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1 Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 2 Olá pessoal tudo bem? Seja bem-vinda e bem-vindo ao nosso material didático! Espero que você aproveite e aprenda muito Eu, Profº Thiago Nascimento junto com a Cursau Educação @cursaucursos, preparamos o melhor da imunologia para você! Este conteúdo é destinado para uso e exibição de caráter privado. Não é autorizado a: Comercialização, distribuição ou reprodução do conteúdo. Se o material for compartilhado (por qualquer meio ou formato) será classificado como pirataria, conforme o art. 184 do Código Penal. Caso haja pirataria do material, a pessoa que adquiriu os resumos poderá responder judicialmente e, conforme o artigo 184 do Código Penal com pena de 3 meses a 4 anos de reclusão ou multa de até 10x o valor do produto adquirido (segundo o artigo 102 da Lei nº 9.610). #BORA COMEÇAR? Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 3 Sumário Introdução________________________________04 Definições importantes_______________________04 Falha no sistema imune_______________________04 Vacinação_________________________________05 Tipos de vacina_____________________________06 Hematopoiese______________________________07 Maturação celular___________________________08 Células do sistema imune______________________09 Principais Leucócitos_____________________09 Macrófago____________________________09 Cél. Dendrítica__________________________09 Neutrófilo_____________________________09 Natural Killer___________________________10 Linfócito T e B_________________________10 Eosinófilo e Basófilo______________________11 Imunidade inata e adquirida____________________12 Reconhecimento antigênico____________________14 Anticorpos________________________________16 Caso clínico________________________________18 Caso clínico resolução_________________________20 Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 4 O Início! Vamos ao que interessa, começaremos a falar de Imunologia desde o princípio das cavernas. O que é IMUNIDADE? A imunidade é definida como a resistência a doenças, mais especificamente às doenças infecciosas, ou seja, é sua capacidade de conseguir reconhecer e “eliminar” os inimigos, que são os microrganismos, por exemplo. Temos um conjunto com células e moléculas que são as responsáveis por garantir essa IMUNIDADE, e nos dar a capacidade de resistir aos agentes infecciosos. Esse grande grupo com células, moléculas e até alguns órgãos, é chamado de SISTEMA IMUNOLÓGICO. Bom, agora que entendemos o que é IMUNIDADE e SISTEMA IMUNOLÓGICO, é importante saber que nada é fetio ao acaso ou de forma desregrada, #bora entender todas as etapas. Assim que o agente invasor chega no nosso organismo, o SISTEMA IMUNOLÓGICO inicia uma resposta coordenada e em etapas que culminam na eliminação desse agente infeccioso, essa resposta feita pelo sistema imunológico é chamada de RESPOSTA IMUNOLÓGICA. e garante que o patógeno seja eliminado. Você deve estar se perguntando, Thiago, o que é essa palavra nova, “PATÓGENO”? Podemos chamar o patógeno também de “Agente Patogênico”, afinal, o que é? Patógeno ou agente patogênico são os microrganismos capazes de causar doença, pode ser um vírus como o SARS-CoV-2 (causador da COVID-19), pode ser também uma bactéria como o Mycobacterium tuberculosis causador da TUBERCULOSE. Tanto o vírus causador da COVID-19 quanto a Bactéria causadora da Tuberculose são microrganismos, são PATÓGENOS, outros exemplos são os fungos. O próprio nome já diz, o prefixo “PATO” faz referência à doença. A ciência (área do conhecimento) que estuda tudo isso se chama IMUNOLOGIA, e, mais uma vez, vamos olhar para a estrutura da construção da palavra para entender. O prefixo “IMUNO” faz referência ao sistema imunológico, e o sufixo “LOGIA” faz referência ao estudo. Resumindo,.. ESTUDO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO, fácil, não acha? Com base nisso, já entendemos a importância do sistema imunológico na saúde dos indivíduos. Pessoas com um sistema imune comprometido, ou seja, sem capacidade de responder efetivamente aos agentes infecciosos, que agora como já aprendemos, que chamados de agentes patogênicos Indivíduos cujo o organismo não é capaz de reconhecer ou combater estes agentes patogênicos, sofrem com a capacidade de eles causarem lesão tecidual e consequentemente, problemas de saúde. Introdução à Imunologia Definição Imunidade Capacidade de resistir a um agente causador de doença (patógeno) Sistema Imunológico Conjunto de moléculas, células e órgãos que garantem proteção ao nosso corpo (patógeno) SARS-CoV-2 Mycobacterium tuberculosis Falha do sistema imune Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 5 T Tendo como objetivo preparar o organismo frente aos patógenos, o estímulo da resposta imunológica através da vacinação é fundamental. Com o avanço científico e o surgimento das vacinas, muitas doenças diminuíram drasticamente sua incidência, algumas foram até erradicadas. A palavra “vacina” vem do latim vaccinus que significa “derivado da vaca”, o significado do nome pode soar engraçado, mas tem um grande contexto histórico por trás. Um médico chamado Edward Jenner observou durante um surto de varíola em meados de 1796 na Inglaterra que existia uma doença comum entre os bovinos, chamada Cowpox, uma doença semelhante à varíola, que causava a formação de pústulas na pele, mas não levava à morte dos animais, Jenner notou que indivíduos que ordenhavam esses animais desenvolviam a doença do gado (Cowpox) e não desenvolviam varíola. Em maio de 1796, Jenner inoculou o pus (líquido purulento) da pústula de mulher ordenhadora que sofria de cowpox em um menino de 8 anos de idade. O garoto contraiu uma infecção extremamente branda e após alguns dias já estava recuperado. Meses mais tarde, Jenner inoculou pus de pústula proveniente de indivíduos com varíola, o menino não adoeceu e foi descoberto então, a vacina. A tabela mostra alguns exemplos da eficácia da vacinação para doenças infecciosas comuns, onde é possível observar uma grande diminuição na incidência das doenças na qual foram desenvolvidas vacinas. Então, a vacinação nada mais é do que um “desafio” que damos para nosso organismo, para estimulá-lo a preparar uma resposta eficaz contra o patógeno. Existem vários tipos de vacina, podem ser com o microrganismo vivo, atenuado, inativado ou até morto, dentre os tipos de vacinas, podemos dividi-las em 3 grupos, veja de forma resumida: Vacinação Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 6 Do que são feitas: São feitas do patógeno inteiro, podem ser INATIVADAS, feitas do patógeno morto, ou ATENUADAS feitas de patógeno vivo, neste caso enfraquecido e incapaz de produzir a doença em indivíduos imunocompetentes. Exemplo: Vacina para o Orthopoxvirus onde temos esse vírus atenuado (incapaz de causar doença), com a vacinação a pessoa fica imune contra à ameaça real que poderia causar a infecção. Orthopoxvieus, imagem que ilustra o vírus Adicional: As vacinas INATIVADAS normalmente precisam de doses de reforço, já as ATENUADAS têm como vantagem uma proteção mais duradoura. Outros exemplos: São comumente utilizadas e bem estabelecidas nos calendários vacinais de crianças a idosos, como, por exemplo: a Tríplice Bacteriana, BCG e Febre Amarela. Do que são feitas: São feitas de subunidade dos patógenos, ou seja,apresentam apenas proteínas ou fragmentos de proteínas destes microrganismos, é um “PEDAÇO” da bactéria. Um “PEDAÇO” do fungo e assim por diante. Exemplo: Vírus da Hepatite B, nesse caso, a resposta do sistema imune é direcionada EXCLUSIVAMENTE e de FORMA ESPECÍFICA contra um único alvo (neste caso a proteína do vírus da hepatite). Exemplo de vacina para Hepatite B Outros exemplos: Também são bastante utilizadas e bem estabelecidas nos calendários vacinais, como as vacinas da Gripe, HPV, Pneumonias e nas Meningites. Do que são feitas: São produzidas a partir de fragmentos do material genético (DNA ou RNA) de um patógeno, regiões genômicas conhecidas que uma vez dentro do organismo vão servir de “molde” para a produção de proteínas específicas que geram uma resposta imune direcionada contra infecção. Importante: São muito seguras e tem como vantagem uma produção mais rápida. Exemplo: Um exemplo é a vacina da COVID-19, a Pfizer – BioNTech. É assim, se pegássemos o material genético INTEIRO do vírus, o que aconteceria? Isso mesmo, quando a pessoa tivesse contato com esse material genético, um monte de novos vírus seria produzido, afinal. é nesse RNA/DNA que estão as informações para produzir todas as 1ª geração Criança não vacinada Criança vacinada 2ª geração Na vacina não vem o vírus inteiro, vêm só um pedaço que é a proteína HBs 3ª geração Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 7 proteínas do vírus SARS-CoV-2, PORÉM... no caso da vacina, é pego só “um pedacinho” desse material genético, ou seja, as informações para produzir só uma proteína, entendeu? Não vai sair produzindo um monte de novos vírus, porque as peças estão faltando, será só uma peça do quebra cabeça, porém, uma peça estratégica que servirá para o sistema imune produzir anticorpos contra esse vírus, legal né? A parte do material genético é tirado do envoltório do vírus e colocado em uma membrana de lipídeos para que não seja degradada. Bom, agora que você já viu sobre as vacinas, importante lembrar que o que você precisa saber é que imunologia faz parte da sua, da minha, da nossa vida. Antes de conhecer as células, é importante saber que o sistema imune é formado por várias células e por vários tecidos; As células do sistema imune são fabricadas na medula óssea vermelha, localizada nas cavidades ósseas e no tecido ósseo esponjoso. As células são formadas a partir de um único tipo de célula, a célula tronco hematopoiética em um processo chamado de: HEMATOPOIESE Prefixo HEMATO: Sangue Sufixo POIESE: Reposição Resumindo... Células tronco hematopoiéticas são células que se multiplicam e se transformam em qualquer célula do sangue, inclusive... nas células do sistema imune, BINGO!!! E essas células formadas são variadas e possuem funções diferentes, a partir da célula tronco, podemos ter dois progenitores: Progenitor mieloide: Dará origem às células mieloides como célula dendrítica, macrófago e Eosinófilo. Progenitor Linfoide: Dará origem às células linfoides como Linfócito B, T e célula NK. Camada lipídica “parte” do material genético Vírus inteiro Conjugado pronto na vacina Origem das células do sist. Imune De onde são as Células imunológicas Hematopoiese O que faz a célula tronco dar origem à uma determinada outra célula são os fatores de estimulo, substâncias que funcionam como se fossem “sinais de comando” Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 8 Uma imagem que demonstra as ramificações a partir da célula tronco hematopoiética pluripotente Maturação celular Fonte: Imunobiologia de Janeway; Artmed; 8ª edição (18 fevereiro 2014). Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 9 Os leucócitos, assim chamados, ou glóbulos brancos, participam do sistema imune, sua produção é contínua e eles podem ficar circulando na corrente sanguínea por dias, semanas e até meses. Principais Leucócitos Temos vários tipos de leucócitos, falaremos sobre os principais aqui nesse resumo, sua função no organismo e suas principais características. Os monócitos circulam no sangue periférico, onde desempenham importantes funções fisiológicas, das quais se destaca a sua capacidade de se diferenciarem em macrófagos ou células dendríticas ao migrarem para os tecidos. Classificação: Fagócitos Mononucleares, linhagem mielóide Célula imatura: Monócito Ciclo de vida: progenitores produzidos na medula óssea diferenciam-se em monócitos (circulação) e então em macrófagos (tecido). Possuem tempo de vida média-longa. Função: Fagocitam ativamente organismos. Região citoplasmática possui atividade microbicida (lisossomos com enzimas e produtos da respiração celular). Neutralização, ingestão e destruição de partículas, processamento e apresentação de antígenos aos linfócitos T. Quantidade no sangue: de 3% - 10% São encontradas principalmente na pele, mucosa e órgãos linfoides, as células dendríticas são células apresentadoras de antígenos capazes de iniciar e regular a resposta imune. Classificação: Fagócitos Mononucleares, linhagem mielóide Célula imatura: Monócito Ciclo de vida: progenitores produzidos na medula óssea diferenciam-se em monócitos (circulação) e então em células dendríticas (tecido). Possuem tempo de vida média-longa. Função: Possui papel fundamental ligando a imunidade inata à adquirida, e essa função se dá graças a um sofisticado mecanismo que reconhece moléculas não próprias e sinais de “perigo”. Além disso, sua capacidade de migrar pelo organismo possibilita que capturem antígenos em diversos órgãos, como epitélio e mucosas, e os levem até os tecidos linfoides, onde ocorre a apresentação destes para os linfócitos T. Os neutrófilos encontram-se no sangue periférico, embora a maior parte esteja em estreita relação com o revestimento endotelial dos vasos, podendo assim desta forma migrar facilmente para o espaço extravascular, atravessando o endotélio sempre que seja atraído por agentes químicos gerados nos focos da inflamação. Além da sua função fagocítica, possuem mecanismos antimicrobianos muito eficazes, mas são células de vida curta, sobrevivendo apenas algumas horas. Classificação: Granulócitos Polimorfonucleares, linhagem Mielóide Célula imatura: Bastão Ciclo de vida: Produzidos em grande quantidade pela medula óssea (7 x 106 células/minuto). Circulantes no sangue e adentram os tecidos também. Possuem tempo de vida média curta (2-3 dias). Constituem a maioria dos leucócitos em humanos adultos). Função: Fagocitose e destruição de patógenos (interna e externa). Possuem proteínas antibióticas em seus grânulos. O combate a patógenos pode ser interno e compartimentalizado (fagolisossomos) ou externo, através da liberação extracelular de seus grânulos Quantidade no sangue: de 50 – 70% Macrófago Células do sistema imune VARIAÇÕES DO NOME: Microgliócitos – Cérebro Kupffer – Fígado Macrófagos Alveolares – Pulmão Osteoclasto - Osso Cél Dendrítica Neutrófilo Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 10 Células Exterminadoras Naturais (linfócitos NK – natural killer, As células NK, morfologicamente, são maiores quando comparados com os linfócitos T e B. As células NK são citotóxicas e não precisam de sensibilização para agir contra antígenos. Possuem vários mecanismos de ação, todos com a finalidade de lisar e induzir apoptose através da produção de granzimas e perforinas responsáveis pela ativação de processos que levam a destruição dascélulas malignas e infectadas por vírus Classificação: Linhagem Linfoide, Célula imatura: Precursor linfoide Ciclo de vida: Produzidos na medula óssea na forma de precursores linfoides, onde se diferenciam em células NK, as células NK estão presentes fígado, útero, baço, pulmão, tecidos linfoides secundários, tecidos linfoides associados à mucosa (MALT) e timo. Função: Os linfócitos NK têm por função o reconhecimento e destruição de células infectadas por vírus e de determinadas células tumorais. Quantidade no sangue: de 10 – 15% (porém são quantificados junto com os linfócitos totais, não se tem diferenciação entre Linf. B, T e NK. São células com papel fundamental na imunidade inata e também na imunidade adaptativa, principalmente, quando ativadas se diferenciam em plasmócitos para produzir anticorpos. São assim chamados por terem sido inicialmente estudados na bursa de Fabricius, um órgão das aves. Classificação: Células de origem Linfóide, Célula imatura: progenitor comum linfóide, derivado das células tronco hematopoiéticas Ciclo de vida: Cada célula B está geneticamente programada para codificar um receptor de superfície específico para um determinado antígeno. Este receptor é denominado de receptor de células B (BCR). Uma vez tendo reconhecido seu antígeno específico, os linfócitos B se dividem e se diferenciam em plasmócitos que produzem e secretam, na forma solúvel uma enorme quantidade destas moléculas receptoras, que também são conhecidas como anticorpos. Função: São responsáveis pela imunidade humoral, produzem imunoglobulinas, chamadas de anticorpos, contra antígenos estranhos, esses anticorpos são capazes de auxiliar no combate aos invasores. Quantidade no sangue: de 20 - 30% São assim chamados pois sofrem maturação no timo sendo também conhecidos pelo nome de timócitos. São responsáveis pela imunidade celular, organismos estranhos ou células infectadas são destruídas pelas células T em um complexo mecanismo. Ha vários tipos de linfócitos T: Linfócitos CD8+, CD4+, Treg e outros. Classificação: Células de origem Linfóide Célula imatura: Progenitor comum linfóide, derivado das células tronco hematopoiéticas Ciclo de vida: O progenitor comum linfóide, derivado das células tronco hematopoiéticas, origina os linfócitos, os quais são totalmente responsáveis pelo reconhecimento imune específico de patógenos e pelo desencadeamento de respostas imunes adaptativas. Todos os linfócitos derivam das células tronco hematopoiéticas mas os linfócitos T sofrem o processo de desenvolvimento no timo e os linfócitos B na medula óssea (em mamíferos adultos). Função: Constituem várias subpopulações diferentes com uma variedade de funções. Uma subpopulação interage com os fagócitos mononucleares auxiliando-os na destruição de patógenos e são chamadas de linfócitos T auxiliares do tipo 1 ou Th1. Uma outra subpopulação interage com células B auxiliando-as na divisão e na diferenciação celular e na produção de anticorpos e são conhecidas como células auxiliares do tipo 2 ou Th2. Um terceiro tipo de linfócitos é responsável por destruição de células do próprio hospedeiro que se tornaram infectadas por vírus ou outros parasitas intracelulares; esta atividade é conhecida como citotoxicidade e, portanto, estas células são denominadas de linfócitos T citotóxicos (Tc). Quantidade no sangue: de 20 - 30% Os eosinófilos são células inflamatórias, polimorfonucleares. Têm Natural Killer Linfócito B Linfócito T Eosinófilo Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 11 formato polimórfico, núcleo bilobulado, com grande mobilidade e inúmeras vesículas citoplasmáticas. Classificação: Granulócitos Polimorfonucleares Célula imatura: Progenitor mieloide de granulócito Ciclo de vida: Sua vida média é de aproximadamente 13 dias, sendo seis dias em desenvolvimento na medula óssea, um dia na circulação e seis dias no tecido. Os níveis sanguíneos de eosinófilos sofrem variações durante o dia, atingindo maior concentração à meia-noite e menor concentração ao meio-dia. Função: Possuem grânulos citoplasmáticos. Não tem grande atividade fagocítica. Mas tem grande importância no combate a patógenos grandes que não podem ser fagocitados (ex. vermes parasitas) através de sua degranulação e aumento de peristaltismo. Quantidade no sangue: de 1 – 3% São células que apresentam grânulos maiores que os dos neutrófilos e eosinófilos e núcleo grande e de formato irregular que lembra a letra “S”. Classificação: Granulócitos Polimorfonucleares Célula imatura: Progenitor comum linfóide, derivado das células tronco hematopoiéticas Ciclo de vida:. Os basófilos são células sanguíneas produzidas na medula óssea e têm meia vida no sangue estimada entre 1 e 2 dias. Função: Sua função é liberar histamina e heparina, funcionando, respectivamente, em respostas alérgicas e evitando a coagulação do sangue, é similar e complementar à dos eosinófilos e mastócitos., tendo papel em reações alérgicas também, a literatura trata o basófilo como “uma versão do mastócito no sangue”. Quantidade no sangue: de 0 - 2% Essas células possuem diversas funções, e participam da resposta imune, a resposta imune pode ser dividida em resposta imune inata e resposta imune adaptativa (ou adquirida). Vamos entender com calma tudo isso. Agora que você já entendeu a importância da imunologia e como ela foi fundamental para a qualidade de vida dos seres humanos no decorrer dos anos e é até hoje, vamos começar a abordar os mecanismos pelo qual o sistema imunológico nos defende dos patógenos. De uma maneira bem geral, dividimos em dois grupos a imunidade; A imunidade inata é responsável pela proteção inicial contra as infecções, proteção IMEDIATA e menos específica (reconhece todos os invasores de forma geral) Já a imunidade adaptativa ou adquirida (sim, podemos falar das duas formas) é responsável pela defesa mais tardia e mais eficaz contra as infecções., é ESPECÍFICA, mais detalhada. Eu sei que parece complexo, mas prometo que você vai entender. A imunidade inata que também pode ser chamada de imunidade natural ou nativa (sim, são vários nomes que querem dizer a mesma coisa, mas foque no “ inata ” é mais convencional e utilizado com maior frequência). Quando eu falo de imunidade INATA, eu estou falando de algo que “está ali pronto” “precisou, chegou”, “na hora”, Imunidade Inata x Adquirida Funções Basófilo Importância das células Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 12 tipo “fast food” ou “drive thru”, o que eu quero dizer com isso? A IMUNIDADE INATA é o tipo de defesa que está sempre presente nos indivíduos saudáveis, é a linha de frente, o soldado de chumbo, estando preparada para barrar a entrada de patógenos, vulgo microrganismos. Você deve estar se perguntando, ok.. mas o que faz parte da imunidade inata? Ainda não entendi muito bem Este tipo de imunidade é representado por: Barreiras físicas (como por exemplo a pele e a mucosa) Mecânicas (como o espirro), Químicas e biológicas (mediadores químicos e enzimas), Se o patógeno consegue driblar essas defesas iniciais e adentrar nos tecidos ou caírem na circulação, temos outros representantes que atacarão os invasores, são as células especializadas como macrófago, neutrófilo, células dendríticas e células Natural Killer (NK). Além disso, o sistema conta com diversas proteínas plasmáticas como por exemplo as proteínas chamadas proteínas do sistema complemento. Todos esses mecanismos vão reconhecer e reagir aos microrganismos que POSSUEM A CAPACIDADE DE CAUSAR INFECÇÃO. Na imunidade Inata nós temos células que farão a “ponte” entre essaimunidade geral, “proteção imediata” e a imunidade adaptativa (imunidade especializada), são células chamadas de apresentadoras de antígenos (APCs) essas células são: Para você nunca mais esquecer quais são as células apresentadoras de antígeno, você pode aprender a seguinte frase “MEU DENTISTA LIGOU BRAVO”, ué, como assim? Veja: Meu : O “M” é de Macrófago Dentista: O “DEN” é de célula Dendrítica Ligou Bravo: O “LI” e o “B” é de linfócito B Pronto, nunca mais vai esquecer hahaha Bom, já entendemos que as células APC são fundamentais para o reconhecimento dos invasores (antígenos) mas como isso acontece? Imagine que cada microrganismo possui um RG, isso mesmo, um registro geral, igual esse aí que você tem na sua carteira, vamos supor que todos os microrganismos possuem um RG com os seguintes números: MICRORGANISMO A – 133.563.80-2 MICRORGANISMO B – 133.693.20-1 MICRORGANISMO C – 133.658.63-6 DICA DE QUE VALE OURO Como o sistema inato reconhece? Imunidade inata Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 13 Observe que todos os agentes listados acima, iniciam com “133”, você deve estar se perguntando, mas o que uma coisa tem a ver com outra? Olhe só como o sistema imune inato é interessante, lembra que eu falei que ele já está pronto para o ataque? Para que isso seja possível, o sistema imune inato não reconhece com uma ALTA especificidade cada detalhe do microrganismo, pensando nessa sequência de números, notamos que todos começam com uma sequência parecida “133”, isso mesmo, eles possuem algo em comum, e é nesse detalhe semelhante que a resposta imune inata vai trabalhar, pois uma célula pronta para reconhecer o “133”, consegue combater rapidamente o microrganismo A, B ou C, Vamos trazer isso para nossa realidade Os componentes do sistema imunológico inato podem reconhecer diversos microrganismos, como vírus, bactérias ou fungos. Um exemplo para isso, são os fagócitos (células que realizam fagocitose, ex: macrófago) que possuem receptores para o lipopolissacarídio bacteriano (LPS), que está presente em muitos tipos diferentes de bactérias, ou seja, qualquer bactéria que possui LPS entrar no organismo (é como se fosse o “133” do nosso exemplo) as células da imunidade inata prontamente reconhecerão e destruirão esse agente patogênico. É importante destacar que em indivíduos saudáveis, essas células e moléculas NÃO reagem contra agentes estranhos que NÃO são infecciosos, nem contra células do próprio organismo, se isso acontecer, caracteriza-se uma doença autoimune (não se preocupe, falaremos sobre isso no futuro). Sabemos que a imunidade inata é eficiente e tem o poder de combater muitas infecções, porém como nem tudo é perfeito, os microrganismos patogênicos (mesma coisa que agentes patogênicos) evoluíram para conseguir resistir ao ataque da imunidade inata, eles literalmente conseguem vencer as barreiras iniciais e causar danos ao organismo do indivíduo. Esse é o grande problema, afinal, se esse patógeno não é eliminado pelo sistema imune inato, ele está livre para poder se multiplicar, lesionar célula ou destruir tecido, correto? ERRADO!! Quem entra em jogo agora é o sistema imune ADAPTATIVO ou ADQUIRIDO, que é um tipo de defesa que se adapta (faz sentido, não é? “adapta”... Adaptativo) exclusivamente ao agente invasor, com o intuito de arquitetar uma resposta específica contra ele. Como já falamos, quando os microrganismos conseguem “burlar” as barreiras naturais, temos um sistema pronto para lidar com essa situação. Usaremos aqui um exemplo para uma bactéria extracelular. RESPOSTA À UMA BACTÉRIA EXTRACELULAR A importância das barreiras naturais no combate às infecções bacterianas extracelulares é bem reconhecida. A integridade da pele e das mucosas impede a aderência e a penetração de bactérias; o movimento mucociliar elimina bactérias do trato respiratório; o pH ácido do estômago destrói bactérias que penetram pelo trato digestivo alto; e na saliva e secreções prostáticas existem substâncias com atividade antimicrobiana, quando o microrganismo passa por tudo isso, precisamos estar preparados! O reconhecimento Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 14 Exemplos PAMP: LIPIDEOS; RNA; LPS; FLAGELINA; Vírus PRR: Toll Like receptor, SCAVENGER, Receptor de MANOSE; Receptor FC DAMP: Proteínas S100, Proteínas de Choque Térmico (HSPs) As células APC reconhecem os patógenos através de receptores que são chamados de RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES (PRR) presentes nos patógenos. Os PRRs são capazes de reconhecer os “PAMPs” que são PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS AOS PATÓGENOS ou os DAMPs que são os PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS AO DANO. Sobre os receptores do tipo Toll, temos vários receptores diferentes, que reconhecem estruturas diferentes, estão distribuídos em localizações estratégicas na célula. Após reconhecer o antígeno (patógeno) a célula APC irá fagocitar e processar para apresentar esse antígeno aos linfócitos T para que haja uma resposta imune específica. Como nesse caso é uma bactéria EXTRACELULAR que foi FAGOCITADA, a apresentação será por MHC de classe II ao linfócito T CD4+ (auxiliar) Fonte: Imunobiologia de Janeway; Artmed; 8ª edição (18 fevereiro 2014). Fonte: Imunobiologia de Janeway; Artmed; 8ª edição (18 fevereiro 2014). Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 15 Se fosse um microrganismo INTRACELULAR, ele seria processado e apresentado na forma de MHC de classe I para o linfócito T CD8+. Na imunidade adaptativa, é formada uma resposta específica contra “detalhes” do antígeno, não é mais a região “133” e sim a parte do RG que caracteriza CADA microrganismo. O sistema imune adaptativo é formado pelos linfócitos (T e B) e seus produtos (anticorpos, citocinas), eu poderia falar um monte sobre isso, detalhar que quando uma célula da imunidade inata (macrófago) vai e apresenta através de uma molécula chamada MHC que pode ser de classe I ou II um antígeno ao linfócito T que é ativado e produz uma citocina chamada Interferon-gama (IFNy) que se liga em um receptor do macrófago que fica hiper ativado para destruir mais microrganismos e eliminar mais rápido os estímulos injuriantes e consequentemente apresentar mais epítopos ao linfócito T e etc.... Se eu falasse tudo isso agora, não faria sentido para você, teria apenas um monte de informação solta que não está clara na sua cabeça, portanto, vamos continuar com o que interessa nesse primeiro momento. Basicamente, o que compõe o sistema imune adaptativo são os linfócitos, as citocinas e os anticorpos. Diferente da imunidade inata onde a resposta era montada para um grande grupo de microrganismos (lembre-se do “133”), na imunidade adquirida eu tenho uma especificidade muito maior, ou seja, os linfócitos expressam receptores que reconhecem ESPECIFICAMENTE os agentes patogênicos, pensando no exemplo abordado na página anterior, teremos então linfócitos reconhecendo de forma exclusiva o “563.80- 2” da bactéria A, o “693.20-1” da B e “658.63-6” da C. Para fazer sentido, vamos pensar em por exemplo um linfócito tendo receptor para uma sequência de aminoácidos de uma proteína presente nessa bactéria A. Celular – ex: Linfócitos T citotóxicos Humoral – ex: anticorpos Os anticorpos produzidos pelos plasmócitos possuem papem fundamental na resposta imune, são 5 tipos de anticorpos: ImunidadeAdaptativa Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 16 Anticorpo = Imunoglobulina São Proteínas de conformação globular (Imunoglobulinas) que são os principais mediadores da Resposta Imune Adquirida Humoral e reagem especificamente com os Antígenos IgM Perfaz aproximadamente 10% do conjunto de imunoglobulinas. Sua estrutura é pentamérica (5 anticorpos juntos), A IgM é encontrada principalmente no meio intravascular, sendo uma classe de anticorpos produzida agudamente nas fases agudas iniciais das doenças que desencadeiam resposta humoral. É encontrada também na superfície dos linfócitos B de forma monomérica, realizando a função de receptor de antígenos. IgA Representa 15-20% das imunoglobulinas do soro humano. No homem, mais de 80% da IgA ocorre sob a forma monomérica e está presente sangue nesta forma. É a imunoglobulina predominante em secreções: saliva, lágrima, leite, mucosas do trato gastrintestinal, trato respiratório e geniturinário. Nestas secreções ela encontra-se ligada a um componente secretor e forma a IgA secretora, composta por 2 unidades ligadas a uma cadeia J (dímero). IgG É uma imunoglobulina monomérica simples, corresponder cerca 80% das imunoglobulinas do organismo. Apresenta- se igualmente distribuída nos compartimentos extracelulares. É o anticorpo principal nas respostas imunes secundárias e é o anticorpo de memória e o único capaz de atravessar a placenta e conferir imunidade ao feto. IgE Está presente no soro em baixas concentrações. É encontrada na membrana de superfície de basófilos e mastócitos. Tem um papel importante na imunidade ativa contra parasitas helmintos, atraindo os eosinófilos. IgD Está presente no soro em concentrações muito baixas. É encontrada na superfície de muitos linfócitos assim como IgM, onde provavelmente serve como receptor de antígeno. A função dela não está muito bem definida. Distribuição dos anticorpos: Agora, veremos uma imagem que resume as células e o tempo que envolve a resposta imune inata e a adquirida. Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 17 Imunidade Inata e Adaptativa Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 18 Alinhando conhecimento básico com o clínico Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 19 CASO CLÍNICO – IMUNOLOGIA Biomédico Thiago Nascimento CRBM 2834 @Biodepressina @cursaucursos E-mail: contato@cursaucursos.com.br Aoow tudo bem? Resolver casos clínicos é muito importante para revisar, relembrar ou aprender a matéria! Isso faz com que você treine seu cérebro e tenha um pensamento crítico perante o caso apresentado. Pensando nisso, segue a história do Luciano que trabalha em uma empresa conhecida por prezar pela saúde dos funcionários que, em um dia de checkup, observou-se em seus exames um aumento de ALT, o que será que ocorreu? Vamos resolver e explicar esse problema? Bora!.... Luciano, de 39 anos, branco, casado, sem comorbidades ou queixas, é encaminhado ao ambulatório especializado em Infectologia por conta de um aumento de ALT em exames de checkup, que motivaram testagem sorológica Anti-VHC (reagente) nos exames periódicos na empresa onde trabalha. Após a triagem, foram pedidos os seguintes exames: Anti-VHC: Reagente PCR RNA VHC: 428.782 UI/ml ALT: 75 (normal até 40 para homens) Albumina: 3,9 (normal) Coagulograma e Bilirrubinas: sem alterações. AgHBs: Não Reagente; AgHBe: Não Reagente; Anti-HBc: Reagente; Anti-HBe: Reagente; Anti- HBs: Reagente; Anti-HIV: Negativo; Alfa-feto Proteína: 5,62 (normal); Ultrassonografia de Fígado e Vias Biliares: sem alterações. Após o recebimento desses resultados, foi indicada uma biópsia hepática, cujo resultado o paciente veio checar hoje em consulta: Biópsia Hepática: Fibrose Grau 3 Provavelmente você já sabe qual o possível diagnóstico, não é? Mas é muito importante explicar alguns termos relacionados à fisiopatologia da doença, pensando nisso, responda: Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 20 1. Estabeleça o diagnóstico do paciente 2. Quais seriam os desfechos caso o paciente não fosse acidentalmente diagnosticado? 3. Qual o papel da enzima ALT? Por qual motivo solicitam na triagem? 4. Quais as formas de transmissão do VHC no caso do paciente? 5. O que é fibrose Grau 4? Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 21 Resolução Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 22 CASO CLÍNICO – IMUNOLOGIA - Resolução Biomédico Thiago Nascimento CRBM 2834 @Biodepressina @cursaucursos E-mail: contato@cursaucursos.com.br Aoow pessoal tudo bem? Logo na introdução do caso nos deparamos com a primeira evidência “prezar pela saúde dos funcionários que, em um dia de checkup, observou-se em seus exames um aumento de ALT” O que é ALT? ALT (alanina aminotransferase) ALT no passado também foi denominada de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), é uma enzima encontrada livre no citoplasma dos hepatócitos, então no rompimento celular ela é liberada na corrente sanguínea (THRALL et al., 2015). ALT é uma enzima que tem curso de elevação agudo, mas sua elevação é proporcional à lesão encontrada, tendo seu pico de liberação detectado de 3 a 4 dias após a lesão, mas com retorno basal em até 14 dias (GONZALEZ e SILVA, 2006). Continuando o caso... “Luciano, de 39 anos, branco, casado, sem comorbidades ou queixas” Aparentemente o paciente não apresenta outra queixa visível, entretanto ele foi encaminhado para um ambulatório especializado em infectologia, porque será? É importante definirmos algumas coisas aqui, a ALT está concentrada no fígado, porém não é uma enzima produzida EXCLUSIVAMENTE pelo fígado, ou seja, ALT elevada é um indicador de lesão hepática, não um marcador altamente específico. No ambulatório, foi feito o teste sorológico (o que é um teste sorológico? Vamos aprender sobre isso no nosso curso). O teste feito foi: Anti-VHC (reagente), Se o teste deu “reagente” isso nos diz que houve reação antígeno-anticorpo, ou seja, deu positivo, o paciente possui anticorpos contra o vírus da hepatite C. As técnicas para detectar doenças virais podem ser pela interação antígeno do teste com anticorpo do paciente ou antígeno viral com anticorpo do teste, eu sei, eu sei...as vezes parece difícil, mas gravei uma aula bem legal explicando sobre isso, por hora, o que você precisa saber é: DEU POSITIVO. Ou seja... Este marcador indica contato prévio o agente e a presença do vírus deve ser confirmada pela pesquisa qualitativa de HCV-RNA Foi feito então uma técnica de biologia molecular para amplificar o material genético do vírus: PCR RNA VHC: 428.782 UI/ml Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 23 O padrão ouro para o diagnóstico de infecção pelo VHC é a determinação do RNA do VHC através da PCR. O método utiliza sondas de ácido nucléico (sondas genéticas, ou primers), que são fragmentos de DNA ou RNA com estrutura complementar a uma sequência do ácido nucléico a ser detectado. A PCR possibilita ampliar sequências genéticas específicas, de tal modo que uma única molécula de DNA possa ser detectada na presença de milhões de outras. Podemos observar uma quantidade expressiva de RNA viral, confirmando o diagnóstico. ALT: 75 (normal até 40 para homens): ALT alterado como já discutimos. Albumina:3,9 (normal): A albumina é a proteína mais presente no plasma, a parte líquida do sangue. Impede que a água saia dos vasos sanguíneos e transporta hormônios, vitaminas, medicamentos e outras substâncias. É produzida no fígado. Sua concentração diminui em doenças hepáticas, em doenças renais que causam síndrome nefrótica e quando há desnutrição, e pode aumentar quando há desidratação. Coagulograma e Bilirrubinas: sem alterações. Vamos entender um pouco sobre as Bilirrubinas? A bilirrubina é o produto da degradação da hemoglobina nos eritrócitos. Aproximadamente 80% da bilirrubina é formada pela decomposição do grupo heme e o restante vem das moléculas heme em outras proteínas. O heme é convertido para biliverdina que é transformada em bilirrubina. No plasma a bilirrubina se liga à albumina, visto que é insolúvel neste meio. A bilirrubina não conjugada ou indireta (BI) é a bilirrubina ligada à albumina. No hepatócito ocorre a captação da BI, a conjugação, isto é, a BI sofre transformação pela enzima glucoronil-transferase na bilirrubina direta (BD) ou conjugada, tornando-se polar e hidrossolúvel e capaz de ser excretada através da bile. A bile, ao ser excretada no lúmen intestinal, é metabolizada por bactérias e forma-se o urobilinogênio que é reabsorvido e excretado na urina e o restante é excretado nas fezes. “AgHBs: Não Reagente; AgHBe: Não Reagente; Anti-HBc: Reagente; Anti-HBe: Reagente; Anti-HBs: Reagente; Anti-HIV: Negativo; Alfa-feto Proteína: 5,62 (normal); “ Precisamos aqui entender o que significam estes termos. Ag: é a presença do antígeno Anti: é a presença do anticorpo HBsAg Primeiro marcador sorológico a aparecer na infecção aguda, em torno de quatro semanas após a exposição ao vírus, declinando a níveis indetectáveis em até 24 semanas. HBeAg Caracteriza a fase de replicação viral e, quando reagente, indica alta infecciosidade. Anti-Hbc: É utilizado na triagem para a hepatite B por detectar tanto o anticorpo IgG quanto o anticorpo IgM. Anti-HBe: Surge após o desaparecimento do HBeAg e indica o fim da fase de replicação viral. Anti-HBs: Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B. É o único anticorpo que confere imunidade contra o VHB. Esse marcador está geralmente presente entre a primeira e a décima (1ª-10ª) semana após o desaparecimento do HBsAg, e indica imunidade ativa (contato prévio com o vírus ou resposta vacinal). Também é detectado na imunidade passiva (uso da imunoglobulina anti-hepatite B ou transferência de anticorpos maternos durante a gestação). O que entendemos com isso tudo? Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 24 Paciente possui anticorpos contra hepatite B, paciente tem imunidade contra hepatite B. “US Fígado e Vias Biliares: sem alterações. Após o recebimento desses resultados, foi indicada uma biópsia hepática, cujo resultado o paciente veio checar hoje em consulta: Biópsia Hepática: Fibrose Grau 3” Provavelmente você já sabe qual o possível diagnóstico, não é? Mas é muito importante explicar alguns termos relacionados à fisiopatologia da doença, pensando nisso, responda: 1. Estabeleça o diagnóstico do paciente Hepatite C 2. Quais seriam os desfechos caso o paciente não fosse acidentalmente diagnosticado? A lesão persistiria, se o paciente não fosse tratado, poderia evoluir para cirrose hepática característica e suas complicações (ascite, hemorragias digestivas, peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia hepática) e carcinoma hepato-celular. 3. Qual o papel da enzima ALT? Por qual motivo solicitam na triagem? Questão já abordada durante a elucidação do caso. 4. Quais as formas de transmissão do VHC no caso do paciente? A transmissão ocorre principalmente por via parenteral. São consideradas populações de risco acrescido: indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, pessoas que compartilham material para uso de drogas injetáveis, inaláveis, tatuagem, "piercing" ou que apresentem outras formas de exposição percutânea. A transmissão sexual pode ocorrer principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco acrescido (sem uso de preservativo). A transmissão perinatal é possível e ocorre quase sempre no momento do parto ou logo após. A transmissão intra- uterina é incomum. A média de infecção em crianças nascidas de mães VHC positivas é de aproximadamente 6%, havendo co-infecção com HIV sobe para 17%. A transmissão pode estar associada ao genótipo e carga viral elevada do VHC. Apesar da possibilidade da transmissão através do aleitamento materno (partículas virais foram demonstradas no colostro e leite materno), não há até agora evidências conclusivas de aumento do risco à transmissão, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos. 5. O que é fibrose Grau 4? Aqui acredito que houve um erro de digitação, o caso aborda fibrose grau 3, mas vamos falar sobre todos: F0: Fígado sem fibrose F1: Fibrose leve F2: Fibrose moderada F3: Fibrose avançada F4: Fibrose severa ou cirrose Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 25 Bom galera, essa foi uma resolução resumida de caso, espero que você tenha aprendido alguns conceitos sobre a doença e entendido como são casos clínicos. Não se esqueça de nos seguir nas redes sociais e acompanhar nosso trabalho. Até a próxima. Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com 26 REFERÊNCIAS Referências principais: ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia celular e molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. MALE, D.; BROSTOFF, J. Broth, D.; ROITT, I. Imunologia. 8ª. Edição. Editora Elsevier. 2014. MURPHY,K.. Imunobiologia de Janeway. 8ª Edição. Editora ARTMED. MEDICAL IMMUNOLOGY, 9a Edição Daniel P. Stites, Abba I, Terr, Tristram G. Parslow. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso, Volume 1, 3ª edição, pág. 219 - Ministério da Saúde Brasília/DF - junho 2004. MATTOS A. A. Tratado de hepatologia, 1 ed. Rubio, Rio de Janeiro, p. 960, 2010. Vidyasagar R, Guruprasad P. Jaundice: applying lessons from physiology. Hepatopancreatobiliary I. Surgery 2008; 27:1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Material instrucional para capacitação em vigilância epidemiológica das hepatites virais. Brasília, 2008b. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria n° 2.561, de 28 de outubro de 2009. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 3 nov. 2009. Licenciado para - Lilian R afaela de P aula - 01805319051 - P rotegido por E duzz.com
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