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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Suporte Básico da Vida Disciplina na modalidade a distância Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância Reitor Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corrêa Máximo Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitora de Administração Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação Institucional Valter Alves Schmitz Neto Diretora do Campus Universitário de Tubarão Milene Pacheco Kindermann Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Secretária-Geral de Ensino Solange Antunes de Souza Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretor Adjunto Moacir Heerdt Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord.) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Fernandes Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Auxiliares de Coordenação Ana Denise Goularte de Souza Camile Martinelli Silveira Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduação Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R.Pacheco Artur Beck Neto Bernardino José da Silva Charles Odair Cesconetto da Silva Dilsa Mondardo Diva Marília Flemming Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos da Silva Junior José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Joseane Borges de Miranda Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete Beche Vice-Coordenadores Graduação Adriana Santos Rammê Bernardino José da Silva Catia Melissa Silveira Rodrigues Horácio Dutra Mello Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn José Carlos Noronha de Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Luciana Manfroi Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Sergio Sell Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta) Coordenadores Pós-Graduação Aloísio José Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Dayse Nunes Letícia Cristina Bizarro Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli Rogério Santos da Costa Thiago Coelho Soares Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Jaliza Thizon de Bona Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Janaína Baeta Neves (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto Carolina Hoeller da Silva Boing Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Reconhecimento de Curso Maria de Fátima Martins Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Marília Ignacio de Espíndola Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian (Capacitação) Elizete De Marco Fabiana Pereira Iris de Souza Barros Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Simone Zigunovas Tutoria e Suporte Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte- Nordeste) Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste) Francine Cardoso da Silva Janaina Conceição (Núcleo Sul) Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Kelin Buss Liana Ferreira Luiz Antônio Pires Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Michael Mattar Patrícia de Souza Amorim Poliana Simao Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Aline Pimentel Carmelita Schulze Daniela Siqueira de Menezes Delma Cristiane Morari Eliete de Oliveira Costa Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Geovania Japiassu Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marcelo Tavares de Souza Campos Mariana Aparecida dos Santos Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael da Cunha Lara Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Verônica Ribas Cúrcio Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Vanesa Montagna Avaliação da aprendizagem Claudia Gabriela Dreher Jaqueline Cardozo Polla Nágila Cristina Hinckel Sabrina Paula Soares Scaranto Thayanny Aparecida B. da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente) Relacionamento com o MercadoAlvaro José Souto Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Mayara Pereira Rosa Luciana Tomadão Borguetti Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Sheila Cristina Martins Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Alberto Regis Elias Alex Sandro Xavier Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Davi Pieper Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Fernanda Fernandes Frederico Trilha Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Noemia Souza Mesquita Oberdan Porto Leal Piantino Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Josué Lange Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Gabriel Barbosa Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) Ana Paula Batista Detóni André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Denise Fernandes Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Jessica da Silva Bruchado Jonatas Collaço de Souza Juliana Cardoso da Silva Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Mariana Souza Marilene Fátima Capeleto Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Palhoça UnisulVirtual 2011 Design instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald Suporte Básico da Vida Livro didático Nazaré Otília Nazário Edição – Livro Didático Professora Conteudista Nazaré Otília Nazário Design Instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald ISBN 978-85-7817-315-9 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Ilustrações Edison Rodrigo Valim Diagramação Daiana Ferreira Cassanego Revisão Letra de Forma Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 616.0252 N24 Nazário, Nazaré Otília Suporte básico da vida : livro didático / Nazaré Otilia Nazário ; design instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011. 156 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-315-9 1. Primeiros socorros. 2. Parada cardiorrespiratória. I. Moellwald, Marina Cabeda Egger. II. Título. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Noções gerais do Suporte Básico da Vida . . . . . . . . . . . . . . . . 15 UNIDADE 2 - Reanimação Cardiopulmonar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 UNIDADE 3 - Primeiros Socorros no ambiente pré-hospitalar . . . . . . . . . . . 79 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 151 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Suporte Básico da Vida. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre‑se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e‑mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras da professora Este é o livro didático de Suporte Básico da Vida, um material importante para lhe auxiliar na aquisição de conhecimentos construídos até aqui no Curso Superior de Segurança Pública. O objetivo do material é orientar você a prestar os primeiros atendimentos às vítimas portadoras de um mal‑estar súbito de qualquer natureza, por meio de conhecimentos resultantes do estudo de questões relacionadas ao suporte básico de vida e primeiros socorros no ambiente pré‑hospitalar. São conhecimentos importantes para você ao se deparar com a vítima em situações dessa natureza. Professora Nazaré Otília Nazário Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá‑lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: � o livro didático; � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); � o Sistema Tutorial. Ementa Avaliação da gravidade da doença ou situação de emergência. Reconhecimento da parada respiratória e parada cardíaca. Suporte básico da parada respiratória e cardíaca. Transporte de doentes graves. Intoxicações agudas. Acidentes por animais peçonhentos. Treinamento em suporte básico da vida e socorro nas situações de emergência. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos da disciplina Geral O objetivo geral desta disciplina é disponibilizar informações para que o socorrista possa prestar os primeiros socorros e o suporte básico de vida no ambiente pré‑hospitalar. Específicos � Prover informações sobre como fazer a avaliação inicial da vítima. � Ensinar o aluno a verificar os sinais vitais no atendimento pré‑hospitalar. � Prover informações sobre como avaliar a cena pré‑hospitalar. � Ensinar a respeitar as normas de biossegurança ao atendimento pré‑hospitalar às vítimas. � Oferecer conhecimento à identificação dos sinais clínicos de parada cardiorrespiratória. � Prover informações sobre como realizar as manobras de suporte básico de vida na reanimação cardiorrespiratória no adulto e na criança. � Prover informações sobre como avaliar e fazer atendimentos à vítima de trauma. � Ensinar o aluno a fazer a abordagem inicialà vítima de queimaduras. � Instruir o aluno sobre procedimentos para prestar o atendimento inicial à vítima de intoxicação exógena. � Ensinar o aluno a fazer a abordagem inicial à vítima de acidentes com animais peçonhentos e venenosos. 13 Suporte Básico da Vida Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas‑aula. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 3 Unidade 1 – Noções gerais do Suporte Básico da Vida Serão abordados os conteúdos sobre a avaliação inicial da vítima, a verificação dos sinais vitais, a avaliação da cena pré‑hospitalar e as normas de biossegurança para o atendimento pré‑hospitalar às vítimas. Unidade 2 – Reanimação Cardiopulmonar Nesta unidade, será trabalhado o suporte básico de vida na reanimação cardiorrespiratória tanto no adulto quanto na criança. Unidade 3 – Primeiros socorros no ambiente pré‑hospitalar Serão abordados os conteúdos referentes à avaliação e aos atendimentos à vítima de trauma, abordagem inicial à vítima de queimaduras, assim como às intoxicações exógenas e acidentes com animais peçonhentos e venenosos. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Agenda de atividades/Cronograma � Verifique com atenção o EVA, organize‑se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 1UNIDADE 1Noções gerais do Suporte Básico da Vida Objetivos de aprendizagem � Aprender a realizar a avaliação inicial da vítima. � Saber como verificar os sinais vitais no atendimento pré-hospitalar. � Aprender a avaliar a cena pré-hospitalar. � Respeitar as normas de biossegurança para o atendimento pré-hospitalar às vítimas. Seções de estudo Seção 1 Avaliação inicial da vítima Seção 2 A cena pré-hospitalar e a biossegurança 16 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nesta unidade, na seção 1 você terá contato com conteúdos inerentes às definições de termos importantes para o desenvolvimento da disciplina, seguidos de conteúdos sobre a avaliação inicial da vítima e a verificação dos sinais vitais, parâmetros utilizados na avaliação das condições da vítima. Na seção 2 serão apresentados os conteúdos referentes à avaliação da cena e às normas de biossegurança no ambiente pré‑hospitalar. Seção 1 – Avaliação inicial da vítima A recuperação das vítimas portadoras de um mal‑estar súbito no ambiente pré‑hospitalar está diretamente relacionada com a rapidez, o conhecimento e as habilidades do socorrista para o reconhecimento das situações de risco de vida que requeiram atendimento imediato. Medidas intempestivas no atendimento de suporte básico de vida podem contribuir para o aumento dos índices de morbimortalidade. Leigos, na ânsia de ajudar e por falta de conhecimentos e habilidades relacionadas aos primeiros atendimentos à vítima, podem contribuir para o agravamento da situação, inclusive com danos irreversíveis. Uma das possibilidades para reverter esse quadro é: � primeiramente, o investimento na prevenção de acidentes; e, � em seguida, o investimento na educação voltada para o preparo de leigos no atendimento de primeiros socorros e suporte básico de vida no ambiente pré‑hospitalar, com o objetivo de compartilhar conhecimentos, com mais uma parcela da população, contribuindo para salvar vidas e minimizar os índices de morbimortalidade. De acordo com o Ministério da Saúde, morbimortalidade é o impacto das doenças e dos óbitos que incidem em uma população. 17 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Ao aproximar‑se da vítima, o socorrista, com conhecimento e habilidades de primeiros socorros e suporte básico de vida, fará uma avaliação inicial e definirá procedimentos que serão realizados na cena, preparando a vítima para o transporte com segurança. Nesta seção, procuraremos situar você sobre a importância do conhecimento relativo ao suporte básico de vida. Iniciaremos apresentando: � características do socorrista; � aspectos legais no atendimento; e � algumas definições básicas. 1.1 Características do socorrista Para fazer um bom atendimento, o socorrista, além de necessitar de segurança pessoal, precisa respeitar deveres e responsabilidades específicas frente à cena. Em termos de segurança pessoal, é necessário garantir: � a segurança na aproximação da vítima durante o atendimento; e � a segurança relacionada à proteção contra doenças infecciosas. Em relação aos deveres e às responsabilidades: � acesso à vítima com segurança, utilizando‑se de EPIs; � realizar a avaliação primária e secundária da vítima, providenciando atendimento imediato para a manutenção dos sinais vitais; � mobilizar a vítima somente quando necessário, para a realização de algum procedimento com a garantia de não ocasionar lesões adicionais; Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para evitar contato com sangue e outros fluídos corpóreos. Saberemos mais sobre isso na seção 2. 18 Universidade do Sul de Santa Catarina � auxiliar na transferência da vítima e prestar informações pertinentes a quem assumir a continuidade do atendimento; � no caso de acidentes, controlar o local protegendo a si, a vítima e prevenindo outros acidentes; � utilizar de informações obtidas no local e da avaliação da cena, além dos exames, primário e secundário, para identificar o que está acontecendo com a vítima; � decidir quando os requisitos de segurança ou o atendimento exigirem a mobilização da vítima, minimizando as possibilidades de lesões adicionais; � obter ajuda do pessoal presente na cena e controlar suas atividades; e � providenciar o serviço móvel para a transferência da vítima, além de prestar as informações pertinentes e necessárias para a continuidade da assistência. O socorrista também precisa levar em consideração alguns aspectos importantes quando em cena. Vejamos quais são esses aspectos: � agir com rapidez e sem precipitação; � aprender a lidar com o público; � ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado à vítima; � controlar seus sentimentos no local da emergência; � ser disciplinado – evitar comentários desnecessários – e concentrar‑se em suas atividades; e � ao chamar o serviço móvel de atendimento às emergências, o socorrista deve, sempre que possível, fornecer informações essenciais. 19 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Você sabe quais informações são importantes para este momento? Saber informar a localização exata da ocorrência; o nome ou número da rodovia, ponto de referência, tipo e gravidade da ocorrência – se há fratura, dificuldade respiratória, sangramento –; número de vítimas e idade aproximada delas; assim como detalhes importantes da situação, como, por exemplo, se as vítimas estão presas a ferragens ou se há combustível inflamável no local e número de telefone para contato, se houver. Se você encontrar a vítima em estado inconsciente, algumas ações são importantes. Vejamos quais seriam essas ações: � procurar documentos junto à vítima e tentar fazer contato com familiares ou amigos; � na realização de contatos, evitar passar impressão de gravidade da situação; e � fornecer, com clareza, dados queidentifiquem o local da intercorrência e para onde a vítima está sendo encaminhada. 1.2 Aspectos legais no atendimento às urgências/emergências Os aspectos legais e essenciais dizem respeito ao seguinte: � Dever agir Os socorristas, as equipes do SAMU, da polícia ou do corpo de bombeiros, ao serem solicitados, devem proporcionar um atendimento imediato, conforme procedimentos operacionais de seus serviços. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina � Negligência Diz respeito a não observação de padrões de assistência no atendimento à vítima, que poderá contribuir para agravos adicionais com abrangência física ou emocional. Um exemplo de negligência seria a mobilização de vítima com membro inferior fraturado, sem a realização de imobilização no local. � Abandono Uma vez iniciado o atendimento à vítima, o socorrista não deve mais sair do local antes da chegada de pessoal mais qualificado ou de ter providenciado a transferência da vítima para o atendimento de suporte avançado. � Consentimento informado e consentimento implícito O consentimento informado equivale à autorização dada por um adulto consciente, após ter sido informado sobre o preparo do socorrista, para lhe prestar o atendimento. Os riscos e as opções de atendimento podem ser discutidos. No consentimento implícito, presume‑se que a vítima desejaria receber cuidados de emergência/urgência. Aplica‑se, também, à vítima desacompanhada e com distúrbios mentais. � Sigilo Os comentários desnecessários sobre o atendimento à vítima não devem ser feitos, pois depõem contra a privacidade da vítima e dizem respeito à falta de sigilo. Inconsciente ou gravemente ferida, assim como menores feridos, por exemplo, desacompanhados dos pais ou responsáveis. 21 Suporte Básico da Vida Unidade 1 1.3 Definições preliminares A seguir, definiremos os conceitos básicos utilizados na área de Suporte Básico de Vida. Antes de seguirmos para ações mais detalhadas, é importante que saibamos o significado dos termos e conceitos que serão utilizados daqui em diante. � Primeiros socorros São as avaliações e intervenções que podem ser realizadas por uma pessoa presente leiga, socorrista ou profissional de saúde à vítima, com a utilização de equipamentos mínimos ou até mesmo sem nenhum equipamento. � Socorrista É um prestador de primeiros socorros; alguém com treinamento formal em primeiros socorros, em cuidados de emergência/urgência. � Suporte Básico de Vida São medidas iniciais e imediatas aplicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar, onde são realizadas ações por pessoal treinado, na tentativa de manter os sinais vitais, evitando o agravamento das lesões. � Suporte Avançado de Vida São medidas que visam, por meio do emprego de técnicas, equipamentos e medicamentos, a estabilizar a vítima do ponto de vista respiratório, circulatório e neurológico, permitindo o controle de lesões de modo adequado a fim de proceder o tratamento definitivo. � Emergência Situação crítica que pode ser definida, de modo abrangente, como aquela em que a vítima entra em desequilíbrio das suas funções vitais, por enfrentar agressões, internas ou externas, ao organismo. Também 22 Universidade do Sul de Santa Catarina pode ser definida como a situação que resulta em drástico transtorno à saúde ou em súbita ameaça à vida, que exige intervenção imediata para evitar complicações graves ou mesmo a morte da vítima. � Urgência É uma situação em que a vítima apresenta disfunções sérias que necessitam de intervenção, avaliação e atendimento, embora não imediatamente. A situação de urgência coloca em perigo a saúde da vítima e pode evoluir para uma emergência. Exemplos de uma situação de urgência são os desmaios, as fraturas simples fechadas, as crises hipertensivas, entre outros. � Sinais São alterações orgânicas que o socorrista pode perceber por meio dos sentidos durante a avaliação da vítima. Exemplos desses sinais são a palidez, a sudorese (suor excessivo), o sangramento, o edema (inchaço), o odor alcoólico, entre outros. � Sintomas São sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Por exemplo: a dor, o calor, o frio, a fraqueza, a tontura ou a sensação de mal-estar. Agora que você já conhece essas definições, vamos à prática! Visão, tato, audição e olfato. 23 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Como fazer a avaliação inicial da vítima? A avaliação inicial da vítima é um meio de obter informações sobre os problemas apresentados pela vítima decorrentes de um trauma ou mal‑estar súbito de qualquer outra natureza. A avaliação primária tem a finalidade de identificar e corrigir situações que apresentam risco de morte à vítima. A American Heart Association (AHA, 2010) recomenda que, na presença de vítima em colapso cardíaco súbito, deve ser chamado serviço móvel de urgência imediatamente e, na sequência, identificar sinais de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Se a pessoa que presenciou o colapso não tiver treinamento em Reanimação Cardiopulmonar (RCP), ela deverá fazer somente as compressões torácicas na vítima adulta, com ênfase em “comprimir forte e rápido” no centro do tórax até a chegada de socorro. É importante sabermos diferenciar uma situação de colapso cardíaco de qualquer outra situação de mal‑estar. Como fazemos isso? Nesse caso, o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência por meio do AVDI, que diz respeito às seguintes palavras: alerta (A), estímulos verbais (V), estímulos dolorosos (D) e inconsciente (I). O socorrista deve responder às seguintes perguntas, cada uma referente a uma das letras da sigla: A – A vítima está alerta? V – A vítima responde aos estímulos verbais? D – A vítima só responde aos estímulos dolorosos? I – A vítima está inconsciente? Depois disso, dando sequência ao atendimento, o socorrista deve realizar a avaliação primária da vítima, levando em consideração os seguintes aspectos: O reconhecimento da PCR no adulto consiste na constatação do estado de inconsciência e na ausência de respiração ou respiração anormal. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina � Permeabilidade das vias aéreas: a entrada e a saída de ar dos pulmões funcionam com normalidade? � Presença de respiração: a respiração é adequada? � Presença de circulação: existe presença de pulso nas artérias periféricas e nas grandes artérias? Logo mais abordaremos os Sinais Vitais, concluindo o conhecimento referente ao processo de avaliação primária. Neste momento, comprovada a presença de respiração e circulação, você pode seguir realizando a avaliação secundária, da cabeça aos pés da vítima. Essa avaliação consiste na exposição da vítima, ou seja, na retirada de suas roupas, para a realização do exame físico que, de acordo com Viana e Petenesso (2007), é o ato ou processo de inspecionar, palpar, percurtir e auscultar determinadas regiões do corpo e seus respectivos sistemas, a fim de detectar alterações no organismo. Vejamos cada uma dessas ações mais detalhadamente: Inspeção O processo de observação detalhada da superfície corporal com o objetivo de avaliar a coloração, a forma, a simetria, por meio da visão, audição e do olfato, a fim de detectar alterações no organismo, é chamado de inspeção. Podemos seguir um roteiro geral para a inspeção, verificando o seguinte: � Estado geral: observar a aparência classificando o estado da vítima em: BEG (Bom Estado Geral), REG (Regular Estado Geral) e MEG (Mal Estado Geral). � Nível de consciência: observar lucidez e verificar a qualidade do diálogo. � Linguagem: comunica‑se verbalmente ou por gestos, apresenta fala pastosa, disartria ou está afônico, sem fala. Carótida e femoral. Dificuldade para articular palavras. 25 Suporte Básico da Vida Unidade 1 � Movimentação e postura: anda, não anda, assume posição relacionada à dor. � Coloração da pele e das mucosas: palidez, icterícia, cianose. Ausculta Na ausculta é possível ouviros sons produzidos pelo organismo, que são transmitidos para a superfície do corpo e captados de modo direto e de modo indireto. Vejamos a representação da ausculta na seguinte figura: Figura 1.1 - Ausculta Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Palpação Utiliza‑se o tato com o objetivo de identificar a temperatura, a umidade da pele e os locais sensíveis à dor. São usadas diferentes partes das mãos do socorrista para: � avaliar a temperatura, use o dorso das mãos; � avaliar a umidade, use a palma das mãos; e � avaliar a dor, use as pontas dos dedos. Vejamos a figura: Icterícia Coloração amarelada. Cianose Coloração azulada. Modo direto Orelha externa capta sons diretamente no local auscultado. Modo indireto Sons captados por meio do estetoscópio. 26 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 1.2 - Palpação Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Além de avaliar a temperatura, a umidade da pele e a presença de dor, a palpação realizada da cabeça aos pés identifica anormalidades, ao comparar um lado do corpo com o outro. Para isso, utiliza‑se as duas mãos simultaneamente, palpando, em sequência, cabeça, face, região cervical, tórax, abdome, pelve, extremidades superiores e inferiores e coluna vertebral. Percussão É a realização de golpes com os dedos indicador e médio, da mão dominante do socorrista, sobre os dedos da mão não dominante, colocados em áreas do organismo que permitem avaliar tons, intensidade, vibração e detectar a presença de ar e líquidos. Vejamos como isso se parece: Figura 1.3 - Percussão Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Saliências, reentrâncias, lesões, edemas etc. 27 Suporte Básico da Vida Unidade 1 É comum, no dia a dia, nos depararmos com vítimas inconscientes, sem saber o que está acontecendo. Por isso, precisamos afastar a possibilidade de traumas de um modo geral. 1.4 Sinais Vitais (SV) Os sinais vitais, de acordo com, Craven e Hirnle (2006), indicam a função de alguns dos mecanismos homeostáticos do corpo. Os sinais vitais podem refletir muitas coisas a respeito do estado de saúde/doença dos indivíduos, portanto os autores estabeleceram valores tidos como normais para os sinais vitais nos diferentes grupos etários, conforme Tabela 1.1. Tabela 1.1 - Sinais Vitais x Grupo Etário Faixa Etária Pulso Respiração Temperatura Pressão Arterial 1 a 3 anos 80-130 24-40 37,2-37,6 80-112/50-80 Pré‑Escolar 80-120 22-34 37,0-37,2 82-110/50-78 Escolar 75-110 18-30 36,6-37 84-120/54-80 Adolescente 60-90 12-20 36,1-37,2 94-140/62-88 Adulto 60-100 12-20 36,1-37,2 90-140/60-90 Idoso (> 70 anos) 60-100 12-20 35,0-37,2 90-140/60-90 Fonte: Craven, FR; Hirnle, C.J. (2006). As urgências/emergências têm formas peculiares de manifestação. A verificação dos sinais vitais é um procedimento essencial para a realização da avaliação inicial da vítima, pois são indicadores das condições de vida. Esses sinais podem mostrar alterações orgânicas que chamarão a atenção do socorrista para identificar o que está acontecendo com a vítima. Porém, fatores como a ansiedade, a dor, o esforço físico e a temperatura ambiente, por exemplo, podem provocar alterações nos sinais vitais. Após a verificação dos sinais vitais da vítima, vale fazer uma comparação com os valores normais indicados na Tabela 1.1. Os resultados dos sinais vitais verificados inicialmente são parâmetros para medições subsequentes. Valores isolados de sinais vitais são pouco valiosos. 28 Universidade do Sul de Santa Catarina As técnicas para aferição dos sinais vitais são simples e fáceis de realizar, porém a interpretação das medições exige conhecimento, raciocínio crítico e experiência. No atendimento pré‑hospitalar, a frequência com que se avaliam os sinais vitais deve ser individualizada, ou seja, é a condição da vítima que determina a frequência das avaliações. Além dos quatro sinais vitais clássicos, demonstrados no Quadro 1.1, a Dor e o Tamanho‑Reatividade Pupilar são considerados como outros sinais vitais, tendo em vista uma avaliação mais abrangente. Prestemos atenção, portanto, aos sinais vitais, cada um com suas especificidades: Pulso (P) A contração dos ventrículos do coração bombeia o sangue para dentro das artérias. A pulsação pode ser percebida como uma expansão e retração da elevação das artérias que se localizam próximas à superfície da pele. Quais são as características do Pulso? � Frequência ou velocidade: número de batimentos por minuto. � Ritmo: normalmente as contrações cardíacas ocorrem em intervalo de tempo uniforme, resultando em ritmo regular. � Qualidade: a força da pulsação percebida na palpação do pulso pode ser pontuada em escores que variam de zero a +4, conforme Quadro 1.1. Pulso (P), Respiração (R), Temperatura (T) e Pressão arterial (PA). 29 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Pontuação Qualidade 0 Sem pulso detectado. +1 Pulso fraco, filiforme, obliterado com a pressão. +2 Pulso difícil de palpar. +3 Pulso normal. +4 Pulso hiperativo, facilmente palpado. Quadro 1.1 - Classificação da Qualidade do Pulso Fonte: Craven, FR; Hirnle, CJ. (2006). Fatores que afetam a frequência do pulso: idade, alterações do sistema nervoso autônomo e uso de determinados medicamentos. Como avaliar o Pulso? O pulso pode ser avaliado em qualquer lugar do corpo, desde que a artéria esteja próxima à superfície da pele e possa ser comprimida contra a estrutura subjacente, o músculo ou o osso. Os pulsos mais comumente examinados são: � o temporal; � o carotídeo; � o braquial; � o radial; � o femoral; � o poplíteo; e � o pedioso. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Vejamos estas localizações na seguinte figura: Artéria Temporal Artéria Carotida Artéria Facial Artéria Femural Artéria Poplítea Artéria Braquial Artéria Radial e Ulnar Artéria Tibial anterior e posterior Avaliação de Sinais Vitais Pontos de pulsação – pressão indireta Figura 1.4 - Obtendo o pulso radial Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Quais são os passos para a devida avaliação do pulso? 1. Posicione a vítima com o antebraço sobre o tórax com o punho estendido. A posição relaxada permite a palpação mais fácil da artéria. 2. Coloque as pontas dos dedos – indicador e médio – ao longo do sulco na base do punho da vítima. 3. Pressione os seus dedos contra a artéria radial para obliterar o pulso e, depois, libere a pressão gradualmente para sentir as pulsações. 4. Avalie o pulso para regularidade e força e, depois, registre a frequência: no caso do pulso regular, conte durante 30 segundos e multiplique por dois; no pulso irregular, conte durante um minuto. 31 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Uma dica importante: palpe a artéria carótida na metade inferior do pescoço para evitar estimulação do seio carotídeo, conforme figura 1.5. Não palpe os pulsos carotídeos – direito e esquerdo – ao mesmo tempo, isso pode comprometer o fluxo sanguíneo cerebral. Figura 1.5 - Pulso carotídeo Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Respiração (R) Termo empregado para resumir dois processos diferentes, porém correlatos: � respiração interna; e � respiração externa. A respiração deve incluir a avaliação: � do ritmo e da profundidade, que precisam ser regulares; � da qualidade, que deve ser silenciosa, sem esforço; e; � da frequência, ou seja, o número de movimentos respiratórios por minuto. A anormalidade geralmente se caracteriza por problemas relacionados ao esforço e ritmo respiratório. Agora que conhecemos um pouco sobre o funcionamento da respiração e do que ela é constituída, vejamos os fatores que a influenciam. Refere-se à utilização do oxigênio, à produção do gás carbônico e à troca desses gases entre as células e o sangue. Processo de captar oxigênio e eliminar gás carbônico do organismo. 32 Universidade do Sul de Santa Catarina Quais são os fatores que afetam a respiração? Diversos fatores podem afetar a frequência, o ritmoe a profundidade da respiração. Conhecê‑los permite a identificação do significado dessas alterações. São eles: � idade; � uso de determinados medicamentos; � estresse; � exercícios; � altitude; � sexo; � posição corporal; e � febre. Já sabemos quais são os fatores que interagem no funcionamento da respiração. Mas como podemos avaliar a respiração? Em primeiro lugar, a vítima não deve estar ciente de que o socorrista esteja avaliando sua respiração, pois isso pode levar à alteração dos padrões e da frequência respiratória. Para realizar a avaliação da respiração, o socorrista deve segurar o pulso da vítima como se a estivesse avaliando. Nas respirações superficiais – e de difícil detecção – conte‑as enquanto observa a incisura esternal, onde os movimentos respiratórios ficam mais evidentes. O socorrista também pode colocar a sua mão sobre o tórax da vítima para detectar o movimento de elevação e descida do tórax. Nos homens, a respiração é menor por apresentarem maior capacidade pulmonar. A frequência da respiração aumenta para liberar o calor adicional. 33 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Antes de realizar a contagem do número de incursões respiratórias, o socorrista deve avaliar o ritmo e a qualidade da respiração. O procedimento é o seguinte: avalie a respiração para regularidade e força e, depois, registre a frequência: quando a respiração for regular, conte durante 30 segundos e multiplique por dois. Quando a respiração for irregular, conte durante um minuto. Temperatura (T) A regulação da temperatura corporal requer a coordenação dos principais sistemas orgânicos. Para que a temperatura central permaneça normal, a produção de calor deve equivaler à perda de calor. Quais são os fatores que afetam a temperatura? Assim como na frequência respiratória, existe uma série de fatores que interferem na temperatura. São eles: � idade: nos neonatos e nos idosos a temperatura é menor; � ambiente: pode aumentar ou diminuir a temperatura corporal; � horário do dia: entre as 17 e 19 horas a temperatura encontra‑se mais elevada, enquanto às 3 horas a temperatura corporal encontra‑se diminuída; � exercício: aumenta a produção de calor e a temperatura; � estresse e hormônios: aumentam a temperatura. Pressão arterial (PA) É a medida da força que o sangue exerce contra as paredes das artérias. Produção de calor O calor é um subproduto das reações químicas conhecidas como metabolismo. Perda de calor O calor é perdido por meio de quatro processos: radiação, condução, convecção e evaporação. 34 Universidade do Sul de Santa Catarina Quais são os fatores que afetam a PA? � a idade: a PA aumenta gradualmente a partir da infância e se correlaciona com a altura, o peso e a idade. Nos idosos ocorre aumento gradual da PA e se deve à resistência vascular sistêmica aumentada; � o Sistema Nervoso Autônomo Simpático aumenta a PA; � o volume sanguíneo diminuído diminui a PA; � o uso de determinados medicamentos pode causar hipotensão, como os diuréticos, narcóticos, entre outros. Dor A dor é uma sensação aguda ou crônica de desconforto individual resultante da resposta do sistema nervoso central a um estímulo externo ou interno no organismo. Está presente em diferentes distúrbios do organismo. Nas urgências/emergências é um dos sintomas mais relatado pela vítima, variando conforme: � a intensidade e periodicidade; � o tipo de injúria (trauma); � o órgão afetado; � a idade; � o sexo; � as patologias prévias; e � o estado de consciência. A dor contribui para dimensionar as condições vividas pela vítima, orientando no exame secundário, além de servir para o estabelecimento de prioridade na abordagem. 35 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Tamanho e reatividade das pupilas O exame das pupilas fornece informação quanto ao estado neurológico da vítima. Normalmente as pupilas são iguais, redondas e reagem à luz. As alterações a serem consideradas nas situações de urgência/emergência, excluindo‑se o uso de medicações oculares e lesões prévias, são as seguintes: � Midríase São pupilas dilatadas e não responsivas à luz. Podem estar associadas à arritmia cardíaca a injúria do Sistema Nervoso Central (SNC), com diminuição ou ausência de oxigenação cerebral, conhecida por hipóxia ou anóxia, respectivamente, ou com o uso de drogas. Segue imagem da midríase: Figura 1.6 - Pupilas midriáticas Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. � Miose São pupilas contraídas e que não respondem à luz. Podem ser causadas por doenças ou traumas do Sistema Nervoso Central ou pelo uso de drogas narcóticas. Segue imagem da miose: Figura 1.7 - Pupilas mióticas Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Cocaína, atropina e anfetaminas, dentre outras. Heroína e morfina, por exemplo. 36 Universidade do Sul de Santa Catarina � Anisocoria São pupilas desiguais e não responsivas à luz. Podem estar associadas ao acidente vascular cerebral ou derrame. Segue imagem da anisocoria: Figura 1.8 - Pupilas anisocóricas Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Seção 2 – A cena pré‑hospitalar e a biossegurança Antes de iniciar o atendimento pré‑hospitalar à vítima que tenha sofrido um mal‑estar súbito de qualquer natureza, a prioridade é avaliar a cena, o que significa assegurar‑se da segurança e da situação. A manipulação da vítima requer muita cautela. O atendimento pré‑hospitalar é caracterizado pela possibilidade de exposição a vários riscos. O risco biológico é de maior relevância. O tamanho do risco depende do contato direto com os agentes biológicos sem a utilização de proteção necessária. Neste sentido, a biossegurança tem papel importante para a prevenção do contágio com patógenos, ou microrganismos, adquiridos pelo sangue. 2.1 A cena Avaliar a cena, de acordo com o Prehospital Trauma Support Life (PHTLS, 2007), é condição importante para a segurança do socorrista e da vítima. Boa observação e percepção são ferramentas indispensáveis para avaliar a cena. Traumatismo de crânio e trauma ocular. 37 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Tenha uma impressão geral da cena e da situação antes de passar a fazer parte dela. A avaliação da cena inclui dois componentes principais, quais sejam: � Segurança: verifique a segurança da cena, o atendimento da vítima deve aguardar até que a cena esteja segura. � Situação: pergunte‑se – o que está acontecendo? Tenho condições de ajudar? Que outro tipo de ajuda é necessária? 2.2 Biossegurança Conforme Fiocruz (1996), biossegurança abrange o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Riscos que podem comprometer a saúde do homem ou da qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A experiência tem demonstrado que o socorrista frequentemente se expõe a situações que podem colocar em risco a sua vida. A biossegurança é um dos aspectos principais a ser considerado durante o atendimento de primeiros socorros. Por isso, é necessário: � o bom senso; � a obediência às normas sanitárias; e � a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs). Abordaremos, a partir de agora, conteúdos referentes: � ao processo de contaminação; � às infecções causadas por vírus e bactérias; � às principais doenças de risco para o socorrista; Normas de precaução padrão para reduzir a exposição às doenças infecciosas. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina � às precauções padrões; e � o uso de EPIs. Iniciemos com a seguinte pergunta: como ocorre o processo de contaminação? Para que o processo de contaminação aconteça, são necessários três componentes: 1. Agente: microrganismo capaz de causar infecção. 2. Hospedeiro: indivíduo infectado pelo agente, com ou sem a doença manifesta. 3. Meio de transmissão: modo como o agente é transmitido ao hospedeiro. A transmissão podeser direta ou indireta. Como são causadas as infecções? As infecções podem ser causadas por vírus e/ou bactérias. Os microrganismos que causam infecção são chamados de patogênicos e podem ser encontrados nos fluídos corporais, como no sangue, nas secreções orais e de vias aéreas superiores – saliva e coriza – e daquelas secreções oriundas da tosse, do espirro e da respiração da vítima. Conforme o PHTLS (2007), nos casos de doenças adquiridas por patógenos do sangue, o tipo de exposição é chamado de monocutânea. Estas têm tipicamente menor probabilidade de causar transmissão e incluem a exposição do sangue à pele não íntegra – oral e conjuntiva ocular. Existem doenças consideradas de risco aos socorristas. De acordo com o PHTLS (2007), as principais doenças de risco relacionadas aos patógenos adquiridos pelo sangue são: Chamado de patógeno. Vírus Resfriados, hepatite, HIV. Bactérias Amigdalite, meningite, tuberculose. Com lesões, acnes ou mucosa. 39 Suporte Básico da Vida Unidade 1 � Hepatite Viral Embora diversos vírus da hepatite tenham sido identificados, o vírus da hepatite B e C são os que mais preocupam. A hepatite pode ser transmitida ao socorrista por meio de exposição monocutânea à pele não íntegra. � HIV O HIV é transmitido essencialmente pelo sangue ou sêmen infectados, mas secreções vaginais e fluídos pericárdicos, peritoniais, pleurais, amnióticos e cefalorraquidianos podem ser considerados infectados. Lágrimas, urina, suor, fezes e saliva são considerados não infecciosos, a menos que haja a presença evidente de sangue nessas secreções. Entre as principais doenças de risco relacionadas com as secreções orais e de vias aéreas superiores estão a meningite e a tuberculose. Conforme o PHTLS (2007), não é possível identificar, de modo confiável, as vítimas que sejam ameaça potencial aos socorristas. Em função disso, foram desenvolvidas precauções‑padrão para evitar que os socorristas entrem em contato direto com o sangue e/ou fluídos corporais da vítima. Quais são essas precauções disponíveis à proteção do socorrista? Basicamente, são referentes ao uso de materiais adequados e descartáveis para a proteção contra as doenças de risco para o socorrista. Os EPIs ou Barreiras Físicas consistem em: � luvas; � máscaras faciais; � proteção ocular; � aventais; e � máscara de fluxo unidirecional. Saliva e coriza e daquelas oriundas da tosse, do espirro e da respiração da vítima. Barreiras físicas ao sangue e fluídos corporais. 40 Universidade do Sul de Santa Catarina O equipamento de proteção individual do socorrista deve consistir, pelo menos, de luvas, máscaras faciais e proteção ocular. Vejamos cada uma dessas proteções: Luva As luvas podem ser de látex, vinil ou outro material sintético e impermeável. As luvas devem ser utilizadas quando houver contato com a pele não íntegra, mucosas, tecidos ou órgãos, além de áreas contaminadas com sangue ou outros fluídos corporais. Antes de calçar as luvas, verifique suas mãos, observe a presença de lesões e proteja‑as. Durante o atendimento à vítima é comum a ocorrência de perfurações nas luvas; examine‑as periodicamente e troque‑as sempre que necessário. Quando o atendimento à vítima durar mais de 30 minutos, troque as luvas. Não manuseie celular, canetas, nem qualquer outro equipamento com as mãos enluvadas e contaminadas por secreções corpóreas da vítima. Antes e após o uso das luvas, lave suas mãos. Luvas devem ser descartadas em local seguro após utilização. Segue imagem da luva: Figura 1.9 - Luvas de látex Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. 41 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Máscaras faciais Há dois tipos básicos de máscaras faciais, as cirúrgicas e a facial, com filtro de alta eficiência. Veja essa diferença nas figuras: Figura 1.10 - Máscara cirúrgica Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Figura 1.11 - Máscara facial com filtro de alta eficiência Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Ao usar a máscara, lembre‑se de colocá‑la sobre a boca e o nariz, com as bordas superior e inferior ajustadas à face. Evite tossir, espirrar e falar enquanto você estiver usando a máscara. Caso a máscara fique úmida ou suja, ela deve ser trocada imediatamente e descartada em local seguro capaz de impedir a contaminação de outras pessoas. Cirúrgicas Protegem as mucosas orais do socorrista da exposição a agentes infecciosos. Facial Impedem a passagem de particular menores, oriundas da tosse e dos espirros da vítima. 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Proteção ocular A proteção ocular deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de respingos de gotículas de sangue ou outros líquidos corporais, pois esse equipamento protege a mucosa ocular contra os possíveis respingos. Ao usar os óculos de proteção, observe sua adaptação à face, inclusive nas laterais dos olhos. Após utilizados, os óculos devem ser lavados com água corrente e desinfetados com álcool a 70%. Vale ressaltar que óculos comuns não fornecem proteção lateral. Figura 1.12 - Óculos de proteção ocular Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Aventais Protegem a pele e as roupas do socorrista do contato com sangue ou outros líquidos corpóreos. Dever sem compridos, com mangas longas e punhos estreitos, conforme figura 1.13, e trocados sempre que contaminados. Evite manipular a parte externa do avental após a retirada das luvas. Figura 1.13 - Avental Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. 43 Suporte Básico da Vida Unidade 1 Máscara de fluxo unidirecional É a máscara que deve ser adaptada à boca e ao nariz da vítima para realizar a ventilação, no caso de parada respiratória. Esse equipamento impede o contato do socorrista com secreções orais e respiratórias, durante a realização das ventilações, e, além disso, não permite que o ar exalado pela vítima entre em contato direto com o socorrista. Figura 1.14 - Máscara de fluxo unidirecional Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. O que fazer depois da utilização desses equipamentos? Após o uso dos EPIs, primeiramente você deve retirar as luvas. Depois, lavar bem as mãos ou usar um antisséptico à base de álcool. Com as mãos lavadas, retire o protetor ocular, a máscara facial e, por último, o avental, evitando tocar na sua parte externa. Os antissépticos à base de álcool são úteis para evitar a transmissão de muitos agentes infecciosos, mas não são adequados quando as mãos estiverem sujas; entretanto, podem limpar e proporcionar um efeito protetor em situações de indisponibilidade da água corrente. Associada ao uso dos EPIs, a lavagem das mãos, figura 1.15, é um princípio fundamental para o controle das infecções. As mãos devem ser lavadas com água e sabão sempre que ocorrer qualquer contaminação grosseira com sangue ou com os fluídos corporais. 44 Universidade do Sul de Santa Catarina Vejamos a seguinte figura: Figura 1.15 - Lavagem das mãos Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Síntese Na seção 1, você teve a oportunidade de conhecer as características do socorrista relacionadas à segurança pessoal, seus deveres e suas responsabilidade, bem como os aspectos importantes a serem considerados no ambiente pré‑hospitalar. Também foram destacados os aspectos legais desse tipo de atendimento. Além disso, foram apresentadas definições‑chave que serão úteis ao atendimento inicial à vítima. O objetivo é torná‑lo capaz de diferenciar emergência de urgência, sinal de sintoma, suporte básico de suporte avançado de vida, assim como conhecer a definição, as características, as atribuições e as responsabilidades do socorrista. Também nesta seção foi apresentada, de modo sucinto, a forma de realizar a avaliação primária e a importância da avaliação secundária, que consiste da abordagem inicial às vítimas portadoras de um comprometimento de suas funções vitais. Você ainda estudou as definições dos sinais vitais e dos sinais 45Suporte Básico da Vida Unidade 1 diagnósticos, valores de normalidade e técnicas para a sua verificação. Agora, você já pode pensar em correlacionar os sinais apresentados pela vítima com os parâmetros da normalidade, próximos passos a serem realizados durante o atendimento de suporte básico da vida. Na seção 2, você teve oportunidade de conhecer a importância da avaliação da cena, relacionada à segurança e situação, para o atendimento pré‑hospitalar. Além disso, você teve contato com definições básicas que o ajudarão na prevenção dos riscos inerentes à prestação de atendimento às vítimas, portadoras de um desequilíbrio orgânico, no âmbito pré‑hospitalar. Agora, você já conhece os componentes básicos para o processo de contaminação, as doenças de risco para o socorrista e as formas de proteção com a utilização dos EPIs. Assim, você estará apto para o atendimento às vítimas sem o risco de possíveis contaminações. 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação Responda às questões seguintes após realizar o estudo da Unidade 1. Na dúvida, volte ao texto e reveja o conteúdo. Ao final desta atividade, verifique o número de acertos – localizados nas páginas finais do livro – e, se necessário, aprofunde o estudo. 1) Com relação às definições básicas no suporte da vida, correlacione as colunas a seguir e assinale a alternativa correta: I – Atendimento pré-hospitalar II – Emergência III – Sintoma IV – Urgência V – Sinal ( ) Estado patológico de súbita instalação sem risco iminente de morte que necessita de pronto atendimento. ( ) Procedimentos técnicos realizados no local da emergência com o objetivo de manter o paciente com vida até a sua chegada a uma unidade hospitalar. ( ) Risco de morte iminente que necessita de diagnóstico e terapêutica imediata. ( ) Detalhe que o profissional de saúde, fazendo uso dos sentidos, pode perceber durante a avaliação do paciente. ( ) Sensação que o paciente experimenta e é capaz de descrever. a) II – I – V – IV – III . b) V – II – I – III – IV. c) IV – I – II – V – III . d) II – I – V – III – IV. e) NRA. 2) Em situações que não caracterizam um colapso cardíaco súbito, e sim um mal-estar de outra natureza, o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência por meio do AVDI. Assinale a alternativa correta em relação ao significado do AVDI. a) A – Alerta; V – Resposta verbal; D – Resposta ao estímulo Doloroso; e I – Inconsciência. b) A – Abertura de via aérea; V – Ver/ouvir/sentir; D – Resposta ao estímulo Doloroso; e I – Inconsciência. c) A – Abertura de vias aéreas; V – Verificar presença de corpo estranho na boca; Sinais D – Resposta ao estímulo Doloroso; e I – Inconsciência. d) As alternativas a e b estão corretas. e) As alternativas a, b e c estão corretas. 47 Suporte Básico da Vida Unidade 1 3) Considerando os aspectos legais no atendimento às urgências/emergências, correlacione as colunas seguintes e assinale a alternativa correta: I – Dever agir II – Sigilo III – Consentimento informado IV – Negligência V – Abandono VI – Consentimento implícito ( ) É a não observação de padrões de assistência no atendimento à vítima, que poderá ocasionar agravos adicionais com abrangência física ou emocional. Exemplo: mobilização de vítima com membro inferior fraturado sem a realização de imobilização do local. ( ) É a autorização dada por um adulto consciente, após ter sido informado sobre o preparo do socorrista, para prestar o atendimento necessário à vítima. Os riscos e as opções de atendimento podem ser discutidos. ( ) Uma vez iniciado o atendimento à vítima, o socorrista não pode mais sair do local antes da chegada de pessoal mais qualificado ou de ter providenciado a transferência do mesmo para o suporte avançado. ( ) Presume-se que a vítima, inconsciente ou gravemente ferida, bem como menores feridos, desacompanhados dos pais ou responsáveis, desejariam receber cuidados de emergência/ urgência. Aplica-se também à vítima desacompanhada e com distúrbios mentais. ( ) Os socorristas, as equipes do Samu da polícia ou do corpo de bombeiros, ao serem solicitados, devem proporcionar um atendimento imediato conforme procedimentos operacionais de seus serviços. ( ) Os comentários desnecessários sobre o atendimento à vítima depõem contra a privacidade dela e dizem respeito à falta de sigilo. a) II – I – V – IV – III – VI. b) IV – III – V – VI – I – II. c) V – I – II – VI – III – IV. d) II – I – V – VI – III – IV. e) NRA. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina 4) A avaliação inicial é um meio de obter informações sobre os problemas apresentados pela vítima decorrentes de um mal-estar súbito qualquer. A avaliação primária tem a finalidade de: a) Identificar e corrigir situações em que a vítima apresenta risco de morte. b) Providenciar transporte imediato. c) Chamar resgate. d) Fazer reanimação cardiopulmonar. e) NRA. 5) A AHA (2010) recomenda que na presença de vítima em colapso cardíaco súbito deve ser chamado o serviço móvel de urgência imediatamente e, na sequência, devem ser identificados sinais de PCR. Se a pessoa que presenciou o colapso não tiver treinamento em RCP, ela deverá: a) Fazer respiração boca a boca. b) Fazer ventilação com máscara e ambú. c) Fazer compressões torácicas no centro do tórax até a chegada de socorro. d) Chamar resgate e aguardar. e) NRA. 6) Situações que não caracterizam um colapso cardíaco súbito, mas um mal-estar de outra natureza, o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência por meio do AVDI e, na sequência do atendimento, realizar a avaliação primária da vítima. Enumere as sentenças seguintes em ordem sequencial de realização e assinale a alternativa correta. ( ) Presença de circulação: existe presença de pulso nas artérias periféricas e nas grandes artérias: carótida e femoral? ( ) Permeabilidade das vias aéreas: entrada e saída de ar dos pulmões da vítima ocorre de forma normal? ( ) Presença de respiração: a respiração é adequada? a) I – II – III. b) III – II – I. c) II – I – III. d) III – I – II. e) II – III – I. 49 Suporte Básico da Vida Unidade 1 7) A realização do exame físico, de acordo com Viana e Petenesso (2007), é o ato ou processo de inspecionar, palpar, percurtir e auscultar determinadas regiões do corpo e seus respectivos sistemas, a fim de detectar alterações no organismo. Tendo isso em vista, correlacione as colunas seguintes e assinale a alternativa correta: (I) Palpação (II) Ausculta (III) Inspeção (IV) Percussão ( ) É ouvir os sons produzidos pelo organismo e transmitidos para a superfície do corpo podendo ser captados de modo direto e de modo indireto. ( ) É a observação detalhada da superfície corporal com o objetivo de avaliar a coloração, a forma e a simetria, por meio da visão, audição e do olfato, a fim de detectar alterações no organismo. ( ) Realização de golpes, com os dedos indicador e médio da mão dominante do socorrista, sobre os dedos da mão não dominante colocados em áreas do organismo que permitem avaliar tons, intensidade, vibração e detectar a presença de ar e líquidos. ( ) Utiliza-se o tato com o objetivo de identificar temperatura, umidade da pele e locais sensíveis à dor. São usadas diferentes partes das mãos do socorrista. Para avaliar a temperatura, use o dorso das mãos, para avaliar a umidade, use a palma das mãos e para avaliar a dor, use as pontas dos dedos. a) II – III – IV e I. b) III – II – I e IV. c) II – I – III e IV. d) III – I – II e IV. e) II – III – I e IV. 8) Assinale a alternativa que apresenta todos os fatores que afetam a temperatura: a) Sexo, ambiente, horário, exercício, estresse e hormônios. b) Idade, ambiente, horário, exercício, estresse e hormônios. c) Idade, ambiente, horário, exercício, estresse e raça. d) Sexo, ambiente, raça, exercício, estresse e hormônios. e) Idade, ambiente, horário, exercício, sexo e raça. 50Universidade do Sul de Santa Catarina 9) Os pulsos mais comumente examinados são: a) O temporal, o facial, o braquial, o radial, o femoral, o poplíteo e o pedioso. b) O temporal, o facial, o braquial, o radial, o femoral, o ulnar e o pedioso. c) O facial, o carotídeo, o braquial, o radial, o femoral, o poplíteo e o pedioso. d) O temporal, o carotídeo, o braquial, o radial, o femoral, o poplíteo e o tibial. e) O temporal, o carotídeo, o braquial, o radial, o femoral, o poplíteo e o pedioso. 10) Sensação aguda ou crônica de desconforto individual resultante da resposta do sistema nervoso central a um estímulo externo ou interno no organismo é chamada(o) de: a) Estresse. b) Injúria. c) Sinal. d) Dor. e) NRA. 11) A prioridade antes de iniciar o atendimento pré-hospitalar a uma vítima de um mal-estar súbito qualquer é avaliar: a) A cena. b) A biossegurança. c) A necessidade de uso de EPIs. d) A contaminação. e) A necessidade de transporte imediato. 12) De acordo com a Fiocruz (1996), o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou a eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços é a definição de: a) Precaução-padrão. b) Biossegurança. c) Equipamento de proteção individual. d) Contaminação. e) Infecção. 51 Suporte Básico da Vida Unidade 1 13) Que Equipamentos de Proteção Individual você utilizaria ao realizar atendimento à vítima de trauma? Assinale a alternativa correta: a) Óculos de proteção e máscara cirúrgica. b) Máscara cirúrgica, óculos de proteção, luva de procedimento e avental. c) Máscara cirúrgica. d) Luva de procedimento. e) Neste caso, não há necessidade de usar EPI. 14) Considerando as principais doenças de risco para o socorrista, assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas alternativas e escolha a opção correta: ( ) A meningite e a tuberculose estão entre as principais doenças de risco relacionadas com as secreções orais e de vias aéreas superiores (saliva e coriza) e daquelas oriundas da tosse, do espirro e da respiração da vítima. ( ) Diversos são os vírus da hepatite identificados; o da hepatite B e C são os que não preocupam. ( ) O HIV é transmitido essencialmente por meio do sangue ou sêmen infectados. ( ) A hepatite pode ser transmitida ao socorrista por meio de exposição monocutânea à pele íntegra. ( ) Lágrimas, urina, suor, fezes e saliva são considerados infecciosos quando há sangue nessas secreções. ( ) As secreções vaginais e fluídos pericárdicos, peritoniais, pleurais, amnióticos e cefalorraquidianos não são considerados infectados para o HIV. a) F – F – V – F – V – F. b) V – F – F – F – V – F. c) F – F – V – F – V – V. d) V – V – V – F – V – F. e) V – F – V – F – V – F. 15) Barreiras físicas ao sangue e fluídos corporais são chamadas de: a) Precaução-padrão. b) Biossegurança. c) Equipamento de proteção individual. d) Contaminação. e) Infecção. 52 Universidade do Sul de Santa Catarina 16) O uso de EPI fornece proteção para que microrganismos, presentes em fluídos corporais da vítima, não sejam transmitidos para o socorrista. Dentro desse contexto, assinale a alternativa correta: a) A luva deve ser usada no contato com fluídos, secreções, membranas mucosas, pele/solução de continuidade, tecidos e órgãos, independente de estado infeccioso ou não. b) A lavagem das mãos é dispensada com o uso de luvas. c) As luvas podem ser reutilizadas quando não há contato com sangue. d) As luvas devem ser trocadas quando o atendimento à vítima durar mais que três horas. e) Para proteção, o socorrista deve manusear telefone/outros materiais com luvas. 17) Equipamento para ser adaptado à boca e ao nariz da vítima durante a realização de ventilação, no caso de parada respiratória, é chamado de: a) Máscara facial. b) Ambú. c) Máscara de fluxo unidirecional. d) Máscara de Venturi. e) Ressuscitador manual. 18) Em relação aos EPIs, assinale a alternativa correta: a) Avental deve ser usado sempre que houver risco de contaminação da vestimenta. b) Lavagem das mãos é isoladamente a ação mais importante para a prevenção e o controle de infecção. c) Protetor ocular protege a mucosa ocular da exposição contínua ou acidental, de agentes biológicos, químicos e mecânicos enquanto a máscara cirúrgica evita e/ou diminui riscos de se contrair doenças transmitidas por vias aéreas. d) Somente as alternativas a e c estão corretas. e) As alternativas a, b e c estão corretas. 53 Suporte Básico da Vida Unidade 1 19) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas seguintes alternativas e escolha a resposta correta. ( ) Após uso, os óculos devem ser lavados com água corrente e desinfetados com álcool a 90%. ( ) Associada ao uso dos EPIs, a lavagem das mãos é um princípio fundamental para o controle das infecções. ( ) A máscara de fluxo unidirecional impede o contato do socorrista com secreções orais e respiratórias da vítima durante a realização das ventilações. ( ) O socorrista deve evitar a manipulação da parte interna do avental após a retirada das luvas. ( ) Antes e após o uso das luvas, as mãos devem ser lavadas a) F – F – V – F – F. b) F – V – V – V – V. c) F – F – F– F – V. d) F – V – V – F – V. e) V – V – V – V – V. 20) Produtos a base de álcool são úteis para evitar a transmissão de muitos agentes infecciosos, mas não adequados para quando as mãos estão sujas. Entretanto, podem limpar e proporcionar um efeito protetor em situações em que a água corrente não está disponível. Este produtos são chamados de: a) Desinfetantes. b) Antissépticos. c) Esterilizantes. d) Assépticos. e) Desengordurantes. 54 Universidade do Sul de Santa Catarina Saiba mais MANTOVANI, M. Suporte básico e avançado de vida no trauma. São Paulo: Atheneu, 2005. 2UNIDADE 2Reanimação Cardiopulmonar Objetivos de aprendizagem � Saber identificar os sinais clínicos de parada cardiorrespiratória. � Aprender a realizar as manobras de suporte básico de vida na reanimação cardiorrespiratória no adulto e na criança. Seções de estudo Seção 1 Reanimação Cardiopulmonar (RCP) Seção 2 Suporte Básico de Vida em Pediatria 56 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo As diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) para a reanimação cardiopulmonar (RCP) abordam, também, questões referentes ao Suporte Básico de Vida (SBV) enfrentadas por socorristas leigos. As antigas diretrizes da AHA, de 2005, enfatizavam a importância de compressões torácicas de alta qualidade, com frequência e profundidade adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada compressão e com interrupção mínima nas compressões torácicas. Os estudos realizados antes de 2005 e entre 2005 e 2010 demonstraram que: � a qualidade das compressões torácicas continua necessitando de melhoria; e � a maioria das vítimas de parada cardiopulmonar súbita no ambiente extra‑hospitalar não recebe nenhuma manobra de RCP de pessoas presentes no local. As alterações recomendadas nas Diretrizes da AHA (2010) tentam dar conta dessas questões. Suas diretrizes aconselham uma alteração na sequência de procedimentos de SBV de A‑B‑C para C‑A‑B em adultos, crianças e bebês, com exceção dos recém‑nascidos. Essa alteração exigirá treinamento que, conforme os autores das diretrizes, será recompensado pelos benefícios resultantes das alterações. A maioria das paradas cardiorrespiratórias (PCR) ocorre em adultos e as maiores taxas de sobrevivência envolvem vítimas de todas as faixas etárias cuja parada foi presenciada. Nessas vítimas, os elementos iniciais críticos de Suporte Básico de Vida (SBV) são as compressões torácicas e a desfibrilação precoce. Na sequência antiga de A‑B‑C, as compressões torácicas geralmente eram retardadas, porque o socorrista deveria, em primeiro lugar, abrir a via aérea para fazer a respiração boca a boca, utilizando para a respiração uma máscara facial que serve como dispositivode barreira. Com a alteração da sequência para C‑A‑B, as compressões torácicas iniciarão mais cedo e o atraso A‑B‑C Via aérea = A, respiração = B, compressões torácicas = C. C‑A‑B Compressões torácicas = C, via aérea = A, respiração = B. 57 Suporte Básico da Vida Unidade 2 na ventilação será mínimo, isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos, quando dois socorristas estiverem presentes. A maioria das vítimas de PCR extra‑hospitalar não recebe nenhum atendimento das pessoas presentes. Uma das dificuldades está na sequência A‑B‑C, que começa com os procedimentos considerados como sendo os mais difíceis pelos socorristas, quais sejam: � a abertura da via aérea; e � a aplicação de ventilações. Essas alterações para a RCP foram planejadas para simplificar o treinamento de socorristas leigos e continuar enfatizando a necessidade de aplicar compressões torácicas o quanto antes em vítimas de PCR súbita. Começar com compressões torácicas pode encorajar mais socorristas a iniciar o atendimento no ambiente extra‑hospitalar, conforme escritos da AHA, 2010. Seção 1 – Reanimação Cardiopulmonar (RCP) de adulto realizada por socorrista leigo A AHA 2010 recomenda que na presença de vítima em colapso súbito o socorrista deve chamar o serviço móvel de urgência imediatamente, figura 2.1. Para prestar os atendimentos iniciais à vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) no ambiente pré‑hospitalar, é necessário que o socorrista saiba reconhecer os sinais de parada Figura 2.1 - Chamar resgate (telefone) Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. 58 Universidade do Sul de Santa Catarina respiratória e inicie imediatamente o C‑A‑B = (compressão torácica), A (abertura de via aérea) e B (realização de respiração). Esse atendimento segue alguns passos básicos, como: � o reconhecimento da PCR; � as etapas da sequência da RCP; e � a diferença na boa execução da RCP, conforme número de socorristas. Vejamos o primeiro deles: 1.1 O reconhecimento da PCR no adulto Esse tipo de reconhecimento consiste na confirmação dois fatores: � inconsciência; e � ausência de respiração ou respiração anormal. Se a pessoa que presenciou o colapso não tiver treinamento em RCP, ela deverá fazer somente as compressões torácicas na vítima adulta, com ênfase em “comprimir forte e rápido” no centro do tórax. Vejamos essa ilustração na figura que segue: Figura 2.2 - Compressão Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. 59 Suporte Básico da Vida Unidade 2 Ok, sabemos o que o socorrista deve fazer, mas até quando ele deve fazer a RCP somente com as mãos? Ele deve prosseguir: � até a chegada e a preparação de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) para uso; ou � até que os profissionais do atendimento de urgência assumam o cuidado da vítima. A seguir, veremos, mais detalhadamente, as etapas da sequência da respiração cardiopulmonar. 1.2 Sequência da RCP: C‑A‑B Iniciemos pela etapa C, que diz respeito ao primeiro passo, o das compressões torácicas: � Etapa C – Compressões Torácicas Considerando que posicionar a cabeça da vítima e obter um selo, que é o contato boca a boca, para fazer a respiração ou com bolsa‑válvula‑máscara, sempre demora certo tempo, o socorrista deve iniciar imediatamente as compressões torácicas. O próximo passo é o da abertura das vias aéreas. Vejamos: � Etapa A – Abertura de vias aéreas O socorrista deve abrir as vias aéreas e se preparar para aplicar respirações após a primeira série de 30 compressões torácicas. Para a realização da abertura das vias aéreas, o socorrista deve verificar a evidência ou a suspeita de trauma cervical. Na ausência de conhecimento sobre a possibilidade de trauma cervical, o socorrista deve atuar de forma preventiva como se o trauma existisse. 60 Universidade do Sul de Santa Catarina Mas, afinal, há diferença entre o procedimento de abertura das vias aéreas quando há trauma e de quando não há? Sim! Vejamos esse procedimento quando não há trauma: Abertura de Vias Aéreas sem Trauma Posicionado lateralmente à vítima, na altura da sua cabeça, o socorrista coloca a mão dominante sobre a região frontal da cabeça da vítima e a inclina para trás, simultaneamente, e com a mão não dominante faz elevação do mento. Vejamos a representação desse procedimento na figura 2.3: Figura 2.3 - Manobra de abertura das vias aéreas sem trauma Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. A manobra de abertura das vias aéreas sem trauma é desaconselhada para as vítimas de trauma, pois poderá resultar em comprometimento medular e em paralisia definitiva. 61 Suporte Básico da Vida Unidade 2 Abertura de Vias Aéreas com Trauma Posicionado atrás da cabeça da vítima, o socorrista coloca as mãos em garra na região mandibular da vítima e realiza anteriorização mandibular, mantendo a região cervical imobilizada. Vejamos a representação desse procedimento na seguinte figura: Figura 2.4 - Manobra de abertura das vias aéreas com trauma Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Agora que o procedimento da abertura das vias aéreas foi efetuado corretamente, o próximo passo é o da respiração. Vejamos: � Etapa B – Respiração Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas com as vias aéreas da vítima abertas, o socorrista deve realizar a respiração. Em síntese, se você for o socorrista, você deve iniciar a RCP com as 30 compressões torácicas, em vez de duas ventilações, para reduzir a demora na aplicação das primeiras compressões. Aprendemos sobre o significado da sequência da RCP, agora veremos como funciona o atendimento de acordo com o número de socorristas. Vamos em frente? 62 Universidade do Sul de Santa Catarina 1.3 Atendimento O Suporte Básico de Vida (SBV) na PCR pode ser feito com um ou dois socorristas. Como fazer a RCP com o socorrista atuando sozinho? A seguir, os passos desse atendimento: 1. Aproxime‑se da vítima e ajoelhe‑se lateralmente a ela. Sobreponha a região hipotênar ‑ da mão direita, com os dedos entrecruzados e elevados, no centro do tórax sobre o esterno, entre os mamilos. Figura 2.5 - Região hipotênar Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. 2. Inicie as manobras de compressão torácica, comprimindo o esterno para baixo por meio da utilização do peso do seu corpo, para que o tórax deprima 5 cm. 3. Após cada compressão torácica, a pressão sobre o tórax deve ser aliviada para permitir o retorno total do tórax. Você pode visualizar a diferença entre compressão e descompressão na figura 2.6: A base da mão, conforme figura 2.5. Conforme demonstração na figura 2.2. 63 Suporte Básico da Vida Unidade 2 Esterno Coração PulmãoPulmão Figura 2.6 - Compressão x descompressão Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o socorrista deverá abrir a via aérea da vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca‑narina da vítima, inspirar profundamente e soprar com força, durante aproximadamente um minuto – tempo suficiente para fazer o tórax elevar‑se. Em seguida, o socorrista deverá retirar a sua boca do dispositivo para permitir a exalação do ar e repetir o procedimento uma segunda vez. O socorrista, atuando sozinho, deve seguir alternando ciclos de 30 compressões torácicas para cada duas respirações, conforme figura 2.7: Figura 2.7 - RCP com um socorrista Fonte: Ilustrada por Edison Rodrigo Valim. 64 Universidade do Sul de Santa Catarina Como fazer a RCP com dois socorristas? O primeiro socorrista inicia as compressões torácicas conforme descrito anteriormente. O segundo socorrista abre a via aérea e se prepara para aplicar ventilações tão logo o primeiro socorrista complete uma série de 30 compressões torácicas. Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o segundo socorrista deverá abrir a via aérea da vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional
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