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MARKETING DIGITAL E SUSTENTÁVEL Janaina Mortari Schiavini A publicidade e a propaganda na internet Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir publicidade digital. � Diferenciar publicidade digital e marketing digital. � Analisar os diferentes tipos de publicidade digital. Introdução A expansão no número de usuários da internet, ou seja, o número de pessoas habilitadas ao acesso a ela, aumentou significativamente na última década, assim como sua importância comercial. A internet passou a ser um meio efetivo de comunicação. Essa ampliação do alcance da internet fez surgir algumas oportunidades antes inexistentes, sendo a principal delas a da exploração comercial de seus recursos, abrangência e penetração. Por isso, para uma efetiva exploração desse novo meio, faz-se necessário conhecer suas características peculiares e os comportamentos mais comuns de seus usuários. Embora hoje a publicidade tradicional ainda seja amplamente utilizada e tenha seu papel, a publicidade digital tem crescido cada vez mais e é muito poderosa. A publicidade e propaganda na internet transformou a maneira de conectar marcas e consumidores. Antes as empresas eram limitadas às mídias off-line, como panfletos, cartões de visita, outdoors e — para quem tinha mais verba — anúncios de TV, rádio e jornal. Hoje, a internet abre as portas da publicidade para qualquer negócio encontrar o seu público, divulgar a sua marca e fazer negócios on-line. Neste capítulo, estudaremos o conceito de publicidade digital. Tam- bém veremos a diferença entre publicidade e marketing digital e os tipos de publicidade na internet que podem ser utilizados. 1 O que é publicidade digital? O cenário atual da mídia se encontra permeado por transformações constantes, sem comparação a qualquer outro momento de desenvolvimento na área, nem mesmo ao momento do surgimento da televisão no Brasil, na década de 1950. A constituição da internet como meio de comunicação, lançando tal mídia digital com seus inúmeros canais, promoveu, nas últimas décadas, grandes alterações no comportamento do consumidor em geral, especialmente quando se trata de buscar e obter informações. A internet desdobrou uma realidade virtual: no mundo digital a pessoa se informa, tem entretenimento, relaciona-se com seu círculo de amizades, faz compras, controla a conta bancária, tem acesso a resultados de exames de saúde, pode negociar e alugar imóveis, solicita meios de transporte — pro- cessos esses que nos possibilitam estabelecer um critério de espelhamento com o real, quer pelo acesso a partir de um computador, quer a partir de um televisor como uma smart TV, de um tablet ou smartphone. Essas mudanças nos hábitos informativos e de consumo de mídia têm gerado muitas preocupações e adaptações no mercado publicitário e nas empresas anunciantes, o que faz as agências de publicidade repensarem suas atividades e remodelarem seus negócios. Diante de muitos meios e canais, a preocupação se direciona à adoção de um planejamento de mídia assertivo, que garanta retorno para o investimento que será feito pelo anunciante. Para que seja possível obter um planejamento de comunicação eficaz é necessário entender o comportamento do público-alvo da marca em relação ao uso dos meios. A publicidade na era digital se reconfigurou, principalmente no que diz respeito à interação com seu público-alvo. Antes considerada uma comunicação em um só sentido, em que o fabricante e o anunciante se dirigiam a um público que não podia responder à comunicação emitida, agora o consumidor tem voz ativa e opina sobre a marca junto a outros consumidores. Nesse contexto, a publicidade digital é uma ferramenta do marketing digital focada na promoção/ comunicação de produtos, serviços e ideias por meio de dispositivos e canais digitais (TORRES, 2018). Ela começou a ser utilizada a partir de banners publicados em sites e foi se expandindo para outras alternativas, como widgets, podcasts, videocasts, game marketing, etc. A publicidade e a propaganda na internet2 Hoje, as alternativas são inúmeras, e as tecnologias que podem ser em- pregadas também. O mais importante é entender que se trata de um modelo diferente de veiculação publicitária na televisão, no rádio, na mídia impressa ou na mídia exterior, e copiar peças dessas mídias para a publicidade on-line pode não ser a melhor alternativa (TORRES, 2018). De acordo com esse autor, para desenvolver estratégias de publicidade digital, deve-se levar em consideração o comportamento, a intenção, o desejo e as necessidades das pessoas usuárias da internet, que buscam essa mídia para interagir em quatro atividades básicas: relacionamento, informação, comunicação, diversão. Segundo Torres (2018), esse consumidor é o mesmo se comparado ao ambiente real, seu comportamento on-line reflete seus desejos e valores que ele traz de sua experiência na sociedade. A grande diferença é que, por meio da internet, alguns comportamentos e desejos antes reprimidos podem ser expressos sem reprimendas de alguns grupos de interesse. Ao contrário da mídia tradicional, na internet o controle é do consumidor. Mesmo a empresa não participando da internet, os consumidores buscarão maneiras de se relacionar com as marcas. Torres (2018) comenta que, devido à crescente utilização da internet em detrimento de outros meios, a população está mais crítica e segura do que busca, e cada vez mais a opinião e o relacio- namento com um e cada um dos consumidores é essencial. Assim, com o grande uso pelos internautas de redes sociais como Face- book, Twitter, Instagram e LinkedIn, os profissionais de marketing logo se apropriaram desse terreno fértil digitalizado, incorporando as redes sociais para as organizações de forma mercadológica, rentável e viável. O uso dessas mídias permitiu que tablets, smartphones e notebooks deixassem as pessoas mais tempo conectadas, tendo assim uma maior vulnerabilidade diária para publicidade. Uma das vantagens de a publicidade na internet estar se tornando a nova mídia central no mundo de hoje é a facilidade de uma campanha alcançar um público extremamente segmentado, contando com a interatividade que o consumidor conquistou nessa era digital. O comportamento do consumidor on-line, que busca comunicação, informação, relacionamento e diversão na internet, permite entender que, ao usar o Google para buscar informações, por exemplo, o consumidor dará mais atenção ao conteúdo do que a qualquer publicidade (TORRES, 2018). 3A publicidade e a propaganda na internet A internet utilizada como meio de publicidade inova também a relação tradicional cliente–agência–mídia, já que agora a própria agência mantém a suas plataformas de mídia no meio digital e o próprio cliente pode propor ações em hotsites, em suas páginas nas redes sociais e em seu site (TORRES, 2018). Tradicionalmente, o cliente contrata uma agência de publicidade, que elabora um planejamento de mídia, cria uma peça publicitária e veicula nos veículos de comunicação existentes. Assim, o cliente, a agência e a mídia são sempre três entidades diferentes. Outro aspecto importante da publicidade e propaganda na internet é a sua regulamentação. No Brasil, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamen- tação Publicitária) é o responsável por estipular o que pode ou não dentro da publicidade nacional, por meio do seu código. Embora suas normas não tenham um ponto específico sobre a publicidade na internet, todos os preceitos podem ser aplicados em qualquer tipo de campanha, independentemente do meio onde ela é veiculada. Isso é facilmente verificável, já que existem casos de anúncios veiculados na internet, pelas mídias sociais, que foram alvos de denúncias dos consumidores e vetados pelo Conar. Em 2015 e 2016, o Conar pediu para que duas publicidades veiculadas no Instagram fossem retiradas do ar. Uma era da atriz Bruna Marquezine, que, em uma das suas fotosque compartilhou durante o carnaval, com referências à cerveja Antarctica, inclui a mensagem: “@AntarcticaBOA Foi bom demais… Muito mais do que você imagina! Amei muito!”. A infração aconteceu porque o Conar proíbe a publicidade de bebidas alcoólicas com a participação de pessoas que aparentem ter menos de 25 anos. O objetivo é evitar o estímulo ao consumo de bebidas para jovens e menores de idade. A outra infração foi da influenciadora digital Gabriela Pugliesi, que foi advertida pelo Conar por publicidade disfarçada. Ela publicou um post de um produto da Ambev sem identificar que ele tinha caráter publicitário. Segundo o Conar, os influenciadores digitais não podem tentar disfarçar ou fazer com que o consumidor não perceba que se trata de propaganda comercial. A publicidade e a propaganda na internet4 A publicidade digital tem sido usada como um canal popular para pro- mover produtos e/ou serviços comerciais na internet. Em nível mundial, a tendência tem sido investir cada vez mais nesse tipo de publicidade, como consequência dos consumidores estarem sistematicamente on-line e por ser possível partilhar conteúdos nesse meio sem que haja perdas ou distorções nas mensagens originais criadas pelas marcas, de uma forma rápida e cômoda para os internautas (TANG; ZHANG; WU, 2014). Por meio da publicidade digital, as organizações têm a possibilidade de criar mensagens tão ou mais sofisticadas quanto nas mídias tradicionais. No entanto, as marcas devem levar em consideração que a criação de campanhas on-line deve visar ou atrair um público-alvo específico. Também é importante saber que ferramentas de comunicação de marketing devem ser usadas para evitar ou minimizar os efeitos negativos da personalização, uma vez que essa personalização, mais comum nos meios on-line, pode ser uma estratégia de marketing eficaz ou não, dependendo do contexto (AGUIRREA et al., 2014). As empresas podem provocar o sentimento de intrusão nos consumidores quando, por exemplo, usam identificação pessoal ou informação transacio- nal. Quando os efeitos causados pela personalização são negativos, podem ser parcialmente compensados apresentando-se aos consumidores anúncios efetivos que se adaptem às suas necessidades atuais (VAN DOORN; HO- EKSTRA, 2013). A publicidade digital pode ainda provocar compras mais impulsivas, uma vez que proporciona anúncios clicáveis que facilitam a compra imediata (HA, 2008). No entanto, no mundo digital, a fidelização não é apenas orientada para a venda, mas também para as visitas do site ou de outros canais que a empresa disponibilize. Quando as empresas optam por fazer publicidade on-line, devem ter em conta alguns aspectos, como design (que deve ser atraente e funcional para captar a atenção dos internautas e facilitar a sua navegação) e aspectos tecnológicos (não devem existir falhas nem bugs que comprometam a consulta ou outra ação, evitando assim a desconfiança ou perda de credibilidade), além de fornecer respostas rápidas, em caso de contato por parte dos clientes (DIONÍSIO et al., 2009). Nesse sentido, o objetivo da publicidade on-line é promover os produtos, serviços ou bens públicos anunciados e captar a atenção dos internautas em nível global, pois as empresas que entram no mundo on-line passam também para um mercado que não se limita apenas ao seu país de origem, tendo um impacto em escala global. Dessa forma, elas precisam buscar satisfazer as necessidade de segmentos de mercado que estão geograficamente dispersos e que falam outras línguas (DIONÍSIO et al., 2009). 5A publicidade e a propaganda na internet 2 Publicidade × marketing digital A confusão de significados entre publicidade e marketing é um tema an- tigo. Apesar de estarem muito próximos, marketing e publicidade não são a mesma coisa. Cada um tem as suas características e pode trazer resultados extraordinários para o negócio se aplicado corretamente, principalmente no ambiente digital. O marketing, de maneira geral, é um conceito amplo que envolve a identi- ficação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Podemos defini-lo, de uma maneira simplista, como uma forma de suprir necessidades lucrati- vamente (KOTLER; KELLER, 2012). Para Las Casas (2007), o marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando a alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Para o alcance dos objetivos de marketing nas organizações, é importante conhecer as variáveis que influenciam na forma como os consumidores res- pondem ao mercado. Essas variáveis são conhecidas como os 4 Ps do ma- rketing (também chamados de mix de marketing ou composto de marketing) (KOTLER; KELLER, 2012). Elas representam os quatro pilares básicos de qualquer estratégia de marketing: produto, preço, praça e promoção. De acordo com esse conceito, o equilíbrio desses elementos é o que possibilita o sucesso de uma marca. No marketing digital, a única diferença é que essas ações são pensadas para o ambiente on-line. O conceito de mix de marketing foi criado pelo professor Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing, lançado em 1960. A teoria ganhou ainda mais força com Philip Kotler, que ajudou a espalhar o método. Mesmo sendo criado há mais de 1950 anos, o mix de marketing é uma estratégia atemporal e que está na base das estratégias de marketing, seja tradicional ou digital. A publicidade e a propaganda na internet6 O primeiro P do mix de marketing se refere ao produto: é a oferta de valor da organização. Diz respeito a tudo que se refere aos bens e serviços que uma empresa disponibiliza ao mercado-alvo, para atenção, aquisição, uso ou consumo, tendo em vista a satisfação de necessidades do cliente (KOTLER; KELLER, 2012). Compreende um conjunto de benefícios, com elementos tangíveis e intangíveis, resultando na soma da satisfação física e psicológica do consumidor. Inclui bens, serviços, ideias, pessoas, organizações, ou a combinação desses elementos. O segundo P é o preço. É a soma de todos os valores que os consumidores trocam pelos benefícios de ter ou usar um bem ou serviço (KOTLER; KELLER, 2012). Geralmente se refere à quantia monetária cobrada na aquisição de um bem ou serviço. Serve como medida de avaliação entre diferentes alternativas de produtos, seja em termos do valor de troca que se faz na compra ou forma de inferir a qualidade do produto. O terceiro P se refere à praça, ou seja, aos canais de distribuição do produto. É a forma como o produto será disponibilizado ao público-alvo (KOTLER; KELLER, 2012). Produzir um produto e disponibilizá-lo ao consumidor fi- nal exige uma rede de relações entre clientes, fornecedores e revendedores, integrados na cadeia de distribuição da empresa. Isso inclui pontos de venda, pronta-entrega, horários e dias de atendimento e diferentes vias de compra. O e-commerce, por exemplo, é um tipo de distribuição no marketing digital. O quarto e último P é a promoção. A promoção ou comunicação é uti- lizada para informar, persuadir e lembrar os potenciais compradores de um produto, com o propósito de influenciar a sua opinião ou fomentar uma resposta (KOTLER; KELLER, 2012). Uma vez que os clientes entram em contato com a oferta de uma empresa, por meio de vários pontos de contato, torna- -se necessário transmitir uma mensagem clara, consistente e convincente acerca da empresa e das suas marcas, por meio da comunicação integrada de marketing (CIM). 7A publicidade e a propaganda na internet A comunicação integrada de marketing (CIM) consiste no conjunto articulado de esforços, ações, estratégias e produtos de comunicação, planejados e desenvolvidos com o objetivo de agregar valor à sua marca ou de consolidar a sua imagem junto a públicos específicos ou à sociedadecomo um todo (BUENO, 2002). Essas ações de comunicação geralmente englobam publicidade, promoção de vendas, relações públicas, venda pessoal, marketing direto, etc., com o objetivo de comunicar a proposta de valor da empresa e manter relações favoráveis com o cliente, informando-o e persuadindo-o de forma a aumentar a demanda. A publicidade, então, é uma ferramenta do marketing que faz parte do P de promoção. É uma das maneira com que a empresa promove a marca e os produtos junto ao público-alvo. De forma simples, é como se o marketing fosse um grande bolo, em que a publicidade é apenas uma de suas fatias. De acordo com Gabriel (2010), o marketing digital difere do marketing tradicional devido à utilização de algum componente digital no mix de marke- ting. Essa complementação das mídias digitais no marketing contribui para uma estratégia mais abrangente de relacionamento com os consumidores. Da mesma forma, a publicidade digital é uma das estratégias do marketing digital que contribui para a promoção e a comunicação de produtos, serviços e ideias por meio canais digitais (TORRES, 2018). A Figura 1 resume e ilustra a diferença entre os conceitos de marketing digital e publicidade digital. Figura 1. Diferença entre os conceitos de marketing digital e publicidade digital. Marketing digital • Conjunto de estratégias e ações que uma empresa executa utilizando algum componente digital no mix de marketing (produto, preço, praça e promoção) Publicidade digital • Uma das estratégias do marketing digital que contribui para a promoção e comunicação de produtos, serviços e ideias por meio de canais digitais. A publicidade e a propaganda na internet8 3 Tipos de publicidade digital Existem vários tipos de publicidade, nomeadamente a tradicional, que é feita nos meios mais comuns para chegar a mais pessoas, como televisão, revistas, etc. Há também a publicidade interativa, que é feita no meio on-line, onde há uma maior personalização. De acordo com Torres (2018), como a publi- cidade está relacionada à difusão pública de ideias, a internet também pode ser encarada como uma das diversas mídias pelas quais é possível veicular a publicidade. Quando considerada uma mídia para veiculação publicitária, a internet apresenta diversas possibilidades. Assim, a publicidade digital faz parte da estratégia de impulsionamento e expansão do público do marketing digital. De acordo com Torres (2018), os principais formatos para publicidade on-line são: mídias digitais, banners, posts patrocinados, podcasting, videocasting, widgets, marketing de jogos, links patrocinados e publicidade programática, que você pode ver listados na Figura 2. Figura 2. Tipos de publicidade digital. Fonte: Adaptada de Torres (2018). 9A publicidade e a propaganda na internet Mídias digitais A mídia é o meio de comunicação pelo qual a publicidade é veiculada. No caso da mídia na internet, é preciso levar em consideração que ela e é meio multimídia e que o formato e a estrutura de cada site cria uma forma diferente de veiculação da mensagem. Assim, quando pensar em publicidade na internet, você precisa ficar atento aos diversos meios de comunicação que surgem a todo momento e que podem ser utilizados como mídias. Para Torres (2018), os espaços de veiculação publicitária na internet podem ser classificados nos seguintes: � Portais: têm milhões de visitas mensais, são controlados por grandes empresas de comunicação e se comportam como veículos tradicionais. Em geral, estão intimamente ligados ao uso de banners. � Sites especializados: estão ligados a alguma instituição ou grupo de- dicado a um fim especifico, como sites de publicidade, gastronomia, educação e outros. Também estão intimamente ligados ao uso dos banners. � Blogs profissionais: são administrados por blogueiros profissionais e geralmente são dedicados a um tema. Em geral, estão ligados ao uso de banners, em particular pelo programa Google AdSense. � Mídias sociais: estão ligadas à criação coletiva direcionada a deter- minado fim, como o YouTube. São mais adequadas à publicação de vídeos virais. � Redes sociais: são mais fechadas e controladas pelas empresas que as administram, como Instagram, Facebook e LinkedIn. Na veiculação de publicidade, são mais adequadas ao uso de banners, aplicativos e widgets sociais. � Aplicações de comunicação: são especializadas em aplicações de comunicação que usam a internet, como o Skype. Normalmente, per- mitem a publicação de banners e widgets, que são veiculados durante as conversas dos internautas. � Portais de jogos: os jogos on-line são similares às redes sociais, espe- cializados em um ou vários jogos, e atraem um público jovem, como Club Penguin e o Miniclips. Na veiculação de publicidade, são mais adequados ao uso de banners, aplicativos e widgets. � Celulares e smartphones: os aparelhos móveis se tornaram uma mídia importante a ser considerada em qualquer campanha publicitária, per- mitindo o uso de banners, aplicativos, vídeos e widgets virais. A publicidade e a propaganda na internet10 Com tantas mídias disponíveis, é possível perceber o quanto os sistemas midiáticos conseguiram emergir, integrando-se às novas realidades social, cultural e de mercado das gerações mais jovens. O modelo de comunicação foi alterado substancialmente. O usuário antes era mediado pelos meios de comunicação em um sistema hierarquizado, no qual o conteúdo era filtrado e disponibilizado de acordo com os interesses dos meios. Com o advento da internet e a criação das plataformas digitais, uma nova cultura foi se formando, a cultura digital, a qual promoveu a quebra de barreiras entre o produtor e o receptor de conteúdo, tornando esse esquema de comunicação hierarquizado insuficiente. Banners Os banners são, sem dúvida, a forma mais simples e direta de publicidade na internet (TORRES, 2018). Eles podem ter diversos formatos e são apresentados em posições definidas em um site. O conceito do banner é simples e similar ao do anúncio em revistas e jornais. O consumidor está acessando a página, vê o banner e recebe a mensagem publicitária. Em geral, um clique sobre o banner leva ao site do anunciante, mas existem banners que apresentam somente o endereço ou telefone do anunciante. Os formatos dos banners são muito variados, mas os mais comumente adotados são os banners em imagens estáticas (formato jpeg) e animadas (formato gif). A tecnologia permite também a criação de banners interativos, que são animações que convidam os internautas a uma ação com o mouse, como arrastar ou tentar clicar em um objeto. Além do formato, o método de pagamento pela veiculação do banner é outro fator importante de decisão. Ele varia entre três modelos básicos, listados a seguir: � Por impressão: nesse método, o espaço reservado ao banner é com- partilhado por banners de diversos anunciantes. Cada anunciante paga por impressão, ou seja, por cada exibição do banner na página. Cada vez que um internauta acessa a página e seu banner é carregado, é contada uma impressão. � Por clique: nesse método, o banner é apresentado de forma fixa ou compartilhada, e o anunciante só paga se o internauta clicar sobre o banner, transferindo a navegação ao endereço indicado pelo anunciante. A vantagem é que o anunciante paga pela ação de visita do consumidor 11A publicidade e a propaganda na internet em seu site, sendo mais adequado para sites de comércio eletrônico e sites que necessitam aumentar suas visitas. � Por tempo: nesse método, o banner é apresentado de forma fixa ou compartilhada, e o anunciante paga pelo período de veiculação, em geral de 15 ou 30 dias. Esse método está mais ligado ao patrocínio de site ou instituições, e o banner do anunciante deve ter algum tipo de controle de exibição para permitir que se tenha uma visão real da audiência da publicidade. Os banners têm a vantagem de serem de fácil implementação e baixo custo de veiculação, sendo um métodosimples e popular na maioria dos sites. Por outro lado, muitas pessoas estão saturadas com essa publicidade e evitam sequer olhar para banners ou interagir com eles. Além disso, o mau uso dos banners faz com que as pessoas se irritem. Posts patrocinados O post patrocinado é uma forma de realizar publicidade paga para alguma publicação de um perfil comercial. Um post patrocinado pode ser um texto, notícia, imagem, vídeo ou outro conteúdo, e poderá ser divulgado em vá- rios espaços, como blogs ou redes sociais. No caso de posts patrocinados no Facebook, Instagram, LinkedIn, etc., os usuários da rede não serão impactados pelo conteúdo por seguirem a página da marca, mas sim porque foi criada uma segmentação específica para atingir aquele usuário, ou seja, mesmo quem não seguir o perfil da empresa poderá ser impactado. No caso dos blogs, a empresa pode contratar, por exemplo, uma pessoa considerada influente, como um blogueiro, para redigir um texto com o obje- tivo de promover ou divulgar produtos e informações de seu interesse. Dessa forma, consegue alcançar um número maior e mais qualificado de pessoas dentro da rede. Podcasting O podcast é a transmissão de áudio online. Pode ser utilizado para transmitir uma entrevista ou explicação, ou ainda para criar um programa de rádio na internet. O podcast já teve ciclos de sucesso e fracasso no Brasil e, nos últimos anos, voltou com força (TORRES, 2018). Tecnicamente, o podcast permite a transmissão de qualquer arquivo de áudio ou vídeo, mas a referência é somente ao podcast de áudio. A publicidade e a propaganda na internet12 Os podcasts podem ter diversas aplicações, mas as mais utilizadas em marketing e publicidade são estas: � Série de rádio: pode ser criado um pequeno programa de rádio para o negócio, gravado com relativa frequência, como os posts de um blog em áudio. É possível criar um público fiel que trará audiência para a empresa. � Entrevistas: quando a empresa dá uma entrevista para uma rádio ou quando quer divulgar uma coletiva, é possível gravar e veicular o conteúdo em um podcast, facilitando assim a distribuição da entrevista para vários veículos e pessoas simultaneamente. � Educacionais: explicações sobre produtos, serviços ou tecnologias são muito úteis para os clientes utilizarem essa informação a qualquer momento para sua autoinstrução. Para garantir o sucesso do podcast, é importante não se alongar demais no assunto; o ideal é que ele tenha uma duração de 15 a 20 minutos. Como o ouvinte estará mais focado e atento, já que escutará sozinho e em um momento propício a ele, vale adotar um tom mais pessoal e direto, como se estivesse falando diretamente com a pessoa. Videocasting O hábito de assistir a vídeos na internet cresceu, principalmente, pelo fato de ser gerado pelo próprio internauta e por ser sob demanda, ou seja, o usuário assiste o que quer na hora que deseja. Com isso, o consumidor está se habitu- ando a procurar vídeos como procura informações, a partir de sua necessidade, buscando por informação, entretenimento ou relacionamento. A publicidade no formato de vídeo on-line pode ser utilizada de diversas formas, acompanhe: � Veiculação de comerciais tradicionais: pode-se converter um comer- cial produzido para televisão em uma versão para veiculação on-line. � Criação de vídeos virais: os vídeos virais são peças produzidas com a intenção de parecer um vídeo incidental, gravado por um internauta qualquer, que leva a marca e a mensagem da empresa. Por ser surpre- endente, curioso ou engraçado, o vídeo é difundido viralmente entre os internautas. A modalidade tem obtido cada vez mais forca, pois se difunde muito rapidamente por meio de mídias sociais, como o YouTube. 13A publicidade e a propaganda na internet � Vídeos educacionais: assim como acontece no marketing de conteúdo, os vídeos educacionais podem ser utilizados como peça publicitaria de uma empresa. Diversos temas relacionados ao negócio podem ser produzidos para educar o consumidor e, ao mesmo tempo, veicular propaganda. � Séries on-line: uma técnica que vem se difundindo é a criação de minisséries na internet. Por terem um custo de produção mais baixo e poderem ser veiculadas gratuitamente no YouTube e em outros portais de vídeos, algumas empresas produzem minisséries em vídeos curtos, que são acompanhadas pelo público. � Animações: com a possibilidade de produzir animações das mais diversas a um custo baixo e com o interesse crescente do público pelos vídeos na internet, muitas empresas têm investido na animação como forma de divulgação de conceitos, produtos e mensagens publicitárias. Na veiculação de vídeos publicitários, deve-se ter em mente que, ao con- trário do banner, que pode ser carregado rapidamente, o vídeo demora mais a ser carregado, e, as vezes, não parece muito atraente enquanto o internauta não inicia sua execução. Assim, é importante que os vídeos, assim como os podcasts, não sejam muito longos (até 3 minutos) e que os primeiros segundos do vídeo prendam a atenção do internauta. Widgets Widget é um componente que pode ser utilizado em computadores, celulares, tablets e outros aparelhos para simplificar o acesso a um outro programa ou sistema. Eles geralmente contêm janelas, botões, ícones, menus, barras de rolagem e outras funcionalidades, que funcionam como um elemento de inte- ração. Um exemplo bastante comum de widget são os aplicativos que flutuam pela área de trabalho do celular e fornecem funcionalidades específicas, como previsão do tempo, cotação de moedas, relógio, etc. Com os widgets é possível enviar informações para o consumidor em tempo real, receber informações do consumidor, como nas cotações e re- servas de passagens aéreas em tempo real, e mudar a mensagem veiculada mesmo após sua publicação, pois os widgets podem se comunicar com o servidor do anunciante. Eles são uma espécie de banner permanente que tem a capacidade de interagir com o consumidor e de se modificar conforme suas necessidades. A publicidade e a propaganda na internet14 Marketing de jogos O marketing de jogos (game marketing) é uma estratégia focada na divulgação de uma empresa, produto ou serviço por meio de jogos. Assim como é feito em filmes e séries de TV, a promoção por meio dos populares videogames pode ser extremamente vantajosa. Uma das grandes vantagens do marketing de jogos é que ele permite filtrar de forma natural e eficiente as faixas etárias ligadas ao público-alvo. Dependendo do tipo de jogo criado, a faixa etária que irá se interessar pelo jogo mudará. Assim, ao contrário dos banners convencionais, os jogos são mais seletivos e atendem melhor campanhas muito sensíveis a uma faixa etária. O jogo Splinter Cell: Chaos Theory, por exemplo, é um excelente exemplo de marketing de jogos. A Nokia colocou a sua marca nos aparelhos de tecnologia utilizadas no jogo, inserindo a empresa de maneira natural no universo dos jogos. Simuladores de futebol e outros esportes, por exemplo, têm placas de publicidade exclusivas para as suas plataformas, permitindo uma experiência mais próxima da realidade e conseguindo expor marcas, empresas e serviços nesses espaços. Links patrocinados O link patrocinado é um formato de anúncio publicitário veiculado na internet, sendo uma publicidade paga sob a forma de um hiperlink que é exibido nos resultados de pesquisa em páginas. No topo dos resultados nos sites de busca, aparecem alguns sites em destaque com a identificação de que se tratam de anúncios. Esses são links patrocinados. Os links patrocinados representam uma boa estratégia para atrair a atenção de clientes em potencial, uma vez que, por meio deles, é possível obter uma maior visibilidade na internet a partir das palavras-chave escolhidas para fazer parte das campanhas de links patrocinados. Hoje existem várias ferramentas que atuam com links patrocinados, mas a mais conhecida é o Google Ads — uma plataforma de anúncios on-line, responsávelpor fazer a divulgação dos anúncios a partir das palavras-chave escolhidas para cada campanha. 15A publicidade e a propaganda na internet O diferencial do Google Ads é que o valor pago pelo anúncio ao Google só é descontado quando o visitante efetuar um clique em uma palavra-chave que foi determinada pela empresa no ato da construção da campanha. Publicidade programática A publicidade programática é um termo que abrange diferentes tecnologias que automatizam a compra, o posicionamento e a otimização da publicidade digital. É realizada em tempo real com diferentes níveis de controle e automa- ção. Seu principal objetivo consiste na substituição de atividades humanas na negociação de espaços de publicidade, oferecendo aos anunciantes a capacidade de saber exatamente em que meio estar, qual o anúncio certo a exibir, em qual hora, para a audiência certa. É no cruzamento dos dados sobre o usuário para a definição de quais anúncios serão exibidos e onde eles serão apresentados que se encontra a primeira base sobre a qual funcionam os anúncios segmentados via publi- cidade programática. Esse processo é possível graças a uma interligação de plataformas e de encadeamento de fluxos de informação com algoritmos de análise e classificação complexos, que são executados em frações de segundo. Junto à base tecnológica há também uma série de predefinições que são estabelecidas por anunciantes e veículos, as quais servem de parâmetro para as interações entre as plataformas que fazem parte da programática. Cada plataforma torna-se um agente no mercado de compra e venda de espaços publicitários, que podem ser separados por sua função: os que atuam assesso- rando anunciantes, os que atuam junto aos veículos e os que atuam mediando o processo de transação, funcionando para ambos os lados. Para saber mais sobre o uso de algoritmos na publicidade programática, leia este artigo acadêmico que traz uma discussão sobre a automatização dos investimentos publicitários, disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/qYK6c A publicidade e a propaganda na internet16 AGUIRREA, E. et al. Unraveling the personalization paradox: the effect of information collection and trust-building strategies on online advertisement effectiveness. Journal of Retailing, v. 91, n. 1, p. 34-49, 2014. BUENO, W. da C. Comunicação e gestão empresarial: cenários contemporâneos. Commu- nicare, v. 2, n. 1, p. 84–91, 2002. Disponível em: https://casperlibero.edu.br/wp-content/ uploads/2014/07/Comunica%C3%A7%C3%A3o-e-gest%C3%A3o-empresarial.pdf. Acesso em: 18 jan. 2020. DIONÍSIO, P. et al. B-mercator: blended marketing. Alfragide: Dom Quixote, 2009. GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2010. HA, L. Online advertising research in advertising journals: a review. Journal of Current Issues and Research in Advertising, v. 30, n. 1, p. 31–48, 2008. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Edu- cation do Brasil, 2012. LAS CASAS, A. L. Marketing de serviços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. TANG, J.; ZHANG, P.; WU, P. F. Categorizing consumer behavioral responses and artifact design features: the case of online advertising. New York: Springer, 2014. TORRES, C. A Bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec, 2018. VAN DOORN, J.; HOEKSTRA, J. Customization of online advertising: the role of intrusive- ness. Marketing Letters, v. 24, n. 4, 339-351, 2013. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 17A publicidade e a propaganda na internet
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