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4 1 2 Economia M icro c Macro • Vasconcellos atlas O interessante da dinâmica anterior é que, segundo ela, as economias ten deriam a uma situação de convergência: as economias menos desenvolvidas, com baixo nível inicial de capital per capita, chegariam, com o passar do tempo, ao mesmo nível de renda (consumo) per capita dos países desenvolvidos, que possuem níveis iniciais de capital per capita muito elevados. Outras abordagens questionando, por um lado, a existência de rendimen tos decrescentes (Robert Lucas e Paul Romer) e, por outro, enfatizando o papel da tecnologia, que em Solow é completamente exógena. Essa nova geração de modelos, chamados de modelos de crescimento endógeno, foi concebida para explicar o crescimento sustentado de economias como o Japão e os Tigres Asiá ticos, entre outros e supõem que os agentes econômicos respondem a estímulos de mercado, e buscam a inovação tecnológica. 6 ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO A industrialização é a chave para o desenvolvimento. Entretanto, o proces so de desenvolvimento dos países industrializados foi iniciado com um grande aumento da produtividade agrícola, o que permitiu liberar mão-de-obra e re cursos para as áreas urbanas, para construir o parque industrial. Na década de 50 e no início dos anos 60, acreditava-se amplamente que a industrialização nos países em desenvolvimento ocorreria se ao setor industrial fossem assegurados mercados domésticos seguros, que permitiriam que eles se desenvolvessem. A tão famosa estratégia de substituição de importações (“cres cimento para fora”) consistia em proteger os produtores domésticos da competi ção estrangeira por meio de quotas e tarifas, de modo que eles pudessem expandir sua produção para substituir bens que costumavam ser importados. Por volta da década de 80, ficou claro que a estratégia de substituição de importações havia-se esgotado na maior parte dos países. Os produtores domés ticos, protegidos da competição estrangeira, produziam um volume pequeno com custo alto e muito pouca inovação. Na década de 80, a estratégia adotada pela maioria dos países em desenvolvimento foi a redução das barreiras comer ciais. Elas começaram a liberar importações pela redução de tarifas e quotas, e a encorajar as exportações mediante desvalorizações e medidas mais diretas. O sucesso da adoção dessa estratégia de crescimento (“crescimento para fora”) está nas novas economias do leste asiático. Os chamados tigres asiáticos são Coréia, Taiwan, Mong Kong, Cingapura, Malásia, Tailândia e Indonésia. Foram, certamente, os países que mais se beneficiaram do processo de globalização que se acentou a partir dos anos 80. Todas essas economias cresceram muito rapidamente nas duas últimas décadas, com base no rápido crescimento das exportações de produtos manufa turados. Na verdade, eles não começaram pela liberalização das importações, mas por um período de proteção aos produtores domésticos, e só depois permi tiram importações com o objetivo de testar a competitividade dos produtos do mésticos. Noções de Crescim ento e Desenvolvim ento Econôm ico 4 1 3 É claro que apenas a abertura comercial para o setor externo não é sufici ente. Além de taxas de poupança extremamente elevadas, vêm investindo em educação há muitas décadas. Em geral, eles também implantaram políticas fis cais bem cuidadosas, com o orçamento do governo permanecendo relativamen te pequeno em relação ao PIB, evitando elevações indevidas de preços. QUESTÕES DE REVISÃO 1. Qual a diferença entre os conceitos de Crescimento Econômico e Desenvol vimento Econômico? 2. Quais são os estágios de desenvolvimento de uma economia, de acordo com Rostow? 3. Aponte as fontes de crescimento econômico. 4. Dada a relação produto-capital da economia, mostre o efeito de um au mento da taxa de poupança (ou propensão a poupar) sobre a taxa de cres cimento do produto real. 5. Mostre como a eficiência do investimento, e não apenas o montante total, afeta a taxa de crescimento econômico. 6. a) Qual a principal contribuição do Modelo de Solow? b) Explique como se dá o equilíbrio em estado estacionário, através de ilustração gráfica. QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 1. Com determinada propensão a consumir, uma redução na relação y/K (pro duto-capital): a) Diminui a taxa de crescimento da economia. b) Aumenta a taxa de crescimento da economia. c) Não teria efeito sobre a taxa de crescimento da economia. d) a, b, e c estão corretas. e) N.r.a. 2. No modelo Harrod-Domar, se a função poupança é S = 0,2y e a relação capital-produto é 4, então, em equilíbrio, a taxa de crescimento da renda é: a) 2% b) 5% 4 1 4 Economia M icro c Macro • Vasconcellos atlftü c) 12% d) 3,2% e) 8% 3. Sobre o modelo Harrod-Domar, assinale a alternativa errada: a) Se a propensão a poupar for 0,3 e a relação produto-capital 0,4, a taxa de crescimento da renda é de 12%. b) Equilíbrio em “fio de navalha” significa que, uma vez saindo da trajetó ria de crescimento, não é possível mais voltar a ela. c) A principal crítica ao modelo é a relação produto-capital constante. d) O investimento é visto como elemento de oferta e de demanda agregada. e) Todas as respostas anteriores estão erradas. 4. Aponte a alternativa incorreta: Um aumento da taxa de crescimento eco nômico é possível quando ocorrer: a) Aumento da taxa de investimento. b) Deslocamento dos investimentos para os setores em que a relação K/y (capital-produto) seja a mais elevada. c) Aumento da quantidade de produto por unidade de capital. d) Todas as alternativas acima. e) N.r.a. 5. Na análise de crescimento econômico segundo Harrod e Domar, uma das hipóteses básicas é que a função de produção agregada possui: a) Coeficientes fixos. b) Coeficientes variáveis. c) Coeficientes fixos e uma relação capital/produto maior do que um. d) Coeficientes variáveis e uma relação capital/produto menor do que um. e) Coeficientes fixos e uma relação capital/produto menor do que um. 6. Uma economia com taxa interna de poupança de 20%, com uma relação y/K de 0,4 e com uma poupança externa de 5% do Produto Nacional, terá uma taxa potencial de crescimento da economia de: a) 8,00% b) 6,00% c) 10,00% d) 6,25% e) entre 6,00% e 9,00% 7. Numa economia em desenvolvimento, a relação incrementai capital-pro- duto é igual a 3; a propensão interna a poupar é de 17% do PIB; a depre ciação do capital fixo eqüivale a 5% do PIB e a taxa de crescimento populacional é de 2,8% a.a. O governo, para manter elevado o nível de emprego, decide fazer crescer a economia à taxa de 3,2% a.a. em termos per capita. Nessas condições, a poupança a ser obtida no exterior (déficit Noções de Crescim ento e D csenvolvim enio Econômico 4 1 5 do Balanço de Pagamentos em conta corrente) deverá ser, como proporção do PIB, de: a) 6,0% b) 12,0% c) 14,2% d) 3,2% e) 3,5% APÊNDICE MATEMÁTICO A. DEDUÇÃO DA FÓRMULA BÁSICA DO MODELO HARROD-DOMAR Vamos demonstrar que a taxa de crescimento do produto y. é dada pelo produto da taxa de poupança pela relação produto-capital: y = s . v a) CRESCIMENTO DA DEMANDA AGREGADA (DA = / ) Considera-se o modelo keynesiano do multiplicador: k _ 4 y d 1 1 1 ' ~ AI ~ l - PMgC ~ PMgS ~ s sendo: y1 = Demanda Agregada PMgC = Propensão marginal a consumir PMgS = Propensão marginal a poupar = s Temos então que a demanda agregada cresce segundo a equação: Ayd = - J — A/ b) CRESCIMENTO DA OFERTA AGREGADA (OA = / ) O crescimento da OA a partir de uma relação produto-capital constante: a = => Ay = a AK AK J sendo: y = Oferta Agregada AK = Aumento do estoque de capital K = taxa de investimentos / 4 1 6 Economia M icro c Macro • Vasconcellos H ttm Tem-se, então: Ay* = a I c) TAXA GARANTIDA DE CRESCIMENTO (gw) A taxa garantida de crescimento é a taxa de crescimento do investimento que faz com que haja o equilíbrio entre O A e D A , supondo plena utilização do estoque de capital existente. g w = A y = A y d a I = A I sefeito do I efeito do I s/ O A s/ D A e, finalmente: Al gw = —j ~ = os Ressalta-se aqui o que é considerada a principal contribuição do modelo de Harrod-Domar: a ênfase no duplo papel do investimento, que atua tanto como elemento de demanda (gastos) como de oferta (ampliação da capaci dade). d) TAXA EFETIVA DE CRESCIMENTO (g_) É a taxa de crescimento do produto, onde OA = DA (mas não necessariamente a pleno emprego do capital, como a taxa garantida). Supondo uma economia fe chada, e sem interferência do governo, da condição de equilíbrio OA = DA, vem: y = C + I Como: C = (1 - s)y (complemento da função poupança S = sy) y = ( l - s ) y + I Como, pelo multiplicador: A y = y - A I dividindo-se essa expressão pela imediatamente anterior, temos: JL Ay _ s A I _ _ _ _ _ _ 5 Noções de Crescim ento e Desenvolvim ento Econôm ico 4 1 7 g< = Ay AI 1 Como no item c encontramos que a taxa garantida é igual a gw = ~ = as, temos a condição de equilíbrio balanceado, com plena utilização do estoque de capital, dada por: 8, = Sw ou y= Ay AI = as Ou seja, a taxa de crescimento do produto y (onde OA = DA) deve ser igual à taxa de investimentos (ou taxa de acumulação de capital), que é igual ao produto da propensão a poupar s pela relação produto-capital a. e) STEADY STATE OF GROWTH (CRESCIMENTO EM ESTADO ESTACIONÁRIO) Até agora, determinou-se a taxa de crescimento que equilibra a Oferta e a Demanda Agregada, com plena utilização do estoque de capital, mas não se garantiu o crescimento com pleno emprego da mão-de-obra. Para tanto, devemos adicionar exogenamente a taxa natural de crescimento (gn), que é a taxa de cres cimento da mão-de-obra. g, 8., g„ =05 taxa efetiva taxa garantida taxa natural ou seja, é a taxa de crescimento que garante um crescimento estável do produ to, onde OA = DA, e com pleno emprego da mão-de-obra e do capital. 0 ALGUMAS HIPÓTESES DE CRESCIMENTO a) g, > g, b) g, < g, (Taxa efetiva > Taxa garantida pelo estoque de capi tal - » tem-se escassez de capital.) (Taxa efetiva < Taxa garantida -> tem-se excesso de capacidade instalada, excesso de K\ ou seja, capaci dade ociosa.) c) g v > g (Taxa garantida > Taxa natural (taxa de crescimen to da mão-de-obra) —> tem-se escassez de mão-de- obra.) d) gM. < g„ (Taxa garantida < Taxa natural —> tem-se desempre go de mão-de-obra-, a mão-de-obra cresce a taxas su periores à permitida pela capacidade instalada exis tente na economia.) 4 1 8 Economia M icro e Macro • V a s c o n c c llo s ____________________________________________ __ ______________________________________________________________________ ertfen. B. DEDUÇÃO DA FÓRMULA DO EQUILÍBRIO DE ESTADO ESTACIONÁRIO (STEAD Y STATE) DO MODELO DE SOLOW Para chegar à condição de equilíbrio de estado estacionário, necessitamos analisar a variação do capital per capita. Assim, poderíamos dizer que a varia ção percentual dessa variável é, por definição: (1) Ak/k = AK/K - AN/N = AK/K - n, o que implica que (2) Ak = (AK/K)k - nk Se reorganizamos a expressão anterior, chegamos a (3) AK/N = (AK/K)k - nk Por outra parte, sabemos que, também por definição, a variação do esto que de capital é igual ao investimento bruto menos o investimento de reposição: (4) AK = n - dK Portanto, se expressamos a equação anterior em termos per capita, e consi deramos que o investimento é totalmente financiado pela poupança interna, que é uma fração s da renda, obtemos (5) AK/N = sy - dk Igualando (3) com (5) (6) (AK/K) k - nk = sy - dk Rearranjando (7) (AK/K) k = sy - (n + d)k Como k = K/N, vem (AK/K) . K/N = sy - (n + d)k (8) AK/N = sy - (n + d)k Lembrando que no equilíbrio de longo prazo o capital per capita se man tém constante (ou seja, (AK/N) = 0), chegamos à condição de equilíbrio de estado estacionário: (9) sy = (n +d)k G lo ssário Âncora cambial: valorização da taxa de câmbio e aber tura comercial, com o objetivo de aumentar as im portações, que, ao concorrer com os produtos naci onais, permitem estabilizar os preços internos. Âncora monetária: política monetária contracionista (por exemplo, juros elevados, crédito restrito), utili zada com o objetivo de controlar a inflação. Armadilha da liquidez: se a economia estiver em de semprego, e com um nível de taxa de juros muito baixo, toda eventual expansão monetária será retida, para fins especulativos, não sendo aplicada na atividade produtiva. Trata-se de uma situação, apon tada por Keynes, na qual a política monetária seria totalmente ineficaz para promover aumento da ren da e do emprego. Avaliação privada é a avaliação financeira dos custos e rendimentos de uma empresa específica. Avaliação social é a avaliação de custos (e benefí cios) para toda a sociedade, derivada da produção das empresas. Ou seja, inclui as extemalidades po sitivas e negativas decorrentes da atividade produti va das empresas. Balança comercial é o item do balanço de pagamen tos em que são lançadas as exportações e importa ções de mercadorias, em termos FOB (free on board). Balanço de pagamentos é o registro contábil de to-das as transações de um país com o resto do mundo. Envolve transações com mercadorias, com serviços e com capitais (monetários e físicos). Balanço de transações correntes é a parte do balan ço de pagamentos relativa à soma da balança co mercial, balanço de serviços e transferências unila terais. Também chamado de saldo em conta corren te do balanço de pagamentos. Base monetária é o total de moeda em poder do setor privado, somado às reservas dos bancos comerci ais. Também chamada de moeda de alta potência (high-power money) ou passivo monetário das auto ridades monetárias. Bem de consumo saciado: dada uma variação na renda do consumidor, a quantidade demandada não se altera, coeteris paribus. A elasticidade-renda da demanda é nula. Exemplo: alimentos como arroz, sal etc. Bem de Giffen: trata-se da única exceção à Lei Geral da Procura. A quantidade demandada de um bem varia diretamente com o preço do bem, coeteris paribus (curva de procura positivamente inclinada). É um tipo de bem inferior. Bem inferior é um tipo de bem em que a quantidade demandada varia inversamente com o nível de ren da do consumidor, coeteris paribus. Assim, se a ren da aumenta, a quantidade procurada diminui, se a renda cai, a quantidade procurada aumenta. A elas ticidade-renda da demanda é negativa. Bem semi-público ou meritório: bem de consumo coletivo, que satisfaz o princípio da exclusão (o con sumo pelo indivíduo A exclui o consumo pelo indi víduo B), produzido pelo Estado (saúde, saneamen to, nutrição). Bem normal é um tipo de bem em que a quantidade demandada varia diretamente com o nível de ren da do consumidor, coeteris paribus. Assim, se a renda aumenta, a quantidade procurada aumenta, se a renda cai, a quantidade demandada também cai. A elasticidade-renda da demanda é positiva e menor que 1. 4 2 0 Economia Micro c Macro • Vasconcellos fitfcrs Bem (ou serviço) final é um bem destinado ao consu mo ou investimento final, não sofrendo nenhuma transformação ao longo do processo produtivo. Bem (ou serviço) intermediário é um bem que entra na composição de outro bem. É transformado ao longo do processo produtivo (matérias-primas e com ponentes). Bem superior ou de luxo: a quantidade demandada varia mais que proporcionalmente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus. A elasticida- de-renda da procura é maior que 1. Bens complementares são bens consumidos conjun tamente. Bens públicos: referem-se ao conjunto de bens gerais fornecidos pelo setor público, que apresentam duas características: são não rivais (disputáveis), onde o custo marginal (adicional) de produzir uma nova unidade é zero, e não exclusivos, quando não exis te a possibilidade de excluir determinados indivíduos de seu consumo. Bens substitutos (ou concorrentes): o consumo de um bem substitui o consumo de outro.Break-even (ponto de equilíbrio): é a quantidade da produção que iguala receitas a despesas, a partir da qual a empresa passa a auferir lucros. Cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor, que determina a po lítica para todas as empresas desse setor. O cartel fixa os preços e as quotas de cada empresa. Cartel imperfeito (ou modelo de liderança de pre ços) é o cartel em que existem empresas líderes, que têm maior tamanho e/ou custos menores e que fi xam os preços no mercado, ficando com a maior quota. A empresa (ou empresas) líder(es) fixa(m) um preço que lhe(s) garante um lucro de monopólio, e as demais empresas do mercado consideram esse pre ço dado (como em concorrência perfeita). Cartel perfeito é o cartel no qual todas as empresas têm a mesma participação ou quota de produção. A administração do cartel fixa um preço comum, agin do como um bloco monopolista. É a chamada solu ção de monopólio do cartel. Coeficiente técnico de produção: mede o que deter minado setor de atividade adquire de outro setor como insumo de produção, em relação ao valor to tal de sua produção. É obtido a partir da matriz insumo-produto. Coeteris paribus: expressão latina que significa tudo o mais constante. Concorrência monopolística (ou imperfeita) é a es trutura de mercado com inúmeras empresas, produ to diferenciado, livre acesso de firmas ao mercado. Concorrência perfeita é a estrutura de mercado com número infinito de firmas, produto homogêneo, não existindo barreiras à entrada de firmas. Consistência dinâmica da política monetária: refe re-se à situação em que a política monetária é rea lizada de acordo com regras e metas, não cedendo à tentação de adaptar-se à conjuntura econômica de curto prazo. Assim sendo, se o objetivo é reduzir de forma permanente a inflação, esse comportamen to é consistente na medida em que aumenta a credibilidade de política monetária, o que reduz as expectativas de inflação, auxiliando a política de estabilização. Conta capital e financeira: item do Balanço de Paga mentos, que inclui as entradas e saídas de capitais, na forma de Investimentos Diretos, Empréstimos e Financiamentos. Antes denominada de Balanço ou Movimento de Capitais. Conta de serviços e rendas é o item do balanço de pagamentos em que são lançadas as transações com serviços, como fretes, seguros, viagens internacio nais e rendas (juros, lucros, royalties, assistência técnica etc.) Contabilidade social é o registro contábil da atividade econômica de um país, num dado período (normal mente um ano). Preocupa-se com a definição e os métodos de quantificação dos principais agregados macroeconômicos, como Produto Nacional, Consu mo Global, Investimentos, Exportações etc. Controles de preços e salários (ou política de ren das) situam-se em categoria própria de política econômica. A característica especial é que, nesses controles, os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam, em resposta a influên cias econômicas normais do mercado (tabelamen- tos e congelamentos, fixação da política salarial). Crescimento econômico é o crescimento contínuo da renda per capita ao longo do tempo. Curto prazo é o período de tempo no qual existe pelo menos um fator de produção fixo. Curva de Lafer: a partir de um certo nível da alíquota do imposto, a elevação da alíquota resulta numa queda da arrecadação global, devido tanto ao desestímulo sobre os negócios, como pela provável evasão fiscal, provocada tanto por sonegação, como pela elisão fiscal (redução da carga tributária, me diante expedientes tributários legais). Curva de Phillips é a curva que revela que há uma relação inversa entre taxas de inflação e taxas de desemprego (versão original). Em sua versão aceleracionista, enfatiza também o papel das ex pectativas. Curva (fronteira) de possibilidades de produção (CPP) representa a fronteira máxima que a econo mia pode produzir, dados os recursos produtivos li mitados. Mostra as alternativas de produção da so ciedade, supondo os recursos plenamente emprega dos. Curva IS é a curva que representa o conjunto de pontos de equilíbrio da taxa de juros e do nível de renda no mercado de bens e serviços. Curva LM é a curva que representa o conjunto de pon tos de equilíbrio da taxa de juros e do nível de renda no mercado monetário. Custo de longo prazo: a longo prazo, só existem cus tos variáveis. O longo prazo é um horizonte de planejamento: as empresas têm um elenco de alter nativas, com diferentes escalas (tamanhos) de plan ta, e escolhem uma delas. Custo de oportunidade é o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção de um bem, em termos da produção alternativa sacrificada. Também cha mado de custo alternativo ou custo implícito (por não envolver desembolso monetário). Custo Fixo Médio (CFMe) é o custo fixo total dividido pela quantidade produzida. Custo Fixo Total (CFT) é a parcela do custo que se mantém fixa, quando a produção varia (por exem plo, aluguéis); ou seja, são os gastos com fatores fixos de produção. Custo Marginal (CMg) é a variação do custo total, dada uma variação na quantidade produzida. Custo Total (CT) é o gasto total da empresa com fato res de produção. Compõe-se de custos variáveis e custos fixos. Custo Total Médio (CTMe ou CMe) é o custo total dividido pela quantidade produzida. Também cha mado de custo unitário. Custo Variável Médio (CVMe) é o custo variável total dividido pela quantidade produzida. Custo Variável Total (CVT) é a parcela do custo que varia, quando a produção varia (salários e matérias- primas). Depende da quantidade produzida. Custos contábeis envolvem dispêndio monetário. É o custo explícito, considerado na contabilidade pri vada. Déficit de Caixa ou Execução Financeira do Tesou ro Nacional é a parcela do déficit público financia da pelas Autoridades. Déficit Nominal (ou Necessidades Financeiras do Setor Público - conceito nominal) é o conceito mais abrangente de déficit, incluindo os juros e correções monetária e cambial da dívida passada. Déficit Operacional (ou Necessidades de Financia mento do Setor Público - conceito operacional) Glossário 4 2 1 inclui os juros reais da dívida pública, não conside rando a correção monetária e cambial. Déficit Primário ou Fiscal são os gastos da adminis tração direta menos o total da arrecadação tributá ria do período corrente. Não inclui juros e correção da dívida passada. Deflação ocorre quando retiramos o efeito da inflação das séries monetárias ou nominais. É calculada ba seada na divisão da série monetária por um índice de preços (chamado de deflator). Demanda de moeda para transações é a parcela da demanda de moeda que o público retém com o objetivo de satisfazer a suas transações normais do dia-a-dia. Depende do nível de renda: maior o nível de renda, maior a necessidade de moeda para transações. Demanda de moeda por especulação é a parcela da demanda de moeda que o público retém, com o objetivo de auferir algum ganho futuro na compra de ativos (títulos, imóveis etc.). Depende do nível das taxas de juros de mercado: maior a taxa de ju ros, mais as pessoas aplicarão em ativos, e menor a retenção de moeda para especulação. Demanda de moeda por precaução é a parcela da demanda de moeda que as pessoas retêm para fazer face a imprevistos, como pagamentos inesperados ou recebimentos atrasados. Depende do nível de ren da: maior a empresa, ou mais ricos os indivíduos, maior a necessidade de guardar moeda por precau ção. Demanda total de moeda é a soma da demanda por transações, da demanda por precaução e da deman da especulativa de moeda. Depreciação é o consumo do estoque de capital físico, em determinado período. Desemprego disfarçado ocorre quando a produtivi dade marginal da mão-de-obra é nula. Se diminuir a mão-de-obra empregada, o produto não cai. Por exemplo, numa agricultura de subsistência, a reti rada de um trabalhador da roçanão afeta o produ to agrícola. Desemprego estrutural ou tecnológico: o desenvol vimento tecnológico do capitalismo, por ser capi- tal-intensivo, marginaliza a mão-de-obra. Também chamado de desemprego marxista. Desemprego friccional (ou taxa natural de desem prego) dá-se em virtude da mobilidade transitória da mão-de-obra, entre regiões e setores da atividade. Por exemplo, o trabalhador que veio recentemente do interior e está procurando emprego na capital. Desemprego involuntário ocorre quando os sindica tos fixam salários acima do salário de equilíbrio, o que faz com que uma parcela de trabalhadores,
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