do Brasil, que contribui para o Programa Vamos 
Cuidar do Brasil com as Escolas e reafirma a importância dos coletivos. A carta é um 
manifesto de compromisso dos jovens com a construção de uma “sociedade justa, feliz 
e sustentável” e com “responsabilidades e ações cheias de sonhos e necessidades”. 
(HENRIQUES; TRAJBER; MELLO; LIPAI; CHAMUSCA, 2007).
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL
33
3 Organização social : constituição de Conselhos de Meio Ambiente e Qualidade de 
Vida nas Escolas, estabelecendo o controle social da Educação Ambiental na escola 
e a implementação da Agenda 21 Escolar, dando suporte a atividades curriculares 
e extracurriculares das escolas.
4 Pesquisa-ação: incentivo a projetos de pesquisa comprometidos com a 
implementação de ações de transformação da realidade, unindo os conhecimentos 
aprofundados, os resultados de pesquisas locais e potencializando a ação das 
ONGs de um mesmo território, com vista à construção de projetos coletivos de 
intervenção transformadora.
ESTUDOS FU
TUROS
Na Unidade 2, veremos mais detalhadamente, como se efetiva a proposta de 
pesquisa-ação e de participação na Educação Ambiental.
Os princípios que orientam a formatação dos coletivos são a autonomia no 
ato de aprender traduzida pela ideia de que ‘jovem escolhe jovem’, ‘jovem educa 
jovem’ e da interlocução na qual ‘uma geração aprende com a outra’. O movimento 
gerado com os debates em conferências permitiu a construção de uma identidade 
de educadores ambientais, a formação política dos jovens e a continuidade do 
movimento para novos participantes oriundos das ações de mobilização. 
O objetivo é superar a visão estreita no qual os dois termos – Educação e 
Ambiental que eram considerados meros adjetivos qualitativos nos sistemas de 
meio ambiente passam a ser substantivos, onde processos de educação se tornam 
mais concretos; e estejam efetivamente em todos os níveis e modalidades de 
ensino: da gestão do espaço escolar ao acadêmico mais amplo.
DICAS
Caro acadêmico! Para aprofundar os seus conteúdos e para se inteirar dos 
programas governamentais, sugerimos a consulta na Secretaria de Articulação Institucional 
e Cidadania Ambiental no site <www.mma.gov.br> e do site: <www.mec.gov.br/ secad/
educambiental>, acesse o material Coletivos Jovens de Meio Ambiente – Manual Orientador 
(2005). Fique atento à agenda do MDA e do MEC e participe desta mobilização nacional pela 
construção de sociedades sustentáveis.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que: 
• A Educação Ambiental é também uma tarefa do gestor ambiental, em especial 
quando realiza um trabalho de natureza participativa envolvendo processos 
de conscientização.
• A atuação do gestor e do educador é comum, como: atores que contribuem 
para as políticas públicas, na busca de ações integradas formadas por equipes 
inter e transdisciplinares, na construção da Agenda 21, na formação ambiental 
de trabalhadores, no diagnóstico socioambiental. 
• O educador é entendido como facilitador da aprendizagem, assim fazendo a 
motivação para que a aprendiz se desenvolva autonomamente.
• No espaço escolar o educador planeja, promove a transversalidade no 
tratamento da questão ambiental, envolve o jovem e as crianças para a questão, 
formar profissionais.
• O MMA tem estimulado a participação dos jovens para promover a Educação 
Ambiental e o desenvolvimento sustentável nas localidades.
• Os educadores viabilizaram a organização das conferências, estimulando os 
jovens a se organizarem. Porém, a proposta dos coletivos segue o princípio 
da autonomia expresso na prática do autoaprendizagem e da construção do 
conhecimento no grupo onde “jovem educa jovem”. 
• O programa contemplou a capacitação, inclusão digital, constituição dos 
conselhos e participação, pesquisa-ação.
• Os coletivos jovens fazem parte

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