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Imunologia Clínica Sorodiagnóstico (TAC)

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Imunologia Clínica e 
Sorodiagnóstico
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Imunologia Clínica e 
Sorodiagnóstico
Copyright © 2015 Editora etb Ltda.
1ª edição
Todos os direitos reservados.
 
 
Diretora acadêmica: Simone Savarego
Coordenadora editorial: Rosiane Aparecida Marinho Botelho
Produção editorial: Lab 212
As informações e as imagens são de responsabilidade dos autores.
Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora.
A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das informações contidas neste livro.
 
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
 
Esse livro está catalogado na CIP.
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Palavra da Abril Educação
 
Desenvolver uma geração de profissionais capazes de estar à frente de um mercado de trabalho 
desafiador, que exige cada vez mais eficiência e competências comprovadas, é uma das preocupações 
mais evidentes dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, dos gestores de políticas públicas e dos 
desenvolvedores de programas implementados.
 
Com o objetivo de conquistar esse desafio e contribuir para a formação de profissionais 
competentes e eficazes, o Sistema etb de ensino técnico apresenta uma proposta de apoio ao 
processo de ensino-aprendizagem, a partir de um material didático desenvolvido especificamente 
para programas de formação profissional – Cursos Profissionalizantes de Nível Médio – na modalidade 
Subsequente e Concomitante.
 
Abrangendo mais de 12 eixos de conhecimento e com mais de 50 coleções de “cadernos de 
conteúdo”, o Sistema etb cobre mais de 90% das demandas de formação profissional por todo o 
Brasil, contando com o endosso da Abril Educação, cuja trajetória bem-sucedida já atravessa cinco 
décadas.
 
O Sistema etb tem ao seu dispor a experiência e a abrangência de um dos maiores expoentes no 
setor educacional, com destaque para metodologias diferenciadas e recursos educacionais exclusivos 
para a educação profissional.
 
A oferta de programas de formação profissional, baseada em um material didático de qualidade 
e focado no desenvolvimento de habilidades e competências, associada à sequência de políticas 
públicas que estimulam o investimento no setor da educação profissional compõem uma proposta 
aos cidadãos para que consigam entrar no mercado de trabalho pela porta da frente, como convidados 
a exercer suas atividades de maneira segura e eficiente em empresas que clamam por profissionais 
diferenciados.
 
Este livro é mais um convite na direção da real compreensão da expressão SER PROFISSIONAL. 
O objetivo deste curso é a formação de profissionais que não só tenham conhecimento profundo e 
capacidade de resolver problemas, mas também sejam criativos, éticos e preocupados com ações e 
processos sustentáveis.
 
A reunião de autores renomados na área do ensino fortalece o caráter criterioso e responsável dos 
capítulos componentes desta obra, para que, com eles, o aluno esteja provido do material necessário 
para iniciar sua carreira profissional, a qual será repleta de conquistas e outras lições.
 
Ivan Sartori
Diretor de Novos Negócios da Abril Educação
Mantenedora do etb – Editora Técnica do Brasil
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Autor(es)
 
Debora Gerhardt
 
Biomédica formada pela Universidade Bandeirante. Realizou treinamento técnico em Virologia no 
Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, atuando em pesquisas com Retrovírus Endógenos Humanos. 
Docente da disciplina de Biologia Celular e Molecular no curso de Análises Clínicas – Pronatec – da 
Universidade Paulista – UNIP
 
Érica Olandini 
 
Especialista em bioecologia e conservação e graduada em ciências biológicas pela Universidade 
Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Atuou como estagiária do Departamento de Entomologia na Escola 
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP (ESALQ/USP). Atualmente é técnica de laboratório de 
microbiologia, imunologia e parasitologia da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).
 
Fernanda Cristina Campos
 
Especialista em Análises Clínicas pela UNIMEP e graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas 
pela Universidade Me- todista de Piracicaba (UNIMEP). Atuou em iniciação científica por quatro anos no 
Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP) durante a graduação e, após formação do ensino 
superior, foi docente eventual em escolas públicas (ensino fundamental I e II) e docente da Enfermap 
(ensino técnico) por quase dois anos, mi- nistrando as disciplinas de Microbiologia, Parasitologia, 
Citologia, Histologia e Bases Biológicas. Atualmente é mestranda no CENA/USP do departamento de 
Nutrição Animal e atua nas linhas de pesquisa de controle de verminose e nutrição animal.
 
Flávio Buratti Gonçalves
 
Biomédico pela Universidade de Mogi das Cruzes, com Habilitação em Análises Clínicas, Especialista 
em Diagnóstico Laboratorial de Doenças Tropicais pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em 
Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Doutorando em Fisiopatologia Ambiental e 
Experimental pela Universidade Paulista -UNIP. Coordenador Geral do Pronatec em Análises Clínicas 
da UNIP. Atua como Docente do nível superior desde 1998 nas áreas de Fisiopatologia, Microbiologia, 
Imunologia e Parasitologia Básicas e Clínicas. As linhas de pesquisa: Avaliação de sensibilidade de 
bactérias patogênicas a antimicrobianos sintéticos e naturais; Investigação epidemiológica de infecções 
bacterianas, fúngicas e virais de importância a saúde pública ; Novas metodologias e parâmetros 
clinico laboratoriais para avaliação diagnóstica.
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Sumário
Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Debora Gerhardt, Érica Olandini, Fernanda Cristina Campos e Flávio Buratti Gonçalves
INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA ..........................................................................................................................7
RESPOSTA IMUNE INATA ...................................................................................................................................9
BARREIRAS FÍSICO-QUÍMICAS DA RESPOSTA IMUNE ........................................................................ 10
CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE INATA ...................................................................................................... 10
CITOCINAS .............................................................................................................................................................11
SISTEMA COMPLEMENTO ............................................................................................................................... 12
INFLAMAÇÃO ....................................................................................................................................................... 13
RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA ................................................................................................................... 14
CÉLULAS, TECIDOS E ÓRGÃOS LINFOIDES ................................................................................................ 16
CÉLULAS DENDRÍTICAS ..................................................................................................................................... 19
LINFÓCITOS ........................................................................................................................................................... 20
TECIDOS E ÓRGÃOS ..........................................................................................................................................21
SISTEMA LINFÁTICO .......................................................................................................................................... 22
ANTICORPOS (IMUNOGLOBULINAS) .......................................................................................................... 23
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS ............................................................................................................... 25
O EXPERIMENTO DE JENNER ......................................................................................................................... 27
IMUNIZAÇÃO ....................................................................................................................................................... 28
CUIDADOS COM OS IMUNOBIOLÓGICOS ................................................................................................. 30
SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS ............................................................. 31
EVENTOS ADVERSOS A VACINAÇÃO .......................................................................................................... 35
SOROTERAPIA ...................................................................................................................................................... 37
PREPARO DE REAGENTES E AMOSTRAS BIOLÓGICAS ........................................................................ 38
TÉCNICAS SOROLÓGICAS ................................................................................................................................. 39
PARÂMETROS SOROLÓGICO E DIAGNÓSTICO CLÍNICO ...................................................................... 51
CONCEITOS GERAIS DE EPIDEMIA .............................................................................................................. 52
PARÂMETROS ...................................................................................................................................................... 53
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE DOENÇAS CONGÊNITAS ................................................................. 60
SOROLOGIA EM BANCO DE SANGUE ......................................................................................................... 65
SOROLOGIA PARA DOENÇA DE CHAGAS EM BANCO DE SANGUE ............................................... 66
SOROLOGIA PARA SÍFILIS EM BANCO DE SANGUE .............................................................................. 66
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SOROLOGIA PARA HEPATITE C (HCV) EM BANCO DE SANGUE ....................................................... 66
SOROLOGIA PARA HIV 1 E 2 EM BANCO DE SANGUE ....................................................................... 66
SOROLOGIA PARA HTLV 1 E 2 EM BANCO DE SANGUE .................................................................... 67
SOROLOGIA PARA MALÁRIA EM BANCO DE SANGUE ...................................................................... 67
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS AUTOIMUNES ..................................................................... 67
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DAS ALERGIAS ................................................................................................. 70
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 1 ...................................................................................................................... 72
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 2 ...................................................................................................................... 72
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 3 ...................................................................................................................... 72
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 4 ...................................................................................................................... 72
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Debora Gerhardt, Érica Olandini, 
Fernanda Cristina Campos e Flávio Buratti Gonçalves
INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA
 
Bases Históricas e Conceitos Gerais 
 
Imunologia é a área da biologia destinada ao estudo do sistema imunológico dos organismos, 
ou seja, como o organismo responde à invasão de agentes estranhos, que podem ser componentes 
de microrganismos e macromoléculas, como polissacarídeos e proteínas, entre outros. Quando isso 
ocorre, inicialmente há a fase de reconhecimento, e posteriormente, a eliminação. A imunologia é uma 
especialidade tardia no processo de evolução, pois aparece somente nos vertebrados, nos quais é muito 
importante para a sobrevivência, combatendo não somente a invasão de microrganismos, mas também 
células tumorais.
 
A origem da Imunologia geralmente é atribuída a Edward Jenner, um médico inglês que, no 
século XVIII, observou que as mulheres que ordenhavam vacas pela qual se recuperaram da vaccínia, 
ou varíola bovina, não contraiam a varíola, que é uma forma mais grave e geralmente fatal. A partir 
dessas observações, em 1798, Jenner demonstrou que a inoculação de amostras de varíola bovina em 
indivíduos sadios conferia proteção contra a varíola, procedimento esse que foi denominado vacinação.
 
Mais tarde descobriu-se ainda, que o processo de imunidade não ocorre apenas pelo contato com os 
agentes invasores do organismo, mas também pelo contato com as toxinas que são produzidas por eles. Por 
volta de 1900, observou-se que as respostas dadas pelo organismo a essa invasão poderiam ser provocadas por 
agentes não tóxicos, como em transfusões sanguíneas, em que o sangue é considerado um agente estranho 
pela diferença de proteínas na membrana das hemácias, e que o soro, parte líquida do sangue, contendo as 
substâncias responsáveis pela imunidade, pode ser utilizado para tratamentos de diversas doenças infecciosas, 
como, por exemplo, o tétano, a raiva e a difteria, e contra os venenos de animais.
 
Os agentes que invadem um organismo são chamados de antígenos (Ags), e as substâncias produzidas 
em reação à sua presença são denominadas de anticorpos (Acs).
 
O antígeno possui duas propriedades: a capacidade de estimular a produção de Acs e a capacidade 
de reagir especificamente a esses Acs, isso é, o Ag reage somente ao Ac correspondente, e não contra 
outros Acs induzidos por outros Ags. Por exemplo, um anticorpo produzido pela presença do Clostridium 
tetani, a bactéria causadora do tétano, somente irá combater esta bactéria, e não outra que por ventura 
também invada o organismo. O Clostridium tetani como antígeno, por sua vez, somente irá reagir contra 
o anticorpo específico, e não contra outro.
 
O reconhecimento dos agentes estranhos é associado às células preexistentes, enquanto que a 
eliminação se dá através da produção de células consequentes desse reconhecimento.
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Assim, o desenvolvimento de uma resposta imunológica adaptativa ou adquirida proporciona uma 
reação mais eficaz contra as diferentes infecções que atingem os organismos. Com isso, raramente 
ocorre o acometimento duas vezes por enfermidades como sarampo, varíola, coqueluche e assim por 
diante. Isso se deve graças à memória imunológica.
 
O sistema imune tem a capacidade de distinguir e reconhecer o que é próprio (self) do que é não-
próprio (non-self). Isso acontece através das moléculas do complexo principal de histocompatibilidade 
(MHC) e linfócitos-T. As moléculas de MHC possuem peptídeos ligados em sua estrutura. Esses peptídeos 
podem ser próprios do indivíduoou peptídeos estranhos. As moléculas de MHC não têm a capacidade 
de reconhecer entre peptídeos próprios ou não, somente expondo na superfície celular o complexo 
peptídeo-MHC. A célula que vai reconhecer se os peptídeos são próprios ou não, são os linfócitos- T, 
que devido à sua sensibilidade, irão reconhecer somente os complexos pelo qual contém peptídeos 
estranhos. Os complexos de peptídeo próprio-MHC que são formados não induzem autoimunidade e os 
linfócitos-T específicos para esses complexos são destruídos.
 
O nosso organismo possui mecanismos de defesa que atuam com a finalidade de eliminação 
de patógenos, no qual provocam infecções. Esta, por sua vez, é caracterizada como a implantação, 
o crescimento e a multiplicação de microrganismos em um organismo hospedeiro, reunindo três 
possibilidades: o parasitismo, o comensalismo e a simbiose; havendo prejuízo, indiferença ou proveito 
para o hospedeiro. Entretanto, o conceito de infecção pressupõe um prejuízo ao hospedeiro, e com isso 
é restrito apenas ao primeiro dos casos acima, porém, infecção é sinônimo de microparasitismo. 
 
O poder patogênico do microrganismo, isto é, a capacidade de desenvolver uma doença, depende de 
sua virulência e da resistência do organismo afetado. A virulência de um microrganismo se dá através 
da mortalidade que ele causa, e por seu poder em invadir os tecidos do hospedeiro. 
 
Já a resistência do hospedeiro é a capacidade que o mesmo tem em combater o agente, e isso 
irá depender da sua capacidade em produzir anticorpos, como também do seu estado de saúde no 
momento, ou seja, se já não está debilitado devido à ação de agentes invasores anteriores.
 
Infectividade é o termo utilizado para designar a capacidade que o microrganismo tem de penetrar 
e se desenvolver dentro de um hospedeiro, sendo que os agentes dotados de alta infectividade são 
facilmente transmitidos às pessoas, como é o caso do vírus da gripe. Os fungos são considerados de 
baixa infectividade, pois apesar de estarem presentes por todo o ambiente, dificilmente se instalam, 
se multiplicam e causam infecção ao homem. Entretanto, alguns agentes, mesmo apresentando baixa 
infectividade, podem apresentar alta letalidade, ou vice-versa. A letalidade é a capacidade que o agente 
possui de levar o hospedeiro à morte.
 
Sendo a infecção uma luta entre microrganismo e hospedeiro, entende-se que a virulência representa 
o conjunto de armas agressivas que o microrganismo possui para afetar seu hospedeiro, o qual apresenta 
um conjunto de forças defensivas, caracterizando sua resistência.
 
Com isso, apesar de cada arma ter seu valor absoluto, ela pode variar em função de outra. 
Considerando que um organismo que possui maior resistência, menor será a eficiência da virulência do 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
agente infeccioso, e vice-versa. Assim, mesmo cada arma apresentando suas propriedades peculiares, 
não pode ser avaliada independentemente, mas sim avaliada em conjunto, expressando, então, o efeito 
resultante, a patogenicidade. A virulência pode sofrer variações para mais ou para menos, dependendo 
do caso. De modo geral, ela tem a possibilidade de aumentar quando há uma sucessiva passagem do 
microrganismo entre organismos da mesma espécie, e diminuir com relação a outras espécies.
 
Os componentes que o microrganismo necessita para exercer sua virulência são seu poder invasor, 
que compreende a capacidade que ele tem de multiplicar-se, e o poder toxígeno, que é sua capacidade 
de secretar produtos nocivos às células infectadas.
 
Entretanto, podem provocar infecções localizadas ou generalizadas no hospedeiro. O hospedeiro, 
por sua vez, possui forças defensivas que impedem a implantação de um agente infeccioso.
 
Porém, cada organismo, ou mesmo cada espécie, tem um grau diferente de resistência para um 
mesmo agente, atuando de forma determinante para a gravidade da infecção. 
 
RESPOSTA IMUNE INATA 
 
Quando o ser humano nasce tem um sistema imunológico celular natural ou inato, que é a principal 
defesa de primeira linha contra organismos invasores. Possui também, características que apresentará 
por toda a vida, não tendo especificidade e nem memória. A falta dessa especificidade levou ao termo 
imunidade não específica.
 
A imunidade inata é a primeira linha de defesa contra infecções e, dessa forma, é a primeira resposta 
aos microrganismos, com a finalidade de prevenir, controlar e eliminar a infecção provocada por esses. 
Muitos microrganismos adaptaram-se, criando mecanismos de resistência à imunidade inata. Nesses 
casos, a imunidade inata atua mantendo a doença sob controle até a resposta imune adaptativa 
ser ativada. A atuação da imunidade inata pode ocorrer em vários estágios da infecção, como por 
exemplo, dificultando a entrada de microrganismo por meio das barreiras epiteliais, protegendo contra 
microrganismos que atingiram a corrente sanguínea através de fagócitos circulantes e proteínas 
plasmáticas, entre outros.
 
Além disso, a imunidade inata atua eliminando células mortas ou danificadas, participando do reparo 
tecidual, bem como estimulando a resposta imune adaptativa.
 
A resposta imune inata tem como resultados a inflamação e defesa antiviral, além de defesas 
químicas e físicas, por meio das barreiras epiteliais e ativação de células e proteínas circulantes.
 
O sistema imune inato é composto pelos seguintes componentes:
 
•	 Barreiras	físicas	e	químicas: constituída por epitélios e substâncias antimicrobianas sintetizadas 
nas superfícies epiteliais.
 
•	 Células:	Linfócitos NK, Células Dendríticas, Macrófagos e Polimorfonucleares.
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•	 Citocinas:	 proteínas que regulam as atividades das células da imunidade inata e do sistema 
imunológico como um todo.
 
•	 Proteínas	do	sangue:	Sistema complemento e mediadores inflamatórios.
 
BARREIRAS FÍSICO-QUÍMICAS DA RESPOSTA IMUNE 
 
O corpo possui barreiras físicas naturais, que protegem o meio interno do externo, na qual contêm 
patógenos, a fim de evitar infecções. Essas barreiras são constituídas pelos epitélios da pele e superfícies 
da mucosa, também conhecida como epitélio interno, dos tratos gastrointestinal, geniturinário e 
respiratório.
 
A pele, quando íntegra, constitui uma excelente barreira graças à sua formação tecidual. Ela é 
constituída por células epiteliais que são muito próximas umas às outras, o que impede a passagem 
de microrganismos. Além disso, a presença de queratina na camada externa forma um bloqueio, não 
permitindo que os microrganismos acessem as camadas mais profundas da pele. Os ácidos graxos 
presentes nas secreções sebáceas e o ácido lático no suor, também auxiliam no impedimento da invasão 
por patógenos. As infecções podem ocorrer quando há a perda da integridade do tecido, como nos casos 
de queimaduras e ferimentos. Quando não há a perda da integridade da pele, os microrganismos podem 
provocar infecções através das mucosas epiteliais.
 
O epitélio que reveste as superfícies internas do corpo secretam o muco, que é um liquido viscoso 
formado por glicoproteínas denominadas mucinas, e possui uma função protetora nos tratos respiratório, 
geniturinário e gastrointestinal. O muco atua impedindo a adesão de microrganismos às células 
epiteliais. Isso pode ocorrer através de diversos mecanismos nos diferentes tratos como, por exemplo, o 
peristaltismo do trato gastrointestinal e o movimento dos cílios no trato respiratório. Fatores mecânicos 
de lavagem como as lágrimas, urina e saliva também auxiliam na proteção das superfíciesepiteliais.
 
As bactérias comensais ou microbiota são bactérias normalmente não patogênicas, que também 
auxiliam na proteção do epitélio através da competição com microrganismos patogênicos por 
nutrientes e sítios de adesão às células epiteliais, como também pelo estímulo da produção de peptídeos 
antimicrobianos pelas células epiteliais. Essas bactérias podem se tornar patogênicas em casos de 
comprometimento do sistema imune.
 
CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE INATA 
 
O sistema imune inato reconhece substâncias de microrganismos e moléculas endógenas que são 
liberadas quando há dano ou morte celular. Essas substâncias são denominadas padrões moleculares, 
associados aos patógenos (PAMP) e os padrões moleculares associados aos danos (DAMP). O 
reconhecimento de DAMP e PAMP ocorre através dos vários receptores presentes nas membranas 
plasmáticas e no citoplasma das células como fagócitos, células dendríticas e epiteliais.
 
Os componentes celulares que participam da imunidade inata são:
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
•	 Células	epiteliais: atuam como barreiras físicas e também produzem peptídeos, com atividade 
antimicrobiana.
 
•	 Fagócitos:	 realizam a fagocitose e produzem citocinas, que promovem a inflamação e podem 
atuar na resposta imune inata e adaptativa.
 
•	 Células	Dendríticas: reconhecem PAMP e DAMP e desencadeiam resposta imune adaptativa.
 
•	 Células	NK: secretam citocinas e matam células infectadas ou sob estresse.
 
•	Mastócitos:	secretam citocinas pró-inflamatórias, promovendo a inflamação aguda.
 
Fonte: http://static.freepik.com/fotos-gratis/mastocitos_17-131103801.jpg
 
Diversas moléculas solúveis também atuam na imunidade inata reconhecendo microrganismos 
e promovendo a resposta imune. Estas moléculas se encontram na corrente sanguínea e em fluidos 
extracelulares.
 
Algumas moléculas podem atuar como opsoninas ligando-se ao microrganismo e aumentando a 
capacidade de fagocitose, bem como promovendo respostas inflamatórias, como por exemplo, o sistema 
complemento.
 
CITOCINAS 
 
Formam um grupo diversificado de proteínas de sinalização intercelular, que regulam não apenas 
as respostas inflamatórias e imunológicas locais e sistêmicas, como também a cicatrização de feridas, a 
hematopoese e muitos outros processos biológicos.
 
São compostos extremamente potentes, em que atuam em baixas concentrações, através da sua 
ligação aos receptores de superfície específicos nas células-alvo. São produzidas por uma variedade de 
tecidos e células individuais e suas ações podem ser locais ou sistêmicas. Desse modo, a ação pode ser:
 
•	 autócrina: (atuam próximo ao local que foram produzidas, na mesma célula que a secretou);
 
•	 parácrina:	(atuam em célula da proximidade); 
 
•	 endócrina	ou	alócrina:	(são produzidas em grandes quantidades e podem entrar na circulação 
e agir a distância no sitio de produção).
 
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_vf8NIpR7Jf8/TKHaec10q9I/AAAAAAAAABk/cHou7clU0dQ/s1600/citocinas.
 
As citocinas são secretadas por tipos celulares particulares em resposta a uma variedade de estímulos, 
e apresentam propriedades bastante específicas como: 
 
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•	 Redundância: várias citocinas diferentes podem executar uma mesma ação; 
 
•	 Pleiotropismo: uma citocina específica pode atuar em diferentes células;
 
•	 Sinergismo: ação combinada de duas citocinas diferentes para uma determinada função ser 
executada;
 
•	 Antagonismo:	 uma célula capaz de produzir duas citocinas diferentes exercendo papéis 
antagônicos (contrários).
 
São inúmeras as citocinas de relevância para o controle da resposta imune. Dentre estas, pode-se citar 
as Interleucinas 1 α e 1α, as quais atuam como medidoras de inflamação local; Interleucina 2, atuando na 
proliferação de células T, estimula a produção de citocinas sendo considerada a citocina imunorreguladora 
de maior importância; Interleucina 4, apresenta um papel central na resposta imune em processos 
alérgicos, pois estimula a produção de anticorpos da classe IgE. Além dessas interleucinas, podem-se 
citar os Interferons α, α e α, em que aumentam a expressão de MHC de classes I e II, potentes ativadores 
de macrófagos e são capazes de interromper o crescimento de muitos tipos de células em culturas. 
Ademais, pode-se também destacar as citocinas denominadas de TNF (fator de Necrose Tumoral), que se 
configuram como os principais mediadores da lesão inflamatória aguda por GRAM negativas, estimulando 
o recrutamento de neutrófilos e de monócitos para sítios de infecção e podem induzir a caquexia.
 
SISTEMA COMPLEMENTO 
 
O sistema complemento é um sistema proteolítico em cascata composto por mais de trinta proteínas 
plasmáticas, que se interagem com a finalidade de matar o patógeno de maneira direta, opsonizar 
microrganismo e recrutar fagócitos para o local de infecção. Sua ativação acontece quando há a 
presença de patógenos ou anticorpos ligados a patógenos, ocorrendo através de três vias de ativação:
 
•	 Via	clássica: sua ativação acontece quando a proteína plasmática C1q detecta anticorpos ligados 
a microrganismos;
 
•	 Via	alternativa: é ativada quando a proteína C3 reconhece de forma direta algumas estruturas 
bacterianas;
 
•	 Via	das	lectinas:	é ativada pela proteína ligante de manose.
 
Como resultado, a ativação dessas vias leva a eventos como inflamação, fagocitose, opsonização e 
lise do microrganismo. É, portanto um conjunto de proteínas plasmáticas que podem ser ativadas através 
de uma reação em cascata, isto é, cada componente ativado é capaz de ativar o outro componente do 
sistema complemento. 
 
As cascatas como já citadas podem ser três, descritas como clássica, alternativa e ou das lectinas, 
diferenciando-se nos mecanismos de ativação, mas apresentando elementos em comum, os quais 
podem ser compartilhados.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
 
Figura 1 - Cascatas do Sistema complemento.
 
A resposta inflamatória é a maneira mais importante que a imunidade inata utiliza nos casos de 
infecções e lesões teciduais, por meio da indução da inflamação. 
 
INFLAMAÇÃO 
 
A inflamação é o acúmulo de leucócitos e proteínas plasmáticas nos locais de infecção e de lesão 
tecidual. Na inflamação aguda, o neutrófilo migra do sangue para o local de infecção, além de proteínas 
plasmáticas, como anticorpos e proteínas do sistema complemento. Isso é possível graças a alterações 
vasculares reversíveis, que ocorrem no tecido infectado ou que sofreu lesão. A inflamação pode se 
desenvolver após minutos ou horas e durar por alguns dias. 
 
O processo inflamatório pode ser entendido de duas maneiras, assim descritas:
 
•	 Resposta	 inflamatória	 fisiológica	 necessária e fundamental, se não houvesse inflamação, 
microrganismos estariam livres para penetrar nas mucosas e nas feridas, e assim, não existiria 
cicatrização;
 
•	 Resposta	 inflamatória	 patológica,	 quando a inflamação interfere seriamente na função do 
órgão acometido, pode ocorrer uma ameaça maior que a inicial.
 
Em linhas gerais a inflamação pode ser definida como a resposta do organismo frente a uma agressão 
provocada, como, por exemplo, por um agente agressor ou em situações de lesão física. 
 
São inúmeros os efeitos biológicos que ocorrem durante um processo inflamatório, sendo os mais importantes:
 
•	 vasodilatação, quecorresponde ao aumento do calibre dos vasos, esse diretamente relacionado 
com o
 
•	 aumento	do	fluxo	sanguíneo, que trarão para o local da lesão ou área afetada células e elementos 
do plasma, responsáveis pela eliminação de potenciais patógenos e pelos mecanismos de cicatrização;
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 •	aumento	da	permeabilidade	dos	vasos, que facilitará a passagem dos elementos celulares e 
proteicos para o local da lesão;
 
•	 acúmulo	de	plasma	no	local;
 
•	Migração	de	leucócitos.
 
As respostas inflamatórias podem ser agudas quando duram de alguns minutos a poucos dias, 
predominando efeitos denominados exsudativos com a presença de leucócitos e formação de pus. 
Quando a infecção não é eliminada, acontece a inflamação crônica. Neste tipo de inflamação, há o 
recrutamento de monócitos e linfócitos. A defesa antiviral é ocasionada por alterações celulares, que 
impedem a replicação viral, assim como aumentam a atuação dos linfócitos.
 
Os efeitos biológicos descritos são diretamente responsáveis pelo aparecimento dos cinco sinais 
clássicos do processo inflamatório:
 
1.	Calor, a área afetada fica mais quente por causa do aumento do fluxo sanguíneo no local;
 
2.	Rubor, pela mesma razão a área afetada fica vermelha;
 
3.	Edema, ou inchaço provocado, sobretudo pelo acúmulo de plasma e líquidos;
 
4.	Dor, provocada pela ação de citocinas e outras substâncias pró-inflamatórias sobre células das 
terminações nervosas próximas da área afetada, e como consequência de todos esses eventos, 
apresenta-se o último sinal o qual é denominado de
 
5.	Perda	 da	 função, pela limitação fisiológica que todos esses sinais acabam por gerar. Esses 5 
sinais, por assim dizer, são denominados de Sinais	Cardinais	do	Processo	Inflamatório.
 
RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA 
 
A resposta imune adaptativa ou adquirida é induzida quando uma infecção não foi controlada pela 
imunidade inata. Tem como características a especificidade para diversas moléculas e a sua capacidade 
de memória, o que leva a respostas mais intensas se ocorrerem uma segunda infecção pelo mesmo 
microrganismo. Reconhece e reage a uma grande variedade de substâncias microbianas.
 
As respostas imunes adaptativas podem ser humoral e celular, que apresentam como função a 
eliminação de diferentes microrganismos.
 
A imunidade humoral é o principal mecanismo utilizado na defesa contra microrganismos 
extracelulares e toxinas. É mediada através de anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B.
 
A ativação da resposta imune humoral ocorre quando há a ligação do antígeno aos anticorpos 
presentes na membrana de linfócitos B virgens, ativando-os, o que acarreta na sua proliferação e 
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diferenciação em linfócito B específicos para o antígeno, de memória e em plasmócitos secretores 
de anticorpos. Antígenos ligados aos anticorpos recebem a denominação de complexos imunes ou 
imunocomplexos.
 
A ligação antígeno-anticorpo assegura que os anticorpos somente ativam os mecanismos efetores, 
quando for necessário.
 
Esses mecanismos efetores dos anticorpos consistem em:
 
•	Neutralização	 dos	 microrganismos	 e	 toxinas:	 onde há o bloqueio da ligação destes aos 
receptores celulares. Os anticorpos também podem ligar-se ao microrganismo e mudar sua 
conformação, impedindo-o de se ligar ao receptor. Exemplos: IgA e IgG;
 
•	 Opsonização	e	fagocitose: através de anticorpos IgG;
 
•	 Citotoxicidade	celular	dependente	de	anticorpo: ocorre somente quando as células-alvo estão 
recobertas por IgG. Estas são destruídas principalmente pelas células NK;
 
•	 Eliminação	de	helmintos	mediada	por	anticorpos: IgE, IgG e IgA que recobrem os helmintos 
ligam-se a eosinófilos e mastócitos, provocando sua degranulação. O conteúdo dos grânulos mata 
o parasita.
 
Ativação do sistema complemento:
 
Nos neonatos a imunidade ocorre através dos anticorpos da mãe, onde a IgG materna é transmitida 
através da placenta e a IgA e IgG presentes no leite é ingerida pelo bebê, conferindo-lhe proteção.
 
A imunidade celular é mediada por linfócitos T e consiste na eliminação de infecções provocadas 
por microrganismos intracelulares. A apresentação do antígeno é feita pelas células apresentadoras 
de antígenos (APCs). As células dendríticas são as APCs mais efetivas em iniciar a respostas de células 
T virgens. Macrófagos e linfócitos B apresentam antígeno aos linfócitos T CD4+. Os linfócitos T só 
reconhecem antígenos na forma de peptídeos associados à MHC nas superfícies das APCs. Os linfócitos 
T CD4+ (auxiliares) reconhecem antígenos associados à MHC de classe II e linfócitos T CD8+ (citotóxicos) 
reconhecem antígenos associados à MHC de classe I.
 
A ativação dos linfócitos T tem seu início através do reconhecimento do antígeno, pelos receptores 
de antígenos dos linfócitos T. Após o reconhecimento do antígeno, os linfócitos T são induzidos à 
proliferação e à diferenciação em linfócitos T efetores e de memória. As citocinas produzidas pelas APCs 
e pelo próprio linfócito T também induzem à proliferação e diferenciação.
 
Os mecanismos efetores mediados por células são:
 
•	Recrutamento de linfócitos T efetores para os locais de infecção e de lesões teciduais: 
reconhecimento do antígeno pelo linfócito T;
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•	Reconhecimento pelos linfócitos T CD4+ de antígenos de microrganismos fagocitados e ativação 
dos fagócitos para matarem os microrganismos;
 
•	Reconhecimento pelos linfócitos T CD4+ de antígenos de helmintos e antígenos associados à 
alergias: ativação da produção de IgE e ativação de eosinófilos e mastócitos;
 
•	 Estímulo de resposta inflamatória rica em neutrófilos pelos linfócitos T CD4+: eliminação de 
fungos e bactérias extracelulares;
 
•	Morte de células que expressam peptídeos de antígenos citosólicos associados à MHC de classe I 
pelos linfócitos T CD8+.
 
 
Figura 2 - Fases da resposta imune.
 
CÉLULAS, TECIDOS E ÓRGÃOS LINFOIDES 
 
A organização e a localização das células e dos tecidos do sistema imune são essenciais para a 
eficácia da geração das respostas imunes, tanto inata como adaptativa. Essa resposta, para ser eficaz, 
tem que ser rápida e especifica.
 
A seguir, serão apresentadas quais são as células, tecidos e órgãos que constituem o sistema imune.
 
Células
 
As células que atuam no sistema imune são os leucócitos ou células sanguíneas brancas. As mais 
relevantes são os neutrófilos, monócitos /macrófagos, mastócitos, basófilos e eosinófilos, células 
dendríticas e linfócitos, que se encontra em sua maior parte circulantes na corrente sanguínea ou 
em tecidos. 
 
Os leucócitos derivam de células-tronco hematopoiéticas da medula óssea, que são células 
pluripotentes, isto é, são capazes de dar origem a mais de uma linhagem celular.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
A partir de uma mesma célula tronco hematopoiética pluripotente são formadas as linhagens 
mielocíticas, linfocíticas, megacariocítica e eritrocítica, as quais respectivamente serão responsáveis pela 
formação de leucócitos (granulóticos), linfócitos (leucócitos agranulocíticos), plaquetas e hemáceas.
 
 
Figura 3 - Representação da Hematopoese (geração das células sanguíneas).Fagócitos são células que tem como função identificar, ingerir (por meio da fagocitose), e destruir 
os microrganismos. São fagócitos os neutrófilos e os monócitos/macrófagos, fagócitos mononucleares, 
que fazem parte do sistema mononuclear fagocitário (SMN).
 
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Figura 4 - Imagem de célula em processo de fagocitose; (a) Reconhecimento da partícula - fase de contato; (b) Formação do 
fagolisossomo e emissão de pseudópodes; (c) Englobamento da partícula; d) Partícula interiorizada no fagolisossomo e início do 
processo de digestão que levará a destruição da partícula.
 
Os neutrófilos ou leucócitos polimorfonucleares são os leucócitos, que estão presentes em maior 
quantidade na corrente sanguínea e de maior importância na resposta imune inata. Apresentam-se 
como células esféricas com aproximadamente 12 μm. O núcleo apresenta de 2 a 5 lobos e o citoplasma 
é ligeiramente acidófilo, com granulações finas de coloração rósea. São produzidos na medula óssea 
e tem origem a partir de linhagem mielóide. No ser humano adulto, a produção diária de neutrófilos 
é maior que 1 x 1011 e sua circulação no sangue é de 6 a 8 horas. Os neutrófilos têm a capacidade 
de migrar para os sítios de infecção e de fagocitar e destruir uma série de microrganismos utilizando 
enzimas de degradação e substâncias antimicrobianas presentes em seus grânulos. Se os neutrófilos 
que se encontram circulantes na corrente sanguínea não forem recrutados para os sítios de infecção, 
estes sofrem apoptose e geralmente são fagocitados por macrófagos. Os neutrófilos atuam somente por 
algumas horas após a entrada no tecido.
 
Os fagócitos mononucleares são células que tem como principal função a fagocitose, além 
de também desempenhar funções nas imunidades inatas e adaptativas. Tem origem a partir de um 
precursor comum na medula óssea e circulam na corrente sanguínea, no qual sofrem maturação e 
passam a ser chamados de monócitos. Os monócitos têm um diâmetro de 10 a 15 μm e apresentam 
núcleo em forma de feijão. O citoplasma tem coloração azul acinzentado com granulações e vacúolos 
fagocíticos. Quando migram para os tecidos, os monócitos sofrem maturação, tornando-se macrófagos. 
De acordo com o tecido em que se localizam, os macrófagos recebem denominações específicas, como 
osteclastos no tecido ósseo; células de Kupffer no tecido hepático; microglia no sistema nervoso central 
e macrófagos alveolares nos pulmões. Os macrófagos, além de fagocitarem microrganismos também 
fagocitam células mortas do hospedeiro, que faz parte de processos de pós-infecção e de reparo de 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
lesão tecidual, como a angiogênese, bem como de células apoptóticas. Ademais, são capazes de secretar 
citocinas e de atuarem como células apresentadoras de antígeno (APC), ativando linfócitos T.
 
Os três tipos celulares exercem importantes funções nas imunidades inata e adaptativa e tem 
como características comuns a presença de grânulos citoplasmáticos, constituídos por antimicrobianos 
e mediadores inflamatórios. Por isso, são também denominados de granulócitos. Outra característica 
comum a esses granulócitos é estarem envolvidos em respostas imunes contra helmintos e em respostas 
imunes causadoras de doenças alérgicas.
 
Os mastócitos têm origem na medula óssea, e mastócitos maduros não são encontrados na 
corrente sanguínea, mas encontram-se presentes em tecidos saudáveis, em que se diferenciam. 
Apresentam variações em sua forma, tem núcleo arredondado e citoplasma contendo grânulos 
de histamina e citocina ligados à membrana. Esses grânulos são liberados no espaço extracelular 
quando ocorre a ligação do antígeno aos anticorpos presentes na membrana do mastócito, o que 
promovem alterações nos vasos sanguíneos. Essas alterações fazem parte do processo inflamatório. 
São células importantes na resposta imune contra helmintos e responsáveis pelos sintomas de 
doenças alérgicas.
 
Os basófilos são células encontradas em pouca quantidade no sangue periférico (0 a 1%). Tem 
origem na medula óssea, no qual sofrem maturação. Possuem granulações azuis escuras ricas em 
histamina e heparina, muitas vezes sobre o núcleo, que raramente tem mais de dois lobos. Estão 
envolvidos nas reações alérgicas de hipersensibilidade e expressam receptores para a porção Fc da 
IgE que levam à degranulação e provocam reações do tipo anafilática a drogas entre outras reações, 
quando há a sua ativação.
 
Os eosinófilos são células que apresentam núcleo bilobulado e granulações alaranjadas e grosseiras 
no citoplasma, como por exemplo, a eosina. As enzimas presentes nos grânulos citoplasmáticos 
são danosas às paredes celulares de parasitas e também podem causar lesões nos tecidos dos 
hospedeiros. Normalmente deixam a circulação em 8 horas e migram para os tecidos periféricos, 
como revestimento das mucosas dos tratos genitourinário, respiratório e gastrointestinal, em que 
geralmente estão presentes. 
 
CÉLULAS DENDRÍTICAS
 
São células apresentadoras de antígenos (APC) que tem a capacidade de fagocitar. Tem origem em 
células precursoras, que também podem se diferenciar em monócitos. Apresentam longas projeções 
de membrana que são semelhantes aos dedos, e se distribuem pelos tecidos linfoides, parênquima de 
órgãos e pelos epitélios de mucosas, após migrarem da medula óssea, onde se encontram imaturas. 
A fagocitose estimula a maturação das células dendríticas, que irão ativar os linfócitos T, através da 
apresentação de antígenos originários de patógenos em sua superfície. Também são capazes de ativar 
linfócitos T que nunca entraram em contato com seus antígenos, denominados linfócitos T virgens ou 
naïve. Sendo assim, as células dendríticas desempenham funções tantos na imunidade inata como na 
imunidade adquirida.
 
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LINFÓCITOS 
 
Os linfócitos são as principais células da imunidade adquirida. Expressam receptores específicos 
de antígenos altamente diversos. Esses receptores são produzidos somente pelos linfócitos, não sendo 
encontrados em nenhuma outra célula. A alta diversidade de receptores de antígenose é resultado da 
recombinação gênica, que ocorre na formação dos genes responsáveis pela codificação desses receptores, 
durante a maturação dos linfócitos. Essa maturação é somática e ocorre de forma randômica. Como 
resultado, há um repertório altamente diverso de especificidade antigênica entre os diferentes clones 
de linfócitos.
 
Em um adulto, o total de linfócitos corresponde a 5 x 1011 células e são encontrados em grande 
maioria (aproximadamente 65%) nos órgãos linfoides (gânglios linfáticos e baço).
 
Atuam como mediadores da imunidade humoral e celular. Os linfócitos possuem diferentes subtipos 
que se diferenciam em diferentes funções.
 
Quando não há infecção, os linfócitos presentes na corrente sanguínea apresentam-se 
como células pequenas (10 a 12 μm), com citoplasma escasso e cromatina muito condensada, 
caracterizando a sua inatividade. Quando ativos, os linfócitos apresentam citoplasma abundante e 
cromatina menos condensada.
 
Expressam em sua superfície proteínas de membrana que servem como marcadores fenotípicos, o 
que leva à distinção das populações de linfócitos. Esses marcadores também desempenham funções 
variadas nas células que os expressam. A sigla CD (cluster differentiation) seguida de um número, como 
por exemplo, CD4, é utilizada para nomearos marcadores fenotípicos.
 
Na medula óssea são encontradas células que são progenitoras linfoides comuns que darão origem 
a linfócitos antígeno-específicos que participam da imunidade adquirida, e a linfócitos que não 
apresentam especificidade para antígenos e que fazem parte da imunidade inata. Essas células são 
denominadas de células assassinas naturais ou natural killer (NK). Apresentam-se como células grandes 
com citoplasma granular e não apresentam receptores antígeno-específicos. Atuam na imunidade inata, 
principalmente contra patógenos intracelulares. As células NK têm a capacidade de serem ativadas 
por células do hospedeiro, que não apresentam MHC de classe I. Essa capacidade é denominada de 
reconhecimento da ausência do próprio. Isso faz com que as células NK destruam a célula que não 
apresenta MHC de classe I, pois indica infecção ou dano, como ocorre no caso de alguns tumores.
 
Os linfócitos antígeno-específicos são os linfócitos B e T. Os linfócitos B correspondem a 15% dos 
linfócitos. Sua produção e maturação parcial ocorrem na medula óssea. São células produtoras de anticorpos, 
denominados imunoglobulinas (Ig) e, portanto, atuam na imunidade humoral. Quando o antígeno liga-
se ao receptor presente em sua membrana, o linfócito B prolifera e se diferencia em plasmócitos. Os 
plasmócitos são células que apresentam núcleo característico e citoplasma abundante e alguns deles, após 
se desenvolverem nos órgãos linfoides, migram para a medula óssea, onde podem continuar a secretar 
anticorpos por um longo período. Os linfócitos B são ativados pelos linfócitos T por meio da ação da 
interleucina2, durante a resposta imune. Alguns linfócitos B persistem como célula de memória.
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Os linfócitos T constituem 75% dos linfócitos do sangue e atuam na imunidade celular. Sua 
origem se dá na medula óssea e sua maturação ocorre no timo. Agem também na regulação 
da síntese de anticorpos. Após seu primeiro contato com o antígeno, o linfócito T é ativado, 
o que leva à sua proliferação e diferenciação em linfócitos T efetores, que tem como função 
eliminar antígenos. Os linfócitos T efetores são os linfócitos T auxiliares ou “helper”, e linfócitos 
T citotóxicos.
 
Os linfócitos T auxiliares têm como característica a expressão de CD4 na membrana. Atuam na 
regulação da liberação de anticorpos pelo linfócito B e também nos macrófagos, aumentando sua 
eficiência. Os linfócitos T citotóxicos expressam CD8 em sua membrana e agem matando as células 
infectadas por patógeno intracelulares. Assim como os linfócitos B, os linfócitos T também possuem 
células de memória. Há também os linfócitos T reguladores, que tem como função suprimir a atividade 
dos outros linfócitos e, portanto, regular as respostas imunes.
 
TECIDOS E ÓRGÃOS 
 
Os tecidos linfoides são classificados como órgãos geradores ou órgãos linfoides primários ou 
centrais, como a medula óssea e o timo, e como órgãos linfoides periféricos ou secundários, como os 
gânglios linfáticos, baço, sistema imune de mucosas. Os órgãos linfoides centrais são os locais onde 
ocorrem a formação e a maturação parcial dos linfócitos B e a formação dos linfócitos T. Tem como 
função fornecer fatores de crescimento e sinais moleculares essenciais para a maturação dos linfócitos. 
Os órgãos linfoides periféricos são os locais onde ocorre a apresentação de antígenos e as respostas 
imunes adaptativas têm o seu início.
 
Medula óssea
 
A medula óssea é o local em que acontece a hematopoiese e parte da maturação dos linfócitos B. 
Hematopoiese é o processo que envolve a produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas. A 
hematopoiese tem seu início durante o desenvolvimento embrionário. Após o nascimento, ela acontece 
principalmente por todo o esqueleto e com o tempo vai se limitando aos ossos chatos, como as costelas, 
esterno, nos íleos e vertebras, onde há a medula vermelha, que é uma estrutura esponjosa. As células 
sanguíneas, dentre elas os linfócitos, tem sua origem a partir de células-tronco hematopoiéticas (HSM, 
do inglês, hematopoieticstemcell) presentes na medula óssea. Essas células-tronco são pluripotentes, 
isto é, são células indiferenciadas que são capazes de dar origem a todas as diferentes células do sistema 
sanguíneo, e tem a capacidade de autorrenovação, em que a cada divisão, pelo menos uma célula-filha 
mantém as características de célula-tronco.
 
Na matriz encontrada na medula óssea, em que se deparam as células hematopoiéticas, são 
produzidos fatores que estimulam a proliferação e diferenciação celular, e a interação destes com as 
células-tronco, levam estas a se diferenciarem em duas linhagens: mielóide e linfoide. Na medula óssea, 
também há a possibilidade de encontrar os plasmócitos secretores de anticorpos, assim como linfócitos 
T de memória.
 
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Timo
 
O timo é um órgão bilobado que se localiza no mediastino. Cada lobo é dividido em múltiplos 
lóbulos e cada lóbulo é formado por um córtex na parte externa e uma medula na parte interna. No 
timo ocorre a maturação dos linfócitos T, que quando estão no timo, também são denominados de 
timócitos. A maturação dos linfócitos T tem seu início no córtex e vão migrando para a medula, onde 
são encontrados os linfócitos T maduros. Somente estes saem do timo e migram para os órgãos linfoides 
secundários, através da corrente sanguínea.
 
SISTEMA LINFÁTICO 
 
O sistema linfático é constituído de vasos que drenam o líquido intersticial formado em todos 
os tecidos vascularizados, em consequência do extravasamento do filtrado de plasma para fora dos 
capilares. Esse líquido é denominado de linfa. 
 
A linfa é levada através dos capilares e vasos linfáticos até os gânglios linfáticos, que estão conectados 
em série pelos vasos linfáticos, e destes ao grande vaso linfático chamado ducto torácico. A linfa então é 
descarregada na veia cava superior, na qual retorna para a corrente sanguínea, mantendo a homeostase 
dos líquidos teciduais. É através do sistema linfático, que antígenos e mediadores inflamatórios solúveis, 
microrganismos e células dendríticas que capturaram antígenos microbianos chegam aos gânglios 
linfáticos. Nos gânglios linfáticos existem regiões de sua estrutura, que se encontram macrófagos, 
linfócitos B e linfócitos. Devido a essa característica, os gânglios linfáticos funcionam como filtros, 
permitindo que os antígenos sejam encontrados pelo sistema imune adaptativo.
 
Baço
 
O baço é um órgão localizado no quadrante superior esquerdo do abdome e é altamente vascularizado. 
Tem como função retirar da circulação hemácias e leucócitos senescentes, além dos antígenos presentes 
na corrente sanguínea. Em sua anatomia são encontradas as polpas branca, rica em linfócitos, e polpa 
vermelha, no qual se encontram os macrófagos. Os macrófagos são os responsáveis por retirarem da 
circulação os microrganismos opsonizados ou não e células lesionadas. Por ser rica em linfócitos, a polpa 
branca é o sítio onde se dá o início da resposta imune adaptativa.
 
Tecidos Linfoides Associados
 
Os tratos gastrointestinal, respiratório, as regiões de mucosa bem como a camada sub-epitelial da 
pele possuem proteção graças a acúmulos de tecidos linfoides não encapsulados. Nesse caso, conhecidos 
respectivamente como GALT (lymphoid Tisssue Associated on Gut), MALT (Tecido linfóide Associado 
a Regiões de Mucosa), SALT (Tecido Linfóide Associado a Pele), BALT (Tecido Linfóide Associado aos 
Bronquios), os quais estão envolvidos em respostas a antígenosque foram ingeridos, inalados ou 
penetraram o organismo por lesões denominadas de soluções de continuidade na pele.
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
Locais de Privilégio Imunológico
 
Existem locais do corpo em que os antígenos presentes não provocam uma resposta imune contra eles. 
É o caso dos testículos, cérebro e câmara anterior dos olhos. Esses locais são protegidos fortemente por 
barreiras hemoteciduais, como por exemplo, a barreira hematoencefálica, além da baixa permeabilidade 
a compostos hidrofílicos.
 
ANTICORPOS (IMUNOGLOBULINAS) 
 
Características e propriedades gerais 
 
Os anticorpos, também denominados de imunoglobulinas (Ig), são proteínas circulantes produzidas 
em resposta à exposição a antígenos. Apresentam especificidade e diversidade com relação a sua 
capacidade de reconhecer antígenos e são mediadores da resposta imune humoral contra todos os 
microrganismos. Podem se apresentar ligados na superfície da membrana de linfócitos B, no qual 
atuam como receptores de antígenos e como anticorpos secretados, presentes nas mucosas, tecidos e na 
circulação, impedindo a entrada e disseminação de patógenos e promovem a eliminação de antígenos. Cada 
tipo de anticorpo é derivado de um clone particular de linfócitos B.
 
 
Figura 5 - Representação da ligação entre o anticorpo e o antígeno, demonstrando sua especificidade.
 
Os anticorpos possuem muitas funções e usos, tanto biológicos quanto clínicos. Na defesa do 
hospedeiro, servem de marcação de organismos infectantes, recrutamento de mecanismos de destruição, 
neutralização de toxinas e remoção de antígenos estranhos na circulação; na medicina clínica, ajudam no 
diagnóstico e no monitoramento de doenças, e na terapia e proteção do indivíduo, sendo administrado 
passivamente. São utilizados ainda em laboratórios científicos, em aplicações de diagnóstico e pesquisa. 
 
Todas as moléculas de anticorpos são similares em sua estrutura geral, possuindo certas características 
fisioquímicas comuns, mas apresentam grande variabilidade na região de ligação do antígeno. Por essa 
razão, os anticorpos têm a capacidade de se ligarem a antígenos estruturalmente diversos. A ligação 
entre antígeno e anticorpo ocorre de maneira específica, pois o sítio de ligação do anticorpo possui 
a forma do antígeno. Essas formas são denominadas, em alguns casos, de conformações, e a ligação 
do anticorpo é consequentemente dependente dessa conformação. A parte do antígeno em que o 
anticorpo interage é denominada epítopo.
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Figura 6 - Representação da molécula de anticorpo seu sitio de ligação e da interação (ligação como antígeno).
 
Nem todas as substâncias que possuem capacidade de reagir com anticorpos são imunogênicas, isto 
é, não são capazes de provocar a formação de anticorpos. Alguns polissacarídeos bacterianos, quando 
purificados, são incapazes de induzir uma resposta, porém, quando injetados em sua forma natural, ou 
seja, associados às bactérias, induzem a produção de uma grande quantidade de anticorpos que reagem 
com o polissacarídeo purificado.
 
As substâncias que se comportam dessa maneira, não induzindo a resposta imunológica, são 
denominadas haptenos. 
 
A imunogenicidade é a capacidade de induzir ou reagir a uma resposta imunológica; a antigenicidade 
é a capacidade de uma substância em se ligar a um antígeno.
 
Os anticorpos podem ser divididos num pequeno número de classes e subclasses diferentes, tomando 
como base pequenas diferenças fisioquímicas, como tamanho, carga e solubilidade, e também em seu 
comportamento como antígeno. 
 
Cada indivíduo possui mais de 1x 1011 diferentes moléculas de anticorpos. Cada uma apresenta uma 
cadeia única de aminoácido em seus sítios de combinação antigênica. 
 
Os anticorpos são moléculas formadas por duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias leves 
também idênticas unidas por pontes de dissulfeto. As cadeias pesadas e as cadeias leves são compostas 
por regiões aminoterminais variáveis (V) e por regiões carboxiterminais constantes (C). 
 
As regiões variáveis são denominadas dessa forma, por possuírem áreas de variabilidade na sequência 
de aminoácidos, que vai diferir os anticorpos produzidos pelos diferentes clones de linfócitos B. As 
regiões variáveis são os sítios de ligação do antígeno, por isso também pode ser denominada de região 
Fab (fragmento de ligação do antígeno).
 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
As regiões constantes, que podem ser identificadas também como região Fc (fragmento cristalizável), 
não participam da ligação do antígeno e medeiam as funções dos anticorpos por meio da interação com 
células do sistema imune e de outras moléculas mediadoras. 
 
Figura 7- Estrutura Básica de uma Molécula de Anticorpo. Fonte: 
 
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS 
 
No ser humano, os anticorpos podem ser classificados em IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, sendo que algumas 
classes são subdivididas, de acordo com as diferenças estruturais da região C.
 
A Imunoglobulina A (IgA) estruturalmente é um dímero apresentando duas frações Fab (sítios de ligação) 
o que confere a esta um alto poder de neutralização. Aparece seletivamente nas secreções seromucosas, 
como a saliva, as lágrimas, os fluidos nasais, o suor, entre outras, nas quais apresentam claramente a 
função de defender as superfícies externas expostas do corpo contra o ataque dos microrganismos.
 
Quase todas as Imunoglobulinas D (IgD) estão presentes, junto com as Imunoglobulinas M (IgM), na 
superfície de grande parte dos linfócitos B, em que aparentemente podem atuar como receptores. Suas 
funções ainda não estão bem esclarecidas.
 
O principal papel da IgE parece ser a proteção das superfícies mucosas externas, por meio de uma 
reação inflamatória aguda. Concentrações muito baixas de Imunoglobulinas E (IgE) encontram-se 
presentes no soro e apenas poucas células plasmáticas sintetizam essa imunoglobulina. 
 
Em uma resposta secundária, a Imunoglobulina G (IgG) é a principal e mais abundante imunoglobulina 
a ser sintetizada. Possui a capacidade de atravessar a placenta, e com isso proporciona uma linha de 
defesa contra as infecções nas primeiras semanas de vida do bebê. Essa imunoglobulina difunde mais 
prontamente que as outras em espaços extravasculares, nos quais tem a função de neutralizar toxinas 
bacterianas, de combinar-se com microrganismos e facilitar a fagocitose. 
 
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Por fim, as IgM são a primeira classe de imunoglobulina produzidas após a ativação do linfócito B. 
É secretado como um pentâmero e geralmente está presente na corrente sanguínea e não nos tecidos. 
São agentes aglutinantes muito eficazes, aparecendo cedo na resposta à infecção. 
 
Tabela 1 - Sumário das principais funções das imunoglobulinas
A 
Anticorpos
F 
Principais	Funções	Biológica
IgA Direcionados contra microrganismos que colonizam mucosas
IgD Atua como receptor celular em membrana de linfócitos B
IgE Ativação de Macrófagos Atividades inflamatórias, Defesa contra parasitas e em reações alérgicas
IgG Com conhecido como anticorpo de memória, importante nos processos de reinfecção, único anticorpo que atravessa placenta.
IgM Anticorpos de fase aguda de infecção,grande ação neutralizante
 
VACINAÇÃO E SOROTERAPIA
 
A vacinação é um método profilático de imunização, que tem como objetivo gerar imunidade 
de longa duração (memória imunológica) e que seja protetora. No século XVIII, Edward Jenner, 
um médico inglês, observou que mulheres que ordenhavam vacas que haviam se recuperado da 
vaccínia (varíola bovina) não contraíam a varíola, que é uma forma mais grave e geralmente fatal. 
A partir dessas observações, em 1798, Jenner demonstrou que as inoculações de amostras de 
varíola bovina em indivíduos sadios conferiam proteção contra a varíola, procedimento esse que 
foi denominado vacinação. 
 
 
Figura 8 - Ilustração do Cientista e Naturalista Britânico Edward Jenner (1749-1823).
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
O EXPERIMENTO DE JENNER 
 
No ano de 1789, Edward Jenner verificou a presença de uma doença que atingia as tetas das vacas 
de maneira bastante semelhante às feridas provocadas pela varíola humana, porém mais branda, a qual 
foi descrita como sendo a varíola bovina ou bexiga vacum. 
 
Em 1796, buscando comprovar a teoria popular de que quem lidava com o gado não contraia a 
varíola humana, conduziu um experimento com um menino de oito anos de idade conhecido pelo nome 
de James Phipps. 
 
Jenner inoculou em arranhões presentes no braço do menino uma pequena alíquota do pus extraído 
das feridas das vacas. Jenner escreveu:
 
No sétimo dia, ele se queixou de desconforto na axila e no nono ele sentiu um 
pouco de frio, perdeu o apetite, e tinha uma leve dor de cabeça. Durante todo 
o dia de hoje ele estava visivelmente indisposto, e passou a noite com algum 
grau de inquietação, mas no dia seguinte ele estava perfeitamente bem.
 
Na sequência, o cientista inoculou uma nova amostra no garoto, porém dessa vez extraída de 
paciente contaminado com a varíola humana, como era conhecida. Semanas depois de ter sido exposto 
ao vírus, o pequeno James Phipps passou sem nenhum sintoma de infecção viral. Estava decretada dessa 
forma, a descoberta da Imunização.
 
No ano seguinte, ele descreveu seu experimento à Royal Society, mas as provas que ele apresentou 
foram consideradas insuficientes. Ele realizou então novos experimentos, inoculando o material em 
outras crianças, inclusive em seu próprio filho. Em 1798, seu trabalho foi reconhecido e publicado. 
 
Por ocasião dos experimentos, Edward Jenner sofreu retaliações de inúmeros outros pesquisadores 
que não aprovavam os seus métodos, tanto no que se tratava ao uso de inoculações de amostras 
biológicas de animais em humanos, como da utilização de crianças. 
 
Faz-se importante relatar, que Jenner fundamentou seus experimentos em costumes adotados na 
Índia, China e no Oriente Médio, por exemplo, em que neste caso tinham o costume de fazer desenhos 
em forma de cruz, com agulha infectada com varíola, no queixo e bochecha de pessoas sadias, o que era 
chamado como Método	Grego, cujo objetivo imagina-se era o de prevenir a doença na sua forma mais 
intensa. A Variolação, assim chamada na Índia e na China, consistia na inoculação de uma pequena 
quantidade de material seco proveniente de pústula de varíola, que ao contrário do experimento de 
Jenner, provocava infecções que, em alguns casos, eram fatais.
 
Não desconsiderando os preceitos éticos, os quais por ocasião dos experimentos não eram 
suficientemente debatidos, é incontestável os benefícios que os experimentos como os de Jenner 
trouxeram a sociedade. A descoberta de Jenner foi utilizada anos após e com outros patógenos, como 
nas vacinas contra a cólera aviária e vacina antirrábica desenvolvida por Pasteur.
 
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IMUNIZAÇÃO 
 
É a capacidade de o organismo reconhecer o agente causador da doença e produzir anticorpos a 
partir da doença adquirida ou por meio da vacinação, ficando protegido temporária e permanentemente.
 
São descritas duas formas de imunização, assim chamadas de imunização ativa e imunização passiva.
 
A imunização	ativa é a proteção produzida pelo sistema imune da própria pessoa, em que geralmente 
é permanente. O próprio organismo reage e produz o anticorpo, isso significa que o organismo está 
funcionando perfeitamente. A imunização ativa é produzida por um componente exógeno, ou seja, 
externo. Produz uma imunidade e memória imunológica semelhante à infecção natural, mas sem os 
riscos da doença.
 
A imunização	passiva	é a proteção transferida de uma pessoa (ou animal) para outras, ou seja, de 
um organismo para outro. A proteção é temporária e por tempo indeterminado. Um exemplo clássico 
é a proteção conferida durante a gestação por via transplacentária, quando a mãe imunizada com a 
Vacina Duplo Adulto (DT – Difteria e Tétano) passa para o bebê anticorpos contra estas duas patologias 
evitando por exemplo, uma forma grave de tétano denominado de tétano umbilical ou neonatal. Outra 
forma de proteção é a passagem de anticorpos, através do aleitamento materno até o 6º mês de vida.
 
O desenvolvimento de vacinas no início do século XX se deu de duas formas. A primeira foi utilizando 
organismos atenuados e enfraquecidos, em que estes estimulariam uma imunidade protetora, mas sem 
causar a doença. Essa forma é utilizada até o presente, juntamente com a técnica de DNA recombinante.
 
As vacinas atenuadas apresentam de maneira enfraquecida o vírus ou a bactéria selvagem, que por 
serem atenuados, perdem a capacidade de provocar a doença, mas apresentam a capacidade de evitar 
a doença, estimulando a resposta imunológica (imunogenicidade). As vacinas atenuadas são lábeis e 
passíveis de dar eventos adversos. As vacinas para serem efetivas, devem ser mantidas em bom estado 
de conservação respeitando principalmente, a temperatura de armazenamento que varia entre em 
média 2°C a 8ºC. 
 
A resposta imune gerada pela vacina atenuada é semelhante à infecção natural, sendo geralmente 
efetiva com uma dose única, como por exemplo, a vacina tríplice viral sarampo, caxumba ministrada 
atualmente aos 12 meses de vida.
 
A segunda foi desenvolver vacinas utilizando organismos mortos ou componentes purificados e/ou 
modificados quimicamente ou geneticamente de organismos, que também geram imunidade protetora 
sem causar a doença.
 
Nas vacinas inativadas (mortas) os microrganismos podem estar inteiros como, por exemplo, 
na vacina tríplice bacteriana (DTp – Difteria, Tétano e Coqueluche), que contém um macerado de 
Bordetella pertussis, bactéria causadora da coqueluche. Podem ser produzidas contendo subunidades 
ou fragmentos de microrganismos como no caso da vacina da Hepatite B, a qual contém apenas uma 
proteína de superfície do vírus conhecida com HBS-Ag ou ainda a partir dos produtos do metabolismo 
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Imunologia Clínica e Sorodiagnóstico
de	microrganismos, como no caso da vacina do Tétano que contém a toxina produzida pelo Clostridium 
tetani transformada em toxóide, para com isso ser capaz de gerar resposta sem causar doença.
 
As vacinas são, portanto preparações contendo microrganismos vivos ou mortos ou frações destes, 
possuidoras de propriedades imunogênicas e antigênicas (capazes de estimular e de reagir com a 
resposta imune formada respectivamente), sendo, portanto, empregadas para produzir em um indivíduo 
atividade específica, contra um microrganismo.
 
As vacinas podem conter um ou mais organismos ou agentes imunizantes, denominadasvacinas 
isoladas ou combinadas, respectivamente. Além dos organismos, as vacinas, da forma como são 
apresentadas, também contém em sua constituição, líquido de suspensão, que geralmente é composto 
por água destilada ou solução salina fisiológica; conservantes, estabilizadores (nutrientes) e antibióticos, 
e adjuvantes. 
 
Adjuvantes imunológicos são materiais que, quando adicionados a um material antigênico, favorecem 
sua imunogenicidade sem colaborar diretamente na especificidade da resposta imune. Em muitos casos, 
são utilizados para obter grande quantidade de anticorpo, e por isso são adicionados às vacinas, visando 
reduzir a dose e a frequência das injeções dos antígenos utilizados para a imunoprofilaxia de doenças 
contagiosas. Como exemplo, tem-se o hidróxido de alumínio, conhecido para essa finalidade há mais 
de 80 anos, e sendo o mais utilizado na produção de vacinas humanas e veterinárias, bem como o 
adjuvante de Freund, o qual se caracteriza como uma emulsão de água em óleo mineral, não utilizado 
em humanos devido ao risco de inflamação grave. 
 
Tabela 2 - Principais agentes imunizantes - sua composição e natureza.
VACINA COMPOSIÇÃO
BCG Bacilos vivos atenuados, cepas de Mycobacterium bovis
HEP. B Engenharia genética-parte do DNA do vírus.
POLIO Vírus vivos atenuados-Poliovírus I,II,III
TETRAVALENTE (DPT 
+ HiB)
Toxinas diftéricas e tetânicas inativas, bactérias inativadas (Bordetella pertussus), 
associada a parte da bactéria (Haemophlilus influenzae) unida a uma proteína.
ROTAVÍRUS Vírus vivo atenuados do Rotavírus humano
TRÍPLICE VIRAL Vírus vivo atenuados, sarampo, rubéola e caxumba em cultura de ovo de galinha, contém timerol e antibiótico
INFLUENZA Vírus inativados em cultura de ovo de galinha e contém timerol e antibiótico.
TRÍPLICE 
BACTERIANA Toxóides Tetânico e Diftérico com macerado de Bordetella pertussus inativada.
DUPLA VIRAL Vírus vivo atenuado do Sarampo e da Rubéola.
DUPLA ADULTO Toxóide tetânica e diftérico, hidróxido ou fosfato de alumínio e timerol.
FEBRE AMARELA Vírus vivo atenuado da Febre amarela.
 
Para que a imunidade seja efetivamente protetora é necessária a preexistência de anticorpos no 
momento da infecção, como ocorre, por exemplo, com a vacina antitetânica, que estimula a produção 
de anticorpos contra a exotoxina do tétano. Outra forma de se obter imunidade protetora efetiva é 
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através da neutralização do antígeno pelos anticorpos preexistentes, prevenindo contra uma infecção 
secundária, como a vacina contra o poliovírus.
 
A vacina, para ser eficaz, tem de gerar imunidade protetora em uma proporção muito grande nos 
indivíduos que a recebem, deve ser segura, gerar memória imune prolongada evitando-se doses de 
reforço, e ter baixo custo. A via de administração tem de ser seguida rigorosamente, a fim de diminuir a 
frequência de eventos adversos e de se obter uma melhor proteção imunológica.
 
Alguns fatores podem interferir na capacidade de um organismo responder à vacinação, como idade, 
doença de base ou intercorrente e tratamento imunodepressor.
 
CUIDADOS COM OS IMUNOBIOLÓGICOS 
 
São inúmeros os cuidados que se deve observar, a fim de garantir a estabilidade, segurança e 
eficiência da vacinação. Dentre estes fatores, alguns são diretamente relacionados com: a) Conservação 
(temperatura); b) Transporte; c) Armazenamento; d) Dose; e) Coloração da Vacina; f) Diluição e Tempo 
de Validade após diluição. 
 
Importante também saber, que a aplicação de uma ou mais vacina, no mesmo dia não oferece risco. 
O intervalo de administração das vacinas contra febre amarela e tríplice viral deve ser superior a 15 dias, 
quando aplicado no mesmo dia. A vacina contra febre amarela não deve ser aplicada em gestantes. Se o 
esquema de vacinação for interrompido, não é mais necessário reiniciá-lo, basta completar as doses que 
faltam. Em situações de bloqueio, a tríplice viral deverá ser administrada a partir dos 6 meses de vida.
 
Algumas outras recomendações: Indivíduo que já recebeu 3 doses ou mais de DPT, dupla bacteriana, 
aplica uma dose de reforço a cada 10 anos. Adolescentes com 2 doses de Tríplice Viral devidamente 
comprovada, não precisa dessa dose. A vacina contra Influenza é oferecida aos maiores de 60 anos, na 
Campanha Anual de Vacinação do Idoso e no CRIE para os grupos de riscos. A vacina contra Pneumococos 
é aplicada durante a Campanha de Vacinação do Idoso, nos indivíduos que convivem em Instituições 
Geriátricas, Hospitais, Asilos, Casas de Repouso e no CRIE para grupos de riscos.
 
Tabela 3 - Sumário das principais informações acercas dos imunobiológio 
de maior relevância – cuidados
VACINA PROTEÇÃO DOSES VIA	ADM. TEMPO	DE	VAL.	APÓS	ABERTA
BCG Formas graves de Tuberculose 1 dose ID (0,1 ml) 6 horas
Hep B Contra Hepatite B 3 doses IM (0,5 ml em cças e 1,0 ml adultos) até o final do frasco.
Polio Paralisia Infantil 3 doses VO (2 gotas) 5 DIAS
Tetravalente
Tetano, Difteria, 
Coqueluche, Infecções por 
HiB
3 doses IM (0,5 ml) 5 dias
Rotavírus Doenças por Hantavírus 2 doses VO (1,5 ml) Imediato
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VACINA PROTEÇÃO DOSES VIA	ADM. TEMPO	DE	VAL.	APÓS	ABERTA
DPT Bacteriana
 
(REFORÇO)
Tétano, Difteria, 
Coqueluche
2 dose
 
1 reforço
IM (0,5 ml) até o final do frasco
Tríplice Viral
Sarampo, Rubéola,
 
Caxumba
1 dose
 
1 reforço
SC (0,5 ml) 8 horas
Febre Amarela Febre Amarela 1 dose SC (0,5 ml) 6 horas
Dupla Viral
Sarampo 
 
Rubéola
02 doses SC (0,5ml) 8 horas
Dupla Bacteriana
 
Adulto
Difteria e Tetano 3 doses IM (0,5 ml) até o final do frasco
Pneumococo Pneumonia causada por S.pneumoniae 3 dose IM (0,5 ml) até o final do frasco
 
SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS 
 
Tétano
 
•	 Agente	Etiológico: Clostridium tetani – bacilo gram-positivo anaeróbico.
 
•	 Reservatório:	Trato intestinal do homem e animais domésticos, especialmente o cavalo.
 
Modo de transmissão:
 
•	Neonatal: Contaminação do coto umbilical com esporos do C. tetani
 
•	 Acidental:	 Contaminação de ferimentos (às vezes insignificantes, embora as queimaduras 
e tecidos necrosados favoreçam especialmente o desenvolvimento do bacilo anaeróbico); não 
transmite de pessoa para pessoa.
 
Tuberculose
 
•	 Agente	Etiológico:	Bacilo de Koch ou Mycobacterium tuberculosis e M. bovis.
 
•	 Reservatório:	O indivíduo infectado, especialmente o bacilífero. 
 
•	Modo	de	transmissão:	De pessoa a pessoa, pelas gotículas de Wells eliminadas pelas tosses de 
pacientes bacilíferos.
 
•	 Período	de	Incubação:	Variável; entre a infecção e a doença pode haver um período de latência 
de anos.
 
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Sarampo
 
•	 Agente	Etiológico: Vírus do Sarampo (Paramixóvirus).
 
•	 Reservatório: O homem.
 
•	Modo	de	transmissão:	De pessoa a pessoa, pelas secreções nasofaríngeas.
 
•	 Período	de	Incubação:	Sete a 18 dias.
 
Coqueluche
 
•	 Agente	Etiológico:	Bacilo de coqueluche: bordetella pertussis. 
 
•	 Reservatório:	O homem. 
 
•	Modo	de	transmissão:	Pessoa a pessoa, pelas secreções nasofaríngeas, especialmente na fase 
catarral (início da doença).
 
Estado Nº	de	casos Coeficiente	de	incidência	(1:100.000)
Amazonas 131 3,6
Espírito Santo 738 20,6
Paraná 347 3,3
Rio Grande do Norte 116 3,6
Rio Grande do Sul 774 7,2
Santa Catarina 240 3,8
 
Hepatite B

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