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ILMO.SR.PRESIDENTEDOINSTITUTONACIONALDAPROPRIEDADEINDUSTRIAL PROCESSONº 928450716 de 16/11/2022 CLASSE: NCL (11) 41 OPOSTA: THE BLACK O PUB TITULAR: ELIVELTON CASTRO FESTAS E EVENTOS LTDA OPOENTE: THE BLACK BAR LTDA RPI Nº 2706DE 16/11/2022 THE BLACK BAR LTDA, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob nº 36.344.677/0001-94, Vem por seu procurador devidamente assinado, através desta apresentar tempestivamente OPOSIÇÃO, ao pedido de registro em destaque,o fazendo pelas seguintes razões: 1. PRELIMINARMENTE A presente medida é tempestiva, eis que está sendo apresentada dentro do prazo estabelecido pela Lei da Propriedade Industrial, devendo, ser apreciada somente quanto ao mérito. A RPI em epígrafe, publicou o pedido de registro N° 928450716 de 16/11/2022, marca “THE BLACK O PUB” em nome de ELIVELTON CASTRO FESTAS E EVENTOS LTDA,para identificar os serviços consignados na classe em referência (NCL)41. 2. DAS RAZÕES DA PRESENTE OPOSIÇÃO 2.1 MESMA EXPRESSÃO NOMINATIVA E ASSOCIAÇÃO INDEVIDA Em que pese as razões que levaram esse orgão a publicar o pedido de registro do sinal distintivo em tela, não pode a Opoente com as mesmas concordar, pois colide com seu direito de anterioridade. Observa-se que, a oposta utiliza a mesma expressão nominativa da opoente e oferta os mesmos serviços, restando comprovada a real possibilidade de erro, confusão, ou associação indevida entre ambas. A lei de propriedade industrial é clara ao afirmar o seguinte: Artigo 124 – Não são registráveis como marca: xix – reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia”. Com efeito, o legislador ao elaborar o dispositivo acima, pretende que não haja reprodução ou imitação de elemento característico do nome comercial e/ou título de estabelecimento de terceiros, passível de causar confusão, com os sinais anteriormente registrados nos órgãos competentes. Sob o aspecto de reprodução marcária, aqui discutido, o Mestre JOÃO DA GAMA CERQUEIRA, assevera que: “O Código proíbe o registro de marca que constitua reprodução, no todo ou em parte ou com acréscimo de marca alheia anteriormente registrada. Tratando-se de reprodução de marca, não seria necessário dizer “com acréscimo”, pois é óbvio que qualquer elemento a ela acrescido não exclui a reprodução. A reprodução da marca é cópia servil, idêntica, sem disfarces. Reproduzir é copiar. Se a marca levada a registro é igual a outra anteriormente registrada e em vigor, o registro não poderá ser concedido. Esse é o sentido da lei.” Vislumbra-se portanto que a oposta não cumpre os requisitos de registrabilidade exigidos por este estimado orgão, uma vez que, seu conjunto márcario não possui distintividade, bem como carece de disponibilidade, posto que é vedado apropriar-se de sinais de terceiros. Dessa forma, não é razoavel defender a possibilidade de coexistência de dois sinais marcários, incapazes de serem individualizados pelos consumidores. OPOENTE: OPOSTA: THE BLACK BAR EXPERIENCE THE BLACK O PUB A marca ora opoente, insurge-se ao registro da marca oposta, a se pautar pelo anterioridade assegurada em lei, ademais, ao público não lhe será dado conhecer a origem dos bens desejados, visto que o sinal distintivo da Oposta colide substancialmente com o da opoente. Alem da mesma expressão nominativa, as cores e a estilização gráfica da opoente, tambem são aptas a causar confusão e associação indevida perante os consumidores, até porque as empresas estão situadas muito próximas uma da outra, no Rio Grande do Sul/RS. É evidente que tal permissão é contraria as disposições legais, já que a reprodução/imitação do sinal marcário, realizada pela oposta, confugura prejuízos a opoente, pois os consumidores estão associando a sua marca com a marca oposta. Neste sentido, a opoente traz a baila o entendimento jurisprudêncial dominante sobre o tema: Ementa: PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCA. MEDICAMENTO. NULIDADE DE REGISTRO. COLIDÊNCIA. ARTIGO 124, XIX, DA LPI. - Insurge-se HYPERMARCAS S/A contra a r. sentença proferida nos autos da ação ordinária por ela proposta em face da Apelada CIFARMA CIENTÍFICA FARMACÊUTICA LTDA e do INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL - INPI, visando a declaração de nulidade do registro nº 821.548.514 819.577.006, pertencente à classe 05:50 e referente à marca GERILON, para identificar "fabricação de produtos farmacêuticos, dietéticos, cosméticos; compreendendo a industrialização, distribuição, embalagem, reembalagem, armazenamento, distribuição de produtos veterinários, importação de materias prima e embalagens, exportação e transportes. - A função principal das marcas é distinguir os produtos de outros idênticos, semelhantes ou afins, de origens diversas bem como de identificação da origem dos produtos. - A legislação marcária veda o registro de marca colidente com uma marca anteriormente registrada, sendo imprescindível que a similitude entre as marcas seja capaz de gerar confusão ou associação indevida pelo consumidor entre produtos afins de diferentes origens, bem como prejuízo para a reputação da marca original. - Constatado o risco de confusão entre os consumidores/associação entre as marcas "VIRILON" e "GERILON". As marcas em questão encontram-se revestidas de fraco cunho distintivo, porquanto se utilizam do mesmo sufixo "RILON", revelando uma semelhança entre ambas por demais forte para permitir tal convivência, já que se distinguem apenas pela substituição do prefixo "VI" por "GE", sendo extrema a proximidade fonética e gráfica, podendo levar a erro ou confusão quanto à origem dos produtos que cada um assinala, considerando que ambas as marcas distinguem produtos do mesmo segmento de mercado, qual seja, fabricação de medicamentos e identificam complexos vitamínicos. - Inteligência do artigo 124, XIX, da LPI. - Apelação provida Ademais, cumpre referir, que a constatação real da possibilidade de confusão entre as marcas em cotejo, deve levar em consideração, dentre outros, os seguintes aspectos: a) O público alvo-consumidor; c) Os serviços/produtos oferecidos. Neste sentido, importa notar que o público alvo-consumidor de ambas as marcas é exatamente o mesmo, pois as marcas colidentes se prestam a desenvolver o mesmo modelo de negócio, e por isso, buscam atrair os mesmos consumidores no mercado. Diante da indiscutivel colidência marcária, em razão da comprovada possibilidade de erro, confusão ou associação indevida, afasta-se a incidencidência do princípio da especialidade ou especificidade, o qual, permite que, marcas semelhantes, que utilizem o mesmo elemento nominativo por exemplo, possam coexistir harmoniosamente, desde que possuam escopos distintos de proteção, o que evidentemente, não ocorre no caso em exame. 2.2 DA IDENTIDADE DE PRODUTOS/SERVIÇOS OFERECIDOS Importante salientar que, alem de possuirem o mesmo público-alvo consumidor, as marcas opostas oferecem exatamente os mesmos serviços, atuando portanto, no mesmo segmento mercadológico . A vedação de registros semelhantes, busca proteger os titulares contra a reprodução ou imitação de seus sinais distintivos, conferindo exclusividade e proteção do seu patrimônio, mas também possui a finalidade de proteger os consumidores, que podem facilmente confundir-se quanto a procedência dos produtos ou serviços que adquirem. Os sinais distintivos são, muitas vezes, o patrimônio mais valioso de uma empresa, e o registro ao INPI é o que lhes garante exclusividade em seu ramo de atuação, conferindo segurança aos seus titulares, que adquirem a propriedade sobre seus sinais. Desta forma, não coaduna com os valores de proteção deste órgão federal, admitir sinais marcários colidentes para a proteção dos mesmos serviços/produtos, utilizando a mesma denominação, e ofertando seus serviços para o mesmo mercado consumidor. Sobre o assunto: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA TIDAPOR INTERPOSTA - PROPRIEDADE INDUSTRIAL E PROCESSUAL CIVIL - MARCAS "BONELLI" E "LA BONNELLI" - ELEMENTOS NOMINATIVOS SEMELHANTES - MESMO MERCADO RELEVANTE - EMPRESAS CONCORRENTES - POSSIBILIDADE DE CONFUSÃO E ASSOCIAÇÃO INDEVIDA - INCIDÊNCIA DO ARTIGO 124, XIX, DA LEI DE PROPRIEDADE INDUSTRIALi Ao observar os cartões de CNPJ das empresas titulares dos sinais em apreço, verifica-se que ambas desempenham exatamente o mesmo modelo de negócio no mercado, e que não há como diferenciá-las, já que possuem diversos consumidores e até mesmo fornecedores de produtos em comum. A associação indevida, por parte dos usuários dos serviços, oferecidos pela opoente, oferece desgaste ao seu sinal distintivo, pois tanto os consumidores, como os fornecedores não coneguem diferenciar as empresas. Através do depósito do seu pedido de registro, a opoente espera obter exclusividade para oferecer seus serviços no segmento em questão, e que envolve entreterimento, como, bares restaurante, pubs , casa de shows, especificados em seu pedido. Opoente: Oposta: Destarte, por estarem ambas as marcas enquadradas em segmento mercadológico considerando afim, causando confusão no mercado consumidor, é impraticável a convivência dos sinais, pois ao público não lhe será dado conhecer a origem dos bens desejados, visto que o modelo de negócio da Oposta é o mesmo desenvolvido por esta opoente, conforme se depreende da análise dos cartões de CNPJ de ambas. Em flagrante desrespeito aos princípios que regem toda a discilina marcária, a oposta busca a concessão de registro de marca já utilizada por esta opoente para identificar produtos e serviços com atuação no mesmo segmento mercadológico. Através da prova social, extraída por meio das redes sociais, os serviços oferecidos pela oposta, são exatamente idênticos aos serviços oferecidos pela opoente. REDE SOCIAL DA OPOENTE: Percebe-se que a opoente é atuante no ramo de eventos, e oferta diversos serviços voltados a este mercado. E é este tambem, o modelo de negócio exercido pela oposta. Diante disso, não se pode admitir a coexistência de dois sinais tão semelhantes, atuando com os mermos serviços, isso iria de encontro a todas as disposições princípiologicas que regem a disciplina marcária. REDE SOCIAL DA OPOSTA: Diante de todas as razões expostas, como a semelhança gráfica e estética, a identidade dos serviços, a proximidade geográfica, a associação indevida por parte de consumidores e fornecedores, e a atuação das oponentes no mesmo segmento mercadológico, é evidente que a oposta atenta contra as normativas principiologicas da propriedade intelectual, resultando até mesmo em desvio de clientela. Pelo exposto, espera a Opoente, que este renomado Órgão CONHEÇA À OPOSIÇÃO apresentada, e NEGUE A CONCESSÃO DO REGISTRO Á OPOSTA, visto a impossibilidade de coexistência pacífica das expressões em confronto, tendo em vista a COLIDÊNCIA de seu registro de MARCA, para assinalar aos serviços na mesma área mercadológica, e na defesa de seus legítimos direitos e interesses, em obediência a Lei que rege a matéria, com base nos dispositivos apontados, por ser medida de direito e da mais lídima. Nestes termos, Pededeferimento. Ijuí,06 de janeirode2022. LUIZ FERNANDO SOARES COSTA- OAB/RS nº 66.379 ÉMILE PAIM BERNARDO OAB/RS nº 94.769 image3.jpeg image4.png image5.jpeg image6.png image7.jpeg image8.jpeg image1.png image2.jpeg image9.png image10.png