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DA IDEIA DE JOGO AO JOGO COM IDEIAS PARA UMA PERFORMANCE DE EXCELÊNCIA NO FUTEBOL OBSERVAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA PERFORMANCE NO FUTEBOL gabinete de futebol Júlio Garganta Observação Controlo Competição Treino Perspectiva do praticante Condições de prática “Visão” do treinador Cultura treino /jogo JOGO AMISCO A observação é um instrumento essencial, no treino e na competição Alex Ferguson (2006) “I get up every morning at 7 a.m. I always worked hard, both now and in the past. That sounds sensible, but for some strange reason people don’t associate hard work as the deciding factor in football. Every details counted, and scouting is one of them…” A informação recolhida a partir da análise do comportamento dos jogadores e das equipas, em ambientes de treino e de competição, é considerada uma das variáveis que mais afectam a aprendizagem e a eficácia da acção desportiva. Hughes & Franks (1997) Os comportamentos dos jogadores e das equipas, quando observados várias vezes e no confronto com diferentes oponentes, são suscetíveis de exibir padrões de jogo. A tarefa de observação sistemática e de interpretação do jogo é dificultada pela rede de INTERACÇÕES COMPLEXAS, operadas em CONDIÇÕES INSTÁVEIS e CONTINGENTES, de colaboração e antagonismo. OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DA PERFORMANCE 1. Demarcar a informação relevante 2. Desenhar o sistema de observação e registo 3. Aferir a respectiva precisão e fidelidade 4. Coligir dados e apresentá-los 5. Proceder à respectiva interpretação 6. Sintetizar conhecimento para o treino e para o jogo OBSERVAÇÃO DA PERFORMANCE NO FUTEBOL 1. Identificar padrões positivos e negativos 2. Promover um treino específico/económico 3. Avaliar o impacto do treino/competição TREINADOR ENVOLVIMENTO VISUAL restrito: tende a seguir a bola. POSICIONAMENTO DESFAVORÁVEL: horizonte visual limitado, devido à situação num plano ao nível do terreno de jogo. LIMITAÇÕES DA MEMÓRIA HUMANA: tende a relembrar apenas os momentos-chave das partidas mais recentes. EFEITO DAS EMOÇÕES: é afectado pelo stresse e pela ira, o que conduz à distorção dos factos do jogo. PARCIALIDADE: só “vê” o que quer ver. Limitações à observação do jogo Observação e interpretação da performance 1. Optimizar a performance 2. Auxiliar o treinador e os jogadores 3. Monitorizar a evolução no treino/competição 4. Adequar a preparação dos jogadores/equipas 5. Verificar e controlar a sintonia do processo Evolução metodológica e instrumental da OAJ * Notação manual - papel e lápis * Notação manual + relato oral para ditafone * Computador para posterior registo e tratamento dos dados * Computador para registro em simultâneo (directo ou diferido) * Voice over * AMISCO Vemos com os olhos, mas observamos com os conceitos. OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA Quem faz o quê, quando, onde e com quem ? INTERPRETAÇÃO Para quê e porquê ? A Física H Técnicas T Táticas Tarefas motoras e padrões de jogo Treino específico e económico Sistema de Observação Organização do jogo 1. Com que frequência se realizam as tarefas ? 2. Quão críticas são as distintas tarefas para o rendimento ? Análise quantitativa TJU TPB B 47 21 A 56 36 B 48 20 RA 48 33 C 55 32 BL 54 30 UL 50 31 G 49 28 SP 53 27 0 10 20 30 40 50 60 B A B RA C BL UL G SP T jogo útil/T posse de bola TJU TPB Nº remates Boavista 7 Alverca 19 Braga 10 Rio Ave 21 Campomaior 18 Belenenses 18 U Leiria 22 Guimarães 16 Sporting 13 0% 20% 40% 60% 80% 100% B A BR RA C BL UL G S % de remates Pq área Gr área F. área 0 20 40 60 80 B o a v is ta A lv e rc a B ra g a R io A v e C a m p o m a io r B e le n e n s e s U L e ir ia G u im a rã e s S p o rt in g M a rí ti m o B e n fi c a S a lg u e ir o s S tª C la ra S e tú b a l F a re n s e E A m a d o ra G il V ic e n te Número de ataques por jogo A B GV G BF S B RA F SC A B GV G BF S B Macmanman Redondo Anelka Beckham Keane Yorke 14.2 12.8 10.3 12.9 12.8 12.2 Distancia total, em Km., percorrida durante um jogo da Liga dos Campeões 2001 Número de sprints realizados na Liga dos Campeões 2001 De Boer Figo Kluivert Jardel Esquerdinha Secretário 72 70 50 59 58 54 • Joga 20 a 25 jogos Por temporada, um jogador (I Liga portuguesa) • Percorre cerca de 250 Km • Detém a posse da bola cerca de 50 min. • Remata 25 vezes à baliza e cruza 40 vezes • Realiza cerca de 75 ataques • 11 000 Passes (9 000 curtos + 2 000 longos) Por temporada, uma equipa realiza (I Liga portuguesa) • 1 376 ataques, 688 cruzamentos e 549 remates • 700 faltas • 169 livres directos e 279 cantos • 20 h em posse da bola Como torná-la útil ? Análise da performance OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM CONTEXTOS NATURAIS Análise qualitativa D A D O S D A D O S D A D O S D A D O S INFORMAÇÃO D A D O S D A D O S D A D O S D A D O S CONHECIMENTO Abordagem Quantitativa Análise Jogador Dados avulso Habilidades técnicas Produto/golos Abordagem Qualitativa Interpretação Equipa Sequências táticas Fases/momentos do jogo Processo/organização O que se “vê” quando se olha para o jogo ? Olhar é já ter decidido. Alain Berthoz Para onde e como olhar, para “ver” o jogo ? PODEMOS ENGANAR-NOS A PROCURAR ALGO, MAS NÃO DEVEMOS ENGANAR-NOS EM RELAÇÃO ÀQUILO QUE PROCURAMOS. Identificar os fatores “oxigenantes” e “poluentes” do JOGO. NEM TUDO O QUE PODE SER CONTADO CONTA, NEM TUDO O QUE CONTA PODE SER CONTADO. Albert Einstein Os melhores observadores detetam padrões não visíveis aos olhos dos leigos. Porque vêem com os conceitos. Mais importante ? O modo como se usa a informação, para construir o treino, preparar a competição e melhorar a performance dos jogadores e da equipa. Como jogamos? Como queremos jogar? Como treinamos ? DISCURSO versus PERCURSO C o n g ru ên ci a Indicadores da performance B M A O jogo diz tudo … … o que lhe soubermos perguntar !