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Periodização Tática no Futebol

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9
10
UNINASSAU
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
GIMERSON FRAGOSO ANICETO
PERIODIZAÇÃO TÁTICA COMO METODOLOGIA DE TREINO PARA EQUIPES DE FUTEBOL
Recife
Dezembro/2016 
UNINASSAU
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
PERIODIZAÇÃO TÁTICA COMO METODOLOGIA DE TREINO PARA EQUIPES DE FUTEBOL
Trabalho apresentado ao Centro Universitário Maurício de Nassau, Curso de Bacharelado em Educação Física, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Educação Física, sob a orientação do professor Ms. Thiago Seixas.
Recife
Dezembro/2016
GIMERSON FRAGOSO ANICETO
PERIODIZAÇÃO TÁTICA COMO METODOLOGIA DE TREINO PARA EQUIPES DE FUTEBOL
Banca Examinadora:
1º. Examinador
 Professor Ms. Thiago Seixas
2º. Examinador 
 Professor.................................................
3º. Examinador 
 Professor................................................... 
Recife
Dezembro/2016 
DEDICATÓRIA
	Dedico este trabalho a meus pais, Odilon Gomes da Silva Aniceto e Maria de Fátima Fragoso Aniceto.
AGRADECIMENTOS
	Primeiramente a Deus, por sempre me dar sabedoria, discernimento e paciência para resolver os problemas que encontramos no dia-a-dia ao longo dessa vida acadêmica. 
	A meus pais, Odilon e Fátima, por me darem forças para seguir nessa caminhada e por fazerem todo o esforço possível para que eu chegasse até aqui.
	Ao professor Thiago Seixas que aceitou esse desafio de ser o orientador deste trabalho. Ao professor Bruno Simões que foi o começo de tudo, foi através dele que surgiu essa paixão pela periodização tática.
	A minha namorada, Maria, que incentivou bastante para que eu concluísse este trabalho.
A todos os membros da família Fragoso, sobre tudo minha tia Lucia, que abriu as portas da sua casa em Recife por um ano e meio para que eu pudesse cursar a faculdade, e também ao meu primo e amigo Filipe Fragoso, outro apaixonado pela periodização tática, o qual ajudou bastante a compreender o tema através de nossas conversas e buscas por livros que abordassem o conteúdo.
Aos meus amigos, Davson, Alisson, Gustavo, que ajudaram bastante, seja dando incentivo, seja fazendo uma troca no horário de trabalho para que eu pudesse ficar em casa concluindo este trabalho, seja ajudando na busca de obras acadêmicas, livros e etc.
Ao meu vizinho Walter, que por inúmeras segundas-feiras me dava carona de Limoeiro à Recife.
	Aos dois clubes que passei Centro Limoeirense e Clube Atlético Pernambucano, em nome de seus presidentes Senhor Geraldo Ermínio e Alberto Lisboa, respectivamente, ambos foram fundamentais na escolha da referida metodologia de treino.
	Aos treinadores com os quais tive a oportunidade de trabalhar e absorver bastante conhecimento, Lima, Gabriel Lisboa, Paulo Porto, Juninho Fonseca, Charles Muniz, Thiago Kosloski, Edson Limoeiro e Fabinho.
RESUMO
Ao tomar o futebol como um esporte de tamanha popularidade e que incorpora em sua execução uma disposição tática fundamental sempre carregada de complexidade e variabilidade, se torna essencial uma discussão a respeito das implicações teóricas e metodológicas que o plano tático impõe ao jogo. Partindo do princípio que as partes físicas e fisiológicas devem ser complementares no sentido de dar suporte ao quesito tático, percebe-se que ao longo do tempo essa máxima vem sendo desfigurada dando lugar a uma metodologia reducionista, que cada vez mais distingue e isola os treinamentos em táticos, técnicos e físicos. Na contramão desse processo, o desenvolvimento da periodização tática propõe o trabalho tático em primeiro plano do treinamento no futebol, adequando os treinamentos de uma equipe às opções táticas determinadas. Nesse sentido, este trabalho visa compreender os conceitos metodológicos que a periodização tática propõe, além de conceituar as macro dimensões do futebol, seus princípios táticos para propor a periodização tática como metodologia nos treinamentos.
Palavras chave: Futebol, Periodização Tática, Treinamento.
ABSTRACT
By taking football as a sport of such popularity and incorporating in its execution a fundamental tactical disposition always loaded with complexity and variability, a discussion about the theoretical and methodological implications of the tactical plan on the game becomes essential. Assuming that the physical and physiological parts must be complementary in order to support the tactical aspect, it is perceived that over time this maxim has been disfigured giving rise to a reductionist methodology, which increasingly distinguishes and isolates the trainings Tactical, technical and physical. Contrary to this process, the development of tactical periodization proposes tactical work in the foreground of soccer training, adapting the training of a team to the determined tactical options. In this sense, this work aims to understand the methodological concepts that the tactical periodization proposes, besides conceptualizing the macro dimensions of soccer, its tactical principles to propose the tactical periodization as methodology in the training.
Keywords: Soccer, Tactical Periodization, Training.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	9
2. METODOLOGIA	11
3. O FUTEBOL NAS SUAS MACRO DIMENSÕES	12
3.1- DIMENSÃO FÍSICA	14
3.2- DIMENSÃO TÉCNICA	14
3.3- DIMENSÃO TÁTICA	15
4. ROMPENDO MITOS E PARADIGMAS: PERIODIZAÇÃO TÁTICA	17
4.1 PERIODIZAÇÃO TÁTICA	19
5. CONCLUSÃO	25
6. REFERÊNCIAS	27
1. INTRODUÇÃO
	
O futebol é o esporte mais popular do Brasil, praticado por milhões de pessoas, que veem em sua prática objetivos distintos, uns com fins em lazer, outros com fins profissionais. (ROSE JUNIOR, 2013).
	O futebol está enquadrado nas modalidades esportivas coletivas.
De uma maneira geral, as modalidades esportivas coletivas caracterizam-se pelo confronto entre duas equipes que se dispõem pelo terreno de jogo e se movimentam de forma particular, com objetivo de vencer, alternando-se em situações de ataque e defesa. (GARGANTA, 1998, APUD ROSE JUNIOR, 2013, p. 5).
Pois bem, como pode o futebol, uma modalidade esportiva coletiva dotada de alta complexidade e imprevisibilidade ser reduzida à pensamentos simplistas, onde se reduz o treino nos períodos pré-competitivos a “apenas” uma vertente do jogo, a física. (OLIVEIRA et al., 2006).
	Vale ressaltar que o futebol é uma modalidade essencialmente tática, e que a dimensão física e técnica surgem para resolver os problemas táticos do jogo.
	Dentro do treino de futebol existem várias concepções que levam de forma igualmente favoráveis ao sucesso desportivo, muitas delas, principalmente de metodologia reducionista, se preocupam em controlar o treino através da dimensão física ou fisiológica. Tais concepções metodológicas tem em sua essência a componente física como ponto fundamental para o sucesso ou insucesso de uma equipe ao termino da temporada. Ainda vão além, separam o treino em físicos, técnicos e táticos. (OLIVEIRA et al., 2006).
	Contraposto a isso, em Portugal surge uma nova metodologia de treino em futebol, conhecida como Periodização Tática, que nada mais é que tratar a parte tática do jogo como a mais importante a ser vivenciada no dia-a-dia das equipes, desde o período pré-competitivo até o fim da temporada. A abordagem metodológica do treinamento deve ser organizado de acordo com sua forma particular de jogar, ou seja, princípios que serão inseridos no modelo de jogo que se quer para sua equipe. (PIVETTI, 2012).
	O que leva a abordar esta temática é o fato de existir poucas obras, artigos e teses que abordem assuntos relacionados à metodologia de treinamento para futebol, principalmente quando se fala em periodização tática, sobretudo no Brasil.
	Na literatura do país, são escassos os estudos que abordam as questões metodológicas do futebol. Buscando na base de dados Scielo só foi encontrado um artigo publicado sobre a periodização tática em periódicos brasileiros. Portanto, há a necessidade de trazer informaçõessobre esse novo modelo de periodização.
	A elaboração deste trabalho foi guiada por um objetivo geral que é compreender a concepção metodológica que norteia o jogo de futebol de acordo com a periodização tática, e seguido de outros objetivos específicos, que foram: entender o fenômeno do jogo de futebol nas macro dimensões da modalidade, identificar os princípios táticos do jogo de futebol e propor a periodização tática como metodologia de treino para o futebol.
2. METODOLOGIA
	Para responder as inquietações com relação a periodização tática, realizou-se uma pesquisa de caráter bibliográfico que:
Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado, existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema (CERVO e BREVIAN, 1983, p. 55).
	
A construção do estudo deu-se através da utilização de livros que enquadram o futebol nas modalidades esportivas coletivas, que rompem mitos com relação ao treinamento utilizado pela maioria das equipes do futebol mundial, tendo a vertente física como carro chefe, e livros que explanem a metodologia da periodização tática, para que se conheça seu conceito, princípios e aplicabilidade. Também foram revisados artigos científicos procurado no site de busca Scielo e dissertações de mestrado. 
O estudo teve como base autores como: ARRUDA e BOLAÑOS, BAYER, HERNANDEZ MORENO, MENDONÇA, OLIVEIRA, PIVETTI, ROSE JUNIOR, por ser referência no tema em questão. Para o levantamento dos dados utilizou-se as palavras chave: “Futebol”, “Periodização Tática”, “Treinamento”, com cruzamento entre elas.
O levantamento de dados metodológicos sobre a periodização tática no Scielo, para construção deste trabalho, seguiu a ordem estabelecida. Conforme o fluxograma abaixo:
 (
Scielo 0
1
a
rtigo encontrado
) (
Periodização Tática
)
	
 (
01 artigo após leitura na íntegra
) (
01 artigo após leitura do resumo
) (
01 artigo após leitura do título
)
3. CAPÍTULO 1- O FUTEBOL NAS SUAS MACRO DIMENSÕES
	Entre todas as modalidades de esportes coletivos praticados com bola, o futebol é a que mais apaixona e a que segundo Rose Junior (2013), exige mais combinações complexas do sistema neuromuscular.
	Na visão de Rose Junior (2013), para praticar o futebol, é preciso ter o domínio dosprincipais fundamentos com os membros inferiores, em alta velocidade, sem perder o equilíbrio e a objetividade. A bola tem que ser passada, chutada, dominada e conduzida, muitas das vezes com deslocamentos, arrancadas, mudanças de direção, freadas e divididas, tudo isso com os pés, sendo pressionado pelos adversários e sem perder a noção do posicionamento dos companheiros de equipe.
	Para conseguir bom desempenho no futebol é preciso ter uma excelente preparação física, ter habilidade diferenciada, tudo isso aliado à noções de tática individual e coletiva. O futebol é um jogo de gestos e de sinais, de ações e simulações, de talento e de raça, de beleza plástica e lances ríspidos. (ROSE JUNIOR, 2013).
A verdadeira história do futebol começa na metade do século XIX quando houve a regulamentação do jogo pelos colegiados e instituições britânicos. No dia 23 de outubro de 1863, na Freemason’sTavern, foram unificados os critérios que deram origem ao futebol. (ROSE JUNIOR, 2013).
Introduzido, extraoficialmente, no Brasil pelos jesuítas e oficialmente por Charles Müller, o futebol se tornou o principal esporte nacional. Praticado em ruas, em campos de várzea ou nos gramados dos grandes estádios, com os pés descalços ou com chuteiras de marcas famosas, com bolas baratas ou com as que têm o emblema da FIFA, o futebol é arte, religião, profissão e terapia. (ROSE JUNIOR, 2013).
	O futebol por estar enquadrado nas modalidades esportivas coletivas (MEC), possui o mesmo conceito que os outros esportes coletivos.
De uma maneira geral, as modalidades esportivas coletivas caracterizam-se pelo confronto entre duas equipes que se dispõem pelo terreno de jogo e se movimentam de forma particular, com objetivo de vencer, alternando-se em situações de ataque e defesa. (GARGANTA, 1998, APUD ROSE JUNIOR, 2013, p. 4).
	
Para Bayer (1986), todas as modalidades esportivas coletivas possuem os mesmos denominadores comuns: a bola, um terreno, uma meta, companheiros, adversários e regras. Componentes esses que estarão presentes em todas as ações do jogo.
	Hernandez Moreno (1998), classificou as modalidades coletivas de acordo com o espaço de jogo utilizado e a forma de participação dos jogadores.
Na visão de Hernandez Moreno (1998), o futebol se enquadra nas modalidades que desenvolvem sua ação em um espaço comum e com participação simultânea sobre a bola, ou seja, as duas equipes atuam sobre a bola, sem esperar a ação final do adversário, desde o momento em que tem seu controle ou não, até que alcance o objetivo final do jogo, marcar o ponto, ou consiga recuperar a bola, levando-a para o campo adversário. 
Por se tratar de uma modalidade esportiva coletiva o futebol também possui a estrutura funcional das diversas modalidades coletivas. Segundo Hernandez Moreno (1989), a relação ataque/defesa e cooperação/oposição compõem a estrutura funcional dos esportes coletivos.
	A situação de ataque ou defesa é determinada pela posse ou não da bola. A equipe com posse da bola é atacante, e a que não tem é defensora. Durante a partida, ataque e defesa são situações que se revertem, a posse de bola alterna várias vezes, como por exemplo, após marcar um gol, após o ataque cometer alguma falta a regra, após o ataque permitir que a bola saia dos limites do campo de jogo, após a defesa recuperar a bola. (ROSE JUNIOR, 2013).
	Segundo Garganta (2004, APUD ROSE JUNIOR, 2013, p. 6) “essa situação, de ataque ou defesa, determina as ações e comportamentos os jogadores”. 
Ou seja, em virtude de sua situação no jogo cada equipe assume determinado tipo de comportamento, que pode ser induzido por qualquer alteração na equipe adversária, sendo assim se o adversário muda a forma de defender a outra equipe mudará sua forma de atacar e assim por diante.
	Os princípios gerais das modalidades esportivas coletivas ajudam quais as ações, ofensivas e defensivas,que os jogadores poderão utilizar no decorrer do jogo.
No ataque, temos como princípio gerala conservação da bola, progressão dos jogadores e/ou da bola até a meta contrária e marcar gol ou ponto. Na defesa, os princípios são recuperação da bola, impedir/dificultar a progressão dos jogadores e/ou da bola até minha meta e proteção da minha meta ou campo. (BAYER, 1986).
3.1- DIMENSÃO FÍSICA
	
Umas das grandes mudanças na forma de jogar futebol aconteceram graças à evolução dos métodos de preparação física, ela foi a grande responsável pelo aumento da velocidade das ações durante partidas de futebol. (ROSE JUNIOR, 2013).
	Segundo Rose Junior (2013), pesquisas realizadas na observação e análise das partidas e o estudo do comportamento motor permitiu identificar quais capacidades motoras predominam e a fonte de energia que é disponibilizada para as ações musculares no jogo de futebol.
A esse processo de aperfeiçoamento do atleta para melhoras seu desempenho no campo de jogo, dar-se o nome de preparação física especifica. Um de seus objetivos principais visa dar ao jogador as melhores possibilidades de executar os gestos técnicos, as decisões táticas, as situações de jogo e contribuir para uma rápida recuperação após a prática competitiva. (ROSE JUNIOR, 2013).
	Para Rose Junior (2013), além de especifica para a modalidade, a preparação física deve ser personalizada, pois cada jogador acumula potencialidades e deficiências relacionadas com sua herança genética e com suas experiências adquiridas ao longo da vida.
	
3.2- DIMENSÃO TÉCNICA
	
Quando se assiste a um jogo de futebol, uma das coisas que impressionam e que desperta atenção é a técnica individual e coletiva.
	Milhares de crianças optam pela práticade determinadas modalidades esportivas, futebol, por exemplo, atraídas pelos ídolos que garantem exibições primorosas do seu talento. Os dribles no futebol são exemplos de situações que exigem muita técnica, despertam o interesse pela prática e provocam tentativas de imitação. (ROSE JUNIOR, 2013).
	Os maiores ídolos do futebol atual, Messi e Cristiano Ronaldo, são os maiores exemplos de jogadores que carregam atrás de si uma legião de crianças, em todo o mundo, que tentam executar seus dribles, criados ou aprimorados por eles. (ROSE JUNIOR, 2013).
	O aprendizado da técnica pode ser facilitado com melhor aproveitamento do tempo disponível para o treinamento e orientação especializada. O treinador deve evitar métodos pouco motivantes e incompletos para a prática do futebol.
	Para Antón (1990), o que deve ser ensinado é a capacidade de atleta adaptar-se às situações de jogo. Reproduzindo situações semelhantes àquelas que ocorrem durante o jogo visa o aprimoramento da técnica no futebol.
O treinamento técnico tem dois objetivos básicos, melhorar a técnica individual do jogador e adaptar a técnica individual ao jogo coletivo. (ROSE JUNIOR, 2013).
A técnica individual é importante para que se possaatender os objetivos da equipe. Com a bola sob seu controle, o jogador tem que perceber e analisar a situação, encontrar a solução mental para agir e desempenhar com sucesso a solução motora mais adequada para a ação de jogo ou técnica coletiva. (MAHLO, 1969).
	A evolução das dimensões física e tática no futebol provocou a necessidade de atualização de treino da técnica. Os espaços para criação de jogadas reduziram, o jogador tem menos tempo para controlar a bola, organizar e executar a jogada. O futebol ficou muito mais rápido e os jogadores precisam se habituar a jogar sob muita pressão, nos espaços reduzidos, nos vários setores do campo. (ROSE JUNIOR, 2013).
3.3- DIMENSÃO TÁTICA
	
O conceito de tática está associado à ação dos atletas durante o jogo. 
É o processo onde se conjugam todas as possibilidades físicas, técnicas, teóricas, psicológicas e cognitivas, para dar uma solução imediata às inúmeras situações imprevistas e mutáveis que são criadas em situação de oposição. (BEDOLLA, 2003, APUD ROSE JUNIOR, 2013, p. 136).
	
Cabe então durante o treinamento, ao treinador trazer situações para que os jogadores encontrem situações criativas para determinada ação do jogo, para que assim a equipe esteja preparada para ações de tática individual e coletiva.
	Todos os elementos que caracterizam tais ações são usados para resolver os problemas de defesa e ataque do jogo de futebol. Segundo Riera (1995, APUD ROSE JUNIOR, 2013, p. 136) “a tática é a utilização inteligente da técnica”. Ou seja, para determinada situação defensiva ou ofensiva no jogo de futebol, existem várias alternativas técnicas, mas o que faz a diferença são a velocidade e o acerto na escolha da solução.
	Dentro do jogo de futebol existem os princípios táticos que devem ser respeitados durante o treinamento. Para Friselli e Mantovani (1999), os princípios táticos, ofensivos e defensivos, permitem ao jogador conhecer os conceitos básicos do jogo.
	Os princípios defensivos, segundo Sans-Torrelles e Frattarola-Alcaraz (2000), permitem trabalhar em equipe, tendo como objetivo o retardo do jogo, o equilíbrio, a concentração e a recuperação da bola. 
São cinco os princípios defensivos, dentre eles: o retardo, equilíbrio, recuperação, concentração, e controle. (SANS-TORRELES e FRATTAROLA-ALCARAZ, 2000).
	Os princípios ofensivos, segundo Sans-Torrelles e Frattarola-Alcaraz (2000), permitem o trabalho em equipe para manter o controle da bola, assim como a mobilidade, a penetração e a improvisação durante a posse da bola. Seu objetivo final é levar a bola ao gol da equipe adversária. 
Assim como os princípios defensivos, também são cinco os princípios ofensivos. São eles: controle da bola, amplitude, mobilidade, penetração e improvisação. (SANS-TORRELES e FRATTAROLA-ALCARAZ, 2000).
	Para Santos Filhos (2002), ações táticas são comportamentos motores que ocorrem durante o jogo, envolvendo situações individuais e coletivas em equipe (até quatro jogadores). 
Corroborando com isso Falkowski (1979), ainda afirma que essas ações podem ser ofensivas e defensivas.
	As ações táticas defensivas são todas as ações motoras que realizam os jogadores da equipe que não tem a posse da bola, com objetivo de recuperar e evitar o avanço do time adversário. (ARRUDA e BOLAÑOS, 2010).
São ações defensivas: pressão, retranca, cobertura, permuta, temporização, desarme, carga, antecipação, interceptação e redução do espaço. (FALKOWSKI, 1979).
Na visão de Falkowski (1979), essas ações devem ser desenvolvidas de forma racional para evitar os espaços livres de marcação ou de algumas possíveis trajetórias de lançamentos.
	Para Falkowski (1979), ações táticas ofensivas têm como objetivo manter a posse da bola, fazendo avançar até a linha de meta da equipe adversária à procura do gol. 
São ações ofensivas: parede, apoio, desmarque, contra-ataque, desdobramento, criação de espaços livres, troca de ritmo, virada de jogo. (FALKOWSKI, 1979).
4. CAPÍTULO 2- ROMPENDO MITOS E PARADIGMAS: PERIODIZAÇÃO TÁTICA
	
Quando se fala em treinamento no futebol existem diversas preocupações que norteiam o trabalho no dia-a-dia de uma equipe. Estas nada mais são que mitos que imperam como verdades no mundo futebolístico, e de fato há a necessidade de rompermos essas barreiras, pois as mesmas fogem da realidade conceitual da modalidade.
	O futebol por ser uma modalidade essencialmente tática, então, porque está sempre preocupado de forma enfática com a dimensão física nos treinamentos? Por exemplo, por que nos períodos de pré-temporada insistir em treinos físicos, longos períodos de corrida continua, muitas vezes até em espaços que não é especifico do futebol, como praia. Treino intervalado, treino em circuito, por estação. Esse tipo de treinamento paira a maioria dos clubes de futebol, principalmente nos períodos pré-competitivo. Segundo Mourinho em entrevista à Oliveira, as prioridades nesse período pré-competitivo deveriam ser outras.
Para mim, as prioridades são outras. Como não me canso de repetir, o mais importante numa equipa é ter um modelo de jogo, um conjunto de princípios que dêem organização à equipa. Por isso, a minha atenção é para aí dirigida, desde o primeiro dia. As semanas preparatórias incidem, de forma sistemática, na organização táctica, sempre com o objetivo de estruturar e elevar o desempenho colectivo. As preocupações técnicas, físicas e psicológicas (como a concentração, por exemplo) surgem por arrastamento e como consequência da especificidade do nosso modelo de operacionalização. (OLIVEIRA et al., 2006, p. 93 e 94).
	Seria mais interessante que desde o primeiro dia de treino, já no período pré-competitivo, os treinamentos fossem voltados para a construção do modelo de jogo desejado para a equipe. Não há necessidade de se preocupar com outra coisa que não seja tática, pois a técnica e o físico surgirão por arrastamento, por consequência dos problemas táticos transcorrido nos treinamentos. (OLIVEIRA et al., 2006).
	Devido o alto grau de imprevisibilidade que ronda o jogo de futebol, seria ideal que as equipes sejam preparadas taticamente, pois mesmo o treino sendo de ordem tática, as capacidades físicas, a qualidade técnica, vão ser trabalhadas e otimizadas, e ainda dentro da forma de jogar que se deseja para a equipe. (OLIVEIRA et al., 2006).
	Outra inverdade que se alastra no mundo futebolístico é com relação à forma física, onde a mesma é vista como de suma importância para o desempenho de uma equipe. Mourinho em entrevista à Oliveira entende que:
A forma não é física. A forma é muito mais que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explicitas, mas pouco tem haver com a forma física. (OLIVEIRA et al., 2006, p. 97 e 98).
	Muitos treinadores veem na falta de um “bom”condicionamento físico a desculpa para justificar uma derrota ou um resultado inesperado. Frase, como essa “se a parte física não está bem, de nada vale à táctica ou a técnica”, é bastante comum ser ouvida no mundo futebolístico. Porém se a maioria dos treinadores utilizasse o tempo que tem, para trabalhar seu modelo de jogo, não haveria espaços para justificar erros indevidos. Quando uma equipe está desorganizada taticamente os erros ficam em evidencia, aí sim, numa equipe mal organizada os jogadores vão precisar correr mais, desgastando-se mais, mas, o problema está longe de ser a componente física da equipe. (OLIVEIRA et al., 2006).
	Seguindo estas mesmas ideias, onde a “obsessão” pela dimensão física fica no topo da pirâmide eis que surge mais um mito a ser rompido, o dos picos de forma, que nada mais seria que “recarregar as baterias” nas pausas do campeonato. 
O que se faz em muitos clubes de futebol durante uma pausa no campeonato, é a procura por um pico de forma para os jogos que estão por vir, ou aqueles tidos como mais importantes para a temporada. Isso traz de volta à lógica do período preparatório, aumento do volume de trabalho físico, a fim de sustentar os jogos que advêm nos últimos meses de competição. Muitos desses utilizam essas pausas para fazerem complementos físicos. Para Mourinho em entrevista à Oliveira, a base do rendimento individual e coletivo está na organização do jogo, segundo ele:
Eu não quero que minha equipa tenha picos de forma... Não posso querer que a minha equipa tenha oscile de desempenho! Quero sim que esta se mantenha sempre em patamares de rendibilidade elevados. Porque não há jogos ou períodos mais importantes do que outros. Todos os jogos são para ganhar. No Benfica, no Leiria, no Porto ou no Chelsea. (OLIVEIRA et al., 2006, p. 100).
A preocupação nessas pausas de campeonato deveria ser em manter o nível de desempenho da equipe, a forma de jogar, aquela que foi ou que deveria ter sido planejada para a temporada. E isso se consegue construindo uma dinâmica semanal de treinos e mantê-la do primeiro dia até o último da temporada.
4.1 PERIODIZAÇÃO TÁTICA
	
A periodização tática surgiu para que as sessões de treino dessem mais ênfase ao treino tático. Daí a necessidade da criação de um modelo de jogo que englobe os aspectos fundamentais perspectivados na coletividade da equipe.
A periodização tática é uma concepção metodológica que se regula no desenvolvimento do modelo de jogo da equipe. A referida metodologia se pauta na organização do modelo de jogo em razão da dimensão tática, a qual coordena todo o processo de treino. (PIVETTI, 2012, p. 124).
	Ou seja, o técnico determina como a equipe vai jogar e as demais sessões de treino (físico, técnico e situacional) ficam atreladas a esse modelo de jogo. 
Corroborando com isso, Oliveira et al. (2006), em entrevista com Mourinho, frisou a importância do modelo de jogo na periodização tática, “o mais importante numa equipa é ter um determinado modelo de jogo, um conjunto de princípios de jogo, conhece-los bem, interpretá-los bem”. 
Para se ter sucesso no uso da periodização tática é necessário que o treinador seja conhecedor dos princípios de jogo, das ações táticas, para assim saber o qual usar em sua equipe.
	A palavra periodização tática significa:
O emprego do termo “periodização” se refere à necessidade da distribuição cronológica das unidades de treino de maneira não linear no espaço de tempo, segundo a aquisição dos princípios fomentadores do modelo de jogo pretendido de acordo com a temporada competitiva (aspecto macro) e o padrão semanal de treinamento (aspecto micro). Já a utilização do vocábulo “tática” se justifica por ser a dimensão maior que modela o processo de ensino-aprendizagem como um todo. (PIVETTI, 2012, p. 46 e 47).
Ou seja, seria a distribuição cronológica da tática, já que segundo Pivetti (2012), a mesma se manifesta como uma interdependência organizacional intencional, pois no futebol cada jogador terá sua interdependência na tomada de decisão mediante o contexto que o treino se apresente, isso seja a nível macro ou micro. 
Sendo assim, uma das ideias da periodização tática é justamente construir uma forma de jogar cuja intencionalidade tem que ser comum a todos os jogadores da equipe, ou seja, as intenções devem assumir um caráter coletivo e ser partilhadas por todos os jogadores da equipe. (PIVETTI, 2012).
Para isso é necessário ter uma concepção do processo de treino e jogo vislumbrando uma realidade dinâmica, complexa e imprevisível.
A periodização tática é uma metodologia de treino que tem seus princípios próprios, para entender seu conceito Pivetti fala que:
A periodização tática é uma metodologia de treino de futebol que concebe o treino como um processo de ensino-aprendizagem, regendo-se por princípios metodológicos próprios que rompem com o convencionalmente instituído, já que se suporta em uma sustentabilidade científica marginal e marginalizada. (PIVETTI, 2012, p. 46).
Por ter seus princípios de treino próprio, usar esta metodologia sem seguir os mesmos, é usar qualquer outra metodologia de trabalho, mas esta não é periodização tática.
Erradamente tratam a periodização tática como “a metodologia que treina sempre com bola”. Pivetti (2012), explica que, na periodização tática, treina-se, sim, com bola, mas no sentido do que se deseja fazer em função desta nos vários momentos em que o jogo acontece. 
Outros métodos de treino também utilizam a bola, como o treino integrado, porém não se adequa aos ideais propostos pela periodização tática.
Outra forma errada de ver a periodização tática é afirmar que a mesma é a “metodologia dos jogos reduzidos” ou dizer que “o físico não existe”. Para Pivetti (2012), se tem uma diferença crassa em reduzir sem empobrecer, pois não se trata apenas em fazer jogos reduzidos por fazer, tem que fazê-lo dentro de uma perspectiva que abranja o modelo de jogo utilizado e ainda levando-o para uma realidade situacional do jogo de futebol. 
Ainda sobre a parte física, Pivetti (2012) fala que a questão física é uma das temáticas em preocupação, já que sem ela o jogo não existe, todavia a importância que se da à parte física é contextualizada na dimensão tática.
A periodização tática se sustenta de três princípios próprios tidos como os pilares dessa metodologia.
Para desenvolver os jogadores, tendo a componente tática como núcleo diretor do processo de periodização, a periodização tática se sustenta em três princípios metodológicos fundamentais para o seu desenvolvimento: Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade, Princípio das Propensões e Princípio da Progressão Complexa. (BORGES et al., 2014).
Todos devem ser considerados em interação permanente durante os treinamentos.
Pode-se dividir as contrações musculares em três, tensão da contração muscular, duração da contração muscular e velocidade da contração muscular. (BORGES et al., 2014).
Sendo assim, segundo Oliveira et al. (2006), deve haver uma preocupação em manter uma regularidade semanal relativamente à alternância dos diferentes padrões de desempenho-recuperação, pois não é possível o organismo esforçar-se todos os dias da mesma forma, sempre exigindo as mesmas coisas do jogar. 
Na visão de Mendonça (2014), ainda que nos treinamentos as três estejam em interação, durante a exercitação pode aumentar a dominância de umas ou outras dependendo das ações que se realize na sessão de treino.
O princípio da alternância horizontal em especificidade tem o objetivo de alternar o padrão de contração muscular dominante sem perder a especificidade. (MENDONÇA, 2014).
“Se é importante alternar as densidades significativas dos diferentes padrões de contração muscular, é importantíssimo nunca perder a articulação de sentido com o modelo de jogo”. (OLIVEIRA et al., 2006, p. 109).
Ou seja, por se tratar de periodização tática todo processo de treino é condicionado ao modelo de jogo específico. 
É chamada de alternância horizontal “porque é cumprida não ao longo do dia - unidade de treino -, mas ao longo dasemana”. (OLIVEIRA et al., 2006, p. 109).
O princípio da progressão complexa faz uso progressivo de complexidade a cada exercício proposto para o entendimento do modelo de jogo. Segundo Pivetti (2012), a progressão é dada de maneira não linear, segundo o enraizamento dos diferentes princípios em relação ao contexto evidenciado na equipe. 
Corroborando com isso, Mendonça (2014), fala que tal princípio está relacionado com o crescimento da forma de jogar da equipe, com a distribuição semanal dos conteúdos do treino, com a equipe adversária. Por este motivo que a torna complexa, pois a progressão é feita ao longo dos dias, das semanas.
Devido o fato de poder ocorrer progressos e retrocessos com relação à aquisição dos princípios do modelo de jogo o progresso ocorre de forma “espiralada”.
O objetivo desse princípio é fazer emergir novas formas de ordem e complexidade superior, para concretizar a intenção de ir do menos para o mais complexo tendo-se a real consciência de que o monitoramento e o controle de tudo nunca serão possíveis. (PIVETTI, 2012, p. 52).
	Para isso, é fundamental que o treinador conheça bem seu modelo de jogo e seus jogadores para poder assim assegurar a complexidade.
	O princípio das propensões segundo Borges et al. (2014) permite modelar os contextos de exercitação de acordo com as ideias que se tem para a equipe, sendo assim, os comportamentos e atitudes que se deseja por em evidencia são repetidos inúmeras vezes, pretendendo trazer a realidade do jogo para o treino, fazendo assim manifestar o modelo de jogo que se pretende.
	Pivetti (2012), explica que se busca é modelar a situação de modo que esta catalise os propósitos desejados, para que o que se manifestar seja condizente com aquilo que se deseja. Contudo, vale a ressalva que a decisão sempre será dos jogadores, pois o intuito não é treinar ou instituir comportamentos, mas libertar os mesmo por meio de interações determinadas.
	A aplicação da periodização tática se da por meio de um morfociclo padrão, o planejamento das unidades de treino tem como base o jogo anterior e o que está por vir, estando sempre atento aos padrões de contração muscular de cada dia, tensão, duração e velocidade, ainda, o morfociclo deve contemplar a recuperação e o esforço do desempenho.
Assim, a organização do morfociclo tem a pretensão de assegurar o ideal trabalho muscular, nas diferentes unidades de treino sem descontextualizá-lo das tomadas de decisões necessárias na aquisição dos princípios segundo o modelo de jogo. (PIVETTI, 2012, p. 53).
	Além do mais, a intensidade de cada exercício é de acordo com o desgaste emocional evidenciado e pela demanda em termos de concentração que se exige dos jogadores. (PIVETTI, 2012).
	O funcionamento do morfociclo padrão considerando jogos aos domingos dar-se da seguinte forma:
	Domingo é o dia do jogo.
	O descanso acontece na segunda-feira, pois se trata do dia após o jogo. Para Borges et al. (2014), após um jogo, não se pode jogar na segunda-feira, até se pode jogar na segunda, porém os jogadores não vão ter disposição para fazer com qualidade. Pois os jogadores pós-jogo estão excitados e muito fadigados, além do desgaste emocional muito grande que gera a partida. Então nesse dia recomenda-se dar o dia de folga.
	Terça-feira propõe-se exercícios similares com as estruturas e vias metabólicas implicadas no jogo de acordo com o modelo de jogo. Segundo Borges et al. (2014), a recuperação deve ter a mesma lógica do desempenho, só que a densidade implicada é que irá diferir entre elas. 
Ou seja, neste dia recomendam-se exercícios em espaços reduzidos com um tempo de recuperação maior entre eles. A ideia desse dia é fazer recuperar sobre aquilo que causou sua fadiga, porém com tempo muito reduzido de forma que sua fadiga não se acentue. (MENDONÇA, 2014).
	O dia em que se trabalha tensão da contração muscular é a quarta-feira, vale a ressalva que a três dias do próximo jogo, levando em consideração que o jogo passado foi no domingo, os jogadores ainda não estão recuperados, por isso, as sessões de treino não pode ser em cima dos grandes princípios, pois esse tipo de atividade requer muita concentração e aproxima-se das exigências do jogo. (BORGES et al., 2014).
	 Os exercícios que são criados para a quarta-feira exigem uma grande densidade de contrações excêntricas, incluindo, por isso, um número significativo de travagens, acelerações, mudanças de direção, saltos, quedas, etc. (OLIVEIRA et al., 2006). 
	Contudo, o que se quer para este dia seja um grande número de contrações excêntricas, porém os objetivos do treino estão relacionados com o modelo de jogo. 
Essas contrações excêntricas aparecem como <<um meio para>>, um meio para superar dificuldades relativas ao seu jogar, um meio para enraizar determinados princípios de jogo. Isto é, são sempre os propósitos tácticos, que se quer vivenciar, a exigir tal padrão de contracção.(OLIVEIRA et al., 2006, p. 113).
	Ou seja, dentro das preocupações desse dia trabalham-se os subprincípios, propósitos de menor complexidade do modelo de jogo, pois nesse dia ainda existe restos de fadiga que vão fazer com que o jogador não dê o máximo com relação as exigências exigidas.
	Quinta-feira é o dia da duração da contração muscular. É o dia mais distante do jogo anterior e do próximo jogo, sendo assim permite ao treinador trabalhar com situações mais próximas do jogo. (OLIVEIRA et al., 2006).
	Segundo Borges et al. (2014), neste dia devem-se privilegiar exercícios em espaços grandes, com um aumento de duração comparativamente aos demais dias. Por se tratar do dia que mais se assemelha ao jogo é onde se deve trabalhar de forma mais global o jogar da equipe.
	Na sexta-feira trabalha-se em cima da velocidade de contração muscular, nesse dia volta às atenções novamente para os subprincípios, é exigido do jogador velocidade de decisão e execução. Para isso, são realizados exercícios como uma oposição reduzida. Nessa unidade de treino devem existir poucos adversários justamente para a propensão das contrações serem de velocidade e não de tensão. (BORGES et al., 2014).
	Corroborando com isso, Mendonça (2014), ainda fala que nesse dia os conteúdos de exercitação são propensos para que haja velocidade de contração das fibras musculares, ou seja, para isso o trabalho se pauta em espaços reduzidos e com tempo curto de duração dos exercícios.
Sábado é o dia da recuperação com ativação dos jogadoresna visão de Mendonça (2014), por se tratar do dia anterior ao próximo jogo há necessidade recuperar, porém sem deixar de ativar o organismo para o dia seguinte. 
Na visão de Borges et al. (2014), em face da semana de treinos deve-se pré-ativar para o jogo de domingo. Neste dia os exercícios são de curta duração, o que se pretende neste dia de fato é relembrar o que foi trabalhado durante a semana de forma descontinua, sem grandes esforços até mesmo sem oposição, podendo até ser com recursos audiovisuais.
5. CONCLUSÃO
	
O futebol trata-se de um esporte coletivo e é um dos esportes mais praticado e “apaixonante”, meche com sentimento de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo.
	Por se tratar de uma modalidade coletiva o mesmo possui os elementos, classificação, estrutura funcional, princípios gerais de ataque e defesa, comuns a outras modalidades coletivas.
	O futebol possui suas macro dimensões, física, técnica e tática. Portanto, diante da dimensão tática temos os princípios táticos ofensivos e defensivos, que ajudam ao jogador conhecer os conceitos básicos do jogo. Dentro desses princípios existem as ações táticas que são os comportamentos motores que ocorrem durante o jogo de futebol, podendo ser eles de ação individual ou coletiva.
	Por mais “fantástico” que seja o jogo de futebol, um fenômeno complexo, dotado de alta imprevisibilidade, ainda existe aqueles que querem empobrecê-lo. 
	Existem várias metodologias de treino que podem levar de forma igual ao sucesso desportivo, mas muitas delas são de um pensamento convencional, reduz o fenômeno futebol a apenas dimensão física, por exemplo,ou separa os treinos em físico, técnico e tático. Onde na verdade o futebol é uma modalidade essencialmente tática e as dimensões físicas e técnicas surgem para resolver as situações do jogo, por mais que a alternativa para resolver uma situação tática seja um gesto técnico, ou um pique de 50 metros, o que vai fazer a diferença são a velocidade e o acerto na escolha da solução certa para determinado problema do jogo.
	Hoje ainda se vê na maioria dos clubes de futebol mundial principalmente nos períodos de pré-temporada, insistir em treinos de ordem física, corrida continua, treinos em espaços não específicos do futebol, como praia, treinos intervalados, entre outros.
	Onde a prioridade tanto nos períodos pré-competitivos como ao longo do ano deveriam e devem ser em busca de um jogar que se pretende para o decorrer do ano competitivo. Todo treinamento deve ser voltado para a construção de um modelo de jogo.
	Mesmo que o treino seja de ordem tática, não significa o abandono das dimensões físicas e técnicas, porém a atenção que se da a essas duas últimas é contextualizada dentro da dimensão tática. 
	Na contramão de tudo isso, onde a “obsessão” pela dimensão física, ou pelo empobrecimento do complexo futebol, fica no topo da pirâmide, surge à periodização tática.
	A mesma surgiu justamente para que as seções de treino dessem mais ênfase à dimensão tática. O treinador determina qual a forma de jogar da equipe e os treinamentos ficam atrelados a esse modelo de jogo. Para isso é necessário que o treinador seja conhecedor dos princípios, das ações jogo e etc.
	A periodização tática é uma metodologia que rompe com o convencional, possui princípios próprios, que são os pilares dessa metodologia, o principio da alternância horizontal em especificidade, o princípio da progressão complexa e o principio das propensões. Ambos devem ser considerados em interação permanente durante os treinamentos.
A aplicação da periodização tática se dar por meio de um morfociclo padrão, o planejamento das unidades de treino tem como base o jogo anterior e o que está por vim, estando sempre atento aos padrões de contração muscular de cada dia, tensão da contração muscular, duração da contração muscular e velocidade de contração muscular, ainda, o morfociclo deve contemplar durante a semana de treinamentos a recuperação e o esforço do desempenho.
Usar a metodologia da periodização tática não remete ao treinador a garantia de resultados, pois a imprevisibilidade do jogo de futebol sobrepõe-se neste contexto. Porém, a garantia será de uma equipe com vasta organização tática dentro do terreno de jogo.
6. REFERÊNCIAS
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BAYER, C. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos. Barcelona: Hispano Europea, 1986.
BORGES, P. H. et al. Contribuições da periodização tática para o desenvolvimento de uma identidade coletiva em equipes de futebol. 2014. Disponível em: <http://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis>. Acesso em: 30 de nov. 2016.
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HERNANDEZ MORENO, J. Baloncesto: iniciacion y entrenamiento. 2ª Edição. Barcelona: Paidotribo, 1989.
HERNANDEZ MORENO, J. Fundamentos del deporte. Análisis de lãs estructuras del juego deportivo. 2ª Edição. Barcelona: INDE, 1998.
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MENDONÇA, P. O Modelo de Jogo do FC Bayern Munique. Portugal: Chiado Brasil, 2014.
OLIVEIRA, B. et al. Mourinho Porquê Tantas Vitórias?. Lisboa: Gravida, 2006.
PIVETTI, B. Periodização Tática: O futebol-arte alicerçado em critérios. São Paulo: Phorte, 2012.
ROSE JUNIOR, D. de. Modalidades Esportivas Coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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SANTOS FILHO, J. L. A. Manual de futebol. São Paulo: Phorte, 2002.

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