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Imunologia Clínica e 
Sorodiagnóstico
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Imunologia Clínica e 
Sorodiagnóstico
Copyright © 2015 Editora etb Ltda.
1ª edição
Todos os direitos reservados.
 
 
Diretora acadêmica: Simone Savarego
Coordenadora editorial: Rosiane Aparecida Marinho Botelho
Produção editorial: Lab 212
As informações e as imagens são de responsabilidade dos autores.
Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora.
A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das informações contidas neste livro.
 
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
 
Esse livro está catalogado na CIP.
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Palavra da Abril Educação
 
Desenvolver uma geração de profissionais capazes de estar à frente de um mercado de trabalho 
desafiador, que exige cada vez mais eficiência e competências comprovadas, é uma das preocupações 
mais evidentes dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, dos gestores de políticas públicas e dos 
desenvolvedores de programas implementados.
 
Com o objetivo de conquistar esse desafio e contribuir para a formação de profissionais 
competentes e eficazes, o Sistema etb de ensino técnico apresenta uma proposta de apoio ao 
processo de ensino-aprendizagem, a partir de um material didático desenvolvido especificamente 
para programas de formação profissional – Cursos Profissionalizantes de Nível Médio – na modalidade 
Subsequente e Concomitante.
 
Abrangendo mais de 12 eixos de conhecimento e com mais de 50 coleções de “cadernos de 
conteúdo”, o Sistema etb cobre mais de 90% das demandas de formação profissional por todo o 
Brasil, contando com o endosso da Abril Educação, cuja trajetória bem-sucedida já atravessa cinco 
décadas.
 
O Sistema etb tem ao seu dispor a experiência e a abrangência de um dos maiores expoentes no 
setor educacional, com destaque para metodologias diferenciadas e recursos educacionais exclusivos 
para a educação profissional.
 
A oferta de programas de formação profissional, baseada em um material didático de qualidade 
e focado no desenvolvimento de habilidades e competências, associada à sequência de políticas 
públicas que estimulam o investimento no setor da educação profissional compõem uma proposta 
aos cidadãos para que consigam entrar no mercado de trabalho pela porta da frente, como convidados 
a exercer suas atividades de maneira segura e eficiente em empresas que clamam por profissionais 
diferenciados.
 
Este livro é mais um convite na direção da real compreensão da expressão SER PROFISSIONAL. 
O objetivo deste curso é a formação de profissionais que não só tenham conhecimento profundo e 
capacidade de resolver problemas, mas também sejam criativos, éticos e preocupados com ações e 
processos sustentáveis.
 
A reunião de autores renomados na área do ensino fortalece o caráter criterioso e responsável dos 
capítulos componentes desta obra, para que, com eles, o aluno esteja provido do material necessário 
para iniciar sua carreira profissional, a qual será repleta de conquistas e outras lições.
 
Ivan Sartori
Diretor de Novos Negócios da Abril Educação
Mantenedora do etb – Editora Técnica do Brasil
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Autor(es)
 
Debora Gerhardt
 
Biomédica formada pela Universidade Bandeirante. Realizou treinamento técnico em Virologia no 
Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, atuando em pesquisas com Retrovírus Endógenos Humanos. 
Docente da disciplina de Biologia Celular e Molecular no curso de Análises Clínicas – Pronatec – da 
Universidade Paulista – UNIP
 
Érica Olandini 
 
Especialista em bioecologia e conservação e graduada em ciências biológicas pela Universidade 
Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Atuou como estagiária do Departamento de Entomologia na Escola 
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP (ESALQ/USP). Atualmente é técnica de laboratório de 
microbiologia, imunologia e parasitologia da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).
 
Fernanda Cristina Campos
 
Especialista em Análises Clínicas pela UNIMEP e graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas 
pela Universidade Me- todista de Piracicaba (UNIMEP). Atuou em iniciação científica por quatro anos no 
Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP) durante a graduação e, após formação do ensino 
superior, foi docente eventual em escolas públicas (ensino fundamental I e II) e docente da Enfermap 
(ensino técnico) por quase dois anos, mi- nistrando as disciplinas de Microbiologia, Parasitologia, 
Citologia, Histologia e Bases Biológicas. Atualmente é mestranda no CENA/USP do departamento de 
Nutrição Animal e atua nas linhas de pesquisa de controle de verminose e nutrição animal.
 
Flávio Buratti Gonçalves
 
Biomédico pela Universidade de Mogi das Cruzes, com Habilitação em Análises Clínicas, Especialista 
em Diagnóstico Laboratorial de Doenças Tropicais pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em 
Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Doutorando em Fisiopatologia Ambiental e 
Experimental pela Universidade Paulista -UNIP. Coordenador Geral do Pronatec em Análises Clínicas 
da UNIP. Atua como Docente do nível superior desde 1998 nas áreas de Fisiopatologia, Microbiologia, 
Imunologia e Parasitologia Básicas e Clínicas. As linhas de pesquisa: Avaliação de sensibilidade de 
bactérias patogênicas a antimicrobianos sintéticos e naturais; Investigação epidemiológica de infecções 
bacterianas, fúngicas e virais de importância a saúde pública ; Novas metodologias e parâmetros 
clinico laboratoriais para avaliação diagnóstica.
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Sumário
Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Debora Gerhardt, Érica Olandini, Fernanda Cristina Campos e Flávio Buratti Gonçalves
INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA ..........................................................................................................................7
RESPOSTA IMUNE INATA ...................................................................................................................................9
BARREIRAS FÍSICO-QUÍMICAS DA RESPOSTA IMUNE ........................................................................ 10
CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE INATA ...................................................................................................... 10
CITOCINAS .............................................................................................................................................................11
SISTEMA COMPLEMENTO ............................................................................................................................... 12
INFLAMAÇÃO ....................................................................................................................................................... 13
RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA ................................................................................................................... 14
CÉLULAS, TECIDOS E ÓRGÃOS LINFOIDES ................................................................................................ 16
CÉLULAS DENDRÍTICAS ..................................................................................................................................... 19
LINFÓCITOS ........................................................................................................................................................... 20
TECIDOS E ÓRGÃOS ..........................................................................................................................................21
SISTEMA LINFÁTICO .......................................................................................................................................... 22
ANTICORPOS (IMUNOGLOBULINAS) .......................................................................................................... 23
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS ............................................................................................................... 25
O EXPERIMENTO DE JENNER ......................................................................................................................... 27
IMUNIZAÇÃO ....................................................................................................................................................... 28
CUIDADOS COM OS IMUNOBIOLÓGICOS ................................................................................................. 30
SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS ............................................................. 31
EVENTOS ADVERSOS A VACINAÇÃO .......................................................................................................... 35
SOROTERAPIA ...................................................................................................................................................... 37
PREPARO DE REAGENTES E AMOSTRAS BIOLÓGICAS ........................................................................ 38
TÉCNICAS SOROLÓGICAS ................................................................................................................................. 39
PARÂMETROS SOROLÓGICO E DIAGNÓSTICO CLÍNICO ...................................................................... 51
CONCEITOS GERAIS DE EPIDEMIA .............................................................................................................. 52
PARÂMETROS ...................................................................................................................................................... 53
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE DOENÇAS CONGÊNITAS ................................................................. 60
SOROLOGIA EM BANCO DE SANGUE ......................................................................................................... 65
SOROLOGIA PARA DOENÇA DE CHAGAS EM BANCO DE SANGUE ............................................... 66
SOROLOGIA PARA SÍFILIS EM BANCO DE SANGUE .............................................................................. 66
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SOROLOGIA PARA HEPATITE C (HCV) EM BANCO DE SANGUE ....................................................... 66
SOROLOGIA PARA HIV 1 E 2 EM BANCO DE SANGUE ....................................................................... 66
SOROLOGIA PARA HTLV 1 E 2 EM BANCO DE SANGUE .................................................................... 67
SOROLOGIA PARA MALÁRIA EM BANCO DE SANGUE ...................................................................... 67
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS AUTOIMUNES ..................................................................... 67
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DAS ALERGIAS ................................................................................................. 70
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 1 ...................................................................................................................... 72
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 2 ...................................................................................................................... 72
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 3 ...................................................................................................................... 72
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 4 ...................................................................................................................... 72
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Debora Gerhardt, Érica Olandini, 
Fernanda Cristina Campos e Flávio Buratti Gonçalves
INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA
 
Bases Históricas e Conceitos Gerais 
 
Imunologia é a área da biologia destinada ao estudo do sistema imunológico dos organismos, 
ou seja, como o organismo responde à invasão de agentes estranhos, que podem ser componentes 
de microrganismos e macromoléculas, como polissacarídeos e proteínas, entre outros. Quando isso 
ocorre, inicialmente há a fase de reconhecimento, e posteriormente, a eliminação. A imunologia é uma 
especialidade tardia no processo de evolução, pois aparece somente nos vertebrados, nos quais é muito 
importante para a sobrevivência, combatendo não somente a invasão de microrganismos, mas também 
células tumorais.
 
A origem da Imunologia geralmente é atribuída a Edward Jenner, um médico inglês que, no 
século XVIII, observou que as mulheres que ordenhavam vacas pela qual se recuperaram da vaccínia, 
ou varíola bovina, não contraiam a varíola, que é uma forma mais grave e geralmente fatal. A partir 
dessas observações, em 1798, Jenner demonstrou que a inoculação de amostras de varíola bovina em 
indivíduos sadios conferia proteção contra a varíola, procedimento esse que foi denominado vacinação.
 
Mais tarde descobriu-se ainda, que o processo de imunidade não ocorre apenas pelo contato com os 
agentes invasores do organismo, mas também pelo contato com as toxinas que são produzidas por eles. Por 
volta de 1900, observou-se que as respostas dadas pelo organismo a essa invasão poderiam ser provocadas por 
agentes não tóxicos, como em transfusões sanguíneas, em que o sangue é considerado um agente estranho 
pela diferença de proteínas na membrana das hemácias, e que o soro, parte líquida do sangue, contendo as 
substâncias responsáveis pela imunidade, pode ser utilizado para tratamentos de diversas doenças infecciosas, 
como, por exemplo, o tétano, a raiva e a difteria, e contra os venenos de animais.
 
Os agentes que invadem um organismo são chamados de antígenos (Ags), e as substâncias produzidas 
em reação à sua presença são denominadas de anticorpos (Acs).
 
O antígeno possui duas propriedades: a capacidade de estimular a produção de Acs e a capacidade 
de reagir especificamente a esses Acs, isso é, o Ag reage somente ao Ac correspondente, e não contra 
outros Acs induzidos por outros Ags. Por exemplo, um anticorpo produzido pela presença do Clostridium 
tetani, a bactéria causadora do tétano, somente irá combater esta bactéria, e não outra que por ventura 
também invada o organismo. O Clostridium tetani como antígeno, por sua vez, somente irá reagir contra 
o anticorpo específico, e não contra outro.
 
O reconhecimento dos agentes estranhos é associado às células preexistentes, enquanto que a 
eliminação se dá através da produção de células consequentes desse reconhecimento.
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Assim, o desenvolvimento de uma resposta imunológica adaptativa ou adquirida proporciona uma 
reação mais eficaz contra as diferentes infecções que atingem os organismos. Com isso, raramente 
ocorre o acometimento duas vezes por enfermidades como sarampo, varíola, coqueluche e assim por 
diante. Isso se deve graças à memória imunológica.
 
O sistema imune tem a capacidade de distinguir e reconhecer o que é próprio (self) do que é não-
próprio (non-self). Isso acontece através das moléculas do complexo principal de histocompatibilidade 
(MHC) e linfócitos-T. As moléculas de MHC possuem peptídeos ligados em sua estrutura. Esses peptídeos 
podem ser próprios do indivíduoou peptídeos estranhos. As moléculas de MHC não têm a capacidade 
de reconhecer entre peptídeos próprios ou não, somente expondo na superfície celular o complexo 
peptídeo-MHC. A célula que vai reconhecer se os peptídeos são próprios ou não, são os linfócitos- T, 
que devido à sua sensibilidade, irão reconhecer somente os complexos pelo qual contém peptídeos 
estranhos. Os complexos de peptídeo próprio-MHC que são formados não induzem autoimunidade e os 
linfócitos-T específicos para esses complexos são destruídos.
 
O nosso organismo possui mecanismos de defesa que atuam com a finalidade de eliminação 
de patógenos, no qual provocam infecções. Esta, por sua vez, é caracterizada como a implantação, 
o crescimento e a multiplicação de microrganismos em um organismo hospedeiro, reunindo três 
possibilidades: o parasitismo, o comensalismo e a simbiose; havendo prejuízo, indiferença ou proveito 
para o hospedeiro. Entretanto, o conceito de infecção pressupõe um prejuízo ao hospedeiro, e com isso 
é restrito apenas ao primeiro dos casos acima, porém, infecção é sinônimo de microparasitismo. 
 
O poder patogênico do microrganismo, isto é, a capacidade de desenvolver uma doença, depende de 
sua virulência e da resistência do organismo afetado. A virulência de um microrganismo se dá através 
da mortalidade que ele causa, e por seu poder em invadir os tecidos do hospedeiro. 
 
Já a resistência do hospedeiro é a capacidade que o mesmo tem em combater o agente, e isso 
irá depender da sua capacidade em produzir anticorpos, como também do seu estado de saúde no 
momento, ou seja, se já não está debilitado devido à ação de agentes invasores anteriores.
 
Infectividade é o termo utilizado para designar a capacidade que o microrganismo tem de penetrar 
e se desenvolver dentro de um hospedeiro, sendo que os agentes dotados de alta infectividade são 
facilmente transmitidos às pessoas, como é o caso do vírus da gripe. Os fungos são considerados de 
baixa infectividade, pois apesar de estarem presentes por todo o ambiente, dificilmente se instalam, 
se multiplicam e causam infecção ao homem. Entretanto, alguns agentes, mesmo apresentando baixa 
infectividade, podem apresentar alta letalidade, ou vice-versa. A letalidade é a capacidade que o agente 
possui de levar o hospedeiro à morte.
 
Sendo a infecção uma luta entre microrganismo e hospedeiro, entende-se que a virulência representa 
o conjunto de armas agressivas que o microrganismo possui para afetar seu hospedeiro, o qual apresenta 
um conjunto de forças defensivas, caracterizando sua resistência.
 
Com isso, apesar de cada arma ter seu valor absoluto, ela pode variar em função de outra. 
Considerando que um organismo que possui maior resistência, menor será a eficiência da virulência do 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
agente infeccioso, e vice-versa. Assim, mesmo cada arma apresentando suas propriedades peculiares, 
não pode ser avaliada independentemente, mas sim avaliada em conjunto, expressando, então, o efeito 
resultante, a patogenicidade. A virulência pode sofrer variações para mais ou para menos, dependendo 
do caso. De modo geral, ela tem a possibilidade de aumentar quando há uma sucessiva passagem do 
microrganismo entre organismos da mesma espécie, e diminuir com relação a outras espécies.
 
Os componentes que o microrganismo necessita para exercer sua virulência são seu poder invasor, 
que compreende a capacidade que ele tem de multiplicar-se, e o poder toxígeno, que é sua capacidade 
de secretar produtos nocivos às células infectadas.
 
Entretanto, podem provocar infecções localizadas ou generalizadas no hospedeiro. O hospedeiro, 
por sua vez, possui forças defensivas que impedem a implantação de um agente infeccioso.
 
Porém, cada organismo, ou mesmo cada espécie, tem um grau diferente de resistência para um 
mesmo agente, atuando de forma determinante para a gravidade da infecção. 
 
RESPOSTA IMUNE INATA 
 
Quando o ser humano nasce tem um sistema imunológico celular natural ou inato, que é a principal 
defesa de primeira linha contra organismos invasores. Possui também, características que apresentará 
por toda a vida, não tendo especificidade e nem memória. A falta dessa especificidade levou ao termo 
imunidade não específica.
 
A imunidade inata é a primeira linha de defesa contra infecções e, dessa forma, é a primeira resposta 
aos microrganismos, com a finalidade de prevenir, controlar e eliminar a infecção provocada por esses. 
Muitos microrganismos adaptaram-se, criando mecanismos de resistência à imunidade inata. Nesses 
casos, a imunidade inata atua mantendo a doença sob controle até a resposta imune adaptativa 
ser ativada. A atuação da imunidade inata pode ocorrer em vários estágios da infecção, como por 
exemplo, dificultando a entrada de microrganismo por meio das barreiras epiteliais, protegendo contra 
microrganismos que atingiram a corrente sanguínea através de fagócitos circulantes e proteínas 
plasmáticas, entre outros.
 
Além disso, a imunidade inata atua eliminando células mortas ou danificadas, participando do reparo 
tecidual, bem como estimulando a resposta imune adaptativa.
 
A resposta imune inata tem como resultados a inflamação e defesa antiviral, além de defesas 
químicas e físicas, por meio das barreiras epiteliais e ativação de células e proteínas circulantes.
 
O sistema imune inato é composto pelos seguintes componentes:
 
•	 Barreiras	físicas	e	químicas: constituída por epitélios e substâncias antimicrobianas sintetizadas 
nas superfícies epiteliais.
 
•	 Células:	Linfócitos NK, Células Dendríticas, Macrófagos e Polimorfonucleares.
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•	 Citocinas:	 proteínas que regulam as atividades das células da imunidade inata e do sistema 
imunológico como um todo.
 
•	 Proteínas	do	sangue:	Sistema complemento e mediadores inflamatórios.
 
BARREIRAS FÍSICO-QUÍMICAS DA RESPOSTA IMUNE 
 
O corpo possui barreiras físicas naturais, que protegem o meio interno do externo, na qual contêm 
patógenos, a fim de evitar infecções. Essas barreiras são constituídas pelos epitélios da pele e superfícies 
da mucosa, também conhecida como epitélio interno, dos tratos gastrointestinal, geniturinário e 
respiratório.
 
A pele, quando íntegra, constitui uma excelente barreira graças à sua formação tecidual. Ela é 
constituída por células epiteliais que são muito próximas umas às outras, o que impede a passagem 
de microrganismos. Além disso, a presença de queratina na camada externa forma um bloqueio, não 
permitindo que os microrganismos acessem as camadas mais profundas da pele. Os ácidos graxos 
presentes nas secreções sebáceas e o ácido lático no suor, também auxiliam no impedimento da invasão 
por patógenos. As infecções podem ocorrer quando há a perda da integridade do tecido, como nos casos 
de queimaduras e ferimentos. Quando não há a perda da integridade da pele, os microrganismos podem 
provocar infecções através das mucosas epiteliais.
 
O epitélio que reveste as superfícies internas do corpo secretam o muco, que é um liquido viscoso 
formado por glicoproteínas denominadas mucinas, e possui uma função protetora nos tratos respiratório, 
geniturinário e gastrointestinal. O muco atua impedindo a adesão de microrganismos às células 
epiteliais. Isso pode ocorrer através de diversos mecanismos nos diferentes tratos como, por exemplo, o 
peristaltismo do trato gastrointestinal e o movimento dos cílios no trato respiratório. Fatores mecânicos 
de lavagem como as lágrimas, urina e saliva também auxiliam na proteção das superfíciesepiteliais.
 
As bactérias comensais ou microbiota são bactérias normalmente não patogênicas, que também 
auxiliam na proteção do epitélio através da competição com microrganismos patogênicos por 
nutrientes e sítios de adesão às células epiteliais, como também pelo estímulo da produção de peptídeos 
antimicrobianos pelas células epiteliais. Essas bactérias podem se tornar patogênicas em casos de 
comprometimento do sistema imune.
 
CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE INATA 
 
O sistema imune inato reconhece substâncias de microrganismos e moléculas endógenas que são 
liberadas quando há dano ou morte celular. Essas substâncias são denominadas padrões moleculares, 
associados aos patógenos (PAMP) e os padrões moleculares associados aos danos (DAMP). O 
reconhecimento de DAMP e PAMP ocorre através dos vários receptores presentes nas membranas 
plasmáticas e no citoplasma das células como fagócitos, células dendríticas e epiteliais.
 
Os componentes celulares que participam da imunidade inata são:
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
•	 Células	epiteliais: atuam como barreiras físicas e também produzem peptídeos, com atividade 
antimicrobiana.
 
•	 Fagócitos:	 realizam a fagocitose e produzem citocinas, que promovem a inflamação e podem 
atuar na resposta imune inata e adaptativa.
 
•	 Células	Dendríticas: reconhecem PAMP e DAMP e desencadeiam resposta imune adaptativa.
 
•	 Células	NK: secretam citocinas e matam células infectadas ou sob estresse.
 
•	Mastócitos:	secretam citocinas pró-inflamatórias, promovendo a inflamação aguda.
 
Fonte: http://static.freepik.com/fotos-gratis/mastocitos_17-131103801.jpg
 
Diversas moléculas solúveis também atuam na imunidade inata reconhecendo microrganismos 
e promovendo a resposta imune. Estas moléculas se encontram na corrente sanguínea e em fluidos 
extracelulares.
 
Algumas moléculas podem atuar como opsoninas ligando-se ao microrganismo e aumentando a 
capacidade de fagocitose, bem como promovendo respostas inflamatórias, como por exemplo, o sistema 
complemento.
 
CITOCINAS 
 
Formam um grupo diversificado de proteínas de sinalização intercelular, que regulam não apenas 
as respostas inflamatórias e imunológicas locais e sistêmicas, como também a cicatrização de feridas, a 
hematopoese e muitos outros processos biológicos.
 
São compostos extremamente potentes, em que atuam em baixas concentrações, através da sua 
ligação aos receptores de superfície específicos nas células-alvo. São produzidas por uma variedade de 
tecidos e células individuais e suas ações podem ser locais ou sistêmicas. Desse modo, a ação pode ser:
 
•	 autócrina: (atuam próximo ao local que foram produzidas, na mesma célula que a secretou);
 
•	 parácrina:	(atuam em célula da proximidade); 
 
•	 endócrina	ou	alócrina:	(são produzidas em grandes quantidades e podem entrar na circulação 
e agir a distância no sitio de produção).
 
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_vf8NIpR7Jf8/TKHaec10q9I/AAAAAAAAABk/cHou7clU0dQ/s1600/citocinas.
 
As citocinas são secretadas por tipos celulares particulares em resposta a uma variedade de estímulos, 
e apresentam propriedades bastante específicas como: 
 
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•	 Redundância: várias citocinas diferentes podem executar uma mesma ação; 
 
•	 Pleiotropismo: uma citocina específica pode atuar em diferentes células;
 
•	 Sinergismo: ação combinada de duas citocinas diferentes para uma determinada função ser 
executada;
 
•	 Antagonismo:	 uma célula capaz de produzir duas citocinas diferentes exercendo papéis 
antagônicos (contrários).
 
São inúmeras as citocinas de relevância para o controle da resposta imune. Dentre estas, pode-se citar 
as Interleucinas 1 α e 1α, as quais atuam como medidoras de inflamação local; Interleucina 2, atuando na 
proliferação de células T, estimula a produção de citocinas sendo considerada a citocina imunorreguladora 
de maior importância; Interleucina 4, apresenta um papel central na resposta imune em processos 
alérgicos, pois estimula a produção de anticorpos da classe IgE. Além dessas interleucinas, podem-se 
citar os Interferons α, α e α, em que aumentam a expressão de MHC de classes I e II, potentes ativadores 
de macrófagos e são capazes de interromper o crescimento de muitos tipos de células em culturas. 
Ademais, pode-se também destacar as citocinas denominadas de TNF (fator de Necrose Tumoral), que se 
configuram como os principais mediadores da lesão inflamatória aguda por GRAM negativas, estimulando 
o recrutamento de neutrófilos e de monócitos para sítios de infecção e podem induzir a caquexia.
 
SISTEMA COMPLEMENTO 
 
O sistema complemento é um sistema proteolítico em cascata composto por mais de trinta proteínas 
plasmáticas, que se interagem com a finalidade de matar o patógeno de maneira direta, opsonizar 
microrganismo e recrutar fagócitos para o local de infecção. Sua ativação acontece quando há a 
presença de patógenos ou anticorpos ligados a patógenos, ocorrendo através de três vias de ativação:
 
•	 Via	clássica: sua ativação acontece quando a proteína plasmática C1q detecta anticorpos ligados 
a microrganismos;
 
•	 Via	alternativa: é ativada quando a proteína C3 reconhece de forma direta algumas estruturas 
bacterianas;
 
•	 Via	das	lectinas:	é ativada pela proteína ligante de manose.
 
Como resultado, a ativação dessas vias leva a eventos como inflamação, fagocitose, opsonização e 
lise do microrganismo. É, portanto um conjunto de proteínas plasmáticas que podem ser ativadas através 
de uma reação em cascata, isto é, cada componente ativado é capaz de ativar o outro componente do 
sistema complemento. 
 
As cascatas como já citadas podem ser três, descritas como clássica, alternativa e ou das lectinas, 
diferenciando-se nos mecanismos de ativação, mas apresentando elementos em comum, os quais 
podem ser compartilhados.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
 
Figura 1 - Cascatas do Sistema complemento.
 
A resposta inflamatória é a maneira mais importante que a imunidade inata utiliza nos casos de 
infecções e lesões teciduais, por meio da indução da inflamação. 
 
INFLAMAÇÃO 
 
A inflamação é o acúmulo de leucócitos e proteínas plasmáticas nos locais de infecção e de lesão 
tecidual. Na inflamação aguda, o neutrófilo migra do sangue para o local de infecção, além de proteínas 
plasmáticas, como anticorpos e proteínas do sistema complemento. Isso é possível graças a alterações 
vasculares reversíveis, que ocorrem no tecido infectado ou que sofreu lesão. A inflamação pode se 
desenvolver após minutos ou horas e durar por alguns dias. 
 
O processo inflamatório pode ser entendido de duas maneiras, assim descritas:
 
•	 Resposta	 inflamatória	 fisiológica	 necessária e fundamental, se não houvesse inflamação, 
microrganismos estariam livres para penetrar nas mucosas e nas feridas, e assim, não existiria 
cicatrização;
 
•	 Resposta	 inflamatória	 patológica,	 quando a inflamação interfere seriamente na função do 
órgão acometido, pode ocorrer uma ameaça maior que a inicial.
 
Em linhas gerais a inflamação pode ser definida como a resposta do organismo frente a uma agressão 
provocada, como, por exemplo, por um agente agressor ou em situações de lesão física. 
 
São inúmeros os efeitos biológicos que ocorrem durante um processo inflamatório, sendo os mais importantes:
 
•	 vasodilatação, quecorresponde ao aumento do calibre dos vasos, esse diretamente relacionado 
com o
 
•	 aumento	do	fluxo	sanguíneo, que trarão para o local da lesão ou área afetada células e elementos 
do plasma, responsáveis pela eliminação de potenciais patógenos e pelos mecanismos de cicatrização;
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 •	aumento	da	permeabilidade	dos	vasos, que facilitará a passagem dos elementos celulares e 
proteicos para o local da lesão;
 
•	 acúmulo	de	plasma	no	local;
 
•	Migração	de	leucócitos.
 
As respostas inflamatórias podem ser agudas quando duram de alguns minutos a poucos dias, 
predominando efeitos denominados exsudativos com a presença de leucócitos e formação de pus. 
Quando a infecção não é eliminada, acontece a inflamação crônica. Neste tipo de inflamação, há o 
recrutamento de monócitos e linfócitos. A defesa antiviral é ocasionada por alterações celulares, que 
impedem a replicação viral, assim como aumentam a atuação dos linfócitos.
 
Os efeitos biológicos descritos são diretamente responsáveis pelo aparecimento dos cinco sinais 
clássicos do processo inflamatório:
 
1.	Calor, a área afetada fica mais quente por causa do aumento do fluxo sanguíneo no local;
 
2.	Rubor, pela mesma razão a área afetada fica vermelha;
 
3.	Edema, ou inchaço provocado, sobretudo pelo acúmulo de plasma e líquidos;
 
4.	Dor, provocada pela ação de citocinas e outras substâncias pró-inflamatórias sobre células das 
terminações nervosas próximas da área afetada, e como consequência de todos esses eventos, 
apresenta-se o último sinal o qual é denominado de
 
5.	Perda	 da	 função, pela limitação fisiológica que todos esses sinais acabam por gerar. Esses 5 
sinais, por assim dizer, são denominados de Sinais	Cardinais	do	Processo	Inflamatório.
 
RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA 
 
A resposta imune adaptativa ou adquirida é induzida quando uma infecção não foi controlada pela 
imunidade inata. Tem como características a especificidade para diversas moléculas e a sua capacidade 
de memória, o que leva a respostas mais intensas se ocorrerem uma segunda infecção pelo mesmo 
microrganismo. Reconhece e reage a uma grande variedade de substâncias microbianas.
 
As respostas imunes adaptativas podem ser humoral e celular, que apresentam como função a 
eliminação de diferentes microrganismos.
 
A imunidade humoral é o principal mecanismo utilizado na defesa contra microrganismos 
extracelulares e toxinas. É mediada através de anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B.
 
A ativação da resposta imune humoral ocorre quando há a ligação do antígeno aos anticorpos 
presentes na membrana de linfócitos B virgens, ativando-os, o que acarreta na sua proliferação e 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
diferenciação em linfócito B específicos para o antígeno, de memória e em plasmócitos secretores 
de anticorpos. Antígenos ligados aos anticorpos recebem a denominação de complexos imunes ou 
imunocomplexos.
 
A ligação antígeno-anticorpo assegura que os anticorpos somente ativam os mecanismos efetores, 
quando for necessário.
 
Esses mecanismos efetores dos anticorpos consistem em:
 
•	Neutralização	 dos	 microrganismos	 e	 toxinas:	 onde há o bloqueio da ligação destes aos 
receptores celulares. Os anticorpos também podem ligar-se ao microrganismo e mudar sua 
conformação, impedindo-o de se ligar ao receptor. Exemplos: IgA e IgG;
 
•	 Opsonização	e	fagocitose: através de anticorpos IgG;
 
•	 Citotoxicidade	celular	dependente	de	anticorpo: ocorre somente quando as células-alvo estão 
recobertas por IgG. Estas são destruídas principalmente pelas células NK;
 
•	 Eliminação	de	helmintos	mediada	por	anticorpos: IgE, IgG e IgA que recobrem os helmintos 
ligam-se a eosinófilos e mastócitos, provocando sua degranulação. O conteúdo dos grânulos mata 
o parasita.
 
Ativação do sistema complemento:
 
Nos neonatos a imunidade ocorre através dos anticorpos da mãe, onde a IgG materna é transmitida 
através da placenta e a IgA e IgG presentes no leite é ingerida pelo bebê, conferindo-lhe proteção.
 
A imunidade celular é mediada por linfócitos T e consiste na eliminação de infecções provocadas 
por microrganismos intracelulares. A apresentação do antígeno é feita pelas células apresentadoras 
de antígenos (APCs). As células dendríticas são as APCs mais efetivas em iniciar a respostas de células 
T virgens. Macrófagos e linfócitos B apresentam antígeno aos linfócitos T CD4+. Os linfócitos T só 
reconhecem antígenos na forma de peptídeos associados à MHC nas superfícies das APCs. Os linfócitos 
T CD4+ (auxiliares) reconhecem antígenos associados à MHC de classe II e linfócitos T CD8+ (citotóxicos) 
reconhecem antígenos associados à MHC de classe I.
 
A ativação dos linfócitos T tem seu início através do reconhecimento do antígeno, pelos receptores 
de antígenos dos linfócitos T. Após o reconhecimento do antígeno, os linfócitos T são induzidos à 
proliferação e à diferenciação em linfócitos T efetores e de memória. As citocinas produzidas pelas APCs 
e pelo próprio linfócito T também induzem à proliferação e diferenciação.
 
Os mecanismos efetores mediados por células são:
 
•	Recrutamento de linfócitos T efetores para os locais de infecção e de lesões teciduais: 
reconhecimento do antígeno pelo linfócito T;
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•	Reconhecimento pelos linfócitos T CD4+ de antígenos de microrganismos fagocitados e ativação 
dos fagócitos para matarem os microrganismos;
 
•	Reconhecimento pelos linfócitos T CD4+ de antígenos de helmintos e antígenos associados à 
alergias: ativação da produção de IgE e ativação de eosinófilos e mastócitos;
 
•	 Estímulo de resposta inflamatória rica em neutrófilos pelos linfócitos T CD4+: eliminação de 
fungos e bactérias extracelulares;
 
•	Morte de células que expressam peptídeos de antígenos citosólicos associados à MHC de classe I 
pelos linfócitos T CD8+.
 
 
Figura 2 - Fases da resposta imune.
 
CÉLULAS, TECIDOS E ÓRGÃOS LINFOIDES 
 
A organização e a localização das células e dos tecidos do sistema imune são essenciais para a 
eficácia da geração das respostas imunes, tanto inata como adaptativa. Essa resposta, para ser eficaz, 
tem que ser rápida e especifica.
 
A seguir, serão apresentadas quais são as células, tecidos e órgãos que constituem o sistema imune.
 
Células
 
As células que atuam no sistema imune são os leucócitos ou células sanguíneas brancas. As mais 
relevantes são os neutrófilos, monócitos /macrófagos, mastócitos, basófilos e eosinófilos, células 
dendríticas e linfócitos, que se encontra em sua maior parte circulantes na corrente sanguínea ou 
em tecidos. 
 
Os leucócitos derivam de células-tronco hematopoiéticas da medula óssea, que são células 
pluripotentes, isto é, são capazes de dar origem a mais de uma linhagem celular.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
A partir de uma mesma célula tronco hematopoiética pluripotente são formadas as linhagens 
mielocíticas, linfocíticas, megacariocítica e eritrocítica, as quais respectivamente serão responsáveis pela 
formação de leucócitos (granulóticos), linfócitos (leucócitos agranulocíticos), plaquetas e hemáceas.
 
 
Figura 3 - Representação da Hematopoese (geração das células sanguíneas).Fagócitos são células que tem como função identificar, ingerir (por meio da fagocitose), e destruir 
os microrganismos. São fagócitos os neutrófilos e os monócitos/macrófagos, fagócitos mononucleares, 
que fazem parte do sistema mononuclear fagocitário (SMN).
 
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Figura 4 - Imagem de célula em processo de fagocitose; (a) Reconhecimento da partícula - fase de contato; (b) Formação do 
fagolisossomo e emissão de pseudópodes; (c) Englobamento da partícula; d) Partícula interiorizada no fagolisossomo e início do 
processo de digestão que levará a destruição da partícula.
 
Os neutrófilos ou leucócitos polimorfonucleares são os leucócitos, que estão presentes em maior 
quantidade na corrente sanguínea e de maior importância na resposta imune inata. Apresentam-se 
como células esféricas com aproximadamente 12 μm. O núcleo apresenta de 2 a 5 lobos e o citoplasma 
é ligeiramente acidófilo, com granulações finas de coloração rósea. São produzidos na medula óssea 
e tem origem a partir de linhagem mielóide. No ser humano adulto, a produção diária de neutrófilos 
é maior que 1 x 1011 e sua circulação no sangue é de 6 a 8 horas. Os neutrófilos têm a capacidade 
de migrar para os sítios de infecção e de fagocitar e destruir uma série de microrganismos utilizando 
enzimas de degradação e substâncias antimicrobianas presentes em seus grânulos. Se os neutrófilos 
que se encontram circulantes na corrente sanguínea não forem recrutados para os sítios de infecção, 
estes sofrem apoptose e geralmente são fagocitados por macrófagos. Os neutrófilos atuam somente por 
algumas horas após a entrada no tecido.
 
Os fagócitos mononucleares são células que tem como principal função a fagocitose, além 
de também desempenhar funções nas imunidades inatas e adaptativas. Tem origem a partir de um 
precursor comum na medula óssea e circulam na corrente sanguínea, no qual sofrem maturação e 
passam a ser chamados de monócitos. Os monócitos têm um diâmetro de 10 a 15 μm e apresentam 
núcleo em forma de feijão. O citoplasma tem coloração azul acinzentado com granulações e vacúolos 
fagocíticos. Quando migram para os tecidos, os monócitos sofrem maturação, tornando-se macrófagos. 
De acordo com o tecido em que se localizam, os macrófagos recebem denominações específicas, como 
osteclastos no tecido ósseo; células de Kupffer no tecido hepático; microglia no sistema nervoso central 
e macrófagos alveolares nos pulmões. Os macrófagos, além de fagocitarem microrganismos também 
fagocitam células mortas do hospedeiro, que faz parte de processos de pós-infecção e de reparo de 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
lesão tecidual, como a angiogênese, bem como de células apoptóticas. Ademais, são capazes de secretar 
citocinas e de atuarem como células apresentadoras de antígeno (APC), ativando linfócitos T.
 
Os três tipos celulares exercem importantes funções nas imunidades inata e adaptativa e tem 
como características comuns a presença de grânulos citoplasmáticos, constituídos por antimicrobianos 
e mediadores inflamatórios. Por isso, são também denominados de granulócitos. Outra característica 
comum a esses granulócitos é estarem envolvidos em respostas imunes contra helmintos e em respostas 
imunes causadoras de doenças alérgicas.
 
Os mastócitos têm origem na medula óssea, e mastócitos maduros não são encontrados na 
corrente sanguínea, mas encontram-se presentes em tecidos saudáveis, em que se diferenciam. 
Apresentam variações em sua forma, tem núcleo arredondado e citoplasma contendo grânulos 
de histamina e citocina ligados à membrana. Esses grânulos são liberados no espaço extracelular 
quando ocorre a ligação do antígeno aos anticorpos presentes na membrana do mastócito, o que 
promovem alterações nos vasos sanguíneos. Essas alterações fazem parte do processo inflamatório. 
São células importantes na resposta imune contra helmintos e responsáveis pelos sintomas de 
doenças alérgicas.
 
Os basófilos são células encontradas em pouca quantidade no sangue periférico (0 a 1%). Tem 
origem na medula óssea, no qual sofrem maturação. Possuem granulações azuis escuras ricas em 
histamina e heparina, muitas vezes sobre o núcleo, que raramente tem mais de dois lobos. Estão 
envolvidos nas reações alérgicas de hipersensibilidade e expressam receptores para a porção Fc da 
IgE que levam à degranulação e provocam reações do tipo anafilática a drogas entre outras reações, 
quando há a sua ativação.
 
Os eosinófilos são células que apresentam núcleo bilobulado e granulações alaranjadas e grosseiras 
no citoplasma, como por exemplo, a eosina. As enzimas presentes nos grânulos citoplasmáticos 
são danosas às paredes celulares de parasitas e também podem causar lesões nos tecidos dos 
hospedeiros. Normalmente deixam a circulação em 8 horas e migram para os tecidos periféricos, 
como revestimento das mucosas dos tratos genitourinário, respiratório e gastrointestinal, em que 
geralmente estão presentes. 
 
CÉLULAS DENDRÍTICAS
 
São células apresentadoras de antígenos (APC) que tem a capacidade de fagocitar. Tem origem em 
células precursoras, que também podem se diferenciar em monócitos. Apresentam longas projeções 
de membrana que são semelhantes aos dedos, e se distribuem pelos tecidos linfoides, parênquima de 
órgãos e pelos epitélios de mucosas, após migrarem da medula óssea, onde se encontram imaturas. 
A fagocitose estimula a maturação das células dendríticas, que irão ativar os linfócitos T, através da 
apresentação de antígenos originários de patógenos em sua superfície. Também são capazes de ativar 
linfócitos T que nunca entraram em contato com seus antígenos, denominados linfócitos T virgens ou 
naïve. Sendo assim, as células dendríticas desempenham funções tantos na imunidade inata como na 
imunidade adquirida.
 
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LINFÓCITOS 
 
Os linfócitos são as principais células da imunidade adquirida. Expressam receptores específicos 
de antígenos altamente diversos. Esses receptores são produzidos somente pelos linfócitos, não sendo 
encontrados em nenhuma outra célula. A alta diversidade de receptores de antígenose é resultado da 
recombinação gênica, que ocorre na formação dos genes responsáveis pela codificação desses receptores, 
durante a maturação dos linfócitos. Essa maturação é somática e ocorre de forma randômica. Como 
resultado, há um repertório altamente diverso de especificidade antigênica entre os diferentes clones 
de linfócitos.
 
Em um adulto, o total de linfócitos corresponde a 5 x 1011 células e são encontrados em grande 
maioria (aproximadamente 65%) nos órgãos linfoides (gânglios linfáticos e baço).
 
Atuam como mediadores da imunidade humoral e celular. Os linfócitos possuem diferentes subtipos 
que se diferenciam em diferentes funções.
 
Quando não há infecção, os linfócitos presentes na corrente sanguínea apresentam-se 
como células pequenas (10 a 12 μm), com citoplasma escasso e cromatina muito condensada, 
caracterizando a sua inatividade. Quando ativos, os linfócitos apresentam citoplasma abundante e 
cromatina menos condensada.
 
Expressam em sua superfície proteínas de membrana que servem como marcadores fenotípicos, o 
que leva à distinção das populações de linfócitos. Esses marcadores também desempenham funções 
variadas nas células que os expressam. A sigla CD (cluster differentiation) seguida de um número, como 
por exemplo, CD4, é utilizada para nomearos marcadores fenotípicos.
 
Na medula óssea são encontradas células que são progenitoras linfoides comuns que darão origem 
a linfócitos antígeno-específicos que participam da imunidade adquirida, e a linfócitos que não 
apresentam especificidade para antígenos e que fazem parte da imunidade inata. Essas células são 
denominadas de células assassinas naturais ou natural killer (NK). Apresentam-se como células grandes 
com citoplasma granular e não apresentam receptores antígeno-específicos. Atuam na imunidade inata, 
principalmente contra patógenos intracelulares. As células NK têm a capacidade de serem ativadas 
por células do hospedeiro, que não apresentam MHC de classe I. Essa capacidade é denominada de 
reconhecimento da ausência do próprio. Isso faz com que as células NK destruam a célula que não 
apresenta MHC de classe I, pois indica infecção ou dano, como ocorre no caso de alguns tumores.
 
Os linfócitos antígeno-específicos são os linfócitos B e T. Os linfócitos B correspondem a 15% dos 
linfócitos. Sua produção e maturação parcial ocorrem na medula óssea. São células produtoras de anticorpos, 
denominados imunoglobulinas (Ig) e, portanto, atuam na imunidade humoral. Quando o antígeno liga-
se ao receptor presente em sua membrana, o linfócito B prolifera e se diferencia em plasmócitos. Os 
plasmócitos são células que apresentam núcleo característico e citoplasma abundante e alguns deles, após 
se desenvolverem nos órgãos linfoides, migram para a medula óssea, onde podem continuar a secretar 
anticorpos por um longo período. Os linfócitos B são ativados pelos linfócitos T por meio da ação da 
interleucina2, durante a resposta imune. Alguns linfócitos B persistem como célula de memória.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Os linfócitos T constituem 75% dos linfócitos do sangue e atuam na imunidade celular. Sua 
origem se dá na medula óssea e sua maturação ocorre no timo. Agem também na regulação 
da síntese de anticorpos. Após seu primeiro contato com o antígeno, o linfócito T é ativado, 
o que leva à sua proliferação e diferenciação em linfócitos T efetores, que tem como função 
eliminar antígenos. Os linfócitos T efetores são os linfócitos T auxiliares ou “helper”, e linfócitos 
T citotóxicos.
 
Os linfócitos T auxiliares têm como característica a expressão de CD4 na membrana. Atuam na 
regulação da liberação de anticorpos pelo linfócito B e também nos macrófagos, aumentando sua 
eficiência. Os linfócitos T citotóxicos expressam CD8 em sua membrana e agem matando as células 
infectadas por patógeno intracelulares. Assim como os linfócitos B, os linfócitos T também possuem 
células de memória. Há também os linfócitos T reguladores, que tem como função suprimir a atividade 
dos outros linfócitos e, portanto, regular as respostas imunes.
 
TECIDOS E ÓRGÃOS 
 
Os tecidos linfoides são classificados como órgãos geradores ou órgãos linfoides primários ou 
centrais, como a medula óssea e o timo, e como órgãos linfoides periféricos ou secundários, como os 
gânglios linfáticos, baço, sistema imune de mucosas. Os órgãos linfoides centrais são os locais onde 
ocorrem a formação e a maturação parcial dos linfócitos B e a formação dos linfócitos T. Tem como 
função fornecer fatores de crescimento e sinais moleculares essenciais para a maturação dos linfócitos. 
Os órgãos linfoides periféricos são os locais onde ocorre a apresentação de antígenos e as respostas 
imunes adaptativas têm o seu início.
 
Medula óssea
 
A medula óssea é o local em que acontece a hematopoiese e parte da maturação dos linfócitos B. 
Hematopoiese é o processo que envolve a produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas. A 
hematopoiese tem seu início durante o desenvolvimento embrionário. Após o nascimento, ela acontece 
principalmente por todo o esqueleto e com o tempo vai se limitando aos ossos chatos, como as costelas, 
esterno, nos íleos e vertebras, onde há a medula vermelha, que é uma estrutura esponjosa. As células 
sanguíneas, dentre elas os linfócitos, tem sua origem a partir de células-tronco hematopoiéticas (HSM, 
do inglês, hematopoieticstemcell) presentes na medula óssea. Essas células-tronco são pluripotentes, 
isto é, são células indiferenciadas que são capazes de dar origem a todas as diferentes células do sistema 
sanguíneo, e tem a capacidade de autorrenovação, em que a cada divisão, pelo menos uma célula-filha 
mantém as características de célula-tronco.
 
Na matriz encontrada na medula óssea, em que se deparam as células hematopoiéticas, são 
produzidos fatores que estimulam a proliferação e diferenciação celular, e a interação destes com as 
células-tronco, levam estas a se diferenciarem em duas linhagens: mielóide e linfoide. Na medula óssea, 
também há a possibilidade de encontrar os plasmócitos secretores de anticorpos, assim como linfócitos 
T de memória.
 
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Timo
 
O timo é um órgão bilobado que se localiza no mediastino. Cada lobo é dividido em múltiplos 
lóbulos e cada lóbulo é formado por um córtex na parte externa e uma medula na parte interna. No 
timo ocorre a maturação dos linfócitos T, que quando estão no timo, também são denominados de 
timócitos. A maturação dos linfócitos T tem seu início no córtex e vão migrando para a medula, onde 
são encontrados os linfócitos T maduros. Somente estes saem do timo e migram para os órgãos linfoides 
secundários, através da corrente sanguínea.
 
SISTEMA LINFÁTICO 
 
O sistema linfático é constituído de vasos que drenam o líquido intersticial formado em todos 
os tecidos vascularizados, em consequência do extravasamento do filtrado de plasma para fora dos 
capilares. Esse líquido é denominado de linfa. 
 
A linfa é levada através dos capilares e vasos linfáticos até os gânglios linfáticos, que estão conectados 
em série pelos vasos linfáticos, e destes ao grande vaso linfático chamado ducto torácico. A linfa então é 
descarregada na veia cava superior, na qual retorna para a corrente sanguínea, mantendo a homeostase 
dos líquidos teciduais. É através do sistema linfático, que antígenos e mediadores inflamatórios solúveis, 
microrganismos e células dendríticas que capturaram antígenos microbianos chegam aos gânglios 
linfáticos. Nos gânglios linfáticos existem regiões de sua estrutura, que se encontram macrófagos, 
linfócitos B e linfócitos. Devido a essa característica, os gânglios linfáticos funcionam como filtros, 
permitindo que os antígenos sejam encontrados pelo sistema imune adaptativo.
 
Baço
 
O baço é um órgão localizado no quadrante superior esquerdo do abdome e é altamente vascularizado. 
Tem como função retirar da circulação hemácias e leucócitos senescentes, além dos antígenos presentes 
na corrente sanguínea. Em sua anatomia são encontradas as polpas branca, rica em linfócitos, e polpa 
vermelha, no qual se encontram os macrófagos. Os macrófagos são os responsáveis por retirarem da 
circulação os microrganismos opsonizados ou não e células lesionadas. Por ser rica em linfócitos, a polpa 
branca é o sítio onde se dá o início da resposta imune adaptativa.
 
Tecidos Linfoides Associados
 
Os tratos gastrointestinal, respiratório, as regiões de mucosa bem como a camada sub-epitelial da 
pele possuem proteção graças a acúmulos de tecidos linfoides não encapsulados. Nesse caso, conhecidos 
respectivamente como GALT (lymphoid Tisssue Associated on Gut), MALT (Tecido linfóide Associado 
a Regiões de Mucosa), SALT (Tecido Linfóide Associado a Pele), BALT (Tecido Linfóide Associado aos 
Bronquios), os quais estão envolvidos em respostas a antígenosque foram ingeridos, inalados ou 
penetraram o organismo por lesões denominadas de soluções de continuidade na pele.
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Locais de Privilégio Imunológico
 
Existem locais do corpo em que os antígenos presentes não provocam uma resposta imune contra eles. 
É o caso dos testículos, cérebro e câmara anterior dos olhos. Esses locais são protegidos fortemente por 
barreiras hemoteciduais, como por exemplo, a barreira hematoencefálica, além da baixa permeabilidade 
a compostos hidrofílicos.
 
ANTICORPOS (IMUNOGLOBULINAS) 
 
Características e propriedades gerais 
 
Os anticorpos, também denominados de imunoglobulinas (Ig), são proteínas circulantes produzidas 
em resposta à exposição a antígenos. Apresentam especificidade e diversidade com relação a sua 
capacidade de reconhecer antígenos e são mediadores da resposta imune humoral contra todos os 
microrganismos. Podem se apresentar ligados na superfície da membrana de linfócitos B, no qual 
atuam como receptores de antígenos e como anticorpos secretados, presentes nas mucosas, tecidos e na 
circulação, impedindo a entrada e disseminação de patógenos e promovem a eliminação de antígenos. Cada 
tipo de anticorpo é derivado de um clone particular de linfócitos B.
 
 
Figura 5 - Representação da ligação entre o anticorpo e o antígeno, demonstrando sua especificidade.
 
Os anticorpos possuem muitas funções e usos, tanto biológicos quanto clínicos. Na defesa do 
hospedeiro, servem de marcação de organismos infectantes, recrutamento de mecanismos de destruição, 
neutralização de toxinas e remoção de antígenos estranhos na circulação; na medicina clínica, ajudam no 
diagnóstico e no monitoramento de doenças, e na terapia e proteção do indivíduo, sendo administrado 
passivamente. São utilizados ainda em laboratórios científicos, em aplicações de diagnóstico e pesquisa. 
 
Todas as moléculas de anticorpos são similares em sua estrutura geral, possuindo certas características 
fisioquímicas comuns, mas apresentam grande variabilidade na região de ligação do antígeno. Por essa 
razão, os anticorpos têm a capacidade de se ligarem a antígenos estruturalmente diversos. A ligação 
entre antígeno e anticorpo ocorre de maneira específica, pois o sítio de ligação do anticorpo possui 
a forma do antígeno. Essas formas são denominadas, em alguns casos, de conformações, e a ligação 
do anticorpo é consequentemente dependente dessa conformação. A parte do antígeno em que o 
anticorpo interage é denominada epítopo.
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Figura 6 - Representação da molécula de anticorpo seu sitio de ligação e da interação (ligação como antígeno).
 
Nem todas as substâncias que possuem capacidade de reagir com anticorpos são imunogênicas, isto 
é, não são capazes de provocar a formação de anticorpos. Alguns polissacarídeos bacterianos, quando 
purificados, são incapazes de induzir uma resposta, porém, quando injetados em sua forma natural, ou 
seja, associados às bactérias, induzem a produção de uma grande quantidade de anticorpos que reagem 
com o polissacarídeo purificado.
 
As substâncias que se comportam dessa maneira, não induzindo a resposta imunológica, são 
denominadas haptenos. 
 
A imunogenicidade é a capacidade de induzir ou reagir a uma resposta imunológica; a antigenicidade 
é a capacidade de uma substância em se ligar a um antígeno.
 
Os anticorpos podem ser divididos num pequeno número de classes e subclasses diferentes, tomando 
como base pequenas diferenças fisioquímicas, como tamanho, carga e solubilidade, e também em seu 
comportamento como antígeno. 
 
Cada indivíduo possui mais de 1x 1011 diferentes moléculas de anticorpos. Cada uma apresenta uma 
cadeia única de aminoácido em seus sítios de combinação antigênica. 
 
Os anticorpos são moléculas formadas por duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias leves 
também idênticas unidas por pontes de dissulfeto. As cadeias pesadas e as cadeias leves são compostas 
por regiões aminoterminais variáveis (V) e por regiões carboxiterminais constantes (C). 
 
As regiões variáveis são denominadas dessa forma, por possuírem áreas de variabilidade na sequência 
de aminoácidos, que vai diferir os anticorpos produzidos pelos diferentes clones de linfócitos B. As 
regiões variáveis são os sítios de ligação do antígeno, por isso também pode ser denominada de região 
Fab (fragmento de ligação do antígeno).
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
As regiões constantes, que podem ser identificadas também como região Fc (fragmento cristalizável), 
não participam da ligação do antígeno e medeiam as funções dos anticorpos por meio da interação com 
células do sistema imune e de outras moléculas mediadoras. 
 
Figura 7- Estrutura Básica de uma Molécula de Anticorpo. Fonte: 
 
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS 
 
No ser humano, os anticorpos podem ser classificados em IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, sendo que algumas 
classes são subdivididas, de acordo com as diferenças estruturais da região C.
 
A Imunoglobulina A (IgA) estruturalmente é um dímero apresentando duas frações Fab (sítios de ligação) 
o que confere a esta um alto poder de neutralização. Aparece seletivamente nas secreções seromucosas, 
como a saliva, as lágrimas, os fluidos nasais, o suor, entre outras, nas quais apresentam claramente a 
função de defender as superfícies externas expostas do corpo contra o ataque dos microrganismos.
 
Quase todas as Imunoglobulinas D (IgD) estão presentes, junto com as Imunoglobulinas M (IgM), na 
superfície de grande parte dos linfócitos B, em que aparentemente podem atuar como receptores. Suas 
funções ainda não estão bem esclarecidas.
 
O principal papel da IgE parece ser a proteção das superfícies mucosas externas, por meio de uma 
reação inflamatória aguda. Concentrações muito baixas de Imunoglobulinas E (IgE) encontram-se 
presentes no soro e apenas poucas células plasmáticas sintetizam essa imunoglobulina. 
 
Em uma resposta secundária, a Imunoglobulina G (IgG) é a principal e mais abundante imunoglobulina 
a ser sintetizada. Possui a capacidade de atravessar a placenta, e com isso proporciona uma linha de 
defesa contra as infecções nas primeiras semanas de vida do bebê. Essa imunoglobulina difunde mais 
prontamente que as outras em espaços extravasculares, nos quais tem a função de neutralizar toxinas 
bacterianas, de combinar-se com microrganismos e facilitar a fagocitose. 
 
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Por fim, as IgM são a primeira classe de imunoglobulina produzidas após a ativação do linfócito B. 
É secretado como um pentâmero e geralmente está presente na corrente sanguínea e não nos tecidos. 
São agentes aglutinantes muito eficazes, aparecendo cedo na resposta à infecção. 
 
Tabela 1 - Sumário das principais funções das imunoglobulinas
A 
Anticorpos
F 
Principais	Funções	Biológica
IgA Direcionados contra microrganismos que colonizam mucosas
IgD Atua como receptor celular em membrana de linfócitos B
IgE Ativação de Macrófagos Atividades inflamatórias, Defesa contra parasitas e em reações alérgicas
IgG Com conhecido como anticorpo de memória, importante nos processos de reinfecção, único anticorpo que atravessa placenta.
IgM Anticorpos de fase aguda de infecção,grande ação neutralizante
 
VACINAÇÃO E SOROTERAPIA
 
A vacinação é um método profilático de imunização, que tem como objetivo gerar imunidade 
de longa duração (memória imunológica) e que seja protetora. No século XVIII, Edward Jenner, 
um médico inglês, observou que mulheres que ordenhavam vacas que haviam se recuperado da 
vaccínia (varíola bovina) não contraíam a varíola, que é uma forma mais grave e geralmente fatal. 
A partir dessas observações, em 1798, Jenner demonstrou que as inoculações de amostras de 
varíola bovina em indivíduos sadios conferiam proteção contra a varíola, procedimento esse que 
foi denominado vacinação. 
 
 
Figura 8 - Ilustração do Cientista e Naturalista Britânico Edward Jenner (1749-1823).
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
O EXPERIMENTO DE JENNER 
 
No ano de 1789, Edward Jenner verificou a presença de uma doença que atingia as tetas das vacas 
de maneira bastante semelhante às feridas provocadas pela varíola humana, porém mais branda, a qual 
foi descrita como sendo a varíola bovina ou bexiga vacum. 
 
Em 1796, buscando comprovar a teoria popular de que quem lidava com o gado não contraia a 
varíola humana, conduziu um experimento com um menino de oito anos de idade conhecido pelo nome 
de James Phipps. 
 
Jenner inoculou em arranhões presentes no braço do menino uma pequena alíquota do pus extraído 
das feridas das vacas. Jenner escreveu:
 
No sétimo dia, ele se queixou de desconforto na axila e no nono ele sentiu um 
pouco de frio, perdeu o apetite, e tinha uma leve dor de cabeça. Durante todo 
o dia de hoje ele estava visivelmente indisposto, e passou a noite com algum 
grau de inquietação, mas no dia seguinte ele estava perfeitamente bem.
 
Na sequência, o cientista inoculou uma nova amostra no garoto, porém dessa vez extraída de 
paciente contaminado com a varíola humana, como era conhecida. Semanas depois de ter sido exposto 
ao vírus, o pequeno James Phipps passou sem nenhum sintoma de infecção viral. Estava decretada dessa 
forma, a descoberta da Imunização.
 
No ano seguinte, ele descreveu seu experimento à Royal Society, mas as provas que ele apresentou 
foram consideradas insuficientes. Ele realizou então novos experimentos, inoculando o material em 
outras crianças, inclusive em seu próprio filho. Em 1798, seu trabalho foi reconhecido e publicado. 
 
Por ocasião dos experimentos, Edward Jenner sofreu retaliações de inúmeros outros pesquisadores 
que não aprovavam os seus métodos, tanto no que se tratava ao uso de inoculações de amostras 
biológicas de animais em humanos, como da utilização de crianças. 
 
Faz-se importante relatar, que Jenner fundamentou seus experimentos em costumes adotados na 
Índia, China e no Oriente Médio, por exemplo, em que neste caso tinham o costume de fazer desenhos 
em forma de cruz, com agulha infectada com varíola, no queixo e bochecha de pessoas sadias, o que era 
chamado como Método	Grego, cujo objetivo imagina-se era o de prevenir a doença na sua forma mais 
intensa. A Variolação, assim chamada na Índia e na China, consistia na inoculação de uma pequena 
quantidade de material seco proveniente de pústula de varíola, que ao contrário do experimento de 
Jenner, provocava infecções que, em alguns casos, eram fatais.
 
Não desconsiderando os preceitos éticos, os quais por ocasião dos experimentos não eram 
suficientemente debatidos, é incontestável os benefícios que os experimentos como os de Jenner 
trouxeram a sociedade. A descoberta de Jenner foi utilizada anos após e com outros patógenos, como 
nas vacinas contra a cólera aviária e vacina antirrábica desenvolvida por Pasteur.
 
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IMUNIZAÇÃO 
 
É a capacidade de o organismo reconhecer o agente causador da doença e produzir anticorpos a 
partir da doença adquirida ou por meio da vacinação, ficando protegido temporária e permanentemente.
 
São descritas duas formas de imunização, assim chamadas de imunização ativa e imunização passiva.
 
A imunização	ativa é a proteção produzida pelo sistema imune da própria pessoa, em que geralmente 
é permanente. O próprio organismo reage e produz o anticorpo, isso significa que o organismo está 
funcionando perfeitamente. A imunização ativa é produzida por um componente exógeno, ou seja, 
externo. Produz uma imunidade e memória imunológica semelhante à infecção natural, mas sem os 
riscos da doença.
 
A imunização	passiva	é a proteção transferida de uma pessoa (ou animal) para outras, ou seja, de 
um organismo para outro. A proteção é temporária e por tempo indeterminado. Um exemplo clássico 
é a proteção conferida durante a gestação por via transplacentária, quando a mãe imunizada com a 
Vacina Duplo Adulto (DT – Difteria e Tétano) passa para o bebê anticorpos contra estas duas patologias 
evitando por exemplo, uma forma grave de tétano denominado de tétano umbilical ou neonatal. Outra 
forma de proteção é a passagem de anticorpos, através do aleitamento materno até o 6º mês de vida.
 
O desenvolvimento de vacinas no início do século XX se deu de duas formas. A primeira foi utilizando 
organismos atenuados e enfraquecidos, em que estes estimulariam uma imunidade protetora, mas sem 
causar a doença. Essa forma é utilizada até o presente, juntamente com a técnica de DNA recombinante.
 
As vacinas atenuadas apresentam de maneira enfraquecida o vírus ou a bactéria selvagem, que por 
serem atenuados, perdem a capacidade de provocar a doença, mas apresentam a capacidade de evitar 
a doença, estimulando a resposta imunológica (imunogenicidade). As vacinas atenuadas são lábeis e 
passíveis de dar eventos adversos. As vacinas para serem efetivas, devem ser mantidas em bom estado 
de conservação respeitando principalmente, a temperatura de armazenamento que varia entre em 
média 2°C a 8ºC. 
 
A resposta imune gerada pela vacina atenuada é semelhante à infecção natural, sendo geralmente 
efetiva com uma dose única, como por exemplo, a vacina tríplice viral sarampo, caxumba ministrada 
atualmente aos 12 meses de vida.
 
A segunda foi desenvolver vacinas utilizando organismos mortos ou componentes purificados e/ou 
modificados quimicamente ou geneticamente de organismos, que também geram imunidade protetora 
sem causar a doença.
 
Nas vacinas inativadas (mortas) os microrganismos podem estar inteiros como, por exemplo, 
na vacina tríplice bacteriana (DTp – Difteria, Tétano e Coqueluche), que contém um macerado de 
Bordetella pertussis, bactéria causadora da coqueluche. Podem ser produzidas contendo subunidades 
ou fragmentos de microrganismos como no caso da vacina da Hepatite B, a qual contém apenas uma 
proteína de superfície do vírus conhecida com HBS-Ag ou ainda a partir dos produtos do metabolismo 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
de	microrganismos, como no caso da vacina do Tétano que contém a toxina produzida pelo Clostridium 
tetani transformada em toxóide, para com isso ser capaz de gerar resposta sem causar doença.
 
As vacinas são, portanto preparações contendo microrganismos vivos ou mortos ou frações destes, 
possuidoras de propriedades imunogênicas e antigênicas (capazes de estimular e de reagir com a 
resposta imune formada respectivamente), sendo, portanto, empregadas para produzir em um indivíduo 
atividade específica, contra um microrganismo.
 
As vacinas podem conter um ou mais organismos ou agentes imunizantes, denominadasvacinas 
isoladas ou combinadas, respectivamente. Além dos organismos, as vacinas, da forma como são 
apresentadas, também contém em sua constituição, líquido de suspensão, que geralmente é composto 
por água destilada ou solução salina fisiológica; conservantes, estabilizadores (nutrientes) e antibióticos, 
e adjuvantes. 
 
Adjuvantes imunológicos são materiais que, quando adicionados a um material antigênico, favorecem 
sua imunogenicidade sem colaborar diretamente na especificidade da resposta imune. Em muitos casos, 
são utilizados para obter grande quantidade de anticorpo, e por isso são adicionados às vacinas, visando 
reduzir a dose e a frequência das injeções dos antígenos utilizados para a imunoprofilaxia de doenças 
contagiosas. Como exemplo, tem-se o hidróxido de alumínio, conhecido para essa finalidade há mais 
de 80 anos, e sendo o mais utilizado na produção de vacinas humanas e veterinárias, bem como o 
adjuvante de Freund, o qual se caracteriza como uma emulsão de água em óleo mineral, não utilizado 
em humanos devido ao risco de inflamação grave. 
 
Tabela 2 - Principais agentes imunizantes - sua composição e natureza.
VACINA COMPOSIÇÃO
BCG Bacilos vivos atenuados, cepas de Mycobacterium bovis
HEP. B Engenharia genética-parte do DNA do vírus.
POLIO Vírus vivos atenuados-Poliovírus I,II,III
TETRAVALENTE (DPT 
+ HiB)
Toxinas diftéricas e tetânicas inativas, bactérias inativadas (Bordetella pertussus), 
associada a parte da bactéria (Haemophlilus influenzae) unida a uma proteína.
ROTAVÍRUS Vírus vivo atenuados do Rotavírus humano
TRÍPLICE VIRAL Vírus vivo atenuados, sarampo, rubéola e caxumba em cultura de ovo de galinha, contém timerol e antibiótico
INFLUENZA Vírus inativados em cultura de ovo de galinha e contém timerol e antibiótico.
TRÍPLICE 
BACTERIANA Toxóides Tetânico e Diftérico com macerado de Bordetella pertussus inativada.
DUPLA VIRAL Vírus vivo atenuado do Sarampo e da Rubéola.
DUPLA ADULTO Toxóide tetânica e diftérico, hidróxido ou fosfato de alumínio e timerol.
FEBRE AMARELA Vírus vivo atenuado da Febre amarela.
 
Para que a imunidade seja efetivamente protetora é necessária a preexistência de anticorpos no 
momento da infecção, como ocorre, por exemplo, com a vacina antitetânica, que estimula a produção 
de anticorpos contra a exotoxina do tétano. Outra forma de se obter imunidade protetora efetiva é 
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através da neutralização do antígeno pelos anticorpos preexistentes, prevenindo contra uma infecção 
secundária, como a vacina contra o poliovírus.
 
A vacina, para ser eficaz, tem de gerar imunidade protetora em uma proporção muito grande nos 
indivíduos que a recebem, deve ser segura, gerar memória imune prolongada evitando-se doses de 
reforço, e ter baixo custo. A via de administração tem de ser seguida rigorosamente, a fim de diminuir a 
frequência de eventos adversos e de se obter uma melhor proteção imunológica.
 
Alguns fatores podem interferir na capacidade de um organismo responder à vacinação, como idade, 
doença de base ou intercorrente e tratamento imunodepressor.
 
CUIDADOS COM OS IMUNOBIOLÓGICOS 
 
São inúmeros os cuidados que se deve observar, a fim de garantir a estabilidade, segurança e 
eficiência da vacinação. Dentre estes fatores, alguns são diretamente relacionados com: a) Conservação 
(temperatura); b) Transporte; c) Armazenamento; d) Dose; e) Coloração da Vacina; f) Diluição e Tempo 
de Validade após diluição. 
 
Importante também saber, que a aplicação de uma ou mais vacina, no mesmo dia não oferece risco. 
O intervalo de administração das vacinas contra febre amarela e tríplice viral deve ser superior a 15 dias, 
quando aplicado no mesmo dia. A vacina contra febre amarela não deve ser aplicada em gestantes. Se o 
esquema de vacinação for interrompido, não é mais necessário reiniciá-lo, basta completar as doses que 
faltam. Em situações de bloqueio, a tríplice viral deverá ser administrada a partir dos 6 meses de vida.
 
Algumas outras recomendações: Indivíduo que já recebeu 3 doses ou mais de DPT, dupla bacteriana, 
aplica uma dose de reforço a cada 10 anos. Adolescentes com 2 doses de Tríplice Viral devidamente 
comprovada, não precisa dessa dose. A vacina contra Influenza é oferecida aos maiores de 60 anos, na 
Campanha Anual de Vacinação do Idoso e no CRIE para os grupos de riscos. A vacina contra Pneumococos 
é aplicada durante a Campanha de Vacinação do Idoso, nos indivíduos que convivem em Instituições 
Geriátricas, Hospitais, Asilos, Casas de Repouso e no CRIE para grupos de riscos.
 
Tabela 3 - Sumário das principais informações acercas dos imunobiológio 
de maior relevância – cuidados
VACINA PROTEÇÃO DOSES VIA	ADM. TEMPO	DE	VAL.	APÓS	ABERTA
BCG Formas graves de Tuberculose 1 dose ID (0,1 ml) 6 horas
Hep B Contra Hepatite B 3 doses IM (0,5 ml em cças e 1,0 ml adultos) até o final do frasco.
Polio Paralisia Infantil 3 doses VO (2 gotas) 5 DIAS
Tetravalente
Tetano, Difteria, 
Coqueluche, Infecções por 
HiB
3 doses IM (0,5 ml) 5 dias
Rotavírus Doenças por Hantavírus 2 doses VO (1,5 ml) Imediato
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VACINA PROTEÇÃO DOSES VIA	ADM. TEMPO	DE	VAL.	APÓS	ABERTA
DPT Bacteriana
 
(REFORÇO)
Tétano, Difteria, 
Coqueluche
2 dose
 
1 reforço
IM (0,5 ml) até o final do frasco
Tríplice Viral
Sarampo, Rubéola,
 
Caxumba
1 dose
 
1 reforço
SC (0,5 ml) 8 horas
Febre Amarela Febre Amarela 1 dose SC (0,5 ml) 6 horas
Dupla Viral
Sarampo 
 
Rubéola
02 doses SC (0,5ml) 8 horas
Dupla Bacteriana
 
Adulto
Difteria e Tetano 3 doses IM (0,5 ml) até o final do frasco
Pneumococo Pneumonia causada por S.pneumoniae 3 dose IM (0,5 ml) até o final do frasco
 
SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS 
 
Tétano
 
•	 Agente	Etiológico: Clostridium tetani – bacilo gram-positivo anaeróbico.
 
•	 Reservatório:	Trato intestinal do homem e animais domésticos, especialmente o cavalo.
 
Modo de transmissão:
 
•	Neonatal: Contaminação do coto umbilical com esporos do C. tetani
 
•	 Acidental:	 Contaminação de ferimentos (às vezes insignificantes, embora as queimaduras 
e tecidos necrosados favoreçam especialmente o desenvolvimento do bacilo anaeróbico); não 
transmite de pessoa para pessoa.
 
Tuberculose
 
•	 Agente	Etiológico:	Bacilo de Koch ou Mycobacterium tuberculosis e M. bovis.
 
•	 Reservatório:	O indivíduo infectado, especialmente o bacilífero. 
 
•	Modo	de	transmissão:	De pessoa a pessoa, pelas gotículas de Wells eliminadas pelas tosses de 
pacientes bacilíferos.
 
•	 Período	de	Incubação:	Variável; entre a infecção e a doença pode haver um período de latência 
de anos.
 
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Sarampo
 
•	 Agente	Etiológico: Vírus do Sarampo (Paramixóvirus).
 
•	 Reservatório: O homem.
 
•	Modo	de	transmissão:	De pessoa a pessoa, pelas secreções nasofaríngeas.
 
•	 Período	de	Incubação:	Sete a 18 dias.
 
Coqueluche
 
•	 Agente	Etiológico:	Bacilo de coqueluche: bordetella pertussis. 
 
•	 Reservatório:	O homem. 
 
•	Modo	de	transmissão:	Pessoa a pessoa, pelas secreções nasofaríngeas, especialmente na fase 
catarral (início da doença).
 
Estado Nº	de	casos Coeficiente	de	incidência	(1:100.000)
Amazonas 131 3,6
Espírito Santo 738 20,6
Paraná 347 3,3
Rio Grande do Norte 116 3,6
Rio Grande do Sul 774 7,2
Santa Catarina 240 3,8
 
Hepatite B•	 Agente	Etiológico:	Vírus da Hepatite B.
 
•	 Reservatório:	O homem.
 
•	Modo	de	 transmissão:	Pelo sangue: transfusão, contaminação de feridas, lacerações, uso de 
seringas contaminadas e secreções vaginais; Pelo sêmen: atividades sexuais; De mãe para filho, 
no período perinatal ou no útero.
 
•	 Período	de	Incubação: 45 a 160 dias: 60 a 90 dias em média.
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Poliomielite
 
•	 Agente	Etiológico:	Entrovírus da família picornarviridae, denominado polivírus de três sorotipos 
I, II, III.
 
•	 Reservatório: O homem.
 
•	Modo	 de	 transmissão: De pessoa a pessoa, pelas secreções nasofaríngeas (de uma a duas 
semanas após a infecção), pela água e pelos alimentos contaminados com fezes de doentes ou 
portadores.
 
•	 Período	de	Incubação:	2 a 30 dias (em geral de 7 a 12 dias).
 
Meningite Meningocóccica
 
•	 Agente	Etiológico:	Bactéria Neisseria Meningitides com sorogrupos do tipo A, B, C e D, Y, W-135, 
29-E e sorotipos.
 
•	 Reservatório: O homem.
 
•	Modo	de	transmissão:	Direta pelas secreções nasofaríngeas.
 
•	 Período	de	Incubação: Em média, 3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias.
 
Rubéola
 
•	 Agente	Etiológico:	Vírus da Rubéola - Togaviridae.
 
•	 Reservatório:	O homem.
 
•	Modo	de	transmissão:	Contato direto pelas secreções nasofaríngeas.
 
•	 Período	de	Incubação: 14 a 21 dias, em média 17 dias.
 
Febre Amarela
 
•	 Agente	Etiológico:	Vírus da Febre Amarela.
 
•	 Reservatório:	O homem, os primatas e o mosquito transmissor.
 
•	Modo	de	transmissão: Picada do mosquito transmissor infectado.
 
•	 Período	de	Incubação:	3 a 6 dias em média.
 
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Gripe 
 
•	 Agente	Etiológico:	Vírus da Influenza Tipo A, B e C – família Orthomyxovírus.
 
•	 Reservatório:	O homem (suspeita-se que os animais sejam fonte de novos subtipos do vírus).
 
•	Modo	de	transmissão:	Transmissão direta-aérea.
 
•	 Período	de	incubação:	Em média de 1 a 5 dias.
 
Caxumba
 
•	 Agente	Etiológico: Vírus da parotidite infecciosa-gênero Paramoxivirus.
 
•	 Reservatório: O homem.
 
•	Modo	de	transmissão:	Disseminação de gotículas e pelo contato direto com a saliva de uma 
pessoa infectada.
 
•	 Período	de	incubação:	De 12 a 25 dias, em média 18 dias.
 
 
Figura 9 - Parotidite (inflamação da glândula Parótida). 
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Raiva
 
•	 Agente	Etiológico: Vírus da Raiva – família Rabdoviridae.
 
•	 Reservatório: Os mamíferos – animais domésticos (cães e gatos), animais selvagens (morcegos, 
macacos, raposas, saguis).
 
•	Modo	 de	 transmissão:	 Transmissão direta: a saliva do animal penetra com mordedura, 
arranhadura ou lambedura de ferimentos e mucosas.
 
•	 Período	 de	 Incubação: No homem é muito variável, de dias até anos. Está intimamente 
relacionado com: localização e gravidade da mordedura, arranhadura ou lambedura por animais 
infectados; proximidades de troncos nervosos; quantidade de partículas virais inoculadas; No cão, 
esse período varia entre 10 dias a 2 meses ou mais.
 
EVENTOS ADVERSOS A VACINAÇÃO 
 
Apesar de serem consideradas seguras, as vacinas podem conferir alguns eventos adversos, e 
porque os mesmos acontecem. A resposta pode ter duas causas ou motivações: a primeira relacionada 
aos vacinados como, por exemplo, Idade, Doenças concomitantes, Comprometimento imunológico. 
Relacionados à vacina pode-se citar: Componentes da vacina/produção/predisposição orgânica dos 
vacinadores, Técnica de preparo e de aplicação das vacinas.
 
Os eventos adversos podem ser classificados em 4 categorias ou grupos:
 
•	 Evento	adverso	comum	ou	esperado, que se apresenta com maior intensidade ou frequência, 
não exige notificação;
 
•	 Evento	adverso	comum	ou	esperado, que exige notificação;
 
•	 Evento	adverso, que exige notificação;
 
•	 Evento	adverso, que exige notificação imediata e contraindica dose seguinte da vacina.
 
A título de exemplificação serão apresentados alguns eventos indesejáveis associados a algumas 
vacinas:
 
•	 BCG: Úlcera com diâmetro maior que 1 cm de diâmetro; Abscessos subcutâneos frios; 
Abscessos subcutâneo quentes; Reação quelóide e Lesões resultantes de disseminação em pele, 
osteoarticulares, órgãos do tórax, abdome e linfonodos, lesões generalizadas, Linfadenopatia não 
supurativa, Linfadenopatia regional supurada.
 
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Figura 10 - Ulcera com diâmetro maior que 1 cm pós vacinação de BCG.
 
•	 Hepatite	B: Edema, eritema e nódulo indolor no local da injeção; Mal-estar, cefaleia, astenia, mialgia 
e artralgia; Febre de 37,5 ºc nas primeiras horas, após a aplicação; Febre igual ou acima de 39,5ºC nos 
dois primeiros dias, após a aplicação; Abscesso frio ou quente; Choque anafilático é raro e grave.
 
•	 Tetravalente	DTP+HiB:	Febre; Hiperemia, calor, endurecimento e edema local; Nódulo indolor 
local; Sonolência; Perda de apetite; Vômitos, exantema ou petéquias.
 
•	 Poliomielite: Caso de poliomielite associado ao vacinado; Caso de poliomielite associado ao 
comunicante do vacinado. 
 
•	 Tríplice	 Viral:	Reações locais - dor, eritema, ardência e/ou endurecimento; Reações alérgicas 
- eritema com prurido no local da aplicação e exantema; Febre de 39,5ºC ou mais - surge 
normalmente no 5º dia após a vacinação; Púrpura trombocitopênica (manchas violáceas ou 
arroxeadas); Manifestações neurológicas-meningites assépticas, encefalites, encefalopatias e 
panencefalopatia; Choque anafilático; Artralgia ou artrite - associado ao componente da rubéola.
 
•	 Gripe	(Influenza): Reações Locais - dor, edema, eritema e endurecimento; Mal-estar, febre baixa 
e mialgia; Choque anafilático.
 
Tabela 4 - Calendário atual de vacinação
IDADE VACINAS
Ao nascer BCG, Hepatite B
2 meses Poliomielite, Hepatite B(1), Tetravalente (DTP+Hib), Rotavírus (2)
4 meses Poliomielite, Tetravalente (DTP+Hib), Rotavírus (3)
6 meses Poliomielite, Hepatite B (4), Tetravalente (DTP+Hib)
9 meses Febre Amarela (5)
12 meses Sarampo – Caxumba – Rubéola (SCR)
15 meses DTP, Poliomielite
5 ou 6 anos DTP, Poliomielite, SCR
15 anos (6) dT
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
SOROTERAPIA 
 
A soroterapia é um método de imunização passiva, que consiste na transferência de anticorpos 
presentes no soro, fornecendo proteção imediata contra toxinas e alguns patógenos.
 
Para a obtenção dos anticorpos é necessário que um animal de grande porte, geralmente cavalo 
ou ovelha, seja sensibilizado para um determinado antígeno. Essa sensibilização é realizada através de 
injeções, contendo o antígeno em concentrações crescentes. Após a sensibilização, o sistema imune do 
animal reage ao antígeno, produzindo anticorpos. Quando o título de anticorpos estiver alto, é feita uma 
sangria no animal. As hemácias e o fibrinogênio são removidos desse sangue, obtendo-se o soro, que 
contém os anticorpos.
 
 
Figura 11 - Representação esquemática da produção de soro antiofídico em cavalo. Fonte:http://www.mundoeducacao.com/upload/
conteudo_legenda/599ff8d3094a0db758ec742d027395b7.jpg
 
A soroterapiaé utilizada quando há uma infecção instalada, como no caso do tétano e no tratamento 
de picadas de cobra e de alguns aracnídeos, atuando assim, como antídoto.
 
A imunização por soroterapia é temporária, cuja duração termina a partir do momento em que os 
anticorpos perdem a sua atividade. Como o soro é estranho ao receptor, podem ocorrer reações alérgicas 
anafiláticas.
 
Alguns eventos adversos são relatados associados à soroterapia, os quais podem ser classificados 
como graves, leves e ou tardios.
 
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Figura 12 - Eventos associados à Soroterapia. Fonte: Ilustração do autor (Palestra ministrada no II Congresso Acadêmico de 
Biomedicina da Universidade paulista – UNIP).
 
PREPARO DE REAGENTES E AMOSTRAS BIOLÓGICAS 
 
Para o estudo dos antígenos e dos anticorpos, é necessária a obtenção de imunessoros, ou seja, 
soros que reagem especificamente com os antígenos que lhes correspondem. O coelho é um animal 
bastante utilizado nas experiências de laboratório, mais precisamente para a produção desses imunes 
soros, porém, quando há a necessidade de uma produção em grande escala, utiliza-se o cavalo.
 
É necessário que os anticorpos sejam purificados, para que as suas estruturas sejam utilizadas. Os 
métodos utilizados possuem duas modalidades: não específico e específico. Entre o método não específico, 
está a precipitação com sais neutros (adicionando grande quantidade de sais neutros à solução, há 
maior interação das proteínas, as quais diminuem a solubilidade em meio aquoso e, consequentemente, 
precipitam), o fracionamento cromatográfico (fracionamento de diferentes compostos químicos através 
de cromatografia líquida em coluna), o fracionamento pelo etanol e a digestão enzimática (local em 
que enzimas quebram anticorpos, liberando seus fragmentos). No método específico, destacam-se a 
dissociação (anticorpos separados das hemácias) com 15% de NaCl, a dissociação em pH ácido e a 
dissociação por meio de haptenos imunoadsorventes.
 
Sorologia heteróloga se dá quando o soro de um animal é inoculado em outro de espécie diferente, 
já a sorologia homóloga ocorre quando os animais são da mesma espécie. Em humanos, a sorologia 
homóloga já foi muito utilizada em doenças como sarampo e poliomielite, porém, a sorologia heteróloga 
é a que teve maior utilização, e continua a ser empregada atualmente. 
 
O diagnóstico sorológico de doenças transmissíveis é feito através da investigação da infecção. 
Para essa investigação, é realizada a medição, ou detecção, de agentes infecciosos, ou de anticorpos, 
presentes no plasma/soro sanguíneo, como também em outros materiais biológicos, como amostra 
fecal, urina, saliva, escarro ou tecidos.
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Diversas fontes de células têm sido utilizadas para estudos da biossíntese da imunoglobulina. Elas 
são culturas de curta duração de células de gânglios linfáticos, baço, medula óssea e tecido sinovial.
 
 
Figura 13 - Representação da Separação de Células e Soro (células ficam na parte inferior do tubo e o soro na parte superior).
 
TÉCNICAS SOROLÓGICAS
 
Técnicas sorológicas não marcadas 
 
Os testes sorológicos ou imunoensaios são técnicas para a detecção de antígenos, anticorpos ou 
substâncias que desempenham o papel de antígenos - drogas, hormônios, ácidos nucléicos. 
 
Os testes sorológicos têm se tornado cada vez mais sofisticados e de execução simples, porém, para 
se garantir a qualidade dos resultados é necessário o controle rigoroso de todos os seus componentes, 
em todas as suas etapas.
 
Os testes sorológicos não marcados têm como finalidade a detecção de anticorpos, antígenos e 
moléculas que podem atuar como antígenos. Nesses testes são utilizados reagentes não marcados. 
 
As técnicas não marcadas são consideradas técnicas rápidas, no entanto apresentam a sensibilidade 
reduzida, porém uma boa especificidade. Podem ser classificadas como Diretas, ou seja, quando objetivam 
a detecção de antígenos nas amostras clínicas ou Indiretas, quando há a detecção de anticorpos. São 
técnicas de menor custo ao serem comparadas as técnicas marcadas, porém dificultam a automação e 
reprodutibilidade de resultados. São técnicas não marcadas: Precipitação, Imunodifusão, Nefelometria, 
Turbidimetria, Aglutinação, Hemaglutinação e Floculação. 
 
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Precipitação
 
Os testes de precipitação têm como objetivo a quantificação da formação de complexo Ag-Ac. É um 
ensaio que depende de concentrações relativas de Ag multivalentes e de Ac bivalentes. Em situações de 
excesso, pode-se causar a dissolução do precipitado e a precipitação máxima desejada, ocorre quando 
se tem a precipitação máxima. As reações de precipitação são frequentemente realizadas em tubos, 
como na reação quantitativa, em que diferentes tubos são utilizados, existentes em uma quantidade 
constante de anticorpos e uma concentração crescente de antígenos. Nota-se assim, que na área em que 
há um excesso de anticorpo, em relação ao antígeno, o precipitado não se forma ou se forma-se muito 
discretamente. Igualmente acontece na área ou zona de excesso de antígeno, em relação à quantidade 
de anticorpo, entendendo-se, portanto, que se deve buscar interpretar os resultados e/ou padronizar 
reações de precipitações em concentrações de antígeno e anticorpo, que estejam na chamada área ou 
zona de equivalência.
 
 
Figura 14 - Representação das Zonas de Precipitação.
 
Imunodifusão
 
A técnica de Imunodifusão	radial	simples, conhecida como teste de Mancine utiliza uma placa 
de vidro - mistura de agar com solução de anticorpos (técnica indireta) ou antígenos (técnica direta) 
específicos a depender do que se queira pesquisar.
 
Deve-se fazer orifícios (perfurações) no gel, em que posteriormente irá se aplicar a amostra do 
paciente. A técnica pode ser aplicada utilizando-se de amostra de soro ou liquor e apresenta uma 
sensibilidade para pesquisa de antígenos específicos, por exemplo, que varia de 1 a 3ug/mL de antígeno. 
Pode ser utilizada para a quantificação de Imunoglobulinas séricas, pesquisa de Proteína C reativa e das 
Proteínas do Sistema Complemento (C3 e C4).
A avaliação do halo em diâmetro de precipitação formado relaciona-se com a concentração do 
antígeno ou anticorpo pesquisa na amostra, ou seja, quanto maior o halo, maior a concentração da 
substância na amostra clínica.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Na Imunodifusão representada, o anticorpo é adicionado a uma solução de agarose a 1%, que em 
seguida é posta em lâmina ou laca, a fim de gelificar. Na sequência, orifícios são feitos no gel, em que se 
pretende dispensar a amostra e desejam pesquisar a presença do antígeno em questão, cujo anticorpo 
específico encontra-se na mistura de agar.
 
Incuba-se o material por 24 horas, período no qual se houver presença do antígeno na amostra o 
mesmo ira se difundir pelo gel, e precipitando-se ao encontro com os anticorpos presentes no gel. A 
reação é considerada positiva quando se tem a formação de um halo, como o demonstrado na figura 
35 anteriormente citada. O controle de qualidade do teste se dá pela aplicação de ao menos 3 amostras 
com concentrações conhecidas do antígeno, que se está pesquisandona amostra clínica. Dessa forma, 
averígua-se a eficiência do método e tem a possibilidade de quantificar a concentração do antígeno 
em questão, pela construção de uma curva ou gráfico padrão, em que nesse caso quanto maior a 
concentração de antígeno na amostra, maior o halo formado.
 
A	técnica	de	Imunodifusão	dupla	também conhecida como técnica de Ouchterlony. A precipitação 
do complexo Ag-Ac é percebida pela formação de linhas ou arcos e a ausência das mesmas indica um 
teste negativo para i. que se pretende pesquisar.
 
Na técnica aplica-se gel de agarose em lâmina ou placa. Espera gelificar e na sequência fazem-se 
pequenos orifícios, tal qual na Imunodifusão simples. Nos orifícios são adicionadas as soluções teste de 
Ag e de Ac. As soluções difundem-se e quando se encontram em condição de equivalência, forma-se 
uma linha ou arco de precipitação, o qual apresenta a possibilidade de ser facilmente detectado após a 
lavagem do gel e coloração específica.
 
A boa e adequada execução e interpretação dos resultados depende da concentração e tamanho da 
molécula, tamanho dos poros do gel, temperatura, concentração e pureza do ágar, da camada de ágar 
sobre lâmina de vidro, da perfuração e da correta aplicação da amostra. 
 
Por tudo isso, a principal desvantagem é a dificuldade de reprodutibilidade, no entanto é ainda muito 
utilizada na pesquisa e é incontestável sua importância no diagnóstico de vários sistemas antigênicos 
(artrite reumatóide, lúpus, esclerose sistêmica, caxumba, cisticercose). 
 
Nefelometria 
 
A Nefelometria é uma técnica aplicada para avaliar as concentrações de IgA, IgM e IgG dentre outras 
proteínas plasmáticas em uma amostra. Um aparelho específico que mede a turvação é utilizado e mede 
a difração (desvio) da luz ao passar por uma solução contendo complexos imunológicos formados pela 
associação de Ag-Ac.
 
As vantagens que podem ser atribuídas à técnica é ser automatizada, fácil, rápida, precisa, com 
sensibilidade adequada (1ug/mL) e pode ser utilizada mesmo em situações com pequenos volumes 
de amostra. Suas principais desvantagens residem no alto custo do antissoro, reações inespecíficas 
necessitam de múltiplas diluições quando de antígenos muito concentrados. 
 
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Utilizada com certa frequência para a avaliação de imunoglobulinas, componentes do complemento, 
fator reumatóide, proteína c-reativa, fatores de coagulação, imunocomplexos e hormônios. 
 
Imunoturbidimetria
 
A Imunoturbidimetria mede a diminuição da luz ao passar por um complexo antígeno-anticorpo, em 
outras palavras, a turbidimetria mede o quanto a solução antígeno-anticorpo absorve da luz e o quanto 
ela deixa passar. 
 
Para tal, utiliza-se de um aparelho, neste caso, denominado de detector (espectrofotômetro). Suas 
vantagens residem no fato de não necessitar da separação de fases, ser uma técnica rápida, precisa, 
econômica e automatizada. As principais desvantagens do método é não poder ser usada em amostras 
muito turvas. A técnica é bastante utilizada nos laboratórios de análises clínicas, para ensaios que visam 
detectar Ag, Ac, lipoproteínas, proteína C-reativa e albumina, por exemplo.
 
Essa técnica, assim como a nefelometria, é usada para medir a concentração plasmática de diversas 
proteínas. A principal diferença entre nefelometria e turbidimetria é que na nefelometria, a luz que 
atravessa a solução é medida, enquanto que na turbidimetria, a luz não difundida (a absorvida) é medida. 
 
Aglutinação
 
As reações de aglutinação ocorrem pela ligação de anticorpos ou aglutininas a antígenos presentes 
na superfície de células e partículas. 
 
As reações de aglutinação são amplamente utilizadas como um método simples e rápido para 
a identificação de várias bactérias, fungos e tipos de eritrócitos. Porém, por outro lado, quando são 
empregadas células conhecidas, é possível, através da aglutinação, detectar e dosar aproximadamente 
a quantidade de Acs nos soros.
 
A reação de aglutinação é muito utilizada como método semiquantitativo, em que se adiciona um 
volume de suspensão de células a uma série de tubos, cada qual contendo um volume igual de antissoro, 
porém, com diluições diferentes. Após a sedimentação natural das células, observa-se o aparecimento 
da aglutinação na maior diluição. Os títulos de aglutinação não são precisos, mas fornecem indicações 
válidas das concentrações relativas de Acs. A aglutinação pode ser de dois tipos: direta e indireta.
 
A aglutinação direta ocorre pela ligação dos anticorpos aos antígenos presentes nas células ou em 
partículas insolúveis. O resultado é positivo, quando ocorre a aglutinação. Pode ser realizada em lâmina 
ou tubo. Exemplos de uso da aglutinação direta são na tipagem sanguínea do grupo ABO e diagnostico 
de toxoplasmose.
A aglutinação indireta ocorre pela ligação dos anticorpos presentes na amostra a antígenos solúveis 
associados a partículas, como o látex e superfície de hemácias. Com a presença de anticorpo específico 
para o antígeno na amostra, ocorre a aglutinação. 
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Hemaglutinação
 
A hemaglutinação é uma técnica utilizada para a detecção de anticorpos específicos que reconhecem 
antígenos presentes na superfície das hemácias. A hemaglutinação pode ocorrer de forma direta, passiva 
ou pela inibição da hemaglutinação.
 
A hemaglutinação direta ocorre pela ligação do anticorpo ao antígeno presente na superfície da 
hemácia, através de hemaglutinação. Exemplo: determinação do grupo sanguíneo ABO.
 
Na hemaglutinação passiva, os antígenos são adsorvidos nas hemácias. Após, a amostra é adicionada. 
Se houver presença de anticorpos específicos ocorre a hemaglutinação.
 
Inibição da Hemaglutinação
 
Para a reação de inibição da hemaglutinação, os soros colhidos dos pacientes são diluídos na placa 
(1/2 a 1/1024) e cada diluição é colocada em contato com um volume fixo de uma suspensão viral, 
contendo 4 unidades hemaglutinantes. Esta mistura é incubada por 1 hora a 37°C, para permitir a 
reação do anticorpo com antígeno. A seguir, 1 gota de suspensão de hemácias é adicionada a cada 
orifício da placa. Após incubação de 30 minutos, faz-se a leitura da reação. Nos orifícios em que existem 
anticorpos em quantidade suficiente para se combinar com a hemaglutinina viral, observa-se a inibição 
da hemaglutinação, evidenciada pela sedimentação das hemácias, formando um botão fechado; nos 
orifícios que não existem anticorpos, as hemácias serão aglutinadas pelos vírus livres, sedimentando 
em forma de um aglomerado irregular. O título do soro é determinado como sendo igual à recíproca da 
maior diluição capaz de inibir completamente a hemaglutinação.
 
Floculação
 
Ocorre quando a interação direta de anticorpos específicos com o antígeno leva a formação de 
imunocomplexos em meio líquido, detectáveis com o auxílio de lupa ou microscopia óptica, 
sendo o fundamento do VDRL (Veneral Disease Research Laboratories), utilizado para o diagnóstico 
da sífilis.
 
É empregada para a pesquisa de anticorpos anticardiolipina, chamados de reaginas, que são 
frequentes na sífilis. Os anticorpos anticardiolipina presentes na amostra, interagem com a cardiolipina 
da suspensão antigênica e os imunocomplexos formados ficam depositados sobre os cristais de 
colesterol, que é refringente, formando grumos que são visíveis no microscópio óptico ou em lupa 
contra luz indireta.
 
As amostras reagentes são tituladas em diluições seriadas, e a última diluição que apresenta 
floculaçãorepresenta o título de soro. Para evitar o fenômeno de pró-zona, o teste deve ser feito na 
triagem com a amostra sem diluir e diluída a 1:10, simultaneamente. Esse fenômeno acontece quando 
há elevada concentração (títulos muito elevados) de anticorpos, que proporcionam resultados falso-
negativos em ensaios com amostras pouco diluídas.
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TÉCNICAS SOROLÓGICAS MARCADAS 
 
As técnicas sorológicas marcadas podem ser aplicadas a quantificação da concentração de antígenos 
e/ou de anticorpos, em diferentes amostras biológicas. São técnicas que apresentam alta sensibilidade e 
especificidades, e são utilizadas tanto na pesquisa clínica, como na pesquisa científica.
 
Existem diferentes modalidades de ensaios, sendo estes de competição, em que a amostra compete 
com reagente marcado, sendo este um Ag ou Ac. São sistemas que envolvem etapas de lavagem para 
retirada de reagentes e substâncias em excesso. Sua principal desvantagem são os custos os quais são 
invariavelmente mais elevados, em razão de todos os processos que envolvem a produção dos reagentes 
e substâncias utilizadas na execução das técnicas, por outro lado permite a utilização de automação, 
alta reprodutibilidade e rapidez.
 
As principais técnicas marcadas utilizadas nos laboratórios de análises clínicas e de pesquisa são;
 
•	 ELISA
 
•	 Imunofluorescência
 
•	Western	Blotting
 
•	 Quimioluminescência
 
•	 Radioimunoensaio.
 
ELISA (Enzyme Linked Imunnesorbent Assay)
 
O ELISA ou ensaio imunoabsorvente ligado à enzima, é um ensaio no qual o antígeno ou 
anticorpo é ligado quimicamente a uma enzima (marcador). A quantificação se dá pela determinação 
espectrofométrica da taxa de conversão dos substratos cristalinos em um produto com cor, conversão 
essa feita pela enzima. Nas reações são utilizados substrato e cromógeno após a última lavagem. 
 
Figura 15 - Representação da Conjugação do Anticorpo com uma Enzima (responsável pela reação entre o 
substrato e o cromógeno o qual resultará em mudança de cor).
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Geralmente esse ensaio é utilizado para diagnóstico viral como, por exemplo, HIV e vírus da hepatite 
B, como também para dosagem hormonal. A técnica de ELISA pode ser realizada de diferentes formas, 
como no caso ELISA direto, indireto, de captura ou sanduíche, e por fim, por competição com antígeno 
e ou com anticorpo marcados.
 
No ELISA	direto, a enzima é ligada ao anticorpo ou antígeno. O anticorpo/antígeno não marcado é 
ligado ao poço de uma microplaca, que vai adsorver uma quantidade de qualquer proteína. O anticorpo 
ou antígeno marcado se liga ao antígeno/anticorpo não marcado. Os anticorpos/antígenos que não se 
ligarem, assim como as proteínas não adsorvidas, serão removidos por meio de lavagens. Após procede-
se a quantificação.
 
 
Figura 16 - Representação esquemática da Técnica de ELISA direto.
 
O	ELISA	indireto consiste na adição do antígeno à placa, seguido de lavagem. Uma solução contendo 
anticorpos é adicionada, ocorrendo a formação de imunocomplexos. Uma nova lavagem é realizada. 
Logo após, um anticorpo secundário marcado é adicionado, seguido de quantificação.
 
 
Figura 17 - Representação esquemática da Técnica de Elisa Indireto; (a) Antígeno específico fixado em placa; 
b) Anticorpos específicos em amostra clínica ligando-se ao Ag; c) Conjugado ligando-se ao anticorpo; 
d) Enzima degradando substrato e gerando cor por modificação do cromógeno.
 
No ELISA	de	captura	ou	 sanduíche, um anticorpo específico é adicionado à placa, seguido de 
lavagem. Uma solução contendo antígeno é adicionada, formando imunocomplexos. O anticorpo não 
ligado é removido por lavagem e adiciona-se um segundo anticorpo marcado e específico, para um 
epítopo diferente do anticorpo não marcado. Uma nova lavagem é realizada para retirar o anticorpo 
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marcado, que não se ligou. A medição é dada pela quantidade de anticorpo marcado, construindo-se 
uma curva padrão.
 
 
Figura 18 - Representação esquemática da Técnica de Elisa por Captura ou Sanduiche; (a) Anticorpo específico fixado em placa; b) 
Antígenos específicos pesquisados na amostra biológica; c) Conjugado ligando-se ao antígeno; d) Enzima degradando substrato e 
gerando cor por modificação do cromógeno.
 
Interessante ressaltar que nos ensaios diretos, indiretos e de captura, o resultado é diretamente 
proporcional, ou seja, quanto maior a intensidade da cor apresentada, maior a concentração de antígeno 
e ou anticorpo na amostra do paciente.
 
O Ensaio de Competição é um tipo de ELISA que permite a quantificação de antígenos ou anticorpos 
em amostras biológicas, através de competição com um anticorpo (Ensaio de competição com anticorpo 
marcado) ou com antígeno (Ensaio de competição com antígeno marcado). 
 
O mais utilizado é o ELISA por competição com Antígeno Marcado, neste caso um anticorpo 
específico é fixado na placa, seguido de lavagem. São adicionadas soluções contendo antígeno (amostra 
desconhecida) juntamente com antígeno marcado. É ligado ao anticorpo o antígeno que estiver em maior 
concentração. Uma nova lavagem é realizada. Quanto menor intensidade de cor, maior a quantidade de 
antígeno presente na amostra desconhecida, em função dos antígenos da amostra não apresentarem 
enzima para degradar substrato e gerar cor.
 
 
Figura 19 - Representação esquemática da Técnica de Elisa por Competição com Antígeno Marcado; (a) Anticorpo específico fixado 
em placa; b) Antígenos marcados com enzima e não marcados (provenientes da amostra clinica) adicionados simultaneamente; c) 
Haverá reação colorimétrica se a concentração de antígeno marcado for maior que a de antígeno não marcado. Fonte: http://images.
slideplayer.com.br/2/375925/slides/slide_33.jpg
Os testes de Competição têm o seu resultado inversamente proporcional, ou seja, quanto mais cor 
gerada na reação, menor a concentração do antígeno ou do anticorpo que estiver sendo pesquisado. 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
 
 
Figura 20 - Placa de acrílico utilizada na técnica de ELISA.
 
Imunofluorescência
 
A imunofluorescência consiste em uma técnica que tem como objetivo a pesquisa de antígeno 
ou anticorpo através de antígeno ou anticorpo marcados com fluorocromos em células, tecidos ou 
líquidos biológicos.
 
Fluorocromos são corantes que absorvem radiação, que os excita e, devido a essa excitação, emitem 
luz visível. Os resultados são observados em microscópio confocal. 
 
São fatores que interferem na imunofluorescência
 
•	 qualidade do vidro/lâmina/lamínula, 
 
•	 qualidade e tratamento dos Ag fixados antigenicidade e acessibilidade,
 
•	 temperaturas e tempo de incubação, 
 
•	 lavagens inadequadas, e) montagem da lâmina,
 
•	microscópio perfeitamente calibrado e limpo,
 
•	 presença de corantes os quais diminuem a coloração de fundo, facilitando a leitura da fluorescência, 
por exemplo azul de Evans.
 
A imunofluorescência pode ser direta ou indireta, na qual as vantagens consistem da sua alta 
especificidade e reprodutibilidade. Já as desvantagens, é o custo do equipamento, a sensibilidade 
limitada, a dificuldade de automação que pode ser do tipo direta, indireta e citometriade fluxo. 
A Imunofluorescência Direta (IFD) tem como objetivo a pesquisa de antígenos. Um anticorpo 
específico marcado é adicionado ao antígeno, formando imunocomplexos. O anticorpo não ligado é 
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removido através de lavagens.
 
Figura 21 - Representação esquemática da técnica de Imunofluorescência direta.
 
A Imunofluorescência Indireta (IFI) é utilizada para pesquisa de anticorpo. Na pesquisa de anticorpos, 
o antígeno é fixado em lâmina. Depois, a amostra diluída é adicionada, seguida de incubação e formação 
de imunocomplexos, seguidas de lavagens. A seguir, é realizada uma nova incubação com anticorpo 
marcado e em seguida, uma análise ao microscópio.
 
 
Figura 22 - Representação esquemática da técnica de Imunofluorescência Indireta.
 
 
Figura 23 - Representação de imunofluorescência Indireta.
 
A Citometria de Fluxo permite a análise individualizada e ao mesmo tempo simultânea de 
componentes celulares, através da medição do desvio de luz incidente sobre uma célula e de sinais 
fluorescentes emitidos pela mesma.
 São inúmeras as vantagens do método dos quais se pode destacar a detecção do tamanho relativo 
da célula, sua granulação e de 2 a 7 emissões fluorescentes diferentes em milhares de células por 
segundo. As desvantagens consistem em seu alto custo, necessidade de treinamento específico para 
interpretação dos resultados e comando da automação. É exaustivamente utilizada para diferentes 
fins sendo as mais divulgadas a imunofenotipagem de linfócitos do sangue periférico de pacientes 
infectados pelo HIV, diagnóstico e prognóstico de leucemias dentre outras.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
 
Western Blotting
 
O Western Blotting é uma técnica utilizada para identificar e quantificar uma proteína em uma 
mistura de proteínas ou em lisado celular. É utilizada na pesquisa e no diagnóstico clínico.
 
A mistura ou lisado é submetida a uma separação das proteínas por tamanho, através de eletroforese 
em gel de poliacrilamida. Essas proteínas separadas são transferidas do gel para uma membrana de 
nitrocelulose. O antígeno proteico da membrana pode ser detectado pela adição de um anticorpo não 
marcado específico para a proteína, formando imunocomplexos. Um segundo anticorpo marcado é 
adicionado e este se liga ao primeiro anticorpo. O anticorpo pode ser marcado com enzima. Os sinais 
quimioluminescentes emitidos pelas enzimas deixam registros de imagens em filme.
 
 
Figura 24 - Representação da Técnica de WB; 1) Proteínas separadas são transferidas do gel de poliacrilamida para um papel de 
nitrocelulose; 2) Amostra do paciente é aplicada sob papel (havendo presença de anticorpos os mesmos se ligam as proteínas); 
3) Lavagem para remoção do excesso; 4) Aplicação do Conjugado (anticorpo humano marcado com Enzima); 5) Revelação e 
visualização das “bandas” reativas. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9b/Western_Blotting.png
 
Radioimunoensaio
 
No radioimunoensaio (RIE), os antígenos ou anticorpos são marcados com um radioisótopo 
(geralmente 125I), possibilitando a quantificação. A quantificação é realizada por meio de 
equipamentos capazes de detectar eventos de decomposição radioativa. Essa técnica, geralmente é 
utilizada para a quantificação dos níveis hormonais no sangue e em líquidos teciduais, e análise de 
medicamentos e toxicologia.
 
O anticorpo ou antígeno é aplicado em um suporte (placa), ligando-se a ela. É adicionado um 
antígeno ou anticorpo marcado, levando a formação de complexos antígeno-anticorpo. Os antígenos 
ou anticorpos que não se ligam são retirados por meio de lavagens. Após, a quantificação é medida 
diretamente pela quantidade de radioatividades presente.
Existem ao menos três variações da técnica descritas:
 
•	O radioimunoensaio com antígeno marcado;
 
•	Radioimunoensaio com anticorpo marcado;
 
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•	Radiominuoensaio por captura (imunorradiométrico).
 
Figura 25 - Variações da Técnica de RIA; a) RIA com antígeno marcado (ensaio de competição); b) RIA com anticorpo marcado 
(ensaio de competição); c) IRMA (imunorradiométrico) Captura com anticorpo marcado.
 
Nos ensaios de competição o resultado é inversamente proporcional, assim como em outros ensaios 
de competição por outras metodologias, ou seja, quanto maior a radioatividade aferida, menor a 
concentração de antígeno ou anticorpo na amostra clínica. No IRMA por ser um teste de captura o 
resultado é diretamente proporcional, quanto maior a radioatividade aferida maior a concentração de 
anticorpos na amostra biológica.
 
Eletroimunoquimioluminescência
 
Utiliza a emissão de luz através da aplicação de potenciais de oxidação ou redução a um eletrodo 
imerso em soluções, que emitem radiação (em geral compostos de rutênio). São inúmeros os métodos 
automatizados mais utilizado,s dentre estes destacam-se o Elecsys da Roche Diagnóstica; Acess da 
Sanofi-Winthrop, Immulite da DPC e o ACS 180 da Ciba-Corning, os quais em linhas gerais utilizam 
de micropartículas revestidas de estreptavidina, anticorpo monoclonal específico biotinilado e um 
anticorpo monoclonal específico para cada analito. 
Essa mistura é fixada magneticamente na superfície do eletrodo e o que não se fixar é removido. 
Por fim, há uma aplicação de corrente elétrica no eletrodo que induz uma emissão quimioluminescente, 
medida por um fotomultiplicador. As vantagens da quimioluminescência são a sua elevada sensibilidade 
e especificidade, rápida e totalmente automatizada, possibilitando alta reprodutibilidade, varias amostras 
e diferentes moléculas podem ser analisadas e quantificadas simultaneamente. È o método atualmente 
mais empregado na avaliação hormonal e um excelente substitutivo à técnica de Radioimunoensaio
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
PARÂMETROS SOROLÓGICO E DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
 
Sem dúvida as técnicas sorológicas se tornaram ferramentas de grande importância, tanto na área 
clínica quanto de pesquisa. Os resultados dos inúmeros testes sorológicos que podem ser utilizados na 
elucidação de situações clínicas bastante indefinidas se somam a informações de caráter epidemiológico, 
anatomopatológico, a exames de imagem, tornando sua contribuição de fundamental relevância.
 
A sorologia contribui através da pesquisa de antígenos e anticorpos em amostras clínicas diversas e 
alcançando dessa forma, diferentes e expressivos resultados. A importância da detecção de anticorpos 
sob o aspecto do diagnóstico individual se faz importante por inúmeras razões, como por exemplo, a fim 
de distinguir e estabelecer diagnóstico para patologias com sintomas e sinais clínicos confundíveis, não 
são raras as situações em que duas patologias de origem distintas podem apresentar sinais e sintomas 
clínicos semelhantes. Como exemplo, podem-se citar as alterações osteo-articulares provocadas por 
ação do Lupus Eritematoso Sistêmico e por ação da Artrite Reumatóide, duas doenças autoimunes, com 
mecanismos de gatilho diferentes, as quais podem ser mais bem elucidadas pela utilização de técnicas 
sorológicas capazes de detectar anticorpos e específicos para cada caso. 
 
Outra situação bastante importante para o prognóstico, tratamento e avaliação de risco parao 
paciente é poder Diferenciar a fase da doença, através da pesquisa de anticorpos específicos como, por 
exemplo, IgM ou IgG e técnicas de avidez de anticorpos da classe IgG pode-se afirmar se um paciente 
encontra-se em fase aguda, em fase tardia ou ainda se vive uma situação de infecção primária ou 
reinfecção, informações estas de extrema validade. 
 
Diferenciar se um paciente encontra-se em situação de infecção primária ou em situação de re-
infecçao é de enorme importância no Diagnostico de doença congênita. Sabe-se que doenças como 
toxoplasmose, citomegalovirose, rubéola, sífilis, HIV dentre outras, podem trazer inúmeras complicações 
ao infectarem de forma primária uma gestante, pois além dos riscos óbvios para a mesma são relatados 
inúmeros efeitos e comprometimentos no RN. A técnica de avidez de IgG permite a clara diferenciação 
entre infecção primária e reinfecção tornando sua utilização de enorme importância.
 
Outro aspecto importante, ao qual a sorologia contribui enormemente é na seleção de doadores de 
sangue. Depois da descoberta do vírus HIV a seleção de doadores ganhou uma dimensão até então pouco 
discutida e estudada, a seleção de doadores pela detecção de anticorpos evita a utilização de bolsas de 
sangue, as quais possam conter agentes infecciosos causadores de doenças de grande relevância para 
saúde publica, por estarem associadas à dificuldade ou impossibilidade de cura, altas de taxas de morbi-
mortalidade, sequelas, hospitalização e ou falta de medidas Imunopreviníveis ou de soroterapia, e que 
poderiam vir a ser transmitida a pacientes até então sadios. 
A sorologia também colabora na triagem e seleção de doadores e receptores de órgãos e tecidos 
estabelecendo a compatibilidade entre os mesmos e a presença de anticorpos prévios em receptores, os 
quais seriam motivo de processos importantes de rejeição do órgão ou tecido transplantado.
 
Ainda permite avaliar o prognóstico da doença, ou seja, de acordo com o quadro de história natural 
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das doenças se a doença tende a evoluir a uma situação de cura ou de infecção crônica, de recuperado 
sadio, ou recuperado com sequelas ou irreversíveis como de óbito. Ainda relacionado a prognóstico 
a sorologia permite avaliar a eficácia da terapêutica e a suspensão da mesma, e por fim quando de 
um estado de imunidade a uma determinada patologia avaliar se a mesma é específica naturalmente 
adquirida ou artificialmente induzida, o que pode representar uma situação de infecção natural 
pregressa, muitas vezes pelo paciente desconhecida ou ainda uma situação confortável e desejável de 
imunidade a uma determinada doença gerada por resposta a uma vacinação por exemplo.
 
A pesquisa de anticorpo não é o único recurso na avaliação sorológica individual, a pesquisa de antígeno pra 
tal finalidade é igualmente se não superiormente importante. A pesquisa de antígenos para efeitos de avaliação 
individual contribui e deve ser utilizada como critério de cura, ou seja, a certeza que o individuo está curado e 
livre da doença pela ausência de antígenos em amostras biológicas. Na definição da etiologia da doença, evitar 
as situações de dúvidas geradas por doenças com sinais e sintomas perfeitamente confundíveis e também na 
seleção de doadores de sangue, diminuiria ainda mais a chance de uma doação de sangue contaminado.
 
Pelo que foi demonstrado, pode-se entender que a sorologia contribui unicamente para o diagnóstico 
com aspectos individuais de saúde e doença, no entanto a sorologia participa efusivamente da avaliação, 
prevenção e porque não dizer das tomadas de decisões que irão certamente repercutir em uma melhor 
condição e atenção a saúde de toda uma população. 
 
Os inquéritos soroepidemiológicos nesse sentido são extremamente importantes e necessários, a 
fim de se conhecer como ocorre a distribuição de uma determinada doença em uma determinada 
localidade, estabelecer sua, prevalência, verificar a erradicação da doença e verificar a reintrodução de 
novos casos em áreas consolidadas (incidência).
 
CONCEITOS GERAIS DE EPIDEMIA 
 
Uma epidemia é uma modificação, espacial e temporalmente delimitada, do estado de saúde-doença 
de uma população, caracterizada por um aumento progressivo, inesperado e descontrolado da incidência 
de determinada doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico estabelecido.
 
As epidemias podem ocorrer na forma de surto epidêmico caracterizada por ocorrer em espaços 
extremamente limitados como escolas, quartéis, condomínios de apartamento ou bairros, ou ainda de 
forma extremamente abrangente podendo atingir varias nações denominada de	Pandemia.
 
As epidemias podem didaticamente ser classificadas em explosiva, a qual refere-se a velocidade com 
que ocorre a primeira etapa de uma epidemia denominada de progressão, lenta quando a incidência 
máxima ocorre de maneira lenta, característica esta de doenças como por exemplo a hanseníase. 
Uma epidemia dita progressiva ocorre quando a transmissão ocorre pessoa a pessoa, por via 
respiratória, anal, oral e ou por vetores, sua progressão é lenta como em doenças transmissíveis 
respiratórias, doenças transmitidas pelo sexo ou por insetos e artrópodes. Uma epidemia também pode 
ser classificada como de	fonte	comum, quando a epidemia ocorre sem a inexistência de um mecanismo 
pessoa-pessoa, predominando a transmissão por água, alimentos, ar etc, ou por	fonte	pontual quando 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
ocorre por exposição a substâncias como gases tóxicos, radiantes e ou ionizantes.
Uma epidemia, representada por sua curva epidêmica pode ser sumariamente compreendida em 4 
fases distintas descritas como	Progressão: quando o numero de casos ultrapassa o limite endêmico 
(considerado o numero de casos normais para um determinado período e localidade) até o momento 
que atinge o seu ponto máximo conhecido como Incidência	Máxima	ou	Pico. 
 
A expansão da epidemia se extingue na medida em que ocorre uma diminuição dos expostos, 
com consequente diminuição do número de susceptíveis e implantação das medidas cabíveis de 
controle, estabelecendo o que se chama de fase de Regressão considerada. Portanto, a última fase na 
evolução de uma epidemia e acompanhada até que a incidência se torne nula a ou volte aos limites 
endêmicos. Uma quarta etapa fase ou etapa seria a egressão a qual estabelece o tempo de evolução 
de uma epidemia, determinada do seu início ate o seu fim (período representado na figura a seguir 
como uma seta de duas).
 
PARÂMETROS 
 
Um teste sorológico pode ser qualitativo, semiquantitativo ou quantitativo e a escolha do método 
que será utilizado depende se a sua aplicação será pra fins de triagem ou de diagnóstico. Dessa forma, 
um teste é dito qualitativo quando apenas informa se o resultado foi positivo (reagente) ou negativo 
(não reagente), o teste é semiquantitativo, quando a amostra biológica passar por processo de diluição 
e a maior diluição a apresentar resultado reagente será considerado o título da amostra, neste caso o 
resultado é dado como positivo na titulação determinada. O teste é considerado quantitativo, quando é 
capaz de detectar e informar a quantidade absoluta de antígenos ou anticorpos pesquisados na amostra, 
normalmente neste caso os resultados são expressos em Unidades Internacionais por ml (UI/ml).
 
Os testes podem ainda apresentar reações cruzadas, anticorpos direcionados contra um antígeno 
que reagem de maneira errônea a outro por serem ambos muito semelhantes estruturalmente e reação 
inespecífica,devido a uma grande concentração de imunoglobulinas na amostra do paciente.
 
Como dito anteriormente, os resultados de um teste sorológico podem ser classificados como 
reagentes ou positivos, não reagente ou negativo e ainda podem ser indeterminados ou inconclusivos. 
Para que se possa afirmar categoricamente um resultado, é extremamente importante que se tenha 
certeza da qualidade do ensaio que se está realizando, independente da técnica ser feita de acordo 
com as instruções de um fabricante, como no caso dos kits distribuídos comercialmente ou das 
técnicas padronizadas “in house”, ou seja, dentro de um laboratório, normalmente de pesquisa. Para 
tal é importante se avaliar uma técnica sob diferentes parâmetros dentre estes: Precisão, Exatidão, 
Índice kappa Eficiência, Valor Preditivo Positivo, Valor Preditivo Negativo, Prevalência, Sensibilidade, 
Especificidade, Limiar de Reatividade ou Cut-Off.
 
Precisão
 
Expressa a concordância dos resultados obtidos após várias repetições, indicando a possibilidade de 
erro acidental do método. Dessa forma, quanto menor a influência de fatores como temperatura, pH 
manipulação, tempo, maior será a precisão do teste.
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Exatidão
 
Demonstra a presença de erro na medida em que consegue apresentar a capacidade do teste de 
fornecer resultados muito próximos ao valor verdadeiro.
 
A precisão e a exatidão de um teste sorológico podem ser avaliadas por um teste denominado de 
índice kappa ou medidas de concordâncias, para melhor entendimento segue exemplo: 
 
Dois técnicos de análises clínicas de um laboratório são recrutados para avaliarem a precisão e 
exatidão de uma técnica sorológica, o que indiretamente também acabará revelando a acurácia com 
que estes profissionais executam normalmente tal procedimento, para tal recebe cada um 100 amostras 
de soro positivo e 100 amostras de soro negativo para a presença de anticorpos contra o HIV, sem saber 
quais destas 200 amostras recebidas são positivas ou negativas. É solicitado a cada um que realize o 
procedimento e após os resultados de ambos são comparados. 
 
A tabela a seguir apresenta os resultados obtidos pelos dois funcionários identificados como 1 e 2 
e as concordâncias e discordâncias entre eles, podem ser observadas avaliando os resultados nas linhas 
(Técnico 1) e colunas (Técnico 2).
 
Tabela 5 - Representação em letras das concordâncias entre dois observadores
Técnico	1
Técnico	2
Positivo Negativo Total
Positivo a b (a+b)
Negativo c d (c+d)
Total (a+c) (b+d) (a+b+c+d)
 
Observando-se a tabela entende-se que:
 
•	 (a)	Positivo para ambos os técnicos; 
 
•	 (b) Positivo para o 1 e Negativo para o 2; 
 
•	 (c)	Negativo para o 1 e Positivo para o 2; 
 
•	 (d) Negativo para ambos;
 
•	 (a+b)	Total de Resultados positivos para o 1; 
 
•	 (c+d)	Total de Resultados negativo para o 1;
 
•	 (a+c) Total de Resultados positivos para o 2;
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
 
•	 (b+d)	Total de Resultados Negativos para o 2.
 
Partindo do entendimento da tabela acima avalie a tabela abaixo, em que se substitui as letras 
pelos resultados obtidos pelos técnicos na execução do procedimento solicitado (lembrando que ambos 
receberam 200 amostras sendo 100 positivas e 100 negativas, mas os mesmos desconhecem essa 
informação - Ensaio Cego). 
 
Tabela 6 - Exemplo para cálculo de índice К
Técnico	1
Técnico	2
Positivo Negativo Total
Positivo 60 40 100
Negativo 50 50 100
Total 110 90 200
 
A seguir, para se chegar ao índice Kappa deve-se calcular a Po – Proporção de Concordâncias 
Observadas; Pe – Proporção de Concordância Esperadas
 
Po = A soma de todos os resultados que foram concordantes positivos e negativos para ambos os 
técnicos, dividida pelo total de amostras analisadas (N).
 
Nesse caso levando a distribuição das letras da tabela anterior, a fórmula estabelecida é: 
 
Po = a	+	d 
										N
 
Onde:
 
Po = 60 + 50 
 200
 
Po = 110 0,55 em	porcentagem	55%
 200
 
Pe = Concordâncias que se esperaria observar entre os dois técnicos, ou seja, tudo o que deveria 
ser positivo para 1 e que esperaria ser positivo para o 2 e assim de igual maneira para os resultados 
negativos.
Nesse caso levando a distribuição das letras da tabela anterior a fórmula estabelecida é: 
 
Pe = [			(a+c)	x	(a+b)	+	(c+d)	x	(b+d)			]
	 	 	 	 					N2	
 
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Onde:
 
Pe = [(110)x(100)+(100)x(90)]
 200 2
 
Pe = [ (11.000) + (9000) ]
 40.000
 
Pe = (20.000) = 0,5 em porcentagem 50%
 40.000
 
Por fim, para se estabelecer o índice kappa deve-se utilizar da seguinte fórmula:
 
Kα = Po - Pe
 1 - Pe
 
Onde; 
 
Kα = 0,55 – 0,5
 1 – 0,5
 
αK = 0,05 = 0,1
 0,5
 
Para entendermos melhor o que representa um índice kappa de 0,1 importante, deve-se observar a 
tabela abaixo:
 
Tabela 7 - Associação entre valor do índice K apurado e o grau de 
concordância entre as observações
Concordância Índice К apurado
0.00 - 0.20 ruim
0.21 - 0.40 fraca
0.41 - 0.60 moderada
0.61 - 0.80 substancial
0.81 - 1.00 quase perfeita
 
De acordo com o exemplo apresentado, um índice kappa de valor 0,1 indica um grau de concordância 
entre os dois técnicos ruins.
 
A figura a seguir, representação em alvo, apresenta os níveis de precisão e exatidão que se espera na 
execução de técnicas sorológicas diversas, nesse caso quanto maior o índice kappa, maior a exatidão e 
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precisão sendo o inverso também verdadeiro.
 
Figura 26 - Representação dos níveis de Precisão e Exatidão; A) Precisão e exatidão; B) Precisão e 
Inexatidão; C) Imprecisão e Exatidão; D) Imprecisão e Inexatidão. Fonte:http://image.slidesharecdn.com/
capacitacaodelaboratoriosvisaparanaciqeceq-130705100044 
 
Para entender os demais parâmetros deverá utilizar outro exemplo, usando como base uma tabela 
2x2, em que se analisa simultaneamente duas variáveis distintas. Neste caso, Pacientes doentes ou sadios 
“versus” Teste com resultado Positivo ou Negativo, mas que se relacionam. Para melhor entendimento 
do que vem a seguir, observe a tabela e busque compreender o significado de cada letra: 
 
Tabela 8 - Distribuição dos parâmetros
Resultados	
dos	Testes
Doença Total
Ausente Presente
Positivo (FP) (VP) (FP + VP)
Negativo (VN) (FN) (VN + FN)
Total (FP + VN) (VP + FN) (VP + VN + FP + FN)
 
Onde:
 
•	 FP	=	Resultados Falsos Positivos (Paciente Sadio cujo resultado do teste é Positivo para a doença);
 
•	 VN	=	Resultados Verdadeiros Negativos (Paciente Sadio cujo resultado do teste é Negativo para a 
Doença); 
 
•	 VP	=	Resultados Verdadeiros Positivos (Paciente Doente cujo resultado do teste é Positivo para a 
Doença);
 
•	 FN	=	Resultados Falsos Negativos (Paciente Doente cujo resultado do teste é Negativo para a 
Doença);
 
•	 (FP	+	VN)	=	Total dos resultados FP e VN em amostras sabidamente Negativas;
•	 (VP	+	FN)	=	Total dos resultados VP e FN em amostras sabidamente Positivas;
 
•	 (FP	+	VP)	=	Total de resultados Positivos no teste; 
 
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•	 (VN	+	FN)	= Total de resultados Negativos no teste;
•	 (VP	+	VN	+	FP	+	FN)	=	Somatória de Todos os resultados do teste.
 
Partindo do entendimento da tabela acima, busque compreender a situação que segue: Exemplo: 
Com o intuito de avaliar um kit sorológico para diagnóstico laboratorial de rubéola, um laboratório 
recorreu a sua soroteca (amostras de soro cujos resultados são conhecidos) para testar este novo kit e 
avaliar a sua implantação na unidade. Foram analisadas 100 amostras, sendo 50 positivas e 50 negativas 
para a pesquisa de anticorpos contra a rubéola, sendo assim avalie a tabela abaixo:
 
Tabela 9 - Exemplo para entendimento dos cálculos de parâmetros sorológicos
Resultados	dos	Testes Doença Total
Presente Ausente
Positivo 20 40 60
Negativo 30 10 40
Total 50 50 100
 
Com base nas tabelas 8 e 9, esperamos que possa compreender os cálculos dos parâmetros sorológicos 
a seguir e que muito contribuem para a avaliação da técnica ou kit em questão.
 
Entende-se por Eficiência de uma técnica sorológica, o somatório dos verdadeiros resultados 
positivos e verdadeiros resultados negativos em relação a população estudada, dessa forma:
 
Eficiência = VP + VN 
 VP + VN + FP + FN 
 
Onde: 
 
Eficiência = 40 + 30 
 100
 
Eficiência = 70 = 0,7 (em porcentagem 70%)
 100 
 
A Sensibilidade de um teste refere-se à porcentagem de resultados positivos em uma população de 
doentes, ou seja, avalia a proporção de resultados verdadeiros positivos, dessa forma:
 
Sensibilidade = VP__
 VP + FN
 
Onde de acordo com o exemplo: 
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Sensibilidade = ___40___
 40 + 10
 
Sensibilidade = ___40___ = 0,8 em porcentagem 80%
 50
 
A Especificidade indica a proporção de resultados verdadeiros negativos em uma população de sadios.
 
Especificidade = ___VN___
 VN + FP
 
Onde de acordo com o exemplo: 
 
Especificidade = ___10___ 
 10 + 40
 
Especificidade = 10 = 0,2
 50
Os Valores preditivos positivos e preditivos negativos dos testes indicam respectivamente a 
probabilidade de um paciente estar doente, quando o resultado de um teste é positivo e a probabilidade 
de fato estar sadio, quando o resultado do teste é negativo. Dessa forma, para o calculo do VPP e do VPN 
utilizamos das seguintes fórmulas:
 
VPP = ___VP___
 VP + FP 
 
VPN = ___VN___
 VN + FN
 
Onde de acordo com a tabela para o cálculo do VPP temos:
 
VPP = __40__
 60
 
VPP = 0,67 em porcentagem 67%
 
E de acordo com a tabela para o cálculo do VPN temos:
 
VPN = ___30___
 40
 
60
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VPN = 0,75 em porcentagem 75%
Outro Parâmetro sorológico bastante importante utilizado, sobretudo em inquéritos 
soroepidemiológicos é a Prevalência, o qual exprime a porcentagem de indivíduos doentes em uma 
população. Portanto, utiliza-se da seguinte fórmula:
 
Prevalência = VP + FN 
 VP + VN + FP + FN
 
Utilizando dos dados da tabela:
 
Prevalência = ____50____ = 50%
 100
 
Para compreender o exemplo, a análise do kit deve ser feita utilizando os parâmetros citados 
e avaliando a que se destina seu uso. Os valores só terão significados a partir do momento que a 
finalidade estiver estabelecida. Dessa forma, poderá avaliar se o kit é ou nem eficiente a aquilo que 
se pretende destinar.
 
Tabela 10 - Quadro resumo dos resultados apurados no exemplo mencionado
Parâmetro Resultado
Eficiência 70%
Sensibilidade 80%
Especificidade 20%
VPP 67%
VPN 75%
Prevalência 50%
 
Limite de Reatividade ou Cut-Off
 
Entende-se por limite de reatividade ou cut-off a região de corte do teste sorológico, m que valores 
apurados acima do mesmo serão considerados positivos e abaixo negativos. 
 
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE DOENÇAS CONGÊNITAS 
 
Doenças congênitas são desordens que afetam o recém-nascido antes do nascimento ou logo após o 
parto. Normalmente, podem apresentar dimensões variadas, associado desde má-formação, alterações 
pondero estaturais, deficiências funcionais, retardo mental e até culminar em aborto. As principais 
doenças congênitas de que iremos tratar são: Citomegalovirose, Rubéola, Sífilis e Toxoplasmose. 
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Citomegalovirose
 
 O CMV assim como é conhecido o cítomegalovíus, é um agente pertencente a família herpesviridae, 
sub família α herpesvirinae. É um vírus formado por material constituído de DNA co simetria icosaédrica 
e de envelope lipídico e é considerado um dos agentes mais importantes e a causa mais comum de 
infecção congênita no homem. Nos EUA estima se que ocorram cerca de 40.000 novos indivíduos 
infectados por ano.
 
Estima-se que cerca de 25 a 30% das crianças, cuja mãe teve infecção primaria durante a gestação 
nasçam com sequelas, como surdez, cegueira, retardo mental e déficits neurológicos. Em situações mais 
graves, podem apresentar a doença da Inclusão Citomegálica, a qual atinge de 1-2% dos infectados e 
apresentam como sintomas icterícia, hepatoesplenomegalia, petéquias, microcefalia, coriorretinite e 
calcificações cerebrais.
 
A infecção também pode ocorrer através do trabalho de parto e pelo aleitamento materno, variando 
a frequência de infecção por essas vias de 7 a 40 %. O período de incubação é de cerca de 8 semanas, e 
a infecção pode passar de forma assintomáica, ou em quadros que mimetizam uma gripe ou em casos 
mais particulares uma pneumonite.
 
O diagnóstico de infecção pode ser realizado de diferentes formas, através do exame direto das 
amostras em microscopia eletrônica, utilizando amostras de urina e secreções orofaringeanas do RN 
e, também, a partir do exame histopatológico, em que se evidencia o efeito citopático característico, 
conhecido “olhos de coruja”, por técnica de biologia molecular como a reação em Cadeia pela Polimerase, 
além do isolamento em cultura de células.
 
Inúmeras técnicas sorológicas podem ser empregadas para o diagnóstico de infecção por 
citomegalovírus, como Reação de Fixação de complemento, em que hoje é menos utilizado, por 
apresentar problemas de sensibilidade, técnicas de aglutinação em látex, Imunofluorescência indireta, e 
a técnica de ELISA indireto.
 
A técnica de referência considerada o padrão ouro é acultura de célula, no entanto a mesma requer 
muito tempo para se conseguir finalizar em média um resultado definitivo. Só é obtido entre 2 e 4 
semanas, após a inoculação da amostra na cultura de células.
 
Para o diagnóstico de infecção congênita não tem validade a pesquisa em amostras do RN de 
anticorpos da classe IgG, em razão da transferência de anticorpos pela placenta. Nesses casos, a técnica 
de captura de IgM por método de ELISA é AA técnica mais adequada logo após o parto. Outro parâmetro 
a ser observado e que contribui para o diagnóstico é a manutenção dos títulos de anticorpos IgG após o 
parto, visto que anticorpos maternos transferidos tendem a decair e a manutenção dos títulos indicaria 
uma infecção natural doRN. Na gestante com suspeita de ter sido infectada, a recomendação é a 
técnica de Avidez para IgG. Nesse caso, um resultado demonstrando a presença de baixa avidez indicaria 
infecção primária recente, enquanto que a presença de anticorpos IgG de alta avidez seguramente 
indicaria uma reinfecção ou infecção regressa. 
 
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Rubéola
 
O vírus da rubéola é membro da família Togaviridae, gênero Rubivírus. É um vírus constituído de RNA, 
icosaédrico e envolto por envelope lipídico. Apesar de ser considerada uma doença benigna da infância, 
a preocupação reside durante a gestação por saber de seu enorme potencial teratogênico. Entende-se 
por efeito teratogênico qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, 
estando presente durante a fase embrionária ou fetal, pode produzir uma variedade de alterações na 
estrutura e função de diferentes órgãos e tecidos que pode levar.
 
A infecção congênita pelo vírus da rubéola pode ocorrer durante todo o período de gestação, 
normalmente mais intensa se ocorrem no primeiro trimestre e as crianças infectadas tornarem-se 
eficientes na excreção do vírus por meses e até anos.
 
A rubéola congênita apresenta uma abrangência de sintomas, com a possibilidade de apresentar 
desde quadros assintomáticos como anomalias múltiplas, 2/3 dos casos apresentam formas sub-clinicas 
ou assintomáticas e infecções aparentes, em que podem ocorrer mesmo após 2 – 3 anos depois da 
infecção primária. 
 
Para o diagnóstico o método de ELISA é o Teste de escolha atual, através da detecção de anticorpos 
da classe IgG por técnica Indireta ou pela técnica de Captura para IgM. Em gestantes, recomenda-se a 
técnica de Avidez.
 
Em uma Infecção Primária o IgM é positivo a partir de 1 a 3 dias após o início da doença, a 
positividade para IgG começa a aparecer à partir do 3° - 4 / dia e mantem-se positivo indefinidamente, 
e anticorpos de baixa avidez só serão substituídos por de maior avidez após em média 5 meses 
do início da infecção. Já na reinfecção, os níveis de IgG tendem estar 4 vezes a mais dos títulos 
apresentados anteriormente, a alta avidez é positiva e o IgM pode ou não estar presente a depender 
da fase em que se colheu a amostra.
 
Na Rubéola Congênita, o teste de captura para IgM será certamente positivo, o IgG de baixa avidez 
no recém-nascido detectável entre 2 meses e 1 ano e IgG (RN) positivo por mais de 6 meses, indicando 
que se tratam de anticorpos naturais e não de transferência materna.
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
 
Figura 27 - Fluxograma de acompanhamento de Infecção congênita pelo vírus da Rubéola.
 
Sífilis
 
A sífilis é considerada uma importante doença sexualmente transmissível e uma doença congênita 
das mais importantes, podendo ser transmitida através da transfusão de sangue ou por contato direto 
com sangue de pessoa contaminada. 
 
A bactéria causadora é uma espiroqueta denominada de Treponema pallidum. Para se entender a 
dimensão da doença no Brasil, nos anos de 1990-1993 estimou-se a existência de cerca de 130.000 
casos anuais, sendo que o estado de São Paulo detinha cerca de 7,0% dos casos.
 
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Figura 28 - Imagem de Treponema pallidum (notar a forma característica de espiral).
 
A doença sífilis pode se manifestar em três formas distintas denominadas de formas primária, 
secundária e terciária. A forma primária é caracterizada pela presença de um cancro duro na região 
genital, os quais desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes; associado à formação do 
cancro nota-se a presença de gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas.
 
Fonte: https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTrKyYOP7_Uq1PLMS17RW0EYCY4kfgRX0i_UPKlSzbzqUd5UPv
 
A fase secundária é caracterizada pelo aparecimento de lesões mucosas, e avermelhadas sob a pele, 
mucosa oral, palmas das mãos e nas plantas dos pés. Ainda, pode ser acompanhadas de febre, mal estar, 
mialgia, linfadenopatia, perda de apetite, as quais normalmente também desaparecem sem tratamento 
específico. No entanto, sabe-se que assim como na fase primária a doença não está desaparecendo de 
fato, mas evoluindo pois o microrganismo continua ativo no organismo do hospedeiro.
 
Fonte: http://saludbio.com/sites/default/files/images/sifilis_0.jpg
 
A fase terciária ocorre de maneira bem mais tardia em média 20 anos após a infecção natural e é 
caracterizada por lesões destrutivas do SNC e lesões cardiovasculares.
 
Estima-se uma chance de infecção congênita superior a 50% nos casos de infecção primária ou 
secundária não tratada em gestantes. Nestas situações, aventa-se a possibilidade de 40%, da infecção 
levar a morte fetal por natimortalidade ou abortamento.
 
O diagnóstico é baseado em antecedentes maternos, também pela pesquisa de Treponema (Testes 
Treponêmicos), no entanto a técnica Gold standard é a pesquisa em campo escuro por coloração por 
Fontana Tribondeau e ou por Imunofluorescência indireta. 
 
As duas técnicas mais empregadas, no entanto são conhecidas com VDRL, já descrita anteriormente 
e a técnica de FTA- Abs (FTA-ABS – Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption). Esta técnica 
ocorre em duas etapas: inicialmente a amostra do paciente (soro) é aplicada sob o substrato antigênico 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
presente em uma lâmina de vidro. Com a presença de anticorpos na amostra, esses se fixam ao antígeno 
estabelecendo a formação de um complexo Ag-Ac. Na segunda etapa adiciona-se um conjugado 
(antigmaglobulina marcada com substância fluorescente, neste caso fluoresceína). A interpretação é 
feita pela observação de fluorescência característica de cor verde brilhante. O resultado é expresso em 
cruzes de 1 a 4, ou seja, quanto mais cruzes, mais intensa é a fluorescência e, portanto mais anticorpos 
estavam presentes na amostra.
 
Toxoplasmose
 
A Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um protozoário 
chamado Toxoplasma gondii, o mesmo pode vir a ser encontrado nas fezes de gatos e outros felinos e 
os Homens, sendo que outros animais também podem hospedar o parasita.
 
A doença pode ser adquirida de várias formas, sendo as mais usuais a ingestão de alimentos, de 
forma especial carnes cruas ou mal passadas, sobretudo as provenientes de porco e caprino.
 
Os pacientes infectados podem apresentar um quadro com sintomatologia variada, sendo que alguns 
desses sintomas denotam maior preocupação, como a presença de manchas pelo corpo, linfadenopatia, 
dificuldade para enxergar, sendo um sinal importante de possibilidade de evolução para cegueira, e ou 
lesões da retina.
 
A toxoplasmose aguda é caracterizada pela presença de anticorpos das classes IgM, IgA e IgE. Os 
anticorpos da classe IgG apresentam-se em rápida ascensão ou títulos elevados e baixa avidez avidez 
de anticorpos da classe IgG.
 
SOROLOGIA EM BANCO DE SANGUE 
 
É indiscutível a importância dos testes de triagem em banco de sangue, a fim de se evitar a transfusão 
de bolsas contaminadas. Esta preocupação vem impulsionando os serviços e ações voltados à uma 
seleção de doadores e condições adequadas de saúde, cujo principal objetivo de fato é protegertanto 
doadores quanto os futuros receptores.
 
A triagem laboratorial envolve inúmeros procedimentos dentre os quais se destacam: 
 
•	 Tipagem sanguínea com fator Rh;
 
•	 Pesquisa de Anticorpos irregulares;
 
•	 Prova de falcização (anemia falciforme);
 
•	 Pesquisa de Sífilis;
 
•	 Pesquisa de chagas;
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•	Detecção de anticorpos anti HIV 1 e 2;
 
•	Detecção de anticorpos anti Virus linfotrópico de células T (HTLV 1 e 2);
 
•	Avaliação de Hepatites B e C. 
 
SOROLOGIA PARA DOENÇA DE CHAGAS EM BANCO DE SANGUE 
 
A técnica de ELISA é a metodologia de escolha para a triagem de doadores de sangue. A técnica de 
hemaglutinação só deve ser considerada como um segundo teste de triagem. “Do ponto de vista dos serviços 
de hemoterapia e de acordo com a legislação vigente, deverá ser realizado um teste imunoenzimático de 
elevada sensibilidade na triagem sorológica para doença de Chagas em doadores de sangue”.
 
SOROLOGIA PARA SÍFILIS EM BANCO DE SANGUE 
 
A escolha dos testes para triagem de sífilis em doadores de sangue está associada a vários fatores. 
O VDRL tem menor especificidade quando comparado a outros testes e ainda seus resultados são 
subjetivos e a técnica não permite automação. No entanto, seu custo é baixo em comparação com 
as demais técnicas o que o habilita a ser usado como teste de triagem e como teste confirmatório 
preconiza-se a FTA-ABS. Sendo assim, utiliza-se conforme o preconizado pela legislação em vigor, um 
teste treponêmico (FTA-Abs) e um não treponêmico (VDRL)
 
SOROLOGIA PARA HEPATITE C (HCV) EM BANCO DE SANGUE 
 
O diagnóstico da infecção pelo HCV baseia-se na detecção de anticorpos e, em alguns casos, na 
detecção do RNA viral por metodologias moleculares, principalmente para se estabelecer hepatite crônica. 
Os testes mais utilizados são baseados na técnica de ELISA comercializados no Brasil desde 1993.
 
A confirmação sorológica da infecção pelo HCV deve ser realizada por meio da técnica de imunoblot 
e em casos de positividade, a amostra deve ser confirmada por técnica de biologia molecular.
 
Sorologia para Hepatite B (HBV) em Banco de Sangue
 
O diagnóstico de infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) em banco de sangue fundamenta-se na detecção 
de três marcadores sorológicos, conhecidos como: (HBsAg), antígeno de superfície do vírus da hepatite B, de 
anticorpos IgM e IgG contra o antígeno do capsídeo viral, também conhecido como anti-HBC e a pesquisa de 
anticorpo contra o HBsAg, teste este conhecido pelo nome de anti-HBs. As técnicas mais empregadas para 
triagem em banco de sangue são o ELISA e as técnicas de quimioluminescêcia comercialmente disponíveis.
 
SOROLOGIA PARA HIV 1 E 2 EM BANCO DE SANGUE 
 
Os testes utilizados não detectam diretamente o vírus HIV, mas de forma indireta, anticorpos são 
produzidos quando em contato com o vírus. A janela sorológica atualmente não é superior a 22 dias, e 
detecção do RNA viral ocorre em média após 15 dias da exposição. 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Para detecção de anticorpos, pode-se utilizar de diferentes técnicas como ELISA, hemaglutinação, 
imunofluorescência e imunoblot ou Western blot e para verificar a presença de RNA viral utiliza-
se a técnica de biologia molecular, conhecida como PCR (polymerase chain reaction). Os Ensaios 
imunoenzimáticos atuais são capazes de detectar tanto a presença de anticorpos da classe IgG, quanto 
da classe IgM.
 
SOROLOGIA PARA HTLV 1 E 2 EM BANCO DE SANGUE 
 
O diagnóstico sorológico da infecção pelo HTLV-1 e 2 é baseado na detecção de anticorpos anti-
HTLV-1 e anti-HTLV-2 e existem comercialmente testes chamados de combinados, os quais permitem 
avaliar concomitantemente a presença de anticorpos contra os tipos 1 e 2.
 
Esses testes utilizam com princípio, a tecnologia de antígenos recombinantes e a técnica de PCR 
também demonstra ser de grande valia na elucidação dos casos suspeitos ou de resultados indeterminados. 
 
O teste para triagem em doadores de sangue mais utilizado é o ELISA e para a confirmação 
preconizam-se as técnicas de Western blot ou imunoblot.
 
SOROLOGIA PARA MALÁRIA EM BANCO DE SANGUE 
 
Para o diagnóstico parasitológico preconiza-se a detecção de formas do parasita na corrente 
sanguínea: gota espessa, QBC (quantitative buffy coat – QBC®; Parasight®-F), sondas de DNA, PCR 
(identificação de espécie). Nas regiões com alta endemicidade e transmissibilidade deve ser realizado o 
exame de gota espessa e nas regiões endêmicas, porém sem transmissão ativa, recomenda-se o exame 
sorológico.
 
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS AUTOIMUNES 
 
São inúmeros os fatores desencadeantes de doenças autoimunes, dentre esses se destacam fatores 
ambientais tais como Infecções, Hormônios, Fármacos, Radiação UV, Estresse Psicológico e Dieta. Os 
fatores ambientais citados como desencadeantes somam-se a herança genética, que em conjunto 
com tais fatores torna o surgimento de uma doença autoimune uma bomba relógio programada para 
explodir a qualquer momento.
 
Vários pesquisadores vêm buscando encontrar as principais causas e fatores associados às varias 
doenças autoimunes conhecidas e clinicamente descritas. Grande parte dessas doenças associa-se a 
alelos do sistema HLA, como no caso de indivíduos portadores do alelo HLA B27, em que 90 % dos 
indivíduos com este, apresentam uma doença autoimune conhecida com espondilite anquilosante, e 
100% dos indivíduos com alelo HLA DR3/DQW8 apresentam diabetes mellitus.
As doenças autoimunes podem ser classificadas em dois grupos. O primeiro denominado de doenças 
órgão específicas e o segundo doenças autoimunes sistêmicas.
 
As principais doenças autoimunes conhecidas como órgãos específicas são:
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•	 Tireoidite de Hashimoto;
 
•	Mixedema primário;
 
•	Doença de Graves;
 
•	Anemia perniciosa;
 
•	Doença de Addison;
 
•	Miastenia Grave;
 
•	Diabetes melito insulino dependente;
 
•	 Síndrome de Goodpasture;
 
•	Doença Celíaca.
 
As doenças autoimunológicas descritas como sistêmicas são:
 
•	 Lúpus Eritematoso sistêmico;
 
•	Artrite Reumatóide;
 
A seguir serão apresentadas as principais doenças autoimunes, suas características clínicas e de 
diagnóstico.
 
Doença Celíaca
 
Distúrbio no intestino delgado, relacionado com má absorção e intolerância ao glúten. Os cereais 
que contêm glúten têm gliadina - uma fração proteica - que é a responsável pelo dano na mucosa 
intestinal. As causas, entre outras em estudo, poderiam ser: predisposição genética, falta de enzima 
digestiva e formação de anticorpos. 
 
Do ponto de vista clínico laboratorial associa-se doença celíaca com os alelos HLA-B8, DR3, DR7. 
Como sintomas, o paciente apresenta perda de peso, dor abdominal.
 
Em pacientes com suspeita de doença celíaca recomenda-se dosar anticorpos antitransglutaminase 
e IgA sérica. Em casos de altos níveis de anticorpos recomenda-se biópsia de intestino para análise 
histopatológica. Confirmado a doença celíaca, o paciente deve iniciar uma dieta sem glúten para 
controle dos efeitos.
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Anemia Perniciosa
 
A anemia perniciosa é determinada por uma deficiência de vitamina B12 em decorrência da má-absorção, provocadas por reações autoimunes dirigidas contra as células parietais gástricas e seus 
produtos. A absorção da vitamina B12 requer o fator intrínseco (IF) produzido no estômago. Em 90% 
dos pacientes a deficiência da absorção ocorre por Acs anti-fator intrínseco (Anti–IF). 
 
Como consequência dessa doença autoimune, os pacientes ainda podem apresentar pólipos gástricos 
e neoplasia gástrica.
 
Doença de Graves
 
Na enfermidade autoimune conhecida como Doença de Graves, os pacientes apresentam anticorpos 
que reconhecem o hormônio estimulante da tireóide (TSH) mimetizando-o, e levando à ativação 
contínua da tireóide com consequente aumento dos níveis de T3, T4 e redução do TSH.
 
Como consequência, o paciente apresenta Hipertireoidismo, oftalmopatia e dermopatia inflitrativa.
 
 
Figura 29 - Oftalmopatia típica da Doença de Graves.
 
Artrite Reumatóide
 
A artrite reumatóide é uma inflamação crônica das articulações, com destruição progressiva de 
cartilagens e estruturas ósseas. O mecanismo imunológico associado, envolve a participação de 
Linfócitos B das membranas sinoviais produzindo Acs (IgM), contra a porção Fc de IgG produzidas contra 
infecções ou em processos de respostas inflamatórias.
 
Os possíveis fatores os quais podem se associar a atrite são de origem hormonal, fato evidenciado pelo 
maior número de mulheres acometidas em relação aos homens, proporção de 3:1 e agentes infecciosos 
diversos tais Mycoplasma, Vírus da Rubéola, CMV, Herpes, Parvovírus B19, EBV e Mycobacterium 
tuberculosis, além da presença de alelos HLA-DR4 e HLA DR1. 
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Figura 30 - Deformidade típica de artrite reumatoide.
 
Lupus Eritematoso Sistêmico 
 
O LES é reconhecido como uma doença crônica e multissistêmica, comprometendo inúmeros órgãos 
e tecidos. Apresenta-se na presença de fatores genéticos, tais como HLA DR3, deficiência de proteínas 
C2 e C4 do sistema complemento, fatores hormonais razão pela qual as mulheres são invariavelmente 
mais afetadas que os homens na proporção de 10:1 e Fatores ambientais como exposição a Uv-B e 
medicamentos como procainamida, hidralazina, clorpromazina, isoniazinas, practolol e metildopa).
 
No LES são detectados anticorpos autorreativos contra constituintes nucleares. Em outras palavras, 
produzem-se anticorpos antinúcleo, anti-DNA, ribonucleoproteínas, histonas e antígenos de nucléolos. 
Os complexos imunes formados acabam por se depositar nos glomérulos renais, articulações, pele e vasos 
sanguíneos, levando a quadros de glomerulonefrite, poliartrite, fadiga, aftose oral, fotossensibilidade 
entre outros sintomas.
 
Laboratorialmente os pacientes lupínicos apresentarão VHS aumentado, Leucopenia, Presença de 
anticorpos anti-dsDNA, Deficiências das proteínas do sistema complemento e aumento dos níveis de 
creatinina sérica.
 
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DAS ALERGIAS 
 
As alergias consistem de uma resposta exacerbada do sistema imunológico, a determinado estímulo 
e substância, sendo conhecida imunologicamente como reação de hipersensibilidade.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
As reações alérgicas são específicas e podem ser classificadas em imediatas, ocorrendo em minutos 
após o estímulo ou tardias podendo surgir após muitas horas. Atualmente quando se fala em alergia, 
uma lista importante de eventos é associada, tais como as alergias de origem alimentar a frutos do mar, 
amendoim e castanha, leite, ovo, soja e trigo. Os efeitos nesses casos mais comuns são inchaço nos 
olhos, coceira na língua ou na garganta. A asma, renite, dermatite tópica e as dermatites de contato são 
outros exemplos típicos de alergia.
 
 O diagnóstico de alergia está longe de ser uma tarefa simples, é um diagnóstico preponderantemente 
clínico, o qual pode ser favorecido por testes cutâneo e por exames laboratoriais diversos. Os testes 
cutâneos muitas vezes podem ser realizados no ambiente do consultório médico e geralmente são 
suficientes para a confirmação da suspeita. Na impossibilidade recorre-se a exames laboratoriais, como 
dosagens de imunoglobulinas IgE e IgA por técnicas de ELISA e ou RAST.
 
É importante salientar, que mesmo os resultados negativos contribuem enormemente com o PIS, 
permitindo ao clínico excluir determinadas alergias, facilitando assim, a investigação de outras suspeitas. 
 
 
Figura 31 - Algoritmo para diagnóstico de Alergias.
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O ImmunoCAP Phadiatop é um teste sanguíneo desenvolvido para distinguir os doentes atópicos 
dos demais. Os resultados indicam uma maior ou menor probabilidade atopia. Um resultado negativo 
indica que os sintomas não são causados por alergénos ambientais comuns. A partir daí, o médico pode 
explorar outras possibilidades.
 
No algoritmo apresentando, também se nota uma associação entre o fator idade com o aparecimento 
de determinadas manifestações alérgicas, bem como os alérgenos mais comuns em cada situação.
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 1
 
Faça uma pesquisa em sua rua, bairro, parques e praças indagando as pessoas sobre o conhecimento 
acerca das doenças autoimunes. Pergunte se já ouviu falar, se sabe sobre como se trata, sobre o 
diagnostico etc. Apresente os resultados a sua turma.
 
O professor pode formar grupos e atribuir uma doença a cada grupo para que possam fazer a 
pesquisa.
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 2
 
Faça uma Pesquisa sobre as principais doenças previsíveis por vacinação e apresente as novas 
perspectivas em termos de vacinação.
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 3
 
Faça uma visita a um laboratório de análises clínicas e faça um relatório sobre automação no setor 
de imunologia.
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 4
 
Faça uma maquete representando uma molécula de anticorpo.
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