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Biotécnicas da reprodução 
Professor: Thiago 
Aluna: Adaiana Souza Silva turma: 10° manhã
Inseminação Artificial(IATF)
Entende-se por Inseminação Artificial , a deposição mecânica do sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea através de equipamentos apropriados. 
O programa de IATF permite a sincronização do estro e da ovulação sem a necessidade de observação do cio , além de concentrar as inseminações e os nascimentos em épocas programadas, reduzindo o intervalo entre partos e favorecendo ao produtor uma otimização no manejo da propriedade. Para a realização da técnica de I ATF é necessário o conhecimento sobre a fisiologia do ciclo estral da fêmea, os principais hormônios relacionados a reprodução, endocrinologia da reprodução e os protocolos mais utilizados.
 O ciclo sexual da fêmea bovina não depende da estação do ano, mas para isso as condições de nutrição e adaptação ambiental têm que estar adequadas, caracterizando a vaca como um animal poliéstrica não - sazonais (REE CE, 2006). O processo de foliculogênese (ativação, crescimento e maturação folicular) tem início com a formação dos folículos durante a vida fetal, o u seja, ao nascimento as crias já têm estabelecido o número de folículos primordiais nas suas gônadas. A maioria desses folículos irão se degenerar devido ao crescimento e maturação, processo denominado de atresia folicular, e poucos folículos conseguirá sua maturação e posterior mente a ovulação (GONÇALVES et a l., 2008) . Segundo Hafez e Hafez (2004), um feto bovino aos 110 dias de gestação apresenta cerca de 2.700.000 oocitos, reduzindo para 70.000 ao nascimento.
Os hormônios são fundamentais para uma IATF em bovinos de sucesso, e para seu uso é necessário conhecer e entender a fisiologia reprodutiva destas fêmeas e o mecanismo de ação dos hormônios envolvidos na reprodução. Os hormônios mais comumente utilizados são: 
GnRH: O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) controla, como o nome indica, a secreção de gonadotrofinas, principalmente o LH. Dessa forma, ele controla também a função gonadal. Durante a evolução das técnicas reprodutivas, alguns análogos sintéticos desse hormônio têm sido utilizados em bovinos, principalmente para sincronização de estro e em transferência de embriões (TE), para a produção de corpo lúteo nos folículos.
LH e FSH: O FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante) são os hormônios hipofisários gonadotróficos mais importantes. Com sua secreção controlada pelo GnRH, esses hormônios têm papel fundamental no ciclo da fêmea. O LH atua na ovulação e na transformação do folículo ovariano em corpo lúteo, já o FSH desenvolve o folículo de Graaf no ovário. 
Progesterona: Esse hormônio da reprodução é essencial na regulação de todo o sistema reprodutor feminino em diversas espécies. Para a IATF em bovinos, a progesterona realiza a função de estimulação de glândulas endometriais e crescimento das glândulas uterinas e mamárias. Além disso, nas vacas o progesterona apresenta variação cíclica durante o ciclo estral. Assim, para entender a regularidade do ciclo em uma fêmea, pode-se realizar a medição dos níveis de progesterona e fazer a comparação com o estágio do ciclo estral. Nesses casos, variações entre raças, idade e nutrição são importantes serem consideradas.
Prostaglandinas : Esse hormônios são sintetizados pelo próprio organismo do animal, e fazem parte do processo de regressão do corpo lúteo no sistema reprodutor das fêmeas bovinas. A administração desse hormônio no protocolo para IATF em bovinos tem a função de permitir a superovulação da vaca escolhida.
A rotina hormonal deve ser criada considerando o ciclo estral do animal e os objetivos desejados com o procedimento. Dessa forma, o profissional veterinário deve estar apto, não só para executar os processos, como também para reconhecer as condições fisiológicas dos animais que serão utilizados.
Protocolo: Associação entre Benzoato de Estradiol (B E) e Progestágeno (P4) A utilização protocolos com estrógeno e progestágeno vem sendo muito empregados em programas de sincronização da ovulação em bovinos . O tratamento consiste na inserção de um dispositivo contendo progestágeno (implante) e na administração de benzoato de estradiol (2 mg) no dia 0 (D0) com a finalidade d e iniciar o crescimento de uma nova onda fo licu lar. Nesse protocolo é realizada a administração de PGF2 α no dia e m que é feita a retirada do dispositivo de progesterona nos dias 7, 8 ou 9 com a função de induzir a luteólise e reduzir o nível de P4 circulante. Após 24 horas é realizada a administração de benzoato de estradio l (1 mg) para a sincronização da ovulação ( induzindo um pico de LH através de u m feedback positivo pré-ovulatório ao GnRH, e a I ATF será feita 30-36 horas após esta aplicação. (MOREIRA, 2002) .
Fertilização in vitro(FIV)
Na FIV, oócitos (células sexuais femininas) aspirados dos folículos ovarianos de uma vaca são fecundados, em laboratório, por espermatozoides contidos no sêmen de um touro. Os embriões originados desse processo são transferidos a uma fêmea receptora, que deve ser preferencialmente novilha ou vaca de primeira cria. Por essa técnica, uma fêmea pode produzir, em média, 10 embriões, considerando-se a taxa de 50% de sucesso na fecundação. Isso permite a triagem dos animais de forma mais rápida que na IATF, técnica que gera apenas um embrião por inseminação.
 A cada 15 dias, uma nova aspiração folicular pode ser feita, obtendo-se assim mais prenhezes. Como o sêmen de vários touros pode ser usado, a técnica permite variabilidade genética. "Mesmo se a vaca doadora ficar prenha, é possível fazer aspirações durante os cinco primeiros meses de gestação. Com oito aspirações em apenas quatro meses, por exemplo, obtém-se cerca de 80 embriões e 32 a 40 prenhezes, contra apenas uma prenhez para cada IATF, que vai imobilizar a fêmea por quase um ano", explica Martins.
Segundo o pesquisador, para quem seleciona genética, o uso da FIV permite um salto de três gerações em comparação à monta natural e à IATF: "É o tempo de o animal crescer e ter a primeira lactação. Para quem está formando o rebanho, a técnica é ainda mais indicada, porque você vai direto ao que há de melhor em genética, juntando a melhor fêmea provada com o melhor touro e produzindo embriões em escala".
Outra vantagem é a maior eficiência na utilização do sêmen sexado para fêmea, ferramenta muito importante para a pecuária de leite, pois proporciona cerca de 90% de chances de nascimento de animais do sexo feminino. "Você dirige o melhoramento. Com o sêmen não sexado, a chance de nascer fêmeas é de apenas 50%. Já com o sêmen sexado, aumenta a chance de o produtor obter mais fêmeas extremamente melhoradas na propriedade sem a necessidade de descartar ou vender os machos", ressalta.

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