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gente criando o futuro
DIREITO EMPRESARIAL
Organizadora Livia Regina de Figueiredo
DIREITO EMPRESARIAL
Organizadora Livia Regina de Figueiredo
Direito Em
presarial
GRUPO SER EDUCACIONAL 
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Direito Empresarial
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 1eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 1 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
© by Editora Telesapiens
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, da Editora Telesapiens.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854)
F475d Figueiredo, Livia Regina de.
Direito empresarial[recurso eletrônico]/ Livia Regina de 
Figueiredo. – Recife: Telesapiens, 2020. 
232 p. : pdf
ISBN: 978-65-86073-03-4 
1. Direito empresarial I. Título.
CDU 347.72
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 2eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 2 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial
Fundador e Presidente do Conselho de Administração: 
Janguê Diniz
Diretor-Presidente: 
Jânyo Diniz
Diretor de Inovação e Serviços:
Joaldo Diniz 
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira
Créditos Institucionais
Todos os direitos reservados
2020 by Telesapiens
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 3eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 3 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Olá. Meu nome é Livia Regina de Figueiredo. Sou 
Bacharel em Direito, Pós-graduada em Magistério Superior 
em Direito, cursei Mestrado em Direito e Desenvolvimento 
e, atualmente, curso o Doutorado em Direito Privado na 
Universidade de Salamanca, na Espanha. Advogo desde 1989 e 
há alguns anos presto serviços para grandes grupos econômicos 
na área de medicamentos e alimentos. Amo advogar e sou 
apaixonada pela docência. Também gosto muito de compartilhar 
minha experiência com aqueles que estão iniciando suas vidas 
profissionais. Em razão da minha experiência e qualificação fui 
convidada pela Editora Telesapiens para integrar o seu elenco 
de autores independentes e me sinto muito honrada com esse 
convite. Estou feliz por ajudá-lo nesta fase de estudo e trabalho. 
Tenho certeza de que o seu esforço e empenho nos estudos lhe 
trará muito sucesso.
A AUTORA
LIVIA REGINA DE FIGUEIREDO
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 4eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 4 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem 
significam:
OBJETIVO
Breve descrição do objetivo 
de aprendizagem; +
OBSERVAÇÃO
Uma nota explicativa 
sobre o que acaba de 
ser dito;
CITAÇÃO
Parte retirada de um texto;
RESUMINDO
Uma síntese das 
últimas abordagens;
TESTANDO
Sugestão de práticas ou 
exercícios para fixação do 
conteúdo;
DEFINIÇÃO
Definição de um 
conceito;
IMPORTANTE
O conteúdo em destaque 
precisa ser priorizado;
ACESSE
Links úteis para 
fixação do conteúdo;
DICA
Um atalho para resolver 
algo que foi introduzido no 
conteúdo;
SAIBA MAIS
Informações adicionais 
sobre o conteúdo e 
temas afins;
+++
EXPLICANDO 
DIFERENTE
Um jeito diferente e mais 
simples de explicar o que 
acaba de ser explicado;
SOLUÇÃO
Resolução passo a 
passo de um problema 
ou exercício;
EXEMPLO
Explicação do conteúdo ou 
conceito partindo de um 
caso prático;
CURIOSIDADE
Indicação de curiosidades 
e fatos para reflexão sobre 
o tema em estudo;
PALAVRA DO AUTOR
Uma opinião pessoal e 
particular do autor da obra;
REFLITA
O texto destacado deve 
ser alvo de reflexão.
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 5eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 5 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
SUMÁRIO
UNIDADE 01
Personificação das sociedades, contrato e registro mercantil .12
A união das pessoas com um fim comum ......................... 12
Pessoa jurídica ................................................................. 14
Sociedade e empresa ......................................................... 16
Elementos essenciais do contrato ..................................... 17
Registros mercantis ......................................................... 23
Importância dos registros mercantis .................................. 23
Atos constitutivos ............................................................. 24
Concretização do registro mercantil .................................. 25
Trâmite dos registros – controle e fiscalização .................. 27
Do sigilo ........................................................................... 35
O significado do sigilo ...................................................... 35
Nome empresarial ............................................................. 38
Estabelecimento empresarial ............................................. 42
Microempresas e empresas de pequeno porte ................ 43
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 6eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 6 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Compreendendo o significado das microempresas e empresas 
de pequeno porte ............................................................... 44
Sociedades simples e sociedades empresárias .................. 46
Sociedades não personificadas .......................................... 48
UNIDADE 02
Teoria geral do direito empresarial ................................ 54
Sociedades Empresárias .................................................... 54
Classificação quanto à sua natureza ............................ 54
Sociedade unipessoal ................................................. 60
Sociedade limitada entre cônjuges ............................. 64
Capacidade jurídica empresarial ................................... 67
Capacidade civil empresarial ............................................ 67
O Capital social e a sua integralização ........................... 75
O significado do capital social ......................................... 75
Alterações Contratuais e o Registro das Modificações ...... 78
Administração e representação social ............................ 80
O significado da administração ......................................... 80
Lucros e perdas ................................................................. 82
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 7eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 7 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direitos e obrigações dos sócios ....................................... 83
Relações jurídicas e sociais ............................................... 85
UNIDADE 03
Dissolução da sociedade ................................................. 92
Dissolução das sociedades ................................................ 92
Transformação .................................................................. 93
Incorporação ..................................................................... 94
Fusão ................................................................................ 95
Cisão ................................................................................. 96
Direito de terceiros ........................................................... 97
Regras para a dissolução da sociedade .............................. 99
Dissolução Parcial da Sociedade .............................. 102
Dissolução total da sociedade ..................................105
Liquidação das sociedades .............................................. 106
Desconsideração da personalidade jurídica ..................111
A desconsideração da pessoa jurídica ...............................111
Recuperação de empresas ............................................. 115
Lei de Recuperação e Falência de Empresas ................... 115
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 8eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 8 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Pessoas jurídicas na lei 11.101/2005 - LRF ..................... 117
Aspectos processuais relevantes da LRF ......................... 120
Comitê de credores ......................................................... 124
Assembleia-geral de credores .......................................... 125
Recuperação judicial ....................................................... 126
Microempresas e empresas de pequeno porte .................. 133
Falência .......................................................................... 135
Compreendendo o significado da falência ...................... 135
UNIDADE 04
Sociedades empresárias ................................................ 142
Da sociedade comercial à sociedade empresária .............. 142
Sociedades personificadas ............................................. 147
Classificação das sociedades personificadas .................... 147
Sociedades simples .................................................. 148
Sociedade limitada ................................................... 150
Sociedade em nome coletivo .................................... 156
Sociedade em comandita simples ............................. 160
Sociedades personificadas por ações ............................ 165
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Sociedades anônimas ...................................................... 165
Das ações ................................................................. 173
Constituição das Sociedades Anônimas .................... 179
Valores mobiliários .................................................. 183
Capital social ........................................................... 185
Administração social ................................................ 187
Direitos e deveres dos acionistas .............................. 195
Demonstrações contábeis e partilha do lucro e prejuízos .200
Dissolução da sociedade anônima ............................ 203
Sociedade em comandita por ações ................................. 206
Sociedades cooperativas ................................................ 208
O nascimento do cooperativismo ................................... 208
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Direito Empresarial 11
UNIDADE
01
INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
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Direito Empresarial12
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área do direito empresarial é uma das 
mais importantes demandas na atual realidade brasileira e 
mundial? O empreendedorismo é cada vez mais incentivado 
nos países ocidentais e a iniciativa privada não pode prescindir 
de advogados especializados no Direito Empresarial. Cada 
vez mais, grandes escritórios e empresas buscam advogados 
especializados para assessoria na área, que também remunera 
bem esses especialistas. Nesta unidade estudaremos sobre a 
sociedade empresária e os empresários, os atos constitutivos 
e o registro das sociedades e, por fim, os direitos e obrigações 
das pessoas jurídicas. Tenho certeza de que você amará essa 
introdução dos meandros do Direito Empresarial. Vamos 
começar?
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 12eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 12 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial 13
OBJETIVOS
1
2
3
4
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 01 – Teoria 
Geral do Direito Empresarial. Nesta unidade, o nosso objetivo 
é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais: 
Compreender o empresário individual e a sociedade 
empresária;
Conhecer os requisitos e as razões legais para o 
registro mercantil;
Entender os trâmites para os registros;
Entender a razão dos procedimentos simplificados 
para micro e pequenos empresários.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 13eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 13 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial14
Personificação das sociedades, contrato e 
registro mercantil 
A união das pessoas com um fim comum 
Os interesses sociais têm sua base na assunção de 
obrigações, cujas fontes estão na lei, nas declarações unilaterais 
de vontade, nos contratos e nos atos ilícitos.
A lei é classicamente definida como norma escrita emanada 
de um poder competente e é base para as relações sociais, por 
força do art. 5°, inciso II, da Constituição Federal, que reza: 
“ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa, senão em virtude de lei”.
OBJETIVO
Neste capítulo você aprenderá como se formam as sociedades e 
quais as exigências legais para os registros mercantis, lembrando 
que podem nominar as relações jurídicas empresariais como 
Direito Empresarial, termo preferido pelos civilistas, ou como 
Direito Comercial, termo contido na Constituição Federal. Além 
disso, o Código Civil de 2002 revogou apenas a parte geral do 
Código Comercial de 1850, seguindo vigente a parte especial. 
Conhecer as exigências legais para a formação e desempenho 
das sociedades, bem como a importância dos registros e os 
riscos da sua ausência, é importante para que você entenda, 
posteriormente as características de cada uma das espécies de 
sociedades e seu papel no nicho de mercado que ocupam. E 
então, motivado para desenvolver essa competência e vencer? 
Vamos lá? 
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 14eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 14 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial 15
As declarações unilaterais de vontade obrigam apenas 
aqueles que as firmam. Subdividem-se em unilaterais, quando as 
obrigações são apenas de quem firma o documento, a exemplo do 
doador ou do emitente de um cheque, e bilaterais ou plurilaterais, 
quando as obrigações são mútuas, como no caso dos contratos.
Os contratos são negócios jurídicos bilaterais ou 
plurilaterais que obrigam dois ou mais contratantes, cuja vontade 
converge para a concretização de interesses comuns. Quanto aos 
seus efeitos estes podem ser unilaterais pois se obrigam apenas 
uma das partes, ou bilaterais, pois se obrigam duas ou mais 
partes.
Atos ilícitos ou antijurídicos são faculdades de agir 
direcionadas para a infração às leis penais ou civis, que podem 
ou não resultar em danos e no consequente dever de ressarcir a 
lesão.
Ao longo da história, as pessoas uniram esforços para 
produzir e comercializar mais e melhor, obtendo maiores lucros, 
inicialmente reunidas em pequenos grupos familiares. Com 
a Revolução Industrial, expandiram essa união e formaram 
sociedades empresarias, que por sua vez evoluíram para as 
atuais pequenas, médias e grandes empresas com atuação em 
todos os segmentos econômicos. Essa diversidade e quantidade 
de sociedades comerciais precisaram ser regulamentadas para 
exercerem a função social que lhes é designada pela Constituição 
Federal.
Dessa forma, de 1850a 2003, quando entrou em vigência 
o Código Civil de 2002, as relações empresariais foram 
regulamentadas no Brasil pelo Código Comercial.
Nos dias atuais, o Direito Empresarial está regulamentado 
no Código Civil de 2002, que define as regras gerais para 
a constituição e gestão das sociedades empresárias e não 
empresárias.
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Direito Empresarial16
Porém, o Código Comercial não foi integralmente 
revogado. A parte especial segue vigente e regulamenta o 
comércio marítimo, as quebras e falências.
Pessoa jurídica 
Acreditamos que você já tenha ouvido falar no termo 
Pessoa Jurídica (PJ). Vejamos o que a ciência jurídica diz sobre 
isso.
Pessoa Jurídica é um termo extremamente amplo, que 
abrange tanto organizações da área pública como da área 
privada. Pode referir-se a órgãos públicos, autarquias, empresas 
e fundações públicas, e empresas privadas de qualquer porte.
A Pessoa Jurídica é definida como uma entidade criada nos 
termos da lei, com finalidade específica, dotada de personalidade 
jurídica própria e independente dos seus representantes legais, 
detentora de honra subjetiva (pode sofrer dano moral), que se 
subdivide em pessoa jurídica de direito público, interno ou 
externo, e de direito privado (art. 40, CC).
Vejamos a seguir a sua subdivisão. 
a. Pessoas jurídicas de direito público externo: são os 
Estados dotados de soberania, como: os Estados Unidos, a 
França, a China, a Argentina, dentre outros, além dos organismos 
internacionais dotados de personalidade jurídica regida pelo 
direito internacional público, como a Organização das Nações 
Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC), 
o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) etc. (art. 42, CC).
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Direito Empresarial 17
Figura 1 – Logotipo da ONU
Fonte:Pixabay
Você sabe o que é a ONU? A ONU é uma organização 
intergovernamental criada para promover a cooperação 
internacional. 
b. Pessoas jurídicas de direito público interno: considera-
se a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios – 
lembrando que na atual organização estatal não temos territórios 
–, os municípios, as autarquias (INSS, agências reguladoras, 
etc.), as associações públicas (consórcios públicos, Lei nº 
11.107/2005), as fundações públicas, e todas aquelas a que a 
lei conferir este status (art. 41, CC). Todas as pessoas jurídicas 
de direito público interno são criadas por lei, que estabelece se 
elas submeter-se-ão ao regime público ou ao regime privado 
do Código Civil. São também civilmente responsáveis pelos 
atos praticados pelos seus agentes, que resultarem em danos a 
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Direito Empresarial18
terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do 
dano em caso de culpa ou dolo (art. 43, CC).
c. Pessoa jurídica de direito privado: são pessoas jurídicas 
constituídas com base no princípio da liberdade e da autonomia 
privada, fundadas em relações e interesses particulares, com 
objetivo lucrativo ou filantrópico, criadas a partir dos registros 
dos seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais ou nos 
Cartórios do Registro Civil das Pessoas Jurídicas. São pessoas 
de direito privado as associações, as sociedades, as fundações, 
as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas 
individuais de responsabilidade limitada. Com base nos recursos 
utilizados para a sua constituição, as empresas privadas podem 
ter caráter público, se o capital em sua maior parte vier do Poder 
Público, ou privado, se o capital em sua maior parte vier de fonte 
privada (art. 44, CC).
No tópico a seguir apresentaremos os conceitos de 
sociedade e empresa. Vejamos. 
Sociedade e empresa
Ao longo dos seus estudos você deve ter aprendido o 
conceito de sociedade e o que os autores da área das ciências 
sociais tem a dizer a esse respeito. Também deve ter estudado 
as características atribuídas pelos estudiosos com relação a 
sociedade. Então, para você, qual o conceito de sociedade? 
Ao responder a indagação anterior é comum falarmos que 
a sociedade é composta por pessoas que possuem por objetivo o 
bem comum. E o que significa empresa? Pois bem, a sociedade 
e a empresa não são institutos sinônimos. Agora, vejamos o que 
a ciência jurídica tem a nos dizer sobre isso. 
A sociedade é a forma jurídica resultante da união de uma 
ou mais pessoas que objetivam alcançar um fim comum. Em 
uma sociedade prevalecem os interesses dos sócios, mas é a lei 
que regulamenta as suas obrigações, a sua estrutura interna e a 
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Direito Empresarial 19
responsabilidade civil perante terceiros. O Código Civil divide 
as sociedades entre empresárias e não empresárias ou simples.
Já a empresa é a atividade econômica. Para a caracterização 
da empresa o importante é a forma “como” a atividade econômica 
é desenvolvida. Por esta razão ela é mais abrangente que a 
sociedade, pois envolve os interesses dos sócios e de terceiros, 
como empregados, consumidores, fornecedores, Fisco etc. 
A sociedade pode existir sem que haja uma empresa, da 
mesma forma que uma empresa pode existir sem que haja uma 
sociedade. Exemplos disso são o MEI, o Empresário Individual 
e a EIRELI, nos quais não há sócios e centram na pessoa de 
um único indivíduo os direitos e obrigações empresariais; e as 
sociedades simples, ou não empresariais, que exercem atividades 
voltadas para a produção de bens e serviços.
Um outro ponto importante refere-se ao contrato. 
Abordaremos a seguir a sua definição e os seus elementos 
essenciais. 
Elementos essenciais do contrato 
Muitos de nós já assinamos um contrato de aluguel de um 
imóvel, um contrato de prestação de serviços ou até mesmo um 
contrato de franquia. Mas o que seria um contrato? Qual a sua 
importância? Para que serve um contrato? Ao longo desse tópico 
iremos responder aos questionamentos anteriores. 
Os contratos podem ser definidos como um acordo entre 
duas ou mais pessoas, de caráter patrimonial, fundado na boa-
fé e na função social, que tem por finalidade regulamentar e 
delimitar interesses comuns, de acordo com o estabelecido na 
ordem jurídica brasileira, e por objetivo a aquisição, alteração e 
extinção de direitos em proveito econômico das partes.
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Direito Empresarial20
São princípios formadores do contrato:
a. Autonomia da vontade: é a exteriorização de vontade 
das pessoas físicas e jurídicas na prática de atos jurídicos, para 
determinar a sua forma, efeitos e conteúdo sempre que não 
contrariem as leis, a ordem pública e os bons costumes. Abrange 
todos os aspectos dos negócios jurídicos, inclusive as opções de 
contratar, distratar ou não contratar.
b. Consensualismo: é a essência do contrato, o acordo 
mútuo acerca do seu objeto. Pode ser manifestado de forma 
verbal ou escrita, expressa ou tácita. Subdivide-se em: 
consensualismo puro quando se trata de acordo de vontades, 
tendo como exemplo o contrato de compra e venda (art. 482, 
CC); consensualismo real, quando além do acordo de vontades 
ocorre a tradição da coisa, tendo como exemplo o comodato (art. 
579, CC) e o contrato de depósito (art. 627, CC).
c. Obrigatoriedade ou forçaobrigatória: esse princípio é 
expresso no direito pelo brocardo latino pacta sunt servanda, 
ou seja, o que foi pactuado em contrato deve ser respeitado e 
cumprido pelas partes. É um princípio do liberalismo de que 
o contrato faz lei entre as partes. Esse princípio é relativizado 
pela cláusula rebus sic stantibus, ou seja, enquanto as condições 
contratadas não se alterarem criando ônus que torne difícil para 
qualquer das partes cumprir o acordado. É a chamada Teoria da 
Imprevisão.
d. Relatividade dos efeitos: segundo esse princípio, 
os efeitos dos contratos só obrigam as partes contratante e 
contratada, vinculando-as ao objeto do contrato, e não atingem 
terceiros ou o seu patrimônio.
e. Boa-fé: se traduz pela boa intenção, lealdade e confiança 
que deve nortear as partes contratantes desde a formação 
até a execução do contrato (arts. 113 e 422 do CC). A boa-fé 
contratual se subdivide em: objetiva - é um dever de conduta, 
de honestidade mútua que traduz pelo repeito de uma parte com 
eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 20eBook Completo para Impressao - Direito Empresarial - Aberto.indd 20 29/07/2020 18:33:5829/07/2020 18:33:58
Direito Empresarial 21
relação à outra; subjetiva - é um valor interno, uma qualidade 
das partes de dizer aquilo em que acreditam e ter convicção no 
que dizem.
f. Probidade: é o dever de honestidade, decoro, eticidade e 
lealdade contratual que deve nortear os atos das partes contratante 
e contratada durante toda a relação contratual.
g. Equilíbrio econômico: o princípio do equilíbrio 
econômico decorre do princípio constitucional da igualdade 
substancial (art. 3°, III, CF) e se traduz por paridade, simetria nas 
prestações recíprocas contratadas, de forma a evitar que, diante 
de fatos concretos, uma das partes seja excessivamente onerada 
pelas obrigações contratadas, em detrimento do benefício ou 
lucro monetário muito superior da outra parte. Vantagens e 
encargos devem estar sempre em equilíbrio e em harmonia para 
as partes contratante e contratada.
h. Função social: o princípio da função social do contrato 
decorre do princípio da solidariedade e está ligado não só à 
proteção dos interesses privados em favor do ser humano, mas 
à própria dignidade da pessoa humana (art. 421 e parágrafo 
único do art. 2.035, CC). É um conceito aberto que extrapola os 
interesses unicamente privados para abranger toda a sociedade 
e o seu bem-estar. Isso significa dizer que o contrato deve ser 
instrumento de progresso e pacificação social. 
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Direito Empresarial22
Além do respeito e obediência aos princípios, a norma 
civil exige, para a validade dos negócios jurídicos que os agentes 
sejam capazes, que o objeto do contrato seja lícito, possível, 
determinado ou determinável, e que obedeça à forma prescrita 
ou não defesa em lei.
A capacidade é uma qualidade mental do contratante para 
exercer os atos da vida civil. Está ligada à consciência do sujeito 
quanto ao ato em si e às consequências e responsabilidades que 
advêm das suas escolhas (art. 972, CC).
Isso não significa que os incapazes ou os relativamente 
capazes não possam contratar. Os interditos (incapazes) ou 
curatelados (relativamente capazes) podem fazê-lo por meio 
de pessoas que os representem legalmente (art. 974, III). A Lei 
nº 13.146/2015, chamada Estatuto da Pessoa com Deficiência, 
por sua vez, tem por norte a plena integração na sociedade das 
pessoas com deficiência, estimulando a sua participação na 
economia nacional, na medida da sua capacidade física e mental, 
seja através de empregos públicos ou privados, seja participando 
como sócios ou cotistas em empresas, independente do seu porte.
O objeto lícito, possível, determinado ou determinável: 
a. Licitude: se traduz por objeto que não esteja em 
desacordo com as leis; 
+++ EXPLICANDO DIFERENTE
A lei relativiza o pacta sunt cervanda em prol da igualdade e da 
harmonia social, ordenando que o contrato seja um instrumento 
de progresso em favor da sociedade. Por isso, as cláusulas 
contratuais que ofendem a ordem pública e a dignidade da 
pessoa humana são nulas de pleno direito.
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Direito Empresarial 23
b. Possível: é sinônimo de viável, de objeto que possa ser 
concretizado. Ninguém pode contratar uma viagem de turismo 
para o sol, pois, por impossibilidade absoluta, é impossível 
concretizar o traslado e a estadia no sol. Mas alguém pode 
contratar uma viagem para a lua, pois existe tecnologia para 
isso, o que torna a impossibilidade relativa, dependente de 
condições externas para a concretização do objeto. Exemplo 
são as condições físicas do viajante, que durante os meses de 
preparação para a viagem passa de 70 Kg a 150 kg de massa 
corporal. O peso excessivo inviabiliza uma viagem ao espaço, 
mas, como a impossibilidade relativa está no plano das eficácias, 
isso pode ser revertido se o contratante emagrecer e voltar aos 
70 Kg.
c. Determinado ou determinável: determinado é o objeto 
que pode ser perfeitamente identificado e delimitado, como, por 
exemplo, uma casa e os limites do seu terreno. Determinável é 
um objeto que pode ser identificado no momento da assinatura do 
contrato em seus elementos mínimos, mas que será delimitado e 
melhor especificado no futuro. Um exemplo de determinável é a 
compra de uma unidade habitacional em regime de cooperativa, 
cujas unidades serão sorteadas entre os compradores depois do 
prédio pronto.
Em resumo, são três os elementos essenciais do contrato: a 
res, o pretium e o consensum, ou seja, a coisa objeto do contrato, 
o preço e a livre vontade de contratar.
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Direito Empresarial24
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, para termos 
certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir o que vimos. Você deve ter 
aprendido no capítulo o conceito de sociedade e empresa e viu 
o que a ciência jurídica tem a dizer sobre isso. Também lhe foi 
apresentado o conceito de contrato, sua finalidade e importância. 
O contrato é uma celebração entre duas ou mais pessoas com 
um propósito; seria um acordo entre duas ou mais vontades na 
conformidade da ordem. É um vínculo jurídico resguardado pela 
segurança jurídica. As empresas iniciam sua vida por meio de 
um contrato ou um estatuto, que deve ser levado a registro na 
Junta Comercial. A importância dos registros dos trâmites legais 
para aquisição de personalidade jurídica pelas empresas permite 
que elas negociem, recolham impostos e se desenvolvam no 
nicho de mercado onde desempenham as suas atividades.
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Direito Empresarial 25
Registros mercantis
Importância dos registros mercantis
A partir da Revolução Industrial os atos negociais se 
diversificaram de tal modo que se tornou imprescindível para 
os Estados estabelecer uma forma de controle sobre as empresas 
responsáveis pela produção e circulação de bens e serviços, 
inicialmente para o recolhimento dos impostos e, no decorrer 
dos anos, na medida que a dignidade da pessoas humana passou 
a ser mais e mais valorada, também para facilitar a fiscalização 
das atividades, a segurança dos trabalhadores, o acatamento das 
leis trabalhistas, etc.
Atualmente, os registros públicos mercantis são serviços 
públicos prestados por órgãos federais e estaduais paradar vida 
às pessoas jurídicas, guardar o histórico dos seus atos - do registro 
inicial à extinção -, e publicitar esses atos para conhecimento de 
toda a sociedade.
Os registros mercantis e atividades afins estão 
regulamentados em Lei Especial, Lei nº 8.934/94, são 
obrigatórios em todo território nacional e devem ser feitos de 
forma sistêmica por órgãos federais, estaduais e distrital, com as 
seguintes finalidades:
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a 
importância dos registros mercantis e dos atos constitutivos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial26
 “Art. 1°. (...)
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, 
segurança e eficácia aos atos jurídicos das 
empresas mercantis, submetidos a registro na 
forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras 
em funcionamento no País e manter atualizadas as 
informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares 
do comércio, bem como ao seu cancelamento.”
O registro confere credibilidade aos atos empresariais, 
criando presunção relativa de verdade aos negócios jurídicos e 
aos atos negociais, protege o nome empresarial e os direitos da 
empresa frente à concorrência desleal, garante externalidades 
positivas para a sociedade ao reduzir riscos para quem negocia 
com as empresas e possibilita ao Estado administrar a tributação 
do sistema econômico.
A única exceção à imposição legal do registro diz respeito 
à atividade rural. Mas, em que pese facultativo, uma vez efetuado 
o registro, o empresário rural equipara-se aos empresários para 
todos os efeitos legais (art. 971, CC).
Atos constitutivos
Ato constitutivo é o documento inicial para registro da 
vontade do empresário de constituir empresa. Regra geral é 
um Contrato Social ou, no caso da empresa individual, uma 
Declaração de Empresário, nos quais constará o tipo jurídico da 
empresa, o objetivo social, as regras para o funcionamento e a 
administração, os bens que integrarão o patrimônio da empresa, 
os direitos e obrigações dos sócios, a forma como se dará a 
dissolução da sociedade e a destinação final dos bens, etc.
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Direito Empresarial 27
Os atos constitutivos são elaborados pelo próprio 
interessado ou pelos seus contadores e, posteriormente, levados 
a registro nos termos do Código Civil, Lei Complementar 
nº 123/2006, Lei nº 11.107/2005, Lei nº 8.934/1994, Lei nº 
6.404/1976, dentre outros diplomas legais, dependendo da 
exigência legal para cada tipo empresarial.
Concretização do registro mercantil
Para o exercício do registro público, a Lei nº 8.934/94 
criou o Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis 
(SINREM), integrado pelo Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, gestor central técnico, normativo e 
administrativo, e pelas Juntas Comerciais, órgãos locais que 
executam e administram os serviços registrais.
O Código Civil também estabelece regras para os registros 
públicos de empresas mercantis, mas, em que pese a exigência do 
registro de empresário antes do início da atividade empresarial 
(art. 967, CC), esse ato é meramente declaratório frente à 
exigência legal do exercício profissional e habitual de atividades 
efetivamente empresariais para a constituição de empresário 
(art. 966, CC). 
Ou seja, mesmo que o empresário ou a sociedade não 
estejam registrados na Junta Comercial antes do início das 
suas atividades, ainda assim serão considerados empresário 
individual ou sociedade empresária, nos termos do Enunciado 
198, do Conselho da Justiça Federal, muito embora sofram 
as consequências limitativas da falta do registro, como a 
impossibilidade de requerer recuperação judicial (art. 48, Lei 
11.101/2005):
Cada estado-membro da federação tem uma Junta 
Comercial, responsável por executar e administrar os registros 
empresariais.
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Direito Empresarial28
Para efetivar a inscrição o empresário deve atender também 
as formalidades legais do art. 968, do Código Civil, e protocolar 
um requerimento na Junta Comercial do estado onde exercerá 
suas atividades, no qual conste a sua qualificação completa 
(nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, 
o regime de bens), assinatura autógrafa ou digital, o capital 
da empresa, seu objeto e sede, e esteja visado por advogado, 
exigência da Lei 8.906/94, art. 1°, parágrafo 2°.
Pelo fato das Juntas Comerciais integrarem a estrutura 
administrativa dos estados-membros, elas se submetem 
tecnicamente ao Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, órgão central do Sistema Nacional 
de Registro de Empresas Mercantis (SINREM), que é federal, 
mas administrativamente segue as regras administrativas 
estatais. Por isso, não são raras as variantes protocolares e de 
prazos administrativos nas Juntas Comerciais dos diferentes 
estados-membros. Esse caráter híbrido interfere também na 
competência jurisdicional. A análise judicial dos atos técnicos 
do registro de empresa no Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, órgão do SINREM, é de competência 
da Justiça Federal; já a dos atos administrativos de competência 
exclusivamente das Juntas Comerciais é de competência da 
Justiça Estadual (art. 8°, da Lei nº 8.934/1994).
Filiais, sucursais ou agências abertas em estado diferente 
daquele no qual foi feito o registro da matriz devem ser 
registradas na Junta Comercial estadual mediante apresentação 
da inscrição originária. Estabelecimentos secundários, ainda que 
na mesma sede da matriz, também devem ser registrados (art. 
969 e parágrafo único, CC).
Para efeitos jurídicos: filial é um estabelecimento 
subordinado à matriz, mas que tem gestão própria; sucursal 
é um ponto de negócio acessório, subordinado à matriz 
administrativamente; agência é um estabelecimento que atua de 
forma intermediária em prestação de serviços.
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Direito Empresarial 29
Para efeitos de competência jurisdicional territorial, a 
súmula 363 do Supremo Tribunal Federal estabelece que “a 
pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no 
domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o 
ato”. Neste sentido também o art. 75, parágrafo 1°, do Código 
Civil: “tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio 
para os atos nele praticados”. Porém, se no local da prática do 
ato ou do evento danoso não houver agência ou estabelecimento, 
a competência é do juízo da sede da empresa.
A exceção à exigência do registro na Junta Comercial 
é o processo de abertura, registro, alteração e baixa das 
microempresas e empresas de pequeno porte, cujo trâmite é 
especial, simplificado e eletrônico, sendo possível a dispensa 
das informações relativas a estado civil e regime de bens, 
remessa de documentos e firma (art. 4°, parágrafo 1°, inciso I, 
Lei Complementar 123/2006, c/c o art. 468, parágrafo 4°, do 
CC).
Trâmite dos registros – controle e 
fiscalização
Nos termos do art. 8°, da Lei nº 8.934/1994, a competência 
das Juntas Comerciais é executiva e todos os seus atos devem 
ser publicitados através de publicação no Diário Oficial dos 
Estados ou do Distrito Federal, conforme o caso. Ou seja, cabe a 
ela executar os atos de registro dos empresáriosque se dividem 
em matrícula, cancelamento, arquivamento e autenticação (art. 
32, Lei nº 8.934/1994).
Conheça os termos a seguir:
a. Matrícula: é o ato de registro nas Juntas Comerciais 
de profissionais específicos: leiloeiros, tradutores públicos 
e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais;
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Direito Empresarial30
b. Cancelamento: é o ato de revogação do registro de 
matrícula. A inscrição do nome empresarial, a requerimento 
do interessado, será cancelada quando cessar o exercício da 
atividade empresária ou quando a sociedade for liquidada (art. 
1.168, CC).
c. Arquivamento: é o ato de registro nas Juntas Comerciais 
dos atos constitutivos do empresário individual e das sociedades 
empresárias. São arquivados: os documentos de constituição, 
alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, 
sociedades mercantis e cooperativas; os atos relativos a consórcio 
e grupo de sociedades anônimas (Lei nº 6.404/1976); os atos 
de empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no 
Brasil; as declarações de microempresa; os atos ou documentos 
legalmente atribuídos ao Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins, ou que interessem ao empresário 
e às empresas mercantis; 
d. Autenticação: é o ato de registro dos livros empresariais 
obrigatórios, destinados à escrituração contábil das empresas 
mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio. 
Esse é um pré-requisito de regularidade contábil e está previsto 
também no art. 1.181, do Código Civil.
Como o objetivo primeiro do ato registral é a publicidade, 
antes de formalizado, ele não pode ser oposto a terceiros, exceto 
quando provado que este o conhecia. Porém, concretizado o 
registro, é vedado ao terceiro alegar desconhecimento (art. 1.154 
e parágrafo único, CC).
A proteção do nome empresarial é consequência automática 
dos atos de registro (art. 33, Lei 8.934/1994).
Os seguintes órgãos integram as juntas comerciais: 
[...] a Presidência, como órgão diretivo e representativo; 
o Plenário, como órgão deliberativo superior; as Turmas, como 
órgãos deliberativos inferiores; a Secretaria Geral, como órgão 
administrativo; a Procuradoria, como órgão de fiscalização 
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Direito Empresarial 31
e de consulta jurídica; e, a critério de cada uma, assessoria 
técnica constituída por advogados, economistas, contadores ou 
administradores de empresa. (art. 9°, Lei nº 8.934/1994)
O plenário é composto por vogais e suplentes, formado por 
brasileiros natos ou naturalizados de conduta ilibada, em gozo 
dos direitos civis e políticos, quites com o serviço militar e com 
as obrigações eleitorais, nomeados pelos governos dos Estados 
e do Distrito Federal para mandatos de 04 anos, permitida uma 
recondução (art. 11 e 16, Lei nº 8.934/1994).
Às Turmas, compostas por 03 vogais, cabe julgar 
originariamente os pedidos de registro, à Secretaria Geral cabe 
executar os serviços de registro e administração das Juntas 
Comerciais, e à Procuradoria cabe fiscalizar e promover o 
cumprimento das normas legais e executivas, oficiando interna 
e externamente em atos e feitos de natureza jurídica, inclusive 
judiciais (arts. 23 a 28, Lei nº 8.934/1994).
Os interessados têm prazo de 30 dias corridos da 
assinatura dos documentos descritos no inciso II, do art. 32, 
da Lei nº 8.934/1994, para protocolar os documentos para 
arquivo na Junta Comercial, que serão decididos pelos vogais 
de forma singular em dois dias úteis, com efeitos ex tunc, ou 
seja, retroagindo à data da assinatura pelos sócios. Protocolado 
extemporaneamente, o efeito é ex nunc, ou seja, o arquivamento 
será decidido no mesmo prazo de dois dias úteis, mas a eficácia 
se dará a partir da data do despacho que o deferir (art. 36, Lei nº 
8.934/1994).
O Código Civil praticamente replica o art. 36, da Lei nº 
8.934/1994, no art. 1.151, mas acrescenta no inciso 3°, norma de 
responsabilidade civil pela demora ou omissão do responsável 
por providenciar os registros:
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à 
formalidade exigida no artigo antecedente será 
requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso 
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Direito Empresarial32
de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer 
interessado.
§ 1° Os documentos necessários ao registro 
deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, 
contado da lavratura dos atos respectivos.
§ 2 Requerido além do prazo previsto neste 
artigo, o registro somente produzirá efeito a partir 
da data de sua concessão.
§ 3 As pessoas obrigadas a requerer o registro 
responderão por perdas e danos, em caso de 
omissão ou demora.
Alguns atos, pelo nível de complexidade envolvido no 
exame dos documentos e consequências advindas dos registros, 
são julgados de forma colegiada, no prazo de cinco dias 
úteis, o arquivamento dos atos de constituição das sociedades 
anônimas, atas de assembleias gerais, dentre outros atos sujeitos 
ao Registro Público, os atos de transformação, incorporação, 
fusão e cisão de empresas mercantis, e os atos de constituição e 
alterações de consórcio e de grupo de sociedades nos termos da 
Lei nº 6.404/1976, que dispões sobre as Sociedades por Ações, 
e, finalmente, o julgamento dos recursos interpostos contra 
decisões singulares dos vogais.
Os prazos para recursos ao Plenário, sem efeito suspensivo, 
são de 10 dias úteis para o interessado. A Procuradoria, se não 
interpôs o recurso, é ouvida no mesmo prazo e, posteriormente, 
o feito julgado no prazo de 30 dias.
Da decisão do Plenário cabe recurso ao Ministro da 
Economia, Indústria, Comercio Exterior e Serviços em última 
instância administrativa.
Importante ressalvar que, na análise dos documentos 
levados ao registro, as juntas comerciais analisam tão somente 
os aspectos formais exigidos nas leis. O exame de mérito do 
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contido nos documentos, o acordado entre sócios ou decidido em 
reuniões de acionistas não é competência das Juntas Comerciais.
Algumas empresas, além do registro nas juntas comerciais, 
precisam ter registros em outros órgãos. Exemplo são as empresas 
de auditoria, que devem se registrar também na Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM).
Como os assentamentos nas juntas comerciais são 
públicos, qualquer pessoa, sem necessidade de justificar razões, 
pode consultar os atos registrados e pedir certidões, pagando 
taxas administrativas (art. 29, Lei nº 8.934/1994).
Para desburocratizar os registros das empresas, a Lei 
Complementar nº 123/2006, criou a Rede Nacional para a 
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e 
Negócios (REDESIM), regulamentada pela Lei nº 11.598/2007, 
que na atual estrutura administrativa federal está sob gestão 
do Ministério da Economia, Indústria, Comercio Exterior e 
Serviços, e simplificou os atos de registro, que hoje podem, 
em grande parte, tramitar pela internet, e diminuiu prazos nos 
processos administrativos.
ACESSE
Acesse a REDESIM no site http://bit.ly/31P29E9, para conferir 
como as atividades de registro foram desburocratizadas pelo uso 
da internet.
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Direito Empresarial34
Os empresários individuaisou sociedades empresárias 
devem manter um sistema de escrituração contábil que varia 
de acordo com a complexidade das atividades produtivas e 
negociais.
Diz o Código Civil:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade 
empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base 
na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, 
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o 
de resultado econômico.
§ 1 Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a 
espécie de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2 É dispensado das exigências deste artigo o 
pequeno empresário a que se refere o art. 970.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos 
por lei, é indispensável o Diário, que pode ser 
substituído por fichas no caso de escrituração 
mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa 
o uso de livro apropriado para o lançamento do 
balanço patrimonial e do de resultado econômico.
A escrituração é tão importante que a lei que regulamenta 
a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário 
e da sociedade empresária, tipifica como crime a falta de 
elaboração, escrituração ou autenticação do livro contábil diário, 
antes ou após a decretação judicial da falência, concessão da 
recuperação judicial ou homologação do plano de recuperação 
extrajudicial, com pena de detenção de um a dois anos e multa, 
se o fato não constituir crime mais grave (art. 178 e 180, Lei 
11.101). O livro diário pode ser substituído por um sistema de 
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Direito Empresarial 35
lançamento de fichas e pelo livro Balancetes Diários e Balanços 
(art. 1.185 e 1.186, CC). 
Pelo Código Civil, afora o Livro Diário, balanço 
patrimonial e do de resultado econômico, os demais livros “em 
tese” seriam opcionais e para controle interno das empresas, 
como livro-caixa, razão, estoque etc. Porém, os dados inseridos 
no livro diário precisam ser comprovados através de informações 
contidas nos livros auxiliares, tornando-os obrigatórios por 
conexão.
Leis trabalhistas, previdenciárias e fiscais, por sua 
vez, também exigem escrituração em livros específicos que, 
entretanto, não são considerados legalmente livros empresariais. 
São exemplos: os leiloeiros, que devem ter os Livros de Registro 
Diário de Entradas, Diário de Saída, Contas Correntes, Protocolo, 
Diário de Leilões e Livro Talão, por forma de comando legal 
contido nos arts. 31 e 32 do Decreto 21.981/1932; as Sociedades 
Anônimas, que devem ter os Livros de Registro de Ações 
Nominativas, Transferência de Ações Nominativas, Registro 
de Partes Beneficiárias Nominativas, Atas das Assembleias 
Gerais, Presença dos Acionistas, Atas das Reuniões do Conselho 
de Administração e Atas e Pareceres do Conselho Fiscal, nos 
termos do art. 100, da Lei nº 6.404/1976.
Para fins penais, os livros mercantis são equiparados a 
documentos públicos e sua falsificação, no todo ou em parte, 
também é tipificada como crime de falsificação de documento 
público, com pena de reclusão de dois a seis anos e multa (art. 
297, § 2.º, do Código Penal).
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Direito Empresarial36
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Então vamos ao 
resumo dos assuntos tratados. Você deve ter aprendido sobre 
a importância do registro mercantil bem como os trâmites do 
registro e a sua fiscalização. Também aprendeu sobre as juntas 
comerciais o seu significado. Você certamente entendeu que as 
sociedades empresariais nascem da vontade dos sócios (affectio 
societatis) ou acionistas (interesse no capital) em torno de um 
objetivo comercial comum. 
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Direito Empresarial 37
Do sigilo
O significado do sigilo
Muitas empresas, especialmente as de grande porte, 
investem em pesquisas, têm produtos protegidos por regras de 
patentes, investem dinheiro de pessoas que não querem, até por 
segurança, para não ter os seus nomes divulgados, dentre muitas 
outras situações que não devem se tornadas públicas.
Pensando nisso, o legislador estabeleceu, no art. 1.190 do 
Código Civil, que ressalvados os casos previstos em lei, para 
exibição e/ou publicidade obrigatórios:
[...] nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob 
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar 
diligência para verificar se o empresário ou a 
sociedade empresária observam, ou não, em seus 
livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
À primeira vista este artigo passa a impressão de que as 
empresas estão blindadas contra as ordens judiciais para a exibição 
dos seus livros e análise por juízes, peritos, fiscais, procuradores 
e outros operadores do direito, mas não é bem assim. Afinal, 
nos termos do entendimento consagrado pelo Supremo Tribunal 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que 
significa o sigilo, o nome empresarial e o estabelecimento 
comercial. Isto será fundamental para o seu aprendizado e estudos 
na área. E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
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Federal, nenhuma norma é absoluta e nem deve ser interpretada 
de forma isolada do restante do ordenamento jurídico.
O que a lei veda neste artigo é a arbitrariedade; a 
solicitação e exibição dos livros sem uma razão respaldada na 
lei, protegendo-os da mera curiosidade alheia.
Sempre que houver previsão legal os livros devem ser 
apresentados e podem ser examinados, e o próprio Código Civil 
elenca algumas exceções, como no art. 1.191 e 1.193:
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição 
integral dos livros e papéis de escrituração quando 
necessária para resolver questões relativas a 
sucessão, comunhão ou sociedade, administração 
ou gestão à conta de outrem, ou em caso de 
falência.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste 
Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por 
inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, 
no exercício da fiscalização do pagamento de 
impostos, nos termos estritos das respectivas leis 
especiais. (grifo nosso)
Mas, a Lei também teve o cuidado de restringir o exame dos 
livros aquilo que interessar para o esclarecimento do problema 
levado a exame judicial (art. 1.191, parágrafo 1°, CC).
Há uma exceção importante também no art. 195 e parágrafo 
único da Lei nº 5.172/1966, Código Tributário Nacional, que 
torna sem aplicação quaisquer normas que excluam ou limitem 
os exames de mercadorias, livros, arquivos, documentos, papeis 
e efeitos comerciais ou fiscais de todos os empresários, até à 
prescrição, determinando ainda a obrigatoriedade da guarda de 
todos os livros e documentos até a sua ocorrência.
A Súmula 439 do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, 
reconhece o direito fiscalizador do Estado e a obrigação de 
exibição dos livros com limites: “estão sujeitos à fiscalização 
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Direito Empresarial 39
tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado 
o exame aos pontos objeto da investigação”.
O Código de Processo Civil autoriza o juiz a ordenar, a 
requerimento da parte, a exibição integral ou parcial dos livros 
empresariais e documentos de arquivo nos casos de liquidação 
de sociedade, sucessãopor morte de sócio ou quando e como 
determinarem as leis, extraindo deles o que interessar ao litígio, 
inclusive reproduções autenticadas (arts. 420 e 421, Lei nº 
13.105/2015).
A mesma norma estabelece que a recusa de exibição de 
documentos não será admitida quando a parte tiver o dever 
legal de exibi-lo, quando o objetivo da exibição é constituir 
prova e quando o documento, pelo seu conteúdo, for comum às 
partes, podendo o juiz penalizar a recusa na apresentação com 
a pena de confissão ou adotar medidas indutivas, coercitivas, 
mandamentais ou sub-rogatórias para obrigar a exibição do 
documento.
A Lei das Sociedades Anônimas, Lei nº 6.404/1976, prevê 
a exibição dos livros:
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da 
companhia pode ser ordenada judicialmente 
sempre que, a requerimento de acionistas que 
representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) 
do capital social, sejam apontados atos violadores 
da lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de 
graves irregularidades praticadas por qualquer 
dos órgãos da companhia.
E há outras normas no mesmo sentido, ou seja, a vedação 
de exibição prevista no Código Civil é relativa ante à previsão 
em várias normas legais de exibição dos livros mercantis, 
especialmente para fins de fiscalização e prova judicial.
Um questionamento doutrinário é se os livros auxiliares, 
não obrigatórios, também precisam ser exibidos.
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Direito Empresarial40
A resposta é sim. Desde que haja previsão legal para a 
exibição de documentos, ordem judicial ou requisição justificada 
do fisco, os livros auxiliares devem ser exibidos. Além disso, a 
escrituração contábil é indivisível, não fazendo diferença como 
valor probante se os livros são obrigatórios ou auxiliares (art. 
419, CPC).
Esse entendimento encontra respaldo também no 
art. 1.194 do Código Civil, que ordena ao empresário e à 
sociedade empresária a guarda adequada de toda a escrituração, 
correspondência e demais papeis concernentes à sua atividade 
até a ocorrência da prescrição ou da decadência.
Os micro e pequenos empresários, inclusive rurais, são 
desobrigados de manter escrituração mercantil, mas não são 
desobrigados da guarda dos documentos comprobatórios de 
renda e despesas (Decreto-Lei nº 486/69, Lei Complementar nº 
123/2006, Lei nº Complementar 48/84, Decreto nº 3.474/2000, 
Decreto nº 9.580/2018).
Por fim, cabe ressaltar o valor probante dos documentos 
empresariais, reconhecidos expressamente nos arts. 417 e 419 
do Código de Processo Civil: 
Art. 417. Os livros empresariais provam contra 
seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, 
demonstrar, por todos os meios permitidos em 
direito, que os lançamentos não correspondem à 
verdade dos fatos.
Art. 418. Os livros empresariais que preencham 
os requisitos exigidos por lei provam a favor de 
seu autor no litígio entre empresários.
Nome empresarial
O nome empresarial, ainda denominado popularmente 
“razão social”, recebe proteção especial da lei, tanto por ter 
conteúdo econômico, como pela sua importância subjetiva 
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Direito Empresarial 41
enquanto designação e individuação do exercício de empresa 
pelo empresário individual ou da sociedade empresária, e ainda 
por ter a capacidade de se tornar marca, designação que permite 
a pronta e imediata identificação da empresa, do produto ou 
serviço que oferece. Um exemplo clássico é a Coca-Cola 
Company, nome empresarial que se tornou marca de um dos 
refrigerantes mais consumidos no mundo, a Coca-Cola.
O nome empresarial também desempenha papel de ordem 
objetiva ao espelhar o bom nome, a reputação, a fama do 
empresário individual ou da sociedade empresária.
Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos 
de proteção legal, a denominação das sociedades simples, 
associações e fundações (art. 1.155, parágrafo único, CC).
É importante ressalvar que se aplica às pessoas jurídicas, 
no que couber, os direitos da personalidade (art. 52, CC). 
Sendo assim, o nome das pessoas jurídicas, independente da 
sua natureza pública ou privada, é direito personalíssimo, e 
por isso intransferível e inalienável, passível de ser atingido 
moralmente. Porém, não há impedimento legal de uso do nome 
pelo comprador em caso de venda da empresa. 
O Código Civil prevê ainda dois tipos de nomes 
empresariais: a firma, individual ou social, e a denominação (art. 
1.155, CC). A firma individual é o nome do próprio empresário, 
utilizado, por exemplo, na designação do microempresário 
individual. A firma social é o nome de um ou mais sócios 
como, por exemplo, a que nomina sociedade de advogados. A 
firma pode também designar o ramo de atividade empresarial. 
Exemplo: Barros, Silva e Figueiredo Advogados Associados, 
Instituto Clara de Beleza, Cícero Romano Curso Jurídico etc. 
A denominação social, por sua vez, é o nome dado a uma 
empresa, que pode ser uma palavra à escolha dos sócios, ou uma 
expressão fantasia, acrescida ou não de expressão que caracterize 
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Direito Empresarial42
a sociedade. Os sócios podem escolher também o nome de uma 
pessoa física, sob sua responsabilidade exclusiva.
Em caso de falecimento, exclusão ou retirada do sócio o 
seu nome deve ser excluído da firma social (art. 1.165, CC).
De acordo com o tipo societário, o nome variará de 
acordo com a espécie e estrutura da sociedade a ser constituída. 
Exemplo: a sociedade anônima deve conter o S.A. no final do 
nome; e a sociedade limitada deve conter a expressão limitada 
ou LTDA também no final do nome.
Cabe ressalvar o princípio da novidade do nome 
empresarial, inserido pelo legislador no art. 1.163 do Código 
Civil:
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-
se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome 
idêntico ao de outros já inscritos, deverá 
acrescentar designação que o distinga.
Ou seja, é possível haver dois nomes empresariais 
idênticos, desde que a designação os distinga. Exemplo: Sol e 
Mar Restaurante Ltda. e Sol e Mar Cosméticos Ltda.
Esta restrição, entretanto, está limitada ao âmbito estatal 
da Junta Comercial responsável pelo registro da inscrição do 
empresário ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou 
averbações no registro apropriado, exceto os casos de registro 
especial, cujo âmbito se estende a todo o território nacional (art. 
1.166 e parágrafo único, CC).
Por fim, uma inovação relevante trazida pelo Código Civil 
de 2002 é a imprescritibilidade da ação para anular a inscrição do 
nome empresarial decorrente de violação da lei ou do contrato 
(art. 1.167, CC).
Isso não se pode dizer sobre o registro empresarial. O 
Código Civil estabelece o prazo decadencial de 03 (três) anos 
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Direito Empresarial 43
para anular registros com defeitos nos atos constitutivos, no 
parágrafo único, do art. 45, do Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas 
jurídicas de direito privado com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
quando necessário, de autorização ou aprovação do 
Poder Executivo, averbando-se no registro todas 
as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de 
anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, 
contado o prazo da publicação desua inscrição 
no registro.
O art. 116, da Lei de Registros Públicos, Lei nº 6.015/1973, 
coaduna com a Lei Civil quando proibe: 
O registro dos atos constitutivos de pessoas 
jurídicas, quando o seu objeto ou circunstâncias 
relevantes indiquem destino ou atividades ilícitos 
ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem 
público, à segurança do Estado e da coletividade, 
à ordem pública ou social, à moral e aos bons 
costumes.
A proibição é abrangente e, em parte, de avaliação subjetiva, 
o que deixa a critério do Tabelião do Registro Civil das Pessoas 
Jurídica, num primeiro momento, a avaliação e a negativa do 
registro de atos constitutivos. Os interessados podem recorrer ao 
Judiciário para revisão da avaliação e recusa de registrar.
Porém, se acaso o registro for realizado e, a posteriori, se 
constatar o defeito no ato constitutivo, o prazo para o pedido de 
anulação é de 03 (três) anos. Passado este prazo, prevalecerá o 
registro.
Quanto à nulidade, ela está prevista na Lei de Registros 
Públicos, art. 216, para os registros feitos após a sentença de 
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Direito Empresarial44
abertura de falência ou do termo legal nele afixado. Se o registro 
for feito antes, não há nulidade.
O Código Civil prevê a nulidade quando os atos 
constitutivos das associações desatenderem os incisos do art. 
54, ou quando os atos forem simulados, nos termos do art. 167.
Estabelecimento empresarial
Nos termos do art 1.142 e 1.143, do Código Civil:
 Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo 
complexo de bens organizado, para exercício 
da empresa, por empresário, ou por sociedade 
empresária.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto 
unitário de direitos e de negócios jurídicos, 
translativos ou constitutivos, que sejam 
compatíveis com a sua natureza.
O estabelecimento comercial não é mais apenas o local 
onde o empresário exercia as suas atividades. Hoje ele engloba 
os bens materiais e imateriais, consumíveis, fungíveis e 
infungíveis utilizados pelo empresário para o desenvolvimento 
da sua atividade econômica. É um conjunto de bens e direitos 
que possibilita a concretização da atividade-fim do empresário.
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Direito Empresarial 45
Microempresas e empresas de pequeno 
porte
RESUMINDO
Vamos recapitular o que aprendemos? Abordamos a importância 
do sigilo e do nome empresarial. Você também viu como é 
importante sabermos o significado desses conceitos para a área 
do direito empresarial. Então, o sigilo, o nome empresarial e o 
estabelecimento empresarial são importantes para distinguir as 
empresas nesse nicho, proteger suas atividades.
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funcionam as microempresas, as empresas de pequeno e a 
importância das duas em nossa economia. Você também terá 
acesso a informações referentes às características dessas 
empresas e as suas responsabilidades perante o Estado brasileiro. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
OBJETIVO
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Direito Empresarial46
Compreendendo o significado das 
microempresas e empresas de pequeno 
porte
As micro e pequenas empresas têm um papel fundamental 
na economia do país e na geração de mão de obra, sendo 
responsáveis por parte importante do Produto Interno Bruto 
Nacional anualmente. 
Muito se tem falado e abordado, na grande mídia em nosso 
país, acerca da importância das microempresas e empresas de 
pequeno porte para a nossa economia. Há inclusive programa de 
televisão no qual apresenta casos empreendedores, inovadores 
e de sucesso sobre esses tipos de empresas. A mídia também 
divulga as quantidades crescentes anuais dessas empresas que 
são abertas em nosso país. 
Em um país com um índice de desemprego crescente, 
tal cenário, nos últimos anos, tem feito com que pessoas que 
até então eram empregados de empresas passassem a ser 
empreendedores. Então, diante dessa nova realidade que nos 
apresenta, é fundamental conhecermos mais a fundo o que 
significam as microempresas e as empresas de pequeno porte. 
Você já ouvir falar ou conhece alguma microempresa? E 
empresa de pequeno porte? Já consumiu algum serviço oferecido 
por elas? 
Não sem razão, a Constituição Federal de 1988, no art. 
179, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, devem dispensar às micro e pequenas empresas 
tratamento especial, a serem definidos na lei infraconstitucional, 
e tratamento jurídico diferenciado e simplificado nas áreas 
administrativa, tributárias, previdenciárias e creditícias, com 
vistas à diminuição da burocracia e à facilitação de acesso ao 
crédito.
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Direito Empresarial 47
No esteio do comando constitucional, os microempreen-
dedores, o empresário rural e o pequeno empresário recebem 
tratamento especial em todo o processo de inscrição do empre-
sário e facilitação para o cumprimento das obrigações empresa-
riais tributárias e administrativas, melhor explicitadas nos arts. 
968, parágrafo 4°, e 970, do Código Civil:
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á 
mediante requerimento que contenha:
(...)
§ 4. O processo de abertura, registro, alteração e 
baixa do microempreendedor individual de que 
trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, 
de 14 de dezembro de 2006, bem como qualquer 
exigência para o início de seu funcionamento 
deverão ter trâmite especial e simplificado, 
preferentemente eletrônico, opcional para o 
empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo 
Comitê para Gestão da Rede Nacional para a 
Simplificação do Registro e da Legalização de 
Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o 
inciso III do art. 2 da mesma Lei. (Incluído pela 
Lei nº 12.470, de 2011)
(...) 
970. A lei assegurará tratamento favorecido, 
diferenciado e simplificado ao empresário rural e 
ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos 
efeitos daí decorrentes.
Coube à Lei Complementar nº 123/2006, o Estatuto 
Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, 
classificar quais são as micro e pequenas empresas, seleção que 
é feita por faixa de faturamento.
Em 2019, o faturamento máximo por categoria foi definido 
da seguinte forma:
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Direito Empresarial48
a. Microempreendedor Individual (MEI): Receita bruta 
anual de até R$ 81 mil;
b. Microempresa: Receita bruta anual de até R$ 360 mil, 
exceto MEI. 
c. Empresa de Pequeno Porte (EPP): Receita bruta anual 
acima de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões.
Sociedades simples e sociedades empresárias 
O Código Civil define como empresário “quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços” (art. 966) 
para logo, no parágrafo único, definir que não é considerado 
empresário, ou seja, aquele que “exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa”. 
O elemento de empresa, por sua vez, é o nível de 
complexidade organizacional exigida para desenvolvimento 
da atividade empresarial, entendimento majoritário que 
prevalece no STJ (EREsp 866.286/ES, Rel. Ministro Hamilton 
Carvalhido,julgado em 29/09/2010, DJe 20/10/2010). Mas, há 
uma corrente minoritária que tem como um dos seus expoentes o 
civilista Sylvio Marcondes, que considera elemento de empresa 
tanto a complexidade da atividade e da estrutura para o seu 
desenvolvimento, como a existência de atividades paralelas 
também complexas no seu desempenho.
Na sequência, no art. 967, o Código Civil expressamente 
define como sociedade empresária aquela “que tem por objetivo 
o exercício de atividade própria de empresário, sujeito a registro, 
e simples as demais”, excepcionando no parágrafo único que, 
“independentemente do seu objeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações, e simples a cooperativa”.
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Direito Empresarial 49
As sociedades empresárias devem ser registradas nas 
Juntas Comerciais dos estados, órgão responsável pela execução 
do registro público mercantil.
As sociedades simples, não empresárias, discriminadas no 
Código Civil e também as cooperativas, por previsão expressa 
no art. 982 do Código Civil, são registradas no Cartório do 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, à exceção das sociedades 
de advogados, cujos atos constitutivos devem ser registrados na 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (art. 15, § 1º, Lei n. 
8.906/94).
O empresário rural, as microempresas e empresas de 
pequeno porte que podem escolher submeter-se ou não ao 
regime jurídico do empresário, se atenderem às exigências para 
o registro nas juntas comerciais (art. 971, CC).
Como as sociedades simples não constituem empresa, não 
estão sujeitas à falência, à recuperação judicial ou extrajudicial 
previstas na Lei nº 11.101/2005.
É importante ressalvar, porém, que apesar de não 
constituírem empresa, o “art. 997, inc. II, não exclui a 
possibilidade de sociedade simples utilizar firma ou razão social” 
(CJF. Enunciado 213. III Jornada de Direito Civil. Coordenador-
Geral Min. Ruy Rosado de Aguiar. Referência Legislativa: 
Código Civil de 2002, Lei n. 10.406/2002, art. 997. Disponível 
em <https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/417>. 
Consulta em 26.08.2019)
Relembrando: O Código Civil também excluiu as 
atividades intelectuais de natureza científica, literária ou 
científica do universo das atividades mercantis, independente 
de terem empregados ou colaboradores, por lhes faltar uma 
característica essencial às empresas: o elemento de organização 
dos fatores de produção. Entretanto, se este elemento estiver 
presente, a atividade intelectual caracteriza empresa. (parágrafo 
único, art. 966, CC).
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Direito Empresarial50
Finalmente, é importante ressalvar o Enunciado 476 
do Conselho da Justiça Federal, que na V Jornada de Direito 
Civil pacificou as diferentes classificações empresariais que, no 
Brasil, não guardam harmonia entre a União e os Estados, e nem 
mesmo entre as áreas tributária e administrativa.
Diz a ementa:
Eventuais classificações conferidas pela lei 
tributária às sociedades não influem para sua 
caracterização como empresárias ou simples, 
especialmente no que se refere ao registro dos atos 
constitutivos e à submissão ou não aos dispositivos 
da Lei n. 11.101/2005 (BRASIL, CJF, s/d).
Sociedades não personificadas
As sociedades não personificadas são aquelas que não 
possuem registro, ou seja, não possuem personalidade jurídica.
Figura 2 - Despersonalização
 
Fonte: Pixabay
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Direito Empresarial 51
Subdividem-se em: 
a. Sociedade em Comum: são as sociedades que não 
tiveram os seus atos constitutivos registrados, chamadas também 
sociedades de fato ou irregulares. A existência desse tipo de 
sociedade só pode ser provada por documentos escritos. Os 
bens e dívidas compõem um patrimônio especial que pertencem 
equitativamente aos sócios, respondendo os bens “pelos atos de 
gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso 
limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro 
que o conheça ou deva conhecer” (art.986 a 990, CC).
b. Sociedade em Conta de Participação: é uma sociedade 
informal, sem registro por interesse dos sócios, que são de dois 
tipos: o sócio ostensivo, que assume publicamente a gestão da 
sociedade e gere os negócios em seu nome individual, sob sua 
própria e exclusiva responsabilidade, atuando como empresário 
individual ou sociedade empresária; e o sócio participante ou 
oculto, que não aparece para terceiros, respondendo apenas ao 
sócio ostensivo (arts. 991 a 996, CC).
Às vezes os sócios firmam um contrato informal, que gera 
efeitos apenas entre eles. Porém, considerando que tônica desse 
tipo de sociedade é a informalidade, a lei permite que o liame 
contratual seja provado por todos os meios de direito.
O Enunciado 208, do Conselho da Justiça Federal, 
harmonizou o entendimento doutrinário acerca da 
obrigatoriedade de aplicação das normas do Código Civil nas 
atividades despersonalizadas, independente de serem próprias 
de empresário. 
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Direito Empresarial52
RESUMINDO
E então? Gostou do conteúdo? Aprendeu tudo sobre a Introdução 
nos temas do Direito Empresarial? Vamos relembrar? 
Abordamos as diferenças entre as microempresas e empresas 
de pequeno porte, as sociedades e empresárias, e as sociedades 
não personificadas. Agora você está preparado para seguir 
aprendendo mais e mais sobre o Direito Empresarial.
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Direito Empresarial 53
UNIDADE
02
TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL
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Direito Empresarial54
A Teoria Geral do Direito Empresarial é de extrema 
importância para a compreensão dos aspectos jurídicos que 
abrangem sócios, empresários individuais e sociedades 
empresariais, sua estrutura jurídica, direitos e deveres, 
impedimentos e proibições para o exercício da atividade 
empresarial, etc. Da mesma forma a compreensão do capital 
social, sua integralização para a viabilização dos objetivos sociais 
e as regras legais para administração social são conhecimentos 
imprescindíveis para o estudante do Direito Empresarial e para 
o advogado. Esse conjunto de previsões legais é a base de toda a 
construção jurídica empresarial. Então, vamos estudar e refletir 
sobre estes conceitos e prescrições legais que se inserem na teoria 
geral do Direito Empresarial? Acho que irá gostar muito deste 
estudo e terá muito sucesso neste aprendizado. Bom estudo! 
INTRODUÇÃO
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Direito Empresarial 55
1
2
3
4
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Teoria Geral 
do Direito Empresarial. Nosso objetivo é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Compreender a Teoria Geral do Direito Empresarial 
e sua importância;
Identificar as regras jurídicas que norteiam o sócio, 
a sociedade empresária e o empresário individual, 
proibições e impedimentos para o exercício da 
atividade empresária;Identificar e compreender o capital social e a sua 
integralização, a administração e a representação 
social;
Identificar e compreender os direitos e deveres dos 
sócios.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
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Direito Empresarial56
Teoria geral do direito empresarial
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar quais são 
as regras jurídicas que regem as relações sociais em geral. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. 
Avante!
OBJETIVO
Sociedades Empresárias
Classificação quanto à sua natureza
Quanto à sua natureza, as sociedades empresárias se 
subdividem em sociedade de pessoas e de capital.
Em que pese a inexistência de uma definição na letra da lei, 
essa distinção tem reflexos importantes na prática, especialmente 
quanto à alienação da participação societária, ações ou quotas, 
à dissolução das relações societárias por morte, e a penhora da 
participação empresarial por dívida particular do sócio.
As sociedades são constituídas por quotas ou por ações, 
prevalecendo umas ou outras na constituição de sociedade 
por pessoas ou sociedades por capital. Por isso, atenção: não 
existem sociedades constituídas por quotas e por ações a um só 
tempo. 
A sociedade de pessoas é lastreada na affectio societatis, 
na confiança mútua entre os sócios na administração do negócio 
e no nível de contribuição individual que empenham para o 
sucesso do objeto social. Ou seja, o investimento pessoal dos 
sócios é imprescindível para o sucesso do negócio e, por isso, 
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Direito Empresarial 57
a saída de um deles da sociedade assume aspecto de extrema 
relevância para os sócios remanescentes.
Figura 1 - Confiança e empenho mútuo
Fonte: Freepik
É fácil identificar a sociedade de pessoas pelas “cláusulas 
de controle”, cláusulas contratuais rígidas que regulam a extinção 
da sociedade em caso de morte, retirada ou exclusão de algum 
sócio. São as Sociedades Simples puras, cujas regras de controle 
estão na lei, as Sociedades em Nome Coletivo, as Sociedades em 
Comandita Simples e as Cooperativas.
As Sociedades em Conta de Participação, em razão do seu 
perfil jurídico, não se enquadram na classificação de sociedade 
de pessoas.
Já na sociedade de capital inexiste a affectio societatis. 
O Norte é o sucesso na concretização do fim social com boa 
lucratividade para a empresa e os investidores. O que importa 
é o dinheiro, o aporte financeiro. O envolvimento pessoal dos 
sócios é dispensável, pois as atividades administrativas ficam a 
cargo de diretores e administradores altamente especializados. 
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Direito Empresarial58
Por isso, se algum acionista quiser se retirar da sociedade pode 
vender, doar ou transferir suas ações sem problema algum e 
sem necessidade de consulta aos demais acionistas, já que as 
características pessoais, culturais e/ou econômicas do adquirente 
são irrelevantes para a administração societária.
Quanto à penhorabilidade é preciso atenção ao tratamento 
jurídico diferente que a lei dá aos bens móveis, imóveis e 
semoventes que integram o patrimônio dos sócios e são garantia 
de obrigações, daquela dada às quotas de sociedade limitada, 
classificadas como direitos e não como bens.
Aliado a isso, para diminuir custos operacionais, 
administrativos e tributários, bem como facilitar a transferência 
de patrimônio familiar ou sucessório, os brasileiros estão 
investindo mais em sociedades de participação ou holdings 
familiares, sem atividades produtivas ou comerciais, cujo fim 
social é apenas controlar outras sociedades ou administrar bens 
(Lei 6.404/1976, art. 2°, parágrafo 3°, c/c o parágrafo único do 
art. 1.053 do CC). Esse tipo de investimento altera a constituição 
patrimonial privada dos investidores, podendo impedir a garantia 
de dívidas através das quotas de capital e ser usado facilmente 
para blindar bens em divórcios, execuções cíveis, trabalhistas, 
fiscais e ambientais, criar dificuldades em disputas societárias, 
ocultar bens ilicitamente adquiridos, etc.
O primeiro aspecto a considerar é a mudança da relação 
jurídica dos sócios com os seus bens. 
Uma vez integralizados, os bens deixam o patrimônio 
do sócio e passam a integrar a totalidade do capital social da 
empresa limitada que, por sua vez, tem autonomia patrimonial. 
Há uma clara alteração de status protetivo civil, do Direito 
das Coisas, que resguardava o bem individualmente considerado 
do sócio, para o Direito Societário que, por sua vez, integra o 
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Direito Empresarial 59
Direito das Obrigações e separa direitos e obrigações dos sócios 
da titularidade das quotas empresariais.
Ou seja, o direito à titularidade das quotas garante aos 
sócios o direito sobre uma fração do patrimônio total da empresa, 
protegido pelo Direito Societário, sem distinção do que cada 
sócio individualmente aportou à sociedade, no exercício da livre 
disposição dos seus bens, sob a égide do Direito das Coisas.
Essa mudança de natureza patrimonial cria basicamente 
três efeitos sobre a titularidade das quotas: 
a. a administração do patrimônio da empresa passa a ser 
decisão dos sócios, nos termos do contrato social; 
b. é vedado ao Estado obstar o exercício desse direito 
dos sócios, que tem natureza personalíssima, por meio 
de constrição judicial, ou seja, por meio da penhora das 
quotas;
c. o direito do sócio à fração das suas quotas tem 
natureza de crédito subordinado, ou seja, ele é credor 
da sociedade na porcentagem das suas quotas. Porém, a 
dívida da sociedade não pode ser paga em prejuízo dos 
demais sócios-credores e nem da própria sociedade. Um 
sócio não pode exigir o valor das suas quotas em prejuízo 
dos demais, exceto quando a empresa possuir recursos 
em caixa para pagar o valor da titularidade de todos os 
sócios sobre as suas respectivas quotas. Contabilmente, as 
dívidas dos sócios para com as empresas que não podem 
ser reclamadas são denominadas “passivo não exigível”.
Quando extinta a sociedade, após pagamento dos terceiros 
credores, a universalidade dos bens da empresa é destinada a 
ressarcir todos os sócios-credores, na proporção da titularidade 
das quotas que cada um possui, independente do valor que 
integralizaram.
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Direito Empresarial60
Se um sócio integraliza R$500,00, outro R$300,00 e outro R$100,00, 
totalizando 900 cotas no valor de R$1,00 cada, e no contrato 
social elas são divididas igualmente em 300 cotas integralizadas 
para cada sócio, o ressarcimento será correspondente às 300 cotas 
integralizadas e não ao valor que cada um investiu na empresa.
EXEMPLO
Ficam claros, dessa maneira, os vínculos obrigacional e 
de garantia que afetam as relações entre sócios e sua titularidade 
sobre as quotas.
Na prática essa transferência patrimonial e de status 
de proteção jurídica dificulta a investida do credor sobre o 
patrimônio integralizado pelos sócios a uma sociedade limitada.
O Código Civil limita a possibilidade da penhora e autoriza 
liquidação das quotas se o credor provar a “insuficiência de 
outros bens do devedor”:
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode,na 
insuficiência de outros bens do devedor, fazer 
recair a execução sobre o que a este couber nos 
lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em 
liquidação.
Parágrafo único. Se a sociedade não estiver 
dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da 
quota do devedor, cujo valor, apurado na forma 
do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no 
juízo da execução, até noventa dias após aquela 
liquidação.
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Direito Empresarial 61
Há uma impropriedade no caput do artigo, pois o legislador 
chamou lucro ao que deveria ter denominado dividendos. Lucro 
é o bem resultante do exercício das atividades da empresa, a 
ela pertence e, não necessariamente, traduz disponibilidade de 
caixa. Não pode ser penhorado para pagar dívida particular dos 
sócios, sob pena de prejudicar as relações negociais da empresa 
com os seus próprios credores e quiçá a sua existência. O que o 
art. 1.026 autoriza, na realidade, é a penhora dos dividendos, a 
parte do lucro que caberá a cada sócio, ao final de cada exercício 
financeiro, e que ainda não foi distribuído.
Esta é a ordem procedimental prevista no Código Civil 
para cobrir dívidas particulares dos sócios: primeiro penhora-
se os bens dos sócios, excetos as quotas; se não houver bens 
pessoais, pode-se penhorar os dividendos que ainda não foram 
pagos; se também não houver dividendos, penhora-se a quota 
para fins de liquidação e posterior pagamento do credor. A quota 
penhorada não pode ser incorporada ao patrimônio do credor, 
sob pena de ferir a affectio societatis.
O objetivo do legislador ao proteger a empresa dos encargos 
advindos das dívidas particulares dos sócios tem objetivo social e 
visa proteger os empregos e a geração de riquezas, salvaguardar 
a tributação, etc.
O Código de Processo Civil, por sua vez, estabelece regras 
que possibilitam a mantença da sociedade pelos demais sócios 
do devedor quando parte das quotas são penhoradas (art. 861). O 
objetivo, reitere-se, é sempre preservar as atividades da empresa 
e sua função social.
A exceção se aplica às sociedades anônimas. Como nelas 
inexiste a affectio societatis, as ações podem ser adjudicadas ao 
exequente ou alienadas em bolsa de valores (art. 861, parágrafo 
2°).
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Direito Empresarial62
Após os investigadores da Lava Jato descobrirem 
que fraudadores do dinheiro público investiram em holding 
familiares para proteger patrimônio ilicitamente adquirido, 
as autoridades públicas passaram a ficar mais atentas a esse 
tipo de investimento. O STJ, no REsp 1.098.712, pacificou a 
desconsideração da pessoa jurídica sempre que for constatado 
“desvio da finalidade empresarial ou confusão patrimonial 
entre a sociedade e seus sócios”. Ou seja, constatada a fraude 
na constituição ou abuso na finalidade das holding familiares, 
seja para favorecer alguns herdeiros em detrimento de outros, 
prejudicar cônjuges em partilha de bens, recuperar bens e valores 
ilicitamente adquiridos, etc, aplica-se o art. 50 do Código Civil 
para afastar a personalidade jurídica para atingir bens particulares 
dos sócios. (art. 7°, Lei 13.874/2019, alterou o CC).
Diz o artigo:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, desconsiderá-la para 
que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
de administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.. 
(Lei n° 13.784, de 2019).
Sociedade unipessoal
Como o próprio nome revela, a sociedade unipessoal 
é a constituída por um único sócio e pode ser de dois tipos: 
a Sociedade Subsidiária Integral e a Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada - EIRELI.
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Direito Empresarial 63
a. A Sociedade Subsidiária Integral está regulamentada na 
Lei 6.404/1976. É uma forma de sociedade anônima permitida 
apenas para empresas brasileiras, constituída por escritura 
pública, por meio da aquisição de 100% das ações de outra 
empresa, ou pela incorporação de todas as ações do capital social 
ao patrimônio de outra companhia brasileira, para convertê-la 
em subsidiária integral.
São cinco os requisitos legais para a constituição de uma 
Sociedade Subsidiária Integral (art. 251, Lei 6.404):
1. Só uma única pessoa jurídica 100% brasileira 
(constituída de acordo com as leis brasileiras, 
com sede e administração no Brasil), de qualquer 
tipo societário, pode constituir uma Subsidiária 
Integral ou controlá-la;
2. Pessoas físicas, associações e fundações 
não podem ser sócio único de uma Subsidiária 
Integral. Empresa estrangeira só pode participar 
na sua constituição de forma indireta, como um 
dos sócios da empresa brasileira constituidora.
3. A criação da Sociedade Subsidiária Integral é 
complexa e deve ser feita, obrigatoriamente, por 
meio de escritura pública, lavrada por tabelião 
do cartório de registro de notas, e registrada na 
Junta Comercial do Estado da sua sede. No caso 
da aquisição de ações de uma Subsidiária Integral 
não é preciso escritura pública. Basta a alteração 
do estatuto e o registro na Junta Comercial.
4. A forma societária deve ser a sociedade 
anônima por imposição legal.
5. A incorporação da totalidade das ações de 
uma Sociedade Subsidiária Integral (incorporada) 
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Direito Empresarial64
só pode ser feita por outra Sociedade Anônima 
(incorporadora), após submissão e deliberação 
favorável da assembleia-geral das duas companhias 
(art. 252, Lei 6.404). Em que pese mantenha a 
sua independência administrativa, a incorporada 
passa a ser subsidiária da incorporadora.
Se uma sociedade anônima passa a ter apenas um sócio até a data da 
assembleia geral ordinária do ano seguinte, ela deve ser dissolvida 
(art. 206, I, “d”, Lei 6.404). As opções para evitar a dissolução 
são: a incorporação de outro sócio antes da data da assembleia 
geral, transformá-la numa Sociedade Subsidiária Integral se o 
sócio for empresa brasileira, ou ainda numa Empresa Individual 
de Responsabilidade Limitada - EIRELI. No caso das demais 
sociedades o prazo de dissolução é de 180 dias corridos (art. 1.033, 
IV, CC).
IMPORTANTE
b. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - 
EIRELI foi criada pela Lei 12.441/2011, no art. 980-A, que alterou 
o Código Civil com o objetivo de limitar a responsabilidade do 
empresário ao montante do capital da empresa e corrigir duas 
distorções antigas: uma ficção de Sociedade Ltda., no jargão 
jurídico a “sociedade faz de conta”, na qual o real empresário 
e administrador tinha a titularidade da quase totalidade das 
cotas integralizadas, não raro 99%, e o outro sócio, meramente 
figurativo, ficava com 1% das cotas; e a confusão na titularidade 
do capital integralizado quando a sociedade era formada por 
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Direito Empresarial 65
dois sócios casados sob o regime da comunhão de bens. Hoje o 
Código Civil, no art. 977, proíbe a sociedade marital quando o 
regime de casamento for o de comunhão universal de bens ou de 
separação obrigatóriade bens por exigência legal.
Nos termos do parágrafo 7°, do art. 980-A: 
Somente o patrimônio social da empresa 
responderá pelas dívidas da empresa individual 
de responsabilidade limitada, hipótese em que 
não se confundirá, em qualquer situação, com o 
patrimônio do titular que a constitui, ressalvados 
os casos de fraude. (NR).
No caso de morte do único sócio, o prazo para a substituição 
é de seis meses. Se outro sócio não assumir a empresa neste 
prazo ela deve ser dissolvida e os bens liquidados para partilha 
sucessória.
A criação da EIRELI atendeu a um fim econômico-social 
ao permitir a legalização de empresas unipessoais e também a 
um fim administrativo-judicial, através da diminuição de ações 
judiciais envolvendo conflitos entre sócios de sociedades “faz 
de conta” e/ou brigas entre cônjuges, que se arrastavam por anos 
com prejuízo para os negócios empresariais, para a geração de 
empregos e renda.
A EIRILI se assemelha muito ao Empresário Individual, mas 
são constituições empresariais diferentes. São três a principais 
diferenças:
IMPORTANTE
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Direito Empresarial66
1. Tributária: o empresário individual responde por 
uma carga tributária de 27,5% retida na fonte, enquanto a 
EIRELI tem um encargo tributário de 6,15% para pagar o 
Imposto de Renda e as contribuições sociais;
2. Autonomia Patrimonial: o empresário individual 
responde com os seus bens por prejuízos advindos das 
suas atividades. No caso da EIRELI o patrimônio da 
empresa é autônomo e limitado ao capital social máximo 
de cem vezes o salário mínimo, não responde pelas dívidas 
pessoais do sócio, não se comunica e nem se confunde 
com o patrimônio pessoal dele;
3. Responsabilidade Previdenciária: ao contratar um 
empresário individual, a empresa contratante responde 
pela contribuição previdenciária, o que não ocorre na 
contratação de uma EIRILI.
Sociedade limitada entre cônjuges
Na vigência do Código Civil de 1916 havia muita discussão 
doutrinária e divergência jurisprudencial sobre a legalidade na 
constituição de sociedade limitada tendo cônjuges como sócios, 
sob o argumento de fraude contra normas do direito de família, 
que foi pacificada por decisão do Supremo Tribunal Federal em 
1989.
Figura 2 - Aliança entre cônjuges
Fonte: Freepik
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Direito Empresarial 67
O Código Civil, no art. 977, num retrocesso à conquista 
jurisprudencial, proibiu a sociedade limitada aos casados 
sob o regime da comunhão total de bens ou sob o regime 
obrigatório de separação de bens. Porém, não há óbice legal 
para que conviventes em união estável, independente do regime 
que porventura tenham acordaram no pacto de convivência - 
comunhão total, parcial ou separação de bens, e aos casados pelo 
regime parcial de bens e pela separação de bens por livre escolha 
dos nubentes, independente do acordado em pacto antenupcial 
sejam sócios em sociedade limitada.
Na prática, porém, se mesmo com a proibição legal 
cônjuges, casados sob o regime da comunhão total ou separação 
total impositiva, registrarem sociedade limitada na qual são 
sócios, ambos respondem ilimitadamente pelas obrigações 
sociais.
Algumas obras fazem referência apenas a marido e mulher, mas 
essa qualificação, com lastro no sexo feminino e masculino, tal 
qual prevista no CC foi superada por decisão do Supremo Tribunal 
Federal que reconheceu a existência de vários tipos de família e 
a possibilidade do casamento civil homossexual. Sendo assim, a 
proibição do art. 977 se estende também aos relacionamentos 
homoafetivos e plúrimos civilmente casados. Isso porque a proteção 
jurídica tem por foco não o sexo ou o número dos indivíduos 
casados, mas as consequências jurídicas advindas da confusão entre 
patrimônio empresarial e patrimônio pessoal na comunhão total e 
na separação total obrigatória de bens.
IMPORTANTE
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Direito Empresarial68
Por outro lado, a contrario sensu, o art. 977 deixa claro o 
direito personalíssimo, a legalidade e a liberdade de qualquer 
pessoa casada contratar sociedade com terceiros, adquirir 
ou alienar quotas ou ações independentes da outorga marital, 
respeitada a ressalva da integralização do capital por meio de 
transferência de bem imóvel (art. 1.647, I, CC).
A sociedade bifronte se assenta em relações jurídicas 
diferentes, familiar e negocial, que gozam de proteção jurídica 
distinta. Somente no caso de contratação societária por motivo 
ilícito, comum a ambos sócios casados, ou para fraude a lei as 
relações jurídicas familiar e negocial podem se interconectar. 
(art. 166, III, c/c 106, VI, CC).
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido quais são as regras jurídicas que regem 
as relações sociais em geral. Como também aprendeu sobre a 
sociedade limitada entre cônjuges.
RESUMINDO
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Direito Empresarial 69
Capacidade jurídica empresarial
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona a capacidade jurídica empresarial. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
OBJETIVO
Capacidade civil empresarial
Capacidade civil empresarial é a qualidade daquele que 
reúne capacidade civil e inexistência de impedimentos legais para 
o exercício da atividade empresarial. Ou seja, são os indivíduos 
que, de acordo com a lei, não estão impedidos, temporária ou 
permanentemente, de exercer a atividade empresarial.
A primeira delimitação para o exercício da atividade 
empresária está na restrição contida no art. 5°, inciso XIII, da 
Constituição Federal, sobre a qualificação profissional:
“Art. 5°. XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que 
a lei estabelecer.”
A regra é o livre exercício de atividades laborais, mas 
algumas atividades empresárias exigem que seus sócios 
administradores tenham conhecimentos técnicos específicos, a 
exemplo da medicina, engenharia, veterinária, etc.
A Constituição, o Código Civil e várias leis especiais 
esparsas contêm normas que proíbem ou impedem, no todo ou 
em parte, o exercício de atividade de empresário com o objetivo 
de proteção da coletividade, do bem público, da moralidade 
pública ou da segurança nacional.
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Direito Empresarial70
Diz o Código Civil:
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os 
que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem 
legalmente impedidos”.
A vedação legal prevista no Código Civil, como regra geral, atinge 
o exercício da atividade de empresário e não a participação das 
pessoas em empresas como sócios ou acionistas sem poderes para 
gestão e representação, exceto por vedação expressa na CF ou em 
lei especial.
IMPORTANTE
Pela regra geral civil, podem ser empresários os maiores 
de 18 anos, no gozo dos seus direitos civis, e os maiores de 16 e 
menores de 18 anos emancipados e não legalmente impedidos.
Menores e incapazes, mesmo em caso de incapacidade 
civil absoluta(art. 3°, CC) ou relativa (art. 4°, CC) podem ser 
sócios de sociedades simples ou empresárias, pois não estão 
impedidos de titular direitos e deveres. São apenas portadores 
de incapacidade para exercê-los por si, necessitando do auxílio 
de terceiros.
Enquanto detentores de direitos e deveres, inexiste óbice 
legal para que menores e incapazes sejam titulares de cotas 
ou ações, desde que tenham o patrimônio pessoal preservado 
de riscos. Ou seja, eles podem herdar quotas ou ações, recebê-
las por meio de doação, comprá-las ou participar da criação 
de uma sociedade, obviamente representados ou assistidos 
por apoiadores, tutores ou curadores, com a concordância dos 
demais sócios, mas não podem ter responsabilidade subsidiária 
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Direito Empresarial 71
pelas obrigações sociais, já que o patrimônio que possuem deve 
ser totalmente preservado.
Nesse diapasão, a lei estabelece que o menor ou o incapaz, 
representado ou assistido por tutores ou curadores pode continuar 
na empresa da qual era sócio quando capaz, por seus pais ou pelo 
autor de herança, mediante autorização judicial. Se estes forem 
legalmente impedidos de exercer a atividade de empresário, o 
juiz nomeará um ou mais gerentes, conforme a necessidade, o 
que, entretanto, não os exime do dever de proteger o patrimônio 
dos curatelados e tutelados e vigiar os atos dos gerentes, sob 
pena de responsabilidade. (art. 974 e seguintes, CC).
A emancipação e a concessão ou revogação de autorização 
devem ser inscritas ou averbadas na Junta Comercial. (art. 976, 
CC).
Figura 3 - Pessoas com deficiência
Fonte: Freepik
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, por sua vez, espelha 
um grande avanço social ao reconhecer e estipular a inserção e a 
participação dos deficientes físicos e mentais na sociedade com 
acesso ao mercado de trabalho, inclusive ao empreendedorismo, 
respeitadas as suas limitações. Cabe ao SUS proporcionar meios 
para que os deficientes físicos e mentais possam empreender, por 
si ou com o auxílio dos seus apoiadores, tutores ou curadores. 
Menores e incapazes podem ser quotistas comanditários em 
nas sociedades em comandita simples e quotistas nas sociedades 
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Direito Empresarial72
limitadas, acionistas nas sociedades anônimas e acionista não 
dirigente nas sociedades em comandita por ações.
As Juntas Comerciais vetavam a inscrição de menores e 
incapazes como empresário EIRELI, com base no art. 972-A 
do Código Civil, inserido em 2011, que exige o pleno gozo da 
capacidade civil para o exercício de atividades empresárias.
Essa distorção administrativa ilegal foi sanada, em março 
de 2019, pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração 
– DREI, órgão do Sistema Nacional de Registro de Empresas 
Mercantis do Comércio – SIREM, a quem cabe supervisionar, 
coordenar e orientar tecnicamente os órgãos responsáveis pelo 
registro de empresas mercantis e atividades afins, através da 
Instrução Normativa 55, ou IN DREI 55.
A IN DREI 55 em especial, dentre outras que regulamentam 
administrativamente as sociedades, deve ser conhecida por aqueles 
que estudam o Direito Empresarial, pelo impacto direto que tem 
em outras áreas do Direito (Sucessório, Família, etc.). Ela pode 
ser encontrada neste link: http://bit.ly/2Po9VjS (Acesso em 
06/02/2020).
SAIBA MAIS
Quanto aos indígenas e descendentes, a maioria está 
integrada à comunhão nacional e tem capacidade civil. São 
sujeitos de diretos e obrigações, como brasileiros natos, e 
podem exercer a atividade empresária amplamente, em todas as 
sociedades, com as restrições que se aplicam a quaisquer outros 
cidadãos.
Somente aos indígenas não integrados à comunhão 
nacional, com exceção parcial para aqueles que tenham 
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consciência e conhecimento dos atos praticados e da extensão 
dos seus efeitos, desde que não lhes sejam prejudiciais, são 
aplicadas as normas de proteção estatal previstas no Estatuto 
do Indígena e demais normas assistenciais. (art. 231, CF, Lei 
6.001/1973, Decreto 5.051/2004 - promulgou Convenção 169 
da OIT).
Os índios também podem requerer judicialmente a sua 
liberação do regime tutelar estatal e serem investidos na plenitude 
da capacidade civil ao completarem 21 anos, se conhecerem a 
língua portuguesa, possuírem habilitação para o exercício de 
atividade útil e razoável compreensão dos usos e costumes da 
comunhão nacional. (art. 9°, Lei 6.001/1973).
Mas, inexiste impedimento legal, a exemplo do que 
se aplica aos menores e incapazes, para que sejam sócios ou 
acionistas em quaisquer sociedades, com eventuais restrições 
para as atividades de administração.
Há indivíduos, porém, independente de possuírem 
capacidade civil, que são proibidos ou impedidos por lei de 
exercerem a atividade de empresário.
São legalmente proibidos de exercer a atividade de 
empresário:
a. O Presidente da República, ministros, governadores, 
prefeitos e ocupantes de cargos comissionados (art. 17, 
inciso X, Lei 8.112/90).
b. Magistrados federais e estaduais (art. 33, inciso I, Lei 
Complementar n° 35/1979).
c. Membros do Ministério Público da União (Federal, do 
Trabalho, Militar, do Distrito Federal e Territórios) e dos 
estados (art. 44, inciso III, Lei n° 8.625/1993).
d. O falido enquanto não for reabilitado legalmente (art. 
102, Lei n° 11.101/2005).
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Direito Empresarial74
e. O leiloeiro (art. 36, a, 1°, 2° e 3°, Decreto 21.981/1932).
f. O médico, para o exercício simultâneo da farmácia e 
vice-versa. (art. 16, h, Decreto 20.931/1932).
g. O português com autorização de residência, com 
relação às empresas de telecomunicações. (art. 222, CF).
h. Brasileiros naturalizados há menos de dez anos 
e empresas com sede no estrangeiro não podem ser 
proprietários, principais acionistas e empresas jornalística 
e de radiodifusão de sons e/ou de sons e imagens e pessoas. 
(art. 222, CF).
São legalmente impedidos de exercer a administração 
de sociedade limitada as pessoas indicadas expressamente 
parágrafo primeiro, do art.1.011, do Código Civil:
§ 1. Não podem ser administradores, além das 
pessoas impedidas por lei especial, os condenados 
a pena que vede, ainda que temporariamente, o 
acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, 
de prevaricação, peita ou suborno, concussão, 
peculato; ou contra a economia popular, contra 
o sistema financeiro nacional, contra as normas 
de defesa da concorrência, contra as relações de 
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto 
perdurarem os efeitos da condenação.
São também impedidos de gerir ou administrar as 
sociedades limitadas, por leis especiais:
a. o brasileiro naturalizado há menos de 10 anos em 
empresa jornalística e de radiodifusão sonora e radiodifusão 
de sons e imagens (art. 222, CF);
b. o estrangeiro sem autorização de residência que permita 
o exercício de atividade remunerada no país. (parágrafo 
1°, art. 13, c/c art. 30, Lei 13.445/2017);
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Direito Empresarial 75
c. o residente fronteiriço sem autorização legal para 
o exercício de atividades da vida civil. (art. 23, Lei 
13.445/2017); 
d. os estrangeiros na faixa de fronteira (150 Km de 
largura). Somentepessoas físicas ou empresa individual 
brasileira podem explorar estabelecimento ou indústria 
que interesse à Segurança Nacional e que se dedique à 
pesquisa, lavra e exploração de recursos minerais, exceto 
os usados na construção civil, e colonização e loteamento 
rurais. (art 3°, inciso III, da Lei 6.634/1979);
e. Os funcionários públicos quanto ao comércio e 
exercício de gerência ou administração de sociedades 
privadas, exceto quando a participação se der em conselhos 
administrativos e fiscais de empresas e entidades nas 
quais a União tenha participação no capital social e em 
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a 
seus membros. Inexiste impedimento legal para que sejam 
acionistas, cotistas ou comanditários. (Lei 8.112, art. 117 e 
parágrafo único, inciso I);
f. Os militares da ativa (art. 29, Lei 6.880/1980);
g. Senadores, deputados e vereadores, a partir da 
posse, possuem impedimento parcial. Não podem 
exercer atividade remunerada, nem serem proprietários, 
controladores ou diretores de empresa que mantenha 
contrato com pessoa de direito público. (art. 54, inciso II, 
a, CF).
Finalmente, no caso de incapacidade superveniente, 
nas sociedades de pessoas, nas quais está presente a affectio 
societatis e o intuitu personae ou princípio da pessoalidade, é 
possível a exclusão do sócio interdito ou curatelado, por decisão 
da maioria dos demais sócios, decretada por sentença judicial, 
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Direito Empresarial76
em processo no qual intervenha obrigatoriamente o Ministério 
Público, sob pena de nulidade, para garantia de proteção integral 
dos direitos do interdito ou curatelado. (art. 130, CC).
Deferido o pedido de exclusão dá-se a liquidação das 
quotas (art. 1.031, CC).
Esta regra, porém, não se aplica às sociedades intuitu 
pecuniae nas quais a importância do capital se sobrepõe, como 
as sociedades anônimas, em razão da livre cambiariedade dos 
títulos.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu 
o tema de estudo deste capítulo, vamos o que vimos. Você deve 
ter aprendido sobre a capacidade jurídica empresarial e a sua 
importância.
RESUMINDO
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Direito Empresarial 77
O Capital social e a sua integralização
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona o capital social. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
OBJETIVO
O significado do capital social 
O capital social é dividido em parcelas denominadas 
quotas, atribuídas a cada um dos sócios de acordo com valor dos 
bens investidos per se, para composição do capital social, ou em 
percentual livremente acordado entre eles, e individualizadas 
obrigatoriamente no contrato social.
A divisão em quotas é importante na distribuição de lucros 
e resultados, nos termos Código Civil:
Art. 1.007. Salvo estipulação contratual em 
contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, 
na proporção das respectivas quotas, mas aquele, 
cuja contribuição consiste em serviços, somente 
participa dos lucros na proporção da média do 
valor das quotas.
Elas também são um divisor de águas nas decisões 
negociais, uma vez que as deliberações são tomadas por maioria 
de votos, segundo o valor das quotas de cada sócio. (art. 1.010, 
CC).
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Direito Empresarial78
Patrimônio e capital social não são sinônimos. O Código Civil 
define patrimônio no art. 91, nos seguintes termos: “constituiu uma 
universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma 
pessoa, dotadas de valor econômico”. Esse conceito aplica-se a 
pessoas físicas e jurídicas e abarca o patrimônio material, aquilo 
que pode ser valorado economicamente. Direitos personalíssimos 
como crença, honra, intimidade, habilidades, saberes, e outros não 
aferíveis economicamente, não são patrimônio empresarial.
IMPORTANTE
Nessa mesma linha de pensamento, pode-se dizer que: o 
patrimônio empresarial é o conjunto de bens de uma sociedade, 
passíveis de serem valorados economicamente, e, neste universo, 
está contido o capital social (ativos e passivos); e que o capital 
social integralizado é um fundo originário indicado e detalhado 
no contrato social, constituído pelos bens, crédito e/ou dinheiro, 
disponibilizados pelos sócios para possibilitar o desenvolvimento 
inicial das atividades empresariais, passível de ser alterado para 
permitir o desenvolvimento e expansão do negócio ou torná-lo 
mais modesto (art. 968, III e 997, III, c/c 981, CC).
A distribuição do lucro pode ser feita como bem acordarem 
os sócios, mas cláusulas que dispensem algum deles de contribuir 
para o capital social com bens, crédito e/ou dinheiro são nulas de 
pleno direito. Isso tende a mudar.
A sociedade e o mundo dos negócios estão em constante 
evolução, e o desenvolvimento tecnológico não para de trazer 
novas formações jurídicas e conflitos para o direito analisar e 
resolver. 
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Direito Empresarial 79
Com a ampliação das startups, por exemplo, há 
empreendedores adotando práticas de bootstrapping, ou 
contribuição para o capital social com serviços. O problema é 
que apenas nas sociedades simples a contribuição para o capital 
social somente com serviços é legal. Nas sociedades empresárias 
os sócios precisam obrigatoriamente, por força de lei, aportar 
bens econômicos para a formação do capital social.
A tecnologia está rompendo práticas empresariais 
enraizadas no tempo sem que as normas legais as acompanhem. 
A prática do bootstrapping remete à velha ficção contratual 
da “sociedade faz de conta” nas antigas sociedades limitadas. 
Os sócios iniciam as startups “dividindo” o capital social no 
contrato social quando, na prática, uns aportam bens e aportam 
outros serviços. Mas, de alguma forma, a lei terá que solucionar 
isso, ou voltaremos às seculares práticas comerciais costumeiras, 
ainda hoje muito usadas no mercado internacional.
Enquanto as leis não mudam, os sócios devem indicar 
no contrato social, em moeda corrente, o valor total do capital 
investido na sociedade, o valor subscrito por cada sócio, o tempo 
e modo como os bens serão integralizados à sociedade.
A integralização pode se dar no ato da constituição da 
empresa ou posteriormente, mas o contrato deve conter cláusula 
especificando o valor de mercado de cada bem ou serviço e 
como se dará a incorporação, se em dinheiro, transferência de 
bens ou créditos ou prestação de serviços.
Não há impedimento legal para que terceiros disponibilizem 
bens para a integralização no nome de algum sócio, seja através 
de doações, de fomentos, de mútuo, etc. Os serviços, porém, se 
dão intuitu personae.
Na falta de previsão contratual sobre como se dará a 
integralização, a exequibilidade é imediata. (art. 134 c/c 331 e 
1.001, CC). Porém, a constituição do sócio devedor em mora só 
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Direito Empresarial80
se dará após notificação. Ao valor a ser devolvido na integralidade 
se somará perdas e danos, sendo facultativo aos demais sócios a 
exclusão do sócio remisso. (art. 1.004, CC).
Alterações Contratuaise o Registro das 
Modificações
Empresas são criadas para ter vida longa e gerar lucros 
por muitos anos. Como o mercado muda e as aspirações, desejos 
e capacidade de trabalho dos sócios variam no tempo, não 
são raras as alterações nos contratos sociais para adequá-los a 
modificações estratégicas ou no quadro societário, mas que não 
necessariamente implicam mudanças na personalidade jurídica 
da empresa.
Todas as alterações sociais, com ou sem mudanças na 
personalidade jurídica, devem ser levadas a registro na Junta 
Comercial.
Uma alteração no nome empresarial, elemento que 
integra os atos constitutivos das sociedades, por exemplo, não 
caracteriza alteração na personalidade jurídica da empresa, 
mas modificação em um dos elementos essenciais contidos no 
contrato social. Precisa ser registrada na Junta Comercial. (art. 
1.155 c/c 997, inciso II e 1.054, CC).
Mudanças no quadro societário são necessárias quando 
sócios saem ou entram na sociedade, ou há transferência de quotas 
entre os sócios, aplicando-se, no que couber, as determinações 
contidas nos artigos 1.031 e 1.032, do Código Civil.
As mudanças mais usuais são: alterações de endereços, 
dentro de um mesmo município ou entre estados, de atividade, de 
quadro societário, mudança no capital e nas cláusulas contratuais, 
no enquadramento da empresa, migração entre tipos societários 
(MEI, Empresário Individual, Sociedade Limitada ou Eireli) 
ou aditamentos em razão de eventuais correções cadastrais na 
Receita Federal por equívocos nos atos de constituição.
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Direito Empresarial 81
Há duas formas de alteração contratual: simples, através 
de um adendo ao contrato social; e consolidada, que reúne num 
único documento todas as alterações feitas ao longo da atividade 
empresarial, compondo um contrato social novo, independente 
dos anteriores.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido a importância do capital social e da sua 
integralização, bem como as consequências advindas da sua falta.
RESUMINDO
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Direito Empresarial82
Administração e representação social
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como deve 
se dar a administração social, nos termos da lei, o lucro e as perdas, 
os direitos e deveres dos sócios para com seus pares, o Estado e 
stakeholders E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
OBJETIVO
O significado da administração
A administração, a cargo de um ou mais sócios, ou de 
terceiros contratados com essa finalidade, é o meio pelo qual 
os sócios viabilizam administrativamente a concretização do 
objetivo social.
A designação do administrador ou administradores pode 
ser feita no próprio contrato social ou em documento à parte, 
mas sempre na forma escrita, com a delimitação de deveres 
e responsabilidades. Se a for feita à parte, é preciso averbar 
o documento à margem da inscrição da sociedade na Junta 
Comercial antes da prática de quaisquer atos de gestão, sob pena 
de responsabilidade do administrador, pessoal e solidária para 
com a sociedade. (art. 1.012, CC).
É recomendável também, mas não obrigatório, que 
os sócios definam a forma de remoção e nomeação de novos 
administradores no próprio contato social, como forma de evitar 
conflitos no decorrer da vida da empresa.
Sobre a revogabilidade de poderes, diz o Código Civil:
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Direito Empresarial 83
Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio 
investido na administração por cláusula expressa 
do contrato social, salvo justa causa, reconhecida 
judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.
Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer 
tempo, os poderes conferidos a sócio por ato 
separado, ou a quem não seja sócio.
Nomeado, cabe ao administrador, sócio ou não, a 
responsabilidade de praticar todos os atos necessários à gestão 
do negócio, exceto a decisão de oneração e venda de imóveis, 
exclusiva dos sócios, com o mesmo cuidado e diligência que 
dispensaria aos seus próprios interesses, aplicando-se-lhe, no que 
couber, as regras do mandato e os impedimentos do parágrafo 
1°, do art. 1.011. Em caso de uso dos bens sociais em proveito 
próprio ou de terceiros, o administrador terá que restituí-los à 
sociedade, pagar o equivalente com todos os lucros resultantes, 
e ressarcir todos os prejuízos na sua integralidade. (art. 1.017, 
CC).
O poder de administrar, quando previsto em contrato, não 
retira dos sócios o direito de participação nas deliberações, com 
prevalência da maioria absoluta nas decisões – metade mais um 
-, segundo o valor das cotas individualmente consideradas. Os 
sócios também podem impugnar as decisões uns dos outros. (art. 
1.010 c/c art. 1.013, parágrafo 1°, CC).
O excesso na administração, porém, somente poderá 
ser oposto a terceiros no caso das hipóteses discriminadas nos 
incisos do art. 1.015, do Código Civil: 
“I. se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no 
registro próprio da sociedade; II. provando-se que era conhecida 
do terceiro; III. tratando-se de operação evidentemente estranha 
aos negócios da sociedade.”
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Direito Empresarial84
Se o contrato social for omisso, a administração ficará 
separadamente a cargo de cada um dos sócios. E, se houver 
competência conjunta de vários administradores determinada 
em contrato, todos devem participar das decisões, exceto em 
caso de urgência e possibilidade de dano grave ou irreparável. 
(art. 1.014, CC).
Em caso de empate, os conflitos entre os sócios devem ser 
dirimidos judicialmente. E, se algum sócio votar em benefício 
próprio contrariando interesses da sociedade, responderá 
também por perdas e danos.
Todos os cuidados do legislador quanto às regras de 
nomeação, remoção e administração das sociedades têm por 
objetivo publicitar e dar transparência à gestão empresarial, 
preservando os interesses de sócios, administradores e 
stakeholders interessados em estabelecer relações negociais 
com a empresa.
Lucros e perdas
O contrato social deverá especificar a participação dos 
sócios nos lucros e nas perdas decorrentes da prática do objetivo 
social da empresa, na proporção das suas respectivas quotas. 
Qualquer estipulação em contrário é nula de pleno direito. (art. 
1.008, CC).
A única exceção parcial aplica-se ao sócio prestador de 
serviços, pois as perdas não podem atingir o valor da sua força 
laboral e os direitos dela decorrentes, com base no art. 6° da 
Constituição Federal. Apesar de não participar nas perdas, a 
participação do sócio prestador de serviços, se convencionada 
em contrato, também é diferenciada e ele lucra na proporção da 
média do valor das quotas que compõem o capital social. (art. 
1.007, CC).
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Direito Empresarial 85
Silente o contrato social, o usual na prática comercial é 
a distribuição de lucros e prejuízos na proporção das quotas 
sociais de cada um dos sócios.
Como nas relações civis é dado ao individuo fazer tudo o 
que a lei não proíbe, os sócios podem acordar outras formasde 
divisão de lucro e perdas, desde as cláusulas não sejam abusivas, 
pois isso ensejaria nulidade. (art. 187 c/c art. 166, VII, CC).
Direitos e obrigações dos sócios
Antes de se falar em direitos e obrigações é bom relembrar 
a diferença entre sócio, sociedade empresária e empresário 
individual.
a. Sócio: é a pessoa física que reúne condições legais 
para ser empresário. Seu patrimônio não se confunde com 
da sociedade, em que pese contribua para a formação do 
patrimônio dela.
b. Sociedade empresária: é a pessoa jurídica que atuará 
no mercado para concretizar o objetivo social, a atividade 
econômica organizada para produção ou serviços. Tem 
patrimônio próprio, desvinculado do dos sócios que a 
compõem. A responsabilidade patrimonial dos sócios 
é subsidiária à da sociedade, na medida das cotas que 
possuem.
c. Empresário Individual: é uma pessoa física que 
atua como titular único do seu próprio negócio, um 
empreendedor único, sem sócios. Seu patrimônio pessoal 
responde, em sua totalidade, pelo risco do empreendimento. 
Há responsabilidade direta.
Os direitos e obrigações dos sócios, em linhas gerais, estão 
elencados nos arts. 1.001 a 1.009 do Código Civil.
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Direito Empresarial86
A primeira obrigação dos sócios é registrar o contrato 
social na Junta Comercial e integralizar o capital social no prazo 
contratual, sob pena de responsabilidade civil e/ou exclusão 
da sociedade, em até 30 dias após notificado. Do registro e 
integralização decorrem todos os direitos dos sócios, pessoais e 
patrimoniais, assim como os seus deveres para com a sociedade.
Os sócios têm direito ao lucro na proporção de suas quotas, 
não havendo impedimento legal para a distribuição de dividendos 
de forma diversa. No caso do sócio que contribui com serviços 
os dividendos são pagos pela média do montante distribuído aos 
demais. Entretanto, lucro é direito eventual, dependente de fatos 
incertos como o desempenho da empresa no mercado, qualidade 
da produção ou dos serviços, etc.
Os sócios têm também o direito de participar na 
administração da sociedade, direta ou indiretamente, na extensão 
das suas quotas, e de fiscalizar os administradores.
As obrigações iniciam com o contrato social, se outra data 
não for acordada entre os sócios, e terminam com a liquidação 
da sociedade e a extinção das responsabilidades sociais.
Os sócios também têm a obrigação de bem cumprir as 
suas funções na administração da sociedade, não podendo ser 
substituídos sem o consentimento dos demais.
Alterado o contrato, o sócio que cede as suas ações fica 
responsável solidariamente, por dois anos, pelas obrigações que 
tinha enquanto integrava a sociedade, a contar da averbação da 
modificação contratual.
O sócio pode transferir o domínio, a posse ou o uso das 
suas quotas sociais sob pena de evicção. Nas transferências de 
crédito fica responsável pela solvência do devedor.
Quando a contribuição do sócio se dá em serviços, no 
todo ou em parte, exceto por acordo entre os sócios, não pode 
ser empregado de terceiros, estranhos à sociedade, sob pena de 
perder o seu lucro e/ou ser excluído da sociedade.
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Direito Empresarial 87
Finalmente, a prática de atos ilícitos, como geração de 
lucros fictícios, resulta em responsabilidade civil solidária dos 
sócios administradores que cometeram o ato e dos sócios que, 
conhecendo a ilicitude, dela tiraram proveito.
Relações jurídicas e sociais
Firmado o contrato, concretiza-se a relação jurídica entre 
os sócios na data da assinatura ou outra que tenha sido acordada, 
nascendo o direito de intervenção nas decisões societárias. 
(1.001, CC) Intervenção esta que pode se dar tanto pelo princípio 
da decisão majoritária, quanto por regras acordadas entre os 
sócios e estabelecidas no contrato social.
Com o registro na Junta Comercial estabelece-se a 
relação entre os sócios e o administrador, entre a sociedade e 
o Estado, e têm início relações jurídicas com stakeholders na 
praça de comércio na qual a sociedade está inserida, necessária 
à viabilização do seu objeto social.
Cabe ao administrador gerir a sociedade sob a fiscalização 
dos sócios que, a qualquer momento podem opinar e votar sobre 
interesses da sociedade, ou pedir a sua exclusão, acaso não 
atenda às regras pré-estabelecidas entre os sócios para a gestão 
interna.
Os sócios insatisfeitos, minoritários ou não, poderão mover 
ação judicial contra o administrador e contra decisões dos sócios 
majoritários, em seu próprio nome, arcando pessoalmente com 
os custos judiciais (custas, honorários de advogados e peritos, 
etc.), mas, se houver condenação, os benefícios decorrentes 
do pedido vestibular, como perdas e danos, reverterão para a 
sociedade.
O dissenso entre sócios, independente da proporção 
das suas quotas, também pode ser levado a exame judicial, 
especialmente considerando que o descumprimento das regras 
contratadas para a sociedade pode impactar negativamente no 
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Direito Empresarial88
patrimônio particular dos sócios. É o caso da não integralização 
do capital (art. 1.004 c/c 1.058, CC) segundo as regras e prazos 
acordados, que pode causar levar a sociedade a dificuldades 
econômicas e até mesmo inviabilizar a sua própria existência.
Da mesma forma, a obrigações decorrentes da pessoalidade 
não podem deixar de serem cumpridas pelo sócio que a ela se 
obrigou, sob pena indenização pelos prejuízos que vier a causar 
à sociedade.
Nas sociedades em que os sócios são investidores e não 
há empenho pessoal em serviços, a obrigação consiste em se 
fazerem presentes nas deliberações societárias, fisicamente ou 
através de procuradores com poderes para decidir e votar. (art. 
115 a 120 e 653 a 692, CC).
Sendo assim, a proibição de substituição do sócio – e também 
do administrador -, no exercício das suas funções humanas sem 
o consentimento dos demais, só se aplica às sociedades nas quais 
é possível a pessoalidade no desenvolvimento do objetivo social 
e não nas deliberações societárias características das sociedades 
por ações. O exercício dos direitos sociais é interna corporis, 
englobando assembleias e votações. Ou seja, a proibição do art. 
1.002, do Código Civil está direcionada às funções sociais e não 
aos direitos sociais.
Na sociedade intuito personae os sócios não têm o direito 
de transferir as suas quotas para terceiros sem autorização dos 
demais sócios, sob pena da transferência não ter efeitos jurídicos. 
(art. 1.003, CC) Mas, na realidade, isso seria muito difícil, já que 
todos - sócio retirante, sócio entrante e demais sócios -, precisam 
assinar as alterações contratuais e levá-las a registro.
Nas sociedades limitadas, não há necessidade de 
unanimidade para o consentimento. Qualquer sócio com mais 
de 25% das ações pode opor-se à entrada de novos sócios, inter 
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Direito Empresarial 89
vivos ou causa mortis, na ausência de regras pré-estabelecidas 
no contrato social, nos termos do art. 1.057 do Código Civil que 
reza:
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode 
ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem 
seja sócio, independentemente de audiência dos 
outros, ou a estranho, se não houver oposição de 
titulares de mais de um quarto do capital social.
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à 
sociedade e terceiros, inclusive para osfins do 
parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação 
do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios 
anuentes.
Por outro lado, é preciso respeitar o direito de recesso do 
sócio que quer se retirar da sociedade, direito esse que não pode 
ser obstado pelos demais sócios em razão do impacto que tem 
no patrimônio daquele que quer ceder as suas quotas. A exceção 
seria apenas a contratação da sociedade por tempo certo. Na 
ausência de consenso entre os sócios sobre a cessão de quotas e 
a retirada, a via judicial é o caminho.
Concretizado o fim do vínculo societário, persistem 
por dois anos os deveres subsidiários para com as obrigações 
assumidas ao tempo da sociedade.
As obrigações jurídicas entre os sócios terminam com a 
liquidação da sociedade. (art. 1.001, CC).
A publicidade da liquidação ocorre com o registro na Junta 
Comercial, mas as obrigações subsidiárias da sociedade, fiscais, 
trabalhistas, consumeristas, de sigilo ou segredo, etc., persistem 
no tempo, sejam para com o administrador, o Estado ou terceiros, 
até o cumprimento, a prescrição ou a decadência.
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Direito Empresarial90
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você certamente aprendeu a classificar as sociedades empresárias 
quanto à sua natureza, a reconhecer as características da sociedade 
unipessoal, da sociedade entre cônjuges e as peculiaridades sobre 
a capacidade jurídica empresarial. Aprendeu sobre o capital social 
e a importância da sua integralização para a composição do ativo 
empresarial e para o desenvolvimento das atividades de empresa. 
Por fim, aprendeu sobre as alterações contratuais possíveis e 
sobre a necessidade do registro dessa modificações, para que gere 
efeitos entre os sócios e perante terceiros; sobre a importância de 
uma boa administração para uma longa vida empresarial, com 
lucratividade e boa partilha de dividendos; os lucros e as perdas 
e suas consequências para a pessoa jurídica, sócios e terceiros; os 
direitos e obrigações dos sócios entre si e para com terceiros; e , 
finalmente, sobre as relações jurídicas e sociais da empresa. Agora 
você está preparado e entende as regras gerais que norteiam o 
Direito Empresarial.
RESUMINDO
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Direito Empresarial 91
UNIDADE
03
DISSOLUÇÃO DAS SOCIEDADES
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Direito Empresarial92
São várias as formas de dissolução das sociedades, mas 
todas elas têm impacto para sócios, credores e no nicho de mercado 
no qual estão inseridas. As sociedades podem ser transformadas, 
incorporadas, fundidas, ou cindidas, dissolvidas total ou 
parcialmente. A extinção total ou parcial das pessoas jurídicas, 
a morte de sócios ou a retirada de um sócio da sociedade, ou até 
mesmo pela falência são exemplos de situações com impacto 
patrimonial para os sócios, que regra geral são precedidas da 
fase de liquidação, que pode ser judicial ou extrajudicial. Da 
mesma forma a recuperação das empresas em dificuldade, que 
pode ser judicial ou extrajudicial, com impacto no patrimônio 
particular dos sócios quando decretada a falência. Todas essas 
possibilidades estão inseridas num universo de possibilidades 
legais interessantíssimas e muito importantes para os advogados 
que pretendem trabalhar para pessoas jurídicas ou que venham 
a ser sócios de uma empresa jurídica ou de um escritório de 
advocacia. Vamos estudar e refletir sobre os conceitos do Direito 
Empresarial e as previsões legais para diferentes situações que 
podem surgir durante a vida das sociedades? Esses são temas 
apaixonantes. Acho que você irá gostar muito deste estudo e terá 
muito sucesso nesse aprendizado. Bom estudo! 
INTRODUÇÃO
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Direito Empresarial 93
1
2
3
4
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3. Nesta 
unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das 
seguintes competências profissionais: 
OBJETIVOS
Compreender as alterações nos diferentes tipos 
empresariais;
Identificar as consequências jurídicas nas mudanças 
societárias;
Identificar e compreender a recuperação judicial e 
extrajudicial;
Compreender a falência e suas consequências.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
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Direito Empresarial94
Dissolução da sociedade 
Dissolução das sociedades
O início de uma sociedade tem viés positivo de gênese, 
nascimento, início da affectio societatis, empenho dos sócios em 
torno de um objetivo comum, esperança de bons negócios e de 
lucratividade, etc.
O fim de uma sociedade, por sua vez, tem viés contrário, 
negativo, de morte, encerramento de atividades, fim da affectio 
societatis, afastamento dos sócios por desinteresse pelo objetivo 
que era comum ou pela mudança de interesses, e, não raro, 
conflito entre as partes, dentre outros.
Por isso, popularmente se diz que o início de uma sociedade 
equivale ao casamento, momento em que tudo são flores, e o 
fim de uma sociedade empresarial equivale a um divórcio, o 
ponto de ruptura de uma relação com desgastes e/ou prejuízos 
reiterados ao longo do tempo. A exceção é para as sociedades com 
propósito específico, que têm tempo de vida pré-determinado e 
cuja dissolução se dá por força do contratualmente acordado.
Mas, seja pelo afastamento de um sócio, continuando a 
sociedade com os demais ou com um novo sócio, seja pelo fim 
da empresa e liquidação da sociedade pela vontade dos sócios 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender todos 
os aspectos e tipos de alterações societárias, suas peculiaridades 
e consequências. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial 95
ou acionistas, ou ainda pela incorporação por outra empresa 
ou pela falência, todas as situações de ruptura empresária têm 
implicações fiscais e jurídicas importantes.
Porém, entre o nascimento e a dissolução de uma empresa 
várias modificações podem ocorrer na sua constituição social. 
Chamadas operações societárias, essas modificações são a 
transformação, a incorporação, a fusão e a cisão, previstas no 
Capítulo XVIII, da Lei de Sociedades Anônimas.
Transformação
A transformação ocorre quando uma sociedade passa de 
um tipo societário para outro. Essa modificação ou alteração 
independe da dissolução e liquidação das sociedades e deve 
ser feita de acordo com as regras estabelecidas na lei para 
constituição e registro da nova sociedade. (art. 220, Lei 6.404/76 
e 1.113, CC).
Na falta de previsão contratual ou estatutária, é imperiosa 
a autorização de todos os sócios ou da maioria dos acionistas. 
Porém, havendo previsão contratual nas sociedades onde a 
affectio societatis esteja presente, o sócio dissidente pode retirar-
se da sociedade, aplicando-se, no que couber, as regras do art. 
1.031 do Código Civil. (art. 1.114, CC).
Também há casos em que a transformação é obrigatóriapor lei. É o caso do MEI que atinge faturamento bruto acima 
do excedente de 20% sobre o faturamento legal permitido - 
R$81.000,00 em 2019, totalizando R$97.200,00 -, contrata mais 
de um funcionário, soma mais um sócio, abre filial ou outra 
empresa no nome empresário responsável, ou passa a exercer 
atividades não permitidas. Em qualquer dessas hipóteses a MEI 
deve ser desenquadrada e transformada em microempresa. 
Da mesma forma, a Microempresa que em 2019 
alcançar faturamento anual superior a R$360.000,00 deve ser 
transformada em Empresa de Pequeno Porte.
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Direito Empresarial96
Independente do enquadramento da empresa, porém, o 
direito dos credores nunca é afetado pela transformação. (art. 
222, Lei 6.404/76, e art. 1.115, CC).
Incorporação
A incorporação é um fenômeno de concentração empresarial 
característico do capitalismo, que pode ocorrer entre quaisquer 
tipos de empresas. E são muitas as razões que levam sociedades 
exploradoras de um mesmo segmento industrial ou comercial a 
se fundirem: conquista de novos nichos de mercado, melhoria na 
logística de distribuição, aumento da competitividade, domínio 
de novas tecnologias, etc.
Esse instituto é definido no art. 116, do CC, como a 
absorção de uma ou várias sociedades por outra, que as “sucede 
em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na 
forma estabelecida para os respectivos tipos”.
A Lei 6.404/76, por sua vez, no art. 227, a define como “a 
operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por 
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”.
Ou seja, na incorporação há uma obsorção total da 
incorporada pela incorporadora, que assume todas as obrigações, 
direitos, ativo e passivo. Os credores de ambas empresas não 
são prejudicados, pois a incorporadora, ao integrar a estrutura 
da integrada na sua totalidade e integrá-la no seu patrimônio, 
assume também a obrigação de pagar todas as dívidas.
Mas, atenção as regras são diferentes para as sociedades 
de pessoas e as sociedades de capital. Na primeira, a deliberação 
de incorporar ou ser incorporada emana da vontade da maioria 
dos sócios, que estabelece as bases da operação e o projeto de 
reforma do ato constitutivo (art. 1.117 e 1.118, CC). Na segunda, 
incorporadora e incorporada devem aprovar a incorporação em 
assembleia geral, as bases da operação e o projeto de reforma 
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Direito Empresarial 97
do ato constitutivo, levando tudo a registro na Junta Comercial. 
(art. 135 e 136 c/c 223, Lei 6.404/76).
Concluídos os atos da integração, a sociedade de pessoa 
declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva 
averbação no registro próprio.
As sociedades de capital abertas deverão ser sucedidas 
por sociedades também de capital aberto, negociando novas 
ações conforme as regras da Comissão de Valores Mobiliários, 
no prazo máximo de 120 dias a contar da assembleia-geral que 
aprovou a operação, sob pena de reembolsar os acionistas que 
quiserem deixar a empresa no valor das suas ações (art. 45 c/c 
parágrafos 3° e 4°, e art. 223, Lei 6.404/76).
Fusão
Na fusão, duas ou mais sociedades empresariais se fundem, 
são extintas, e uma nova empresa é formada congregando direitos 
e obrigações, passivo e ativo das empresas fundidas. (art. 1.119, 
CC, e art. 228, Lei 6.404/76).
A exemplo do que ocorre na incorporação, nas sociedades 
de capital a fusão também deve ser aprovada em assembleia 
geral, de todas as empresas interessadas, pelo consenso da 
maioria dos acionistas com direito a voto.
As regras gerais da fusão no Código Civil, praticamente 
replicam as regras estabelecidas na Lei das Sociedades Anônimas. 
Diz o art. 1.120, do Código Civil:
Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma 
estabelecida para os respectivos tipos, pelas 
sociedades que pretendam unir-se.
§ 1. Em reunião ou assembleia dos sócios de 
cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado 
o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, 
bem como o plano de distribuição do capital 
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Direito Empresarial98
social, serão nomeados os peritos para a avaliação 
do patrimônio da sociedade.
§ 2. Apresentados os laudos, os administradores 
convocarão reunião ou assembleia dos sócios 
para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a 
constituição definitiva da nova sociedade.
§ 3. É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação 
do patrimônio da sociedade de que façam parte.”
Cisão
Esta figura jurídica foi incorporada ao direito brasileiro, 
em 1976, pela Lei das Sociedades Anônimas, no art. 229, que 
também define o instituto.
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia 
transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou 
mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, 
se houver versão de todo o seu patrimônio, ou 
dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Nesta forma de sucessão empresarial, apenas quando todo 
o patrimônio da empresa cindida é absorvido por outras ocorre 
a extinção.
Os direitos e obrigações da empresa cindida são divididos 
da seguinte forma:
a. Cisão total: cem por cento do patrimônio é incorporado 
a duas ou mais empresas, a serem criadas ou já existentes, sendo 
irrelevante em qualquer dos casos o tipo empresarial. Neste caso 
a empresa cindida é extinta e as sucessoras assumem a totalidade 
dos direitos e obrigações;
b. Cisão parcial: neste caso o patrimônio da empresa 
cindida é desmembrado e parte dele é transferido para uma ou 
mais empresas incorporadoras, já existentes ou a serem criadas, 
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Direito Empresarial 99
sendo irrelevante o tipo social de umas e outras. A empresa 
cindida não é extinta. Mas, como o seu patrimônio é transferido 
para terceiro, o seu capital é reduzido. Os direitos e obrigações 
são divididos entre as partes.
Direito de terceiros
Os credores que se sentirem prejudicados podem requerer 
a anulação dos atos autorizadores da incorporação, fusão ou 
cisão no prazo de 90 dias após a publicação.
O art. 232, da Lei 6.404/76, que fixa prazo de 60 dias 
para o pleito de anulação das fusões, incorporações e cisões 
foi parcialmente revogado pelo Código Civil, que prevê prazo 
mais benéfico, de 90 dias para a ação anulatória. Este prazo é 
decadencial.
Impetrada a ação de anulação dos atos de fusão, incorporação 
ou cisão, os demandados podem consignar judicialmente os 
valores reclamados, caso em que restará prejudicado o pedido 
anulatório pelo cumprimento da obrigação.
Quanto aos direitos trabalhistas, em nenhuma das formas 
haverá rescisão de contratos de trabalho como consequência 
imediata das mudanças societárias.
O comum é que, no decorrer ou logo após concluída a 
transição, as empresas ofereçam aos empregados planos de 
IMPORTANTE
Atenção: é importante não confundir diminuição do capital da 
cindida com diminuição do seu valor de mercado. Afastar parte 
do patrimônio com pouca ou nenhuma lucratividade pode, ao 
contrário, valorizar a cindida no nicho de mercado ela que ocupa.
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Direito Empresarial100
demissão voluntária. O excedente da mão de obra que não adere 
aos planos é demitido ao longo dos dois anos seguintes,em 
razão de reorganização administrativa e extinção de postos de 
trabalho.
Isso, porém, não ilide a obrigação trabalhista subsidiária 
dos sócios e empresas remanescentes ou novas, de todos os 
tipos societários, e solidária entre os sócios em caso de fraude. 
O empregador que sucede o anterior, por força de lei, precisa 
garantir aos empregados todos os direitos laborais vigentes no 
momento da sucessão, inclusive as previstas em acordos ou 
convenções coletivas do trabalho.
Neste sentido os arts. 10 e 448 c/c os arts 10-A e 448-A da 
Consolidação das Leis do Trabalho:
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica 
da empresa não afetará os direitos adquiridos por 
seus empregados.
Art. 10-A. O sócio retirante responde 
subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas 
da sociedade relativas ao período em que figurou 
como sócio, somente em ações ajuizadas até dois 
anos depois de averbada a modificação do contrato, 
observada a seguinte ordem de preferência:
II - os sócios atuais; 
III - os sócios retirantes. 
Parágrafo único. O sócio retirante responderá 
solidariamente com os demais quando ficar 
comprovada fraude na alteração societária 
decorrente da modificação do contrato.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na 
estrutura jurídica da empresa não afetará os 
contratos de trabalho dos respectivos empregados.
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Direito Empresarial 101
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial 
ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 
desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, 
inclusive as contraídas à época em que os 
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, 
são de responsabilidade do sucessor. 
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá 
solidariamente com a sucessora quando ficar 
comprovada fraude na transferência.
Finalmente, em caso de fiança locatícia prestada pelos 
sócios para a própria sociedade, ou pela sociedade para terceiros, 
a exoneração das obrigações só ocorre após a notificação dos 
locadores. (art.39, Lei 8.245/91, c/c 835 do CC/2002).
Regras para a dissolução da sociedade
Em sentido amplo, a dissolução de uma sociedade é 
genericamente definida como o fim da personalidade jurídica de 
uma sociedade empresária, e, em sentido estrito, pela assinatura 
do documento de encerramento pelos sócios ou acionistas, ou 
pelo trânsito em julgado da sentença de anulação dos atos de 
constituição ou de falência ordenando o encerramento.
São duas as formas de dissolução empresarial: parcial e 
total. Mas a perda da personalidade jurídica só ocorre após a 
liquidação, com a extinção, etapas imediatamente posteriores 
aos atos de dissolução.
A liquidação é a fase de realização do ativo, quitação 
do passivo, partilha ou transferência do saldo para sócios 
ou acionistas. A extinção é o réquiem, o ato final dos sócios 
ou acionistas para desfazer os vínculos humanos e materiais 
que integravam a sociedade, concretizado pela assinatura do 
distrato ou inclusão do ato de vontade na ata da assembleia para 
dissolução da empresa.
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Direito Empresarial102
No instrumento de dissolução deve constar a nomeação de 
um liquidante, para proceder aos atos de liquidação e, a final, de 
extinção da sociedade.
A inobservância desses atos tem implicações diretas 
quanto ao direito de terceiros, em especial nas execuções fiscais 
e não-fiscais.
Nos termos da Súmula 435, do Superior Tribunal de 
Justiça:
Presume-se dissolvida irregularmente a empresa 
que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, 
sem comunicação aos órgãos competentes, 
legitimando o redirecionamento da execução 
fiscal para o sócio-gerente.
Entende a jurisprudência majoritária e pacífica do STJ ser 
obrigação dos gestores a manutenção dos cadastros atualizados 
das empresas, desde uma simples mudança de endereço até as 
informações contábeis mais relevantes e/ou complexas.
A regularidade dos registros das empresas nas Juntas 
Comerciais, especialmente no caso de dissolução das sociedades, 
parcial ou total, tem por objetivo demonstrar que a resolução 
foi feita de acordo com os ritos e as formalidades legais, ou 
seja, através da regular liquidação da sociedade e pagamento 
dos credores na ordem de preferência ou de acordo com a Lei 
11.101/2005, se houver falência. (arts. 1.033 à 1.038, e arts. 
1.102 a 1.112, CC).
Não existe “dissolução irregular de sociedade” sob 
aspecto estritamente legal. O STJ, na súmula 435, reconhece, 
por presunção, uma situação fática irregular caracterizada 
como ilícito civil que, por sua vez, tem reflexos jurídicos. Ou 
seja, quando há inobservância de lei, a consequência direta e 
imediata é o cometimento de um ilícito com consequências para 
o infrator. A desobediência a norma cogente civil caracteriza um 
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Direito Empresarial 103
ilícito civil ensejador de responsabilidade civil, sem prejuízo de 
eventuais reflexos penais, tributários e/ou administrativos.
Nessa linha de pensamento do STJ, pouco importa se os 
débitos são fiscais ou não-fiscais, pois diante do ilícito se aplica 
o brocardo “Ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio” (Onde 
existe a mesma razão, aí se aplica o mesmo dispositivo legal).
A responsabilidade dos sócios para com a quitação dos 
débitos da sociedade independe de dolo, sendo suficiente a 
culpa. (art. 135, III, CTN, c/c art. 10, Dec. 3.078/19 e art. 158, 
Lei 6.404/78).
Quanto ao regime, o de constituição das sociedades 
determina também o da dissolução, nos termos o art. 472, do 
Código Civil. São dois:
a. Contratual: as sociedades constituídas pela vontade dos 
sócios, através de um contrato social, são dissolvidas também 
contratualmente, por meio de um distrato social;
b. Institucional: a dissolução das sociedades criadas por 
meio institucional ou estatutário é feita em assembleia-geral, 
através da aprovação dos acionistas que possuam no mínimo 
metade das ações com direito a voto, se quorum superior não for 
exigido no estatuto de empresa que não tenha ações negociadas 
em bolsa ou no mercado de balcão.
Quanto à dissolução das sociedades anônimas, ela pode se 
dar judicial ou extrajudicialmente, nas seguintes circunstâncias: 
(art. 206, Lei 6.404/76) 
a. De pleno direito: Acontece à revelia da vontade das 
partes: pela previsão do tempo de vida da empresa no contrato ou 
estatuto; por deliberação da assembleia geral; pela existência de 
único acionista nas datas das assembleias-gerais com interregno 
de um ano; e pela extinção por imposição ou previsão legal.
b. Por decisão judicial: esta forma se dá através sempre 
através de sentença transitada em julgado. Exemplos são a ação 
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Direito Empresarial104
anulatória de constituição da empresa, que pode ser impetrada 
por qualquer acionista prejudicado; decisão que reconheça o não 
preenchimento da finalidade da empresa em ação proposta por 
no mínimo 5% dos acionistas; ou ainda em decisão que decrete 
a falência.
c. Por decisão de autoridade administrativa: é possível 
mediante previsão legal pela inobservância de exigência legais 
administrativas: exemplos são a não renovação ou cassação de 
alvará, a interdição de estabelecimento comercial ou industrial 
pelos bombeiros ou pela segurança civil; a proibição do 
exercício da atividade empresarial no local onde está a empresa 
está estabelecida, etc.
Dissolução Parcial da SociedadeA dissolução parcial da sociedade, também denominada 
resolução parcial, não extingue a sociedade. Após a saída do 
sócio retirante, ela segue ativa com os sócios remanescentes ou 
com a entrada de novos sócios.
As quotas pertencentes ao sócio retirante são liquidadas e 
o valor patrimonial correspondente é entregue a ele ou, conforme 
o caso, a seus herdeiros, curador ou tutor.
A consequência imediata da dissolução parcial é a 
diminuição do patrimônio da empresa, decorrente da redução do 
capital social, o que pode ser evitado se os sócios remanescentes 
optarem por integralizar valor equivalente ao capital liquidado 
ou por admitir um novo sócio que integralize o capital dissolvido.
Atenção: Com o novo Código de Processo Civil, Lei 
13.105/2015, as datas de resolução parcial da sociedade 
passaram a ser aquelas estabelecidas no art. 605 e não mais a 
data do registro na Junta Comercial, inclusive para o cálculo do 
interregno de dois anos de responsabilidade do sócio.
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Direito Empresarial 105
Diz o CPC:
Art. 605. A data da resolução da sociedade será:
I - no caso de falecimento do sócio, a do óbito;
II - na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do 
recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio retirante;
III - no recesso, o dia do recebimento, pela sociedade, da 
notificação do sócio dissidente;
IV - na retirada por justa causa de sociedade por prazo 
determinado e na exclusão judicial de sócio, a do trânsito em 
julgado da decisão que dissolver a sociedade; e
V - na exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da 
reunião de sócios que a tiver deliberado.
A dissolução parcial é possível nos seguintes casos:
a. Morte de sócio: a resolução neste caso depende do 
acordado no contrato social (art. 1.028, I, CC). São três as opções: 
a sociedade pode ser dissolvida, liquidada e as quotas divididas 
entre os sócios remanescentes e os herdeiros do sócio morto 
(art. 1.028, II, CC); as quotas pertencentes ao sócio morto são 
liquidadas e o dinheiro entregue aos herdeiros (art. 1.028, caput, 
CC), prosseguindo a sociedade com os sócios remanescentes; ou 
a transferência das quotas do sócio morto para os herdeiros, que 
o substituirão na sociedade (art. 1.028, III, CC).
b. Direito de retirada: O Código Civil reguarda o princípio 
da liberdade das convenções, segundo o qual as pessoas são livres 
para contratar e distratar, sem a necessidade do consentimento 
dos demais sócios. (art. 1.029, CC, c/c 599, CPC) O sócio que 
pretende retirar-se de uma sociedade por prazo indeterminado 
deve notificar os demais sócios com antecedência de 60 dias. 
Como esta notificação precisa ser inequívoca, o melhor é 
fazê-la por notificação extrajudicial, em Cartório de Títulos e 
Documentos. No caso da sociedade por prazo determinado, o 
afastamento de sócio só pode ocorrer por sentença judicial que 
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Direito Empresarial106
reconheça a justa causa como mote para o distrato. As causas mais 
comuns são: a quebra da affectio societatis, a incompatibilidade 
de objetivos e ideias, o desentendimento grave e a insatisfação 
por descumprimento do acordado. A decisão judicial que 
autoriza o afastamento do sócio por justa causa tanto pode ser 
liminar, se presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, 
como definitiva, após transitada em julgado. 
Nada impede, porém, a opção dos sócios pela dissolução 
total da sociedade (parágrafo único, art. 1.029, CC). Isso 
acontece, não raro, quando o sócio retirante é o responsável pela 
administração societária ou é o único com a capacitação técnica 
exigida para a sua existência.
O sócio que sai também pode ceder suas quotas a terceiros, 
a título oneroso ou gratuito, mas, nesse caso, não há dissolução 
parcial da sociedade, e sim em alienação ou doação.
c. Exclusão ou Expulsão de sócio: Somente por sentença 
judicial, em ação impetrada pela maioria dos sócios, é possível 
excluir ou expulsar um deles, provando-se o cometimento de 
falta grave no cumprimento das suas obrigações ou incapacidade 
superveniente do retirante. (art. 1.030, CC).
É possível o afastamento liminar do sócio das atividades 
societárias até decisão final, em tutela de urgência, quando 
presentes o fumus boni iuri e o periculum in mora. Neste caso, 
no exame e deferimento do pedido liminar, o juiz leva em 
consideração os princípios da preservação e da função social da 
empresa. (art. 1.085, CC).
Como a lei não define falta grave, o leque de possibilidades 
é muito amplo. As mais comuns são: fraude, desvio de caixa, 
uso mal-intencionado dos recursos da empresa e dos clientes, 
conduta desleal, descumprimento das obrigações societárias, 
uso do nome da empresa e dos recursos societários para fins 
ilícitos, interesses próprios ou de terceiros, etc.
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Direito Empresarial 107
Dissolução total da sociedade
A dissolução total da sociedade resulta no fim da 
personalidade empresária pelo rompimento definitivo dos 
vínculos contratuais.
Uma das possibilidades é o fim do ciclo de vida da empresa 
contratualmente estabelecido, quando opera de pleno direito. O 
legislador, entretanto, com base nos princípios da preservação 
da empresa e da função social, estabeleceu, como exceção, a 
vigência por prazo indeterminado na inércia dos sócios, pela 
falta de liquidação da sociedade. Neste caso, a sociedade ainda 
poderá ser extinta, total ou parcialmente extinta, mas somente nas 
demais hipóteses previstas em lei e não mais pelo vencimento do 
prazo de vida estabelecido no contrato. (art. 1.033, CC).
Além do prazo contratual, pode-se dissolver totalmente 
uma sociedade: por consenso dos sócios, deliberação por maioria 
absoluta, falta de pluralidade de sócios por mais de 180 dias, 
por extinção ou não renovação da autorização do Estado para 
funcionar (caso de bancos, seguradoras, determinação da defesa 
civil, etc.).
IMPORTANTE
Não se dissolve a sociedade por falta de pluralidade de sócios 
se o sócio remanescente, dentro do prazo de 180 dias, registrar 
na Junta Comercial pedido de transformação da sociedade para 
empresário individual ou empresa individual de responsabilidade 
limitada – EIRELI. (parágrafo único, art. 1.033, CC).
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Direito Empresarial108
Outras possibilidades para a dissolução são o trânsito 
em julgado de ação que julga procedente pedido de anulação 
da constituição societária, reconhece o exaurimento do seu fim 
social – exemplo são as Sociedade de Propósito Específico – 
SPE -, ou da sua inexequibilidade (art. 1.034, CC).
A lei permite, expressamente, a possibilidade de inserção 
de outros motivos para a resolução das sociedades nos 
documentos constitutivos, a critério dos sócios, mas cada caso 
será examinado individualmente pelo Judiciário. (art. 135, CC).
Finalmente, a sociedade pode ser totalmente dissolvida 
pela decretação judicial de falência. (arts. 1.044 e 1.087, CC, 
c/c, Lei 11.101/2005).
Liquidação das sociedades
Encerrada a fase de dissolução, inicia-se a fase de 
liquidação das sociedades que, por sua vez, antecede a extinção 
da pessoa jurídica.
Ela pode ser definida como uma sequência de atos e 
providências legais e administrativas a serem tomadas pelo 
liquidante nomeado, com o objetivo de realizar o ativo, ou seja, 
converter em dinheiro tudo o que for possível, quitar o passivo e 
dividiro eventual saldo entre os sócios e acionistas.
Nesta fase todas as negociações da sociedade são 
suspensas, à exceção das iniciadas antes da dissolução, que 
devem ser obrigatoriamente ultimadas.
A liquidação pode ser:
a. Extrajudicial (voluntária, consensual ou amigável): 
ocorre quando, no ato da dissolução, em comum acordo, os 
sócios nomeiam o liquidante e estabelecem as regras para os 
trâmites da liquidação. OBS: Este acordo é imutável e perene, 
e só pode ser alterado excepcionalmente por consenso unânime 
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Direito Empresarial 109
entre as partes ou por anulação judicial, provada a existência de 
vício de consentimento, simulação, etc.
b. Judicial: se a dissolução for feita judicialmente, a 
liquidação também deve ser judicial. E, ainda quando feita 
extrajudicialmente, na falta de consenso entre os sócios sobre 
a nomeação do liquidante e/ou sobre as regras da liquidação, a 
via judicial é o caminho. Conforme as regras previstas na Lei de 
Falências, a liquidação judicial é sempre feita pelo procedimento 
comum. (parágrafo 3°, arts. 1.046 e 318, CPC, c/c art. 1.111, 
CC).
No decorrer do processo de liquidação, o juiz convocará 
e presidirá reunião ou assembleia, sempre que necessário, 
resolvendo sumariamente as questões suscitadas. As atas, 
autenticadas, serão apensadas ao processo judicial. (1.112, CC).
Para manter a transparência e preservar o direito de 
terceiros, o liquidante usará a denominação social acrescida do 
termo “em liquidação”. (art. 212, Lei 6.404/76).
Quanto ao liquidante, ele só é obrigatório nos casos de 
dissolução total da sociedade. Nas dissoluções parciais é comum 
o próprio contador da empresa, assistido por outro da confiança 
do sócio retirante, proceder a liquidação.
Ele pode ser definido como um profissional contratado pela 
sociedade a ser dissolvida ou nomeado pelo juiz para, de forma 
isenta, administrar o processo de liquidação, eventualmente 
cumulando a administração da sociedade, até a extinção, 
levantando balanços, arrecadando ativos, quitando passivos e, a 
final, partilhando o saldo entre os sócios, depositando os valores 
em conta judicial, etc.
Pode ser pessoa estranha à sociedade ou um dos sócios, 
mas a sua atuação não configura mandato. Os poderes que 
necessita para a prática dos atos de liquidação vêm da lei, 
como transigir, receber e dar quitação, alienar bens móveis ou 
imóveis, dentre outros. Esses poderes também são limitados 
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Direito Empresarial110
pela própria lei, que impede o liquidante de gravar de ônus reais 
móveis ou imóveis, contrair dívidas em nome da sociedade sem 
autorização no contrato social ou nas regras estabelecidas para a 
liquidação, pelos sócios ou pelo juiz, excetuando a contratação 
de empréstimos bancários indispensáveis para o pagamento de 
obrigações inadiáveis. (art. 1.105, CC).
A isenção e a liberdade no desenvolvimento do trabalho 
são essenciais para que o liquidante possa tomar as melhores 
decisões patrimoniais.
As obrigações e responsabilidades dos liquidantes são 
equiparados às dos administradores da sociedade liquidanda 
(art. 1.104, CC), e seus deveres estão elencadas no art. 1.103, do 
Código Civil, que, entretanto, não são exaustivos.
Reza o art. 1.103, do Código Civil.
Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante:
I - averbar e publicar a ata, sentença ou instrumento 
de dissolução da sociedade;
II - arrecadar os bens, livros e documentos da 
sociedade, onde quer que estejam;
III - proceder, nos quinze dias seguintes ao da 
sua investidura e com a assistência, sempre que 
possível, dos administradores, à elaboração do 
inventário e do balanço geral do ativo e do passivo;
IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o 
ativo, pagar o passivo e partilhar o remanescente 
entre os sócios ou acionistas;
V - exigir dos quotistas, quando insuficiente o 
ativo à solução do passivo, a integralização de suas 
quotas e, se for o caso, as quantias necessárias, 
nos limites da responsabilidade de cada um e 
proporcionalmente à respectiva participação nas 
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Direito Empresarial 111
perdas, repartindo-se, entre os sócios solventes e 
na mesma proporção, o devido pelo insolvente;
VI - convocar assembleia dos quotistas, cada seis 
meses, para apresentar relatório e balanço do 
estado da liquidação, prestando conta dos atos 
praticados durante o semestre, ou sempre que 
necessário;
VII - confessar a falência da sociedade e pedir 
concordata, de acordo com as formalidades 
prescritas para o tipo de sociedade liquidanda;
VIII - finda a liquidação, apresentar aos sócios o 
relatório da liquidação e as suas contas finais;
IX - averbar a ata da reunião ou da assembleia, ou 
o instrumento firmado pelos sócios, que considerar 
encerrada a liquidação.
Parágrafo único. Em todos os atos, documentos 
ou publicações, o liquidante empregará a firma ou 
denominação social sempre seguida da cláusula 
“em liquidação” e de sua assinatura individual, 
com a declaração de sua qualidade.
Sobre a remuneração do liquidante, quando a contratação 
é privada, não há maiores problemas, pois prevalece o acordo 
entre os interessados. Porém, no caso da nomeação judicial, como 
inexiste previsão legal para a remuneração desse profissional, 
aplica-se, por analogia, a remuneração do administrador 
judicial fixada na Lei de Recuperação e Falências – LRF (Lei 
11.101/2005).
Neste diapasão, a remuneração do liquidante, na liquidação 
judicial, não ultrapassa 5% do valor da venda dos bens da 
sociedade, reduzindo para 2% no caso das Microempresas - ME 
e das Empresas de Pequeno Porte – EPP. (art. 24, LRF).
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Direito Empresarial112
Entretanto, como o trabalho do liquidante, mesmo 
nomeado judicialmente é de natureza privada, o percentual 
inicialmente arbitrado pelo juiz pode ser impugnado pelas partes 
ou ser objeto de negociação e acordo entre partes e liquidante, 
posteriormente homologado pelo juiz.
A remuneração arbitrada em porcentagem sobre o valor 
arrecadado tem por objetivo estimular o liquidante a obter 
melhor preço pelos bens. Quanto melhor ele vende, maior a sua 
remuneração.
Finalmente, é obrigação do liquidante prestar contas e 
responder pelos atos que praticou perante sócios, credores e 
Juízo. (arts. 154 e 155, LRF, c/c 217, Lei 6.404/76).
Aprovadas as contas em assembleia-geral ou por aceitação 
dos sócios, na liquidação extrajudicial, a fase de liquidação é 
dada por encerrada, a sociedade declarada extinta por distrato ou 
na ata da assembleia-geral, documentos que devem ser levados a 
registro na Junta Comercial.
Na liquidação judicial é observada a lei processual (art. 
1.111, CC). Em resumo, o juiz julga as contas e a liquidação 
e, estando tudo de acordo com a lei, sentencia a extinção da 
sociedade, oficiando a Junta Comercial.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o 
que vimos. Você deve ter aprendido que os aspectos e tipos de 
alterações societárias, suas peculiaridades e consequências.
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Direito Empresarial 113
Desconsideraçãoda personalidade 
jurídica
A desconsideração da pessoa jurídica
Esse instituto sofreu profunda mudança com a recente 
Lei 13.874, sancionada em 20 de setembro de 2019, que alterou 
vários artigos do Código Civil e outras leis que regulamentam o 
Direito Empresarial.
A desconsideração da pessoa jurídica, também 
denominada de desconsideração da autonomia patrimonial da 
pessoa jurídica, segue sendo uma medida judicial extrema, que 
atinge os bens particulares dos sócios e administradores para o 
pagamento de credores da sociedade, prejudicados pelo abuso 
da personalidade jurídica, praticado com desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial. (art. 50, CC).
Esta é a nova redação do art. 50 do Código Civil:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, desconsiderá-la para 
que os efeitos de certas e determinadas relações de 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona a personalidade jurídica. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial114
obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
de administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1° Para os fins do disposto neste artigo, desvio 
de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com 
o propósito de lesar credores e para a prática de 
atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2° Entende-se por confusão patrimonial a 
ausência de separação de fato entre os patrimônios, 
caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou vice-
versa; 
II - transferência de ativos ou de passivos sem 
efetivas contraprestações, exceto os de valor 
proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia 
patrimonial.
§ 3° O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste 
artigo também se aplica à extensão das obrigações 
de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 
§ 4° A mera existência de grupo econômico sem 
a presença dos requisitos de que trata o caput 
deste artigo não autoriza a desconsideração da 
personalidade da pessoa jurídica.
§ 5° Não constitui desvio de finalidade a mera 
expansão ou a alteração da finalidade original da 
atividade econômica específica da pessoa jurídica.
Houve uma preocupação do legislador em delimitar a 
responsabilidade e, consequentemente, os bens particulares 
dos sócios e administradores que podem ser atingidos pela 
desconsideração, condicionando-a ao benefício direto ou 
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Direito Empresarial 115
indireto do abuso da personalidade jurídica. Ou seja, os sócios e 
administradores que não tenham se beneficiado do abuso estão 
naturalmente excluídos e seus bens particulares não podem 
ser atingidos para o pagamento de dívidas da sociedade. Pela 
redação anterior, o simples fato de ser sócio de sociedade 
fraudadora autorizava o perdimento de bens para indenização 
dos prejudicados.
Também restaram definidos e bem delimitados o abuso de 
finalidade e a confusão patrimonial, assim como os casos em 
que a personalidade jurídica não pode ser desconsiderada.
A atual definição legal do desvio de finalidade é utilização 
da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e/ou praticar 
atos ilícitos de qualquer natureza.
Para a caracterização da confusão patrimonial, por sua 
vez, é preciso haver a ausência real de separação dos bens dos 
sócios e administradores dos bens da pessoa jurídica e prática 
reiterada de atos que indiquem confusão de obrigações dos 
particulares e da empresa, transferência de ativos que não 
IMPORTANTE
A Medida Provisória n° 881/2019, previa expressamente a 
necessidade da conduta dolosa para configuração do abuso da 
personalidade, o que foi suprimido na Lei n° 13.874 sancionada. 
Mas essa supressão é irrelevante, pois o texto da lei exige o 
propósito, ou seja, o dolo, a vontade livre e consciente de praticar 
o ato abusivo e obter o resultado danoso. A culpa, caracterizada 
pela negligência, imprudência ou imperícia, não autoriza a 
desconsideração da pessoa jurídica.
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Direito Empresarial116
configurem dividendos, e a prática de outros atos que deixem 
clara a ausência de autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
A lei também desautoriza a desconsideração da pessoa 
jurídica pelo simples fato de as empresas integrarem grupo 
econômico, limitando a responsabilidade àquelas que real e 
efetivamente tenham se beneficiado do abuso da personalidade.
Tampouco autoriza a desconsideração da pessoa jurídica 
a simples alteração de finalidade da atividade econômica das 
empresas ou a expansão das atividades empresariais.
O objetivo da alteração na lei foi dar segurança jurídica 
aos sócios e administradores, especificando de forma clara como 
e de que forma os seus bens pessoais podem ser atingidos para 
pagamento de dívidas da sociedade. Porém, por outro lado, 
tornou mais difícil para os credores fazer a prova das condutas 
abusivas das empresas.
A jurisprudência, nos próximos anos, se encarregará 
de equacionar a atual hipossuficiência dos credores frente às 
empresas que praticam condutas abusivas.
Processualmente, a desconsideração da pessoa jurídica 
deve ser pleiteada através de incidente processual, inclusive nos 
juizados especiais, à exceção de quando o pedido for feito na 
inicial. (arts. 133 a 137 e 1.062, CPC).
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir o 
que vimos. Você deve ter aprendido sobre o funcionamento da 
personalidade jurídica.
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Direito Empresarial 117
Recuperação de empresas
Lei de Recuperação e Falência de 
Empresas
A Lei de Recuperação e Falência de Empresas, Lei 
11.101/2005, é uma norma eclética, pois reúne no seu texto 
diretrizes administrativas, civis, processuais e penais, com o 
objetivo de disciplinar recuperações extrajudiciais e judiciais, 
e também a falência do empresário individual e da sociedade 
empresária, lastreada no princípio da preservação da empresa 
e da sua função social, com norte na proteção da atividade 
econômica através da valorização do trabalho humano e da livre 
iniciativa, aliando preservação dos empregos e justiça social à 
recompensa do lucro e saúde da economia nacional, nos termos 
do art. 170, da Constituição Federal.
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre a 
recuperação de empresas. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial118
Nesta linha também o art. 47, da Lei 11.101/2005:
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo 
viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de 
permitir a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dostrabalhadores e dos interesses dos 
credores, promovendo, assim, a preservação da 
empresa, sua função social e o estímulo à atividade 
econômica.
Crises empresariais patrimoniais, econômicas ou 
financeiras podem ter várias razões: má administração, 
desentendimento entre sócios, fenômenos naturais, concorrência 
desleal, falta ou excesso de insumos, diminuição do consumo, 
atraso tecnológico, linha de produção ultrapassada, dentre 
outros.
O objetivo primeiro da Lei 11.101, é ajudar as empresas a 
sanar essas crises para que possam continuar atuando no mercado, 
restringindo a falência aos casos de real impossibilidade de 
recomposição dos ativos empresariais.
Caracteriza-se crise econômica quando a empresa não 
vende produtos e serviços em quantidade que lhe permita pagar 
os seus custos, ensejando inadimplemento eventual, ou seja, 
incapacidade de cumprir obrigações líquidas e certas nos prazos 
corretos. 
A crise financeira é mais grave e ocorre quando o fluxo 
de caixa é insuficiente para o pagamento das obrigações 
empresariais, caracterizando iliquidez e incapacidade provisória 
do devedor para cumprir as obrigações, em que pese a empresa 
possua ativo em quantidade suficiente para quitar dívidas 
vencidas e vincendas.
A crise patrimonial, por sua vez é muito grave e ocorre 
quando o ativo da empresa é inferior ao seu passivo, ou seja, 
quando há insolvência, incapacidade definitiva para o pagamento 
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Direito Empresarial 119
das obrigações, pela falta de bens e direitos suficientes para 
cobri-las.
Atenção: A insolvência civil é a incapacidade econômica e 
financeira de pessoa física para pagar dúvidas por ela contraídas 
e que superam os seus ganhos e o seu patrimônio disponível 
ou penhorável. Ao fim do processo a pessoa física pode se 
recuperar e tornar-se solvente ou, persistindo a inadimplência, 
ser declarada definitivamente insolvente por sentença judicial. 
Por força do art. 1.052 do CPC/2015, até a edição de lei especial 
que regulamente o tema, a insolvência civil continua sendo 
processada e julgada de acordo com os arts. 758 a 786-A do 
CPC/1939.
O endurecimento da desconsideração da pessoa jurídica 
pela Lei 13.874/2019, que também aumentou a rigidez na 
separação patrimonial das empresas e dos empresários, 
limitando responsabilidades, tem por objetivo incentivar o 
empreendedorismo. O empresário pode empenhar-se mais 
e melhor para recuperar a sua empresa sabendo que o seu 
patrimônio pessoal não só responderá pelas dividas societárias 
se provado o abuso de finalidade e a confusão patrimonial.
Pessoas jurídicas na lei 11.101/2005 - LRF
Todas as pessoas jurídicas que desenvolvem atividades 
empresariais estão sob a égide da Lei de Recuperação e Falência 
de Empresas, excetuando as elencadas no art. 2°, em rol não 
exaustivo, já que há outras pessoas jurídicas não sujeitas à 
falência por previsão no Código Civil e em leis especiais.
Diz o art. 2°, da Lei 11.101/2005:
Art. 2° Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia 
mista;
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II – instituição financeira pública ou privada, 
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade operadora 
de plano de assistência à saúde, sociedade 
seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Relembrando, o parágrafo único, do art. 966, do Código 
Civil, especifica que não são empresários “quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com 
o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa”.
Para fins falimentares, porém, é irrelevante que o 
empresário individual ou a sociedade empresária estejam 
regularmente registrados na Junta Comercial. Ou seja, as 
sociedades não personificadas, e mesmo aquelas com alguma 
irregularidade registral, podem ter a sua falência decretada. 
O que a lei lhes veda é o pleito de autofalência, de 
recuperação judicial ou de falência de outro empresário do qual 
sejam credores, pois para isso precisam atender às exigências 
dos arts. 105 e 106, c/c art. 97, da Lei 11.101/2005. 
Só as empresas regularmente registradas na Junta 
Comercial alcançam essas benesses legais.
As atividades rurais, por sua vez, só estão sujeitas à 
recuperação judicial e à falência se o trabalhador rural optar 
por fazer a sua inscrição na Junta Comercial e se equiparar à 
sociedade empresária (arts. 971 e 984, CC). Nada impede, 
porém, que o trabalhador rural devedor pleiteie a declaração 
judicial da sua insolvência civil.
Entretanto, seja por desconhecimento da lei, seja pelo 
preconceito em se autodeclarar devedor, ou ainda pelo alto 
custo processual, a insolvência civil raramente é utilizada 
pelas pessoas físicas devedores, em que pese possa ser uma 
medida extremamente benéfica, por lhes dar tempo e condições 
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favoráveis para renegociar dívidas, preservar o seu patrimônio e 
recuperar sua saúde financeira.
Com relação às cooperativas em geral, há um aparente 
vácuo legal no que diz respeito à possibilidade da recuperação 
judicial ou extrajudicial, já que o instituto não existia em 1976, 
quando sancionada a Lei 5.764, que define a Política Nacional 
de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades 
cooperativas e dá outras providências. E é aparente porque, 
mesmo há muitos anos, o legislador se preocupou em proteger e 
ajudar as cooperativas em dificuldade econômica-financeira a se 
recuperar, em razão da sua importância social.
As cooperativas de crédito, nos termos do art. 2°, não estão 
sob a égide da Lei 11.101/2005, pois todas as instituições que 
têm natureza jurídica de instituição financeira, não-bancária, se 
submetem diretamente à Lei 6.024/74, que trata da intervenção 
e liquidação extrajudicial das instituições financeiras. A Lei 
de Falências é usada apenas subsidiariamente, na omissão da 
Lei 6.024/74. As cooperativas de crédito também estão sob 
fiscalização direta do Banco Central, nos termos do Decreto 
2.321/1987, que prevê um regime de administração especial 
temporária, nas instituições financeiras publicas e privadas não 
federais, à guisa de recuperação.
As cooperativas em geral, por sua vez, não estão sujeitas à 
falência por serem sociedades de pessoas, nos termos do art. 4°, 
da Lei 5.764/1971.
Porém, é importante ressalvar que o art. 76, da Lei n. 
5.764/71, prevê uma espécie de recuperação econômica para as 
cooperativas em geral. Após a publicação da ata da assembleia 
que autoriza a liquidação, com vistas à mantença da integridade 
do sistema cooperativo, a bem do interesse público e para 
facilitar uma eventual recuperação econômica, as cooperativas 
têm moratória de um ano, período no qual ficam suspensas todas 
as ações judiciais contra elas.
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Assim como no caso das cooperativas de crédito, a Lei de 
Recuperação e Falências não se aplica, in totum, às cooperativas 
em geral. Ela é usada apenas de forma subsidiaria, no silêncio 
da lei especial 5.764/71 e no que não afrontar as determinações 
expressas do legislador em normas que lhe digam respeito 
diretamente.
Aspectos processuais relevantes da LRF
A competência para o processo de recuperaçãojudicial ou 
da falência é do juízo da comarca estadual no qual está instalado 
o principal estabelecimento do devedor ou da filial que tenha sede 
no estrangeiro, que também fica prevento para quaisquer outros 
pedidos de recuperação judicial ou de falência, relacionados ao 
mesmo devedor. (art. 3° c/c parágrafo 8°, art. 6°, LRF).
A exceção diz respeito à constrição de bens não abrangidos 
pelo plano de recuperação da empresa, nos termos da Súmula 
480, do STJ, in verbis:
“O juízo da recuperação judicial não é competente 
para decidir sobre a constrição de bens não 
abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.”
Quanto ao curso do prazo prescricional, com o deferimento 
da recuperação judicial ele é suspenso, assim como todas as 
ações e execuções judiciais contra o devedor, à exceção das 
ações ilíquidas, das trabalhistas e das execuções fiscais, cujo 
trâmite, na fase de conhecimento, prossegue normalmente nas 
justiças especializadas (art. 6º e parágrafos 1º, 2º e 7º, LRF).
A suspensão é de no máximo 180 dias, a contar do 
deferimento do processamento da recuperação e, após o seu 
decurso, os credores podem impetrar ou prosseguir com suas 
ações e execuções, independente de novo pronunciamento 
judicial. (parágrafo 4°, art. 6°, LRF).
Atenção: O caput do art. 6° suspende a prescrição, não a 
interrompe. Na suspensão o prazo para e depois volta a correr 
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pelo tempo restante. Na interrupção o prazo para e na volta a 
contagem é reiniciada, como se nunca tivesse corrido antes. 
E, apenas para relembrar, a decadência, perda de um direito 
potestativo, não pode ser suspensa e nem interrompida.
Os créditos alimentares, tanto trabalhistas como honorários 
advocatícios, devem ser habilitados na recuperação e na falência 
em concurso com os demais credores. Um credor individualmente 
considerado, em que pese a relevância da natureza jurídica 
da verba a que tem direito, não pode sobrepor-se a todos os 
interesses envolvidos no processo recuperatório ou falimentar. 
Por esta razão, as ações trabalhistas e outras que tenham caráter 
alimentar, apesar da proteção constitucional de que gozam, 
devem ser julgadas nas Justiças Especializadas e executadas no 
Juízo Universal Falimentar. A própria lei falimentar as coloca 
em patamar superior no momento do pagamento dos créditos.
Imediatamente após a nomeação, o administrador judicial 
precisa providenciar um levantamento contábil de todos os 
créditos e débitos existentes contra o devedor, com base nos 
documentos apresentados pelos credores, livros contáveis, 
documentos comerciais e fiscais da empresa, etc. (art. 7°, LRF).
O balanço deve ser publicado em edital, dando início ao 
prazo de 15 dias para os credores habilitarem eventuais créditos 
não indicados no edital ou apresentarem divergências sobre 
os créditos publicados, em documento no qual conste o nome 
e o endereço do credor, o valor do crédito, comprovantes, etc. 
(parágrafo 1°, art. 7°, c/c art. 9°, LRF).
Apresentadas as habilitações e divergências, o 
administrador judicial deve publicar novo edital com a relação 
consolidada dos credores. (parágrafo 2°, art. 7°, LRF). Eventual 
omissão do Administrador pode ser sanada por determinação 
judicial.
Mesmo após a publicação editalícia da relação consolidada 
de credores, a lei admite a habilitação de credores retardatários, 
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que, entretanto, não gozarão do direito a voto nas deliberações 
da assembleia-geral de credores na recuperação judicial, e sem 
terão direito a rateios na falência. (parágrafos 1° e 2°, art. 10, 
LRF).
O Ministério Público, o próprio devedor e quaisquer 
credores, no prazo de 10 da publicação do edital de publicação 
da relação consolidada, podem impugnar a relação de credores 
alegando ilegitimidade, ausência de crédito, valores divergentes, 
prescrição, etc. (art. 8°, LRF).
As impugnações são autuadas em autos apartados e 
apensas à ação principal. (parágrafo único, art. 13, LRF).
Cabe ressalvar que, na recuperação judicial e na falência, o 
administrador judicial não representa credores, nem devedores. 
Ele é um auxiliar judicial, pessoa física ou jurídica da confiança 
do juiz, nomeado para conduzir os trâmites administrativos 
e fiscalizar a gestão na fase de recuperação, e efetivamente 
administrar o negócio na fase falencial, sozinho ou em concurso 
com auxiliares. (art. 21, LRF).
Essa nomeação trás consigo deveres comuns ou não à 
recuperação e à falência.
a. Comuns: enviar correspondência aos credores; fornecer, 
com presteza, todas as informações pedidas pelos credores 
interessados; dar extratos dos livros do devedor, que merecerão 
fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações 
e impugnações de créditos; exigir dos credores, do devedor ou 
seus administradores quaisquer informações; etc. (art. 22, inciso 
I, letras “a” a “i”, LRF).
b. Específicos na Recuperação Judicial: “fiscalizar as 
atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação 
judicial; requerer a falência no caso de descumprimento de 
obrigação assumida no plano de recuperação; apresentar ao 
juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do 
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devedor; apresentar o relatório sobre a execução do plano de 
recuperação.” (art. 22, inciso II, letras “a” a “d”).
c. Específicos na Falência: avisar, pelo órgão oficial, o lugar 
e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição 
os livros e documentos do falido; examinar a escrituração do 
devedor; relacionar os processos e assumir a representação 
judicial da massa falida; receber e abrir a correspondência 
dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for de interesse 
da massa; etc. (art. 22, inciso III, letras “a” a “r”).
Incorrendo o administrador judicial em desobediência a 
qualquer obrigação legal ou desacato a ordem judicial, o juiz 
ordenará que seja intimado para, no prazo de 05 dias sanar 
a pendência. Decorrido o prazo in albis ou não atendida a 
pendência a contento, o administrador é destituído em decisão 
motivada e justificada e, preferencialmente, no mesmo despacho, 
o juiz “nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar 
as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor”. 
(art. 23 e parágrafo único, LRF).
O administrador também pode livremente renunciar ao 
cargo para o qual foi nomeado (parágrafo 3°, art. 24, c/c inciso 
III, art. 22, LRF), sem perda dos honorários até o momento da 
renúncia.
A remuneração do administrador é fixada pelo juiz, 
inclusive quanto à periodicidade dos pagamentos, mas 40% 
somente são pagos após a apresentação das contas e do relatório 
final. (art. 24, c/c 24, LRF).
É ônus do devedor ou da massa falida o pagamento o 
administrador judicial e das pessoas contratadas para ajudá-lo. 
(art. 25, LRF).
Assim como na renúncia, na destituição o administrador 
recebe proporcionalmente ao trabalho realizado, exceto se 
houver inércia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações 
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previstas na lei, quando perderá o direito a ela. (parágrafo 3°, 
art. 24, LRF).
Comitê de credores
O Comitê de Credores é um órgão facultativo, fiscalizatório 
e de representação dos credores na recuperação judicial e na 
falência, dotado de poderesdecisórios e remunerado com 
eventuais sobras de caixa. 
Ele é um colegiado composto por credores, com 
composição prevista no art. 26, da LRF. 
A formação do comitê supre a necessidade de convocação 
da universalidade de credores na tomada de decisões simples ou 
complexas. 
E, ainda que não haja sobra de caixa nem remuneração, 
isso não a escusa de total empenho no cumprimento das suas 
obrigações fiscalizatórias, sob pena de responsabilidade.
São algumas atribuições do Comitê de Credores, em rol 
não exaustivo: fiscalizar as atividades e examinar as contas do 
administrador judicial, zelar pelo bom andamento do processo e 
pelo cumprimento da lei, comunicar ao juiz eventuais violações 
de direitos ou prejuízo aos interesses dos credores; etc. (art. 27, 
LRF).
IMPORTANTE
A remuneração do administrador judicial e dos seus auxiliares é 
crédito extraconcursal, ou seja, deve ser paga antes de qualquer 
outro pagamento a credores do falido. (art. 25, LRF).
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Não havendo comitê de credores, o administrador judicial, 
e na sua incompatibilidade o juiz, exercerão as atribuições a ele 
conferidas pela lei. (art. 28, LRF).
Tão logo nomeados, administrador e membros do comitê 
de credores são intimados pessoalmente para assinarem, na 
sede do juízo, em 48 horas, um “termo de compromisso de 
bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as 
responsabilidades a ele inerentes”. (art. 33, LRF).
Se o administrador não assinar no prazo, o juiz nomeará 
outro. (art. 34, LRF).
No art. 30, da Lei 11.101, estão elencados os impedimentos 
para o exercício da função de administrador judicial e de membro 
do comitê de credores. 
O caput do art. 30, da LEF, não se aplica no caso de 
renúncia do administrador.
Finalmente, cabe ressalvar que tanto o administrador 
judicial como os membros do comitê respondem pelos prejuízos 
que causarem no exercício das suas atividades por dolo ou culpa. 
(art. 32, LRF).
Assembleia-geral de credores
A assembleia de credores é um colegiado composto 
por credores trabalhistas, acidentários, com garantias reais, 
privilegiados (geral e especial), quirografários, subordinados, 
microempresa ou empresa de pequeno porte do devedor, para, 
soberanamente, cumprir as seguintes atribuições previstas no 
art. 35, da LRF.
É vedado ao juiz mudar as decisões da assembleia, exceto 
nos casos comprovados de fraude ou violação de normas 
cogentes, com destaque para os preceitos de ordem pública.
Quando necessário, o juiz convoca a assembleia-geral de 
credores por edital, com antecedência mínima de 15 dias, nele 
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fazendo constar local, hora e data da realização da assembleia, 
ordem do dia, etc. (art. 36, LRF).
A assembleia é presidida pelo administrador judicial, que 
designará um secretário entre os presentes, e a instalará, em 
primeira convocação, “com a presença de credores titulares de 
mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo 
valor, e, em segunda convocação, com qualquer número”. (caput 
e parágrafo 2°, art. 37, LRF).
O voto de cada credor é proporcional ao seu crédito, exceto 
para a aprovação do plano de recuperação, quando os votos dos 
trabalhadores, microempresários e empresas de pequeno porte 
serão contabilizados unitariamente, sem importar o valor do 
crédito de cada um. (art.38 e parágrafo 2°, art. 45 c/c incisos I e 
IV, art 41, LRF).
Podem participar na assembleia, mas sem direito a voto: 
os sócios do devedor, as sociedades coligadas e controladas, 
aquelas que tenham sócio ou acionista com participação superior 
a 10% (dez por cento) do capital social do devedor ou nas quais 
o devedor ou algum de seus sócios tenham participação superior 
a 10% (dez por cento) do capital social, cônjuge ou parente, 
consanguíneo ou afim, colateral até o 2º grau, ascendente ou 
descendente do devedor, de administrador, do sócio controlador, 
de membro dos conselhos consultivo, fiscal ou semelhantes da 
sociedade devedora, e a sociedade em que quaisquer dessas 
pessoas exerçam essas funções, podem participar na assembleia. 
(art. 43, LRF).
Recuperação judicial
Recuperação judicial é uma tentativa opcional, do 
empresário ou da sociedade empresária em estado pré-falencial, 
para restabelecer a sua saúde econômica-financeira através de 
uma ação judicial.
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Credores, trabalhadores, sindicatos e/ou governo não têm 
legitimidade para pleitear a recuperação judicial de empresas, 
ainda que possuam um maravilhoso e muito bem estruturado 
plano para reorganizá-las e tirá-las do estado pré-falecial.
Este não é, inclusive, o caminho apropriado para todas as 
empresas, pois a reorganização administrativa e produtiva é cara 
e resulta inequivocamente em prejuízo parcial ou total para os 
credores.
Como o repasse dos riscos associados a atrasos nos 
pagamentos é política monetária e de gestão financeira no Brasil, 
a recuperação judicial ou extrajudicial resulta em aumento de 
preços dos produtos e serviços, juros bancários, impostos, etc. A 
conta final é sempre paga pela sociedade em geral. Além disso, 
esse contínuo repassar de custos cria um círculo vicioso que 
prejudica pessoas físicas, empresários e sociedades empresárias 
no curto, médio e longo prazos.
Diante desse quadro, somente o empresário ou sociedade 
empresária com real probabilidade de recuperação deve ter o 
pedido judicial deferido. 
Os demais devem requerer falência. 
As sociedades em comum, de economia mista, cooperativa 
ou simples não têm legitimidade para impetrar Ação de 
Recuperação Judicial justamente porque não podem ter a falência 
decretada. São também carentes de legitimidade as instituições 
financeiras, as integrantes do sistema de distribuição de títulos 
ou valores mobiliários no mercado de capitais e as corretoras 
de câmbio (art. 53, Lei 6.024/74), as seguradoras integrantes 
do Sistema Nacional de Seguros Privados (art.26, Decreto-lei 
n. 73/66) e as operadoras e seguradoras de planos privados de 
assistência à saúde (art. 23, Lei 9.656/98).
Pode requerer a Recuperação Judicial o empresário ou 
sociedade empresária devedora que, no momento da distribuição 
da ação, contar com mais de dois anos de exercício da atividade 
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empresarial e que, cumulativamente: não seja falido, ou tenha 
falência anterior extinta por sentença transitada em julgado; 
não tenha pedido recuperação judicial, ou sendo microempresa 
ou empresa de pequeno porte não tenha obtido concessão 
de recuperação judicial com plano especial nos cinco anos 
anteriores à distribuição da ação; e, não ter sido condenada, nem 
ter administrador ou sócio controlador condenados por crimes 
falimentares. (art. 48, incisos I a IV, LRF).
Ressalvada a preferência dos créditos extraconcursais 
discriminados no art. 84, da LRF (remunerações do administrador 
judicial e auxiliares, créditos pagos por credores da recuperanda, 
custas judiciais e extrajudiciais, obrigações resultantes de atos 
jurídicos válidos), o pagamento dos credores se dá na ordem 
estrita do art. 83 da LRF: trabalhistas até 150 salários mínimos 
por credor e acidentários, seguidos pela garantia real até o 
limite do bem gravado, tributários exceto multas, créditos com 
privilégio especial discriminados em lei (art. 964,CC, com direito 
de retenção, devidos a microempreendedores individuais e das 
microempresas e empresas de pequeno porte, etc.), créditos com 
privilégio geral (art. 965, CC, art. 65, LRF, e outros previstos 
em leis especiais), créditos quirografários, multas diversas e 
créditos subordinados.
Cabe ao autor a demonstração inicial da viabilidade 
do cumprimento dessas obrigações e a condição posterior de 
prosseguimento do negócio, sob pena do plano de recuperação 
ser judicialmente recusado.
O exame da viabilidade é feito pelo critério do risco, 
com base nos níveis do ativo e passivo da empresa, o seu porte 
econômico, o seu tempo de existência e a sua importância social 
no nicho de mercado que ocupa, em especial o número de mão 
de obra que emprega, sem prejuízo de outras características 
importantes e a serem consideradas caso a caso.
Os meios de recuperação judicial da atividade econômica, 
ou seja, algumas providências financeiras, administrativas e 
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jurídicas possíveis, não exaustivas, estão elencadas no art. 50, 
da LRF. 
É ônus do administrador da sociedade empresária, ao 
impetrar a recuperação judicial, informar ao juiz os meios que 
escolheu e que julga aptos e eficazes à restauração econômica-
financeira da recuperanda.
O procedimento judicial da recuperação de empresas se 
divide em três fases muito bem demarcadas: a postulatória, a 
deliberativa e a executiva.
a. Fase Postulatória: tem início com a distribuição da 
inicial da Ação de Recuperação Judicial pelo empresário ou pela 
sociedade empresária. Reiterando: só são legitimados a interpor 
Recuperação Judicial aqueles que podem legitimamente figurar 
no polo passivo de ação de falência.
A recuperanda deve tornar imediatamente acessíveis aos 
credores suas demonstrações contábeis, a fim de que lhes seja 
possível verificar a sua real situação econômica, financeira e 
patrimonial. 
Também em atenção ao princípio da transparência e da 
boa-fé, a recuperanda deve, obrigatoriamente, instruir a petição 
inicial com os atos constitutivos, a procuração e os seguintes 
documentos: (art. 51, I a IX, LEF). 
Na falta ou incompletude de documentos o juiz pode dar 
prazo para que sejam disponibilizados. Decorrido o prazo in 
albis, o juiz extinguirá a ação sem resolução do mérito (art. 317, 
CPC). O autor não poderá propor novamente a ação sem pagar 
ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que tiver 
sido condenado (art. 92, CPC).
Se a inicial estiver instruída corretamente o juiz despachará 
ordenando o processamento do pedido de recuperação judicial, 
nomeará um administrador judicial da sua confiança, determinará 
vista ao Ministério Público, dispensará a apresentação de 
certidões negativas para o exercício das atividades empresariais 
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– exceto no caso de contratação com o Poder Público ou para o 
recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios 
-, determinará a entrega pela recuperanda de demonstrativos 
contáveis mensais durante todo o trâmite processual, ordenará 
a notificação por carta das Fazendas Federal, estaduais em todo 
o Brasil, e municipais onde o devedor tiver estabelecimentos e, 
finalmente, determinará a expedição de edital para publicitar o 
pedido de recuperação.
Importante ressalvar que as ações com pedido de falência 
contra a recuperanda são suspensas pela simples alegação da 
existência da ação de recuperação em preliminar de contestação 
ou em petição simples, mas acompanhadas da prova de 
existência do processo de Recuperação Judicial (art. 95, LRF). 
Essa prova deve ser feita através de certidão do cartório do Juízo 
da Falência.
Decisão concessiva da recuperação judicial não se 
confunde com o despacho inicial de processamento. Neste o 
juiz apenas verifica o pedido vestibular, a legitimidade ativa do 
autor, a regularidade da documentação que a instrui e dá início à 
ação recuperatória (art. 6° e 52, LRF). Aquela é própria da fase 
deliberatória e inicia com a aprovação do plano pelos credores 
reunidos em assembleia, seguida da concessão da recuperação 
por sentença judicial (arts. 57 e 58, caput) ou, excepcionalmente, 
pela concessão forçada da recuperação pelo juiz - Cram Down 
(parágrafo 1°, art. 58, LRF), configurando título executivo 
judicial impugnável pela via do Agravo de Instrumento (art. 59, 
parágrafos 1º e 2°).
b. Fase Deliberatória: O mais importante nesta fase, que 
se inicia com a publicação do despacho de processamento, é a 
apresentação do plano no prazo de 60 dias e a verificação dos 
créditos, seguida da votação do plano de recuperação judicial 
pela assembleia de credores.
Em que pese não seja garantia de recuperação da empresa, 
que sofre diversos fatores extra-autos como inflação, demanda 
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de mercado, fatores concorrenciais, etc., ou até mesmo a má 
gestão durante o processo, todo o trâmite da ação recuperatória, 
e a própria recuperação da empresa, depende da aprovação do 
plano, da sua consistência e viabilidade.
Um plano inócuo é mera formalidade processual e não 
ajuda na recuperação judicial, resultando, a final, na falência da 
empresa com prejuízo para todos os credores.
Além dos meios, há algumas diretrizes que devem ser 
obrigatoriamente observadas no plano: o pagamento do saldo de 
salários até cinco salários mínimos por trabalhador, vencidos na 
da data do pedido de recuperação, em até 30 dias, e a previsão 
do pagamento dos direitos trabalhistas vencidos no prazo de um 
ano; proposta de parcelamento de créditos fiscais (art. 155-A, 
CTN); alienação de bens gravados com hipoteca ou penhor, e a 
supressão ou substituição da garantia real após aprovação pelos 
credores, com ou sem voto do titular da garantia.
Após a aprovação do plano pelos credores o juiz 
homologará a decisão. Porém, se houver votação expressiva, 
mas com quorum insuficiente, o juiz pode, discricionariamente, 
acatar – Cram Down - ou rejeitar o plano.
O Cram Down, um instituto falencial similar ao Crem 
Down americano, parcialmente incorporado ao ordenamento 
pátrio, permite ao juiz ignorar a decisão de rejeição do plano 
de recuperação pela Assembleia-geral de Credores e, a um só 
tempo, lhe dá poderes para, discricionariamente, homologá-lo 
se estiver acorde com as determinações objetivas discriminadas 
nas leis cogentes. (parágrafo 1°, art. 58, LRF).
Cram Down significa, literalmente, “empurrar o plano 
goela abaixo” da maior parte dos credores que integram a 
Assembleia- Geral e não concordam com o proposto pelo 
devedor para a recuperação. 
Em que pese possa parecer excessivamente impositivo, 
e até ditatorial, é um instituto útil, especialmente quando os 
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Direito Empresarial134
credores não se entendem e essa dissonância coloca em risco a 
eventual recuperação da sociedade empresária devedora, com 
prejuízo para o universo de credores e a sociedade em geral.
Também discricionariamente ou em aceitação à 
Assembleia- Geral de Credores, o juiz pode recusar o plano e 
decretar a falência da parte autora.
c. Fase Executória: esta fase inicia com a publicação da 
decisão de concessão da recuperação judicial, no Diário Oficial, 
e dura até dois anos, ou até que se cumpram as metas e obrigações 
previstas no plano. (art. 61, caput, LRF).
Afase executória é o tempo da execução prática do plano 
de recuperação aprovado pelo Juízo, que somente pode ser 
alterado para mantença do reequilíbrio da condição econômica-
financeira da recuperanda, por meio de aditamento votado pela 
assembleia de credores e homologado pelo juiz ou por Cram 
Down. A regra geral é de não alteração do plano e de obediência 
estrita aos meios e obrigações nele previstas. A alteração do 
plano no curso do processo é medida excepcional.
Se a gestão da empresa se afastar do plano, a parte autora 
pode ter a falência decretada a pedido de qualquer um dos 
credores. (art. 61, parágrafo 1°, LRF).
Decretada a falência, os credores são reconstituídos nos seus 
direitos e garantias, nos termos contratados, deduzidos valores 
recebidos a igual título, mantidos os atos válidos praticados no 
decorrer da recuperação judicial. (art. 61, parágrafo 2°, LRF).
O empresário ou a sociedade empresária devedores 
mantém indelével a sua personalidade jurídica durante toda 
a fase executória, podendo contrair obrigações e titularizar 
créditos, mas não alienar ou onerar bens ou direitos, a menos que 
haja previsão no plano e essa alienação seja útil à recuperação. 
Na falta de previsão no plano, excepcionalmente, o juiz pode 
autorizar a venda após ouvir o comitê.
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Direito Empresarial 135
Em atenção ao princípio da publicidade e da moralidade, a 
recuperanda deve incluir no nome empresarial a expressão “em 
recuperação judicial” e usá-la durante toda a fase executória, sob 
pena de responsabilidade civil direta e pessoal do administrador.
A fase executória se encerra pelo cumprimento do plano 
de recuperação no prazo de dois anos, pela manifestação 
de desistência do empresário ou da sociedade empresária, a 
qualquer tempo, sujeita à aprovação da assembleia de credores, 
ou ainda pela decretação da falência.
Microempresas e empresas de pequeno 
porte
A recuperação judicial da microempresa ou empresa de 
pequeno porte possui regras especiais em decorrência da pouca 
complexidade de que se reveste.
A inicial deve conter declaração expressa de apresentação 
do Plano Especial no prazo legal, bem como ser instruída com 
livros e escrituração contábil simplificada. (par. 1°, art. 70, c/c 
2°, art. 51, LRF).
No Plano Especial da ME e da EPP deve constar, 
obrigatoriamente: (art. 71, LRF).
a. eventual proposta de abatimento das dívidas;
b. previsão do pagamento parcelado de todas elas, vencidas 
ou não até a data da distribuição da ação, para pagamento em 
180 dias e em até 36 parcelas mensais iguais e sucessivas, com 
acréscimo de juros pela taxa do Sistema Especial de Liquidação 
e de Custódia – SELIC;
c. o reconhecimento expresso da necessidade de 
autorização do juiz para aumento de despesas ou contratação de 
novos empregados, após oitiva do administrador judicial e do 
Comitê de Credores. 
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Direito Empresarial136
Dívidas trabalhistas e fiscais não entram no plano especial 
e devem ser quitadas.
A suspensão da prescrição alcança somente as ações e 
execuções discriminadas no plano especial (par. 2°, art. 71).
Os credores podem objetar a proposta de parcelamento 
e, neste caso o juiz dará oportunidade ao autor para retificar o 
plano. (parágrafo único, art. 72, c/c art. 55, LRF).
Na falta de retificação, o juiz decidirá o conflito. Porém, se 
mais da metade dos credores apresentarem objeções, a falência 
será decretada.
Dada a singeleza do procedimento e do plano, a assembleia-
geral de credores é dispensável. 
Em apertada síntese, o próprio juiz da causa examina o 
plano e, discricionariamente, após ouvir os credores, determina 
a sua retificação, se estiver em desconformidade com a lei, dá 
prazo para juntada de novos documentos e, a final, o homologa, 
dando início à fase executória, ou o rejeita, decretando de plano 
a falência da micro ou da pequena empresa.
Homologado o plano, os efeitos imediatos da sentença 
homologatória são a suspensão das ações e execuções e a 
novação das obrigações nele discriminadas.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir o que 
vimos. Você deve ter aprendido sobre a recuperação judicial e 
extrajudicial. 
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Direito Empresarial 137
Falência
Compreendendo o significado da falência 
A falência é o reconhecimento judicial da incapacidade 
da empresa em cumprir os seus compromissos econômico-
financeiros, com o afastamento do devedor das atividades 
empresariais e o vencimento antecipado de todas as suas dívidas.
Sobre isso, diz o art. 75, da LRF
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento 
do devedor de suas atividades, visa a preservar e 
otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e 
recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da 
empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá 
aos princípios da celeridade e da economia 
processual.
O início da falência se dá em duas etapas: a primeira, 
objetiva, consiste na arrecadação de todos os bens da falida, 
com exceção dos impenhoráveis, em seu conjunto denominados 
massa falida; e, a segunda, subjetiva, consiste na apuração e 
habilitação dos créditos.
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que 
significa a falência e as suas consequências. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
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Direito Empresarial138
Em princípio, os efeitos da falência atingem somente 
o empresário ou a sociedade empresária falida. Mas a 
desconsideração da pessoa jurídica é possível, nos casos de 
desvio de finalidade ou confusão patrimonial (art. 50, CC).
Decretada a falência, o administrador judicial segue gerindo 
a agora massa falida, permanecendo o juízo falimentar com a 
competência para conhecer todas as ações sobre bens, interesses 
e negócios da falida, com exceção das ações trabalhistas e 
acidentárias. O administrador judicial precisa obrigatoriamente 
ser intimado para proceder à defesa da massa falida em todas as 
ações judiciais em que ela figurar como ré, sob pena de nulidade 
(art. 76 e parágrafo único, LRF).
São naturalmente considerados habilitados na falência 
os créditos remanescentes da recuperação judicial incluídos no 
quadro-geral de credores. (art. 80, LRF).
IMPORTANTE
Decretada a falência das sociedades empresárias com sócios 
solidaria ou ilimitadamente responsáveis, estes sócios também 
são decretados falidos e sofrem os mesmos efeitos jurídicos da 
sociedade empresária falida. Por isso devem ser citados no processo 
de falência para apresentar contestação. São considerados sócios 
falidos, inclusive os retirados voluntariamente ou excluídos da 
sociedade menos de 02 anos antes do arquivamento da alteração 
contratual na Junta Comercial: no caso das sociedades em nome 
coletivo, todos os sócios (art. 1039, CC); na sociedade por 
comandita simples, os sócios comanditados (art. 1.045, CC); 
na sociedade em comandita por ações, o acionista-diretor (art. 
1.091, CC); e na sociedade em comum, ou sociedade irregular, 
todos os sócios (art. 990, CC).
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Direito Empresarial 139
Prescreve em dois anos, a partir do trânsito em julgado da 
sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilidade 
pessoal contra os sócios de responsabilidade limitada, 
controladores e administradores da falida.
RESUMINDO
E então? Gostou do conteúdo? Aprendeu tudo sobre a Dissolução 
das Sociedades? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você certamente aprendeu que dissolução 
de uma sociedade é uma ruptura contratualmente acordada ou 
decretada por sentença judicial, mas que entre o nascimento 
e morte da sociedade empresária muitas modificações podem 
ocorrer na sua constituição social, como fusões, transformação, 
incorporação e cisão, e que tudo isso envolve direito de 
terceiros. Aprendeu que a dissolução de uma empresa não é 
algo simples, que é preciso liquidá-la e dividir ativos e passivos 
entre os sócios, e também que, em épocas de dificuldade, para 
evitar a falência é possível requerer judicialmente a recuperação 
judicial ou fazê-la extrajudicialmente. Aprendeu que as micro e 
pequenas empresas têm normas especiais para a sua recuperação. 
E, finalmente, aprendeu que se a empresa não conseguir se 
recuperar econômica- financeiramente é decretada judicialmente 
a sua falência. Agora você está preparado para seguir adiante e 
prender um pouco mais sobre o Direito Empresarial.
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Direito Empresarial 141
UNIDADE
04
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
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Direito Empresarial142
Da sociedade comercial à sociedade empresarial, o direito 
evoluiu sob o ponto de vista regulatório, na medida em que 
cresceram as demandas mercadológicas e sociais. As relações 
comerciais passaram a exigir regulamentação que favorecesse 
a ampliação das praças de comércio, os comerciantes, os 
consumidores e o fisco. Hoje a legislação brasileira prevê os 
seguintes tipos de sociedades empresariais: a sociedade limitada, 
as sociedades em comandita simples e por ações, a sociedade em 
nome coletivo, e as sociedades por ações. Finalmente, temos as 
cooperativas, que exercem papel importante ao unir trabalhadores 
na conquista de nichos de mercado. Vamos estudar e refletir 
sobre as sociedades empresárias e as suas características, os 
deveres e direitos dos sócios e administradores? Esses são temas 
apaixonantes. Acho que você irá gostar muito deste estudo e terá 
muito sucesso nesse aprendizado. Bom estudo! 
INTRODUÇÃO
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Direito Empresarial 143
1
2
3
4
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Compreender a evolução dos tipos societários;
Identificar os diferentes tipos societários;
Identificar e compreender as responsabilidades e 
deveres dos sócios;
Compreender as características inerentes a cada 
sociedade empresária. 
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
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Direito Empresarial144
Sociedades empresárias
Ao término deste capítulo você vai conhecer as sociedades 
empresárias regulamentadas nas leis brasileiras, em especial a 
evolução da sociedade comercial para a sociedade empresária. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos 
lá. Avante!
OBJETIVO
Da sociedade comercial à sociedade 
empresária
A sociedade com fins lucrativos, latu sensu, é tão antiga 
quanto a história da humanidade.
Os primitivos se uniam para caçar, plantar e trocar, 
otimizando ganhos e aumentando as chances de sobrevivência 
dos grupos humanos, no exato brocardo “a união faz a força”, 
comunhão de esforços que foi sendo aprimorada, ampliada e 
sofisticada ao longo dos séculos.
Paulatinamente, as regras costumeiras se somaram 
regras escritas, a exemplo do Códigos de Hamurabi, do Antigo 
Testamento e do direito grego (emporikái díkai – regras para 
o comércio terrestre). Guerras foram motivadas pelo comércio, 
como as Púnicas, entre 264 a 146 a.C., fruto do desejo de 
dominância dos romanos no mar Mediterrâneo, em que pese o 
direito romano situasse os bens no âmbito dos direitos civis, não 
havendo evidências de um direito comercial autônomo.
Na idade média, em especial da metade do séc. XII até a 
segunda metade do séc. XVI, anos 1150 ao 1700, havia intenso 
comércio na Europa e Ásia, com destaque para as cidades 
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Direito Empresarial 145
italianas, onde imperaram as corporações de ofício, associações 
que regulamentavam as atividades religiosas, econômicas ou 
político-sociais, e as corporações de comerciantes, associações 
que regulamentavam as atividades comerciais -, um avanço 
regulatório importante, considerando que as atividades eram 
desenvolvidas no modelo familiar, lastreadas na affectio 
societatis.
Nesta mesma época, também com base no modelo familiar, 
Maias, Incas e Astecas, mantiveram intrincada e eficiente rede 
comercial, inclusive com transporte de mercadorias e pessoas 
entre o Atlântico e o Pacífico, especialmente nas áreas hoje 
ocupadas pela América Central e México.
Entre 1760 e 1840, entretanto, o boom tecnológico da 
Revolução Industrial começou a mudar o modelo familiar para 
o modelo comercial focado na produção em série.
Sob o império das ideias iluministas francesas do Estado 
Mínimo e do lassez fare (deixar fazer), movimento liberalista 
político-econômico, a iniciativa privada sobrepujou o regime 
estatal totalitarista e as sociedades comerciais adquiriram, 
definitivamente, vertente capitalista, com norte no lucro.
No Brasil, a primeira Carta Régia promulgada por Don 
João VI em 28 de janeiro de 1808, quatro dias após aportar no 
Brasil, abriu os portos e inseriu a então Colônia no comércio 
exterior, dando início a um próspero período comercial.
Em 1850, durante o reinado de Dom Pedro II, foi 
promulgado o Código Comercial de 1850, Lei n° 556, e 
decretado o Processo Comercial, Regulamento n° 737, normas 
que mudaram paradigmas legais, econômicos e sociais, sendo os 
mais importantes:
a. Permissão para mulheres solteiras e viúvas exercerem o 
comércio em nome próprio, sem autorização de pais, filhos 
ou tutores, presumida tácita a autorização marital das 
casadas. Com os homens lutando em 41 guerras entre 1700 
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Direito Empresarial146
e 1850, coube às mulheres assumir os estabelecimentos 
comerciais familiares, criar e manter filhos e agregados. 
A economia da Nação era dependente da força de trabalho 
feminina.
b. Normatização de obrigações e prerrogativas: registro 
de empresas e atos comerciais no Registro do Comércio; 
exigência de escrituração fiscal; mínimo de 25 anos paraa corretagem, proibida a mulheres e estrangeiros; dilação 
da praça de comércio para além do estabelecimento físico; 
concorrência cambial para regulação de preços, etc.;
c. Formalização de direitos e obrigações financeiras e 
civis para fins ou decorrentes de atos comerciais, com 
aplicação subsidiária das leis civis: mandato, contratos de 
mútuo e empréstimos, responsabilidade civil, empreitada, 
obras, locação mercantil, compra e venda, comissão, troca 
ou escambo, fiança, cartas de crédito e abonos, hipoteca e 
penhor mercantis e depósito mercantil;
d. Regulamentação dos atos comerciais dos banqueiros e 
agentes de comércio: condutores de gêneros e transportes, 
trapicheiros e administradores de armazéns de depósito, 
feitores, guarda-livros e caixeiros, agentes de leilões e 
corretores;
e. Reconhecimento e efetivação de diretos e obrigações 
dos sócios, constituição, funcionamento, dissolução, 
liquidação, extinção e quebra de companhias e sociedades 
comerciais de capital ou trabalho por quotas de participação, 
anônimas, em comandita, em nome coletivo ou com firma, 
de capital e indústria;
f. Normatização dos títulos de crédito: letras de câmbio, 
notas promissórias e créditos mercantis; e
g. Regulamentação do comércio marítimo.
Um simples correr de olhos pelo Código Comercial, que 
reuniu regras e costumes já sedimentados, comprova práticas 
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Direito Empresarial 147
comerciais intensas e a existência de vários tipos de sociedades 
empresariais no Brasil, por 152 anos lastreadas na honra, na 
verdade, no cumprimento da palavra empenhada e em muitas leis 
espaças que foram surgindo para suprir exigências comerciais e 
empresariais, até a entrada em vigência do Código Civil, em 11 
de janeiro de 2003.
Na segunda metade do século XX, o conceito de 
empresa mudou profundamente. Extrapolou a intermediação 
de mercadorias, no atacado ou no varejo, e atingiu status de 
atividade especializada, assentada em princípios técnicos, leis 
econômicas e concorrenciais, que se entrelaçam a outras ciências 
como administração de empresas, direito, psicologia, finanças, 
contabilidade, etc.
No Brasil, o legislador constitucional optou por manter a 
autonomia do Direito Comercial, separando-o do Direito Civil 
ao tratar da competência exclusiva da União para legislar sobre 
essas matérias. (art. 22, I, CF). Por outro lado, ao assentar a 
atividade econômica e financeira na “valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa” como meio de “assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça social” o 
legislador abandonou a Teoria do Ato de Comércio, focada no 
ato mercantil como centro das atividades societárias, e adotou 
a Teoria da Empresa, que regula holisticamente o exercício da 
atividade econômica empresarial. (art.170, CF).
A doutrina majoritária adotou a denominação Direito Empresarial 
para destacar a Teoria da Empresa em substituição à antiga Teoria 
do Ato do Comércio. Porém, isso não significa a extinção do Direito 
Comercial e das leis esparsas que regulamentam a matéria.
IMPORTANTE
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Direito Empresarial148
Teoria do Ato do Comércio e Direito Comercial não são 
sinônimos.
A segunda parte do Código Comercial, Lei 556/1850, 
que regulamenta o comércio marítimo segue vigente. Somente 
a primeira parte do Código Comercial foi revogada pelo atual 
Código Civil de 2002, e é hoje regida pela Teoria da Empresa. O 
próprio Código Civil prevê, no art. 2.037, que: 
Salvo disposição em contrário, aplicam-se 
aos empresários e sociedades empresárias as 
disposições de lei não revogadas por este Código, 
referentes a comerciantes, ou a sociedades 
comerciais, bem como a atividades mercantis.
A adoção da Teoria da Empresa pelo Código Civil mudou 
profundamente os direitos e obrigações dos empresários e 
das sociedades empresárias, inclusive na sua relação com 
stakeholders, com outras ciências e com as externalidades - 
efeitos positivos e negativos das atividades comerciais sobre a 
sociedade em geral -, o bem estar social e, em última instância, 
a dignidade da pessoa humana.
A empresa passou a ser vista como um fenômeno 
econômico-social, a partir de um perfil poliédrico composto 
pelo empresário, aquele que “exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens 
ou de serviços” (art. 966, CC), pela força produtiva organizada 
da empresa, pelo patrimônio empresarial (ativo e passivo) e pelo 
capital humano e seu perfil corporativo social.
Em que pese transferida para o Código Civil, a atividade 
comercial-empresarial está prevista em título próprio, Parte 
Especial, Livro II, e é um conjunto regras específicas, dirigidas 
pontualmente para a disciplina da atividade comercial econômica.
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Direito Empresarial 149
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos apresentar o que vimos. Você 
deve ter aprendido como se deu a evolução da sociedade comercial 
para a empresária. Também foi apresentado aos aspectos históricos 
importantes dessa evolução. Por fim, soube quais as legislações 
nortearam as atividades comerciais em nosso país a partir do século 
XIX com Dom Pedro II até a adoção da Teoria da Empresa pelo 
Código Civil que mudou profundamente os direitos e obrigações 
dos empresários e das sociedades empresárias.
RESUMINDO
Sociedades personificadas
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona as sociedades personificadas e os tipos societários: 
sociedade limitada e sociedade em comandita simples. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. 
Avante!
OBJETIVO
Classificação das sociedades personificadas
As Sociedades personificadas são aquelas que possuem 
personalidade jurídica própria, independente dos sócios, 
acionistas ou cooperativados.
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Direito Empresarial150
Elas se subdividem em: Sociedade Simples Pura, Sociedade 
Limitada, Sociedade Anônima, Sociedade em Nome Coletivo, 
Sociedade em Comandita Simples, Sociedade em Comandita 
por Ações e Sociedade Cooperativa.
Figura 1 
Fonte: Pixabay
 Sociedades simples
Na vigência do Código Civil de 1916, as Sociedades 
Simples – SS eram chamadas Sociedades Civis – SC.
A expressão sociedade civil foi usada pela primeira vez por 
Adam Ferguson, na obra Ensaio sobre a História da Sociedade 
Civil, em 1767, para descrever a sociedade capitalista à época. 
Para Ferguson, a sociedade civil de pessoas deu origem às 
sociedades civis comerciais naturalmente, numa conjunção de 
talentos, vigor e sabedoria, tanto na arte da persuasão, como no 
exercício do poder.
Hoje, a sociedade simples se diferencia das sociedades 
empresárias pela dependência intrínseca da atuação dos sócios 
para o exercício da atividade econômica. Em contraposição, na 
sociedade empresária prevalece a organização empresarial.
Outra diferença importante é o tipo de registro ao qual 
estão legalmente submetidas. A sociedade simples tem os seus 
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Direito Empresarial 151
atos constitutivos registrados no Registro Civil dasPessoas 
Jurídicas, enquanto a sociedade empresária tem os seus atos 
constitutivos registrados nas Juntas Comerciais.
Os atos constitutivos de sucursais, filiais ou agências 
das sociedades simples estabelecidas na mesma circunscrição 
da sede, devem ser averbados junto ao seu registro. Se elas 
estiverem estabelecidas em circunscrição distinta da sede, os 
atos constitutivos devem ser registrados na circunscrição do 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas onde estão fisicamente. 
Nos dois casos, o pedido deve estar acompanhado da prova de 
inscrição da sociedade originária.
São registradas no Registro Civil as Pessoas Jurídicas 
discriminadas no art. 44, do Código Civil (associações, 
sociedades simples puras, fundações, organizações religiosas, 
partidos políticos e empresas individuais de responsabilidade 
limitada – EIRELI) e no art. 8°, da Lei 5.250/67 (jornais e 
periódicos, oficinas impressoras, empresas de radiodifusão e 
empresas agenciadoras de notícias).
As sociedades simples se subdividem em:
a. sociedade simples pura ou sociedade simples 
propriamente dita: são aquelas que não adotam nenhum 
tipo societário específico e seguem as regras dos arts. 997 
a 1.038 do Código Civil.
O tipo de responsabilidade subsidiária, nestas sociedades, 
é de livre escolha dos sócios, podendo ser limitada ou 
ilimitada, conforme declarado no ato constitutivo (inciso 
VIII, art. 997, CC). Se os sócios optam pela subsidiariedade, 
a responsabilidade é ilimitada. Ao revés, se optam pela 
inexistência de responsabilidade subsidiária, ela será 
limitada.
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Direito Empresarial152
Como a solidariedade advém da lei ou do contrato, essa 
escolha é prerrogativa dos sócios na ausência de previsão 
legal.
b. sociedades de natureza simples: são aquelas que 
adotam algum tipo societário simples: sociedade limitada, 
sociedade em nome coletivo ou a sociedade em comandita 
simples. (art. 1.039 a 1.092, CC).
Sociedade limitada
Não há consenso entre os doutrinadores sobre o país de 
origem e nem a data de criação da Sociedade por Quotas de 
Responsabilidade Limitada, como era denominada no século 
XIX. 
Em 1857, a Inglaterra regulou a “limited by guarantee”, 
que restringia a responsabilidade dos sócios à quantidade das 
ações que possuíam.
A França, em 28 de maio de 1863, legalizou a societé à 
responsabilité limitée, e a Alemanha fez o mesmo em 20 de abril 
de 1892, ao promulgar a Lei Gsellschaften mit beschraenkter 
Haftung (Lei da Sociedade de Responsabilidade Limitada), 
modelos normativos imediata e amplamente adotados no meio 
comercial europeu e nas Américas.
Esse tipo societário foi incorporado à legislação brasileira 
pelo Decreto 3.708/1919, e passou a ser o favorito dos 
empresários brasileiros pela contratualidade e pela limitação da 
responsabilidade dos sócios.
Atualmente, a Sociedade Limitada está regulamentada 
nos artigos 1.052 a 1.087, do Código Civil, aplicando-se lhe 
subsidiariamente as regras das sociedades simples (art. 997 
a 1.038, CC), a Lei das Sociedades Anônimas – LSA (Lei 
6.404/1976), a analogia e outras normas esparsas. Exemplo 
são as regras de desempate nas decisões sociais por maioria. 
(parágrafo 2°, art. 1.010, CC)
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Direito Empresarial 153
Inexiste óbice legal para o uso da Lei das Sociedades 
Anônimas como legislação subsidiária, desde que os sócios 
incluam a opção no contrato social. Exemplo é o desempate 
nas decisões societárias com três ou mais sócios. Ao invés da 
solução por maioria de votos, regra da sociedade simples (art. 
1.010, CC), pode-se aplicar as regras do parágrafo 2°, do art. 
129, da LSA, c/c o inciso III, do art. 1.078, do Código Civil, que 
submete a divergência a uma nova assembleia, em até 60 dias e, 
persistindo discordância, ao Judiciário.
A opção pela aplicação subsidiária das normas das 
sociedades simples ou das sociedades anônimas determina 
a regência supletiva (art. 1.053, CC). O problema é que essa 
escolha cria duas subespécies de sociedade limitada, uma 
regida pelas regras da sociedade simples e outra pelas regras da 
sociedade anônima, ambas com lacunas legais somente supridas 
pela aplicação subsidiária de outras normas ou pela analogia.
Como a natureza da constituição determina a da dissolução, 
a sociedade limitada só pode ser dissolvida pelas regras do 
Código Civil, independente da escolha dos sócios quanto à 
legislação a ser aplicada subsidiariamente. (arts. 1.033 a 1.038 e 
1.102 a 1.112, CC)
Esse tipo societário pode ser definido como uma sociedade 
empresarial de natureza contratual, constituída por um ou mais 
sócios, com capital social divido em quotas, responsabilidade 
de cada sócio perante terceiros restrita ao valor das quotas por 
ele subscritas e solidária integral entre os sócios com relação à 
integralização do capital social, respeitado o direito de regresso. 
(art. 1.052 c/c art. 312, CC) 
Responsabilidade limitada, por sua vez, é a obrigação 
individual dos sócios de pagar, com o seu patrimônio pessoal 
passível de penhora e até o valor total das quotas por eles 
subscritas, as dívidas contraídas pela sociedade que excedam o 
ativo.
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Direito Empresarial154
Se a sociedade tiver passivo que ultrapasse o limite 
patrimonial penhorável dos sócios sobre as quotas subscritas, 
os credores amargam o prejuízo. Ou seja, se a limitação da 
responsabilidade salvaguarda o patrimônio pessoal dos sócios 
e estimula o empreendedorismo, também aumenta a exigência 
de garantias para segurança do investimento dos credores (aval, 
fiança, seguros, etc.), o que, a final, onera os produtos pela 
inserção da taxa de risco no preço.
Os sócios só têm responsabilidade sobre o capital subscrito e não 
integralizado. Se o valor subscrito for totalmente integralizado em 
bens, os sócios não têm nenhuma responsabilidade sobre as dívidas 
da sociedade empresária e não respondem com o seu patrimônio 
pessoal. O prejuízo é totalmente suportado pelos credores. 
IMPORTANTE
Excepcionam a limitação e impõem responsabilidade 
subsidiária integral dos sócios pelas obrigações societárias, 
independente da integralização: a fraude legal e contratual (art. 
1.080, CC); a sociedade marital, inclusive se registrada em 
afronta ao art. 977, do Código Civil; o abuso da personalidade 
jurídica (art.50, CC); e, pelo sócio retirante, obrigações 
trabalhistas contraídas durante a sociedade até dois anos após 
a averbação da modificação contratual (art. 10-A, CLT), exceto 
se houver fraude na alteração, quando a responsabilidade é 
solidária (parágrafo único, art. 10-A, CLT).
Na Sociedade Limitada, a administração pelos sócios 
independe de previsão contratual e é, costumeiramente e 
quase sempre, conjunta e consensual, caracterizada pela 
affectio societatis e pelo esforço mútuo, em que pese não haja 
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Direito Empresarial 155
impedimento legal para o exercício da administração por não 
sócios, se nomeados e destituídos por decisão majoritária, com 
expressa autorização no contrato ou em aditamentos contratuais.
Os administradores gerem a sociedade por prazo 
determinado ou indeterminado e devem ser nomeados no 
contrato ou aditamento social registrado na Junta Comercial, 
com estipulação expressa do início, fim ou interregno para 
o exercício dos atos de administração. Atos de condução, 
recondução e cessaçãodo exercício do cargo de administrador 
também devem ser registrados na Junta Comercial.
Os atos de renúncia devem ser feitos por escrito e têm 
efeito imediato entre os sócios. Porém, perante terceiros só 
têm efeito após arquivados na Junta Comercial e publicados no 
Diário Oficial.
Os atos de gestão e decisões administrativas são livres, 
exceto se houver formalidades previstas em lei, tais como: 
constituição, dissolução e liquidação das sociedades; operações 
societárias (transformação, incorporação, fusão, cisão e 
incorporação de ações); nomeação, remuneração e destituição de 
administradores; votação anual das contas; alteração do contrato 
social; expulsão de sócio (art. 1.085, CC), etc.
Como o sócio com maior número de quotas subscritas, o 
denominado “sócio majoritário”, tem maior poder de decisão, a 
lei estabeleceu regras e quórum deliberativo para resguardar os 
interesses dos sócios com menor número de quotas, os “sócios 
minoritários”. São elas:
a. unanimidade para designar administrador não sócio 
antes da integralização do capital e mínimo de dois terços 
após a integralização (art. 1.061, CC); 
b. dois terços para destituir administrador sócio nomeado 
no contrato social, no silêncio do contrato social (art. 
1.063, § 1º, CC);
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Direito Empresarial156
c. três quartos para mudar o capital social e para decidir 
sobre incorporação, fusão e dissolução da sociedade ou 
cessação do estado de liquidação (art. 1.076, I, c/c art. 
1.071, V e VI, CC); 
d. mais da metade do capital social, para designar e 
substituir administrador sócio ou não sócio em ato separado 
do contrato social, destituir administradores, estabelecer 
a forma da sua remuneração na ausência de previsão 
contratual, e decidir sobre o pedido de recuperação judicial 
(art. 1.076, II, III, c/c art. 1.071, II a IV e VIII, CC);
e. maioria dos sócios com mais de metade do capital, 
para expulsar sócio minoritário, se permitido no contrato 
social, exceto nas sociedades com até dois sócios (art. 
1.085, CC);
f. mais da metade dos presentes em assembleia ou 
reunião para aprovação das contas dos administradores, e 
para nomeação e destituição de liquidantes e/ou julgamento 
das suas contas (1.076, III, c/c art. 1.071, I e VII, CC).
Nas sociedades com dois sócios é desnecessária a reunião 
para a exclusão de um deles. (parágrafo único, art. 1.085, CC)
Tampouco é preciso assembleia ou reunião nas sociedades 
limitadas microempresárias ou de pequeno porte para 
deliberações administrativas, exceto no caso de expulsão de 
sócio minoritário quando é legalmente exigida e com quórum 
majoritário dos sócios detentores de mais da metade do capital 
social. (art. 70, LC 123/2006)
A prestação de contas anual, com balanço contábil e 
resultados, é obrigatória para os administradores e deve ser 
apresentada aos sócios na forma prevista no contrato social ou 
em assembleia, no prazo máximo de quatro meses após o fim do 
exercício social.
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Direito Empresarial 157
Exercício social é o período de 12 meses que serve de base 
para a elaboração dos demonstrativos contábeis, com a finalidade 
de apurar o resultado operacional e atualizar o patrimônio (ativo 
e passivo).
Nas sociedades limitadas de grande porte é comum a 
inserção no contrato social de regras para a instalação e o 
funcionamento de um conselho fiscal, composto por no mínimo 
três membros efetivos e três suplentes, sócios ou não, escolhidos 
por maioria, conforme regras contratuais ou em assembleia, para 
dar confiabilidade à administração e facilitar a fiscalização das 
contas pelos sócios minoritários.
São impedidos de participar no conselho fiscal cônjuges 
e parentes até terceiro grau, administradores e empregados 
da sociedade empresária, de filial ou estabelecimento por ela 
controlado, para a garantia de isenção na fiscalização das contas.
Os sócios minoritários que discordarem da escolha 
dos membros fiscais escolhidos pela maioria, podem eleger 
separadamente um membro e um suplente, desde que juntos 
tenham, no mínimo, um quinto do capital social. Já os sócios 
com vinte por cento ou mais do capital social podem escolher 
individualmente um representante para o conselho fiscal.
Os membros escolhidos pelos sócios minoritários somam-
se aos escolhidos pelos sócios majoritários.
O Conselho Fiscal, por sua vez, pode contratar contadores 
para auxiliar no exame dos livros contábeis, mas a remuneração 
do profissional deve ser aprovada em assembleia.
As sociedades limitadas de grande porte devem manter 
a mesma escrituração contábil das sociedades anônimas. 
(parágrafo único, art. 3°, Lei n. 11.638/2007 c/c arts. 176 a 186, 
LSA).
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Direito Empresarial158
Sociedade em nome coletivo
Também denominada sociedade ilimitada, sociedade de 
responsabilidade ilimitada ou sociedade geral, a sociedade em 
nome coletivo, como é expressamente nominada na lei brasileira, 
está regulamentada nos arts. 1.039 ao 1.044, do Código Civil. E, 
na falta de regras específicas, aplica-se a ela as regras gerais 
contidas nos arts. 997 ao 1.038, do Código Civil.
Sua origem remonta à Idade Média, à região hoje ocupada 
pela Itália, e ao modelo essencialmente familiar, lastreado na 
affectio societatis.
Herdeiros de grandes fortunas, para evitar a perda de valor 
dos bens do espólio pela divisão, os deixavam em uma espécie 
de condomínio comercial gerido por um dos sócios, responsável 
direto pela administração do negócio e/ou dos bens móveis, 
imóveis e semoventes, bem como pela divisão de lucros e perdas.
Como sinal de identidade e sinônimo de honradez, 
confiabilidade e poder, bem como para publicitar a condição 
de empresa familiar, esse tipo de condomínio societário era 
designado pelo nome dos sócios ou da família (Antonio Pietro 
& José Pietro, Pietro & Filhos, etc.).
Ao longo do tempo a característica familiar da Sociedade 
em Nome Coletivo mudou, passando a agregar pessoas estranhas 
ao núcleo íntimo dos sócios, unidas não pela affectio societatis, 
mas por um contrato social em prol unicamente de um objetivo 
econômico comum: o lucro.
Hoje é um tipo empresarial raro, que deve desaparecer 
pelo desuso, sobretudo pela responsabilidade ilimitada. (art. 
1.023 e 1.024, CC).
Pela natureza personalíssima, somente pessoas físicas 
podem ser sócios neste tipo de sociedade empresária e os 
sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas dívidas 
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Direito Empresarial 159
da sociedade perante terceiros (art. 1.039, CC), em que pese 
inexista impedimento legal para que, por acordo unânime, os 
sócios delimitem a responsabilidade subsidiária de cada um com 
relação aos demais.
Também é opção dos sócios o tipo de sociedade, simples, 
registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, ou empresária, 
registrada na Junta Comercial. 
Essa escolha, porém, é muito importante, pois determina 
a forma pela qual a Sociedade em Nome Coletivo poderá ser 
dissolvida. Se simples, ela se dissolve por qualquer dos motivos 
contidos nos incisos do art. 1.033 do Código Civil. Se empresária 
ela pode ser extinta também pela falência, nos termos da Lei 
11.101/2015. (art. 1.044, CC).
O contrato social segue as regras gerais previstas no 
Código Civil: qualificação dos sócios e da própria sociedade, 
delimitação do capital, número, valor e forma de integralizaçãodas quotas sociais, direitos e obrigações dos sócios e do 
administrador, divisão de perdas e lucro (art. 997, CC), o nome 
social (art. 1.041, in fine, CC) e os limites para o uso da firma 
(art. 1.042, CC).
Na condição de sociedade intuitu personae, a administração 
e a tomada de decisões administrativas são vedadas a terceiros 
e somente podem ser exercidas por um ou mais sócios, em 
conjunto ou separadamente, independente do percentual na 
participação societária, aplicando-se lhes as regras gerais da 
responsabilidade civil, o dever de prestar contas, a fiscalização 
dos atos pelos demais sócios, etc.
Quanto à forma de exercício da administração, ela pode ser 
coletiva, conjunta, simultânea ou sucessiva, conforme queiram 
os sócios, mas, regra geral, na Sociedade em Nome Coletivo as 
decisões são tomadas coletivamente, prevalecendo a decisão da 
maioria. (art. 1.010, CC).
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Direito Empresarial160
A contratação de gerentes, para cuidar das atividades 
empresariais diárias rotineiras, na sede ou em outros 
estabelecimentos da sociedade é legalmente permitida.
Quanto à cessão de quotas, a regra geral prevê a 
possibilidade por decisão unânime dos sócios. Mas não há óbice 
legal para inserção no contrato social de regras e condições para 
cessão e circulação das quotas, prevalecendo o avençado sobre 
a regra geral.
Em que pese a Sociedade em Nome Coletivo seja uma sociedade 
simples, fundada na affectio societatis e com natureza personalíssima, 
na atualidade esses conceitos são vistos de forma ampla, como 
um dever comportamental lastreado nos princípios da boa-fé, da 
proporcionalidade e da razoabilidade, bem como na função social 
do contrato, assentado sob quatro pilares: a lei, o contrato social, os 
usos e costumes societários e a equidade.
IMPORTANTE
Sendo assim, a regra geral que regulamenta a atuação dos 
sócios (art. 1.002, CC) é mitigada pelos usos e costumes sociais 
que a sociedade em nome coletivo formalmente adotar.
Quanto aos bens, ainda que a sociedade tenha patrimônio 
próprio totalmente integralizado, os sócios têm responsabilidade 
solidária ilimitada para com a sociedade e responsabilidade 
subsidiária entre eles (art. 1.039, CC).
A desconsideração da pessoa jurídica é desnecessária 
na cobrança de dívidas desse tipo de sociedade em razão 
da responsabilidade ilimitada dos sócios, imediatamente 
substitutiva, e cujos bens penhoráveis podem ser alcançados 
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Direito Empresarial 161
IMPORTANTE
assim que comprovada a insuficiência de créditos da sociedade 
em ação de execução. (art. 1.023 e 1.024, CC).
Qualquer sócio que honrar a dívida da sociedade terá direito 
de regresso contra a própria sociedade, pela totalidade do que 
pagou, e contra os demais sócios na proporção contratualmente 
avençada para a responsabilidade e a participação de cada um 
nas perdas.
Perante terceiros a responsabilidade é sempre solidária 
e todos os sócios, inclusive os admitidos na sociedade após 
a constituição da dívida, são igualmente responsáveis pela 
obrigação. (art. 1.025, CC).
A premissa da solidariedade perante terceiros, não se aplica na 
subsidiariedade. O sócio recém-admitido não é responsável, 
em eventual ação de regresso movida pelos sócios antigos para 
ressarcimento por quitação de dívida existente antes da sua 
integração na sociedade. Porém, se foi ele a quitá-la, poderá exigir a 
totalidade do que pagou dos demais sócios antigos. (art. 1.007, CC).
O sócio que se retira da sociedade em dissolução parcial 
tem responsabilidade residual, exceto se morto, quando ela 
alcança o valor do espólio, já que a responsabilidade não se 
estende aos herdeiros. (art. 1.032, CC).
Na insuficiência de bens da sociedade e dos sócios para 
a quitação das obrigações, o credor pode pedir a falência da 
sociedade em nome coletivo, se empresária, ou a declaração da 
insolvência, se simples.
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Direito Empresarial162
As quotas sociais podem ser objeto de penhora, desde que 
não haja prejuízo para a affectio societatis (art. 1.026 e parágrafo 
único, e art. 1.030, CC), mas é vedado ao credor particular de 
um dos sócios pedir a liquidação da quota do devedor antes da 
dissolução da sociedade, exceto em caso de prorrogação tácita 
ou contratual que tenha sido objeto de oposição pelo credor, 
aceita judicialmente no prazo dilatório de 90 dias. (art. 1.043 c/c 
art. 1.033, I, CC).
Em decorrência da solidariedade, a falência ou a 
insolvência da sociedade empresária implica na falência ou 
insolvência também dos sócios. (art. 81, Lei 11.101/05).
Falecido algum sócio, silente o contrato social aplica-se a 
regra geral do art. 1.028, do Código Civil.
São impenhoráveis o único imóvel usado para residência 
do sócio e família (art. 1°, Lei 8.009/90) e os bens elencados no 
art. 833, do Código de Processo Civil, a saber. 
Sociedade em comandita simples
Em latim, o presente ativo do verbo commendāre, infinitivo 
de commendō (ou comandare no latim vulgar) se traduz como 
empréstimo.
As fontes e relatos históricos divergem, mas em linhas 
gerais a Sociedades em Comandita, Contrat de Command, 
ou contrato de encomendas, remonta às cidades italianas e ao 
comércio marítimo da Idade Média, nos séculos X e XI d.C.
O Contrat de Command era uma espécie de contrato de 
parceria “criativa” para “driblar” uma proibição de cobrança 
de juros sobre empréstimos marítimos. O financiador-parceiro 
contribuía em dinheiro para cobrir custos da viagem e o capitão 
fornecia o navio para o transporte de bens de terceiros, com 
divisão do lucro do transporte no final das viagens. Em caso 
de perdas, o financiador respondia somente até o limite da sua 
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Direito Empresarial 163
contribuição para a parceria ou, em parâmetros atuais, tinha 
responsabilidade limitada até o valor investido.
Nos dias atuais, comanditar significa investir dinheiro, 
ou fundos, numa sociedade, simples ou empresária, sob a 
administração de terceiros.
A sociedade em comandita simples está regulamentada nos 
arts. 1.045 a 1.051, do Código Civil. Havendo lacuna, aplicam-
se as regras para as Sociedades em Nome Coletivo e para a 
Sociedade Simples, respectivamente. (art. 1.046 e 1.040, CC).
Esta sociedade caracteriza-se pela dualidade de sócios: 
de um lado, um ou mais investidores “comanditários” que 
aplicam “comandita” (recursos), em fundos de uma sociedade 
em comandita; e, de outro lado, um ou mais administradores 
“comanditados”, que recebem a “comandita” com o dever de 
bem administrá-la. (1.045, CC).
O sócio investidor-comanditário não pode ser 
administrador, mas pode ser constituído procurador pela 
sociedade, com poderes especiais e para fins específicos, ou 
seja, para resolver pendência determinada. (parágrafo único, art. 
1.047, CC).
O contrato social além de atender às exigências do art. 
997, do Código Civil, deve conter expressamente a qualificação 
completa do comanditário, pessoa física ou jurídica, a sua condição 
de investidor responsável pela integralização da totalidade 
do capital, a qualificação do comanditado, obrigatoriamente 
pessoa física, e sua designação como administrador do capital e 
responsável pela gestão da sociedade. (art. 1.039, CC).
O incapaz pode ser comanditário, pois os seus bens estão 
protegidos (art. 974, CC), mas não podem ser comanditados, 
já que lhesfalta capacidade civil para exercer os atos de 
administração obrigatórios.
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Direito Empresarial164
Qualquer alteração contratual deve aprovada pelos sócios 
unanimemente, exceto se houver previsão diversa no contrato 
social. (art. 999, CC).
A administração simultânea de dois ou mais comanditados 
é permitida (art. 1.013, CC) e os seus direitos e obrigações são 
equivalentes aos dos sócios nas sociedades em nome coletivo. 
(parágrafo único, art. 1.046, CC).
Os sócios comanditados que forem demandados por 
credores podem lançar mão do “benefício de ordem”, ou seja, 
podem pedir ao juiz que a constrição recaia primeiro sobre os 
bens da sociedade, e que, somente após comprovada nos autos 
da execução a insuficiência de bens societários suficientes para a 
quitação das obrigações, ela atinja os seus bens pessoais.
Havendo mais de um sócio comanditado (administrador), 
o credor pode exigir o cumprimento das obrigações de qualquer 
deles, total ou parcialmente, respeitado o direito de regresso do 
sócio pagador contra os demais, na proporção das suas quotas ou 
conforme acordado no contrato social. (art. 1.045 c/c art. 1.023, 
e art. 1.039, CC).
Sócios recém-admitidos também respondem 
solidariamente perante terceiros pelos débitos constituídos antes 
da sua entrada, mas pode reaver integralmente, dos demais 
sócios, em ação regressiva, o que pagou em nome da sociedade 
insolvente. (art. 1.025, CC).
Na falta de quitação integral da obrigação é faculdade do credor 
pedir judicialmente a insolvência da sociedade simples, registrada 
no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, ou a falência da 
sociedade empresária, com registro na Junta Comercial.
IMPORTANTE
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Direito Empresarial 165
Como os bens dos sócios comanditários respondem 
limitadamente, a insolvência ou a falência não os alcançam 
enquanto pessoas físicas. Porém, a responsabilidade é ilimitada 
e a insolvência ou falência pessoal os alcança na falta de 
integralização completa do capital social subscrito, ressalvada 
a impenhorabilidade do único imóvel residência da família e os 
bens discriminados no art. 833 do CPC.
Na dissolução parcial com retirada do sócio comanditário 
por morte, retirada motivada ou imotivada (art. 1.029, CC) ou 
exclusão do quadro societário (art. 1.030, CC), o sócio retirante 
ou seus herdeiros respondem pelas dívidas perante terceiros no 
limite do seu investimento.
O sócio comanditado e seus herdeiros, porém, não se 
eximem da responsabilidade por obrigações anteriores à morte, 
retirada ou expulsão, pelo prazo decadencial de dois anos 
contados da averbação da alteração contratual. (art 1.048, CC) 
Como a responsabilidade é ilimitada, atinge a totalidade do 
patrimônio pessoal, inclusive os bens adquiridos após a retirada, 
ressalvados os bens impenhoráveis. Os herdeiros, entretanto, 
respondem apenas até o limite da herança, não se estendendo a 
solidariedade aos seus bens pessoais. (art. 1.792, CC).
O comanditado também tem responsabilidade residual 
subsidiária, não extensiva aos herdeiros. (art. 1.032, CC).
O princípio da boa-fé alcança o sócio comanditário, 
que não é obrigado a repor lucros recebidos de acordo com o 
balanço. Entretanto, na hipótese de fraude, somente ocorrerá 
nova distribuição de lucro após a reintegração do capital social. 
(art. 1.049, CC).
Como a sociedade em comandita, simples ou empresária, é 
intuitu personae na falta de previsão contrária no contrato social, 
a transferência de quotas deve ter a concordância unânime dos 
sócios. (arts. 1.002 e 1.003 c/c 1.027 e 1.028, CC).
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Direito Empresarial166
Na sucessão hereditária, porém, a regra geral é a 
transferência das quotas dos sócios comanditários para os 
herdeiros. (art. 1.050, CC).
A dissolução societária se dá pelas causas comuns (art. 
1.044, CC) e quando há unicidade de categoria, ou seja, quando 
a sociedade passa a ter somente um sócio comanditário ou 
comanditado e não há recomposição societária no prazo de 180 
dias exigidos em lei. (art. 1.051, inciso II, CC) Se restar apenas 
um sócio comanditário, impedido por lei de exercer atos de 
administração, caso do incapaz, a solução legal é a contratação 
de um administrador temporário para gerir a sociedade até a 
reconstituição societária. (art. 1.047 c/c art. 1.051, CC).
Em ambos casos, causa comum ou unicidade societária, a 
transformação da sociedade é legalmente permitida.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que entendeu como funciona as sociedades 
personificadas e os tipos societários: sociedade limitada e sociedade 
em comandita simples. Viu a classificação das sociedades 
personificadas e as suas subdivisões. Aprendeu os conceitos de 
cada uma delas e as legislações que norteiam tais sociedades.
RESUMINDO
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Direito Empresarial 167
 Sociedades personifi cadas por ações
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona 
as sociedades anônimas. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
OBJETIVO
Figura 2
Fonte: Freepik
 Sociedades anônimas
No universo das sociedades personifi cadas há um grupo 
que se destaca pela complexidade, tanto do ponto de vista 
legal, como administrativo. São as sociedades anônimas e as 
sociedades em comandita por ações.
As Sociedades Anônimas foram criadas para dar suporte 
legal, fi nanceiro e logístico aos grandes investimentos nas 
colônias americanas, indianas e africanas. Eram empresas 
semipúblicas, que reuniam interesses e fi nanciamento de reis 
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Direito Empresarial168
e de particulares, para o exercício de atividades mercantis, 
transporte de mercadorias e recolhimento de impostos.
A Companhia Unida das Índias Orientais, mais conhecida 
como Companhia Holandesa das Índias Orientais, criada em 
1602, é a primeira sociedade anônima formalmente constituída 
de que se tem notícia. Essa Companhia, em 1.610, para arrecadar 
ativos, dividiu o seu capital em quotas, iguais e transferíveis, e 
vendeu parte delas a investidores. Pela primeira vez ao capital 
foi dada importância superior às pessoas detentoras das quotas 
representativas do capital social.
Em 1621, foi criada a Companhia Holandesa das Índias 
Ocidentais, também chamada Companhia Neerlandesa das 
Índias Ocidentais, no mesmo modelo de capital em quotas, 
para fazer concorrência ao comércio espanhol e português, 
inclusive escravocrata, brasileiro e caribenho. O cristãos-novos 
de Amsterdã – judeus recém convertidos ao cristianismo - 
investiram mais de 3 milhões de florins em quotas dessa nova 
empresa, contra apenas 36 mil florins investidos por judeus 
sionistas.
O Código Mercantil Francês, de 1807, regulamentou as 
sociedades anônimas, diferenciando-as das sociedades por ações 
e das sociedades em comanditas por ações.
Diz o Código Francês, in verbis:
“Art. 19. A lei reconhece tres especies de 
sociedades mercantis:
1.a A sociedade de nomes collectivos.
2.a A sociedade em commandita.
3.a A sociedadeanônima.
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Direito Empresarial 169
Art. 29. A Sociedade Anonima não existe debaixo 
do nome dos socios, nem póde ser dirigida em 
nome de nenhum delles.
Art. 30. He designada pelo objecto do seu 
comercio.
Art. 31. He administrada por sócios, ou por 
pessoas que elles nomeião, para isso, assalariadas, 
ou gratuitamente.
Art. 32. Os administradores não são responsáveis, 
senão da execução das ordens que recebem. Não 
contrahem, em razão do seu emprego, obrigação 
alguma pessoal, ou pecuniaria relativamente aos 
contractos da sociedade.
Art. 33. Os socios não respondem por mais perda, 
além do emporte de seu interesse na sociedade.
Art. 34. O capital da sociedade anonima se divide 
em acções, e mesmo em porções.
Art 35. As acções pódem ser estabelecidas 
debaixo do título de pagar ao portador. Neste caso 
as operações se fazem pelo transferimento dos 
títulos.
(...)
Art. 40. As sociedades anonimas não podem ser 
feitas senão por contractos publicos.
(...)
Art. 45. O acto do governo que auctorisar as 
sociedades anonimas, devera ser afficxado com o 
contracto da sociedade durante o mesmo tempo.”
O Código Mercantil francês serviu de base para as normas 
de muitos países, inclusive o Brasil, na regulamentação das 
sociedades anônimas.
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Direito Empresarial170
A primeira sociedade anônima brasileira foi a Companhia 
Geral de Comércio do Brasil, criada em 1.649, com investimento 
dos reis portugueses e de cristãos-novos, para assumir o 
monopólio do comércio entre a colônia e Portugal, controlar 
o comércio escravocrata entre a África e Brasil, e fomentar 
agromanufatura no Nordeste, prejudicada pela dominação 
holandesa.
Esta companhia foi sucedida pela Companhia Geral do 
Grão-Pará e Maranhão em 1.755, responsável pelo monopólio 
do comércio escravocrata e que, por sua vez, foi sucedida em 
1.779, pela Companhia Geral das Capitanias de Pernambuco 
e Paraíba, cujo objetivo social era o negócio escravocrata e de 
açucareiro.
Posteriormente, em 1.808, foi criada a sociedade anônima 
Banco do Brasil, nos dias atuais, o maior banco brasileiro.
O primeiro ato regulatório das sociedades anônimas no 
Brasil foi o Decreto n° 575, promulgado em 10 de janeiro de 
1849, que, no esteio do Código Mercantil francês, estabeleceu 
a necessidade de autorização do Poder Público para a criação, 
incorporação e aprovação dos seus estatutos.
Logo depois, em 1850, também na mesma linha regulatória 
francesa, foi promulgado o Código Comercial Brasileiro, ainda 
vigente, mas modificado na sua primeira parte pelo atual Código 
Civil.
De lá para cá e durante muitos anos, as empresas mais 
comuns no Brasil foram as sociedades anônimas e as sociedades 
limitadas.
Esse tipo societário está regulamentado na Lei 6.404, de 
15 de dezembro de 1976, conhecida como Lei das Sociedades 
Anônimas – LSA, sendo o Código Civil usado subsidiariamente. 
(art. 1.089, CC).
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Direito Empresarial 171
As sociedades anônimas podem ser definidas como 
sociedade empresária, independente do seu objeto ser uma 
atividade civil ou comercial, com capital divido em ações, 
negociadas ou não no mercado financeiro, segundo sejam 
de capital aberto ou fechado, e cujos sócios ou acionistas, 
determinados e identificados, têm responsabilidade limitada ao 
preço de emissão das ações não integralizadas que subscreveram 
ou adquiriram. (art. 982, parágrafo único, CC, c/c art. 1° e 
parágrafo primeiro, art. 2°, LSA). 
Sua denominação precisa indicar, obrigatoriamente, 
o objeto social, o nome do fundador acionista ou de pessoa 
que haja concorrido para o bom êxito da formação da 
empresa, acompanhada da expressão “sociedade anônima” ou 
“companhia”, por extenso ou abreviadamente. (art. 160, CC).
As sociedades anônimas se subdividem em:
a. Capital aberto: são sociedades empresariais com 
subscrição pública de valores mobiliários, ou seja, que 
negociam suas ações em bolsas de valores ou em mercados 
de balcão – fora das bolsas de valores -, arrecadando ativos 
através da venda de ações para o público investidor. A 
autorização da Comissão de Valores Mobiliários – CVM é 
exigência legal, prevista no art. 5°, da Lei 6.385/1976, para 
a negociação de ações em bolsa, mercado secundário para 
a venda e aquisição de valores mobiliários, ou mercado 
de balcão, também denominado Over-The-Counter, ou 
simplesmente OTC, mercado primário para compra, venda 
e distribuições de ações que não estão registradas em bolsa 
de valores.
Operações em Bolsa ou em OTC são supervisionadas 
pelo Banco Central do Brasil e atuam sob as diretrizes do 
Conselho Monetário Nacional – CMN (Lei 4.595/1964).
Considerando que a estabilidade do mercado é 
imprescindível para a economia nacional, a lei confere 
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Direito Empresarial172
legitimidade ao Ministério Público para, diante de 
irregularidades, de ofício ou a pedido da CVM, interpor 
Ação Civil Pública, preventiva ou satisfativa, com a 
finalidade de evitar prejuízos ou obter ressarcimento 
de danos sofridos por titulares de valores mobiliários e 
investidores. (Lei n. 7.913/1989).
Porém, é vedado, por força de lei, obstar a livre circulação 
das ações de companhias abertas, sob qualquer justificativa 
ou circunstância, inclusive através da inserção de regras 
impeditivas nos estatutos.
b. Capital fechado: são sociedades empresariais com 
subscrição privada de valores mobiliários, ou seja, cujas 
ações não são disponibilizadas para o mercado investidor, 
e cujos sócios são os únicos proprietários das ações e da 
empresa.
Ao contrário das companhias de capital aberto, as 
de capital fechado podem estabelecer limites à livre 
circulação das suas ações, representativas do seu capital 
social, com a concordância expressa dos acionistas, desde 
que isso esteja previsto no estatuto, não impeça eventuais 
negociações, nem sujeite os acionistas minoritários ao 
arbítrio dos administradores ou à maioria dos acionistas. 
(art. 36, LSA).
Por configurar uma sociedade de capital, nas sociedades 
anônimas a participação societária é livre para qualquer 
pessoa, física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com 
exceção das restrições previstas no art. 222 e parágrafo 
primeiro da Constituição Federal.
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Direito Empresarial 173
Sob o critério da nacionalidade as S.A são: (art. 300, LSA).
a. Nacionais: pessoas jurídicas constituídas de acordo 
com as leis brasileiras, com sede e administração no Brasil, 
independente da nacionalidade e local de residência dos 
acionistas e da origem territorial do capital; 
b. Estrangeiras: pessoas jurídicas constituídas de acordo 
com leis estrangeiras, com sede e administração no 
exterior, sob a fiscalização de governo alienígena.
Em que pese o art. 1.134, do Código Civil, cite 
expressamente sociedades anônimas, as empresas estrangeiras 
podem ser acionistas ou sócias em quaisquer empresas 
brasileiras, exceto as jornalísticas e de radiodifusão, privativas 
para brasileiros natos ou naturalizados, ou pessoas jurídicas 
brasileiras com sede no País. (art. 222 e parágrafo 1°, CF).
A lei permite também que empresas estrangeiras se 
instalem no Brasil, inclusive as subsidiárias, desdeque obtenham 
autorização prévia do Poder Executivo, que ou não estabelecer 
condições, mediante comprovação da realização do capital 
declarado no contrato social ou no estatuto e apresentação dos 
seguintes documentos: (incisos I a VI, art. 1.134, CC).
I - prova de se achar a sociedade constituída 
conforme a lei de seu país;
II - inteiro teor do contrato ou do estatuto;
III - relação dos membros de todos os órgãos 
da administração da sociedade, com nome, 
nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto 
a ações ao portador, o valor da participação de 
cada um no capital da sociedade;
IV - cópia do ato que autorizou o funcionamento 
no Brasil e fixou o capital destinado às operações 
no território nacional;
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Direito Empresarial174
V - prova de nomeação do representante no Brasil, 
com poderes expressos para aceitar as condições 
exigidas para a autorização;
VI - último balanço.
O parágrafo 2, do art. 1.134, do Código Civil exige que os 
documentos sejam autenticados, em conformidade “com a lei 
nacional da sociedade requerente, legalizados no consulado 
brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução em 
vernáculo”.
IMPORTANTE
Mas, atenção: O Brasil é signatário da Convenção sobre 
a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos 
Públicos Estrangeiros, mais conhecida como Convenção de 
Apostila de Haia, firmada na cidade de Haia, Holanda, em 5 
de outubro de 1961, e promulgada pelo Decreto 8.660/2016, 
vigente no Brasil desde 14 de agosto de 2016. Nos termos dessa 
Convenção, não se faz mais legalização consular nos 110 países 
signatários. Os documentos são apostilados, ou seja, registrados 
em Cartórios Públicos e arquivados num banco de dados comum, 
acessível aos notários de todos os países signatários. 
No portal do Itamaraty há informações relevantes sobre o 
apostilamento que estão nos seguintes endereços eletrônicos: < 
http://bit.ly/37oPXeI >, assim como na página web do Conselho 
Nacional de Justiça < http://bit.ly/38sUqOM >.
A legalização consular ainda é exigida para países não 
signatários da Convenção de Apostila de Haia e, no Brasil, é 
feita pelo Ministério das Relações Exteriores, em qualquer das 
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Direito Empresarial 175
suas representações. Para saber mais detalhes acesse o seguinte 
endereço eletrônico: < http://bit.ly/2Hk3r0J >.
Sobre a tradução para o vernáculo, é preciso verificar se 
há reciprocidade entre o país emissor do documento e o Brasil. 
Se não houver reciprocidade, após apostilado ou consularizado - 
legalizado na Embaixada ou Consulado Brasileiro -, o documento 
deve ser traduzido no Brasil, por tradutor juramentado registrado 
na Junta Comercial do estado onde a empresa pretende se 
estabelecer. 
Das ações
Ações são partes do capital social de uma empresa que, 
após integralizadas e disponibilizadas no mercado, deixam de 
expressar o capital empresarial inicial em razão da volatilidade 
do preço, sujeito às regras da oferta e da procura, à valorização 
ou desvalorização do produto ou serviço no mercado nacional 
e/ou internacional, às variações políticas, às intercorrências 
ambientais, dentre outros fatores.
São bens patrimoniais móveis, passíveis de penhora e 
transferíveis a herdeiros, integram o quadro associativo de 
forma impositiva e não podem ser objeto de apuração de haveres 
de forma isolada, exceto se os interessados detiverem a maioria 
absoluta das ações com direito a voto. (art. 1.107 c/c 1.044., CC) 
.
Do ponto de vista estritamente legal, as ações são 
nominativas ou escriturais, conforme a transferência de 
titularidade e previsão nos estatutos (art. 20, LSA):
a. Nominativas: são ações documentadas em um 
certificado físico que atenda às seguintes exigências: (art. 
24, LSA)
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Direito Empresarial176
“Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em 
vernáculo e conterão as seguintes declarações:
I. denominação da companhia, sua sede e prazo 
de duração;
II. o valor do capital social, a data do ato que o 
tiver fixado, o número de ações em que se divide e 
o valor nominal das ações, ou a declaração de que 
não têm valor nominal;
III. nas companhias com capital autorizado, o 
limite da autorização, em número de ações ou 
valor do capital social;
IV. o número de ações ordinárias e preferenciais 
das diversas classes, se houver, as vantagens 
ou preferências conferidas a cada classe e as 
limitações ou restrições a que as ações estiverem 
sujeitas;
V. o número de ordem do certificado e da ação, e 
a espécie e classe a que pertence;
VI. os direitos conferidos às partes beneficiárias, 
se houver;
VII. a época e o lugar da reunião da assembleia-
geral ordinária;
VIII. a data da constituição da companhia e 
do arquivamento e publicação de seus atos 
constitutivos;
IX. o nome do acionista;
X. o débito do acionista e a época e o lugar de seu 
pagamento, se a ação não estiver integralizada;
XI. a data da emissão do certificado e as 
assinaturas de dois diretores, ou do agente emissor 
de certificados (art. 27).”
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Direito Empresarial 177
b. Escriturais: são ações sem certificado individual, 
mantidas em contas de depósito no nome do titular da ação, 
e cuja circulação é feita através do lançamento da operação 
no Livro de Registro de Acionista, mantido pela instituição 
financeira depositária e não pela sociedade anônima. Ou 
seja, a transferência não se dá através de certificados em 
papel, mas por meio de transferência bancária, crédito ou 
débito de valores na conta do alienante e do adquirente, 
sob controle e responsabilidade das instituições financeiras 
administradoras das ações.
Atenção: Após a Lei 8.021/1990, que dispõe sobre a identificação dos 
contribuintes para fins fiscais, não existem mais ações ao portador 
e ações endossáveis no Brasil. Os artigos da Lei 6.404/1976, que 
tratam das ações ao portador e endossáveis foram revogados total 
ou parcialmente.
IMPORTANTE
Como a lei brasileira não mais admite ações ao portador, a 
qualificação de todos os acionistas, sem exceção, deve constar no 
Livro de Registro de Ações Nominativas ou Livro de Registro de 
Acionista, conforme a mudança de titularidade se dê através da 
sociedade anônima ou da instituição financeira administradora.
A lei permite e é muito comum as sociedades empresárias 
contratarem os serviços de uma instituição financeira autorizada 
pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, denominada 
agente emissora de certificados, para escriturar e guardar o livro 
de Registro de Ações Nominativas.
A propriedade das ações é presumida com a inscrição do 
nome do acionista no Livro de Registro de Ações Nominativas 
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Direito Empresarial178
ou pelo extrato fornecido pela empresa custodiante, proprietária 
fiduciária das ações, registrados na Junta Comercial. (art. 20, Lei 
8.021/1990 c/c art. 31, LSA).
Quanto ao valor, as ações classificam-se em:
a. Nominal: resultado da divisão do valor do capital pelo 
número de ações. A critério dos acionistas, o valor nominal 
pode ou não ser incluído no Estatuto. Se não for incluído, o 
valor nominal é inexistente. Ao revés, se incluído, o valor 
nominal e o número das açõessó podem ser alterados se 
houver modificação no valor do capital social, valorização 
monetária, desdobramento, agrupamento ou cancelamento 
de ações. (art. 24, II c/c art. 12, LSA)
b. Patrimonial: é obtido através da divisão do patrimônio 
líquido da empresa pelo número de ações que compõem 
o capital social e conhecido através do balanço contábil, 
ao fim de cada exercício social. É o valor a ser pago ao 
acionista em caso de liquidação da sociedade anônima ou 
amortização das ações quando retiradas total ou parcial 
do mercado, através de ”distribuição aos acionistas, a 
título de antecipação e sem redução do capital social, de 
quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da 
companhia”. (art. 44, LSA)
c. De negociação: é o preço de venda que as ações 
alcançam no mercado a partir de fatores variáveis como 
perspectiva de lucro, desempenho empresarial, patrimônio 
líquido, macroeconomia, meio ambiente, consumo, etc.
d. Valor econômico: é calculado por especialistas em 
avaliação de ativos e representa o capital racional, ou seja, 
o valor real de cada ação com base na probabilidade de 
renda real da sociedade anônima emissora.
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Direito Empresarial 179
e. De emissão: é o preço, à vista ou parcelado, pago por 
quem subscreve uma ação, ou seja, compra uma parcela 
do ativo da sociedade anônima. O preço é estabelecido 
inicialmente no Estatuto e no decorrer da vida da empresa 
é atualizado pela assembleia geral, ou pelo conselho de 
administração se o reajuste decorrer de aumento do capital 
com emissão de novas ações. O preço de emissão jamais 
pode ser inferior ao valor nominal.
Se a contribuição do subscritor for superior ao valor 
nominal, o ágio deve ser destinado à reserva de capital. (art. 13 
c/c arts. 189 e 200, IV, LSA) E, se o preço de emissão resultar de 
aumento do capital social, após realizados no mínimo 3/4 (três 
quartos), a subscrição pode ser pública ou particular, proibida a 
diluição injustificada da participação dos antigos acionistas. (art. 
170, parágrafo 1°, LSA).
A diluição justificada, diminuição do patrimônio do sócio/
acionista pela redução do percentual de cotas sociais ou ações 
de propriedade dos sócios, é permitida sempre que a empresa 
necessitar de reforço de capital, cabendo aos acionistas suportá-
la, ainda que represente perda patrimonial.
Quanto ao tipo de valor mobiliário representativo de 
unidade social as ações dividem-se em:
a. Ordinárias: são ações de emissão obrigatória que 
conferem direitos previstos em lei para todos os sócios. 
Como são regulamentadas em lei, o estatuto não precisa 
discipliná-las.
b. Preferenciais: são ações que, por previsão estatutária, 
conferem direitos e privilégios diferenciados aos 
acionistas, nos termos do art. 17, da Lei das Sociedades 
Anônimas:
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Direito Empresarial180
Além das vantagens elencadas no art. 17, os acionistas 
também podem votar separadamente para escolher um ou mais 
membros dos departamentos administrativos e para mudar o 
estatuto. (art. 18, LSA).
As ações preferenciais sem direto a voto, ou com restrições 
a ele, não podem ultrapassar 50% das ações emitidas (parágrafo 
2°, art. 15, LSA).
c. De fruição: são ações substitutivas de ações integralmente 
amortizadas, ou seja, cujos acionistas receberam, a 
título de antecipação e sem redução do capital social, o 
que lhes caberia na liquidação da sociedade empresária. 
Esse pagamento é feito com eventuais reservas de caixa. 
Porém, eventualmente, as ações de fruição também podem 
sofrer restrições ou vantagens estatutárias, como perda do 
direito de voto, do dividendo preferencial – em eventual 
liquidação recebem depois das ações não amortizadas –, e 
da compensação corrigida monetariamente, na hipótese de 
reembolso. (art. 44, parágrafo 5º, LSA).
As ações preferenciais e as ações ordinárias das companhias 
fechadas podem ser dividas em classes, de acordo com os direitos 
e restrições estatutárias. (art. 16, LSA). Porém, o mesmo não se 
aplica às ações ordinárias das companhias abertas, que não podem 
ser divididas em classes. (art. 15, § 1°, LSA).
IMPORTANTE
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Direito Empresarial 181
Constituição das Sociedades Anônimas
São duas as modalidades de constituição de uma sociedade 
anônima: por subscrição pública, com emissão de ações e 
participação de investidores, e por subscrição particular, ficando 
as ações com os sócios fundadores.
a. A Constituição de uma sociedade anônima por 
subscrição pública é feita em três etapas:
1. Requisitos preliminares: subscrição de todas as ações 
por no mínimo duas pessoas, fixação do capital social 
no estatuto, realização imediata de no mínimo 10% (dez 
por cento) do preço das ações subscritas, com depósito 
também imediato, em dinheiro, no Banco do Brasil, outro 
banco ou seguradora autorizada pela Comissão de Valores 
Mobiliários. (art. 80 e 81, LSA)
Bancos e seguradoras devem fazer um depósito prévio 
mínimo de 50% (cinquenta por cento) do capital social. 
(art. 27, Lei 4.595/1964).
Esse depósito prévio configura, na realidade, a contratação 
pelos sócios fundadores de uma instituição financeira 
intermediária, denominada Underwriting, para subscrever 
as ações, ou seja, assumir a titularidade das ações emitidas 
pela sociedade anônima e oferecê-las aos investidores.
Concretizado o depósito e a contratação do Underwriting, 
os sócios têm seis meses para registrar a sociedade 
anônima.
2. Requisitos de Constituição: é a fase de subscrição 
pública, com registro da emissão das ações, elaboração do 
estatuto, prospecto. (arts. 82 a 93, LSA).
Antes da constituição da sociedade anônima os sócios 
precisam providenciar o registro prévio da emissão de 
ações na Comissão de Valores Mobiliários, subscrição que 
só pode ser feita com a intermediação de uma instituição 
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Direito Empresarial182
financeira, e dos atos constitutivos, juntando: o projeto do 
estatuto social; a prova da contratação do banco que fará 
a captação dos investidores e do depósito prévio; o estudo 
de viabilidade econômica e financeira do empreendimento 
– leia-se da empresa; e o prospecto, documento assinado 
pelos sócios fundadores, pelos primeiros acionistas, e pela 
Underwriting, com todos os detalhes sobre a sociedade 
anônima a ser constituída, inclusive expectativas, 
vantagens para acionistas investidores, objetivos, metas, 
valor do capital social inicial, etc.
Nos termos da Lei 6.385/76:
Art. 19. Nenhuma emissão pública de valores 
mobiliários será distribuída no mercado sem 
prévio registro na Comissão.
§ 1º - São atos de distribuição, sujeitos à norma 
deste artigo, a venda, promessa de venda, oferta 
à venda ou subscrição, assim como a aceitação 
de pedido de venda ou subscrição de valores 
mobiliários, quando os pratiquem a companhia 
emissora, seus fundadores ou as pessoas a ela 
equiparadas.
§ 2º - Equiparam-se à companhia emissora para os 
fins deste artigo:
I - o seu acionista controlador e as pessoas por ela 
controladas;
II - o coobrigado nos títulos;
III - as instituições financeiras e demais sociedades 
a que se refere o Art. 15, inciso I;
IV - quem quer que tenha subscrito valores da 
emissão, ou os tenha adquirido à companhia 
emissora, com o fim de os colocar no mercado.
§ 3º - Caracterizam a emissão pública:
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Direito Empresarial 183
I - a utilização de listas ou boletins de venda ou 
subscrição, folhetos, prospectos ou anúncios 
destinados ao público;
II - a procura de subscritores ou adquirentes para 
os títulos por meio de empregados, agentes ou 
corretores;
III - a negociação feita em loja, escritório ou 
estabelecimento aberto ao público, ou com a 
utilização dos serviços públicos de comunicação. 
(...)
No ato da subscrição, que é um ato irretratável, os sócios 
devem concretizar o pagamento da entrada e assinar a lista ou o 
boletim individual autenticado pela instituição financeira.
Ato seguinte, os sócios fundadores devem convocar a 
primeira assembleia, promover a avaliação dos bens e, se for o 
caso (art.8º, LSA), deliberar sobre a constituição da companhia 
e nomear os primeiros administradores.
3. Providências Complementares: os atos, instruídos 
com os documentos exigidos para o registro público, são 
registrados na Junta Comercial e publicados no Diário 
Oficial nos 30 dias posteriores. (arts. 94 a 99, LSA).
b. A constituição por subscrição particular é muito mais 
simples.
Os sócios fundadores deliberam a criação da sociedade 
anônima numa assembleia de fundação com a assinatura 
imediata do estatuto por todos os subscritores, ou o fazem por 
escritura pública na qual conste a qualificação dos subscritores, 
as cláusulas estatutárias, a relação das ações subscritas e o valor 
pago por elas, o recibo do depósito da entrada de 10% ou 50%, 
conforme o caso, a transcrição do laudo de avaliação dos peritos 
se o capital social for integralizado em bens, e a nomeação dos 
primeiros administradores e fiscais. (art. 88, parágrafo 2°, LSA).
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Direito Empresarial184
Algumas regras são comuns às duas formas de constituição:
a. exigência da escritura pública quando houver 
incorporação em bens imóveis na formação do capital 
social; (art. 89, LSA).
b. possibilidade de representação do subscritor por 
procurador com poderes especiais, na assembleia de 
fundação ou no momento da assinatura da escritura 
pública; (art. 90, LSA).
c. denominação da companhia acompanhada da expressão 
“em organização”, durante o processo de constituição; 
(art. 91, LSA).
d. responsabilidade solidária dos fundadores e 
underwriting por prejuízos decorrentes de descumprimento 
da lei, por culpa ou dolo em atos anteriores à constituição 
(art. 92, parágrafo único, LSA);
e. entrega dos livros, papéis e documentos de constituição 
da sociedade anônima para os primeiros administradores; 
(art. 93, LSA).
f. registro e publicação dos atos constitutivos da empresa. 
(art. 94, LSA).
Concluídas todas estas etapas, a sociedade anônima poderá 
iniciar as suas atividades e o administrador deve providenciar a 
mudança de titularidade dos bens móveis e imóveis.
No caso de bens imóveis, a certidão dos atos constitutivos 
expedida pela Junta Comercial equivale à escritura pública 
e é suficiente para a mudança de propriedade no Cartório de 
Registro de Imóveis.
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Direito Empresarial 185
Valores mobiliários
Além dos bens subscritos no estatuto, ao longo da sua vida, 
as sociedades anônimas podem emitir títulos de investimento ou 
valores mobiliários, com o objetivo de levantar recursos.
São valores mobiliários:
a. Partes Beneficiárias: são títulos negociáveis, com 
duração de no máximo dez anos, determinada nos estatutos, 
sem valor nominal e estranhos ao capital social, passíveis 
de alienação ou atribuição onerosa para pagamento de 
prestação de serviços. Os credores não são e não têm os 
mesmos direitos dos acionistas, exceto o de fiscalização.
O limite para o pagamento não pode ultrapassar um 
décimo do lucro e qualquer modificação nos estatutos 
para alteração ou modificação dos benefícios das partes 
beneficiárias precisa ser aprovado em assembleia, por no 
mínimo metade dos titulares. (arts. 46 a 51, LSA).
As partes beneficiárias podem conter cláusula de 
conversibilidade em ações se a emissora constituir uma 
reserva especial para capitalização.
A emissão desses títulos é proibida para as companhias 
abertas.
b. Debêntures: são títulos de crédito representativos de 
empréstimo, mútuo com transferência de bens fungíveis, 
que a sociedade anônima realiza junto a terceiros, 
assegurando-lhes o direito de crédito contra ela, nas 
condições da escritura de emissão e do certificado, se 
expedido, nos quais conte: valor, índice de correção 
monetária, data do vencimento da obrigação, cláusula de 
conversibilidade em ações, etc. (arts. 52 a 74, LSA).
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Direito Empresarial186
Não podem ser agentes fiduciários: quem exerce função 
idêntica em outra emissão da mesma companhia; 
instituição financeira coligada à companhia emissora ou à 
entidade que subscreva a emissão; credores da sociedade 
emissora ou suas controladas; instituição financeira cujos 
administradores tenham interesse na sociedade emissora; 
e qualquer pessoa em situação de conflito de interesses 
pelo exercício da função.
c. Bônus de Subscrição: são títulos de investimento que 
conferem aos credores o direito de subscrever ações da 
sociedade anônima emissora em aumento futuro de capital. 
(arts. 75 a 79, LSA)
d. Nota Promissória: a oferta pública de distribuição de 
notas promissórias está regulamentada na Instrução CVM 
566/2015. É valor mobiliário de curto prazo para captação 
de recursos, com regra geral para liquidação e resgate em 
dinheiro no prazo de até 360 dias da emissão, com uma 
única data de vencimento por série, e endosso em preto, 
com a expressão “sem garantia” informada no título.
Como nas demais sociedades empresárias, o capital social 
da sociedade anônima pode ser integralizado em espécie ou em 
bens corpóreos ou incorpóreos, móveis, imóveis ou semoventes. 
A diferença é que, na Sociedade Anônima os bens devem ser 
avaliados em laudo firmado por três peritos ou por empresa 
especializada, no qual conste ampla e detalhada descrição dos 
bem e os critérios e elementos de comparação utilizados na 
avaliação, acompanhado dos documentos comprobatórios da 
propriedade, a fim de evitar fraudes. O laudo é analisado pela 
Assembleia-geral e, somente após aprovado, o bem pode ser 
integralizado. (art. 7° c/c art. 8°, LSA).
Se pesar gravame sobre o bem e isso não ficar claro no 
laudo, presume-se transferida a propriedade para empresa. (art. 
9°, LSA).
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Direito Empresarial 187
Avaliadores e subscritores respondem solidariamente pelos 
danos que causarem por dolo ou culpa na avaliação dos bens. 
Porém, se os bens estiverem em condomínio, a responsabilidade 
pelos danos causados à empresa, acionistas e terceiros, é 
subsidiária. (parágrafo 6°, art. 8°, LSA).
Como a Lei Especial prepondera sobre a Lei Geral, o parágrafo 
único, do art. 10, da Lei 6.404/1976, excepciona a regra geral do 
art. 296, do Código Civil, que isenta de responsabilidade civil 
o cedente na insolvência do devedor. Ou seja, nas sociedades 
anônimas, subscritores ou acionistas que contribuírem com bens 
para a formação do capital social respondem solidariamente com 
o vendedor.
IMPORTANTE
O mesmo ocorre em caso de endosso sem garantia ou 
proibitivo. Embora a regra geral não vincule o endossante como 
coobrigadoperante terceiros, nas sociedades anônimas a cláusula 
de endosso exoneratória, sem garantia, é sempre ineficaz e obriga 
o endossante perante terceiros, ainda que isso seja improvável, 
já que o certificado da integralização por transferência de crédito 
só é expedido após a realização. (art. 23, parágrafo 2°, LSA). 
A responsabilidade civil não exclui a responsabilidade 
penal, administrativa e/ou tributária.
Capital social
No decorrer da vida da sociedade anônima, o capital social 
pode ser aumentado ou diminuído e nem sempre pelo ingresso 
ou perda de recursos.
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Direito Empresarial188
Os aumentos podem se dar através de:
a. Emissão de ações: a autorização da emissão de 
novas ações deve ser decidida e votada em assembleia-
geral, assembleia-extraordinária ou pelo conselho de 
administração, desde que realizado, no mínimo, 3/4 
do capital social, ou no limite do capital autorizado no 
estatuto. (art. 166, incisos I e II e IV, c/c art. 170, LSA).
Se o estatuto fixar o capital autorizado, precisa indicar 
o órgão competente para autorizar a emissão das novas 
ações. (art. 168, LSA).
Inexistindo permissão para a emissão de novas ações 
ou havendo esgotamento das possibilidades previstas 
no estatuto, ele pode ser reformado em assembleia 
extraordinária, com inserção de cláusula para fixação do 
capital autorizado e definição do órgão autorizador. (art. 
166, inciso IV).
b. Valores mobiliários ou título financeiro: é um título 
de propriedade ou de crédito, emitido pela conversão de 
debêntures ou partes beneficiárias conversíveis em ações, 
ou ainda pelo exercício de direitos conferidos por bônus 
de subscrição ou opção de compra. (art. 166, III, LSA).
c. Capitalização de lucros e reservas: é a destinação de 
parte do lucro líquido ou das reservas para reforço do 
capital social, com ou sem emissão de ações, autorizada 
pela assembleia-geral ordinária. (art. 169, LSA).
A redução do capital social é possível sempre que ele deixar 
de refletir a realidade financeira por prejuízos patrimoniais ou por 
superdimensionamento no valor das ações, mas carreia para a 
empresa o dever de restituir o preço do capital integralizado para 
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Direito Empresarial 189
os acionistas ou diminuir o valor das ações não integralizadas ao 
montante das entradas. (arts. 173 e 174, LSA)
Credores quirografários podem opor-se à diminuição do 
capital no prazo decadencial de 60 dias após a publicação da ata 
da assembleia ou da decisão que a aprovou. O arquivamento da 
ata na Junta Comercial fica condicionada à prova do pagamento 
ou depósito judicial do crédito devido a eles. (parágrafos 1° e 2°, 
art. 174, LSA).
Se houver debêntures em circulação, o capital social 
somente poderá ser diminuído com a concordância da maioria 
dos debenturistas reunidos em assembleia especial. (parágrafo 
3°, art. 174, LSA).
Administração social
A Lei 6.404/1976 estabelece, nos artigos 145 a 160, regras 
gerais para o exercício da administração societária e da direção, 
e denomina como órgãos societários a assembleia-geral, a 
diretoria, o conselho de administração e o conselho fiscal, sem 
prejuízo da liberdade estatutária de estabelecer outros para 
assessoramento ou execução do fim social.
A assembleia geral é o órgão máximo da sociedade 
anônima, de caráter exclusivamente deliberativo, que reúne 
todos os acionistas com ou sem direito a voto.
Os detentores de ações preferenciais nominativas têm voz 
nas assembleias, mas só podem votar na tomada de algumas 
decisões, como a constituição da sociedade anônima e a eleição 
em separado dos membros dos conselhos administrativo e fiscal, 
etc. (parágrafo único, art. 125, LSA).
A Lei 6.404/1976 exige a realização da assembleia-geral, 
nos seguintes termos:
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Direito Empresarial190
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros 
meses seguintes ao término do exercício social, 
deverá haver 1 (uma) assembleia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, 
discutir e votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido 
do exercício e a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do 
conselho fiscal, quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do 
capital social (artigo 167).
Quórum de instalação e quórum de deliberação são conceitos 
diferentes. O primeiro é um o número mínimo de acionistas para 
dar início às reuniões e o segundo o número mínimo necessário 
para decisões. Nem sempre o quórum de instalação é suficiente para 
as decisões societárias.
IMPORTANTE
Para a instalação da assembleia-geral, a lei exige, em 
primeira convocação, a presença de 1/4 dos acionistas com 
poder de voto (art. 125, LSA), ampliada para 2/3 se o objetivo 
for a reforma dos estatutos (art. 135, LSA) e, em segunda 
convocação, nos dois casos, qualquer número.
Já para a deliberação, a lei exige maioria absoluta. Ou seja, 
metade mais um do total de ações com direito a voto, descontados 
os votos em branco (art. 129, LSA). O estatuto das sociedades 
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Direito Empresarial 191
anônimas de capital fechado pode estabelecer quórum maior 
para a tomada de decisões.
A exceção é o quórum qualificado do art. 136, que exige, 
no mínimo, a aprovação de metade do capital votante. 
Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas 
que representem metade, no mínimo, das ações 
com direito a voto, se maior quórum não for 
exigido pelo estatuto da companhia cujas ações 
não estejam admitidas à negociação em bolsa ou 
no mercado de balcão, para deliberação sobre: 
I - criação de ações preferenciais ou aumento 
de classe de ações preferenciais existentes, sem 
guardar proporção com as demais classes de ações 
preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados 
pelo estatuto;
II - alteração nas preferências, vantagens e 
condições de resgate ou amortização de uma ou 
mais classes de ações preferenciais, ou criação de 
nova classe mais favorecida;
III - redução do dividendo obrigatório;
IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em 
outra;
V - participação em grupo de sociedades (art. 
265);
VI - mudança do objeto da companhia;
VII - cessação do estado de liquidação da 
companhia;
VIII - criação de partes beneficiárias;
IX - cisão da companhia;
X - dissolução da companhia.
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Direito Empresarial192
§ 1° Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da 
deliberação depende de prévia aprovação ou 
da ratificação, em prazo improrrogável de um 
ano, por titulares de mais da metade de cada 
classe de ações preferenciais prejudicadas, 
reunidos em assembleia especial convocada pelos 
administradores e instalada com as formalidades 
desta Lei.
§ 2° A Comissão de Valores Mobiliários pode 
autorizar a redução do quórum previsto neste artigo 
no caso de companhia aberta com a propriedade 
das ações dispersa no mercado, e cujas 3 (três) 
últimas assembleias tenham sido realizadas com 
a presença de acionistas representando menos da 
metade das ações com direito a voto. Neste caso, 
a autorização da Comissão de Valores Mobiliários 
será mencionada nos avisos de convocação e a 
deliberação com quórum reduzido somentepoderá 
ser adotada em terceira convocação.
§ 3 O disposto no § 2o deste artigo aplica-se 
também às assembleias especiais de acionistas 
preferenciais de que trata o § 1°.
§ 4º Deverá constar da ata da assembleia-geral que 
deliberar sobre as matérias dos incisos I e II, se 
não houver prévia aprovação, que a deliberação só 
terá eficácia após a sua ratificação pela assembleia 
especial prevista no § 1°.
Havendo empate, aplica-se o parágrafo 2°, do art. 
129, da Lei 6.404/1976:
§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer 
procedimento de arbitragem e não contiver 
norma diversa, a assembleia será convocada, 
com intervalo mínimo de 2 (dois) meses, para 
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Direito Empresarial 193
votar a deliberação; se permanecer o empate e os 
acionistas não concordarem em cometer a decisão 
a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário decidir, 
no interesse da companhia.
Prescreve em 2 anos a ação para a anulação de deliberações 
da assembleia por vício de convocação ou de instalação, ou ainda 
por desprezo à lei ou às regras estatutárias, erro, dolo, fraude ou 
simulação (art. 286, LSA).
O conselho de administração, composto por no mínimo 03 
conselheiros com mandato de 03 anos, no máximo, é facultativo 
nas sociedades anônimas de capital fechado, mas obrigatório 
nas de capital aberto, capital autorizado e nas sociedades de 
economia mista, e divide com a assembleia-geral o poder 
deliberativo. (parágrafo 2°, art. 138, c/c art. 239, LSA).
Cabe ao estatuto definir: um número fixo, ou o mínimo 
e o máximo de conselheiros, obrigatoriamente acionistas; a 
forma de escolha e substituição do presidente do conselho, 
pela assembleia ou pelo próprio conselho; as regras para a 
substituição dos conselheiros; o prazo de gestão, até o máximo 
de 3 anos, permitida a reeleição; as normas para convocação, 
instalação e funcionamento do conselho; e as regras para as 
deliberações. Os membros do conselho só podem ser destituídos 
pela assembleia-geral. E, no silêncio do estatuto, a lei exige que 
o conselho delibere sempre por maioria de votos. (art. 140 e 146, 
LSA).
A diretoria é o órgão que representa legalmente a sociedade 
anônima e executa as resoluções da assembleia geral e do 
conselho de administração. Os cargos de direção só podem ser 
ocupados por acionistas eleitos pelo conselho de administração 
ou pela assembleia-geral, mas a lei permite que sejam ocupados 
por até 1/3 dos membros do conselho administrativo. Todos 
podem ser destituídos a qualquer tempo.
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Direito Empresarial194
Na falta de previsão estatutária, qualquer um dos diretores 
pode representar legalmente a sociedade e praticar os atos 
necessários ao seu funcionamento regular, inclusive nomear 
mandatários com objetivo e prazo determinados, exceto para a 
representação judicial. (art. 144, LSA).
O estatuto deve prever: o número mínimo (acima de dois) 
e máximo de membros da diretoria; a duração do mandato até 
03 anos, permitida a reeleição; a regras para a substituição dos 
diretores; suas competências e atribuições. (art. 143, LSA).
É dever da diretoria, ao fim de cada exercício social, 
providenciar a escrituração mercantil e comprovar, pelas 
demonstrações financeiras contábeis, o patrimônio real da 
empresa e eventuais mutações. (art. 176, LSA).
O conselho fiscal, composto por no mínimo 03 e no 
máximo 05 membros, acionistas ou não, com suplentes em igual 
número, todos eleitos pela assembleia-geral, tem a incumbência 
de fiscalizar os órgãos de administração. É órgão de instalação 
obrigatória, mas de funcionamento facultativo se houver 
previsão estatutária neste sentido. (art. 161 e art. 163, LSA), mas 
que pode ser tornada factual por proposta de qualquer acionista 
“com 0,1 (um décimo) das ações com direito a voto, ou 5% 
(cinco por cento) das ações sem direito a voto, e cada período de 
funcionamento terminará na primeira assembleia-geral ordinária 
após a sua instalação”. (parágrafo 2°, art. 161, LSA).
Os membros do conselho fiscal têm os mesmos direitos 
e deveres dos administradores, mas não podem exercer 
concomitantemente nenhum cargo de administração. Cônjuges e 
parentes até terceiro grau dos administradores tampouco podem 
ser membros do conselho fiscal. (parágrafo 2°, art. 162).
Os acionistas preferenciais sem direito a voto podem 
eleger separadamente um membro do conselho fiscal, direito 
estendido aos acionistas minoritários que representem dez por 
cento do capital votante. (art. 161, parágrafo 4°, LSA).
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Direito Empresarial 195
São deveres legais dos diretores e administradores, sem 
prejuízo de outros previstos no estatuto: o Dever de diligência 
(art. 153 e 154, LSA); o Dever de lealdade (art. 155 a 157, LSA, 
e parágrafo 1°, inciso XI, art. 195, Lei 9.279/1996); e o Dever de 
informar (art. 157 a 159, LSA).
A prescrição, na Lei 6.404/1976, se dá nos seguintes 
prazos e termos:
Art. 287. Prescreve:
I - em 1 (um) ano:
a. a ação contra peritos e subscritores do capital, 
para deles haver reparação civil pela avaliação 
de bens, contado o prazo da publicação da ata da 
assembleia-geral que aprovar o laudo;
b. a ação dos credores não pagos contra os acionistas 
e os liquidantes, contado o prazo da publicação da 
ata de encerramento da liquidação da companhia.
II - em 3 (três) anos:
a. a ação para haver dividendos, contado o prazo 
da data em que tenham sido postos à disposição do 
acionista;
b. a ação contra os fundadores, acionistas, 
administradores, liquidantes, fiscais ou sociedade de 
comando, para deles haver reparação civil por atos 
culposos ou dolosos, no caso de violação da lei, do 
estatuto ou da convenção de grupo, contado o prazo:
1. para os fundadores, da data da publicação dos 
atos constitutivos da companhia;
2. para os acionistas, administradores, fiscais e 
sociedades de comando, da data da publicação da 
ata que aprovar o balanço referente ao exercício 
em que a violação tenha ocorrido;
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Direito Empresarial196
3. para os liquidantes, da data da publicação da ata 
da primeira assembleia-geral posterior à violação.
c. a ação contra acionistas para restituição de 
dividendos recebidos de má-fé, contado o prazo 
da data da publicação da ata da assembleia-geral 
ordinária do exercício em que os dividendos tenham 
sido declarados;
d. a ação contra os administradores ou titulares de 
partes beneficiárias para restituição das participações 
no lucro recebidas de má-fé, contado o prazo da data 
da publicação da ata da assembleia-geral ordinária 
do exercício em que as participações tenham sido 
pagas;
e. a ação contra o agente fiduciário de debenturistas 
ou titulares de partes beneficiárias para dele haver 
reparação civil por atos culposos ou dolosos, no 
caso de violação da lei ou da escritura de emissão, a 
contar da publicação da ata da assembleia-geral que 
tiver tomado conhecimento da violação;
f. a ação contra o violador do dever de sigilo de que 
trata o artigo 260 para dele haver reparação civil, a 
contar da data da publicação da oferta.
g. a ação movida pelo acionista contra a companhia, 
qualquer que seja o seu fundamento.
Além da responsabilidade civil e penal os administradores 
também respondem: administrativamente perante a Comissão de 
Valores Mobiliários – CVM por desrespeito ao dever de anonimato 
(art. 11, Lei 6.385/76); por danosao consumidor resultantes 
de má administração (art. 28, CDC); subsidiariamente pelas 
obrigações fiscais e trabalhistas; e, no caso das operadoras de 
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Direito Empresarial 197
saúde, respondem também pelos danos causados por prestadores 
de serviço e fornecedores que infrinjam as leis consumeristas 
(art. 35-J, Lei 9.656/1998).
Direitos e deveres dos acionistas
Quanto aos acionistas, seu principal dever é pagar o preço 
de emissão das ações que subscreverem, na forma prevista no 
estatuto. (art. 106, LSA).
O acionista em débito que por 03 vezes for notificado através 
de publicação na imprensa oficial para pagar no prazo mínimo 
de 30 dias e não o fizer, estará constituído automaticamente 
em mora, passando ao status de acionista remisso. O débito, 
acrescido de correção monetária, juros e multa de até 10%, 
nos termos da regulamentação estatutária, pode ser objeto de 
ação executória, servindo o boletim de subscrição como título 
executivo extrajudicial. Os comprovantes da publicação na 
imprensa oficial devem instruir a inicial.
Outra opção, tanto para as companhias de capital aberto 
como para as de capital fechado, e mesmo após o ajuizamento 
da execução, é a venda das ações subscritas e não quitadas em 
Bolsa, em leilão especial. Quitado o débito, se houver saldo, ele 
é entregue ao ex-acionista.
Se o remisso não possuir bens executáveis e a venda das 
ações em Bolsa resultar infrutífera, a sociedade anônima pode 
declarar a caducidade das ações com retenção da entrada, se tiver 
sido realizada, ou integralizá-las, pagando por elas com fundos 
ou reservas (exceto a legal), somando-as ao patrimônio social.
A importância a ser paga ao acionista remisso equivale 
ao resultado obtido com a divisão do patrimônio líquido da 
sociedade, apurado no último balanço, pelo número de ações, 
facultado ao devedor pedir o levantamento de um balanço 
especial para apurar o valor atualizado e econômico das ações. 
(art. 45, LSA).
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Direito Empresarial198
Na falta de integralização das ações pela própria empresa, 
elas devem ser alienadas no prazo de um ano, sob pena de 
redução do capital.
São direitos essenciais dos acionistas, previstos na Lei da 
S.A:
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-
geral poderão privar o acionista dos direitos de:
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso 
de liquidação;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a 
gestão dos negócios sociais;
IV - preferência para a subscrição de ações, partes 
beneficiárias conversíveis em ações, debêntures 
conversíveis em ações e bônus de subscrição, 
observado o disposto nos artigos 171 e 172; 
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos 
nesta Lei.
§ 1° As ações de cada classe conferirão iguais 
direitos aos seus titulares.
§ 2° Os meios, processos ou ações que a lei 
confere ao acionista para assegurar os seus 
direitos não podem ser elididos pelo estatuto ou 
pela assembleia-geral.
§ 3° O estatuto da sociedade pode estabelecer que 
as divergências entre os acionistas e a companhia, 
ou entre os acionistas controladores e os acionistas 
minoritários, poderão ser solucionadas mediante 
arbitragem, nos termos em que especificar. 
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Direito Empresarial 199
O direito de voto não é essencial e nem pode ser exercido 
por qualquer acionista. Porém, quando exercido, o voto deve ser 
livre e de boa-fé.
O voto abusivo ou conflitante é expressamente vedado, 
sob pena de responsabilidade civil e penal.
Voto abusivo é aquele que cause ou possa causar dano, 
ou favoreça a percepção de vantagem indevida para o próprio 
acionista ou para outrem, com prejuízo para a sociedade 
empresária ou outros acionistas. (art. 115, LSA)
O voto conflitante, passível de anulação, sem prejuízo 
da responsabilidade civil, é todo aquele que coloca em xeque 
os interesses do acionista frente aos interesses da empresa. 
(parágrafo 1°, art. 115, LSA)
Porém, não há impedimento legal para que os acionistas 
firmem livremente acordo de voto, protegido pelo anonimato e 
regido pela lei civil geral dos contratos, se o objeto da votação 
envolver o poder de controle, o exercício do direito de voto, a 
compra e venda de ações ou a preferência de aquisição, desde 
que eles sejam arquivados na empresa. (art. 118, LSA)
A sociedade anônima não pode desatender os termos do 
acordo de voto, sob pena de ser impelida, judicialmente, a acatar 
a vontade contratual dos acionistas.
Se no acordo houver previsão do direito de preferência, 
a empresa não tem legitimidade para compelir o contratante a 
respeitar o acordado e nem para registrar a venda de ações a 
terceiros. É o acionista preterido no direito de preferência quem 
tem legitimidade para pedir ao judiciário o cumprimento da 
avença.
Quanto ao acionista controlador, a Lei 6.404/1976 o 
define como aquele que simultaneamente é titular permanente 
dos direitos de sócio com maioria dos votos nas deliberações 
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Direito Empresarial200
da assembleia-geral e poder para eleger a maioria dos 
administradores, e pode dirigir e orientar as atividades sociais e 
o funcionamento dos órgãos societários. (art. 116, LSA)
O controlador responde pelo abuso do poder e pelos danos 
e prejuízos advindos do controle, nos seguintes termos:
Art. 117. O acionista controlador responde pelos 
danos causados por atos praticados com abuso de 
poder.
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de 
poder:
a. orientar a companhia para fim estranho ao objeto 
social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a 
favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, 
em prejuízo da participação dos acionistas 
minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, 
ou da economia nacional;
b. promover a liquidação de companhia próspera, 
ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão 
da companhia, com o fim de obter, para si ou para 
outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos demais 
acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos 
investidores em valores mobiliários emitidos pela 
companhia;
c. promover alteração estatutária, emissão de 
valores mobiliários ou adoção de políticas ou 
decisões que não tenham por fim o interesse da 
companhia e visem a causar prejuízo a acionistas 
minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos 
investidores em valores mobiliários emitidos pela 
companhia;
d. eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, 
moral ou tecnicamente;
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Direito Empresarial 201
e. induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal 
a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres 
definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra 
o interesse da companhia, sua ratificação pela 
assembleia-geral;
f. contratar com a companhia, diretamente ou 
através de outrem, ou de sociedade na qual tenha 
interesse, em condições de favorecimento ou não 
equitativas;
g. aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de 
administradores, por favorecimento pessoal, ou 
deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse 
saber procedente, ou que justifique fundada suspeita 
de irregularidade.
h. subscrever ações, para os fins do disposto no art. 
170, com a realização embens estranhos ao objeto 
social da companhia. 
§ 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador 
ou fiscal que praticar o ato ilegal responde 
solidariamente com o acionista controlador.
§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de 
administrador ou fiscal tem também os deveres e 
responsabilidades próprios do cargo.
Se a sociedade anônima for instituição financeira, o 
controlador responde solidariamente com os ex-administradores, 
por danos e prejuízos perante o Banco Central, se instaurado o 
regime de administração especial temporária (art. 15, Decreto-
lei n. 2.321/1987), a liquidação extrajudicial ou a intervenção 
(Lei n. 9.447/1997). Incidem em idêntica responsabilidade o 
controlador de seguradora, de entidade de previdência privada 
aberta e de capitalização (Lei n. 10.190/2001).
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Direito Empresarial202
A lei 9.447/1997 regulamenta especificamente a 
responsabilidade solidária dos administradores das sociedades 
anônimas que forem instituições financeiras.
A alienação das ações de controle das companhias abertas 
pode ser feita de forma direta ou indireta, em oferta pública e 
com autorização da Comissão de Valores Mobiliários – CVM. 
(art. 254-A, LSA)
As sociedades anônimas que dependem de autorização 
estatal para a sua constituição só poderão ter o controle acionário 
alienado com autorização do órgão competente para aprovar o 
seu estatuto. (art. 255, LSA)
Demonstrações contábeis e partilha do lucro e 
prejuízos
Quanto às demonstrações contábeis das sociedades 
anônimas, a exemplo das sociedades limitadas, elas devem ser 
apresentadas aos acionistas e publicadas ao fim de cada exercício 
social, tanto para provar a real solvabilidade da empresa, como 
a necessidade ou possibilidade de acrescer ou diminuir a 
quantidade de ações, estabelecer diretrizes de gestão, comprovar 
o pagamento das obrigações tributárias, trabalhistas, judiciárias, 
etc.
O exercício social não necessariamente precisa seguir o 
ano calendário. Em que pese, por praticidade seja usual delimitá-
lo de 1° de janeiro a 31 de dezembro, o período de 12 meses 
pode ser livremente estabelecido nos estatutos. (art. 175, LSA).
As demonstrações financeiras devem ser publicadas para 
posterior exame da Assembleia-geral Ordinária em conjunto 
com os relatórios administrativos dos gestores. (inciso I, art. 
132, LSA).
Já a escrituração mercantil, ou seja, as contas e livros a 
serem apresentados pela diretoria ao fim de cada exercício social 
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Direito Empresarial 203
são: o balanço patrimonial, os lucros e prejuízos acumulados, o 
resultado do exercício social, o fluxo de caixa e, se a companhia 
for aberta, também o valor adicionado. (art. 176, LSA).
Devem ser apresentados:
a. Balanço patrimonial: é a demonstração financeira do 
ativo, do passivo e do patrimônio líquido.
b. Lucros e prejuízos acumulados: são os valores 
superiores ou inferiores à receita, não distribuídos aos 
acionistas;
c. Resultado de exercício social: demonstra o desempenho 
da sociedade empresária no exercício apurado e tem por 
finalidade apurar o retorno do investimento dos acionistas 
e o grau de eficiência da administração. É apurado pelo 
confronto das receitas bruta e líquida e as despesas 
operacionais e não operacionais.
d. Fluxo de caixa: demonstra a disponibilidade líquida da 
sociedade anônima, ou seja, os ingressos e despesas do 
caixa. O fluxo de caixa não é obrigatório para sociedades 
anônimas fechadas com patrimônio líquido inferior a dois 
milhões de reais.
e. Valor adicionado: é uma demonstração contábil exigida 
apenas das sociedades anônimas de capital aberto destinada 
a medir financeiramente a riqueza gerada pela empresa.
Do resultado final do exercício e antes da partilha do lucro 
ou destinação para novos investimentos, devem ser deduzidos 
os prejuízos acumulados e feita provisão para o pagamento do 
Imposto de Renda. (art. 189, LSA).
Eventuais prejuízos devem ser absorvidos “pelos lucros 
acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa 
ordem”. (parágrafo único, art. 189, LSA).
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Direito Empresarial204
Em seguida são pagas, sucessivamente, as participações 
estatutárias de empregados, administradores e partes 
beneficiárias. (art. 190, LSA).
Cumpridas todas essas obrigações, apura-se o lucro líquido 
da empresa referente ao exercício social que deve ser dividido 
da seguinte forma:
a. no mínimo 5% para a reserva legal, não podendo 
exceder 20% do valor do capital social, exceto se o saldo 
já existente for superior a 30% do capital social; (art. 193, 
LSA).
b. no percentual previsto no estatuto para a reserva 
estatutária; (art. 194, LSA).
c. parte pode ser destinada à reserva de contingências, 
a critério da Assembleia-geral, por proposta dos órgãos 
administrativos, com a finalidade de compensar, em 
exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda 
julgada provável, cujo valor possa ser estimado. Pode 
integrar esse valor um percentual decorrente de doações e 
subvenções governamentais para investimentos, passíveis 
de serem excluídos da base de cálculo dos dividendos 
obrigatórios; (art. 195-A c/c 202, LSA).
d. parte, também a critério da Assembleia-geral, por 
proposta dos órgãos administrativos, pode ser destinada 
a reinvestimentos futuros por até 05 anos, ou prazo mais 
amplo se previsto no projeto aprovado; (art. 196, LSA).
e. eventual sobra do lucro, após a quitação dos dividendos 
aos acionistas pode ser destinado a uma reserva de lucros 
a realizar; (art. 197, LSA).
f. parte pode ser destinada a reserva de capital, para cobrir 
eventual ágio na subscrição de novas ações, o produto da 
venda de partes beneficiárias e os bônus de subscrição; 
(parágrafo 1°, art. 182, LSA).
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Direito Empresarial 205
g. quitação dos dividendos obrigatórios, que é o retorno 
do investimento feito pelos sócios, no percentual mínimo 
de 50% do lucro líquido ajustado, na falta de previsão 
mais benéfica no estatuto. (art. 202, LSA).
Excepciona a obrigatoriedade da distribuição dos 
dividendos a situação financeira precária da sociedade 
empresária ou a deliberação da Assembleia Geral nas sociedades 
anônimas de capital fechado, na falta de oposição de qualquer 
dos acionistas. Neste caso, o lucro não distribuído constituirá 
reserva especial que será dividido entre os acionistas tão logo 
permita a saúde financeira da empresa.
Dissolução da sociedade anônima
Por ter natureza institucional, a sociedade anônima sujeita-
se ao regime de dissolução previsto nos arts, 206 a 218, da Lei 
6.404/1976, sem prejuízo das normas contidas no Código Civil 
e na Lei de Falências, aplicadas subsidiariamente.
Estas são as possibilidades de dissolução, in verbis, 
previstas na Lei Especial:
Art. 206. Dissolve-se a companhia:
I - de pleno direito:
a. pelo término do prazo de duração;
b. nos casos previstos no estatuto;
c. por deliberação da assembleia-geral (art. 136, X);
d. pela existência de 1 (um) único acionista, 
verificada em assembleia-geral ordinária, se o 
mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do 
ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
e. pela extinção, na forma da lei, da autorização 
para funcionar.
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Direito Empresarial206
II - por decisão judicial:
a. quando anulada a sua constituição, em ação 
proposta por qualquer acionista;
b. quando provado que não pode preencher o seu 
fim, em ação proposta por acionistas que representem 
5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
c. em caso de falência, na forma prevista na 
respectiva lei;
III - por decisão de autoridade administrativa 
competente, nos casos e na forma previstos em lei 
especial.
A dissolução parcial pode ser evitada mediante reembolso 
ao acionista dissidente com dinheiro do lucro ou reservas, 
excetuada a reserva legal e desde que não comprometa a 
solvência da empresa, ou seja, o próprio capital social.
A morte também não traduz, por si, a dissolução da 
sociedade empresarial, já que os herdeiros ou legatários sub-
rogam-se na titularidade dos direitos do sócio morto.
Outras possibilidades de dissolução são a incorporação, a 
fusão e a cisão, com a absorção de todo o patrimônio por outras 
sociedades empresariais. (art. 219, LSA, 1.113 a 1.122 CC)
A incorporação e fusão de sociedades anônimas devem 
ser submetidas à aprovação do Conselho Administrativo de 
Defesa Econômica – Cade, órgão judicante administrativo com 
jurisdição em todo o território nacional, sempre que atingirem os 
valores previstos no art. 88, da Lei 12.529/2011:
Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes 
envolvidas na operação os atos de concentração 
econômica em que, cumulativamente:
I - pelo menos um dos grupos envolvidos na 
operação tenha registrado, no último balanço, 
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Direito Empresarial 207
faturamento bruto anual ou volume de negócios 
total no País, no ano anterior à operação, 
equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 
(quatrocentos milhões de reais); e
II - pelo menos um outro grupo envolvido na 
operação tenha registrado, no último balanço, 
faturamento bruto anual ou volume de negócios 
total no País, no ano anterior à operação, 
equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta 
milhões de reais).
A lei permite três possibilidades de associação de 
sociedades empresariais para a execução de empreendimentos 
comuns: 
a. grupos de fato: resultam da união entre sociedades 
coligadas, quando uma empresa em influência significativa 
sobre outra sem controlá-la, e entre controladora e 
controlada, quando a primeira tem poder de controle sobre 
a segunda. Regra geral, é vedada a participação recíproca 
entre a companhia e suas coligadas ou controladas, exceto 
se a sociedade anônima puder adquirir legalmente suas 
próprias ações. (art. 244 c/c art. 30, § 1º, b, LSA).
As demonstrações financeiras entre coligadas e controladas 
seguem regras próprias, previstas nos arts. 247 a 250 da Lei 
6.404/1976.
b. Subsidiária integral: as ações, em sua totalidade, ficam 
nas mãos de uma outra pessoa jurídica; (letra d, inciso I, 
art. 206, LSA).
c. Grupo de direito: é uma reunião interempresarial 
de sociedades sob o controle de uma sociedade 
brasileira, denominada holding, para participação em 
empreendimentos comuns. Devem ter a designação 
de “grupo” ou “grupo de sociedades”, podem contar 
com estrutura e órgãos de direção próprios, e precisam 
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Direito Empresarial208
ser registradas na Junta Comercial, em que pese 
configurem uma reunião contratual de negócios e não 
tenham personalidade jurídica própria e nem respondam 
subsidiariamente pelas dívidas uma das outras. (art. 267, 
LSA).
Os grupos somente têm responsabilidade perante as 
autoridades antitruste (Lei 12.529/2011), trabalhistas. 
(parágrafo 2°, art. 2°, CLT) e previdenciárias (inciso IX, 
art. 30, Lei 8.212/1991).
A responsabilidade subsidiária das empresas que compõem 
a holding se limita às advindas de relação de consumo. 
(parágrafo 2°, art. 28, Lei 8.078/1990).
d. Consórcio: o consórcio não tem personalidade jurídica 
própria. Resulta da combinação de esforços e recursos para a 
execução de empreendimento comum, sujeito à aprovação 
do CADE se os valores atingirem o montante previsto no 
art. 88 da Lei 12.529/2011, e não têm responsabilidade 
solidária, exceto com relação aos direitos consumeristas 
(parágrafo 3°, art. 28, Lei 8.078/1990) e licitatórios (inciso 
V, art. 33, Lei n. 8.666/93).
As sociedades de economia mista só podem ser constituídas 
por lei, para atender a interesse público, e com capital 
majoritariamente público. Estão sujeiras às regras contidas na lei 
de criação, às normas para administração societária contida nos 
arts 235 ao 240 da Lei 6.404/1976, sem prejuízo da aplicação 
subsidiária das normas gerais contidas no Código Civil e na Lei 
de Falências, bem como às normas e fiscalização da Comissão 
de Valores Mobiliários – CVM, se forem abertas.
Sociedade em comandita por ações
A sociedade em comandita por ações se sujeita à 
regulamentação da Lei das Sociedades Anônimas, arts. 280 a 
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Direito Empresarial 209
284, com as alterações contidas nos 1.090 a 1.092 do Código 
Civil.
Na sociedade em comandita por ações, somente os 
acionistas podem integrar a diretoria.
O acionista diretor, também denominado gerente, é 
nomeado no estatuto para exercer essa atribuição por prazo 
indeterminado ou até que os acionistas que detiverem no mínimo 
2/3 do capital pleiteiem a sua destituição, e sua responsabilidade 
sobre as obrigações societárias é ilimitada. (art. 1.091, CC).
Em razão da responsabilidade ilimitada do diretor, a 
assembleia-geral não pode mudar, sem o acorde do diretor, o 
objeto essencial da sociedade, prorrogar o prazo de duração 
da empresa, aumentar nem diminuir o capital social, emitir 
debêntures ou partes beneficiárias (art. 1.092, CC)
A sociedade pode adotar firma, com o nome civil de 
acionista que não exerça cargo de direção, ou denominação, mas 
em ambos casos o nome deve conter a expressão indicativa do 
tipo societário. (art. 1.161, CC)
Afora essas diferenças contidas no Código Civil, aplicam-
se às sociedades em comandita por ações todas as regras da Lei 
6.404/1976.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido o que significa as sociedades anônimas. 
RESUMINDO
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Direito Empresarial210
Sociedades cooperativas
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona as sociedades cooperativas. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
OBJETIVO
O nascimento do cooperativismo 
O Cooperativismo nasceu na Inglaterra, em 1844, quando 
um grupo de trabalhadores reuniu esforços para montar um 
armazém, comprar alimentos em quantidade a menores custos e 
vendê-los também a menores preços.
As sociedades cooperativas estão ligadas ao conceito de 
cooperação mútua, reunião de esforços em prol de um objetivo 
comum, com divisão dos resultados entre os cooperativados.
São sociedades de pessoas e podem ter por objetivo social 
qualquer gênero de serviço, operação ou atividade econômica, 
social, ambiental ou cultural, sendo obrigatório o termo 
“cooperativa” na sua denominação.
As cooperativas mais comuns são a agropecuária, de 
trabalho, de consumo, de crédito, de prestaçãode serviços e 
infraestrutura, de saúde e especiais, que em geral reúnem grupos 
vulneráveis como catadores de papel, deficientes físicos, etc.
Está regulamentada na Lei 5.764/1971 e é conceituada no 
art. 4°, nos seguintes termos:
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Direito Empresarial 211
Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, 
com forma e natureza jurídica próprias, de 
natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas 
para prestar serviços aos associados, distinguindo-
se das demais sociedades pelas seguintes 
características:
I - adesão voluntária, com número ilimitado de 
associados, salvo impossibilidade técnica de 
prestação de serviços;
II - variabilidade do capital social representado 
por quotas-partes;
III - limitação do número de quotas-partes do 
capital para cada associado, facultado, porém, o 
estabelecimento de critérios de proporcionalidade, 
se assim for mais adequado para o cumprimento 
dos objetivos sociais;
IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a 
terceiros, estranhos à sociedade;
V - singularidade de voto, podendo as 
cooperativas centrais, federações e confederações 
de cooperativas, com exceção das que exerçam 
atividade de crédito, optar pelo critério da 
proporcionalidade;
VI - quorum para o funcionamento e deliberação 
da Assembléia Geral baseado no número de 
associados e não no capital;
VII - retorno das sobras líquidas do exercício, 
proporcionalmente às operações realizadas pelo 
associado, salvo deliberação em contrário da 
Assembléia Geral;
VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de 
Assistência Técnica Educacional e Social;
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Direito Empresarial212
IX - neutralidade política e indiscriminação 
religiosa, racial e social;
X - prestação de assistência aos associados, e, 
quando previsto nos estatutos, aos empregados da 
cooperativa;
XI - área de admissão de associados limitada às 
possibilidades de reunião, controle, operações e 
prestação de serviços.
São constituídas a partir de um estatuto que regulamenta 
a denominação, sede, prazo de duração da sociedade, área de 
atuação, objeto, início e fim do exercício social e a data de 
levantamento do balanço geral, além dos direitos e deveres 
dos associados, responsabilidades, admissão e desligamento 
dos cooperados, capital e modo de integralização, devolução 
de sobras e rateios, regras administrativas, de fiscalização e de 
representação em juízo e fora dele, poderes e responsabilidade 
dos administradores e conselheiros fiscais, convocação dos 
cooperados para as assembleias-gerais, debates e direito de voto.
O ato constitutivo das cooperativas deve declarar, sob 
pena de nulidade: a denominação da sociedade, o seu objeto e 
o endereço da sede, a qualificação completa dos fundadores, o 
valor e o número da quota-parte de cada um, a aprovação do 
estatuto e a qualificação completa dos associados escolhidos 
para os órgãos de administração, fiscalização e outros. (art. 15, 
Lei 5.764/1971).
O capital social inicial, necessário para a instalação e 
primeiras atividades sociais, é levantado através de estudos de 
viabilidade econômica e dividido em quotas-parte com valor 
máximo limitado a um salário mínimo do país. (art. 24, Lei 
5.764/1971).
O ato de constituição e o estatuto devem ser levados a 
registro na Junta Comercial.
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Direito Empresarial 213
A mesma norma delimita a responsabilidade das 
cooperativas e dos cooperados nos seguintes termos:
Art. 11. As sociedades cooperativas serão 
de responsabilidade limitada, quando a 
responsabilidade do associado pelos compromissos 
da sociedade se limitar ao valor do capital por ele 
subscrito.
Art. 12. As sociedades cooperativas serão 
de responsabilidade ilimitada, quando a 
responsabilidade do associado pelos compromissos 
da sociedade for pessoal, solidária e não tiver 
limite.
Art. 13. A responsabilidade do associado para com 
terceiros, como membro da sociedade, somente 
poderá ser invocada depois de judicialmente 
exigida da cooperativa.
Finalmente, a estrutura organizacional das cooperativas 
é composta pelos seguintes órgãos sociais: assembleia geral, 
ordinária e extraordinária, conselho de administração ou diretoria 
e conselho fi scal.
Figura 3
Fonte: Freepik
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Direito Empresarial214
 E então? Gostou do conteúdo? Aprendeu tudo sobre as espécies 
de sociedades empresárias? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você certamente aprendeu como se deu a 
transformação da sociedade comercial para a sociedade empresária, 
o que são e quais são as sociedades personificadas, como se 
constituem as sociedades simples, limitada, em nome coletivo, 
em comandita por ações, anônima e, finalmente, as cooperativas. 
Aprendeu também sobre a constituição e a importância do 
capital social, como são organizadas administrativamente qual 
a responsabilidade dos sócios. E, finalmente, aprendeu sobre a 
distribuição de lucros e dividendos. Agora você está preparado para 
seguir adiante e prender um pouco mais sobre o Direito Empresarial.
RESUMINDO
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Direito Empresarial230
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