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EBOOK Esportes Coletivos Futsal e Futebol

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ESPORTES COLETIVOS II 
FUTSAL E FUTEBOL
PROF. ME. RAFAEL OCTAVIANO DE SOUZA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................5
1. HISTÓRIA DO FUTEBOL ...........................................................................................................................................9
2. HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL ......................................................................................................................9
3. FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO FUTEBOL ............................................................................................................ 12
3.1 O GOLEIRO .............................................................................................................................................................. 13
3.1.1 FUNDAMENTOS SEM BOLA ................................................................................................................................ 14
3.1.2 FUNDAMENTOS COM BOLA .............................................................................................................................. 15
3.1.3 FUNDAMENTOS INDIVIDUAIS NO FUTEBOL ................................................................................................... 16
3.1.4 FUNDAMENTOS COLETIVOS NO FUTEBOL ...................................................................................................... 18
4. ASPECTOS TÁTICOS DO FUTEBOL ........................................................................................................................ 18
4.1 FORMAS BÁSICAS DA TÁTICA ............................................................................................................................. 19
ASPECTOS RELACIONADOS AO HISTÓRICO, 
FUNDAMENTOS TÉCNICOS, TÁTICOS E 
METODOLÓGICOS NO FUTEBOL
PROF. ME. RAFAEL OCTAVIANO DE SOUZA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ESPORTES COLETIVOS II
FUTSAL E FUTEBOL
4WWW.UNINGA.BR
4.1.1 PRINCÍPIOS TÁTICOS .............................................................................................................................................19
4.1.2 PRINCÍPIOS DEFENSIVOS .................................................................................................................................. 20
4.1.3 PRINCÍPIOS OFENSIVOS .....................................................................................................................................21
5. ASPECTOS RELACIONADOS À INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO FUTEBOL.................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................................23
SUMÁRIO DA UNIDADE ................................................................................................................................................24
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
O futebol é, antes de tudo, uma disputa entre duas equipes formadas por seres humanos. 
Sob esse prisma, trata-se do estudo do homem a partir das perspectivas tanto da Sociologia, 
que pesquisa a interação existente entre as pessoas e o meio em que estão inseridas, como da 
Antropologia, focada no ser humano e sua produção cultural. A interação dessas duas ciências 
humanas auxilia na busca por explicações e padrões para o comportamento e a maneira de 
pensar do homem. O cenário de massificação e abrangência do futebol segue as tendências da 
globalização, baseadas em três modelos bem definidos. Até a Primeira Guerra Mundial, o esporte 
viveu um período de consolidação e internacionalização; passou por uma mudança de caráter 
por meio da profissionalização; e, por fim, transformou-se em negócio a partir da exploração das 
marcas.
Em função da globalização, a preparação desportiva foi um dos campos da ciência que 
mais evoluiu nas últimas décadas. Desde os primeiros jogos olímpicos e ainda no período da 
Arte (a.C.), estudiosos vêm realizando os mais diversos experimentos na área da preparação 
desportiva, mais conhecida como área do treinamento desportivo. O treinamento desportivo 
é considerado um processo que utiliza o exercício físico como meio para se tentar alcançar um 
nível mais ou menos elevado (WEINECK, 1999) a partir do uso racional de meios, métodos, 
formas e condições (MATVEEV, 1983), seguindo-se um planejamento definido por objetivos 
parciais.
O processo de treinamento tem vários objetivos e depende muito dos níveis de 
desenvolvimento (WEINECK, 1999): o treinamento de alto desempenho para atletas; o 
treinamento de adaptações para aptidão; o treinamento de reabilitação para a recuperação; o 
treinamento técnico para melhorar os fundamentos; o treinamento tático para melhorar as ações 
táticas ofensivas e defensivas, sejam coletivas sejam individuais; e o treinamento de crianças e 
adolescentes, respeitando-se o processo de crescimento e maturação biológica.
Com relação aos jovens atletas, diversas pesquisas já comprovaram que os treinamentos 
não devem seguir o mesmo modelo empregado para adultos. Existem diferenças peculiares que 
devem ser respeitadas, como os indicadores biológicos responsáveis pela determinação do estágio 
maturacional, os conceitos de crescimento físico, composição corporal, além dos indicadores do 
comportamento e do desempenho motor do jovem atleta.
Diante dessas dificuldades, a Unidade 1 tem por objetivo contribuir para o entendimento 
e melhoria na capacidade dos acadêmicos de Educação Física para trabalharem com o futebol, 
apresentando contextos sobre a sua história, sua história no Brasil, seus fundamentos técnicos e 
táticos, seus princípios metodológicos e a influência da mídia no esporte.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Quanto aos indicadores biológicos nos atletas de futebol, podem-se citar: 
a) O crescimento físico, que se caracteriza como um processo dinâmico que 
ocorre durante toda a vida, desde a concepção até à morte,definido como o 
aumento no número e no tamanho das células que compõem os diversos tecidos 
do organismo (MALINA, 2003).
b) A maturação, caracterizada por um processo evolutivo do indivíduo, devendo 
ser entendida como o conjunto de mudanças biológicas ocorridas de forma 
sequencial e ordenada, levando-o a atingir o estado adulto (MARTIN et al., 2001).
c) A composição corporal caracterizada como uma variável cineantropométrica, 
devendo fazer parte de uma avaliação funcional (RIBEIRO; LUZARDO; DE ROSE, 
1980).
Com relação aos indicadores do comportamento motor em jogadores de futebol, 
podemos destacar: 
a) O comportamento humano, que, em um sentido geral, pode ser definido como 
toda ação observável em um sistema aberto, em que todo organismo humano 
é limitado e dirigido pela maturação (biológica) de suas estruturas anatômicas 
e de sua organização neurológica, assim como os efeitos acumulativos da 
aprendizagem pela experiência (PEREIRA, 2004).
b) O desenvolvimento motor, que se refere às mudanças que o ser humano 
sofre ao longo da sua existência (RUIZ-PEREZ, 1987) e, mais especificamente, 
pode-se definir como o conjunto de fenômenos que, de forma inter-relacionada, 
permite ao indivíduo uma sequência de modificações evolutivas que vão desde 
a concepção até à morte, as quais refletem as diferentes etapas ou fases do ser 
humano (GUEDES; GUEDES, 1997).
c) A especialização precoce, caracterizada pelo treinamento de vários anos em 
um esporte específico, permitindo a aquisição de habilidades motoras relacionadas 
ao sucesso que os garotos podem alcançar (WIERSMA, 2000).
Acerca dos indicadores do desempenho motor, podem-se destacar aspectos 
relacionados à(ao): 
a) Treinamento desportivo.
b) Carga de treinamento.
c) Coordenação.
d) Força. 
e) Resistência. 
f) Velocidade.
g) Flexibilidade.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para informações sobre a história do futebol no Brasil, indica-se a 
obra:
GUTERMAN, M. O futebol explica o Brasil: uma história 
da maior expressão popular do país. São Paulo: Contexto, 
2009. Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.
br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol#/legacy/1517.
Para informações sobre os métodos de treinamento, indicamos:
FONSECA, G. Jogos de Futsal: da aprendizagem 
ao treinamento. 2. ed. Caixas do Sul: Educs, 2011. 
Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.
br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/
legacy/2970.
Para informações sobre a posição de goleiros, a indicação é:
SÍMON, L. A. Os 11 maiores goleiros do futebol brasileiro. São Paulo: 
Contexto, 2010. Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.
br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=6&section=0#/
legacy/1713.
Para auxiliar na compreensão sobre os métodos de treinamento 
do futebol, assistir ao vídeo Método Analítico Sintético e Global 
Funcional no Futebol, de Moacir Pereira Junior, disponível no link 
https://www.youtube.com/watch?v=5sMfhcyGXys.
E para orientações sobre os fundamentos técnicos do futebol, 
acessar o vídeo Fundamentos técnicos do futebol, disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=SoTSdJoMl-s.
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol#/legacy/1517
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol#/legacy/1517
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/legacy/2970
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/legacy/2970
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/legacy/2970
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No processo de ensino e aprendizagem do futebol, utilizam-se usualmente três 
métodos: o método parcial, chamado também de método analítico, o método 
global e o método global-recreativo (ou misto). 
No método parcial ou analítico, o ensino da modalidade baseia-se no 
desenvolvimento das habilidades do jogo por meio de exercícios técnicos para, a 
partir de uma aprendizagem por parte do aluno, introduzir sua prática. O método 
global preconiza o ensino do jogo desde cedo pela aplicação de séries de jogos, 
partindo-se de pequenos jogos e jogos simplificados até se chegar ao grande jogo. 
Por sua vez, o método misto ou global-recreativo defende a utilização da série de 
jogos (como no método global), mas associada à prática paralela de exercícios 
técnicos para reforço ou aprimoramento do gesto técnico do esporte (FONSECA, 
2011). Nesse sentido, qual o melhor método para se aplicar no desenvolvimento 
da prática de futebol com jovens iniciantes?
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1. HISTÓRIA DO FUTEBOL
A origem do futebol possui diferentes versões. Há indícios que apontam o surgimento de 
um esporte com características semelhantes ao praticado nos países asiáticos, há aproximadamente 
3.000 a.C. Na China, existem registros de que esse protótipo de futebol era praticado como um 
treino militar. Em contrapartida, no Japão, existia o Kemari.
Na Grécia Antiga, os gregos criaram um esporte também semelhante ao futebol, chamado 
Epyskiros. Os soldados, na cidade de Esparta, jogavam com uma bola feita com bexiga de boi, 
recheada com areia ou terra. Os registros afirmam que o domínio dos romanos sobre os gregos fez 
com que aqueles adotassem o esporte grego, entretanto, de cunho bem mais violento, chamado 
de Harpastum (FURTADO; OLIVEIRA, 2020).
Relatos indicam a presença de outro jogo, composto por 27 jogadores com funções 
distintas: corredores, atacantes, sacadores e defensores. O Soule, como era chamado, era disputado 
na França durante a Idade Média. O esporte tinha regras bem violentas visto que era uma variação 
do Harpastum dos romanos. O novo modelo de um “suposto futebol” tinha como regras válidas 
socos, pontapés, rasteiras e diversos golpes violentos. Era uma disputa que agradava a aristocracia: 
a realeza francesa gostava, e o Rei Henrique II apoiava a prática (FURTADO; OLIVEIRA, 2020).
Ainda na Idade Média, surgiu na cidade de Florença, Itália, outro jogo, chamado Gioco 
Del Calcio ou Calcio Fiorentino. Estabelecido na cidade italiana, o esporte tinha aspectos do 
Soule, violento como este, e contava com a participação de 27 jogadores. Era praticado em praças, 
em cujas extremidades havia dois postes paralelos. O objetivo era levar a bola até esses postes 
(FURTADO; OLIVEIRA, 2020).
O primeiro relato de equipes italianas se enfrentando foi em 1529, quando a Itália era 
dominada por duas facções políticas de aristocráticos, os quais competiram em um violento jogo 
de bola durante horas. Uniformizados, uma equipe de verde e a outra de roupas brancas, a bola 
podia ser jogada com os pés ou com as mãos. Giovanni di Bardi, em meados de 1580, estabeleceu 
regras para o referido esporte. Agora, o jogo não teria limite para jogadores e seria necessária 
a participação de cerca de dez árbitros para controlar a partida, ou seja, a parte da violência 
exacerbada foi retirada quando ele passou a ser praticado nas praças. Para os italianos, o futebol 
recebeu o nome de Cálcio (FURTADO; OLIVEIRA, 2020).
2. HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL
O futebol tupiniquim deu sorte assim que nasceu. Embora tenha sido introduzido no 
Brasil no fim do século XIX com um inconfundível sotaque britânico, o tipo de jogo adotado 
possuía em seu DNA características que logo o distinguiriam do futebol então praticado na 
Europa. Charles Miller, um dos principais introdutores do futebol no Brasil, era adepto do 
dribbling, ou do drible, maneira insinuante de superar os zagueirospara se chegar ao gol. Miller 
poderia gostar do passing, isto é, da troca de passes, que, desde aquela época, fazia do futebol 
europeu essencialmente técnico e eficiente – e monótono. Se nosso pioneiro tivesse em seu 
próprio código genético o traço brasileiro, talvez tivéssemos sido somente súditos do jogo em que 
apenas a vitória interessava e, provavelmente, não faríamos história como o País que encantou o 
mundo com seus malabarismos e sua arte imprevisível (GUTERMAN, 2009).
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Charles William Miller nasceu em São Paulo, em 24 de novembro de 1874, filho do 
engenheiro escocês John Miller e da brasileira Carlota Alexandrina Fox Miller. Carlota, por sua 
vez, era filha dos ingleses Henry Fox e Harriett Mathilda Rudge Fox. Ou seja, a família Miller tinha 
acentuado sotaque britânico, resultado de um conjunto de fatores que transformaram São Paulo 
em centro de atração do capital inglês no período derradeiro do século XIX. O pai de Miller viera 
ao Brasil para trabalhar na São Paulo Railway ou San Paulo (Brazilian) Railway Company Limited, 
como consta dos documentos da empresa na Inglaterra, em meio ao boom das construções de 
ferrovias no Brasil (GUTERMAN, 2009).
Figura 1 – Charles Miller (sentado com a bola) e seus companheiros do São Paulo Athletic em 1904: o mais impor-
tante pioneiro do futebol brasileiro. Fonte: Guterman (2009).
O futebol chegou ao Brasil com status de esporte de elite. Na Inglaterra, já era jogado 
por operários de fábricas, mas adentrou as terras brasileiras por meio de estudantes de classe 
alta, que voltavam do Reino Unido com bolas e chuteiras na bagagem, como foram os casos de 
Charles Miller e Oscar Cox, os pioneiros da modalidade. No entanto, não demorou muito para 
que o football conquistasse os operários e trabalhadores também no Brasil (OBSERVATÓRIO DA 
DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL, 2020).
O exemplo mais simbólico é o do Bangu Atlético Clube, time fundado por ingleses, mas 
formado, em grande parte, pelos operários da Fábrica de Tecidos Bangu, no subúrbio do Rio de 
Janeiro. O clube foi o primeiro no Estado a escalar um atleta negro, Francisco Carregal, em 1905. 
O feito fez com que, em 1907, a Liga Metropolitana de Football (equivalente à atual Federação 
de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ)) publicasse uma nota proibindo o registro de 
“pessoas de cor” como atletas amadores de futebol. O clube, então, optou por abandonar a Liga 
e não disputar o Campeonato Carioca (OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO 
FUTEBOL, 2020).
Com a massificação, o futebol passou a ter também importância política. Exemplo disso 
foi a briga, em 1934, entre a Federação Brasileira de Futebol (FBF), a favor da profissionalização, 
e a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), pró-amadorismo. O Brasil, mais uma vez, não 
enviou sua melhor equipe. A seleção brasileira fez a sua pior campanha em Copas, terminando 
em 14° lugar, com apenas um jogo e uma derrota para a Espanha, por 3 a 1. A Copa de 1934 foi 
marcada, dentro de campo, por reflexos do poder político-ideológico no auge do fascismo (G1, 
2020).
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Com a globalização, o futebol passou a ser objeto de hegemonia planetária. O Brasil passou 
a perseguir o título como uma obsessão, um projeto de afirmação nacional. Esse fenômeno ficou 
claro com a organização e participação na Copa de 1950 no País, quando fomos derrotados de 
virada pelo Uruguai na final. Porém, a evidência maior ocorreu em 1970, na Copa do México, 
quando a ditadura militar transformou cada vitória brasileira em sintonia das nossas imensas 
possibilidades.
Figura 2 – Jairzinho passa como quer pela defesa da Tchecoslováquia na estreia da seleção na Copa de 1970: vitória 
com efeitos políticos. Fonte: Guterman (2009).
 
Na década de 1980, paralelo a crises econômicas e desorganização administrativa, o 
futebol brasileiro passou a exportar seus craques na chamada década perdida. Amantes brasileiros 
do futebol passaram a acompanhar os campeonatos europeus pela TV aberta. A globalização 
entrou em campo, os times da Europa se transformaram em seleções, e a seleção brasileira, em 
“seleção estrangeira”.
Figura 3 – Na foto oficial, os jogadores da seleção brasileira, que disputou a Copa de 1990 escondendo o patrocínio 
da Pepsi: o futebol vira um grande negócio. Fonte: Guterman (2009).
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A conquista das Copas de 1994 e 2002 mostrou que o Brasil ainda tinha algo de diferente 
entre as principais seleções: a sua imprevisibilidade, personificada por jogadores como Romário, 
Rivaldo e Ronaldo, além, é claro, da afirmação nacional, aliada à confirmação da democracia no 
País, bem como o resgate de séculos de dívida social.
Figura 4 – Cafu ergue a taça após a conquista do penta no Japão, em 2002: homenagem ao Jardim Irene lembra a 
origem miserável dos heróis nacionais. Fonte: Guterman (2009).
3. FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO FUTEBOL
A técnica é um dos componentes da ação motora que representa o maior domínio 
de movimentos, considerada por Torrelles e Frattarola (2000) como a manifestação de um 
determinado nível de habilidade dentro de uma ação. Essa ação pode ser individual ou coletiva 
e está relacionada aos aspectos táticos, psicológicos e físicos (FALKOWSKI; MARTINEZ, 1979). 
Então, pode-se ressaltar que, quando a técnica está bem desenvolvida, o maior rendimento reflete-
se no desempenho individual e coletivo e, algumas vezes, nos resultados. No entanto, o sucesso 
não depende exclusivamente de uma correta execução técnica (COVELO, 2005): habilidade e 
astúcia possuem também papel importante durante o jogo.
Nesse contexto, a técnica desportiva pode ser definida como o conjunto de movimentos 
que permitem adaptar o comportamento motor do desportista às características dos aparelhos, 
dos materiais, do ambiente e, sobretudo, dos adversários, com o objetivo de procurar a melhor 
utilização em uma determinada situação de competição, tendo em conta as regras do jogo, as 
habilidades, capacidades motoras e as características antropométricas e psicológicas do esportista 
e/ou da equipe (COVELO, 2005).
A técnica requer uma série de destrezas e habilidades para o domínio da bola (MORENO, 
2003), especialmente em condições de pressão, em que os jogadores podem fazer uso da técnica 
em benefício próprio ou do conjunto. Partindo-se dessa ótica, pode ser classificada em individual, 
bem como, segundo as ações motoras, em “com” ou “sem bola”.
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Em contrapartida, Scaglia (1996) sistematiza os fundamentos em função dos conteúdos. 
São fundamentos básicos: o passe, o domínio, a condução, o drible, o chute, o cabeceio e o 
desarme; são fundamentos derivados: os lançamentos, os cruzamentos, a cobrança de falta, o 
pênalti, a tabelinha, o arremesso lateral e o escanteio; e fundamentos específicos são os que estão 
relacionados às funções próprias do jogador pela posição de jogo (ARRUDA, 2010).
Figura 5 – Classificação dos fundamentos técnicos do futebol. Fonte: Arruda (2010).
3.1 O Goleiro
O goleiro é um jogador que pode usar as mãos e os pés para resolver situações defensivas 
e ofensivas em diferentes momentos do jogo. Essa capacidade de resolução dependerá das 
condições externas, caracterizadas por um alto nível de incerteza temporal e situacional (quando 
e o que vai acontecer) e pelas condições internas associadas à competência do sujeito (ARRUDA, 
2010).
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Por essa razão, o goleiro é um elemento da equipe com múltiplas funções, dependendode 
funções com ou sem bola (ARRUDA, 2010).
Figura 6 – Goleiro Castilho defendendo as cores do Fluminense. Fonte: Símon (2010).
3.1.1 Fundamentos sem bola
É quando o goleiro atua durante o jogo em função de intenções defensivas e ofensivas, 
utilizando suas próprias ações motoras, que lhe permitem relacionar-se com as constantes do 
jogo, por exemplo, com um companheiro, adversário, espaço ou com a bola. A técnica sem bola 
inclui a posição básica, a colocação e os deslocamentos.
- Posição básica: refere-se à posição que o goleiro adota quando o adversário tem a 
posse de bola, uma situação ofensiva para o atacante e defensiva para o goleiro. Cada goleiro 
tem seu próprio estilo e desenvolve uma sequência inicial com deslocamentos, posição básica, 
deslocamentos etc., seguindo a trajetória da bola.
- Colocação do goleiro: é quando o goleiro está posicionado no terreno de jogo em 
relação à bola e ao gol, mantendo sempre uma bissetriz, sem descuidar da posição básica e da 
trajetória da bola.
- Deslocamentos: no transcorrer do jogo, cada goleiro tem seu próprio estilo, realizando 
deslocamentos laterais, adiante, atrás, pequenos saltos, dentre outras ações motoras. Geralmente, 
essas ações são rápidas e de pequena dimensão.
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Figura 7 – Tipos de deslocamentos que os goleiros executam. Fonte: Arruda (2010).
3.1.2 Fundamentos com bola
O goleiro interage com o jogo, criando um novo sistema dinâmico de relações, e atua em 
função do desenvolvimento de suas habilidades, tentando solucionar de uma ou de outra forma, 
fazendo uso de fundamentos técnicos, como a pegada da bola, a defesa, a saída de gol, a situação 
de um a um e a reposição de jogo.
- Pegada da bola: é a ação técnica que o goleiro executa para segurar a bola com as mãos, 
às vezes, com a ajuda do peito segundo as circunstâncias do jogo. As formas da pegada da 
bola podem ser: alta, meia altura e pegada na altura do peito.
- Defesa: consiste em segurar, desviar, bloquear a bola ou, ainda, evitar a saída da bola do 
terreno de jogo (a bola não sai do terreno). Essa ação se classifica em defesa central (baixa, 
média e alta) e lateral (esquerda e direita, alta e baixa).
- Saída de gol: é uma ação motora em que o goleiro abandona a meta para pegar, antecipar 
ou interceptar a bola. As saídas podem ser de dois tipos: baixa e alta. Cada uma delas 
pode ser frontal e diagonal.
- Enfrentamento: ocorre quando o atacante se encontra com a bola perto do gol, com 
possibilidade de chutar ou realizar um drible. Portanto, a velocidade de reação do goleiro 
deve ser imediata, com o propósito de impedir que o gol seja marcado.
- Reposição de jogo: este fundamento é importante uma vez que o goleiro tem a bola em 
seu poder e decide realizar um lançamento antes dos seis segundos, com o pé ou a mão. 
Também pode ser executado como o tiro de meta ou como consequência de infrações.
O rendimento esportivo está determinado pela relação ótima entre os componentes, 
como a condição física, tática e técnica para a melhoria dos fundamentos para o jogador de linha 
(ARRUDA, 2010).
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3.1.3 Fundamentos individuais no futebol
Esses fundamentos são utilizados pelos jogadores de uma equipe em benefício próprio a 
fim de executarem uma ação motora sem a ajuda de um companheiro, ou seja, de forma individual 
até onde as regras lhes permitam.
a. Condução de bola
É a ação de levar a bola pelo chão com os pés sem perder seu controle. Esse fundamento 
pode se realizar com todas as superfícies de contato, permitindo avançar e proteger a bola em um 
determinado espaço de jogo. Permite também preparar o drible, realizar uma mudança de ritmo, 
retardar o jogo, dentre outras ações, dependendo das circunstâncias do jogo.
- Quanto à superfície de contato:
 - Interior do pé.
 - Exterior do pé.
 - Empine do pé.
 - Ponta do pé.
 - Planta do pé.
- Quanto à trajetória:
 - Condução em linha reta.
 - Condução em zigue-zague.
 - Condução lateral.
 - Condução com mudança de direção.
 - Condução com frenagens.
b. Drible
É uma ação motora em que o jogador que está com a posse da bola tem a clara intenção 
de superar o adversário.
- Drible simples:
 - Com apenas um toque.
- Complexos:
 - Finta.
 - Vários toques.
c. Chute
O chute é a última ação motora que o jogador realiza em direção ao gol. Para conseguir o 
objetivo, é necessário que o jogador disponha de uma situação clara que permita o lançamento à 
meta com suficiente potência, precisão e rapidez.
- Superfície de contato:
 - Peito do pé (interior e exterior).
 - Ponta do pé.
 - Joelho e cabeça.
- Altura da bola:
 - Baixa, média e alta.
- Direção da bola:
 - Linha reta, cruzada ou diagonal, e com efeito.
 
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d. Controle de bola
É a habilidade de dominar a bola com qualquer superfície corporal e realizar jogadas 
utilizando um mínimo de esforço e velocidade máxima. Serve para avançar com garantia, 
segurança, buscando espaços livres e mantendo a posse da bola, deixando-a em condições ótimas 
para ser jogada.
Figura 8 – Raí controlando a bola e o adversário russo, na Copa de 1994. Fonte: Barreto (2010).
- Segundo a execução:
 - Controle com orientação e sem orientação.
- Segundo a altura da bola:
 - Baixa, média e alta.
- Segundo as superfícies de contato:
 - Pé, planta, interior e exterior, ponta e peito do pé.
 - Coxa, perna, abdômen, peito e cabeça.
 
e. Cabeceio
O cabeceio é a capacidade de impulsionar a bola utilizando a cabeça, e seu domínio é 
decisivo em situações defensivas e ofensivas, permitindo, em ações defensivas, a interceptação 
por desvio, buscando afastar o perigo ou antecipar a jogada. Uma situação ofensiva pode se 
transformar em passe, como amortecimento ou chute. Para a realização do cabeceio antes de se 
ter contato com a bola, são necessárias adequadas percepção, decisão e capacidade de execução.
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- Superfície de contato:
 - Frontal, parietal, occipital.
- Direção:
 - Para frente, para lateral e para trás.
- Posição:
 - Parado, salto vertical, corridas com e sem salto.
3.1.4 Fundamentos coletivos no futebol
São os fundamentos que necessitam de dois ou mais jogadores para se desenvolver uma 
ação motora e são utilizados pelos jogadores para obter benefício em conjunto ou em equipe 
(ARRUDA, 2010).
a. Passe
É uma ação técnico-tática que relaciona ou comunica dois ou mais componentes da 
mesma equipe mediante o envio da bola, realizado em distintas direções e trajetórias, assim como 
a utilização sistemática de diversas superfícies de contato.
- Distância:
 - Curtos, médios e longos.
- Altura:
 - Rasteira, média e alta.
- Direção:
 - Para frente, para trás, horizontal e diagonal.
- Quantidades:
 - Um toque, dois toques, mais de dois toques.
- Superfície de contato:
 - Interior e exterior do pé, peito, bico e sola do pé.
b. Arremesso lateral
É uma ação motora que permite o uso das mãos desde a linha lateral para colocar a bola 
em jogo. Alguns autores consideram que o arremesso lateral deve ser trabalhado como parte da 
estratégia. A técnica e as regras permitem que o arremesso possa ser executado parado ou por 
meio de uma corrida e não pode ser passado às mãos do goleiro.
4. ASPECTOS TÁTICOS DO FUTEBOL
A tática refere-se à totalidade das ações individuais e coletivas que realizam os jogadores de 
uma equipe por meio de movimentos, deslocamentos e posições em que as capacidades técnicas, 
físicas e psicológicas possuem papel importante no transcorrer do jogo, podendo influenciar 
no desempenho tático de uma equipe. Em contrapartida, é considerada a arte de pôras coisas 
em ordem e de desenvolver as tarefas no momento exato e obter uma posição ótima. A tática 
dos jogos apresenta algumas características que podem ser resumidas como a luta pela vitória, 
lograr o objetivo parcial, as rápidas decisões dos desportistas em função das ações dos oponentes 
(ARRUDA, 2010).
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Com base nesses argumentos, a tática pode se definir como a capacidade de direção e 
utilização racional dos jogadores dentro do campo para o desenvolvimento e a organização de 
situações ofensivas e defensivas, as quais devem ser praticadas com antecipação e adaptáveis a 
diversas situações do jogo, buscando o resultado ótimo segundo os objetivos traçados.
4.1 Formas Básicas da Tática
O futebol é considerado uma das tarefas de máxima complexidade perceptiva (CASTILLO 
et al., 2000) que, ao longo dos anos, tem passado por nítidas mudanças na movimentação dos 
jogadores no campo, mudanças que são, sem dúvida, o resultado de cuidadosos esquemas 
elaborados ante os desafios, mais do que improvisações. Porém, é necessário reforçar e enriquecer 
constantemente esses esquemas nos jogadores (MORENO, 2001) com o objetivo de promover 
adaptações permanentes durante o jogo.
A tática engloba, então, duas formas: uma, que é estratégica ou organizada; e outra, que é 
considerada improvisada (sem nenhum tipo de planejamento).
a. Estratégica
Essa forma básica refere-se ao uso das capacidades mentais em função de um conjunto de 
antecedentes e do conhecimento sobre os próprios princípios do jogo. É a partir desses requisitos 
que se faz uso do planejamento para a direção tática. Essa forma possibilita ao técnico o domínio 
total do comando da equipe por meio da organização e do planejamento das tarefas, por mínimas 
que sejam (GARCIA VALDES, 1982).
b. Improvisada
São ações que se desenvolvem durante o jogo, e o técnico, pela observação, faz uma leitura 
tentando promover correções sem nenhum tipo de organização para alcançar rapidamente o 
resultado. Essa forma não decorre de esquemas e, basicamente, a improvisação depende do talento 
do jogador, da leitura do jogo realizada pelo técnico e da capacidade de decisão no momento 
exato (ARRUDA, 2010).
4.1.1 Princípios táticos
Os princípios táticos, tanto os ofensivos como os defensivos, permitem ao jogador 
conhecer os conceitos básicos do jogo a partir de uma sequência de movimentos, divididos por 
Friselli e Mantovani (1999) em três momentos: movimentos, evoluções e ações conjuntas. Dentro 
dessa sequência, apresentam-se todos os princípios da tática, que devem ser de amplo domínio 
por parte dos jogadores.
a. Movimentos (movimentação)
São realizações de movimentos sem bola dentro do campo e oposição de uma equipe, 
tentando automatizar os movimentos.
b. Evoluções
É o desenvolvimento dos movimentos ensaiados, usando duas equipes e a bola, com 
evolução passiva.
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c. Ações individuais
É a realização das evoluções com bola e uma equipe adversária, tendo como objetivo a 
aproximação à realidade.
4.1.2 Princípios defensivos
Permitem trabalhar em equipe, tendo como objetivo o retardo do jogo, o equilíbrio, a 
concentração e a recuperação da bola (LA84 FOUNDATION, 2008).
Figura 9 – Princípios de evolução defensiva da tática do futebol. Fonte: Arruda (2010).
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4.1.3 Princípios ofensivos
Esses princípios permitem o trabalho em equipe para manter o controle da bola, assim 
como a mobilidade, a penetração e a improvisação durante a posse da bola. Seu objetivo final é 
levar a bola ao gol da equipe adversária.
Figura 10 – Princípios de evolução ofensiva da tática do futebol. Fonte: Arruda (2010).
5. ASPECTOS RELACIONADOS À INFLUÊNCIA DA MÍDIA 
NO FUTEBOL
Aproximadamente 13.000.000 de pessoas são praticantes de futebol no Brasil. Cerca 
de 82% da população brasileira acompanham o futebol por meio da mídia, e 64 % das pessoas 
acima de 16 anos torcem por algum time. 209 países são associados à Federação Internacional de 
Futebol (FIFA), número que é superior aos 205 do Comitê Olímpico Internacional (COI) e aos 
193 da Organização das Nações Unidas (ONU) (BRASIL, 2015). O futebol tem o significativo 
poder de dar suporte a mudanças sociais no País.
Quase 1.000 partidas foram transmitidas por duas das principais divisões do Campeonato 
Nacional (TVs abertas, segmentadas, pay-per-view). Somando-se os campeonatos internacionais, 
as copas continentais e nacionais, os torneios regionais e as eliminatórias, o número de horas 
dedicadas ao futebol na televisão ultrapassa 10.000 ao ano (TELLES, 2013).
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Em 1987, com a criação do Clube dos 13, a Rede Globo vence a licitação após desembolsar 
3.4 milhões de dólares pela exclusividade das transmissões. Em 1996, foram restringidas as 
transmissões de jogos para as praças onde eram realizadas. O então presidente do Clube dos 13, 
Senhor Fabio Koff, realiza a revisão dos contratos de renovação automática. Em 1997, a Rede Globo 
volta a vencer o processo licitatório mesmo com valores inferiores aos do SBT, sob o argumento 
da disponibilização de TV por assinatura e venda para o pay-per-view. Em 2003, o Campeonato 
Brasileiro volta a ser organizado pela CBF, e a Rede Globo vence novamente seus concorrentes. O 
campeonato passa a ser disputado por pontos corridos. Em 2011, A Rede TV apresenta melhor 
proposta, e a Rede Globo passa a negociar diretamente com os clubes (SANTOS, 2013). Em 2019, 
o Canal Esporte Interativo no Brasil passa a negociar com alguns clubes para a TV paga; a Globo 
fica com outros e com a TV aberta.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se a aprendizagem do futebol for feita em uma escola regular, de Ensino Fundamental ou 
Médio, não faz sentido falar em classificação dos alunos por níveis de desenvolvimento. Na escola, 
o futebol deve ser matéria de ensino como outra qualquer. Os alunos devem aprender futebol 
como aprendem Matemática, Ciências, Português etc. Há um programa de Educação Física a 
ser cumprido, que deve incluir os esportes de modo geral. No entanto, com a proliferação das 
escolinhas de futebol, há um número muito grande de meninos e meninas que as frequentam e 
precisam de orientação segura e oportunidades para desenvolver suas habilidades. Essa orientação 
deve ser coerente, respeitando-se o desenvolvimento biológico, psicológico e social dos alunos.
Ensinando na escola regular ou na escola específica, o futebol deve contribuir para que 
o aprendiz possa usufruir dele na sua vida de cidadão. Não importa o que a criança venha a ser 
quando adulta; ela tem de adquirir recursos para viver com dignidade. Isso supõe oportunidades 
para desenvolver a inteligência prática, a inteligência conceitual, as relações com os outros, os 
sentimentos e a motricidade.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................26
1. HISTÓRIA DO FUTSAL .............................................................................................................................................30
2. METODOLOGIA ........................................................................................................................................................30
3. CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS ESPORTIVOS ....................................................................................................32
4. COMPONENTESDOS JOGOS ESPORTIVOS .........................................................................................................32
4.1 COMPONENTES DA TÉCNICA INDIVIDUAL ........................................................................................................33
4.2 COMPONENTES TÁTICOS ....................................................................................................................................33
4.3 COMPONENTES FÍSICOS .....................................................................................................................................35
5. PLANEJAMENTO DAS AULAS E DOS TREINOS ....................................................................................................35
5.1 JOGOS RECREATIVOS ............................................................................................................................................36
ASPECTOS RELACIONADOS AO HISTÓRICO, 
À METODOLOGIA E AOS FUNDAMENTOS 
TÉCNICOS, TÁTICOS E FÍSICOS NO FUTSAL
PROF. ME. RAFAEL OCTAVIANO DE SOUZA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ESPORTES COLETIVOS II
FUTSAL E FUTEBOL
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5.1.1 JOGOS PREPARATÓRIOS .....................................................................................................................................37
5.1.2 JOGOS DE TREINAMENTO ..................................................................................................................................39
6. ASPECTOS DA PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTSAL ................................................................................................41
6.1 DIVISÃO DAS FASES DO TREINAMENTO FÍSICO ................................................................................................42
6.1.1 PERÍODO PREPARATÓRIO ...................................................................................................................................42
6.1.2 PERÍODO PRÉ-COMPETITIVO ............................................................................................................................43
6.1.3 PERÍODO COMPETITIVO .....................................................................................................................................43
6.2 PLANEJAMENTO APLICADO ÀS FASES DO TREINAMENTO .............................................................................44
6.3 TREINAMENTO DE ACORDO COM SUA PREDOMINÂNCIA ..............................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................................48
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INTRODUÇÃO
A presença do futebol é marcante na vida da população brasileira, sendo algo a mais 
do que um esporte: demonstra um traço da cultura nacional pela paixão de um País dominado 
pelo movimento da bola. No caso do futsal, não existe muita diferença, pois o esporte cresce a 
cada dia, principalmente por atender a necessidades momentâneas que o futebol de campo não 
é capaz de resolver. Podem-se citar como exemplos dessa diferença a agilidade e emoção do jogo 
que surge a cada novo momento. Mesmo que uma equipe tenha mais de um gol de vantagem 
sobre o adversário, o jogo, nos seus segundos finais, ainda não está definido, o que o difere do 
futebol de campo.
Outro fator que demonstra diferenças entre os esportes são as alternativas táticas 
e técnicas apresentadas a cada momento em uma partida, possibilitadas logicamente pela 
velocidade e dinâmica do jogo, além, é claro, da regra que permite ao técnico experimentar as 
estratégias mais variadas durante uma partida. O pequeno espaço do campo de jogo do futsal, 
em comparação ao do futebol, obriga o praticante a ter um bom domínio da técnica, havendo 
necessidade de mudanças à medida que o nível de exigência e competitividade vai aumentando. 
Nesse último contexto, o jogo individual se torna plasticamente bonito pela presença de dribles e 
de outras ações em pequenos espaços da quadra. No que diz respeito ao jogo coletivo, ele mostra 
claramente a “amarração” das partes pelos movimentos organizados, demonstrados nas jogadas 
ensaiadas (FONSECA, 2011).
Além disso, não se pode esquecer que, em comparação ao futebol, o futsal necessita, como 
já salientado, de um espaço relativamente pequeno para a sua prática e, consequentemente, de 
um menor número de pessoas para que seja desenvolvido, fato que nos grandes centros urbanos 
impulsiona sua multiplicação (FONSECA, 2011).
Diante dessas dificuldades, a Unidade 2 tem por objetivo contribuir para o entendimento 
e melhoria na capacidade dos acadêmicos de Educação Física para trabalharem com a 
modalidade, apresentando contextos sobre a história do futsal, sua metodologia, as características 
e componentes dos jogos desportivos, o planejamento de aulas e treinos e a preparação física.
De acordo com Andrade Jr. (2007), a iniciação ao futsal está dividida em:
1 – Escolinhas particulares, clubes e associações, que visam ao lucro, e, para 
obterem lucro, precisam ter um grande número de alunos, perdendo, assim, 
a qualidade das aulas. Também existe a cobrança dos pais, que, muitas vezes, 
comparam seus filhos aos outros, questionando os ensinamentos do professor, 
como se existisse uma fórmula para o rápido desenvolvimento de uma criança.
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2 – Nas escolas e colégios: acreditamos, sem dúvida, que são o melhor lugar para 
o aprendizado, pois não existe cobrança por resultados nem por lucro. Atende-se 
aos alunos, ofertando-lhes atividades esportivas em horários diferenciados e bem 
estruturados, não existindo pressão por parte dos pais. A criança se desenvolve 
livremente e escolhe o esporte que mais lhe agrada. Pratica-o com alegria e 
espontaneidade; participa de competições colegiais em que o nível técnico dos 
alunos é bem parecido e, consequentemente, estando em um ambiente mais 
tranquilo, seu rendimento será melhor.
3 – Competições oficias dos clubes e associações. A cobrança começa desde 
cedo, quer pelos próprios técnicos, quer por alguns países quer por dirigentes, que 
comparam esporte de criança com esporte profissional e acham que crianças 
vitoriosas com 6 ou 7 anos de idade terão garantia para um futuro brilhante e uma 
carreira promissora como atleta profissional.
Devemos lembrar que quem trabalha com crianças, na iniciação que envolva ou 
não a competição, tem dois caminhos a seguir:
1° - Especializar as crianças para que obtenham resultados, passando por cima 
dos princípios de educador, esquecendo a parte metodológica e pedagógica que 
envolve o esporte. É o que mais encontramos em competições oficiais. O fato deixa 
transparecer a ideia de que elas querem ou precisam se promover conquistando 
títulos.
2° - Realizar um trabalho pautado no ensinamento do esporte, pedagogicamente 
correto, aplicando metodologias adequadas às faixas etárias, respeitando as 
crianças como crianças, sem a preocupação com resultados e, consequentemente, 
com um desenvolvimento apropriado, com a garantia de um esporte sadio.
Em pesquisa realizada pelos professores Wilton Santana, Danilo Ribeiro e Heloisa 
Reis sobre a iniciação da prática sistemática de futsal e a idade de iniciação 
em competições federadas de jogadores de futsal com passagem pela seleção 
brasileira, observa-se que a relação entre os jogadores que foram federados 
muito cedo e que, consequentemente, participaram de campeonatos estaduais 
e municipais não lhes garante sucesso no futuro, como nos aponta o Quadro 1. 
Considerou-se que a convocação para a seleção brasileira é o objetivo de todo 
jogador profissional de futsal. Dos atletas com passagem pela seleção brasileira 
de futsal, o número de atletas é 27 e o número de equipes, 9.
Quadro 1 – Dados sobre jogadores federadosmuito cedo. Fonte: Santana e Ribeiro (2003) apud 
Andrade Jr. (2007).
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Pensando sobre o ensino do futsal, vamos nos deparar com alguns fatores que nos 
fizeram buscar alternativas para melhorar nossos ensinamentos. Observamos que, 
nos dias atuais, as crianças são inseridas muito cedo no futsal. Passam por treinos 
sistemáticos, aprendendo técnicas, táticas, participando de competições já com 
6 ou 7 anos. Será que grandes jogadores de futsal ou futebol passaram por uma 
escolinha, por treinos sistemáticos, aprendendo técnicas, táticas, participando de 
competições com 6 ou 7 anos? Ou será que esses grandes jogadores brincaram 
com seus colegas nas ruas, praças, praias, no fundo de um quintal? Deixamos 
esse questionamento para reflexão.
Será que nos treinos sistemáticos a criança brinca? Será que existem alegria e 
descontração em nossos treinos? Será que as crianças participam opinando, 
interagindo, ajudando a construir o treino? Será que são respeitadas as etapas 
do desenvolvimento? Será que são trabalhadas as valências necessárias para o 
desenvolvimento das crianças? Hoje, encontramos, em grande parte das aulas, 
a realização de uma série de exercícios e tarefas de fundamentos. Isso não é 
errado e não esgota um aprendizado para o jogo. Acreditamos que a diversidade 
do jogo deva ser inserida nas aulas, que dependem de organização. Mas podemos 
ir adiante: em relação a esse fato, observamos, por meio de visitas e observação 
de algumas aulas de futsal, que o professor dá o sinal para o início da atividade, 
demonstrando como fazê-la, ficando o treino uma reprodução de fundamentos 
isolados.
Por exemplo, reflita sobre o passe, um fundamento essencial para o futsal: em 
qual momento do jogo um jogador, seja criança seja profissional, passa a bola 
sem a oposição do adversário? Ocorre que o treino de passe obedece a esse 
raciocínio. A criança pensa e passa no momento necessário, da forma como ela 
achar melhor, pois no jogo será assim também. Ela cria e aprende a lidar com as 
dificuldades apresentadas.
O ideal é buscar uma pedagogia voltada para a formação da criança. E, para 
tanto, sugerimos alguns autores, como João Batista Freire, Wilton Santana, Julio 
Garganta e Pablo Greco.
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Para mais informações sobre os métodos, conceitos e categorias e, assim, obter 
subsídios e propostas para o desenvolvimento do ensino de futsal, ler: 
FONSECA, G. Jogos de Futsal: da aprendizagem ao treinamento. 2. ed. 
Caixas do Sul: Educs, 2011. Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.
br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/legacy/2970
Para mais informações sobre aspectos pedagógicos, acessar o site do professor 
Dr. Wilton Santana: https://pedagogiadofutsal.com.br/.
Para auxiliar na compreensão sobre a pedagogia do futsal, acessar os vídeos 
Pedagogia do Futsal – Entrevista Wilton Carlos de Santana e Pedagogia do Futsal – 
Esporte Espetacular, disponíveis, respectivamente, em 
https://www.youtube.com/watch?v=wdIWAIHSk9g e 
https://www.youtube.com/watch?v=DzbpbNln8Rs.
Para mais informações sobre aspectos pedagógicos, assistir aos vídeos 
disponíveis em https://www.youtube.com/user/pedagogiadofutsal/videos.
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/legacy/2970
https://bv4.digitalpages.com.br/?from=explorar%2F2768%2Ffutebol&page=4&section=0#/legacy/2970
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1. HISTÓRIA DO FUTSAL
É polêmica a origem do futebol de salão, pois brasileiros e uruguaios são os prováveis 
fundadores do esporte. A história brasileira diz que ele foi criado em 1930, na Associação Cristã 
de Moços em São Paulo, e, depois, difundiu-se por todo o País, tendo sido o Brasil a organizá-lo. 
Por isso, é considerado o pai do futebol de salão (ANDRADE JR., 1999).
Em 1930, Roger Graian publica normas e regulamentações sobre o futebol de salão na 
revista de Educação Física n° 06. Em 1948, é criada a Comissão de Futebol de Salão da ACM de 
São Paulo. Em 1955, foi criada a Federação Paulista de Futebol de Salão (FPFS). Em 1956, são 
criadas as regras dentro do Estado de São Paulo. Em 1958, o extinto CND oficializa o futebol 
de salão, uniformizando as regras, filiando as primeiras federações estaduais e promovendo 
competições (ANDRADE JR., 1999).
Em São Paulo, em 1959, a seleção carioca sagra-se campeã do primeiro campeonato 
nacional de seleções estaduais, do qual participaram 10 Estados. Em 1964, em Assunção, o Paraguai 
torna-se o primeiro campeão sul-americano de Futebol de Salão (o Brasil não participou). Em 
1969, é criada a Confederação Sul-Americana de Futebol de Salão. Em 1971, é criada a Federação 
Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA). Em 1979, é criada a Confederação Brasileira de 
Futebol de Salão (CBFS). Atualmente, a CBFS está filiada à FIFA, a qual promoveu mudanças nas 
regras, criando o futsal, que perdura até hoje (ANDRADE JR., 1999).
2. METODOLOGIA
O ato de ensinar uma habilidade esportiva pressupõe uma organização mínima que 
proporcione a obtenção de objetivos traçados inicialmente. Essa atitude é considerada como o 
método de ensino aplicado pelo professor para a aprendizagem da atividade por parte do aluno. 
Xavier (1986) salienta que o método é a forma de organização e utilização dos meios selecionados 
com o fim de realizar os objetivos de um sistema ou a concepção de ensino. Definir o método 
mais adequado para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem é uma tarefa 
muito importante para o professor (FONSECA, 2011).
Fonseca (1997) lembra que todos os métodos de ensino apresentam aspectos vantajosos 
e desvantajosos; por isso, nenhum deles deve ser desprezado imediatamente. O professor, ao 
escolher e definir seu método de trabalho, deve ter consciência da capacidade do seu aluno, bem 
como ter clareza dos objetivos a serem atingidos, sem esquecer o contexto.
No processo de ensino e aprendizagem do futsal, utilizam-se mais usualmente três 
métodos: o método parcial, chamado também de método analítico; o método global; e o método 
global-recreativo, ou método misto (FONSECA, 2011).
No método parcial ou analítico, o ensino da modalidade baseia-se no desenvolvimento 
das habilidades do jogo por meio de exercícios técnicos para, a partir da aprendizagem por parte 
do aluno, introduzir sua prática. O método global preconiza o ensino do jogo desde cedo pela 
aplicação de séries de jogos, partindo-se de pequenos jogos e jogos simplificados até se chegar 
ao grande jogo. Já o método misto, ou global-recreativo, defende a utilização da série de jogos 
(como no método global) associada à prática paralela de exercícios técnicos para reforço ou 
aprimoramento do gesto técnico do esporte (FONSECA, 2011).
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Tradicionalmente, o ensino do futsal tem se baseado na aplicação do método parcial, que 
é muito utilizado nas escolinhas esportivas. Nesses locais, as aulas compõem-se essencialmente de 
exercícios de aquecimento, com ou sem a bola, seguidos de exercícios técnicos dos mais diversos 
tipos e, ao final, a utilização do grande jogo, cinco contra cinco, com as regras oficiais para ajustes 
técnicos. Nas escolas formais, com o futsal cada vez mais fazendo parte do currículo escolar, esse 
método também é utilizado quando não é trocado pelo método de confrontação, que é pura e 
simplesmente a realização do grande jogo (FONSECA, 2011).
Acredita-se que a utilização do jogo nas suas mais diversas formas deve fazer parte da 
metodologia utilizada para o ensino e aprendizagem do futsal. Se o uso dos exercícios apresenta 
como grande vantagem o desenvolvimentodas habilidades técnicas, a utilização do jogo, se 
não proporciona desenvolvimento tão rápido e eficaz da técnica motora, permite que o aluno 
desenvolva sua capacidade cognitiva associada à sua condição motora. De acordo com Garganta 
(1995), a utilização de exercícios ensina o que fazer (técnica), e não como fazer (tática). Essa 
é a grande vantagem do jogo como meio para a aprendizagem do futsal, pois ele permite o 
desenvolvimento do raciocínio tático do aluno, associado ao desenvolvimento técnico.
A utilização de jogos no processo de aprendizagem permite que técnica e tática estejam 
sempre juntas. Como o futsal é um esporte coletivo, dependendo de uma relação direta entre 
as partes componentes, como a técnica e a tática principalmente, acredita-se que é ilógico 
proporcionar o desenvolvimento isolado dessas partes durante o processo de aprendizagem 
e treinamento. Por isso, afirma-se que a tática é fundamental para a obtenção de sucesso no 
desenvolvimento do jogo. Garganta (1995) salienta que o uso de jogos de forma gradual 
proporciona a correta aplicação e interpretação dos princípios do jogo, viabilizando o uso da 
técnica e da criatividade.
O desenvolvimento de diversas formas de praticar o futsal por meio de jogos adaptados 
possibilita ao aluno a experimentação de posturas táticas diferentes. O que, para alguns autores, é 
uma desvantagem, para nós, é algo positivo, pois a construção da compreensão tática do jogo deve 
ser vivenciada com o maior número possível de estímulos, sendo apresentados logicamente de 
forma gradual. O conhecimento que um aluno constrói na realização de um jogo será aproveitado 
na participação em outro e na sua realização, desenvolvendo, assim, sua ação dentro de cada jogo 
(FONSECA, 2011).
O futsal é considerado um jogo situacional, pois o contexto em que ele é praticado 
modifica-se a cada momento. Esse ponto não obrigatoriamente determina a ação do jogador na 
partida, pois ele pode não tomar qualquer tipo de atitude em situações de demarcação, auxílio na 
marcação, contra-ataque ou outras. Por outro lado, pode, de forma consciente, obter uma melhor 
ação frente ao adversário de acordo com as novas e variadas situações que o jogo vai criando 
(FONSECA, 2011).
A ação individual do aluno na realização da técnica do jogo, como a realização de passe, 
chute, condução da bola e outras, também é estimulada na medida em que ele se preocupa com 
a melhor forma de execução do gesto técnico para obter êxito durante o jogo. Fica impossível 
dissociar a técnica da tática. Portanto, acredita-se que os métodos a serem utilizados para o ensino 
e aprendizagem do futsal não podem desconsiderar a utilização do jogo por meio de suas formas 
jogadas e de jogos adaptados como parte de suas estratégias (FONSECA, 2011).
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3. CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS ESPORTIVOS
Características 
físico-corporais
Resistência, ritmo, velocidade, agilidade, força, potência, 
flexibilidade e outras.
Características 
sócio-afetivas
Convivência em grupo, desenvolvendo nos participantes laços 
afetivos, pela necessidade de trabalho em conjunto para a 
concretização de objetivos comuns. Estimulam aspectos relevantes, 
como amizade, criatividade, solidariedade, espontaneidade, 
motivação e capacidade de organização em grupo.
Características 
motoras
Percepção, noção de espaço e tempo, antecipação motora, ritmo, 
coordenação, entre outras.
Características éticas Respeito ao adversário, aos companheiros, às regras, às 
determinações do árbitro, procurando obter sucesso pela superação 
individual e em conjunto.
Quadro 2 – Características dos jogos esportivos. Fonte: Fonseca (2011).
4. COMPONENTES DOS JOGOS ESPORTIVOS
No futsal, como nos demais esportes coletivos, os aspectos técnicos, táticos e físicos, que 
compõem sua essência, manifestam-se de forma integrada. Em qualquer tipo de jogo, essas partes 
não aparecem separadas. Em determinados momentos do jogo, o que ocorre eventualmente é 
que um desses aspectos pode sobressair-se mais do que os outros. Por exemplo: em determinadas 
situações, existe uma necessidade maior do uso da técnica, como na cobrança de um pênalti. 
Em outras situações, aparece mais a estrutura tática, como na organização de uma jogada de 
bola parada. Quando ocorre a necessidade do uso da marcação, o componente físico fica mais 
evidente (FONSECA, 2011).
Dessa forma, pode-se dividir o jogo em três grandes componentes, quais sejam:
• Componente técnico: por componentes técnicos, compreendem-se os gestos próprios 
do jogo, como conduzir a bola, passar e receber, chutar, cabecear, dentre outros.
• Componente tático: são as estratégias próprias do jogo, seja nas ações ofensivas seja nas 
ações defensivas. Aspectos como posicionamento dos jogadores na quadra e funções de 
cada um no jogo fazem parte desse ponto.
• Componente físico: os componentes físicos nada mais são do que as qualidades físicas 
envolvidas na realização de cada jogo, como velocidade, resistência, força, potência, 
equilíbrio e todas as demais que colaborarão para o aprimoramento da condição física.
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4.1 Componentes da Técnica Individual
O jogo de futsal, dentro de sua prática globalizada, ocorre mediante a realização dos 
seguintes componentes técnicos:
Condução de bola É a maneira pela qual o jogador conduz a bola pela quadra de jogo. 
Na condução, o jogador deve manter sempre a bola o mais próximo 
possível do pé de ação, com toques curtos e contínuos, facilitando 
possíveis paradas ou mudança de direção.
Passe É a movimentação coordenada da bola entre os jogadores da mesma 
equipe. Ele é a forma de transformação da ação individual em ação 
coletiva dos jogadores em quadra, devendo ser preciso e realizado no 
momento oportuno com o companheiro desmarcado.
Recepção É a ação utilizada para reduzir a velocidade da bola quando ela vem 
ao encontro do jogador, facilitando, dessa forma, seu total controle. A 
recepção objetiva facilita a ação seguinte do jogador, permitindo que 
ele dê prosseguimento à sua jogada ofensiva.
Chute É a ação de impulsionar a bola, estando ela parada ou em movimento, 
procurando direcioná-la ao gol adversário. O chute é um componente 
técnico muito importante e complexo, pois, de sua eficácia, irá resultar 
o objetivo fundamental do jogo, que é a obtenção do gol.
Drible É o movimento do corpo e/ou da bola, utilizado para superar a 
marcação do adversário. O drible é uma ação individual e consiste 
em uma reunião de vários fatores físicos e motores, como o domínio 
do centro de gravidade para manter o equilíbrio do corpo, além do 
balanço do corpo, da velocidade corporal do todo ou das partes e do 
controle de bola quando em posse da mesma.
Cabeceio Ação realizada para dar sequência ao deslocamento da bola enquanto 
estiver no ar. Para realizar um bom cabeceio, o jogador necessita de 
noção de tempo de antecipação e impulsão, que deverá ser com os dois 
pés para manter o equilíbrio do corpo no ar.
Marcação/desarme Ação de evitar que o adversário direto receba a bola ou, quando 
de posse dela, tomá-la, evitando sua ação ofensiva. A atenção é 
fundamental para a realização de uma marcação eficaz.
Quadro 3 – Componentes da técnica individual. Fonte: Fonseca (2011).
4.2 Componentes Táticos
Os esportes coletivos, salvo algumas pequenas particularidades, apresentam as mesmas 
estruturas gerais no que diz respeito ao seu funcionamento. Dentro dessa estrutura, duas 
situações-chave ocorrem para que o objetivo do jogo seja alcançado e cada participante tenha a 
possibilidade de colaborar para o intento. As situações são atacar e defender. “Quando a minha 
equipe está com a posse da bola, eu ataco; quando estiver sem, eu defendo”. Essas duas ações, de 
acordo com Bayer (1994), podem ser mais esclarecidas conforme o esquemaa seguir:
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Figura 1 – Componentes táticos. Fonte: Fonseca (2011).
Quanto aos aspectos defensivos, é muito importante que o jogador observe e procure 
desenvolver as seguintes ações durante o jogo: linha da bola, perseguição, cobertura e troca de 
marcação.
ASPECTOS DEFENSIVOS
Linha da bola
É uma linha imaginária traçada perpendicularmente à quadra, 
passando sobre a bola, atrás da qual todos os jogadores de defesa 
devem ficar. A linha da bola favorece o posicionamento defensivo 
da equipe, principalmente, possibilitando ao atleta, durante a 
função de marcação, observar a bola e o jogador a ser marcado 
por ele, usando a visão periférica.
Troca de marcação
Tem como objetivo evitar o desgaste desnecessário de energia 
e possibilitar uma melhor ocupação do espaço, facilitando a 
marcação ao adversário. Esse tipo de ação acontece quando a 
marcação é individual e ocorre troca de posição clara e previsível 
entre atacantes. Nesse momento, os jogadores de defesa não 
acompanham seu marcador.
Quadro 4 - Aspectos defensivos. Fonte: Fonseca (2011).
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Quanto aos componentes táticos de ataque do futsal, alguns aspectos importantes 
presentes no jogo são: a exploração do ponto futuro, a linha do passe e a desmarcação.
ASPECTOS OFENSIVOS
Ponto futuro
Local de encontros num espaço vazio entre o jogador e a bola 
oriunda de um passe, objetivando criar melhores condições de 
arremate a gol.
Apoio ao passe
É buscar espaço na quadra de jogo para receber a bola do 
companheiro, não deixando sem opção de passar a bola. Quando 
a equipe está com posse de bola, apenas um jogador a detém, 
e três jogadores estão sem ela. Cabe a esses três jogadores 
proporcionar condições adequadas para que o passe do 
companheiro seja realizado adequadamente.
Desmarcação
Quando o jogador está na função ofensiva, deve distanciar-
se do marcador, objetivando sair do seu campo visual para 
melhorar a possibilidade de receber um passe do companheiro. 
O atacante deve procurar movimentar-se sempre ultrapassando 
o defensor, sem, entretanto, ficar encoberto por seu corpo. Dessa 
forma, ele estará obrigando o marcador a procurá-lo em quadra, 
dificultando a ação defensiva do adversário.
Quadro 5 - Aspectos defensivos. Fonte: Fonseca (2011).
4.3 Componentes Físicos
Como toda atividade física, o futsal necessita de determinadas qualidades físicas para 
possibilitar melhor desempenho. As qualidades físicas mais necessárias para o desenvolvimento 
do jogo e que também são mais desenvolvidas por meio de sua prática são: força dinâmica, força 
explosiva, resistência muscular localizada, resistência aeróbica e anaeróbica, velocidade de reação 
e de deslocamento de membros, agilidade, flexibilidade.
5. PLANEJAMENTO DAS AULAS E DOS TREINOS
Obter um nível de eficiência adequado na prática do futsal exige do executante alto grau 
de combinação de muitos elementos sociais e motores, que estão presentes em cada situação 
particular de um jogo e que mudam a cada instante. Por isso, o professor ou técnico, ao planejar 
seu treino ou sua aula, deve escolher o tipo de jogo mais adequado aos seus objetivos, que devem 
ser claros e bem definidos. Somente assim, o processo de ensino e aprendizagem terá uma forma 
cuidadosa e reflexiva, proporcionando situações válidas, consistentes e duradouras para os 
envolvidos.
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5.1 Jogos Recreativos
São jogos simples, de baixa organização, que apresentam poucas regras e uma dinâmica 
de movimentos diferente do jogo de futsal propriamente dito. Os jogos recreativos podem 
ser considerados como brincadeiras com a bola e têm semelhança com o jogo final apenas na 
participação dos componentes técnicos do esporte por meio da utilização da bola, como condução, 
passe, recepção, chute, dentre outros.
Seguem alguns exemplos de jogos recreativos.
Jogo I Mini Pegador
w Uma bola de futsal para cada grupo de quatro componentes.
Organização 
inicial
Dividir a turma em pequenos grupos de quatro alunos, sendo uma bola para cada 
grupo.
Desenvolvimento
Um aluno do grupo deverá fugir, e os outros três serão os pegadores. Para pegar, 
eles devem conduzir e passar a bola entre si, até que um deles, com posse de bola, 
pegue o colega que está fugindo, encostando a mão em seu corpo.
Quadro 6 - Jogo do mini pegador. Fonte: Fonseca (2011).
Figura 2 – Jogo do mini pegador. Fonte: Fonseca (2011).
Jogo II Pegador com Bola
Material Uma bola de futsal para cada participante, e um ou mais jalecos.
Organização inicial Todos os alunos com bola, inclusive o pegador.
Desenvolvimento
Um aluno será o pegador, que deverá estar identificado por um jaleco (poderá 
vesti-lo ou carregar na mão) e tentará pegar algum colega encostando-lhe a mão, 
sem deixar a bola escapar do seu controle. Os alunos que fogem não podem sair 
com a bola da área de jogo, pois passarão a ser pegadores.
Quadro 7 - Jogo do pegador com bola. Fonte: Fonseca (2011).
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Figura 3 – Jogo do pegador com bola. Fonte: Fonseca (2011).
Outras atividades de jogos recreativos são: pegador; pegador com ajuda; proteger sua 
bola e eliminar a do outro; cada bola no seu cone; quebra canela; três dentro e os demais fora; 
tiro ao alvo; tiro ao alvo com goleiro; noite e dia; deslocar a bola; caçador; caçador de duas áreas; 
beisebol sem bastão; futebol golfe; bola batida; bobinho; bobinho duplo; bobinho no espaço 
vazio; bobinho com curinga; bobinho com curinga e espaço vazio; derrubada de cones; balança 
mas não cai; futebol em círculo; cinco passes; futebol com três pernas; caranguejobol; e jogos de 
estafetas.
5.1.1 Jogos preparatórios
São jogos que, na sua estrutura de organização e desenvolvimento, têm maior semelhança 
com o futsal. Nesses jogos, existe maior número de regras e as situações táticas são mais variadas, 
como os movimentos e deslocamentos de bola e dos jogadores. Esses aspectos são muito 
semelhantes ao jogo de futsal propriamente dito. Os jogos preparatórios criam situações para os 
praticantes e suas equipes, que irão acontecer no jogo final.
Seguem alguns exemplos de jogos preparatórios.
Jogo I Cabeçobol
Material Uma bola de futsal ou de futebol e seis ou sete coletes.
Organização inicial Dividir a turma em duas equipes, de seis a sete jogadores cada, sem goleiro.
Desenvolvimento
As equipes jogam entre si, tentando fazer gol na goleira adversária. O gol, para ser 
válido, somente pode ser feito de cabeça e realizado de dentro da área.
Quadro 8 - Jogo do cabeçobol. Fonte: Fonseca (2011).
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Figura 4 – Jogo do cabeçobol. Fonte: Fonseca (2011).
Jogo II Números
Material Uma bola de futsal e coletes de acordo com a quantidade de participantes.
Organização inicial Dividir a turma em dois grupos, com um goleiro em cada grupo. Os grupos deverão se colocar atrás da linha de fundo da quadra de jogo. Cada componente 
terá um número igual ao componente da outra equipe, inclusive os goleiros.
Desenvolvimento
O professor coloca a bola no centro da quadra e chama um número. Os 
correspondentes ao número chamado correm em direção à bola e jogam entre si, 
tentando fazer o gol. O jogo transcorre até a bola sair ou um dos alunos fazer o 
gol.
Quadro 9 - Jogo dos números. Fonte: Fonseca (2011).
Figura 5 – Jogo dos números. Fonte: Fonseca (2011).
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Outras atividades de jogos preparatórios são: touch down; goleiraambulante; goleira 
sozinha; goleira virada; futsal por zonas; ataque à fortaleza; futsal com mãos e pés; touch down 
com goleiro; seis goleiras; futsal em diagonal; futsal com três bolas.
5.1.2 Jogos de treinamento
São aqueles jogos em que a dificuldade, principalmente de organização tática e desempenho 
técnico, é maior do que o jogo em si. Os jogos de treinamento procuram corrigir e aprimorar 
atitudes técnicas e táticas, que serão utilizadas durante o jogo de futsal, criando situações que 
frequentemente aparecem durante a execução do jogo final.
Jogo I Futsal com três goleiros
Material Uma bola e quatro coletes.
Organização inicial A formação inicial normal de futsal, com um goleiro em cada meta e um terceiro 
goleiro, que atuará apenas dentro do círculo central.
Desenvolvimento
O jogo ocorre dentro das regras oficiais do futsal, porém, a bola tem que passar 
pelo goleiro do meio para ir ao ataque. O goleiro deve propiciar ataques rápidos, 
tanto com as mãos como com os pés. A bola que for roubada no ataque poderá 
ser jogada normalmente, sem necessidade de passar pelo goleiro do meio. A bola 
não pode ser interceptada por nenhum atleta dentro do círculo central onde atua 
o goleiro.
Quadro 10 - Jogo de futsal com três goleiros. Fonte: Fonseca (2011).
Figura 6 – Jogo de futsal com três goleiros. Fonte: Fonseca (2011).
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Jogo II Pé contrário
Material Uma bola e cinco coletes.
Organização inicial Duas equipes de cinco componentes cada, sendo um o goleiro. O jogo será real-
izado com as regras oficiais de futsal.
Desenvolvimento
Para a realização do jogo, os jogadores destros só podem tocar na bola com o 
pé e a perna esquerdos; os canhotos, somente com a perna e o pé direitos. Cada 
vez que um atleta infringir intencionalmente essa regra, será cobrado um tiro 
livre direto no local da infração e, se for dentro da área, será cobrado um tiro 
livre direto na linha da área. Cada vez que uma equipe atingir o número de três 
infrações coletivas dessa regra, será cobrada uma penalidade máxima. Os jog-
adores poderão interceptar os chutes a gol com qualquer perna ou pé.
Objetivo Desenvolver habilidades do membro não preferencial.
Quadro 11 – Jogo do pé contrário. Fonte: Fonseca (2011).
Figura 7 – Jogo do pé contrário. Fonte: Fonseca (2011).
Jogo III Curinga
Material Uma bola, quatro coletes e um colete de cor diferente.
Organização inicial Formar duas equipes de quatro jogadores, sendo um goleiro e três jogadores de quadra. Além das duas equipes, um jogador usará o colete de cor diferente e será 
o curinga.
Desenvolvimento
O jogo se desenrola dentro das regras oficias do futsal, mas o curinga será sem-
pre jogador da equipe que estiver de posse de bola e somente jogará no ataque, 
criando, assim, sempre uma vantagem para o ataque em uma situação de quatro 
contra três.
Objetivo
Desenvolver o sistema defensivo em situações de desvantagem numérica e enfa-
tizar a marcação.
Quadro 12 – Jogo do curinga. Fonte: Fonseca (2011).
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Figura 8 – Jogo do curinga. Fonte: Fonseca (2011).
Outras atividades de jogos de treinamento são: na defesa livre e no ataque dois toques; 
futsal acelerado; pivô não chuta; futsal por pontos; dois contra um por zona; bola aérea; futsal 
contra cones; goleira triangular; três campos; bobinho móvel; roubar a bola; quatro goleiras; 
quadra reduzida.
6. ASPECTOS DA PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTSAL
Indiscutivelmente, a preparação física específica de toda modalidade é uma das principais 
preocupações de uma comissão técnica. A evolução da preparação física pode ser visivelmente 
notada nas equipes de grande porte do País, nas quais o grande investimento realizado acaba 
se refletindo em resultados, pois uma grande equipe necessita de um trabalho específico de 
preparação física para alcançar seus objetivos (ANDRADE, 2010).
No futsal, também podemos observar a diferença que o conhecimento e a aplicabilidade 
dos trabalhos físicos específicos proporcionam a uma equipe; basta ver os resultados de quem 
aposta em profissionais cujo conhecimento sobre os aspectos e as valências físicas do futsal é, sem 
dúvida, muito grande.
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6.1 Divisão das Fases do Treinamento Físico
Figura 9 – Período preparatório. Fonte: Andrade (2010).
6.1.1 Período preparatório
Elevar os níveis de possibilidades gerais do organismo, preparando-o para desenvolver 
atos motores específicos do futsal, criar condições favoráveis para a busca e a aquisição da forma 
física/desportiva ideal, devidamente estruturada neste planejamento.
a) Objetivos do período básico:
• Adaptar o organismo às atividades.
• Trabalhar qualidades físicas fundamentais.
• Ênfase no volume da sessão de treinamento.
• Condicionamento físico generalizado.
b) Objetivos do período específico:
• Transição das qualidades físicas para as necessidades específicas do atleta.
• Redução do volume de treinamento, dando ênfase na intensidade.
• Aprimoramento significativo na condição física geral/específica.
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Figura 10 – Período pré-competitivo. Fonte: Andrade (2010).
6.1.2 Período pré-competitivo
Os exercícios adquirem equilíbrio entre o volume e a intensidade com o aumento dos 
realizados na preparação básica.
a) Objetivos do período pré-competitivo:
• Ênfase nos trabalhos físicos/táticos e psicológicos.
6.1.3 Período competitivo
Diminuição do volume de treinamento, preservando a integridade física dos atletas com 
a finalidade de que eles possam mobilizar a máxima performance para as disputas (competição).
a) Objetivos do período competitivo:
• Aperfeiçoar as qualidades técnicas e físicas, mantendo a forma desportiva avançada.
• Controlar e corrigir os estímulos de treinamento; avaliações dos pontos específicos 
com a finalidade de que não se permita a evolução dos pontos negativos.
• Potencializar os pontos fortes, aumentando as opções técnico-táticas, possibilitando 
melhores resultados.
Intensidade
% da Intensidade Máxima
Preparação
Básica
Prep. Pré-
Competitiva
Prep.
Competitiva
Prep. 
Regenerativa
Muito Forte 80% 90% 100% ___
Forte 70% 80% 90% ___
Média 65% 75% 85% ___
Fraca 60% 70% 80% 50%
Tabela 1 - Escala de intensidade. Fonte: Andrade (2010).
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Volume
% da Intensidade Máxima
Preparação
Básica
Prep. Pré
Competitiva
Prep.
Competitiva
Prep. 
Regenerativa
Alto 100% 90% 70% ___
Médio 90% 80% 60% ___
Baixo 80% 70% 50% 50%
Tabela 2 - Volume de treinamento. Fonte: Andrade (2010).
6.2 Planejamento Aplicado às Fases do Treinamento
Conteúdos / Objetivos:
• Treinamento da potência aeróbica por meio de treinamento intervalado (exemplo: tiros 
de 1.000 a 1.500 m, num total de 5 a 7 km de volume por pressão).
• Utilização de exercícios aeróbicos de duração contínua (exemplo: corridas com durações 
entre 20 a 30 minutos, o que equivale a, aproximadamente, 3 a 5 km).
• Início do treinamento de força máxima e da massa muscular por meio dos tiros de até 60 
m, realizados com e sem bola.
• Aumento da força máxima e da massa muscular por meio de musculação, visando à 
prevenção de lesões.
• Condicionamento global, especialmente as capacidades em que se encontram as maiores 
deficiências.
• Treinamento técnico dos fundamentos em que o atleta apresenta deficiências.
Conteúdos / Objetivos:
• Aperfeiçoamento da resistência aeróbica.
• Aprimoramento da potência aeróbica.
• Início do aprimoramento da força rápida por meio de tiros de até 60m, realizados com e 
sem bola.
• Início

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