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Paul Williams Edelberto Santos Dias Essa família apresenta seis subfamílias: Bruchomyiinae, Trichomyiinae, Horaiellinae e Psychodinae, que não têm importância médica, e Phlebotominae e Sycoracinae, nas quais as fêmeas são hematófagas. Nos sicoracíneos, as fê- meas exercem a hematofagia sobre vertebrados de sangue frio, e, nos flebotomíneos, as fêmeas se alimentam em anfi- bios, répteis, aves e mamíferos, inclusive humanos. São ve- tores de várias doenças em diversos continentes. Nos va- les andinos do Peru, Colômbia e Equador, são os transmis- sores da moléstia de Carrion, doença causada pela Bartonella bacilliformes; em várias partes do mundo são os únicos transmissores naturais de Leishmania. Os flebotomíneos apresentam ampla distribuição geo- gráfica, sendo vistos sob as mais diversas condições climá- Fig. 42 Note a obsem ticas e de altitude e em ambientes silvestres, rurais e até ur- banos. No Brasil, são popularmente denominados: asa-bran- ca, birigui, cangalhinha, flebótomo (ou fi-eboti), mosquito palha e tatuquira. Isso indica que o povo distingue estes insetos dos outros hematófagos. SUBFAMÍLIA PHLEBOTOMINAE Os flebótomos de importância médica e veterinária per- tencem, portanto, à subfamília Phlebotominae. Medem de 2 a 4mm de comprimento; o corpo é densamente coberto de pêlos finos, às vezes, apresentando escamas intermescladas sobre as asas e estemitos abdominais. Outras características são: posição da cabeça formando um ângulo de 90" com o eixo longitudinal do tórax (Fig. 42.1); quando vivos e em re- pouso as asas são mantidas divergentes em posição semi- I- d .I - Flebdtomos adultos (família Phlebotomidae, subfamília Phlebotominae, g8nem Brumptomyia) em posiçóes de repouso (apud Mangabeira, 1942). cobertura hirsuta do corpo, a posição da cabeça com relação ao restante do corpo, a postura das asas e o comprimento das pernas. A) macho: ? a terminAlia abdominal bifurcada; B) f6mea: note a extremidade arredondada do abdome. Capitulo 42 345 ereta (Fig. 42.1); as pernas são compridas e esbeltas, e a ex- tremidade posterior do abdome e bem diferenciada - nos machos é bifurcada (Fig. 42.1A) e nas fêmeas é pontuda ou ligeiramente arredondada (Fig. 42. IB). MORFOLOGIA ADULTOS Cabeça Os olhos têm tamanho e aparência semelhantes em am- bos os sexos. As antenas são longas, assentam-se entre os olhos e são formadas por um escapo e um pedicelo globosos, seguidos por 14 flagelômeros cilíndricos. As pe- ças bucais são do tipo sugador pungitivo, constituídas de labro, um par de mandíbulas, hipofaringe, um par de maxilas e lábio; são alongadas e, com exceção do lábio, apresentam uma armadura dista1 de dentes finos. Os machos têm mandíbulas rudimentares, não sendo ca- pazes de penetrar na pele dos vertebrados e nem de alimen- tar-se de sangue. Certas estruturas da cabeça são de considerável valor taxonômico, tais como: Fig. 42.2 - Aspectos morfolbgicos de Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis (Lutz B Neiva, 1912). A) cabeça de macho; B) cabeça de fêmea; C) bom- ba salivar, cibário e faringe da fêmea; D) asa; E) fêmea: espermatecas, dutos espermatecais, forquilha genital; F) terminália do macho. (Escala em milímetros.) Capitulo 42 o cibário, que é a continuação da hipofaringe, apresen- ta dentes posteriores nas fêmeas; os machos, as ve- zes, têm dentes vestigiais; a madura cibarial das fêmeas apresenta caracteres es- pecíficos; a faringe e a armadura faringeal têm aspectos, ausên- cia, presença ou disposição de espinhos importantes na identificação específica. Tórax e seus Apêndices A coloração do tórax, a presença ou ausência de cerdas no tórax e a presença ou ausência de espinhos no fêmur posterior auxiliam muito na identificação. Já as nervuras (venação) das asas têm pouca utilidade para identificação das espécies; são importantes no reconhecimento da famí- lia e dos gêneros. Abdome É formado por dez segmentos, com os três últimos mo- dificados para formar a genitália externa. Nas fêmeas, os segmentos abdominais 8- 10 acham-se telescopados para dentro do sétimo segmento. Internamente, encontra-se um par de espermatecas, cujo aspecto (e de seus dutos) tem considerável importância taxonômica (Fig. 42.2E). A genitália masculina externa deriva do nono segmento abdominal (Fig. 42.2F). O braço dorsal é composto pelo dististilo e pelo basistilo, e o elemento ventral é constituído por um par de parâmeros. Internamente, é formada por uma bomba genital e um par de filamentos genitais (cujo comprimento coincide com o duto das espermatecas das fêmeas). As partes ven- trais da terminália masculina compõem-se de um par de 10- bos laterais e um par de cercos, que não fazem parte da ge- nitália e, sim, protegem o ânus do inseto. Todos os detalhes da terminália masculina são importantes para a identificação das espécies. Ovos São alongados, elípticos, ligeiramente recurvados e es- branquiçados (Fig. 42.3A). Medem de 300 a 500pm, depen- dendo da espécie, apresentando uma escultura coriônica (desenhos) com cinco tipos diferentes. Larvas Existem quatro estágios larvais (Fig. 42.3B e C), apre- sentando uma cabeça bem definida, escura, e o restante do corpo. Este é vermiforme, com três segmentos torácicos e nove abdominais, os quais apresentam pseudópodos que permitem a locomoção das larvas no substrato. São mais ou menos cilíndricas (Fig. 42.3D), medindo cer- ca de 2mm. Consistem em um cefalotórax sem segrnentação nítida e um abdome com nove segmentos. A extremidade posterior do abdome da pupa é envolvida pela exúvia do quarto estágio larvar. CLASSIFICAÇÃO DA SUBFAMÍLIA PHLEBOTOMINAE Não existe um consenso quanto a classificação dos fle- botomíneos. O esquema aqui apresentado deve ser consi- derado como possível de alterações futuras. Australophlebotomus, Chinius, Grassomyia, Idio- phlebotomus, Parvidens, Phlebotomus, Sergentomyia, Spelaeomyia e Spelaephlebotomus. Apenas o gênero Phlebotomus apresenta espécies transmissoras de Leishma- nia no Velho Mundo. Brumptomyia, Lutzomyia e Warileya. Destes três gêne- ros, apenas o Lutzomyia apresenta numerosas espécies transmissoras de leishmaniose nas Américas. A Warileya tem seis espécies, distribuídas ao longo de uma estreita fai- xa próxima do Equador (Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equa- dor, Guiana Francesa, Panamá e Peru). Apenas duas espécies são capazes de picar o homem, sem transmitir doenças; as demais são zoofílicas. A Brumptomyia apresenta 22 espécies e nenhuma pica o homem. Ocorre desde o sul do México até o norte da Argentina. O grande gênero Lutzomyia é formado por 15 subgêne- ros, 1 1 grupos de espécies e 17 espécies não-agrupadas, perfazendo um total de quase 400 espécies conhecidas. Gru- pos de espécies podem ser considerados como subgêneros, porém sem uma espécie-tipo designada. BIOLOGIA Em comparação com outras famílias de Nematocera de importância médica, muito pouco se conhece sobre os locais do desenvolvimento dos flebotomíneos. Flebotomíneos imaturos foram encontrados pela primeira vez em 1908, no porão de uma casa na Itália. Trata-se de uma descoberta infeliz, por ter relacionado o desenvolvimento dos flebotomíneos com habitações humanas. Tal as- sociação, pelo menos no Novo Mundo, é rara. Apesar de um esforço considerável para descobrir os locais de desenvolvimento dos flebotomíneos do Novo Mundo, temos poucas informações concretas. Flebotomí- neos imaturos têm sido encontrados, geralmente em núrne- ro muito pequeno, nos detritos das fendas rochosas, no chão das cavernas, no solo entre as raízes de árvores, por debaixo de folhas mortas e Úmidas da cobertura de flores- tas, e mesmo dentro dos detritos acumulados nas forquilas de árvores das florestas tropicais. A única afirmativa segu- ra é a de que os flebotomíneos se desenvolvem no solo úmi- do, mas não molhado, ou em detritos ricos em matéria orgâ- nica em decomposição. Devido a dificuldade de encontrar os locaisde desenvolvimento natural, a maior parte da informa- ção sobre os estágios imaturos provém das observações das criações em laboratório. A progênie das fêmeas captu- radas no campo, de várias espécies, foi mantida em labora- tório por apenas uma geração. Poucas espécies foram real- Capitulo 42 347 dias. O período larval médio (os quatro estágios larvais combinados) é de 18,3 dias. A fase pupal tem uma duração c?-?9 4 ,! $: s.6 t:* média de 10,6 dias. O ciclo biológico total, da oviposição 9-4 1 A ( a eclosão dos adultos da geração seguinte, leva cerca de f 3 . . ,, 36 dias. Fig. 42.3 - Ciclo biológico de um flebótomo. A) ovo; 6) larva de primeiro instar, em vista lateral: observe um único par de setas caudais; C - larva de quarto instar, em vista lateral; observe dois pares de setas caudais; D - pupa: normalmente, a extremidade postenor da pupa está envolvida pela exuvia da larva de quarto instar, mas isto não aparece nesta figura. mente colonizadas. De fato, a manutenção de colônias de fle- botomíneos em laboratório demanda tempo e é cara. Os deta- lhes do ciclo biológico da L. longipalpis são baseados na ma- nutenção de uma colônia fechada, por um período de dez anos. O insetário apresenta condições atmosféricas controla- das para 25°C e 80% de umidade relativa. O alimento larval consiste em uma mistura de Daphnia seca, de extrato aquo- so liofilizado de figado de galinha e de pólen, contendo 23 dos 25 aminoácidos essenciais. Os adultos têm acesso cons- tante a uma solução de sacarose a 10%. As fêmeas adultas alimentam-se em hamsters. Nestas condições, as Emeas produzem, em média, 46-47 ovos por postura. O período médio de incubação é de 6,7 O número de gerações em condições naturais difere da- quele observado em laboratório. A evidência de campo su- gere que os flebotomíneos neotropicais produzem três ou quatro gerações por ano. Os flebótomos norte-americanos (no sul do Canadá e norte dos EUA) produzem uma única geração anual e permanecem em diapausa durante os meses de inverno. Necessidade de Açúcar dos Flebotomíneos Adultos Ambos os sexos precisam de carboidratos como fonte de energia. Por muito tempo pensou-se que o néctar das flores fosse a fonte de açúcar. Se, porém, os flebotomíneos visitas- sem flores, os grãos de pólen adeririam prontamente a den- sa cobertura de pêlos do corpo. Mas nunca se observou pólen em espécimes montados em lâminas. Sugeriu-se tam- bém que os frutos em decomposição atuassem como fontes de carboidratos. Isto também é improvável, urna vez que, es- tando em fermentação, os álcoois neles contidos seriam no- civos aos flebotomíneos. No Velho Mundo observaram-se flebotomíneos movimentando-se ativamente nas folhas e nos caules de plantas, mas não ficou claro se esta ativida- de é relacionada com a alimentação com açúcar. Estudos sobre flebótomos capturados no campo revela- ram a presença da melesitose e do seu produto de hidrólise (a tiranose) no trato digestivo dos flebótomos. A melesitose é um constituinte da substância pegajosa excretada pelos afidios (pulgões) e depositada sobre a superficie das folhas e caules de plantas. A melesitose não está presente nos 1í- quidos provenientes de plantas ingeridas pelos afidios, mas é produzida dentro do sistema digestivo destes insetos. Um outro açúcar encontrado na substância pegajosa é a fmtomaltose, cujos produtos de decomposição (maltose, sacarose, glucose, fmtose) são os açúcares mais comuns encontrados nos flebotomíneos capturados no campo. Os promastígotas de Leishmania necessitam de açúca- res para se desenvolver e se multiplicar no trato digestivo dos flebótomos. A distribuição geográfica das leishmanio- ses poderia depender da disponibilidade de fontes naturais de carboidratos. Hábitos Hematofágicos Os flebotomíneos machos não são hematófagos. Ape- nas as fêmeas se alimentam de sangue, o qual é a fonte de proteínas e de aminoácidos, necessários ao desenvolvimen- , to dos ovos. Devido ao fato de que as doenças transmitidas pelos r flebótomos do Novo Mundo constituem zoonoses, os há- bitos hematofágicos das fêmeas das espécies envolvidas na 1 transmissão de doenças não podem ser descritos pelo ad- i jetivo "antropofilicos" (do grego anthropos = ser humano; 1 philos = amigo). Se qualquer dos flebotomíneos do Novo 1 Mundo fosse "amigo do homem" as doenças transmitidas 1 por flebótomos teriam pouca ou nenhuma importância para 348 Capitulo 42 a saúde pública. O uso da palavra "antropofilico" é inade- quado, e, do ponto de vista epidemiológico, conduz a um er- ro. O adjetivo correto para os flebotomíneos americanos que se alimentam de sangue humano é "oportunista" (alimen- tam-se do sangue humano e de outros animais). Das mais de 350 espécies de Lutzomyia conhecidas, tal- vez menos de 12 estejam adaptadas a situações domésticas e peridomésticas. Em todos os casos de tal adaptação, cada uma das espécies em questão também existe em ambiente silvestre, as vezes, com densidade maior. As espécies americanas de flebotomíneos cujas fêmeas frequentemente se alimentam de sangue humano pertencem a sete subgêneros e três grupos de espécies do gênero Lutzomyia: Lutzomyia S . str., Pintomyia, Barrettomya Pifanomyia; Nyssomyia, Psychodopygus e Helcocyrtomyia, e alguns membros dos grupos lichyi, cruciata e migonei. No Oriente Médio, a picada de I papatasi representa uma praga, causando uma reação alérgica conhecida como "harara ", em Israel. Tais reações graves da pele não foram registradas no Novo Mundo, mas as picadas de muitos fle- botomíneos americanos podem ser extremamente dolorosas. As respostas as picadas têm significado epidemiológico. Um indivíduo, ao ser picado pelo flebótomo, provavelmen- te irá reagir rapidamente e desfechar um tapa no inseto que está se alimentando do seu sangue. Assim, ele espalha o conteúdo das vísceras (que possivelmente pode conter al- guns patógenos) sobre a pele, na perfuração feita pelas pe- ças bucais do inseto. A doença do Velho Mundo, conhecida por "febre de três dias", já era sabidamente transmitida por flebotomíneos desde o início do século M. Esta doença ocorre na região do Mediterrâneo, estendendo-se para o leste, até a Índia e o Paquistão. Curiosamente, ela também foi registrada na América Central. O organismo que causa esta "febre de três dias" é um Phlebovims. Diversos organismos com ele relacionados fo- ram isolados no Novo Mundo. Embora sejam de curta dura- ção, essas doenças podem ter importância econômica quan- do os surtos ocorrem na época de semeadura ou de coleta. Os Vesiculovirus também têm sido associados aos flebótomos. As doenças causadas por esse vírus têm, pri- meiramente, uma importância veterinária, mas podem causar a encefalite no homem. A febre Oroya, também conhecida como moléstia de Carrion ou verruga peruana, pode ser uma doença grave e frequentemente fatal. Ela é causada pela Bartonella bacillifonnis e ocorre a altitudes de 750-2.700m acima do ní- vel do mar, em vales a oeste dos Andes, no Peru, Colômbia e Equador. Desde 19 14, o L. (Pifanomyia) verrucarum era o inseto incriminado como hospedeiro invertebrado da bac- téria. Em 1940, foi sugerido que um flebotomíneo intimamen- te relacionado, L. ( I ) colombiana, seria o inseto hospedeiro na Colômbia. A B. bacillifonnis tem sido detectada no trato digestivo e nas peças bucais do L. verrucarum. Não há evidência de que o organismo apresente um ciclo de desenvolvimento no interior dos flebotomíneos. A transmissão mecânica é a mais provável. Até há 30-40 anos, acreditava-se que todas as promas- tígotas encontradas nos flebotomíneos apanhados no cam- po pertenciam ao gênero Leishmania e que todas elas eram infectantes para o homem. Tal conceito já não é aceitável. Sabe-se agora que certos flebotomíneos americanos são suscetíveis a infecção por tripanossomatideos monogené- ticos. Presumivelmente, tais infecções ocorrem com igual freqüência, tantoem insetos machos como em insetos fême- as. Em certas áreas, as fêmeas de flebotomíneos são os in- setos hospedeiros de espécies primitivas de Trypanosoma. Alguns parasitos passam por um estágio de promastígota e, durante esta fase, os parasitos são indistinguíveis das promastígotas da Leishmania. As fêmeas de flebomíneos são também os insetos hospedeiros das espécies de En- dotrypanum, que parasitam as hemácias de preguiça e se desenvolvem em forma de promastígota no trato digestivo do flebótomo. Desde que algumas espécies de preguiça são também hospedeiros para Leishmania infecciosas para o homem, é essencial identificar as promastígotas do En- dotrypanum nas fêmeas dos flebotomíneos "oportunistas". Algumas espécies de Leishmania não-infecciosas para o homem, como L. deanei, L. herreri e L. hertigi (parasitos do porco-espinho) e L. enriettii (parasito conhecido unicamen- te em cobaias de laboratório), presumivelmente também pas- sam por uma fase de promastígotas no trato digestivo dos flebotomíneos (ver Capítulo 58 - Exame de Vetares). Além disso, alguns aspectos devem ser considerados com relação a sobrevivência do parasito no flebotomíneo, após a ingestão do repasto sanguíneo infectado. No interior do in- seto, o parasito deverá resistir a atividade das enzimas di- gestivas presentes no intestino médio; escapar da matriz peritrófica, que irá se formar em tomo do bolo alimentar; aderir ao epitélio intestinal para não ser excretado com os restos alimentares; completar seu desenvolvimento e dife- renciação. Só então o parasita estará na forma infectiva para o hospedeiro vertebrado. Pelas considerações expostas deve ficar claro que é necessário muito cuidado antes de designar alguma espécie de flebotomíneo americano como inseto hospedeiro de uma espécie de Leishmania infectante para o homem. A informa- ção dada na Tabela 42. l deve ser vista com cuidado. Em al- guns casos, os parasitos ainda não foram identificados em nível de espécie, sendo conhecido apenas o complexo a que pertencem. Em outros casos, a identificação dos flebotomí- neos é incerta. Várias "espécies" de flebótomos são agora conhecidas como "complexos de espécies"; em outras palavras, existem Capitulo 42 349