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DIREITO PENAL 16 Os Crimes Contra o Sentimento Religioso e o Respeito aos Mortos Os Crimes Contra o Sentimento Religioso Ultraje a Culto e Impedimento ou Perturbação de Ato a Ele Relativo Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a o sentimento religioso e a liberdade de culto. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É a coletividade e também aqueles que participam do culto. Tipo Objetivo: A conduta típica é escarnecer (ridicularizar, menosprezar), impedir ou perturbar (não permitir o início ou prosseguimento, tumultuar, atrapalhar). No caso do vilipêndio, a conduta típica é vilipendiar (desprezar, aviltar, menoscabar, desdenhar) de forma verbal ou através de gestos ou escritos. O objeto material é o culto ou o objeto de culto. ! Objeto de culto é toda coisa corporal consagrada, inerente aos serviços do culto (imagens, relíquias, altares). www.concursosjuridicos.com.br pág. 1 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de escarnecer, impedir ou tumultuar a cerimônia ou a prática do culto, ou ainda vilipendiar o ato ou objeto de culto, não se exigindo fim específico. Consumação e Tentativa: O crime se consuma com o efetivo escárnio ou com o impedimento ou perturbação da cerimônia ou, no caso do vilipêndio, com o ultraje, sendo admissível a forma tentada. Forma Qualificada: Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Os Crimes Contra o Respeito aos Mortos Impedimento ou Perturbação de Cerimônia Funerária Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o sentimento coletivo de respeito aos mortos. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É a coletividade, as pessoas participantes da cerimônia. Tipo Objetivo: A conduta típica é impedir (impossibilitar, paralisar) ou perturbar (embaraçar, dificultar) o enterro ou a cerimônia fúnebre. O enterro inclui a trasladação do corpo para o local onde vai haver o sepultamento. A cerimônia fúnebre é o ato em que se presta homenagem ao falecido. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de impedir ou perturbar o enterro ou a cerimônia, sendo indiferente o motivo ou fim do ato. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com o impedimento ou a simples perturbação do enterro ou da cerimônia funerária. Admite-se a forma tentada. www.concursosjuridicos.com.br pág. 2 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Forma Qualificada: Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Violação de Sepultura Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o sentimento de respeito aos mortos. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do túmulo. Sujeito Passivo: É a coletividade e os familiares do falecido. Tipo Objetivo: A conduta típica é violar (abrir, devassar, destruir) ou profanar (ultrajar, aviltar). Sepultura é o local onde se acha inumado o cadáver humano, assim como os túmulos, lápides e ornamentos. Urna é o recipiente onde se encontra os restos mortais. ! Havendo a subtração do cadáver ou parte dele, ou mesmo a sepultura, haverá o crime de furto em concurso material. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de violar ou profanar a sepultura ou a urna funerária. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com o ato de vandalismo ou profanação. Admite-se a forma tentada. Destruição, Subtração ou Ocultação de Cadáver Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o sentimento de respeito aos mortos. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 3 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Sujeito Passivo: É a coletividade formada pelas pessoas da família do morto e o próprio Estado. Tipo Objetivo: As condutas típicas são: destruir (reduzir a detritos, tornar insubsistente), subtrair (furtar, tirar da esfera de proteção da família) e ocultar (esconder, fazer desaparecer). O objeto material do crime é cadáver, corpo que ainda conserva a aparência humana. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de destruir, subtrair ou ocultar o cadáver, não se exigindo um fim específico. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a destruição, ainda que parcial, com a subtração ou com a ocultação, ainda que temporária. Admite-se a forma tentada. Vilipêndio a Cadáver Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o sentimento de respeito aos mortos. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É a coletividade destituída de personalidade jurídica e formada pelas pessoas da família do falecido. Tipo Objetivo: A conduta típica é vilipendiar (tratar com desprezo, ultrajar). O objeto material do crime é o cadáver ou suas cinzas. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de praticar a conduta e aviltar o cadáver, tendo-se decidido que indispensável e o elemento moral consistente no desejo consciente de desprezar o corpo com intenção de depreciá-lo. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a prática do ato ultrajante. Admite-se a forma tentada, salvo no caso de vilipêndio verbal. www.concursosjuridicos.com.br pág. 4 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Bibliografia • Direito Penal Damásio E. de Jesus São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. • Manual de Direito Penal Júlio Fabbrini Mirabete São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. www.concursosjuridicos.com.br pág. 5 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico.
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